FICÇÃO // ENTREVISTA AO BURRO E À VACA DO PRESÉPIO...

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entre MARGENS SUPLEMENTO DE NATAL 29 DE NOVEMBRO DE 2012 EDIÇÃO N.º 485 Este suplemento faz parte integrante da edição do Entre Margens n.º 485, de 29 de novembro de 2012 e não pode ser vendido separadamente Retirada do burro e da vaca do presépio obedece, afinal, a estratégia do atual governo FICÇÃO // ENTREVISTA AO BURRO E À VACA DO PRESÉPIO Neste Natal ‘os dinheiros não são muitos e a gente procura fugir em tudo’ INQUÉRITO DE RUA NATAL EM TEMPOS DE CRISE Recordações do Natal de tempos mais remotos e de outros mais próximos DA VACA DE FOGO À MISSA DO GALO Deseja a todos os Clientes e casamentos baptizados comunhões congressos outros eventos serviços digitais fotografia publicitária fotografia industrial outros serviços FOTO AVENIDA Fotografia e Video Av. Silva Araújo - 193 4795-003 Vila das Aves Telefone 252 942 166 COUTINHO & GONÇALVES Máquinas de Confecção Lda. [email protected] Avenida da Indústria Têxtil, 366 4795-548 S.Tomé de Negrelos Tlf. 252 874 308 Tlm 910 692 505/6

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entreMA

RGENS

SUPLEMENTO DE NATAL29 DE NOVEMBRO DE 2012

EDIÇÃO N.º 485

Este suplemento faz parteintegrante da edição do Entre

Margens n.º 485, de 29 denovembro de 2012 e não pode ser

vendido separadamente

Retirada do burro eda vaca do presépioobedece, afinal,a estratégiado atual governo

FICÇÃO // ENTREVISTA AOBURRO E À VACA DO PRESÉPIO

Neste Natal‘os dinheirosnão são muitose a genteprocura fugirem tudo’

INQUÉRITO DE RUANATAL EMTEMPOS DE CRISE

Recordações doNatal de tempos maisremotos e de outrosmais próximosDA VACA DE FOGO ÀMISSA DO GALO

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SUPLEMENTO DE NATAL ENTRE MARGENS | 29 DE DEZEMBRO DE 2012 PAGINA II

O Papa fez, na semana passada, no-vas revelações sobre o nascimentode Jesus Cristo, com a publicação dolivro “A Infância de Jesus”. Bento XVIafirma, por exemplo, que a vaca e oburro no presépio de Belém são umainvenção. Na gruta onde nasceu Je-sus Cristo, defende o Papa, não exis-tiam animais, logo, a presença da vacae do burro não passam de uma ideiaerrada. No entanto, há algo que con-tinua inequívoco para sua santida-de, ou seja, a virgindade de Maria.Diz Bento XVI que Jesus Cristo é fru-to de uma nova criação e que foi con-cebido por obra do Espírito Santo.

Bento XVI diz que, afinal, vocês não

Retirada do burro e da vaca dopresépio obedece, afinal decontas, a estratégia do governoO PAPA ESCREVEU QUE ELES NÃO PASSAVAM DE UMA INVENÇÃO, MAS O BURRO E VACA DO PRESÉPIODIZEM QUE OS ESCRITOS DO PAPA MAIS NÃO SÃO DO QUE UM ESTRATÉGIA DO GOVERNO PARA FAZER“SALTAR” PARA O PRESÉPIO O COELHO E, DESTA FORMA, PASSAR A MENSAGEM DE QUE O ESTÁBULO É ACASA DE FUTURO DE TODOS OS PORTUGUESES.

FICÇÃO // ENTREVISTA AO BURRO E À VACA DO PRESÉPIO

estavam lá, no presépio. É verdade?BURRO Que me desculpe, mas suasantidade não sabe do que fala.

Não?BURRO Não. Não estava lá, ora.VACA Já não me bastava este nome etinha agora de vir o Papa dizer quenão estava no presépio que, na ver-dade, era a única coisa de respeito aque me associavam. Não faz sentido.Estou indignada.

