FIAÇÃO rev 1 BOBINADEIRA

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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Centro de Tecnologia do Vestuário de Blumenau F F I I A A Ç Ç Ã Ã O O Bobinadeira Blumenau 2003

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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Centro de Tecnologia do Vestuário de Blumenau

FFIIAAÇÇÃÃOO Bobinadeira

Blumenau

2003

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SENAI CTV Blumenau Fiação - Bobinadeira

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FFIIAAÇÇÃÃOO Bobinadeira

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José Fernando Xavier Faraco Presidente da FIESC Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Antônio Demos Diretor do CTV – Blumenau

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Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Serviço Regional de Aprendizagem Industrial Centro de Tecnologia do Vestuário de Blumenau

FFIIAAÇÇÃÃOO Bobinadeira

Blumenau 2003

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É autorizada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou sistema, desde que a fonte seja citada. Organizador (a) Silvio da Silva Revisão 01 Janeiro/2003 S474f

SENAI/CTV Fiação - Bobinadeira / Silvio da Silva (Org.) – Blumenau : SENAI/CTV, 2003. 21 p. : il.

1. Fiação 2. Bobinadeira I. SILVA, Silvio da II. Título

CDU: 677.022 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Centro de Tecnologia do Vestuário de Blumenau e-mail: [email protected] site: www.senai-ctv.ind.br Rua São Paulo, 1147 – Victor Konder CEP: 89012-001 – Blumenau – SC Fone: (0XX47) 321-9600 Fax: (0XX47) 321-9601

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SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES ........................................................................................................6 LISTA DE TABELAS.................................................................................................................7 1. BOBINADEIRA .....................................................................................................................9 1.1 Finalidade das bobinadeiras................................................................................................9 1.2 Componentes e suas funções .............................................................................................9 1.3 Embalagens......................................................................................................................10 1.4 Problemas de atrito sobre as embalagens cônicas durante a sua formação, quando enrolados por atrito sobre tambores acionadores cilíndricos ou levemente cônicos. ................11 1.5 Número de espiras por curso ............................................................................................12 1.6 Tensão sobre o fio durante o enrolamento.........................................................................12 1.7 Pressão de encostamento durante o enrolamento .............................................................12 1.8 Balanceamento entre as variáveis: número de espiras por curso, tensão do fio e pressão de encostamento. ........................................................................................................................12 1.9 Seleção do tambor guia-fio................................................................................................13 1.10 Parafinagem....................................................................................................................13 1.11 Tipos de emendas...........................................................................................................15 1.12 Problemas causados pelos nós .......................................................................................16 1.13 Problemas mais freqüentes de enrolamento e os recursos para melhoria ........................17 1.14 Comprimento de fio na bobina.........................................................................................21

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1 - Componentes do fuso da bobinadeira ..................................................................9 Ilustração 2 - Tipos de embalagens de bobinas.......................................................................10 Ilustração 3 - Tambores guia-fios ............................................................................................11 Ilustração 4 - Sistema de parafinador ......................................................................................14 Ilustração 5 - Carro atador.......................................................................................................15 Ilustração 6 - Cabeça atadora e nó de tecelão.........................................................................15 Ilustração 7 - Cabeça atadora e nó de pescador......................................................................16 Ilustração 8 - Cabeça atadora Splicer e fio com emenda Splicer..............................................16 Ilustração 9 - Rotação tambor guia-fio e rotação da bobina .....................................................17 Ilustração 10 - Características do sulco do tambor acionador ..................................................17 Ilustração 11 - Sistema antimagem .........................................................................................18 Ilustração 12 - Movimento vaivém da bobina...........................................................................20

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Seleção tambor guia-fio..........................................................................................13

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1. BOBINADEIRA

1.1 Finalidade das bobinadeiras

• Aumentar a capacidade das embalagens, transformando as espulas do filatório ou das retorcedeiras em cones, bobinas ou queijos.

• Eliminar os pontos grossos, pontos fracos e determinadas impurezas existentes nos fios de fibras naturais.

• Acondicionar os fios em embalagens que possam alimentar diretamente os teares, urdideiras ou a tinturaria de fios.

• Quando os fios são destinados ao tingimento, antes de seguirem para os processos subseqüentes, os mesmos são embalados em embalagens apropriadas, perfuradas, denominadas “niquelinas”.

