FIC - Costureiro de Máquina Reta e Overlock 2020

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GOVERNO DE GOIÁS Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação Subsecretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação Superintendência de Capacitação e Formação Tecnológica FIC - Costureiro de Máquina Reta e Overlock 2020

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GOVERNO DE GOIÁSSecretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação

Subsecretaria de Ciência, Tecnologia e InovaçãoSuperintendência de Capacitação e Formação Tecnológica

FIC - Costureiro de MáquinaReta e Overlock

2020

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Costureiro de MáquinaReta e Overlock

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Referências para Oferta de Cursos na Modalidade a

Distância no Âmbito da Rede Itego

Governador do Estado de GoiásRonaldo Ramos Caiado

Secretário Interino e Subsecretário de Ciência e Tecnologia e InovaçãoMárcio César Pereira

Superintendente de Capacitação e Formação TecnológicaJosé Teodoro Coelho

Gerência e Gestão da Rede de ITEGOsMychelly Ferreira Carlos Simões

Coordenadora Geral do PronatecLudmilla Alves Danas Gonçalves

Supervisão Pedagógica e EaDMaria Dorcila Alencastro Santana

Tânia Mara Lopes Ribeiro

Professor ConteudistaRobson de Almeida Vilela

Projeto GráficoMaykell Guimarães

DesignerAndressa Cruvinel

Revisão da Língua Portuguesa Denise Candini de Brito

Banco de Imagens http://freepik.com

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Lista de Ícones

FIQUE ATENTO A exclamação marca tudo

aquilo a que você deve estar atento. São assuntos que causam dúvida, por isso

exigem atenção redobrada.

CONTEÚDO INTERATIVO

Este ícone indica funções interativas, como

hiperlinks e páginas com hipertexto.

DICAS Este baú é a indicação de onde você pode achar informações importantes na construção e no aprofundamento do seu

conhecimento. Aproveite, destaque, memorize e utilize essas dicas para

facilitar os seus estudos e a sua vida.

VAMOS REFLETIR Este quebra-cabeças indica o

momento em que você pode e deve exercitar todo seu potencial.

Neste espaço, você encontrará reflexões e desafios que tornarão

ainda mais estimulante o seu processo de aprendizagem.

VAMOS RELEMBRAR Esta folha do bloquinho

autoadesivo marca aquilo que devemos lembrar e faz uma

recapitulação dos assuntos mais importantes.

MÍDIAS INTEGRADAS Aqui você encontra dicas para enriquecer os seus conhecimentos na área,

por meio de vídeos, filmes, podcasts e outras

referências externas.

VOCABULÁRIOO dicionário sempre nos ajuda a

compreender melhor o significado das palavras, mas aqui resolvemos

dar uma forcinha para você e trouxemos, para dentro da apostila, as definições mais importantes na construção do seu conhecimento.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEMEste é o momento

de praticar seus conhecimentos.

Responda as atividades e finalize

seus estudos.

SAIBA MAIS Aqui você encontrará

informações interessantes e curiosidades.

Conhecimento nunca é demais, não é mesmo?

HIPERLINKSAs palavras grifadas em amarelo levam você a referências

externas, como forma de aprofundar um

tópico.

Hiperlinks de texto

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Apresentação

Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o

profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Neste contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (SEDI) visam a garantir o desenvolvimento dessas competências.

Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética; Desenvolvimento Educacional e Social; Gestão e Negócios; Informação e Comunicação; Infraestrutura; Produção Alimentícia; Produção Artística e Cultural e Design; Produção Industrial; Recursos Naturais; Segurança; Turismo; Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e promoção do empreendedorismo.

Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender.

Bom curso a todos!Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (SEDI).

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SumárioLista de Ícones 5

Sumário 6

Apresentação 7

Costureiro de Máquina Reta e Overlock 81. Qualidade 92. Segurança do trabalho 123. Meio Ambiente e Sustentabilidade 184. Máquina reta X Máquina Overlock 195. Tecnologia da Costura 246. Tipos de Costura 287. Características das Costuras 298. Tipos de Tecidos 329. Índice de eficiência 3410. Técnicas de controle de qualidade 3411. Exemplos práticos com máquinas de costura 35

Referências 40

Conteúdo InterativoEsta apostila foi construída com recursos que possibilitam a interatividade, tais como hiperlinks e páginas com hipertexto.

Pré-requisitos:

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Costureiro de Máquina Reta e Overlock

Prezado (a) estudante, antes do início de nossos trabalhos na longa caminhada rumo ao permanente processo de qualificação profissional, eu o cumprimento e parabenizo, por sua decisão de buscar o conhecimento através da formação inicial e continuada. O seguinte material é oriundo de uma extensa compilação de textos técnicos, literaturas específicas, atualização de normas e opiniões e comentários de profissionais da área de costura comercial e industrial, além de outras áreas do conhecimento relacionadas ao cotidiano do futuro (a) profissional.

Aos que desejarem dar continuidade ao processo de qualificação profissional pós-curso, estarão disponibilizados no final da apostila, diversos links, manuais, blogs, além de toda a literatura utilizada na construção da mesma, para que você possa desfrutar e se familiarizar com conceitos e novidades no universo da costura e possíveis futuras tendências.

Eu lhe desejo ótimos estudos e muito sucesso em sua carreira!!!

Prof° Robson de Almeida Vilela, 2017.

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1 – QualidadeA execução de trabalhos técnicos sempre será guiada por parâmetros e referências vinculadas a normas e

resoluções práticas. Dentro desse contexto, torna-se imprescindível a aplicação de ferramentas de qualidade e produtividade dentro dos ambientes de trabalho, pois esses tipos de práticas podem acarretar benefícios diretos como: redução de tempo de produção, diminuição de desperdícios e menores impactos socioambientais. Obviamente, apenas a execução dessas ferramentas não gerará automaticamente todos os esses benefícios citados, porém existem muitos casos de sucesso, em que a disciplina e um bom sistema de gerenciamento paralelo, levam ao cumprimento de metas e enxugamentos de custos. Vamos estudar, a partir de agora, os preceitos básicos, o histórico e a aplicação dos sistemas de qualidade.

1.1 – Definições de qualidadeSegundo Guerreiro (2012), qualidade é um termo que pode ter significados diferentes para pessoas distintas.

Se vocês perguntarem o que significa qualidade para seus amigos, ou colegas de trabalho, perceberão que cada um traz consigo uma definição sobre o termo. Porém, apesar de ser um conceito já assimilado, seus métodos e ferramentas específicas não são plenamente conhecidos. Caso contrário, os problemas relatados, anteriormente, não seriam recorrentes, principalmente nas empresas.

Ao longo dos anos, grandes autores que analisaram o conceito de qualidade nos apresentaram definições que retratam seu ponto de vista sobre o tema. Para William Edwards Deming (1900 – 1993), qualidade é melhoria contínua. Para Philip Crosby (1926 – 2001), qualidade é conformidade com os requisitos. Para Joseph M. Duran (1904 – 2008), qualidade é adequação ao uso. E existem ainda outros grandes autores, como Kaoru Ishikawa (1915 – 1989), Walter Shewhart (1891 – 1967) e Armand Feigenbaun (1922 – 2014). Falaremos sobre eles a partir dos métodos e ferramentas que desenvolveram, à medida que avancemos na disciplina.

SAIBA MAIS

Várias pessoas deram e ainda dão imensas contribuições quanto à aplicação e disseminação da qualidade como prática corporativa, são os chamados “gurus

da qualidade”. Acesse abaixo o link, com uma biografia do perfil de cada um dos grandes contribuintes através do tempo:

http://falandodequalidade.net/Gurus%20da%20Qualidade%20Mundial%20PageView.pdf

A ISO 9000:2000, que trata dos fundamentos e vocabulários utilizados na ISO 9001:2008, define qualidade como “grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos”. Segundo a norma, característica é uma propriedade diferenciadora do produto, seja ele um produto físico ou um serviço. As características podem ser: físicas (as medidas de um móvel), sensoriais (o cheiro do produto, o som que emite), comportamentais (a cortesia no atendimento, a atenção prestada), temporais (a pontualidade, o atendimento no horário marcado), ergonômicas (o conforto de uma poltrona de escritório), ou ainda, funcionais (a velocidade de um processador).

Essas características inerentes próprias do produto são confrontadas com os requisitos exigidos por aqueles que o adquirem, os clientes. Segundo a ISO 9000:2000, um requisito é uma necessidade ou expectativa, que pode ser expressa de forma implícita ou obrigatória. Estes requisitos podem ser estabelecidos por norma técnica, por exemplo, requisitos que determinam a segurança de um brinquedo: a faixa etária indicada para sua utilização; ou, diretamente pelo cliente, uma empresa que fornece peças para outra. Quanto mais características de um produto específico atendem a determinados requisitos, mais qualidade terá o produto.

Ao longo dos anos, a qualidade do produto foi sendo definida a partir de determinados padrões e passou a ser importante para as empresas com o advento da produção em massa (revolução industrial).

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SAIBA MAISAssista ao documentário no link abaixo, para saber maiores informações sobre

o que foi a primeira revolução industrial:https://www.youtube.com/watch?v=2GXlVeT5--o

No início da industrialização, anos 20, a qualidade era determinada através da inspeção do produto final. E, por ser inspecionado somente o produto pronto, não havia preocupação com o processo de produção, nem com a prevenção de defeitos.

A partir dos anos 40, em decorrência, principalmente, do fim da 2º Guerra Mundial e da expansão do comércio, o processo passou a ser inspecionado também: inicia-se a era do Controle Estatístico do Processo – CEP. A estatística é utilizada como uma ferramenta de controle da qualidade e a inspeção é por amostragem (alguns produtos são retirados em momentos determinados). Ou seja, além da inspeção do produto pronto, a inspeção vai sendo realizada ao longo do processo de produção.

A partir dos anos 50, com a intensificação do comércio internacional de produtos, tornou-se necessária a adoção de padrões técnicos para produção, foi a era da garantia da qualidade. É nesta época que surge a organização IOS - International Organization for Standardization. Podemos traduzir este nome para “Organização Internacional para Padronização”. O termo IOS vem do grego ISOS que quer dizer igual, e remete ao objetivo principal da organização: promover a padronização de procedimentos (LUCINDA, 2010).