Mas então, como explicam que o Papavos tenha ‘retirado’ da gruta?VACA O problema começa logo pelonome que o Papa dá as coisas. Aquilonão era uma gruta, era um estábulo. E

todos nós sabemos que, para além daspastagens, o estábulo é o nosso habi-tat natural. Logo, se alguém estava láa mais, não éramos nós, com certeza.

Isso não me parece muito bem-edu-cado para com a virgem Maria, S. Josée muito menos para com o meninoJesus?BURRO Pois não, mas também não émuito bem-educado sermos constan-temente ignorados. Já reparou quesó falam dos três Reis Magos?. E es-tes só lá foram fazer uma visitinha demédico. Na volta, os camelos têmmais protagonismo do que nós.

E isso deixa-vos muito chateados?

VACA Claro que sim. Porque, bem vis-tas as coisas, quem esteve sempre aopé do menino Jesus fui eu e o burro.O que seria do menino Jesus sem anossa presença. Não chegava aos 33,não!

Não percebo?!BURRO Já estou como o antigo sele-cionador, “e eu é que sou burro?”.Não nos podemos esquecer que aqui-lo era um estábulo e que naqueletempo não havia termoventiladorespara soprar calor aos pezinhos domenino. Por isso, quem acha que fa-zia esse trabalho? O nosso bafo époderoso, está bem de se ver.

Faz sentido, de facto. Mas não me pa-rece motivo para tanta indignação.VACA Não?! Mas olhe que não so-mos os únicos. Ainda ontem me cru-zei com o senhor presidente da Câ-mara e ele estava furioso.

Com o senhor presidente da Câma-ra? Não sabia que eram íntimos.VACA Não somos íntimos, mas des-de que Santo Tirso é a capital do pre-sépio que falamos amiúde. E claro,percebo a indignação do senhor en-genheiro: então, tiram-lhe a materni-dade e agora querem-lhe retirar oburro e a vaca do presépio? Tem ra-zão, sim, o senhor o presidente emprotestar.

Mas a quem podem vocês protestar?Já para não falar no velho ditadoque diz que “vozes de burro nãochegam ao céu”.BURRO Mas também só precisamos que

“O problema começalogo pelo nome que oPapa dá as coisas.Aquilo não era umagruta, era umestábulo. Logo, sealguém estava láa mais, não éramosnós, com certeza”

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SUPLEMENTO DE NATALPAGINA III ENTRE MARGENS | 29 DE NOVEMBRO DE 2012

cheguem a Belém. O presidente daRepública tem de fazer alguma coisa.

Cavaco Silva? Mas que tem o presi-dente da República a ver com o as-sunto?VACA Bem sei que o senhor presi-dente da República prefere estar ca-lado, mas quero acreditar que faz al-guma coisa nos ‘bastidores’ e que ain-da tem estofo para puxar as orelhasao Coelho?

Está a falar do primeiro-ministro?BURRO Naturalmente. No que foi como pai-natal ao circo é que não é, decerteza absoluta.

Mas continuo sem perceber: o que

do do Coelho, primeiro-ministro.

Isso parece-me um pouco kafkiano...BURRO Perdão?

Não interessa. Mas, na realidade ain-da não o disseram: como provam queafinal estavam no presépio?BURRO Com arte. Não a contemporâ-nea, que nos transformou a todos emestacas, num pseudo-abstracionismoque não lembra o diabo. Mas com osimpressionistas, os renascentistas. Es-ses sim, sabiam bem como nos retratar.

Admitem fazer greve este Natal?VACA Não, não… até porque não nospodemos fiar na virgem.

Como assim?BURRO Não podemos correr o riscode o governo recorrer à requisição civil.

Mas porque haveria o governo derecorrer aos serviços mínimos se di-zem que foi ele que vos aniquilou?BURRO Pois, aí é que está a questão.Toda esta história não passa de maisum estratégia do governo para fazersaltar um Coelho para o presépio eassim passar a mensagem de que oestábulo será a casa de futuro de to-dos os portugueses. E para intrusos,já nos basta a Virgem, S. José e o me-nino Jesus.