1.2 Componentes e suas funções

Ilustração 1 - Componentes do fuso da bobinadeira

1. Tambor guia-fio aciona a bobina cruzada e distribui os fios por meio da sua ranhura

em enrolamentos cruzados sobre a bobina cruzada. 2. A armação da bobina guia a bobina cruzada durante a bobinagem sobre o tambor

guia-fio. 3. Guarda enrolamento do tambor para o fuso de bobinagem no ato de um fio enrolar

na ranhura do tambor. 4. A alavanca batente do braço aspirador mantém sempre a mesma distância entre o

braço aspirador e a bobina cruzada. 5. A aleta (mariposa) de comando para o carro atador, quando o fuso estiver em

posição de ruptura do fio. 6. A lâmpada vermelha acende quando o fuso de bobinagem está parado por parada

manual, parada por enrolamento de fio na tambor e por parada por controle de funcionamento.

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7. A lâmpada amarela acende quando a bobina cruzada alcançou o seu diâmetro previamente ajustado.

8. O botão vermelho serve para parar o fuso de bobinagem manualmente. Ele salta para fora quando o contador de controle de funcionamento ou o guarda enrolamento desligarem o fuso de bobinagem.

9. O botão amarelo salta para fora para parar o fuso quando a bobina alcançar o seu diâmetro previamente ajustado.

10. O botão preto salta para fora quando o fuso de bobinagem exige a intervenção do carro atador.

11. As partes elétricas e eletrônicas do fuso de bobinagem estão alojadas no lado esquerdo do Carter do fuso, no compartimento superior.

12. A parate da pneumática do fuso de bobinagem é acionada pela válvula de freio da bobina, do compartimento superior.

13. O levantamento da bobina levanta a bobina do tambor guia-fio. 14. O freio da bobina, freia a bobina, levantada. 15. O freio rápido, freia o tambor guia-fio. 16. O dispositivo para a distribuição do fio desloca as camadas de fio de tal maneira

que o retorno dos fios nas laterais da bobina fique deslocados lateralmente entre si. 17. O dispositivo de anti-imagem produz periodicamente um deslizamento diminuto

entre o tambor guia-fio e a bobina cruzada. Este dispositivo evita assim a formação de enrolamentos irregulares.

18. O dispositivo de parada diametral para o fuso de bobinagem automaticamente quando as bobinas cruzadas alcançarem o seu diâmetro previamente ajustado.

19. O bloqueio de paragem diametral bloqueia a parada por quebra de fio e a parada diametral entre si. Isto é, ele evita as duas paradas ao mesmo tempo.

20. O guarda-fio eletrônico vigia o fio, em marcha, sem contato. 21. O contador eletrônico limita o número de tentativas inúteis do carro atador em cada

fuso de bobinagem. 22. O magazine de espulas armazena cinco espulas mantendo-as à disposição para a

troca automática. 23. O prendedor de fio segura a ponta de fio das espulas armazenadas no magazine. 24. A calha de deslizamento conduz a espula, por ocasião da troca, para o mandril de

fixação. 25. O acelerador de desenrolamento diminui e uniformiza a tensão de desenrolamento

da espula. 26. O mandril de fixação mantém a espula em posição de bobinagem. 27. O apalpador, respectivamente tactor de espulas, testa se é colocada, para o gancho

captor tomador do carro atador. 28. O extrator (ejetor) extrai por ocasião da troca, o tubete do mandril de fixação. 29. O tomador (captor auxiliar) conduz o fio da espula recém-colocada, para o gancho

captor do braço tomador do carro atador.

1.3 Embalagens

Ilustração 2 - Tipos de embalagens de bobinas

Finalidade: A embalagem serve de suporte para o enrolamento do fio.

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Tipos: Os tipos são classificados quanto a forma e quanto ao material utilizado. • Quanto a forma as embalagens classificam-se em cilíndricas, cônicas (3º 30’, 4º 20’,

5º 57’ e 9º 15’) e queijo. OBS: Para tingimento os mais usados são cônicos perfurados (3º 30’ e 4º 20’). Para

enrolamento de distribuição cruzada os mais usados são cônicos (5º 57’ e 9º 15’). Para fios sintéticos são usados os cones 3º 30’.