A partir dos anos 80, temos o foco na gestão da qualidade total: a qualidade será obtida, somente a partir da mobilização de toda a empresa. A intensificação do comércio, em função da globalização, expõe as empresas a um nível de competição ainda mais alto. Para tanto, faz-se necessário o envolvimento de todos, da alta administração ao pessoal da linha de produção, de gerentes a fornecedores, agindo na prevenção de qualquer tipo de problema. Esses problemas que, com certeza, não são de responsabilidade de uma única pessoa na empresa.

Para concluir, é importante destacar que todas essas eras ou visões a respeito do que é produzir com qualidade, são utilizadas hoje nas empresas simultaneamente. As estratégias de implantação de qualquer programa de qualidade pressupõem o envolvimento de todos na empresa, muitas vezes, alcançado através do trabalho em equipe (os chamados times da qualidade). São utilizadas, também, ferramentas estatísticas para o controle da qualidade no processo, e ainda são inspecionadas amostras de produtos acabados.

pixabay.comRegião Industrial: Usina

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1.2 – Métodos e ferramentas para a qualidadeImplantar a gestão da qualidade na empresa perpassa a adoção de ferramentas e métodos específicos.

Vocês já devem ter ouvido falar de vários instrumentos descritos no sumário das nossas aulas, ainda que não conheçam detalhadamente seus significados. Digo isso, pois a cultura da qualidade vem sendo disseminada no país há algum tempo, mas a sua real implantação nas empresas requer planejamento e, principalmente, treinamentos específicos e sensibilização. Falaremos mais sobre a implantação da filosofia da qualidade (planejamento, treinamentos, sensibilização, etc.) a partir do estudo dos métodos PDCA e MASP.

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VOCABULÁRIOPerpassa: Passar junto ou ao longo de. Passar além de. Fazer correr ou roçar.

Mover repetidamente através ou ao longo de.

Agora, vamos diferenciar métodos de ferramentas. Segundo Seleme e Stadler (2008), método é a sequência lógica empregada para atingir determinado objetivo (aquilo que pretendemos realizar), enquanto as ferramentas são os recursos utilizados no método.

Para simplificar, pensem na construção de uma parede. A sequência lógica é o conjunto de passos a seguir: determinar a posição da parede (local), preparar a argamassa, esticar a linha para manter o alinhamento, e assentar os tijolos, seguindo o alinhamento e verificando o prumo.

As ferramentas contemplam as técnicas desenvolvidas pelos funcionários (seja por treinamento específico ou pela própria experiência) e os instrumentos de trabalho (colher de pedreiro, trena, fio de prumo, nível...), na construção da parede.

A diferença é que, na gestão da qualidade, vamos trabalhar com métodos e ferramentas de gestão (como o próprio nome diz). Ou seja, não são instrumentos palpáveis, físicos, mas sim técnicas gerenciais para organização do trabalho de todas as pessoas envolvidas.

Dentre todas as ferramentas de gestão da qualidade que vocês já ouviram falar, ou ainda conhecerão, sete são consideradas essenciais: diagrama de Pareto, diagrama de causa e efeito, histogramas, folhas de verificação, cartas de controle, gráficos de dispersão e fluxogramas. Não se deve pensar que o conjunto de ferramentas se esgota com estas sete, vamos ver outras ao longo do curso, e existem, ainda, outras tantas.

Tabela 1 – Principais ferramentas de qualidade

Vocês podem perceber que algumas destas ferramentas são ligadas à estatística e, portanto, exigem cálculos na sua elaboração. São elas: diagrama de Pareto, histogramas, gráficos de dispersão e cartas de controle. As outras: os fluxogramas, o diagrama de causa e efeito e as folhas de verificação são mais simples e bastante intuitivas.

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É importante destacar que estas ferramentas foram criadas não para uso isolado, mas para serem combinadas. Juntas, elas permitirão mapear processos, identificar os defeitos em produtos e serviços, rastrear as suas causas e corrigi-las. A partir da compreensão de cada uma, vocês conseguirão definir qual a melhor combinação a ser utilizada na sua empresa para a correta identificação das causas e solução de determinado problema que afeta a qualidade.

2 – Segurança do trabalhoO ser humano, ao longo da história, precisou lutar por sua sobrevivência. Sabemos que o homem primitivo

precisava caçar ou coletar seus alimentos para preservar sua vida. Em razão disso, uma das maneiras que ele encontrou para sobreviver foi por meio do trabalho. Contudo, as atividades de caça e coleta de alimentos submetiam a saúde do ser humano a diversas ameaças. E é sobre isso que vamos tratar neste módulo. Para entender qual o motivo de nossa sociedade ter estabelecido normas de segurança do trabalho, precisamos entender como a evolução da humanidade alterou as relações sociais de trabalho. De uma forma simples, podemos dizer que a sociedade se organizou em grupos, nos quais alguns se tornaram detentores da riqueza, outros se tornaram pensantes e os demais se tornaram executores das atividades.

Ao longo dos séculos, a estrutura organizacional da população se alterou, ou seja, alguns executores se tornaram pensantes, enquanto alguns pensantes se tornaram detentores da riqueza, e vice-versa. Assim, observamos que a história comprova a alteração das relações de trabalho.

No nomadismo (prática dos povos sem habitação fixa), por exemplo, determinava-se um líder para cada tribo; no feudalismo havia a relação entre servo e senhor feudal; durante a revolução industrial, estabelecia-se a relação entre os operários e os donos de fábrica; e nos tempos atuais, existe a relação de empregado e empregador, em diversos segmentos. Podemos perceber que, ao longo dos tempos, alguns tiveram sua saúde mais ameaçada pelo trabalho do que outros. Antigamente, tal fato se dava apenas pela posição social do indivíduo, em relação às necessidades de trabalho, para manutenção de sua vida. Em outras palavras, os mais pobres deveriam enfrentar maiores jornadas de trabalho e atividades que degradavam mais a saúde.

A primeira revolução industrial trouxe consigo a máquina a vapor. Na época, as jornadas de trabalho ultrapassavam 12 horas diárias, crianças podiam operar as máquinas a vapor e não havia preocupação com a segurança do ambiente de trabalho. Tais condições impunham aos trabalhadores constantes ameaças à sua saúde e segurança. Enquanto alguns trabalhavam em condições sub-humanas, outros assumiam posições de comando e conforto, mantendo a sua saúde perfeita em relação ao seu trabalho. A mudança dos processos produtivos e sociais fez o quadro laboral (relativo a trabalho) se alterar com o passar dos anos. Os governos passaram a ter obrigações previdenciárias, e os empregadores passaram a perceber que o bem-estar do trabalhador elevava sua produtividade. Diante da necessidade de manutenção da saúde do trabalhador, surgiram as funções de médico do trabalho, engenheiro do trabalho, técnico de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, entre outras funções que visam promover a saúde e o bem-estar do empregado.

Como o Brasil é um país ainda em desenvolvimento, as pequenas e médias empresas ainda apresentam resistência quanto à relação entre o bem-estar do trabalhador e sua produtividade. Mas grandes grupos já enxergam o bem-estar do trabalhador como ferramenta de melhoria dos processos produtivos. Concomitante à evolução da questão produtiva, surgiu uma demanda legal e previdenciária no Brasil.

A previdência social passou a arcar com muitas aposentadorias por acidente e doenças laborais. Nesse sentido, o governo direcionou seus esforços para resolver essa questão. Assim, foram instituídas leis que regulamentam as atividades, com o objetivo de reduzir os acidentes e as doenças relacionadas ao trabalho e, consequentemente, diminuir o número de pensões e aposentadorias a se pagar aos trabalhadores (BELLUSCI, 2010).

As mudanças no quadro econômico, político e social da humanidade trouxeram avanços nas questões de segurança do trabalho. Porém, os riscos ainda existem e é necessário que os trabalhadores os enfrentem. Os que realizam trabalhos intelectuais não estão diretamente expostos ao risco, mas os que realmente executam

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trabalhos físicos ainda vivem em eminente ameaça. Como já explicamos, o trabalho traz consigo o risco, sendo assim, cada atividade deve ser avaliada de forma única. Somente assim, é possível determinar o risco existente e dimensionar a melhor forma de garantir a saúde do trabalhador.

2.1 – Acidente de trabalho

O artigo 19 da Lei nº 8.213/91 dispõe que acidente de trabalho “é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados [...], provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” (BRASIL, 1991). Todo evento que, em função do trabalho, provoca lesão corporal ou perturbação funcional é caracterizado como acidente de trabalho. Nesse sentido, podemos classificar o acidente de trabalho como:

• Típico: aquele que ocorre durante a atividade laboral.• De trajeto: aquele que ocorre no deslocamento de casa para a empresa ou da empresa para casa,

desde que o colaborador esteja em sua rota normal e no horário em que o trajeto deve acontecer.A doença relacionada ao trabalho também pode caracterizar um acidente típico de trabalho, mas o caso

deve ser avaliado por um profissional da área. Acidente traz consigo despesas e danos à saúde do trabalhador. Em razão disso, ele pode requerer auxílio-doença, auxílio-acidente e indenizações. O valor, a ordem e a classe das despesas e dos auxílios dependerão do comportamento da empresa e do trabalhador, perante a legislação. A avaliação desse comportamento normalmente será feita pelo Ministério do Trabalho e pela previdência social, para fins indenizatórios ou de benefícios previdenciários.

Como o acidente pode gerar danos ao trabalhador, as consequências desses danos devem ser avaliadas. Dependendo da lesão, o funcionário poderá sofrer afastamento. Assim sendo, o trabalhador, sempre que sofrer um acidente, deve ser avaliado por um profissional da saúde.