Verdadeiramente kafkiano!BURRO E VACA: Perdão?!Texto: a redação

tem o presidente da Republica e oprimeiro-ministro com o assunto?BURRO Razão tinha o Scolari… masadiante. Não se esqueça que o go-verno ainda recentemente andou emnegociações com a Santa Sé. E, à cus-ta disso, ficamos sem quatro feriados.Mas acha que a obsessão pela aus-teridade se ficou por aqui? Claro quenão. Não foi o Papa que nos aniqui-lou do presépio, foi o governo. Bemsabe que este governo só pensa emcortar, cortar, cortar… E para legitimarmais um corte, há que pedir ao Papapara dizer que nós, afinal, somos umainvenção. E claro, o Papa como lhesdevia um favor, por ceder ao corte deapenas dois feriados religiosos, nãofoi capaz de dizer que não ao pedi-

Desde que Santo Tirso é a capital dopresépio que falamos amiúde.E claro, percebo a indignação do se-nhor presidente: então, tiram-lhe amaternidade e agora querem-lheretirar o burro e a vaca do presépio?

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SUPLEMENTO DE NATAL ENTRE MARGENS | 29 DE NOVEMBRO DE 2012 PAGINA IV

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SUPLEMENTO DE NATALPAGINA V ENTRE MARGENS | 29 DE NOVEMBRO DE 2012

À semelhança de anos anterio-res, a Câmara Municipal de San-to Tirso promove no Centro Cul-tural de Vila das Aves, por oca-sião das férias escolares, os Ate-liês de Natal dirigido a criançascom idades compreendidas en-tre os 6 e os 12 anos.

São onze dias de propostas delazer, mas também de aprendiza-gem, boa parte delas enquadra-das no espírito natalício. A iniciati-va decorre de 17 a 31 de dezem-bro, e compreende a realização deAteliês de Expressão Plástica, Au-las de Dança e Ginástica, Sessõesde Cinema e Horas do Conto.

As inscrições são gratuitas epara participar, os pais e/ou en-carregados de educação terãoapenas de preencher uma fichade inscrição, disponível no Cen-tro Cultural de Vila das Aves. ||||

Ateliês deNatal emVila das Aves17 A 31 DE DEZEMBRO

No átrio da Câmara Municipal deSanto Tirso, cerca de 800 presépiospertencentes a vários colecionadorese artesãos, estão patentes ao públicoaté ao dia 3 de janeiro. É a VII Expo-sição Internacional de Presépios quedurante mês e meio faz de Santo Tirsoa Capital Nacional do Presépio.

Este evento anual é promovidoconjuntamente pela Confraria do Ca-co e pela autarquia tirsense. DelfimManuel, um dos mais dinâmicosmembros da referida confraria e umconsagrado artesão tirsense diz não“ser fácil organizar uma exposiçãodeste tipo, onde existem peças únicas”,sendo certo, considera, “que o esfor-ço vale a pena e a experiência se mos-tra cada vez mais enriquecedora”.

Para Castro Fernandes, presidenteda Câmara Municipal, este evento “aju-da a consagrar o presépio como umdos mais importantes costumes nata-lícios” e permite um riquíssimo “inter-câmbio de culturas e artes artesanaisde todo o mundo em Santo Tirso”.

Depois dos presépios portugue-ses (2006), espanhóis (2007), fran-ceses (2008), africanos (2009), daamérica latina (2010) e da Europa(2011), a edição de 2012 destacaem cerca de 800 ícones natalícios,o Oriente e o norte de Portugal.

VII EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE PRESÉPIOS

No âmbito desta iniciativa, reali-zou-se no último fim de semana a játradicional Feira de Presépios, quecontou com a presença de mais deduas dezenas de artesãos a traba-lhar ao vivo, assim como o lançamen-to do livro “Nós, nos presépio” deConceição Alvim Ferraz, no qual aautora percorre a história dos primei-ros anos de Jesus, para abordar ostemas evangélicos que se incorporamnos Presépios; acompanha depois amodificação da representação artísti-ca do nascimento, para analisar asrazões pelas quais, desde há muitosséculos, as culturas locais vêm sendointegradas nas representações. Natu-ral de Santa Maria da Feira, Concei-ção Alvim Ferraz tem o curso superiorde piano pelo Conservatório de Mú-sica do Porto, é licenciada e douto-rada em engenharia química e profes-sora agregada em Engenharia do Am-biente pela Faculdade de Engenhariada Universidade do Porto (FEUP). |||||