Quanto ao material usado as embalagens são confeccionadas de papelão, plástico,

madeira e outros materiais que possam ser incorporados no plástico. Os plásticos possuem as seguintes vantagens: • Multiplicidade de cores; • Superfície isenta de poros; • Boa recuperação nas deformações; • Resistência relativamente boa; • Não susceptíveis a danos pelo atrito devido ao acionamento por contato; • Tolerância muito restrita no que concerne ao peso.

1.4 Problemas de atrito sobre as embalagens cônicas durante a sua formação, quando enrolados por atrito sobre tambores acionadores cilíndricos ou levemente cônicos.

Ilustração 3 - Tambores guia-fios

O acionamento das embalagens cônicas por atrito, principalmente quando sobre

tambores acionadores cilíndricos, determina uma série de problemas de fricção sobre algumas partes da embalagem, que serão tanto maiores quanto maior for a conicidade da mesma.

Sabe-se que a transmissão de movimento do tambor acionador cilíndrico para a

embalagem cônica, processa-se dentro de uma faixa relativamente estreita, que estaria situada de � a ¼ da base do cone. Assim, só teríamos coincidência de velocidade periférica na faixa de transmissão do cone, passando a haver em todo o resto doc urso atritos determinados pelas diferenças de velocidades periféricas entre o tambor acionador e ela. Na ponta do cone seria menor do que a do tambor. Os deslizamentos provocados pelo atrito serão tanto maiores, quanto maior for a conicidade do cone.

Assim, um cone 9º 15’ determina percentuais de deslizamentos bastante grandes na

ponta do cone, o que oferece riscos de esgarçamentos muito fortes para o enrolamento, especialmente no caso de fios finos. Os cones de 5º 57’, mesmo quando enrolados em tambores acionadores cilíndricos, já determinam percentuais de deslizamento muito menores, minimizando os prováveis danos, mesmo no enrolamento de fios finos. O advento de tambores acionadores levemente cônicos veio minimizar os problemas de atrito por deslizamento de partes da embalagem cônica, em função do alargamento da faixa de transmissão entre o tambor e a embalagem.

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1.5 Número de espiras por curso Quanto maior o número de espiras por curso sobre o núcleo, maior será a facilidade de

escorregamento. No que tange ao tingimento de embalagens, é necessário proceder o enrolamento, visando um ângulo máximo de cruzamento dos fios.

É sabido que quanto maior o número de espiras por curso, mais fechado e compacto é o

enrolamento e, portanto, menos permeável é a camada de fios.

1.6 Tensão sobre o fio durante o enrolamento A tensão sobre o fio durante o enrolamento determina a firmeza do seu posicionamento

sobre o núcleo durante as primeiras camadas e sobre a própria embalagem após o início do enrolamento.

A tensão é, portanto, responsável pela amarração das espiras, uma sobre as outras,

dando segurança e firmeza à formação da embalagem. É também, responsável pela densidade que se vai obter. É bom lembrar ainda, que todas as qualidades levadas a formação da embalagem pela tensão devem também ser debitadas à pressão de encostamento, pois estas duas variáveis tem absoluta interligação.

Lembremo-nos, contudo, que no enrolamento de embalagens acionadas diretamente

sobre o fuso, ocorre que a tensão do enrolamento cresce com o aumento da velocidade, que acompanha o aumento do diâmetro da embalagem.

Como é muito importante que a tensão do enrolamento seja constante, cada fuso é

provido de um sistema de alavancas, hastes e pesos, que processa a abertura gradativa do tensor, à medida que a velocidade de enrolamento cresce. Com este alívio gradativo da tensão, consegue-se, que ela fique mais ou menos constantes, do princípio ao fim da embalagem. O mesmo acontece com a pressão de encostamento.

1.7 Pressão de encostamento durante o enrolamento Uma tensão excessiva, sem a correspondente pressão de encostamento, determina um

deslizamento muito grande entre a embalagem e o tambor acionador. A deposição de camadas de fio poucos firmes sobre o núcleo, em função da pouca tensão durante o enrolamento, provocará, face a uma pressão de encostamento desajustada no que concerne à estabilidade dimensional, à densidade, etc., o que tornará imprópria para o processo subseqüente.

Como norma geral, aconselha-se maior pressão durante o enrolamento de fios mais

grossos do que nos fios mais finos.