2.2 – Normas regulamentadoras (NR).A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a

legislação que determina as diretrizes trabalhistas no Brasil. Seu conteúdo determina os direitos e deveres do empregado e dos empregadores nas relações de trabalho com carteira.

pixabay.comSegurança no trabalho

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Com base na CLT, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) criou as Normas Regulamentadoras (NR). As NR trazem em seu conteúdo as obrigações dos empregados e empregadores em relação à saúde, segurança e meio ambiente. À medida que o mercado de trabalho demonstra necessidades específicas de proteção aos trabalhadores, o MTE elabora e divulga normas que devem ser obedecidas. Até o momento, foram divulgadas 36 NR, sendo elas:

NR 1 - Disposições GeraisNR 2 - Inspeção PréviaNR 3 - Embargo ou InterdiçãoNR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do TrabalhoNR 5 - Comissão Interna de Prevenção de AcidentesNR 6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI

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NR 7 - Programas de Controle Médico de Saúde OcupacionalNR 8 - EdificaçõesNR 9 - Programas de Prevenção de Riscos AmbientaisNR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em EletricidadeNR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de MateriaisNR 12 - Máquinas e EquipamentosNR 13 - Caldeiras e Vasos de PressãoNR 14 - FornosNR 15 - Atividades e Operações InsalubresNR 16 - Atividades e Operações PerigosasNR 17 - ErgonomiaNR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da ConstruçãoNR 19 - ExplosivosNR 20 - Líquidos Combustíveis e InflamáveisNR 21 - Trabalho a Céu AbertoNR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na MineraçãoNR 23 - Proteção Contra IncêndiosNR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de TrabalhoNR 25 - Resíduos IndustriaisNR 26 - Sinalização de SegurançaNR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTBNR 28 - Fiscalização e PenalidadesNR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho PortuárioNR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho AquaviárioNR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e AquiculturaNR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de SaúdeNR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços ConfinadosNR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação NavalNR 35 - Trabalho em AlturaNR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados

Em destaque, estão as normas regulamentadoras que podem abranger o trabalho do (a) profissional de costura, estudaremos em detalhes cada uma:

NR 1 – Disposições Gerais

Essa norma traz as primeiras medidas a serem adotadas na relação de trabalho. O empregador deve dar um treinamento admissional ao empregado, com carga horária mínima de seis horas, em que serão descritas a atividade da empresa, suas regras e algumas medidas de segurança. Posteriormente, o empregado deverá assinar um documento no qual reconheça que recebeu o treinamento, tendo ciência dos seus direitos e deveres na relação de trabalho (BRASIL, 2009).

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VAMOS REFLETIRÉ importante que o profissional, independente do vínculo que tenha com a empresa

ou organização, temporário ou permanente, saiba de todos os seus direitos legais sobre o exercício de suas atividades. Ele também deve estar atento aos eventuais descumprimentos de normas e contratos previamente acordados.

NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual

Os Equipamentos de Uso Individual (EPI) são regulamentados pela NR 6, do Ministério do Trabalho e Emprego, que considera EPI como “todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e saúde no trabalho” (BRASIL, 2015a).

Alguns exemplos de EPI: jalecos, luvas látex, luvas térmicas, luvas de aço, luvas plásticas descartáveis, botas, toucas, máscaras. São equipamentos usados nas mais diversas aplicações, sendo que seu uso deverá ser exigido durante todo o período de trabalho.

Quando falamos de riscos e perigos, pedimos a você para imaginar um ruído constante no seu ambiente de trabalho. Diante dessa condição, existem duas opções: eliminar ou controlar o risco. Quando falamos em controlar o risco, decidimos utilizar um equipamento que protegesse o trabalhador. Esse equipamento é de uso individual, por questões de higiene, guarda e preservação. Todo dispositivo ou produto, de uso individual do trabalhador, destinado à sua proteção, é um EPI. Assim, no nosso exemplo, você estaria utilizando um EPI para proteger seu aparelho auditivo.

O empregador deve fornecer, gratuitamente, o EPI de acordo com o risco, dar treinamento sobre o uso adequado e fiscalizar a utilização por parte dos funcionários, providenciar sua troca quando estiver danificado ou com o CA vencido e registrar o seu fornecimento.

Já o empregado deve utilizá-lo apenas para a sua finalidade específica, responsabilizar-se pela sua guarda e conservação, comunicar ao empregador se o EPI estiver danificado ou impróprio para o uso e cumprir as demais determinações do empregador quanto ao uso do equipamento.

VOCABULÁRIO

CA: Certificado de Aprovação de Equipamento de proteção individual, que deve e pode ser consultado, no site do Ministério do Trabalho e Emprego, através do

link: http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx

pixabay.comConjunto de EPI’s

3pixabay.com

Conjunto de epi’s básicos4

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Algumas atividades possuem diversos riscos e, por isso, exigem o uso de diversos EPI para a proteção do trabalhador. A figura 5 apresenta pessoas, executando um trabalho em altura, no qual existe o risco de queda, além de riscos como projeção de partículas nos olhos, queda de algum objeto de nível superior, entre outros. Assim, a atividade exige um conjunto de EPI para controlar os diversos riscos.

pixabay.comTrabalho em altura

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NR 17 – Ergonomia

A palavra ergonomia tem origem grega, em que ergon significa “trabalho” e nomos, “normas”. De tal modo, o objetivo da ergonomia é adaptar o trabalho ao homem, e não o contrário. A NR 17 (BRASIL, 2007) regulamenta essas condições de trabalho.

Na década de 1990, 80% das concessões de auxílio acidente eram concedidas por Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho (DORT). Assim, Previdência Social e Ministério do Trabalho passaram a intensificar a fiscalização, realizar campanhas de conscientização e a punir as empresas que apresentavam os maiores indicadores dessa doença. O objetivo era reverter o quadro, para diminuir o número de pessoas que requeriam auxílio-acidente, auxílio-doença e aposentadorias (BELLUSCI, 2010).

A partir do momento em que a Previdência Social e o Ministério do Trabalho passaram a cobrar das empresas uma preocupação com a ergonomia, as mudanças passaram a surgir. Nos últimos 15 anos, questões como levantamento máximo de peso, postura no ambiente de trabalho, ritmo de trabalho, ginásticas laborais, entre outras, mostram-se em crescimento no país. Essas questões fazem parte da saúde do trabalhador, mas alguns empregadores e empregados ainda não dão a devida atenção a elas.

shutterstock.comPostura ergonômica em escritório

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shutterstock.comEfeitos de má postura

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FIQUE ATENTOAlém do que foi citado em cada uma das normas que acabamos de estudar. É

fundamental, que o profissional esteja atento às atualizações e revisões das mesmas, para tanto deverá acessar com frequência o link abaixo para conferir:

http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras

- Posição de trabalho sentado:Manter a cabeça e a parte superior das espáduas

levemente inclinada para frente;Ocupar o máximo do assento da cadeira;Regular a altura da cadeira, a distância e altura do

encosto de acordo com a estatura do operador;Ajustar a altura da máquina e posição da joelheira

de acordo com as características físicas do operador;Os braços devem ficar na altura da máquina e as

mãos devem apenas guiar o material, prendê-lo ou arrastá-lo.

Apostila Costura Industrial – Senai – MG, 2007.8

Observação: Embora a postura ligeiramente inclinada para a frente seja mais natural e menos fatigante que a ereta, vale lembrar que não se deve manter a nuca curvada, pois essa postura provoca no operador (a) uma série de tensionamentos em suas estruturas musculares de braços, nuca e costas.

O mobiliário ergonômico é a base para o bem-estar e produtividade no ambiente de trabalho. O operador, (a) estando na posição correta para o trabalho, não terá dificuldade para movimentar os braços e os pés, terá facilidade para acionar o pedal, para controlar a velocidade da máquina e o joelho direito estará na posição para acionar a joelheira quando necessário. O corpo na posição correta, evitará:

• Cansaço prematuro;• Desvio na coluna;• Problemas respiratórios;Além da posição de sentar-se, outros dois aspectos são de grande importância para a segurança no trabalho:- Calçados: Existem calçados que ajudam na segurança e facilitam o controle do pedal da máquina. Sendo

que os recomendados devem ser: fechados, saltos baixos, cano curto e sola flexível, conforme figura abaixo.

pixabay.comTipos de calçados recomendados

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3 Meio ambiente e sustentabilidade

Por que estudar o meio ambiente? Porque isso não pode mais ser encarado apenas como lição para entreter crianças. Falar sobre esse tema vai muito além de contar histórias sobre bichos e árvores e pedir para que elas façam desenhos, redações etc. O meio ambiente é muito importante para ser negligenciado e relegado apenas à visão romântica. Todos os processos produtivos conhecidos têm como fonte de matéria-prima a natureza, desde os processos considerados mais simples, como produção de bolos, até os processos das grandes indústrias. Nesse sentido, é importante que os trabalhadores das mais diferentes áreas tenham a oportunidade de estudar a questão ambiental.

Até meados da década de 1970, a poluição industrial era vista como sinal de progresso, por isso, era muito bem-vinda para muitos políticos e cidadãos em geral.

Na época, não se levava em conta o aspecto ambiental. Nos tempos atuais, há uma necessidade de mudança de pensamento por parte de quem produz e principalmente de quem compra, pois nós, consumidores, somos o termômetro do mercado, e as empresas, sejam elas pequenas ou gigantes, buscam agradar os clientes.

pixabay.comMeio ambiente

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3.1 – Desenvolvimento sustentável

Conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental nunca foi tarefa simples. Durante anos, o primeiro fator passou por cima do segundo, pois prevalecia a ideia de que acima de tudo era necessário produzir bens de consumo, visto que a população não para de crescer. Porém, tornou-se necessário discutir essa relação e ir além, pois o desenvolvimento sustentável abrange ainda os setores políticos, sociais e culturais Contudo, antes de mais nada, vamos ver do que se trata exatamente o termo desenvolvimento sustentável?

O conceito mais difundido de desenvolvimento sustentável, apresentado no Relatório Brundtland, fala do “desenvolvimento que satisfaz a necessidade do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades” (COMISSÃO Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1991, p. 9).

O que extraímos desse conceito? Nós, geração atual, temos o direito de produzir de maneira a satisfazer as nossas necessidades, porém de modo tal que não impeçamos as gerações futuras de fazer o mesmo, o que significa dizer que não podemos explorar os recursos naturais de maneira predatória e irresponsável até que eles acabem.

MÍDIAS INTEGRADAS

Acesse, no link abaixo, o site do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), nele estão contidos dados atualizados e projeções futuras quanto aos impactos da atividade humana no meio ambiente

http://web.unep.org/pnuma-no-brasil

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Dentro ainda desse contexto, chegamos à ideia de qualidade de vida, porém o que isso quer dizer nos dias de hoje? Para muitas pessoas, qualidade de vida é ter condições de comprar tudo o que desejam, para outras é simplesmente estar bem. Então, assim como comentamos anteriormente em relação às necessidades humanas, o conceito de qualidade de vida é variável, não existindo um modelo pronto e aplicável a todas as pessoas. Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.

