Ficha catalográfica Produção Didático-Pedagógica...sobre agricultura familiar de que há uma...
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Ficha catalográfica Produção Didático-Pedagógica
Professor PDE/2010
Título Agroecologia: uma perspectiva para a agricultura familiar de Salto do Lontra
Autor Zenaide Fachinello Maraffon
Escola de Atuação Colégio Estadual Irmã Maria Margarida - Ensino Médio e Normal
Município da escola Salto do Lontra
Núcleo Regional de Educação Dois Vizinhos
Orientador Roseli Alves dos Santos
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE
Área do Conhecimento Geografia
Produção Didático-Pedagógica Caderno Pedagógico
Relação Interdisciplinar Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Sociologia, Química.
Público Alvo 3º ano do Ensino Médio
Localização Colégio Estadual Irmã Maria Margarida - Ensino Médio e Normal Rua Rio Grande do Sul, 849.
Apresentação
A finalidade deste trabalho é ampliar conhecimentos
sobre alterações ocorridas no espaço rural
derivadas da modernização da agricultura, com
enfoque na agricultura familiar orgânica,
proporcionando um novo olhar aos educandos
através do processo comparativo entre a agricultura
convencional e a orgânica. A alternativa surgiu a
partir de estudos bibliográficos e estudo do meio
sobre agricultura familiar de que há uma crescente
tendência do consumidor começar a adquirir
produtos produzidos numa relação de equilíbrio com
a natureza e buscando uma alimentação saudável,
na tentativa de resgatar um tempo que no qual ainda
era possível ter à mesa alimentos frescos, de boa
qualidade e livres de agrotóxicos. Esperamos que
este trabalho possa nortear novas experiências de
educação e ampliar conhecimentos vivenciados na
nossa agricultura.
Palavras-chave Modernização da agricultura; Agricultura familiar; Agricultura orgânica
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
AGROECOLOGIA: uma perspectiva para a agricultura familiar
de Salto do Lontra
Apresentação
A elaboração de um Caderno Pedagógico relacionado à Agroecologia no
município de Salto do Lontra direcionada aos alunos de 3º ano do Ensino Médio é
fruto de um projeto de formação docente - Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE, ofertado pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná.
Conforme as DCE (Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do
Paraná) de 2008, a questão sócio ambiental é um sub-campo da geografia e, como
tal, não constituiu uma linha teórica da ciência geográfica. Porém permite
abordagem complexa do temário geográfico, por não se restringir aos estudos da
fauna e da flora, mas a interdependência das relações entre sociedade, elementos
naturais, aspectos econômicos, sociais e culturais.
Para isso, os conteúdos geográficos devem ser trabalhados, partindo do
espaço próximo da realidade do educando, valorizando o conhecimento e as
experiências acumuladas.
Algumas práticas pedagógicas para a disciplina de geografia atrelada aos
fundamentos teóricos das DCE tornam-se importantes instrumentos para a
compreensão do espaço geográfico, dos conceitos e das relações socioespaciais
nas diversas escalas geográficas (PARANÁ, 2008, p. 80).
E, a partir da construção do caderno pedagógico destinado aos alunos de 3º
ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Irmã Maria Margarida (CEIM), com o
compromisso por meio de um espaço didático e metodológico, a sistematização dos
procedimentos que irão nortear a prática educativa.
A finalidade deste trabalho é ampliar conhecimentos das alterações
ocorridas no espaço rural derivadas da modernização da agricultura, com enfoque
na agricultura familiar orgânica, proporcionando um novo olhar aos educandos
através do processo comparativo entre a agricultura convencional e a orgânica.
O conhecimento a respeito das alterações ocorridas no espaço rural
derivadas da modernização da agricultura, com enfoque à agroecologia (produção
orgânica), praticada no município de Salto do Lontra - PR tem a finalidade deixar
registradas algumas informações sobre a agricultura, em especial a agricultura
orgânica, pois visa uma produção de alimentos mais saudáveis e naturais tendo
como princípio básico o uso racional dos recursos naturais.
A alternativa surgiu a partir de estudos bibliográficos e estudo do meio sobre
agricultura familiar de que, há uma crescente tendência do consumidor passar a
consumir mais produtos produzidos numa relação de equilíbrio com a natureza e
buscando uma alimentação saudável, na tentativa de resgatar um tempo no qual
ainda era possível ter à mesa alimentos frescos, de boa qualidade e livre de
agrotóxicos.
Portanto, a escolha do tema Agroecologia: Uma perspectiva para a
agricultura familiar de Salto do Lontra foi efetuada pensando na mudança de postura
dos nossos educandos diante de tudo o que observamos e estamos sabendo que
os problemas de saúde associados à contaminação por agrotóxicos se multiplicam e
que a agricultura passou a ser dominada por algumas empresas que lideram o
mercado dos fertilizantes químicos atribuindo aos mesmos o aumento da produção e
produtividade agrícola.