Para Castro Fernandes,esta exposição permiteum “intercâmbio deculturas e artesartesanais de todo omundo em Santo Tirso”

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SUPLEMENTO DE NATAL ENTRE MARGENS | 29 DE NOVEMBRO DE 2012 PAGINA VI

Neste Natal‘os dinheiros nãosão muitos ea gente procurafugir em tudo’||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

Longe vão os tempos em que o Natalera simplesmente a comemoração donascimento de Jesus Cristo, em queos presentes eram algo secundário,em que um par de meias era suficien-te para arrancar sorrisos. Hoje, já nãose escrevem cartas ao menino jesusmas ao Pai Natal, um par de meias jánão é suficiente e os presentes atin-gem, em muitos casos, preços astro-nómicos. Hoje, as decorações de natalsão mais elaboradas mas há tambémquem boicote o natal e se recuse afestejá-lo.

A tradição Católica diz que o pre-sépio surgiu pelas mãos de S. Francis-co de Assis que, “com permissão doPapa montou um presépio de palhacom a imagem do menino Jesus, daVirgem Maria e de José, juntamentecom um boi, um jumento e vários ou-tros animais”. Hoje, até isso mudou eBento XVI afirma no seu livro, “A in-fância de Cristo”, que a indicação deque a vaca e o burro estariam presen-tes no nascimento de Jesus é errada.

Em Portugal, o natal deste ano tem

decorações mas poucas luzes, que aeletricidade está cara e os presentessão mais baratos que o dinheiro andafugido. “Para mim, graças a Deus, onatal vai ser igual”, conta João Mar-tins. Está reformado mas garante: “fe-lizmente posso fazer a mesma vidaque fazia há uns anos. Daqui para afrente vamos ver o que será”. Antónionão pode dizer a mesma coisa, é ser-ralheiro e está desempregado. “A crisepreocupa-me, é evidente”, adianta en-quanto anda apressado pela Rua 4de Abril de 1955. “Vou poupar maiseste ano nas prendas, dou sempreaos mais pequenos, para os grandes,este ano, vai ser mais barato”, conti-nua. Mais à frente, Rosa Gomes refe-re que agora as coisas são “diferen-tes” e que é preciso “evitar gastos ex-cessivos nos presentes”. “Se antes sedava uma coisa mais cara, agora dá-se mais barata, mas com respeito àtradição dá-se sempre alguma coisa”,adianta. Maria Augusta é da mesmaopinião: “mas vamos gozar o natal namesma, o mais importante é a tradi-ção”. ‘Mas’, porque também MariaAugusta vai ter que poupar este ano.

As prendas, essas, são um “proble-ma muito grande”, “vamos escolhercoisas mais baratas, com as econo-mias que temos porque já não dapara escolher coisas muito caras”.

Em Vila das Aves ainda não hádecorações natalícias nas ruas e sóas montras de algumas lojas fazemlembrar a quadra que se aproxima.Perto do edifício dos correios estáCarmem Azevedo. Este ano vai ten-tar que a tradição se mantenha masquanto aos presentes, adianta: “tal-vez vá pensar duas vezes no que voucomprar, claro”. Sorridente, UlissesMagalhães admite que há diferençasmas garante: “pode haver um boca-dinho menos de bacalhau ou de vi-nho mas no fundo faz-se uma coisa

mais ou menos igual aos outros anos”.No que diz respeito aos presentes asituação já é outra, “poupa-se sem-pre mais um bocadinho, os dinhei-ros não são muitos e a gente procu-ra fugir em tudo, como já faz nosoutros dias”.