1.8 Balanceamento entre as variáveis: número de espiras por curso, tensão do fio e pressão de encostamento.

Considerando que, no enrolamento por atrito, não podemos normalmente mudar uma

das variáveis, o número de espiras por curso, resta-nos exercer controle sobre as duas outras variáveis, que são a tensão e a pressão de encostamento durante o enrolamento.

É necessário, portanto, durante as experiências de enrolamento, observar e controlar,

pondo sempre em cheque o equilíbrio e o balanceamento entre as duas principais variáveis. Desse controle maior teremos embalagens com a densidade pretendida, boa estabilidade dimensional, comprimento do fio dentro de uma variação aceitável, etc.

A variabilidade da densidade é controlada pelo durômetro.

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1.9 Seleção do tambor guia-fio

Tabela 1 - Seleção tambor guia-fio

1.10 Parafinagem Tem como objetivo diminuir o coeficiente de atrito entre os fios, bem como entre os fios e

as peças pelas quais terá que passar durante o trabalho, tais como agulhas e ganchos (malharia) ou iguais, olhais, liços, lamelas, puas do pente, etc. (tecidos planos).

Essa lubrificação deve minimizar ou até mesmo eliminar os embaraçamentos, facilitando

a passagem do fio de trama entre a abertura da cala. Permite ainda, o seu fácil encostamento no remate do tecido, principalmente nos casos de fios de trama tintos, de fios mais grossos, mais duros, etc., normalmente mais ásperos, ou nos tecidos mais densos em urdume e trama, possui ainda a vantagem de desenrolar com mais facilidade, o fio desliza melhor sobre a superfície da embalagem.

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A quantidade de lubrificação certa é de vital importância para o desempenho do fio. Tanto a falta, quanto o excesso provoca um elevado coeficiente de atrito.

A quantidade ideal sobre o fio está entre os limites de 1,8 a 2,2g por quilo de fio, isso,

porém dentro da gama de títulos convencionais. • Efeitos da parafinagem: É realmente importante o efeito da lubrificação sobre os

fios, pois o coeficiente de atrito dos mesmos sobre as superfícies por onde passa chega a cair de 45 a 55%.

Os principais fatores que influenciam o efeito da lubrificação sobre o coeficiente de atrito

dos fios são: • Tipo de fibra; • Qualidade da fibra; • Grossura do fio; • Torção do fio; • Conteúdo de umidade, entre outras. Sistema de lubrificação • Sistema convencional: Utiliza-se uma ou dois cilindros de parafina centradas em

pinos, em torno dos quais giram, levadas pela passagem do fio em alta velocidade. As velocidades de rotação dos cilindros de parafina, são controladas, às vezes, por um sistema de frenagem, que usa a centrifugação de pequenos pesos em forma de arruelas, que se atritam contra a superfície interna do prato inferior, sobre os quais giram os cilindros de parafina, diminuindo a sua velocidade. Tal sistema é bastante falho, pois depende, fundamentalmente, do peso da arruela ou do peso do cilindro de parafina. No início quando o cilindro de parafina é novo e mais pesado, haverá um arraste maior das partículas de parafina, o que poderá elevar o coeficiente de atrito do fio. A medida que o cilindro de parafina vai diminuindo de peso, passa-se à condição ideal de lubrificação, porém, logo em seguida, caímos de novo a condição de lubrificação deficiente, devido ao pouco peso do cilindro de parafina. Este peso menor deixará menos partículas sobre o fio, não suficientes para sua lubrificação adequada.

• Sistema de lubrificação “Schlasfhorst”: Este sistema usa a tensão do próprio fio em enrolamento como variável para controlar a intensidade da lubrificação. Nele, o cilindro de parafina, furado na linha de seu eixo, é acionado para girar em baixa velocidade por meio de um pequeno motor. O fio a ser lubrificado é forçado, contra os bordos redondos do cilindro de parafina, auxiliado por três guias especiais, que fazem penetrar alguns milímetros dentro da parafina do cilindro. Assim, quanto maior a tensão do fio, mais parafina arrastará.