Este caderno pedagógico possibilitará ao educando compreender a
realidade dos dias atuais, na qual os alimentos recebem tantos produtos tóxicos e
passam por uma série de processos de transformação até chegar ao consumidor,
promovendo uma mudança de costumes alimentares e um distanciamento entre as
pessoas que produzem e as que consomem.
Vale lembrar que é possível produzir sem o uso de agrotóxico e com isso se
contribui para a redução dos custos de produção, mas também existe um conjunto
de fatores (ecológicos, culturais, econômicos, políticos, sociais) que compõem o
sistema de produção agroecológicos que podem ou não ser favorável para o
sucesso dos pequenos agricultores nessa atividade.
O objetivo da elaboração deste trabalho é proporcionar aos educandos e a
comunidade escolar investigar, discutir e conhecer a agricultura orgânica do nosso
município, sendo que a meta é produzir sem agredir o meio ambiente e criar a
verdadeira qualidade de vida dos produtores e consumidores, respeitando sua
cultura e seu sustento, através da apropriação e da reflexão e análise sobre o
espaço geográfico.
O material pedagógico apresenta uma metodologia voltada para
representação do espaço vivido dos educando (produção de orgânicos no
município), pois observamos que, às vezes mesmo morando perto do meio em que
é desenvolvida a atividade, esta passa despercebida e muitos não conhecem o
espaço rural ou tem contato com a produção de alimentos e de que forma são
produzidos.
Buscando aprofundar o conhecimento e despertar a importância sobre as
diferenças dos alimentos produzidos de forma convencional e orgânica por meio da
elaboração do caderno pedagógico, vamos trabalhar com pesquisa bibliográfica,
palestras com técnico agrícola da EMATER e com produtor agroecológico, pesquisa
de campo junto aos agricultores orgânicos e entidades parceiras governamentais e
não governamentais, painel demonstrativo sobre as diferenças entre a agricultura
convencional e agroecológica, dramatizações, produção de texto, música, cartazes,
filmagens – documentário, painéis, trechos de filmes, vídeos e exposição no Colégio
Estadual Irmã Maria Margarida, sobre os trabalhos realizados pelos educandos para
a divulgação das informações a respeito dos produtos e produtores agroecológicos
das comunidades do Município Salto do Lontra e palestra com o GETERR (Grupo de
Estudos Territoriais) da UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão.
O início das atividades será marcado pela apresentação do projeto aos
professores, direção, setor administrativo, serviços gerais e equipe pedagógica com
o tema abordado nesta proposta didático-pedagógico.
Em seguida, desenvolveremos atividades práticas de cunho didático e
pedagógico que serão nomeadas neste trabalho, esperamos que as sugestões
apresentadas possam nortear novas experiências de educação e ampliar
conhecimentos vivenciados na nossa agricultura, uma vez que, como afirmou Jean
Pierre Delbet: “Nenhuma atividade humana, nem mesmo a medicina tem tanta
importância para a saúde quanto a agricultura”.
A estrutura do trabalho será dividida em duas partes: a primeira etapa
envolverá todos os alunos do 3º ano diurno da escola, e a outra com alunos do
mesmo ano em contra turno enfocando o trabalho no campo, para o conhecimento
da área de estudo.
ATIVIDADE 1
AGROECOLOGIA: UMA PERSPECTIVA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR DE
SALTO DO LONTRA
Apresentação aos professores e funcionários do Colégio
A pequena propriedade se manteve como também se expandiu através do
incentivo de diversos planos e incentivos governamentais para a agricultura,
contribuindo com a permanência e uma melhor qualidade de vida do homem no
campo.
A agricultura familiar agroecológica é de fundamental importância, pois visa
a produção de alimentos mais saudáveis e, tendo como princípio básico o uso
racional dos recursos naturais.
Conforme Schmitt (2009, p. 182).
É importante destacar, também, que o florescimento de iniciativas de promoção de uma agricultura de base ecológica em diferentes contextos locais não ocorre apenas em função de estímulos externos, estando fortemente vinculado às estratégias de reprodução econômica e social e de manejo de recursos naturais mobilizadas pelos agricultores e extrativistas em seu dia a dia e à constituição de redes capazes de dar suporte a essas práticas no ambiente das comunidades rurais. Mesmo em regiões fortemente marcadas pelo processo de modernização capitalista da agricultura, prática de ajuda mútua e de intercâmbio de produtos, sementes e conhecimentos entre produtores familiares nunca desaparecem completamente, apesar das transformações ocorridas nos modos de vida das populações rurais. Valorizadas e estimuladas, práticas de antigamente voltaram a fazer parte do dia a dia dos agricultores e extrativistas, ainda que em novas bases.
A agroecologia encontra-se em processo de construção, apresentando
singularidades e especificidades que caracterizam suas diferentes abordagens. É
um método de grandes mudanças que deverão acontecer na base produtiva das
pequenas propriedades rurais com incorporações de técnicas diferenciadas para
correção dos solos, controle de pragas, doenças e ervas daninhas, etc. Representa
um dos casos mais típicos de organização da atividade humana sobre os
ecossistemas naturais.