Este ano, o natal de Arminda Ri-beiro não vai ser fácil. “Quando seestá de baixa e os patrões têm orde-nados em atraso, é complicado”, con-fessa. Ainda assim assegura: “vamostentar fazer alguma coisa, ao menospara tentar lembrar o natal”. Anima-das, Ernestina Rebelo e MadalenaAzevedo desembrulham memóriasnatalícias em família. “Eu costumo irpara casa do meu filho”, conta Ernes-tina, “eu é que faço tudo mas eles pre-ferem que seja lá porque tem aqueci-mento”, conta. Sobre os presentes, Ma-dalena Azevedo lembra que é preci-so mais contenção, “a vida está maisdifícil, vamos dar só às crianças”. Er-nestina explica que às netas vai dardinheiro, “elas são jovens queremcomprar à maneira delas”, mas comos netos mais novos a estratégia éoutra. “Ainda na outra semana com-prei uma camisola para dar ao meunetinho, disse-lhe que era para oNatal mas ele disse logo: ‘oh avó,roupa!?’ Sabe como são as crianças,ele queria um jogo”.

Este ano, para muitos o Natal vaiser mais simbólico mas igualmentetradicional. Carmem Azevedo vai pas-sar o natal com a família, como fazhabitualmente. Na mesa, o bacalhaucom batatas, as rabanadas, a aletria eas sopas secas são algumas das coi-sas que não irão faltar. No dia 24,João Martins vai juntar as duas fi-lhas, os dois genros e os dois netos,António vai esquecer a crise por al-gum tempo e juntar a família “somos25 pessoas, é uma animação”. Emcasa de Rosa Gomes vão estar asmesmas pessoas que nos outros na-tais a trocar presentes, à meia-noite,e a família de Maria Augusta vai ten-tar não “abusar muito dos doces”. |||||

INQUÉRITO DE RUA // NATAL EMTEMPOS DE CRISE

DE CIMA P/ BAIXO E DAESQ. P/ A DIREITA:ERNESTINA REBELO EMADALENA AZEVEDO;JOÃO MARTINS, ROSAGOMES, MARIA AUGUSTA,ULISSES MAGALHÃES

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SUPLEMENTO DE NATALPAGINA VII ENTRE MARGENS | 29 DE NOVEMBRO DE 2012

||||| TEXTO: LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

Recordo como se fosse hoje episó-dios da minha infância e juventudeem que ir à Missa do Galo, mesmoensonado e a fazer a digestão dascouves, bacalhau e outras iguarias edoçuras tradicionais, era quase umaobrigação, sendo certo que a Ceiade Natal era cronometrada rigorosa-mente para que se não falhasse àdevoção de assistir à missa da meia-noite ou da madrugada. Obviamen-te que por entre os devotos, uns quan-tos mais bebidos transtornavam ascerimónias e outros mais vadios apro-veitavam sempre para encenar algumespalhafato carnavalesco, antes dofogo que habitualmente era lançadono final da missa e sobretudo da “va-ca de fogo” que os Madredeus tãobem caracterizaram na composiçãoque se tornou célebre. Só depois deste“corropio” ou corre-corre provocadopelo homem que sustendo a vacamaldita a cuspir fogo em todas asdireções, é que, no regresso a casa,em algumas famílias, havia o hábitode desembrulhar as prendinhas doMenino Jesus junto à lareira ou nasala principal.

Sobre a “Missa do Galo” que seperde naturalmente na noite dos tem-pos da cristandade aldeã, senão dasreminiscências pagãs, verdade seja

Recordações do Natalde tempos maisremotos e de outrosmais próximos

dita que galos, propriamente, nuncaos vira nesta Eucaristia solene da ma-drugada ou da aurora que os galosanunciam, até uma célebre noite deNatal em que o novo pároco, imbuí-do de um qualquer misticismo e denovas pastorais revivalistas, se lem-brou de teatralizar a Missa do Galo,introduzindo os galos como protago-nistas simbólicos da celebração. Já oanterior pároco, monsenhor José Fer-reira, por motivos de alguma bana-lização deste costume onde a malan-drice e a embriaguez superavam porvezes a piedade e a devoção natalí-cias, quase só por acomodação e roti-na mantinha a tradição da dita Mis-sa do Galo. Porém o atual pároco quisfazer a “reinvenção” da Missa do Galoe ao fim de algumas tentativas, rema-tou a experiência por algo que teve aver com o que antes já foi dito, senão mesmo com a concorrência alter-nativa da “vaca de fogo”. Deixou es-crito no livro “Revisão aos 25”, a págs207, algo que me apraz rever à dis-tância de 22 anos e que ele consi-derou uma “fonte inesgotável e in-vejável para a pastoral paroquial” masque durou tão só uns escassos trêsou quatro anos; vale, pois a pena revi-sitar ainda que parcialmente este es-crito. O Padre começa por dizer: “Cum-priu-se a profecia de Jesus. O galocantou depois da tríplice negação de