Ilustração 4 - Sistema de parafinador

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1.11 Tipos de emendas • Nó redondo (orelha de coelho): É dado com uma só laçada, usando-se as duas

pontas dos fios juntas. Este tipo de nó deve ser evitado, pois apresenta grande volume e suas pontas ficam projetadas na perpendicular ao eixo do próprio fio, é um nó fácil de ser executado mecanicamente e possui grande resistência.

Ilustração 5 - Carro atador

• Nó de tecelão: É o que apresenta menor volume, com as pontas no sentido do eixo

dos fios. É normalmente usado para emenda de fios de algodão e suas misturas. Deve ter a ponta tão curta quanto possível.

Ilustração 6 - Cabeça atadora e nó de tecelão

• Nó de pescador: É aplicado sempre que os fios forem muitos lisos, como no caso

de fios de filamento, ou formado por fibras muito escorregadias ou excessivamente lubrificantes (lã).

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Ilustração 7 - Cabeça atadora e nó de pescador

• Sistema Splicer: A emenda feita através deste sistema, consiste na distorção das

pontas dos fios a serem emendados e no entrelaçamento das mesmas, por torção, através de jatos de ar.

Ilustração 8 - Cabeça atadora Splicer e fio com emenda Splicer

1.12 Problemas causados pelos nós Sejam quais forem os tipos de nós, de tecelão, de pescador, etc., o seu volume e pontas

dificultarão sempre o desenrolamento de uma embalagem. A passagem em velocidade de um nó por um sistema tensor seja qual for o tipo, provoca

um pico de tensão que poderá determinar distensão, alongamento e a abertura dos nós, ou a ruptura do fio. O fio que possui fator de torção alto, ou num fio retorcido, o nó poderá se abrir.

Os nós dificultam as aberturas de calas e sua passagem pelas lamelas, liços e pentes. Nos teares em que a inserção da trama é feita por jato de ar, o volume do nó e suas

pontas dificultam e travam a condução do fio através da cala, provocando paradas nas máquinas de tecer.

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Nos tecidos felpudos de maior densidade de fios de urdume, fundo e felpa, um nó poderá provocar o repuxamento ou a deformação do tecido ao prender uma trama, ao prender um fio na passagem do pente.

O nó no caso da malharia, ao passar pelas agulhas, pode provocar o repuxamento do

fio, furos e, até mesmo, quebra de agulhas.

1.13 Problemas mais freqüentes de enrolamento e os recursos para melhoria

A operação de enrolar fios, visando as vantagens de construção de embalagens mais

funcionais no atendimento aos vários processos subseqüentes a que são submetidos os fios, apresenta, normalmente, uma série de dificuldades, bem como o que fazer para eliminá-las. Entre os problemas de enrolamento mais importantes, devemos enumerar os seguintes:

Formação de desenhos: Sobre o tambor acionador, há ranhuras em forma de hélice,

que acompanham a sua periferia, formando espiras, esta ranhura tem a função de guiar, de forma controlada, o fio sobre a embalagem.

Dependendo da aplicação da bobina, seleciona-se a forma de ranhura, poderemos ter

tambores com 2,5 e 3 espiras de passo decrescente, para formação de cones, e com 3 ou 2 espiras de passo para a formação de bobinas cilíndricas.

Ilustração 9 - Rotação tambor guia-fio e rotação da bobina

A não-conformidade denomina de desenho, refere-se a sobreposição das espiras de fio,

resultante duma relação de número íntegro do número de rotações entre a rotação do tambor guia-fio e a rotação da bobina.

Uma bobinadeira possui um tambor acionador de 3 polegadas, quando a relação de

transmissão será de 1:1, já que a embalagem terá atingido o mesmo diâmetro do tambor acionador.

Como o fio é relativamente fino, o diâmetro da

embalagem demora um certo tempo para crescer, portanto, permanecerá por um certo tempo na relação 1:1, havendo assim uma sincronização quase que perfeita entre as superfícies periféricas do tambor acionador e da embalagem, fazendo com que algumas camadas de fio fique sobreposto, formando um desenho, com as características do sulco do tambor acionador. Veja a ilustração ao lado.

Ilustração 10 - Características do sulco do tambor acionador

Isto ocorrerá sempre que houver uma relação inteira entre os diâmetros do tambor

acionador e o da embalagem, com tendência ao enrolamento justaposto, formando “fitas”. Como evitar?