A agroecologia, conforme Saquet (2005), “é uma nova abordagem da
agricultura, baseada no uso racional e na preservação dos recursos naturais”. Este
conceito, aborda uma relação de harmonia entre o uso dos solos e as diversas
formas de produção da agricultura, protegendo a integridade dos recursos naturais,
com a não dependência de insumos químicos.
A agricultura orgânica, segundo Darolt (2007), “é um sistema de produção
de alimentos que privilegia a preservação da saúde humana, animal e o meio
ambiente”. Esta produção é totalmente ecológica visa à qualidade dos produtos
agrícolas, valoriza e enriquece a biodiversidade e a paisagem em defesa a
segurança alimentar.
O sistema agroecológico remete à idéia de uma agricultura menos agressiva
ao meio ambiente, promovendo a inclusão social, melhores condições econômicas
para os produtores, além de uma segurança alimentar dos agricultores e
consumidores em geral.
Do ponto de vista do mercado, há uma crescente tendência do consumidor
passar a consumir mais produtos elaborados numa relação de equilíbrio com a
natureza e livres de fertilizantes sintéticos, defensivos agrícolas, hormônios e
organismos transgênicos.
Machado (2009, p. 247) afirma que
A agroecologia valoriza a vida humana e todas as formas de vida. E é por isso que a biodiversidade é sua condição intrínseca. E é também por isso, que as monoculturas são inaceitáveis, porque destroem as cadeias naturais que dão sustentação à própria vida e, o que é muito importante, quando o processo produtivo respeita a biodiversidade, as produções são melhores, maiores, mais limpas e mais duradouras [...].
A seguir, numa tentativa de identificar e compreender a existência de
agricultores agroecológicos do município de Salto do Lontra, localizado no Sudoeste
do Paraná. Procuraremos apresentar um diagnóstico, enfocando suas estratégias,
suas concepções de agricultura e as organizações que os apóiam.
Alves, Alves, Casiraghi (2010, p. 14) em seu artigo afirmam:
Segundo Fritz (2008), o município de Salto do Lontra, começou a discutir questões relativas à agroecologia em 1997, através do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, por iniciativa do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) e a Secretaria Municipal. Assim a organização dos agricultores agroecológicos iniciou-se naquele ano através da capacitação, mobilização e sensibilização, quando o instituto EMATER, através do grupo de agroecologia e do Projeto de Desenvolvimento Integrado dos Municípios do Reservatório da Usina Hidroelétrica de Salto Caxias (Pró-Caxias) realizou todas as etapas: desenvolvimento técnico, repovoamento dos rios e lagos e apoio à cadeia produtiva da piscicultura, com outras organizações, envolvendo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
Em Salto do Lontra, destacam-se no apoio à agroecologia, entidades
parceiras como CRESOL, CLAF, ASSESOAR, COOPAFI e Rede EcoVida. Tais
entidades apóiam ações que visam o desenvolvimento de produtos agroecológicos
com incentivo na organização da produção e na comercialização. Os parceiros
trabalham para o fortalecimento da agricultura familiar, priorizando o debate, a
formação e a assistência técnica.
Essas entidades parceiras, no apoio à cultura agroecológica e orgânica,
destacam-se em ações realizadas na agricultura familiar, incentivando a valorização
e a comercialização dos produtos com a reabertura da feira de produtos
agroecológicos e conscientizando as pessoas a produzir e a consumir de forma
orgânica e saudável.
Segundo a pesquisa de Fritz (apud ALVES; ALVES; CASIRAGHI, 2010, p.
14), oito produtores agroecológicos foram identificados, dos quais seis receberam
certificação, sendo um produtor da Rede EcoVida, um do Instituto de Mercado
Orgânico (IMO) e quatro do Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento (IBD).
As propriedades agroecológicas localizam-se nas seguintes comunidades do
município de Salto do Lontra: São Luiz, Pio X, Nosso Senhor do Bonfim, Primeiro de
Maio, Vila Rural e Santa Terezinha.
A característica principal destes agricultores é de serem famílias
tradicionalmente ligadas a terra, as quais produzem produtos orgânicos como:
hortaliças e cultura permanente (cana-de-açúcar, pêssego, pocam, laranja bahia,
tangerina, uva, pêra, entre outras e reflorestamento) em pequenas propriedades
com média de 15,71 ha.
Atualmente, os agricultores agroecológicos, através do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais, estão se organizando para ampliar a adesão à Rede EcoVida,
pois, segundo eles, o alto custo das certificações inviabiliza a produção dentro dos
padrões da agroecologia. Com a EcoVida, os custos das certificações são
simbólicos.
Na atual situação de degradação do meio ambiente, a proposta
agroecológica defende uma forma de cultivo em harmonia com a natureza. Com o
uso consciente dos recursos naturais, a agroecologia permite recuperar a fertilidade
dos solos, livres de fertilizantes e defensivos agrícolas.
Na agroecologia, o solo pertence à Mãe Terra que precisa ser tratada com
consciência para que o homem obtenha, a longo prazo, o alimento saudável e
indispensável para a vida. Nenhum laboratório, por mais sofisticado que seja, tem o
poder de produzir alimentos para os seres vivos. Somente a Terra, berço da vida,
com todos os seus recursos naturais, é que tem essa potencialidade.