Pedro; desde então e em sua memó-ria, os lavradores ofereciam um galona noite de Natal para ser oferecidoaos pobres e, se cantasse na missa,todos ficariam contentes com esseprenúncio de um ano feliz (…)

Já tivemos só os galos dos leigosa cantar (e nesse ano de facto leigoshouve que “cantaram de galo” a nívelda pastoral laical). Também a “desfor-ra” no ano seguinte foi retumbantequando o único galo que cantou foio do Pároco (reconheço que tambéma profecia se cumpriu com excessivapastoral “clerical”). A pastoral para1990 foi profetizada como um anoequilibrado já que ambos cantaram,um galo dos leigos e um galo do Pa-dre. Quem quiser tirar dúvidas pergun-te mais pormenores ao encarregadodos galos (o senhor José Costa Ribei-ro) e até ficará a saber que o galo quecantou no momento mais liturgica-mente adequado foi o do Padre, semdesprimor para o Grupo Coral. O re-gulamento para o próximo Natal pre-vê que os galos já não sejam empre-stados mas generosamente dados pa-ra, no fim da Missa do Galo, seremleiloados e o dinheiro reverter para aequipa Socio-Caritativa que heroica-mente procura dar resposta às váriasmanifestações de pobreza…”

A verdade é que os galos perde-ram o pio e os tempos são outrosmas nem por isso muito diferentes ajulgar por este período final. Podería-mos procurar saber dos tais “porme-nores”, picarescos por certo, que per-mitiram a tal “desforra”, aumentandono leilão a cotação do galaroz doPadre; correram boatos de que os quetinham o bicho a seu cargo, no mo-mento da elevação, lhe apertavam “osmachinhos”, mas assegura-me agoraalguém que sabia do esquema queos “bichos” iam para o coro com osolhos bem tapados e quando os des-tapavam, ao verem a luz disparavamo seu cocorico como se pressentis-sem o nascer da aurora e não erapara menos, justamente no fulgor da“consubstanciação”. Enfim, coisas quemarcaram um tempo mas que pareceque ocorreram há já tanto tempo quejá muito poucos delas se recordam.

O que é certo é que nisto de in-troduzir galos nas missas em festasnatalícias ou de relegar para o limbodas representações dos presépios o“boi bento” e a “bafienta vaca”, por “bulapapal” ou o que quer que seja, são“presunções” que pouco acrescentamao Mistério de um Deus que se fezHomem e tão humilde como os maishumildes e também já não há águabenta suficiente para nos purificar deesquemas mentais que a cultura, aarte e até a nossa mundanidade, paranão dizer a nossa modernidade, agre-gou à expressão de uma fé empastadade passado. Veja-se a pujança dospresépios, de inspiração franciscana,que são um testemunho espácio-tem-poral de mentalidades e culturas quese foram sucedendo e que ainda hojenos deslumbram com representaçõesicónicas, técnicas e artísticas variadís-simas, algumas de uma modernidadeexemplar, outras que mais parecem“cascatas animadas com cor, luz, mo-vimento e som”, uma espécie de Dis-neylândia onde o espírito natalíciopode ser pimba e espetacular mas nadatem de autêntico e vivencial. ||||||

Já o anterior pároco,mon-senhor José Ferreira,por motivos de algumabanalização destecostume onde a malan-drice e a embriaguezsuperavam por vezes apiedade e a devoçãonatalícias, quase só poracomodação e rotinamantinha a tradiçãoda dita Missa do Galo

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SUPLEMENTO DE NATAL ENTRE MARGENS | 29 DE DEZEMBRO DE 2012 PAGINA VIII

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