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Provocando uma intermitência no acionamento do tambor acionador, que pode ser obtida por simples interrupção do acionamento através de meios mecânicos. Provocando uma oscilação na velocidade angular do tambor guia-fio.

Ilustração 11 - Sistema antimagem

• Fio cruzado na base ou na ponta do cone: Ocorre quando o fio é jogado além do

limite normal do curso, ultrapassando o extremo da base do cone. Provoca uma série de problemas na alimentação nas urdideiras e outras máquinas, porém provoca maiores dificuldades, ainda, na área de malharia. Este defeito poderá determinar a simples ruptura do fio, como também pontos apertados na formação do tecido de malha. Quando o defeito é na ponta do cone, durante o desenrolamento do fio naquele ponto, ocorrerá uma queda de tensão, ou mesmo um tensionametno irregular, ocasionando a formação de malhas mais abertas ou irregularmente formadas.

Causas prováveis e soluções • Cone incorretamente ajustado sobre o tambor: Mau contato do núcleo ou da

embalagem com o tambor acionador, diminui a sua velocidade de enrolamento e, portanto, pouca tensão sobre o fio, com a conseqüente desobediência do mesmo ao sulco guia-fio, em função da velocidade normal de rotação do tambor acionador (principalmente nos títulos mais grossos). Para corrigir deve ser ajustado o fuso, usando o calibre correto.

• Deslocamento lateral desajustado: Um ajuste errado do deslocamento do tambor acionador poderá fazer com que o tambor seja deslocado excessivamente para a esquerda no momento em que o fio está levado para o extremo direito do curso.

• Fio saltando do sulco guia no fim do curso: Deslocamento excessivo do suporte do conjunto tensor, para um dos lados, será responsável pela inclinação excessiva do fio em relação a inclinação do sulco guia-fio, fazendo com que o fio deixe de ser conduzido pelo sulco guia. Para corrigir deve-se deslocar o conjunto tensor para a posição correta.

• Estopa enrolado na base do fuso do tambor acionador: Quando isto acontece, o fuso perde velocidade, devido a frenagem que sofre. Com isto ocorre uma redução na tensão do fio e como conseqüência a desobediência do fio ao sulco guia-fio. Para solucionar o problema, basta remover a estopa.

• Tensores mantidos abertos por sujeiras: Tal ocorrência determina a baixa da tensão e conseqüentemente o fio poderá não acompanhar o movimento do guia-fio.

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• Balanceamento indevido entre a pressão de encostamento e a tensão de enrolamento: Uma tensão relativamente baixa sobre o fio, que esteja em desequilíbrio com a maior pressão de encostamento da embalagem, ocasiona a desobediência do fio ao sulco guia-fio. Processar o devido balanceamento para corrigir o problema.

• Uso do ângulo de cruzamento indevido para o tipo de título de fio: Para os fios mais grossos o ângulo precisa ser mais acentuado, com isso o retorno do fio extremo do curso da embalagem é feito de modo muito brusco, porém a maior tensão de enrolamento utilizada para esses fios determina um controle do fio no sulco guia-fio. Um fio mais leve, que esteja sendo enrolado com tensão compatível, porém com ângulo mais acentuado do que devido, apresentará a tendência de desobedecer ao guia-fio. Para corrigir deve ser acertado o ângulo de cruzamento. Normalmente, quanto mais fino o fio, menor o ângulo ou maior o número de espiras por curso.

Cone estufado O problema do estufamento das embalagens é causado pelo escorregamento das

camadas internas, que deslizam sobre o núcleo e/ou sobre as primeiras camadas depositadas. Este deslizamento pode ser provocado por um número excessivo de espiras por curso, por excesso de pressão de encostamento, por excesso de tensão, ou mesmo, pela conjugação de duas ou três destas variáveis. O estufamento que também pode ocorrer sem o deslizamento de camadas nas embalagens cilíndricas e eventualmente nas cônicas, ocasionando por excesso de pressão das camadas mais externas, é facilitado pela maior conicidade, pelo maior polimento da superfície e do núcleo, pelo grau de polimento e lubrificação das próprias fibras ou, como já afirmamos, por falta de balanceamento entre as variáveis tensões, pressão de encostamento e número de espiras por curso.