Em integração com português, biologia, sociologia, química, história entre
outras, faremos articulação das disciplinas cujos conceitos, teorias e práticas
enriqueçam a compreensão e possibilite uma abordagem mais abrangente desse
tema.
Segundo as DCE (PARANÁ, 2008, p. 27),
explicita-se que as disciplinas não são herméticas, fechadas em si, mas, a partir de suas especialidades, chamam umas às outras e, em conjunto, ampliam as abordagens dos conteúdos e de modo que busquem, cada vez mais, a totalidade, numa prática pedagógica que leve em conta as dimensões científicas, filosóficas do conhecimento.
Objetivo
Propiciar aos educadores e funcionários técnicos administrativos à
importância do trabalho da Escola sobre as práticas da agricultura agroecológica e
orgânica na produção dos gêneros alimentícios para a saúde da população.
Material
1. Slides com o Projeto de Intervenção Pedagógica;
2. Texto de fundamentação;
3. Vídeo-Documentário: O Mundo segundo a Monsanto.
Metodologia
Etapa 1: Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica aos
professores e funcionários do Colégio.
Etapa 2: Debate sobre o texto ”Agroecologia: uma perspectiva para a
agricultura familiar de Salto do Lontra”.
Etapa 3: Assistir ao filme-documentário: O mundo segundo a Monsanto;
A multinacional Monsanto produz quase a totalidade dos transgênicos no
mundo e tem uma posição dominante no mercado global de sementes.
O documentário denuncia as ações da Monsanto para divulgar estudos
científicos duvidosos de apoio às suas pesquisas e produtos, e relaciona a expansão
dos grãos de sementes da Monsanto com os suicídios de agricultores na Índia, não
se esquecendo de trazer à memória os casos de contaminação pelo produto químico
PCB.
O filme-documentário conta também como a Monsanto se envolveu no
Projeto Manhatan, que deu origem à bomba atômica; como participou da Guerra do
Vietnam com o agente laranja; como age para calar qualquer voz que ameace falar
contra algo que ela produz; como tem destruído a agricultura dos países em
desenvolvimento e como atua nos seus negócios, colocando o lucro acima de tudo e
massacrando todos os que o desafiam.
Outras informações sobre o filme-documentário estão disponíveis no
endereço eletrônico <http://cinepovo.blogspot.com/2010/05/o-mundo-segundo-
monsanto-2008.html>
Etapa 4: Debate sobre a temática e sua relevância no contexto do Colégio
Estadual Irmã Maria Margarida.
Sugestão de disciplinas de apoio - recomendações ao educador
Como será apresentado na reunião pedagógica, além das disciplinas
sugeridas como apoio, conforme apresentado na introdução, debateremos a
possibilidade de outras inserções.
O educador da rede poderá fazer uso da produção didático pedagógica,
podendo ser um referencial para subsidiar o seu trabalho cotidiano de sala de aula,
possibilitando uma tomada de consciência do consumo de alimentos orgânicos, pois
é uma produção saudável, respeita o meio ambiente e procurar não fazer uso de
alimentos produzidos com fertilizantes químicos que destrói a natureza e a saúde
dos seres vivos.
Avaliação
Participação no debate do tema exposto e intencionalidade de interação das
demais áreas.
ATIVIDADE 2
AGROECOLOGIA: UMA PERSPECTIVA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR DE
SALTO DO LONTRA
Apresentação aos educandos do terceiro ano do Ensino Médio
O modelo da agricultura familiar tem como característica a relação íntima
entre trabalho e gestão, a direção do processo produtivo conduzido pelos
proprietários, a ênfase na diversificação produtiva, na disponibilidade de recursos e
na qualidade de vida, tendo um papel importante na economia das pequenas
cidades.
Bittencourt e Bianchini (apud TINOCO, 2006, p. 17), em um estudo feito na
região sul do Brasil adotam a seguinte definição:
Agricultor familiar é todo aquele (a) agricultor (a) que tem na agricultura sua principal fonte de renda (+ 80%) e que a base da força de trabalho utilizada no estabelecimento seja desenvolvida por membros da família. É permitido o emprego de terceiros temporariamente, quando a atividade agrícola assim necessitar. Em caso de contratação de força de trabalho permanente externo à família, a mão-de-obra familiar deve ser igual ou superior a 75% do total utilizado no estabelecimento.
As definições de agricultura familiar presentes nas leituras feitas para esta
pesquisa baseiam-se na mão-de-obra utilizada, no tamanho da propriedade, na
direção dos trabalhos e na renda gerada pela atividade agrícola. Observa-se um
ponto comum: ao mesmo tempo em que a família é proprietária dos meios de
produção, a mesma assume o trabalho no estabelecimento.