A viabilidade do desenvolvimento sustentável está alicerçada no tripé: setor governamental, setor empresarial e sociedade civil. Cabe ao setor governamental propor leis que favoreçam as empresas e criar mecanismos que estimulem o setor empresarial a investir em sustentabilidade. Os empresários devem expandir sua visão de negócio e propor modelos de produção menos agressivos ao meio ambiente. Por fim, a sociedade civil deve rever suas necessidades, dando preferência a produtos e serviços que tenham o selo de ambientalmente correto. Ainda em relação à sociedade civil, como vimos anteriormente, é necessária a expansão do ensino de educação ambiental, para que isso passe a ser um assunto ao alcance de todos.

Segundo Sachs (1993 apud BARBOSA, 2008, p. 8), são cinco os pilares de sustentação do desenvolvimento sustentável:

• Sustentabilidade ecológica – refere-se à base física do processo de crescimento e tem como objetivo a manutenção de estoques dos recursos naturais, incorporados às atividades produtivas;

• Sustentabilidade ambiental – refere-se à manutenção da capacidade de sustentação dos ecossistemas, o que implica a capacidade de absorção e recomposição dos ecossistemas em face das agressões antrópicas;

• Sustentabilidade política – refere-se ao processo de construção da cidadania para garantir a incorporação plena dos indivíduos ao processo de desenvolvimento;

• Sustentabilidade social – refere-se ao desenvolvimento e tem por objetivo a melhoria da qualidade de vida da população. Para o caso de países com problemas de desigualdade e de inclusão social, implica a adoção de políticas distributivas e a universalização de atendimento a questões como saúde, educação, habitação e seguridade social;

• Sustentabilidade econômica – refere-se a uma gestão eficiente dos recursos em geral e caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento público e privado.

pixabay.comPlaneta sustentável

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4 – Máquina reta x Máquina overlock

4.1 – Máquina retaA máquina de costura do tipo reta, tem vários componentes individuais, vamos conhecer cada um deles

abaixo:• Cabeçote – é a parte superior da máquina, constituída de várias peças;• Mesa – é a parte no qual está assentado o cabeçote, é de madeira recoberta com fórmica, sendo seus

pés de metal, é uma parte complementar da máquina;

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Apostila Costura Industrial – Senai – MG, 2007.Máquina reta com componentes em destaque.

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Apostila Costura Industrial, Sena- MG, 2007.Cabeçote e suas partes numeradas

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• Motor – é um equipamento elétrico que serve para colocar a máquina em movimento, através da conversão da energia elétrica da rede em energia de movimento mecânico;

• Pedal – é a parte da máquina que está ligada ao motor pela barra de união. Aciona o motor, controla a velocidade, e para a máquina;

• Joelheira – levanta o calçador e solta a tensão da linha de cima. Deixa o operador com as mãos livres para o trabalho;

• Polia – abaixa e levanta a agulha, quando a máquina estiver parada;Abaixo, temos uma figura de máquina de costura reta, de ponto fixo, da classe 300, o tipo de ponto é o de

nº 301, com todos os componentes em destaque.

4.2 – Nomenclatura do cabeçote.

Legenda:

1 – Visor de fluxo de óleo: é uma peça de acrílico transparente que permite verificar se o sistema de lubrificação está funcionando;

2 – Transportador: é uma peça com dentes afilados que leva o tecido de um ponto feito para o próximo a ser feito;

3 – Calcador: segura o material durante a costura enquanto a agulha penetra no mesmo;4 – Barra do calcador: é uma peça cilíndrica que tem o calcador fixado em sua extremidade inferior;5 – Agulha: é uma peça cilíndrica que em sua extensão possui espessuras diferentes. É feita de aço temperado

e cromado, serve para conduzir a linha de um lado para o outro lado do material a ser costurado, possibilitando

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assim o entrelaçamento da linha superior com a linha inferior, formando o ponto;

6 – Barra da agulha: é uma peça cilíndrica que tem um orifício em sua extremidade inferior onde se encaixa a agulha. Um parafuso permite a fixação ou a remoção da agulha;

7 – Guias de linha: são todas as peças que levam a linha do porta-fios até a agulha;

8 – Esticador de linha: puxa a linha do cone, soltando uma quantidade suficiente para a formação da laçada puxando, em seguida, a linha da laçada para o ajuste do ponto;

9 – Regulador de tensão: conjunto de peças que controla o fornecimento de linhas para a agulha, dando a tensão necessária;

10 – Chapa da agulha: é uma chapa metálica com um orifício para passagem da agulha e abertura para os dentes do transportador. Sustenta o material que está sendo costurado;

11 – Chapa móvel: é uma chapa metálica que serve para visualizar o local onde se introduz a caixa de bobina;

12 – Regulamentador do comprimento do ponto: permite controlar o comprimento do ponto;

13 – Polia do volante: em conjunto com a polia do motor e através da correia recebe a força do motor, serve também para posicionar a agulha quando a máquina está parada;

14 – Alavanca de retrocesso: é uma peça que quando pressionada muda o sentido da costura.

Caixa de bobina:Guarda a bobina, deixando que a laçada da linha da agulha passe

em sua volta. Permite que a bobina desenrole a linha na hora certa, com a tensão certa.

Bobina:É a peça onde é enrolada a linha que alimenta a parte inferior do

ponto.

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Caixa de bobina:Guarda a bobina, deixando que a laçada da linha da agulha passe

em sua volta. Permite que a bobina desenrole a linha na hora certa, com a tensão certa.

4.3 – Máquina overlockA overlock é um tipo de máquina voltada para tecidos com elasticidade, os mais conhecidos como “malha”.

Por seu ponto ser flexível e entrelaçado, evita que a costura estoure quando o tecido é esticado. Além dessa função, ela faz o chuleado, que é o acabamento na lateral do tecido que evita dele ser desfiado.

4.3.1 – PontoO ponto da overlock pode ser classificado em vários

números: 502, 503, 504 e 505. O que diferencia um e outro é a forma do ponto, uns são mais juntinhos, outros mais abertos.

patriadacostura.blogspot.com.brExemplo de ponto em máquina overlock

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4.3.2 – Classe Assim como os pontos possuem uma classe, a máquina também possui a sua, a overlock é da classe 500, o

que faz ela ser identificada por isso por conta da sua função.

4.3.3 – Agulha O tipo de agulha para usar na overlock é a DC-27. Cada tipo de máquina possui uma referência nas agulhas,

e isso deve ser levado em consideração, pois, um único tipo de agulha nunca vai servir em todo o tipo de máquina, cada uma tem a sua.

4.3.4 – Tipos de máquina overlock

patriadacostura.blogspot.com.brOverlock doméstica

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patriadacostura.blogspot.com.brOverlock semi industrial

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4.3.5 – Componentes básicos de máquina overlockAbaixo, vamos ver em imagens, as partes de uma máquina overlock, em desenho e em imagens reais de

operação de trabalho:

patriadacostura.blogspot.com.brDesenho Máquina Overlock Ilustrado

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VAMOS REFLETIR

O futuro profissional deverá conhecer cada componente de sua máquina, pois a garantia e a qualidade no trabalho executado passam diretamente pelo manuseio correto das partes e respeito às condições normais de operação.

patriadacostura.blogspot.com.brPosto de trabalho de máquina overlock

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patriadacostura.blogspot.com.brOverlock com tampa aberta

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patriadacostura.blogspot.com.brOverlock com tampa fechada

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4.3.6 – Curiosidades sobre a máquina overlockVamos ver abaixo uma série de curiosidades sobre a máquina overlock, no que tange as suas nomenclaturas,

utilização e operação:• A overlock possui uma “faca” próximo a agulha, ao iniciar a costura, é feito o corte do tecido. Portanto,

os iniciantes devem ter bastante calma e praticar muito a costura na overlock, justamente por ela cortar ao mesmo tempo que costura;

• A overlock possui uma “prima”, o nome dela é interlock. A interlock trabalha com tecidos médios e pesados, e possui duas agulhas;

• A overlock possui dois pedais, um para costurar ao pisar e outro para levantar o pé calcador. Esses dois pedais agilizam muito na hora da costura.

5 – Tecnologia da costura

5.1 – Linhas para costuraDe acordo com Afonso (2007), existem vários tipos de materiais têxteis, conforme o tipo de fibra de

que são feitos: fibras naturais ou fibras artificais. Mas, para esses vários materiais têxteis que precisam ser confeccionados em vários tipos de máquinas de costura, só existem poucas fibras que apresentam as exigências requeridas pelas linhas. Assim, no setor de fibras naturais existem o algodão e a seda. No setor das fibras artificiais, existem as poliamidas, o poliéster e, além disso, uma mistura feita com núcleo de poliéster coberto com fio de algodão.

Quanto à forma de fabricação, distinguem-se os seguintes tipos de linha: - Linha simples; - Linha torcida.A linha simples resulta da fiação de fibras. A linha torcida resulta da torção de duas ou várias linhas simples.

A torção é um ponto chave que precisa ser observado no uso da linha.Existem dois tipos de torção:Torção direta, marcada pela letra “S”Torção esquerda, marcada pela letra “Z”

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As forças de atrito que atuam na linha durante a sua passagem pela máquina de costura também inserem alguma torção, predominantemente em um sentido. A máquina de ponto fixo, por exemplo, insere voltas de torção Z. Uma linha com retorção em Z adequada atinge o equilíbrio quando resiste à inserção adicional de voltas. A maioria das linhas para a máquina de costura utilizam retorção Em Z. Este tipo de linha é adequado a maioria das máquinas, havendo, porém, algumas exceções, como por exemplo: as máquinas de casear que utilizam linhas especiais com retorção em S.

5.2 – Titulagem da linhaOutro aspecto importante a considerar, quanto às linhas, é a sua numeração, que resulta da relação

comprimento-peso. As numerações mais usadas são o Número métrico (Nm), que indica o número de metros necessários para uma grama de peso.

Por exemplo:Nm 37, significa que 37 m = 1 g, O Denier (Td) que expressa a massa em gramas de 1000 metros de fio. O número métrico é de uso geral,

enquanto o denier e o tex é normalmente usado para linhas sintéticas e filamentos.

5.3 – Tipos de pontosA costura tem por finalidade unir diferentes componentes de uma peça de vestuário pela formação de uma

costura constituída por pontos. Outros métodos existem, tais como a utilização de ultrassons, a termocolagem, que tem importância limitada em confecção e se aplicam a materiais termoplásticos por ação do calor e da pressão.

Entre as técnicas de união mecânica, a costura mantém uma posição predominante devido a sua simplicidade, sofisticação e método de produção econômica, com uma elasticidade controlável. A classificação dos pontos encontra-se normatizada através da NBR 13483 (set/1995).