• Abaixamento forçado na base do cone, provocando o levantamento de sua

ponta: Não havendo pressão de encostamento suficiente e uniforme para o acondicionamento correto e seguro das primeiras camadas ao longo do núcleo do cone, estas irão escorregar sobre o cone. A posição do cone sobre o tambor acionador deve ser ajustada.

• Perda de tensão do fio: O fio sem tensão deixará de abraçar com firmeza o núcleo e as primeiras espiras, ao serem montadas, não terão a segurança devida, facilitando o seu escorregamento. Limpar entre os discos tensores e providenciar para que o disco gire sempre.

• Tensão não adequada ao tipo de enrolamento: A tensão excessiva para o enrolamento de um determinado fio, utilizando um pequeno ângulo de cruzamento (maior número de espiras por curso), mesmo que a pressão de encostamento seja aconselhável, provocará o deslizamento entre a tensão maior e a pressão de encostamento recomendável. A tensão deve ser corrigida. Se o aumento de tensão for grande, não esquecer de fazer o correspondente aumento na pressão de encostamento.

• Uso de pressão de encostamento não adequado ao tipo de enrolamento em questão: Em geral, quanto mais grossos os fios, maiores deverão ser as pressões de encostamento durante o enrolamento. Uma pressão de encostamento maior ajudará a manter as espiras no seu devido lugar, sobre a embalagem.

Cone em forma de sino • Tensão excessiva sobre o fio: A parte central da embalagem é mais macia que a

base e a ponta. Nesta parte, a tensão do fio exerce maior aperto, o que dá origem ao formato de sino. Uma pressão menor do que a aconselhável poderá facilitar a formação do defeito. É quase impossível evitar que as partes centrais das embalagens não sejam ligeiramente cintadas.

• Formação de cantos duros: Durante o enrolamento, o fio volta sempre dos extremos do curso da embalagem. Este fato, face a sua freqüência, torna muito compactos e duros os cantos das embalagens. Esses cantos duros vão dificultar, no caso de embalagens para tingimento, a passagem dos banhos. Para minimizar a

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formação dos cantos duros, principalmente no caso das embalagens destinadas ao tingimento, os fabricantes de máquinas desenvolveram um curso mecânico que diminui a sua dureza. Para tanto, eles providenciaram um meio de dar movimento lateral a cada tambor acionador (movimento de vaivém) de, no máximo 5mm de amplitude. Tal movimento também poderia ser dado as embalagens. Com isto, os fios terão uma faixa de 5mm de largura, ao término de cada curso, no extremo da embalagem. Assim sendo, os fios não voltarão mais de uma mesma linha, mais de uma faixa de 5mm de largura, diminuindo muito a concentração de pontos que endurecem os cantos da embalagem.

Ilustração 12 - Movimento vaivém da bobina

Rupturas excessivas • A tensão excessiva no enrolamento: A tensão ideal é de 15% da resistência do

fio à ruptura. • Má orientação da embalagem alimentadora: Isto poderá provocar picos de

tensão, que ultrapassam os limites de resistência do fio. Quando não rompem, provocam o deslizamento das fibras na estrutura do fio, formando outros pontos fracos, origem de futuras quebras.

• Ajustagem errada das navalhas expurgadoras ou dos purgadores eletrônicos: Recomendam-se para a limpeza dos fios, ajustar o expurgador com as seguintes aberturas:

• Fios cardados: duas vezes o diâmetro do fio; • Fios penteados: uma vez e meia o diâmetro do fio.

A quantidade de limpeza a ser feita no fio depende do tecido a ser produzido. Verificar

para a ajustagem dos purgadores as orientações no catálogo do fabricante da bobinadeira.

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1.14 Comprimento de fio na bobina O comprimento de fio na bobina depende de fatores como: • Dureza da bobina (pressão de encostamento, número de espiras por curso,

tensão); • Diâmetro da bobina; • Diâmetro do núcleo; • Tamanho do curso. Para determinar o comprimento de fio enrolado em uma bobina utiliza-se a seguinte

fórmula:

Para sistemas indiretos de titulação: Kp . t

C =

Para sistemas diretos de titulação: T

p . k C =

Onde: • C = comprimento; • K = constante; • T = título; • P = peso. Exemplo: Qual o comprimento de fio enrolado numa roca de fio Ne 16/1, que pesou

2.180g?

m6,118.590,59.2180 16

C ==