Segundo Santos (2008, p. 27),
A agricultura familiar pode ser definida a partir de três características centrais: a) a gestão da unidade produtiva e os investimentos nela realizados é feita por indivíduos que mantêm entre si laços de sangue ou de casamento; b) a maior parte do trabalho é igualmente fornecida pelos membros da família; c) a propriedade dos meios de produção (embora nem
sempre da terra) pertence à família e é em seu interior que se realiza sua transmissão em caso de falecimento ou de aposentadoria dos responsáveis pela unidade produtiva (INCRA/FAO, 1996, p. 4).
O modelo familiar tem como característica a relação íntima entre trabalho e
gestão, a direção do processo produtivo conduzido pelos proprietários, a ênfase na
diversificação produtiva e na disponibilidade de recursos e na qualidade de vida, a
utilização do trabalho assalariado em caráter complementar e a tomada de decisões
imediatamente ligadas ao alto grau de imprevisibilidade do processo produtivo
(FAO/INCRA, 1994).
Nos últimos anos, tem-se observado um crescente interesse pela agricultura
familiar no Brasil, através de políticas públicas como o PRONAF (Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e na criação do MDA (Ministério do
Desenvolvimento Agrário), além de outros.
Segundo Saquet (2008, p. 143),
A agroecologia nos faz lembrar de uma agricultura menos agressiva ao meio ambiente, promove a inclusão social, proporciona melhores condições econômicas para os agricultores, aliada a segurança alimentar dos produtores e consumidores em geral.
A agricultura orgânica almeja um desenvolvimento sustentável da fauna,
flora e ser humano com respeito do equilíbrio ecológico natural, mostrando a relação
estreita que existe entre a agricultura e a saúde do consumidor.
A produção orgânica, se adequa à pequena propriedade rural, e com
frequência esses produtores se organizam em cooperativas para comercializar seus
produtos. Essa organização permite o contato direto com o mercado consumidor
aumentando assim a renda dos produtores. Além disso, cresce o número de feiras
de produtos orgânicos, onde o produtor vende direto ao consumidor.
Com uma alimentação em conta os benefícios que a agricultura orgânica
proporciona ao ecossistema e a saúde da população em geral, em contra partida,
temos a agricultura convencional que nos mostra através de pesquisas que estamos
comendo cada vez mais alimentos contaminados por fertilizantes químicos.
Portanto, com o conhecimento adquiridos através de pesquisas bibliográficas e de
campo orientadas pelo professor sobre os sistemas agrícolas, se enfatize a defesa
da agricultura agroecológica orgânica e manejo dos recursos naturais.
A agricultura orgânica busca criar ecossistemas mais equilibrados, preservar
a biodiversidade, os ciclos e as atividades biológicas do solo, portanto é fundamental
que o educando tome conhecimento das práticas do cultivo dos produtos orgânicos
com pesquisa de campo no município com produtores agroecológicos das
comunidades já citado no texto apresentado em reunião pedagógica a equipe da
escola.
O município de Salto do Lontra está localizado a 500 km da capital Curitiba,
pertence ao sudoeste do Paraná, tem característica de pequena cidade e com
grande interação campo cidade. A grande maioria dos agricultores fazem parte da
agricultura familiar o que mantém a economia local, destes produtores segundo
relatado por Fritz (apud ALVES; ALVES; CASIRAGHI, 2010, p. 14), identificou oito
produtores agroecológicos, já citado no texto anterior), localizadas nas comunidades
acima citada, onde os educandos farão o trabalho de campo.
Objetivo
Propiciar aos educandos a compreensão, mostrando a importância da
prática da agricultura agroecológica e orgânica na produção dos gêneros
alimentícios para a saúde da população.
Material
1. Texto base disposto no corpo desta atividade;
2. Vídeos-documentários;
3. Música “Alimentação ecológica”;
4. Slides para uso na TV Multimídia;
5. Embalagens de alguns alimentos para debate, provocando o interesse
em entender o cultivo orgânico e convencional.
Metodologia
Etapa 1: As atividades serão iniciadas com a apresentação da música
Alimentação Ecológica do CD Terra e Campo em Canto: “O alimento deve ser
remédio e saúde pra viver...”. Em seguida os educandos serão estimulados a
entender ou interpretar a proposta do projeto, mencionando os objetivos,
metodologias, estratégias de ação, propondo fixar o conhecimento através de
leituras de textos dando prioridade a agricultura agroecológica e despertando para o
consumo de alimentos de melhor qualidade biológica, não contaminados, que façam
bem a saúde das pessoas.
Etapa 2: Texto base, mostrando a necessidade de leitura e pesquisa para
obterem conhecimentos a respeito das alterações ocorridas no espaço rural
derivadas da modernização da agricultura, com ênfase a agricultura familiar
orgânica, apresentações multimídia mostrando algumas características da
agricultura agroecológica e agricultura Convencional (slides) música Alimentação
Ecológica, discussão sobre o tema, contribuindo para o entendimento e
compreensão bem com apresentar plano teóricos e metodológicos adotados na
execução do trabalho.
Etapa 3: Os educandos assistirão ao filme-documentário: O mundo segundo
a Monsanto
A multinacional Monsanto produz quase a totalidade dos transgênicos no
mundo e tem uma posição dominante no mercado global de sementes.