Os diferentes pontos são designados por um número com três algarismos. O algarismo das centenas corresponde a uma das seis classes de pontos.

Classe 100 – ponto corrente simplesClasse 200 – ponto feito à mão, originalmente.Classe 300 – ponto fixo.Classe 400 – ponto corrente de duas ou mais linhas.Classe 500 – ponto corrente de acabamento de bordasClasse 600 – ponto corrente de cobertura.

Dentro de cada classe, os pontos se distinguem pelos algarismos das dezenas e das unidades. Vamos aos detalhes de cada um desses pontos classificados pela NBR 13483:

Classe 100 – Ponto corrente simplesPonto formado a partir de uma ou mais linhas de agulha, caracterizado pelo entrelaçamento entre si. Este

ponto é geralmente utilizado para costurar temporariamente ou ponto invisível.

Ponto 101 – É formado por uma linha que entra no seu próprio laço.

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Classe 200 – Ponto feito à mão, originalmente.Estes pontos são formados por linhas que passam

isoladamente de um lado do material para outro em perfurações sucessivas da agulha. Tendo tido origem

manual, são hoje produzidos por máquinas. Quando se usa mais de uma linha,

cada uma delas entra no tecido no mesmo ponto de perfuração.

Ponto 201 – Ponto formado por duas linhas 1 e 2 que devem ser passadas através do material pela mesma perfuração, seguindo direções opostas, sem se entrelaçarem, conforme figura abaixo.

Ponto 202 – É formado por uma linha que atravessa o tecido e cujo processo de formação é o seguinte:

- A linha entra no tecido e sai dois pontos à frente;- Atrasa um ponto.

Ponto 204 – É formado por uma linha, conforme o esquema da figura abaixo.

Ponto 209 – É um tipo de alinhavo.

Classe 300 – Ponto fixoEstes pontos são formados por uma ou mais linhas

da agulha introduzidas de um lado do material que se entrelaçam com a linha da bobina do outro lado.

Ponto 301 – É formada por duas linhas, uma da agulha (1) e outra da bobina (a). O laço da linha (1) passa através do tecido e é entrelaçado pela linha (a). A linha (1) é depois

puxada para cima para fixar a costura.

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Ponto 304 - Este ponto é igual ao 301, com exceção de que os sucessivos pontos simples formam um desenho simétrico em ziguezague.

Ponto 309 - Ponto formado por três linhas: duas linhas da agulha (1) e (2) e uma linha da bobina (a). As laçadas das linhas (1) e (2) devem ser passadas através do material, vindas pelo lado da agulha, e entrelaçadas com a linha (a) no outro lado.

Classe 400 – Ponto corrente de duas ou mais linhas.Estes pontos diferenciam-se dos da classe 100 devido à existência de uma linha inferior extra, ou linha de

lançadeira (geralmente localizada na superfície inferior do material), sendo o material atravessado pela linha da agulha a fim de equilibrar o ponto.

Devido à sua geometria, o ponto de cadeia tipo 401 é mais resistente do que o ponto fixo do mesmo tipo, existindo ainda menor possibilidade de causar costuras franzidas . É possível utilizar tensões mais baixas, aumentando a elasticidade das costuras, sendo a produtividade mais elevada em relação ao ponto fixo devido ao fato de as linhas serem alimentadas diretamente de cones e grandes dimensões sem necessidade de parar frequentemente para a troca de bobina.

Ponto 401 – Ponto usado para unir duas ou mais peças de materiais, sempre que forem necessárias características de elasticidade e resistência. Deve ser usado em operações similares ao ponto 301, onde a maior elasticidade é requerida, e em coberturas longas onde se procura evitar a troca de bobina.

Classe 500 – Ponto corrente de acabamento de bordas – overlockEstes pontos são formados por uma ou mais linhas da agulha e /ou lançadeira, devendo pelo menos uma

das linhas circundar a borda do material a ser costurado. Existem muitas variedades nesta classe, incorporando de uma a quatro linhas. Estes pontos são geralmente utilizados para dar acabamento na borda de uma folha de material ou para unir e dar acabamento na borda de duas folhas em uma mesma operação, especialmente em malhas, uma vez que esta classe de pontos possui excelentes propriedades elásticas quando se utilizam linhas apropriadas. A linha da agulha é responsável pela resistência, enquanto que as linhas das lançadeiras são escolhidas de modo a melhorar a aparência e maciez.

Ponto 504 – É formado por três linhas: uma linha da agulha (1), outra do looper inferior (b) e outra do looper superior (a). As linhas dos loopers entrelaçam-se no meio da espessura do material.

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Classe 600 – Ponto corrente de coberturaOs pontos desta classe utilizam entre duas e quatro

linhas de agulha, uma linha de lançadeira inferior e uma ou duas linhas de lançadeira superior ou linhas de cobertura. Todos estes pontos são altamente elásticos e produzem costuras planas e resistentes.

Ponto 602 - Este tipo de ponto é formado por quatro linhas: duas linhas da agulha (1) e (2), uma linha do looper inferior (a) e uma linha de cobertura (Z).

6 – Tipos de costuraUma costura pode ser definida como uma sequência de pontos destinada a fazer a união de duas ou mais

partes de material, e é utilizada na montagem das partes constituintes de uma peça de vestuário ( ou outro tipo de material costurável).

De um modo geral, as costuras têm de aguentar cargas e possuir propriedades físicas idênticas aos materiais que juntam. O tipo de ponto e linha a utilizar em cada costura variam com o tipo de aplicação. A classificação das costuras encontra-se normatizada através da NBR 9397 (jun/1986).

6.1 – ClassificaçãoAs costuras estão divididas em 8 classes de acordo com os tipos número mínimo de componentes dentro

delas. Os componentes são denominados como limitados ou ilimitados em largura.

6.2 – Designação numéricaCada costura é identificada através de uma designação numérica composta de5 dígitos:1º dígito - Nº da classe 1 a 8.2º e 3º dígitos - Números que vão de 01 a 99 para indicar as diferençasna configuração do material.a) 4º e 5º dígitos - Números que vão de 01 a 99 para indicardiferenças na localização das penetrações da agulha ou representaçãosimétrica da configuração do material (como para os 2º e 3º dígitos).

6.3 – ConvençõesAs ilustrações indicam apenas o número mínimo de componentes necessários para construir a costura.

Cada camada de material é representada por um traço forte:

A borda ilimitada do material é representada por um traço ondulado.

A borda limitada do material é representada por um traço reto:

___________________________________________________________________

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Os(s) pontos(s) de penetração da agulha são representados por um traço reto vertical.

7 – Características das costuras

7.1 – Resistência das costurasA resistência das costuras depende de vários fatores, tais como:- Resistência da linhaO tipo de fibra que constitui a linha influencia sua resistência. As linhas de fibra sintética são mais resistentes

que as de algodão. Por outro lado, para um mesmo tipo de linha, quanto mais grossa esta for mais resistente é.

- Número de pontos/cm da costuraA resistência da costura é proporcional ao número de pontos/ cm, numa gama de 2 a 7 pontos/cm. Acima

deste valor, o número de pontos/cm já não influencia a resistência da costura.

- Número de carreiras de pontosA resistência da costura é praticamente proporcional ao número de carreiras de pontos, pois a força de

tração reparte-se pelas diferentes carreiras pontos. Utiliza-se várias carreiras de pontos quando o tecido apresenta boa resistência e quando é difícil a utilização de uma linha mais resistente ou o aumento do número

Apostila de Costura Industrial – Senai – MG, 2007.Ilustrações de pontos de costura

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de pontos/cm.

- Tipo de costuraAs costuras de ponto corrente apresentam maior resistência que as costuras de ponto fixo do mesmo tipo.

- Elasticidade das costurasA elasticidade da costura é sobretudo função do tipo de ponto utilizado, a extensibilidade da linha interfere

apenas ligeiramente na extensibilidade longitudinal da costura.As costuras de ponto corrente com duas linhas e suas derivadas, bem como as costuras cerzidas, são

nitidamente mais elásticas que as costuras de ponto fixo. A elasticidade é dada pela quantidade de linha introduzida e pelo modo como o ponto é formado.

7.2 – AgulhasExistem diferentes tipos de agulhas que são usadas em máquinas de costura industriais, com características

diferentes, para atender a finalidades específicas. É necessário, portanto, conhecer bem as características e as particularidades das agulhas a fim de selecionar as mais adequadas ao trabalho que se pretende executar.

7.2.1 – Nomenclatura da agulha

Apostila de Costura Industrial – Senai – MG, 2007.Nomenclatura de agulha

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7.2.1.1 – CanaletaÉ um canal que percorre todo o corpo da agulha e que protege a linha quando a agulha penetra no tecido. A

linha é enfiada do lado dessa canaleta. A profundidade do canal deve estar de acordo com o diâmetro da linha de modo a penetrar sem restrições. As formas mais comuns de canaleta estão ilustradas a seguir:

Apostila de Costura Industrial – Senai – MG, 2007.Tipos de canaletas

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A canaleta em espiral é especialmente útil em máquinas que tem a barra da agulha de curso longo, onde a linha sofre uma torção e a finalidade dessa canaleta é favorecer a passagem da linha e serve para evitar que a costura de materiais densos e resistentes provoque o desfilamento da linha.

7.2.1.2 – CavaA cava é um rebaixo que se encontra ao lado oposto a canaleta e acima do buraco da agulha, e tem por

objetivo o ajuste da lançadeira para trabalhar mais perto da agulha de modo a assegurar que a lançadeira entre com mais facilidade na laçada da agulha.

7.2.1.3 – PontaA ponta é a extremidade inferior da agulha e sua

concepção e seleção são de extrema importância. As mais usadas são:

Ponta redonda ou cônica – é a ponta de utilização mais comum, este tipo de ponta caracteriza-se por penetrar o tecido apertando as fibras sem rompê-las.

Ponta bola – esta agulha possui sua extremidade em formato esférico. As agulhas com ponta bola são produzidas com bolas que vão de leve a pesada com relação ao tamanho da agulha. Esta ponta caracteriza-se por penetrar o material afastando as fibras do tecido e penetrando nos espaços entre fios do tecido.