O documentário denuncia as ações da Monsanto para divulgar estudos
científicos duvidosos de apoio às suas pesquisas e produtos, e relaciona a expansão
dos grãos de sementes da Monsanto com os suicídios de agricultores na Índia, não
se esquecendo de trazer à memória os casos de contaminação pelo produto químico
PCB.
O filme-documentário, conta também como a Monsanto se envolveu no
Projeto Manhatan, que deu origem à bomba atômica; como participou da Guerra do
Vietnam com o agente laranja; como age para calar qualquer voz que ameace falar
contra algo que ela produz; como tem destruído a agricultura dos países em
desenvolvimento, como atua nos seus negócios, colocando o lucro acima de tudo,
massacrando todos os que o desafiam.
Etapa 4: Questionamento, debate sobre o filme-documentário.
Etapa 5: Os educandos representarão as partes mais interessantes do filme
que assistiram de acordo com as observações, em formato de esquete.
Sugestão de disciplinas de apoio
Língua Portuguesa poderá utilizar o vídeo-documentário para uma reflexão
sobre o assunto e posterior elaboração de texto reflexivo, abordando a ação de
empresas multinacionais na manutenção do monopólio das sementes e a
necessidade de exploração da agricultura.
Química poderá abordar a composição química, desde a semente até os
produtos elaborados a partir delas.
Biologia destacará a manipulação genética na hibridação do vegetal.
Avaliação
1. Participação do debate do tema exposto, possibilitando o educando
oportunidades de expressar seus conhecimentos sobre a temática.
2. Acompanhar o desempenho e compreensão do educando através da
apresentação da esquete sobre as partes do filme ”O Mundo Segundo a Monsanto‟‟.
ATIVIDADE 3
AGROECOLOGIA CONSUMO CONSCIENTE
Atividade dirigida aos educandos
A natureza sempre foi a Mãe da humanidade, sempre dando as condições
necessárias para a sobrevivência dos seres vivos. Os primatas, ou os homens da
pré-história tinham um relacionamento harmonioso com a natureza, alimentava-se
com o que ela oferecia. Mas nos dias atuais com o aumento da população os
recursos técnicos primitivos foram se alterando até chegar a quase total
dependência da tecnologia.
Segundo o que se tem visto, o desenvolvimento tecnológico trouxe vários
benefícios ao homem, mas também um profundo desequilíbrio ao meio ambiente e a
sobrevivência das espécies vivas, diminuindo a resistência dos vegetais animais e
causando danos à saúde das pessoas, isto devido ao uso discriminado de
inseticidas e pesticidas usados na agricultura.
Portanto, na agroecologia temos uma perspectiva em relação à produção
orgânica de alimentos, esta deve reverter em parte os danos causados pelo cultivo
convencional que causam inúmeros problemas, que com o uso de venenos
provocam inúmeras doenças e destrói o ecossistema.
Os alimentos, como o escritor Jean Claude Rodet (2008) citou, que “nem
mesmo a medicina, tem tanta importância para a saúde quanto a agricultura”, nos
leva a fazer uma reflexão sobre nossas atitudes em relação aos sistemas agrícolas
convencional e agroecológico cabendo a nós professores repassarmos os
conhecimentos aos educandos, despertando neles a curiosidade de observar e
entender os procedimentos da produção agroecológica orgânica praticada por
alguns produtores no município de Salto do Lontra.
O texto a ser trabalhado com os educandos do 3º ano tem por base o
material de apoio construído com base em um projeto de pesquisa/extensão
realizado pelo GETERR, com agricultores agroecológicos de três municípios do
sudoeste do Paraná (Salto do Lontra, Verê e Itapejara d‟Oeste).
Objetivos
Analisar a importância da prática agroecológica para a sobrevivência do
homem e do ecossistema, despertando o interesse de desenvolver atitudes que
ajudem na divulgação dos benefícios que a produção orgânica trás para as pessoas
e ao meio ambiente.
Conhecer a produção agroecológica do município de Salto do Lontra a partir
do material de apoio utilizado.
Sugestão de disciplinas de apoio
A Cartilha proposta para ser trabalhada nesta atividade poderá ser usada
pelos professores de Língua Portuguesa ao abordarem textos de opinião, pesquisas
direcionadas e comentários referentes ao tema.
Material proposto para a atividade
1. Texto base, produzido pelo grupo de estudos territoriais Unioeste:
Agroecologia consumo consciente, ações que transformam (em anexo);
2. Mapa do Estado do Paraná destacando o município.
3. Mapa do município de Salto do Lontra para identificar as localidades de
produtores agroecológicos orgânicos.
4. Música “Pare com o veneno”, de autoria e interpretação Mario Elizeu da
Silva do CD grupo musical Terra e Campo em Canto produzido pela ASSESOAR –
Francisco Beltrão.
Metodologia
Etapa 1: Apresentação e distribuição da Cartilha „‟Agroecologia consumo
consciente, ações que transformam”, produzidas pelo grupo de estudos territoriais
UNIOESTE. Em anexo.