Principais referências de agulhas por máquina:

Tabela 2 - Referências de agulhas24

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7.3 – Numeração das agulhasExistem diversos sistemas para indicar a grossura das agulhas, utilizando números ou letras. Os sistemas

mais comuns são o sistema métrico, onde o diâmetro do corpo da agulha expresso em milímetros é multiplicado por 100 e o sistema Singer.

SAIBA MAIS

Para maiores informações sobre a relação entre tecido/ agulha/ linha, consulte a tabela no link abaixo:

https://sopensoemcostura.blogspot.com.br/p/blog-page_19.html

8 – Tipos de tecidosSegundo Araujo (2005), entende-se por fibra têxtil, todo elemento de origem química ou natural, constituído

de macromoléculas lineares, que apresente alta proporção entre seu comprimento e diâmetro e cujas características de flexibilidade, suavidade e conforto ao uso, tornem tal elemento apto às aplicações têxteis.

8.1 – Fibra têxtil naturalAs chamadas fibras naturais são todas as fibras que já se apresentam prontas na natureza necessitando

apenas alguns processos físicos para transformá-las em fios. Elas estão divididas em:Fibra têxtil animal: Seda, lã, lhama, etc;Fibra têxtil vegetal: Algodão, linho, Sisal, cocoFibra têxtil mineral: Amianto.

8.2 – Fibra têxtil químicaÉ formada por macromoléculas lineares obtidas através de artifícios ou sínteses químicas, logo é um

grupo de fibras não naturais que englobam as fibras artificiais e sintéticas. É também conhecida como fibra manufaturada, fibra feita pelo homem, tecnofibra ou man-made-fiber (ARAUJO, 2005).Elas estão dividas em:

Fibra têxtil artificial: As chamadas fibras artificiais são todas as fibras que se apresentam na natureza numa forma não utilizável. O homem através de artifícios químicos as coloca em condições de uso. Ex: Viscose, Modal, Cupro, Liocel, Acetato, Triacetato, etc.

Fibra têxtil sintética: As chamadas fibras sintéticas não existem na natureza. O homem através de sínteses químicas as coloca em condições de uso, ou seja, são formadas por macromoléculas criadas (sintetizadas) pelo homem. Ex: Poliéster, Poliamida, Polipropileno, Acrílico, Elastano, etc.

8.3 – A compra do tecidoAo comprar um tecido, verifique os critérios abaixo:• Estrutura: deverá ser firme, sem fios soltos ou rompidos, de uma espessura uniforme.• Fios: os fios da trama devem ser perpendiculares às ourelas. Caso contrário, o tecido está desalinhado

VOCABULÁRIO

Ourela: espaço situado no contorno externo imediato de algo; borda, margem beira.

• Cor: deve ser uniforme e firme. No caso de tecido estampado, verifique se há falhas na estampa.

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• Sempre ao comprar um tecido, verifique a sua composição para saber como manuseá-lo durante a confecção da peça e como passar e lavar a peça já pronta. De preferência, anote a composição do mesmo na hora da compra.

8.4 – Como reconhecer o avesso e o direito do tecidoSempre devemos identificar o direito do tecido antes de cortar uma peça, pois o risco deve ser feito sempre

pelo avesso. Nos tecidos que são enrolados em peça ou tubos, o direito está sempre para dentro e você deve observar isso quando estiver comprando.

Outras formas de identificação são:• Os tecidos macios são mais brilhantes do lado direito;• Nos tecidos com textura, esta apresenta mais definição do lado direito e no lado avesso podem-se

observar irregularidades como bolinhas ou linhas soltas;• Tecidos com textura no estilo brocado são mais macios do lado direito e tem fios levantados do lado

avesso;• Nos tecidos estampados as cores são as mais vivas do lado direito;• Geralmente, a ourela dos tecidos é mais macia do lado direito;• Muitas malhas quando esticadas, enrolam as suas bordas para o lado direito;• Existem tecidos que o lado direito e o avesso são muito semelhantes, neste caso, escolha um dos lados

para ser o direito e marque o avesso em giz, para não confundir.

8.5 – Como trabalhar com tecidos delicados e tecidos com pelo.Estes tecidos pertencem ao grupo de estrutura com pelos. Há uma rica variedade deste tipo de tecido,

podendo ser de fibras naturais ou artificiais. Podem ser veludos, pelúcia, peles ou imitação de peles. Podem ser de pelo curto, com a superfície aveludada, com pelos com menos de 3 mm; ou pelo longo com superfície com pelos com mais de 3 mm. Cada tipo deste tecido precisa de cuidados específicos. Os veludos podem ser feitos de seda, de acetato e ou de raiom.

Risco e corte• Nos tecidos de pelo curto, você pode cortar com sentido do pelo para cima, para obter um efeito de

cor mais viva, e com sentido do pelo para baixo, para obter um tom mais opaco;• Nos tecidos de pelo longo, corte sempre com o sentido do pelo para baixo;• Coloque as partes do molde sempre sobre o lado avesso do tecido;• Risque cuidadosamente as partes do molde com giz e corte rigorosamente em cima da linha riscada.

Separe as partes e identifique todas do lado avesso para não as confundir.

Montagem:• Antes de costurar, prenda as partes com alfinetes ou alinhave;• Mantenha as margens de costura regulares;• Costure apenas uma vez, pois se a costura for desfeita, deixará marcas no tecido;• Deve-se utilizar uma agulha fina de ponta arredondada (ponta bola);• As costuras devem ser feitas, de preferência, seguindo o sentido do pelo;• Para os tecidos de pelo alto, deve-se tomar também o cuidado de regular a tensão da máquina e

aumentar o comprimento do ponto;• Nos tecidos de pelo alto, elimina-se o excesso de volume nas margens de costura aparando o pelo

neste local;• Para os veludos, recomenda-se o acabamento da bainha e costura-se com um ponto invisível.

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9 - Índice de eficiênciaChama-se índice de eficiência a relação entre a produção que um operador realiza e a que pode realizar,

num tempo determinado. No índice de eficiência, também chamado de nível de desempenho do operador, pesa muito o tempo gasto em operações manuais (manipulação) e em operações mecânicas (máquinas).

Entre os fatores que reduzem o desempenho de um operador, apontamos:a) Manipulação:Espera do trabalho;Mudança de tarefa;Troca de pacote (tempo de pacote);Posto de trabalho inadequado (falta de espaço);Insuficiência de trabalho;Corte defeituoso;Baixa qualidade na operação anterior.

b) Máquinas:Quebra de linha;Troca de bobinas;Falhas de pontos;Quebra da máquina;Lubrificação inadequada;Má colocação de linha;Troca de cor de linha;Má regulagem do motor;Má regulagem do pedal.

c) Condições físicas ou psicológicas:Trabalho vagaroso;Falta de concentração no trabalho;Falta de interesse;Falta de familiaridade com o método;Falta de coordenação motora.

10 – Técnicas de controle de qualidadeO controle de qualidade tem por objetivo produzir dentro dos padrões desejados. Sua introdução no setor

da indústria de confecção veio não somente melhorar a qualidade como também eliminar os desperdícios e reduzir custos. Seus princípios básicos podem ser aplicados a qualquer tipo de indústria de confecções, não importando o volume da produção nem o artigo a ser confeccionado.

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10.1 – Requisitos para a revisão do controle de qualidade:Nas operações da máquina de costura reta:

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Nas operações das máquinas overlock

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11 – Exemplos práticos com máquinas de costura11.1 – Colocação de linha na máquina ponto 301

Procedimento sequencial:• Desligar a máquina;• Girar o volante manualmente até que o esticador de linha fique no seu ponto mais alto;• Passar a linha pelos guias conforme numeração;• Passar pelos discos de tensão;• Passar a linha pelo orifício da agulha no sentido da esquerda para direita, deixando a linha por baixo e

para trás do calcador

11.2 – Como encher a bobina

Apostila Costura Industrial – Senai – MG, 2007.Representação de enchimento de bobina

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Apostila Costura Industrial – Senai – MG, 2007.Colocação de linha superior

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Procedimento sequencial: • Levantar o calcador;• Colocar a bobina no pino do enchedor de bobinas e pressionar a alavanca até o final;• Enrolar a linha algumas vezes em torno da bobina, na direção indicada pela seta;• Pisar no pedal, a linha inferior começará a enrolar;• Quando a bobina estiver cheia, retirar a bobina e cortar o fio conforme a figura

Obs: A quantidade de linha não deverá exceder 80% da capacidade total da bobina.

11.3 – Colocação da linha inferior

Esta operação consiste em colocar a bobina cheia na caixa de bobina e ambas dentro da lançadeira para alimentar a parte inferior do ponto.

Procedimento sequencial:

- Colocar a bobina cheia na caixa de bobina, deixando a linha com uma ponta de 10 cm aproximadamente;- Passar a linha pelo corte da caixa de bobina 1. Em seguida puxar a linha por debaixo da mola 2.- Girar o volante com a mão, deixando a agulha no seu ponto mais alto;- Segurar a caixa de bobina pela lingueta 3 com a abertura para cima deixando a linha por cima do dedo

indicador e encaixe-a no pino central da lançadeira;- Segurar com a mão esquerda a linha da agulha, para cima, e, com a mão direita, girar o volante para frente,

até que a agulha desça e suba lançando a linha inferior. a) Puxar a linha da agulha. Ela trará para cima uma laçada de linha da bobina. b) Puxar a linha inferior e colocar as duas pontas de linha por baixo e para trás do calcador.

Manual da Costura Industrial – Senai – MG, 2007.Colocação de linha inferior ilustrada

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11.4 – Trocar a agulha da máquina

Esta operação consiste em trocar a agulha defeituosa ou inadequada ao tipo de material a ser costurado, por outra perfeita ou adequada.

Procedimento sequencial:- Desligar máquina;- Girar o volante até que a barra da agulha fique no seu ponto mais alto;

- Retirar a agulha, soltando o parafuso 2 da barra da agulha com chave de fenda;Obs: O parafuso deve permanecer na barra da agulha, evitando assim sua perda.

- Colocar a agulha na barra com a cava voltada para a ponta da lançadeira Obs: Encostar o cabo da agulha até o final do furo.

- Apertar o parafuso, mantendo a agulha na posição correta;Obs: Verificar o alinhamento da canaleta pelo lado esquerdo do cabeçote.

Nota: Em todas as máquinas, a cava da agulha deve estar voltada para a ponta da lançadeira ou ponto do looper.