Etapa 2: Trabalho em grupo: Cada grupo estudará um tema da cartilha e em
seguida do estudo feito, apresentarão em plenária aos demais colegas, utilizando de
textos, cartazes, poesias, músicas, paródias, etc.
Etapa 3: Explorar o mapa do município de Salto do Lontra, identificando as
comunidades em que alguns produtores familiares produzem produtos orgânicos
Etapa 4: Em grupo os educandos devem montar um painel comparativo
entre os sistemas de cultivo orgânico e convencional, pesquisa na internet sobre o
problema dos venenos agrícolas nos alimentos produzidos de forma convencional.
Etapa 5: Apresentação da música “Pare com o veneno‟‟: que retrata os
malefícios que o uso dos agrotóxicos traz para a saúde do homem e do meio
ambiente.
Etapa 6: Os alunos em grupo devem preparar questões referentes a
produção orgânica a ser realizada para palestrantes em aulas posteriores.
ATIVIDADE 4
AGRICULTURA FAMILIAR ORGÂNICA
Atividade dirigida aos educandos .
Em Salto do Lontra, destacam-se no apoio à agroecologia, entidades
parceiras como CRESOL, CLAF, ASSESOAR, COOPAFI e Rede EcoVida. Tais
entidades apóiam ações que visam o desenvolvimento de produtos agroecológicos
com incentivo na organização da produção e na comercialização. Os parceiros
trabalham para o fortalecimento da agricultura familiar, priorizando o debate, a
formação e a assistência técnica.
Essas entidades parceiras, no apoio à cultura agroecológica e orgânica,
destacam-se em ações realizadas na agricultura familiar, incentivando a valorização
e a comercialização dos produtos com a reabertura da feira de produtos
agroecológicos e conscientizando as pessoas a produzir e a consumir de forma
orgânica e saudável.
No entanto são vários os processos de comercialização que marcam o atual
mercado de produtos agroecológicos orgânicos no município, como a venda direta
entre o agricultor e o consumidor por meio das feiras, entregas de sacolas, vendas
nas propriedades, programas de merenda escolar e fome zero, etc., tendo na
variedade da produção que caracteriza o processo produtivo e seus produtores.
Segundo a pesquisa de Fritz (apud ALVES; ALVES; CASIRAGHI, 2010, p.
14), identificou oito produtores agroecológicos, dos quais seis receberam
certificação, sendo um produtor da Rede EcoVida, um do Instituto de Mercado
Orgânico (IMO) e quatro do Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento (IBD).
As propriedades agroecológicas localizam-se nas seguintes comunidades do
municípios de Salto do Lontra: São Luiz, Pio X, Nosso Senhor do Bonfim, Primeiro
de Maio, Vila Rural e Santa Terezinha.
A característica principal destes agricultores é de serem famílias
tradicionalmente ligadas a terra, as quais produzem produtos orgânicos como:
hortaliças e cultura permanente (cana-de-açúcar, pêssego, pocam, laranja bahia,
tangerina, uva, pêra, entre outras e reflorestamento) em pequenas propriedades
com média de 15,71 ha.
Atualmente, os agricultores agroecológicos, através do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais, estão se organizando para ampliar a adesão à Rede EcoVida,
pois, segundo eles, o alto custo das certificações inviabiliza a produção dentro dos
padrões da agroecologia. Com a EcoVida, os custos das certificações são
simbólicos.
Nesse sentido contribuímos com os educandos através das informações e
conhecimentos, a valorização da agricultura familiar orgânica, propiciando-lhes uma
visão de produção de alimentos mais saudáveis livres de resíduos químicos e o uso
racional dos recursos naturais e tome defesa da mesma, valorizando a saúde tanto
das pessoas quanto do meio ambiente.
Objetivo
Demonstrar aos educandos a importância da agricultura familiar orgânica e
da necessidade de preservar o meio ambiente através de práticas conscientes do
uso do solo na produção de alimentos saudáveis, sem alterar os ecossistemas locais
com o uso dos fertilizantes químicos usados de forma abusiva na agricultura
convencional.
Material
1. Material de anotação;
2. Projetor Multimídia;
3. Câmera fotográfica.
Recursos humanos
1. Técnico da EMATER;
2. Produtor orgânico.
Sugestão de disciplinas de apoio
Por abordar conteúdos referentes a produção familiar orgânica é
interessante propor à disciplina de Sociologia uma utilização ampla do material, em
especial desta atividade, pois há um encaminhamento de palestras com técnico da
EMATER e com produtor rural, visto que o destaque para o cooperativismo dos
pequenos produtores é realizado.
Metodologia
Etapa 1: Convidar técnico da EMATER e produtor familiar orgânico, para
palestrar sobre a modernização da agricultura, produção convencional, agricultura
agroecológica com destaque para a orgânica no município de Salto do Lontra,
mostrando um diagnóstico dos agricultores, suas estratégias e as redes que estão
conectadas,
Etapa 2: Palestra com técnico da EMATER, reforçando o entendimento e
conhecimento sobre o tema, destacando que a agricultura orgânica vem tendo
avanços tanto como alternativa econômica, quanto na demanda por alimentos mais
saudáveis, pois é produzido sem o uso de fertilizantes químicos. A intenção da
exposição da fala sobre o assunto é que os educandos se conscientizem e esses a
família e as pessoas que se relacionam dos malefícios provocados pelos insumos
agrícolas convencionais e a necessidade de consumo de produtos orgânicos em
nossa alimentação.