Manual de Costura Industrial – Senai – MG, 2007.Troca de agulha ilustrada

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VAMOS REFLETIRSiga as instruções acima para a troca da agulha. Entretanto, certifique-se de que

esteja utilizando os equipamentos de proteção individual, e seguindo as instruções de segurança e integridade física na execução.

11.5 – Regulagens das tensões das linhasPara se obter uma costura com qualidade e resistência é necessário que as linhas estejam bem equilibradas

de modo que a amarração dos pontos se firme no centro do material de costura.

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Procedimento sequencial:- Verificar a tensão do fio inferior, se necessário faça o ajuste através do parafuso 2 da figura acima, de

modo que a caixa de bobina não caia por seu próprio peso quando segura pelo fio que sai da caixa de bobina.- Costurar o tecido.

DICASPara regular as tensões das linhas use um retalho do mesmo tecido a ser costurado.

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- Verificar as tensões das linhas, olhando a costura por cima e por baixo.- Fazer o ajuste do fio superior, apertando ou folgando a porca do regulador de tensão 1 da figura acima,

de modo a equilibrar as tensões das linhas até que a amarração dos pontos se forme no centro do material.

FIQUE ATENTOQuando a amarração dos pontos se formar no centro do material e a costura se

apresentar franzida, verificar:- Se as linhas da bobina e da agulha estão com muita tensão. Nesse caso, diminua a

tensão das linhas.- Se a linha da bobina foi enrolada com muita tensão, diminua a tensão no enchedor de bobina

11.6 – AcessóriosEm nosso exemplo, tomaremos como referência a máquina ponto 301. Os acessórios são equipamentos

colocados nas máquinas de costura para auxiliar na confecção, aumentando a produção e a qualidade do trabalho, oferecendo ao mesmo tempo segurança ao operador.

Calcador para franzir – Usado para franzir o tecido durante a costura.Calcador de teflon - Usado em materiais como nylon e plástico onde se pretende diminuir o atrito entre o

calcador e o material.Aparelho de viés - Utilizado para dar acabamento em gola, punho, alças, etc.

SAIBA MAIS

Existem ainda no mercado uma infinidade de modelos para diversas aplicações, podendo inclusive ser fabricados sob encomenda para aplicações específicas.

Manual de Costura Industrial – Senai – MG, 2007Detalhes de costura e padrões de qualidade

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Atividades de aprendizagem

1 – Qual é o objetivo do controle de qualidade?2 – Baseado no que discutimos e aprendemos até então, faça a seleção dos componentes básicos para

costura (linha, agulha, ponto, tecido, etc), para operação com máquina overloque e linha retaObs: alguns critérios de seleção podem ser arbitrários, como exemplo a seleção do tecido que se deseja

trabalhar.3 – Conforme o que você aprendeu na última aula, realizar o procedimento de colocação de linha na

máquina ponto 301. Seguindo o passo a passo descrito no procedimento estudado, prezar pela integridade, segurança e organização do local de trabalho.

4 – Faça o enchimento da bobina de máquina reta, seguindo o procedimento sequencial que vimos anteriormente. Respeitar os limites recomendados e repetir a operação ao menos três vezes para fixação dessa prática.

5 – Observe a forma de colocação da linha inferior na figura ilustrada e repita o procedimento em sua máquina. Tenha cautela e paciência na execução desse minucioso trabalho, e sempre peça auxílio ao (a) instrutor (a), quando sentir dificuldades.

– Realize a troca de agulha em sua máquina de trabalho, selecionando previamente o tipo de agulha com a qual deseja costurar, levando em consideração os aspectos técnicos e de extrema segurança.

12 – Terminologia têxtil e do vestuárioDe acordo com Afonso (2007), a indústria têxtil e do vestuário é abrangida por diversas terminologias

específicas que devem ser compreendidas pela (o) futura (o) profissional. Na sequência abaixo listaremos por ordem alfabética, uma síntese das principais terminologias estudadas em nossa apostila, e algumas outras que farão parte das execuções dos trabalhos.

A = Abertura: Fenda, abertura.Abotoamento: Ação e efeito de abotoar, tipos de abotoamento: botão, zíper, velcro, colchete.Acabamento: Ato de rematar, concluir.Acolchoado: Enchimento de algodão, ou fibra sintético, colocado entreduas camadas de tecido e preso com costuras em formato decorativo ou não.Também conhecido como matelassê, do francês.Agulha: Peça cilíndrica com diferentes espessuras em sua extensão,normalmente de aço temperado e cromado. Alça: Suspensório com que se segura nos ombros certa peça dovestuário: alça de blusa, soutien, bolsa.Alfaiate: Pessoas que confeccionam roupas sociais sob medidamasculina.Algibeira: Diz-se de pequeno saco ou bolso pendurado em uma peça dovestuário.Algodão: Fibra natural vegetal extraída da semente do algodoeiro.

Alheta: Tipo de alça pequena.Alinhavar: Costurar a ponto largo como preparo de costuras feitas àmão, unindo temporariamente peças ou partes de peças até que se passe acostura definitiva.Alma: Diz-se do fio (geralmente sintético) incorporado ao centro do fiofabricado no processo de fiação.

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Alvejamento: Conjunto de operações que tem por objetivo branquear asfibras têxteis, destruindo os corantes naturais das fibras pela ação de agentesoxidantes e/ou redutores.Armarinho: Casa comercial que vende artigos para costura.

Arrematar: Conjunto de pontos que acabam o trabalho de uma costura.

Assimétricos: Modelo que proporciona linhas diferentes de um lado parao outro.Ateliê: Lugar onde trabalha artesões e, sobretudo, artistas.Avesso: Diz-se da parte oposta à principal do tecido.Aviamentos: Acessórios que são colocados na roupa.Tipos de aviamentos: Adorno, rendas, babados, apliques de bordados ou como elementos estruturais zíper,

linha, botão.

B =Babado: Tira de tecido franzida e costurada na barra de uma peça deroupa.Bainha: Dobra com costura na extremidade de um tecido ou qualquer peça do vestuário.Barbatana: Pequena haste flexível usada para armação de algumaspeças do vestuário.Bermuda: Calça esportiva que não desce além do joelho.Blazer: Paletó esportivo que pode ser usado em qualquer ocasiãoBobina: Pequeno cilindro de madeira, metal, ou matéria plástica.Boca: Parte inferior da calça por onde passam as pernas.Body: Blusas estendidas, com forma de maiô.Bolero: Casaco muito curto de origem espanhola, com ousem mangas, normalmente sem gola, usado por cima de blusas ou vestidos.Botão: Peça de variados tamanhos e formas, usadas para fechar peças dovestuário, fazendo-a entrar numa casa ou presilha.Braguilha: abertura dianteira de calças, saias e blusas, geralmente compostas por zíper e botão ou apenas

botões.

C = Cabeça de manga: Parte arredondada mais alta da manga.

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Camiseta: Peça do vestuário, em malha, geralmente com punho, corpo quadrado e mangas curtas, adquirindo o formato “T”, daí o nome em inglês: t-shirt.

Carcela: Tira de tecido com casas que se costura de um dos lados da roupa para abotoar sobre outro lado em que estão presos os botões.

Cargo: São modelos de calças e bermudas baseados nos estilos dosuniformes de serviços e utilitários.Casa: Abertura por onde passa o botão.Cava: Abertura ou corte no vestuário que vai do ombro até a região logo abaixo da axila, a qual se adaptam

ou não mangas.

Cerzido: Costurar peças de um tecido de modo que não se notem, com pontos muito pequenos.Colarinho: Gola de tecido costurada ou adaptada à camisa, em torno do decote.Cós: Tira de tecido que circunda certas peças de vestuário, particularmente calças, saias e jaquetas, na

altura da cintura.Cronometragem: É uma técnica que permite fixar da maneira mais precisa, partindo de um número limitado

de observações, o tempo necessário a execução de uma tarefa.Customização: Na moda, significa personalizar, interferir na roupa que veste, criar peças únicas.

D = Decote: Abertura da roupa que deixa o colo ou parte dele descoberto.

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E=

Embeber: Tipo de franzido que não aparece.Encaixe: Diz-se da distribuição de uma quantidade de moldes, sobre uma metragem de tecido ou papel.Enfestadeiras: São máquinas utilizadas para realizar enfesto.Enfesto: É o conjunto de folhas de tecido disposta em camadas umas sobre as outras, obedecendo a

metragem preestabelecida, para uma quantidade de peças que se deseja cortar. O enfesto também é conhecido por colchão ou estendida.

Entretela: Pano fino composto por cola termoativa, que se coloca entre duas folhas de tecido para torná-la mais consistente, tornando-a armada.

Muito utilizada em golas de camisas sociais para maior consistência.Etiqueta: Pedaço de tecido que contém informações técnicas sobre a roupa.

F =

Fenda: É uma abertura feita para dar movimento a uma peça ou evidenciar um forro importante.Fiação: Processo que transforma as fibras químicas, naturais ou suas misturas em fios.Five pockets: Primeiro modelo de calça jeans a ser inventado. Possui 5 bolsos, sendo 2 traseiros chapados,

3 dianteiros (2 forrados e 1 moedeiro ou relógio).

Forro: Tecido de seda, raion, acetato ou misto com algodão, leve brilhante para forrar o interior das roupas. Franzir: Formar pregas muito pequenas e próximas por meio de pontos ou cordões corrediços.

G =

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Galão: Tira ou cadarço de tecido bordado ou fios entrelaçados, utilizada como enfeite ou debrum de roupas.Gancho: Costura curva de união do meio da calça na frente e costas

Gola: Parte do vestuário junto ao pescoço ou em volta dele. Adorno do decote feito de diferentes formas.

I = lhós: Orifício por onde se enfia uma fita ou um cordão. Aro de metal de plástico ou de outro material.

K =Kimono: Túnica alongada usada no Japão. Vestimenta feminina sem costuras unindo mangas e cava.

L = Lã: Fibra natural de origem animal.Lavagem: Tratamento posteriores que podem ser dados aos produtos confeccionados.Layout: Distribuição estudada de equipamentos dentro de um espaço físico.Looper: Dispositivo inferior a chapa da agulha utilizado na formação da laçada das máquinas de ponto

corrente.

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Lapela: Parte anterior e superior de um casaco, voltada para fora.

M = Macacão: Diz-se de peças do vestuário que possui corpo e alças unidos.Manga: Diz-se da parte do vestuário onde se enfia o braço.Martingale: Meio cinto folgado e em geral preso por um botão, usado mais comumente na parte posterior

de vestidos ou jaquetas.

N =Nervura: Prega finíssima e costurada ou fio mais grosso entremeado no tecido, que forma desenho ou listra

em relevo.Nesga: Peça ou pedaço de tecido triangular que se adiciona, costurado entre dois tecidos de uma costura

para dar mais amplidão.

O = Ombreiras: Almofadinhas trilaterais que, para dar aparência de ombros largos, são costuradas à parte

interna dos ombros do vestidos, tailleurs, blusas e casacos.Ourela: Borda, orla. É o arremate lateral dos tecidos produzidos em tear.

P = Pala: Recorte usados na parte superior de blusas, vestidos, saias, calças.Passante: Alças costuradas na extremidade da cintura (cós) das calças, bermudas e saias por onde passa o

cinto.Platina: Peça que, na armadura medieval, protegia o ombro do guerreiro sob a forma de placa de metal

maiôs ou menos larga, que ressaltava além da articulação do braço. Mais tarde foi usada como elemento decorativo, cercada de franjas douradas e ainda assim é utilizada em uniformes de gala. Reduzida a uma simples forma do mesmo tecido da camisa, é utilizada hoje por militares para segurar a correia do fuzil, colocado ao ombro.

Prega: Dobra ou vinco na roupa. Parte do tecido propositalmente dobrado sobre si mesmo para dar maior folga ou por efeito de detalhe e ornamentação.

Punho: Tira de tecido que dá acabamento às extremidades das mangas, região que corresponde à articulação entre a mão e o antebraço.

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R = Revés: Revestimentos de golas e decotes.Rolotê: Cordão feito em tecido. Viés costurado à peça dobrado sobre si mesmo e preso à roupa para formar

detalhes ou alças.

T =Travete: Tipo de costura em zig-zag utilizada no arremate e reforço.

V = Velcro: Feito de duas tiras de fibra sintética, uma forrada com material áspero e outra com felpudo, de forma

com que se encaixam com uma leve pressão. É fácil de abrir, com um pequeno movimento se desprendem.Conhecida também como carrapicho.Viés: Posição de sentido diagonal (45°) à trama e ao urdume. Tipo de debrum utilizado em golas e cavas de

camisetas.

Vinco: Marca ou sinal produzido por uma dobra.Vista: Parte destinada a fazer acabamento de bolsos traseiros, geralmente feita com tecido diferenciado do

restante do bolso.Vivo: Debrum ou tira de cor contrastante com a peça debruada

12.1 – Tipos de bolsosEmbutido: Situa-se na parte interna da peça aparecendo somente a vista dobolso, correspondente à boca do mesmo, possui forro.Chapado: Constitui-se de uma peça cortada à parte e costurada sobre a roupa,com pespontos aparentes.

Pesponto simples Pesponto duplo Pesponto largo

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Forrado: É composto por várias partes: duas folhas de forro , uma de revel e outra de espelho. Geralmente dispostas na parte frontal de calças, é parte embutida e parte visível, com a boca geralmente pespontada e arredondada, podendo ter outros formatos.

Bolso redondo.Bolso faca.Bolso quadradoVamos ver abaixo na imagem, outros tipos de bolsos:

es.pinterest.comTipos de bolsos

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12.2 – Tipos de pespontos e costuras- Pesponto duplo;- Pesponto triplo;- Pesponto largo;- Pesponto de borda;- Bainha.

13 – Ficha técnicaÉ um documento descritivo das peças em uma confecção. Sua funcionalidade vem desde o desenvolvimento

do produto até a sua expedição, passando pela pilotagem, montagem, corte, costura, acabamento e outros. O desenho técnico faz parceria com os dados do documento. A partir deles, o setor de produção visualizará detalhes da peça como pespontos, pences, que às vezes costumam passar despercebidos, por não entender melhor a montagem da peça. O uso da sequência operacional também ajuda na melhoria e agilidade da produção. Todos os processos pelo qual a peça passará, por ordem de montagem e a máquina que será utilizada, poupando tempo e trabalho de supervisores e modelista. A ficha técnica também vem servir na organização dos moldes. Pelo desenho ou pelo ano será fácil identificar qual o molde ele pertence, qual o tecido foi utilizado, aviamentos, de qual fornecedor foram adquiridos, quantas peças foram produzidas, qual a coleção, quantas partes possuem a modelagem, nome do modelista, grade, tamanho, e outras informações que devem ser ajustados à necessidade de cada empresa.

Apostila Modelagem – CEFET-SCModelo de ficha técnica

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Apostila Modelagem – CEFET-SCModelo de ficha técnica

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Atividades de aprendizagem1 –Defina os tipos de bolsos, conforma abaixo.Embutido:Chapado:Forrado:2 – Cite os principais tipos de pespontos existentes.3 – O que é uma ficha técnica? Qual a sua funcionalidade?4 – Discuta com seus colegas a importância da ficha técnica como instrumento de auxílio e amparo de

trabalho da(o) costureira(o).

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Referências

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Inaciolândia

Gouvelândia

Quirinópolis

Vicentinópolis

AcreúnaSanto Antônioda Barra

Rio Verde

Jataí

Turvelândia

Porteirão

Maurilândia

Castelândia

Portelândia

Santa Ritado Araguaia

Serranópolis

Aporé

Itajá

Itarumã

CachoeiraAlta

Paranaiguara

Represa deSão Simão

Doverlândia

Baliza

Bom Jardimde Goiás

Aragarças

Nerópolis

Urutaí

Cristianópolis

Ipameri

Campo Alegrede Goiás

RioQuente

CaldasNovas

NovaAurora

Corumbaíba

Marzagão

Buriti Alegre

Itumbiara

Panamá

Bom Jesusde Goiás

Cachoeira Dourada

MorrinhosJoviânia

Aloândia

Pontalina

Diorama

Arenópolis

Palestinade Goiás

V ianópolis

Silvânia

Leopoldo de Bulhões

Terezópolis de Goiás

Ouro Verde de Goiás

Inhumas

Caturaí

Goianira

Brazabrantes

NovaVeneza

Bonfinópolis

Goianápolis

Caldazinha

Bela Vistade Goiás

São Miguel doPassa Quatro

Orizona

PalmeloSanta Cruzde Goiás

Pires do Rio

SenadorCanedo

Edéia

Edealina

Professor JamilCromínia

Mairipotaba

Varjão

Cezarina

Indiara

Montividiu

Paraúna

São João da Paraúna

Aurilândia

Firminópolis

Turvânia

Nazário

A velinópolis

AraçuAdelândia

Sanclerlândia

Fazenda Nova

São Miguel do Araguaia

NovoPlanalto

SantaTerezade Goiás

Montividiudo Norte

Trombas Minaçu

Campinaçu

Colinasdo Sul

Cavalcante

Alto Paraíso de Goiás

Teresinade Goiás

Divinópolisde GoiásMonte Alegre

de Goiás

CamposBelos

Nova Roma

Guaranide Goiás

Iaciara

Posse

Buritinópolis

Alvoradado Norte

Sítio D'Abadia

Damianópolis

Mambaí

Flores de Goiás

Formoso

Mutunópolis

Amaralina

Mara Rosa

Campinorte

AltoHorizonte

NovaIguaçude Goiás

Uruaçu

Pilar de Goiás

Hidrolina

Guarinos

ItapaciNovaAmérica

Morro Agudo de Goiás

NovaGlória

São Patrício

Carmo doRio Verde

Itapuranga

FainaMatrinchã

Montes Clarosde Goiás

Itapirapuã

Jussara

Santa Féde Goiás

Britânia

Guaraíta

Rialma

Santa Isabel

Rianápolis

Pirenópolis

Vila Propício

Padre Bernardo

Planaltina

Águas Lindasde Goiás

Novo Gama

Cidade Ocidental

Damolândia Abadiânia

Alexânia

Corumbáde Goiás

Cocalzinhode Goiás

JaraguáItaguaru

JesúpolisSãoFranciscode Goiás

Petrolinade Goiás

Heitoraí

Formosa

Vila Boa

Cabeceiras

Mimoso de Goiás

Água Friade Goiás

São JoãoD'Aliança

São Luiz do Norte BarroAlto

Santa Ritado NovoDestino

Crixás

Estrelado Norte

Bonópolis

Mundo Novo

Nova Crixás

Uirapuru

SantaTerezinhade Goiás

CamposVerdes

Mozarlândia

Araguapaz

Aruanã

Itauçú

Itaguari

SantaRosade Goiás

Itaberaí

Americanodo Brasil

Buritide Goiás Mossâmedes

Novo Brasil

Jaupaci

Anicuns

São Luís deMontes Belos

Córrego do Ouro

Cachoeira de Goiás

Ivolândia

Moiporá

IsraelândiaIporá

Amorinópolis

Jandaia

PalminópolisPalmeirasde Goiás

Campestre de Goiás

TrindadeSantaBárbarade Goiás

Guapó

Aragoiânia

Abadia de Goiás

ÁguaLimpa Goiandira

Cumari

Anhanguera

Ouvidor

TrêsRanchos

Davinópolis

Represa deCachoeira Dourada

Repr esa deItumbiara

Repr esa deEmbocaçãoCaçu

Aparecida do Rio Doce

Chapadãodo Céu

Perolândia

SãoDomingos

Lagoa Santa

Gameleirade Goiás

Ipiranga de Goiás

Luziânia

Regionais

Niquelândia

Ceres Goianésia

Santo Antôniodo Descoberto

Anápolis

Goiás

Porangatu

Catalão

Piracanjuba

Cristalina

Goiatuba

Santa Helenade Goiás

Caiapônia

Piranhas

Mineiros

Hidrolândia

Aparecidade Goiânia

Valparaíso de Goiás

São Simão

Rubiataba

Regional 1 - OS IbracedsRegional 2 - OS FaespeRegional 3 - OS RegerRegional 4 - OS CegeconRegional 5 - OS Centeduc

ITEGO - Instituto Tecnológico

COTECs - Colégios Tecnológicos

Uruana

Taquaralde Goiás

Campo Limpode Goiás

Goiânia

G O V E R N O D O E S TA D O

Somos todos

GOIAS

Secretaria deEstado de

Desenvolvimentoe Inovação

G O V E R N O D O E S TA D O

Somos todos

GOIAS

Secretaria deEstado de

Desenvolvimentoe Inovação

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Somos todos

GOIAS

Secretaria deEstado de

Desenvolvimentoe Inovação