Etapa 3: A palestra com o produtor agroecológico objetiva expor, os
desafios da agricultura familiar orgânica, abrangendo as técnicas de produção
vegetal e animal. Pois é necessário que percebam que a produção convencional,
além de ser inviável ao pequeno produtor rural devido os altos preços dos insumos,
destrói o meio ambiente com o uso abusivo de agrotóxico.
Etapa 4: Debate após a realização das palestras com Produtor orgânico do
município e do técnico da Emater.
Avaliação
1. Participação dos educandos durante a palestra com questionamentos,
pois é importante que demonstrem preocupação com a questão dos sistemas
agricultura praticada no município.
2. Criar alguns cartazes com frases, desenhos, gravuras, sobre o tema
palestrado, alertando a comunidade escolar sobre os riscos dos alimentos
produzidos de forma convencional e os benefícios dos produtos agroecológicos
orgânicos, fazendo um comparativo entre os mesmos.
ATIVIDADE 5
AGRICULTURA ECOLÓGICA EM SALTO DO LONTRA
Atividade dirigida aos educandos
Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (PARANÁ, 2008, p.
38), “estabelecer relações com a Natureza fez parte das estratégias de
sobrevivência dos grupos humanos desde suas primeiras formas de organização”.
O homem primitivo não tinha a necessidade de plantar, pois o que
necessitava para a sobrevivência era retirado da própria natureza. Com o passar do
tempo a agricultura passou a exigir dos primeiros povos agricultores a noção do
tempo, das estações do ano e das fases da lua. “Esses conhecimentos permitiram
às sociedades se relacionarem com a natureza e modificá-la em benefício próprio‟‟
(PARANÁ, 2008, p. 38).
A geografia é uma ciência cujo objeto de estudo é o espaço geográfico.
Logo, conhecer o espaço é fundamental. O trabalho de campo se situa nesta
dimensão e possibilita a ampliação do conhecimento e a maior integração entre a
teoria e a prática cotidiana na qual a escola está inserida. Afinal, como destaca Ruy
Moreira (1988), fazemos uma geografia de homens para homens.
Também para nossos educandos é essencial este aprendizado junto a
pesquisa de campo, sendo muito importante para o conhecimento da realidade e de
como é praticada a agricultura familiar orgânica nas localidades do município,
levando-os a observar, a ter contato com a realidade e que percebam que temos
que nos preocupar com a questão dos alimentos e de que maneira são produzidos .
Com este trabalho de campo os educandos terão oportunidades de
conhecer e posteriormente divulgar a produção orgânica, fortalecendo e contribuindo
para que as pessoas se preocupem mais com a qualidade na produção de um
alimento limpo e produzido sem agredir o meio ambiente.
Portanto, os educandos poderão perceber que na pesquisa de campo com
produtores, a agricultura familiar está estruturada na produção orgânica, voltada
para a subsistência da família e o mercado consumidor, possibilitando um
desenvolvimento social econômico e natural, vindo como um instrumento para
amenizar em parte os problemas causados pela modernização agrícola.
O trabalho de campo será realizado nas comunidades do município de Salto
do Lontra com agricultores familiares orgânicos.
Objetivo
1. Pesquisar junto aos agricultores os mecanismos utilizados na produção de
alimentos saudáveis sem o uso de agrotóxicos, com boa qualidade preservando os
recursos naturais, tendo na agricultura familiar orgânica a fonte de renda de
subsistência das famílias agricultoras.
2. Ampliar o conhecimento da realidade da produção orgânica em Salto do
Lontra.
Material
1. Mapa do município de Salto do Lontra (Cartilha Agroecologia e consumo
consciente, 2010, p. 26-27);
2. Meio de transporte;
3. Material para registro dos questionamentos que os educandos farão aos
agricultores sobre a prática do sistema de produção orgânica;
4. Câmera fotográfica;
5. Filmadora.
Sugestão de disciplinas de apoio
Da mesma maneira que a sugestão proposta na atividade anterior, a
disciplina de Sociologia pode abordar conteúdos da matéria, ao utilizar este material.
A disciplina de Matemática pode usar os dados coletados na pesquisa de campo
para compor o conteúdo de Tratamento da Informação.
Metodologia
Etapa 1: Dividiremos os educandos em grupo, cada grupo fará
agendamento prévio juntos aos agricultores familiares orgânicos nas localidades
onde são praticadas este sistema agrícola, procurando saber a história de vida de
cada família visitada, o que produzem, as dificuldades encontradas e as redes em
que estão conectadas nesta alternativa de produção agrícola.
Etapa 2: Os educandos farão registros através das observações, por meio
de anotações, fotografias, filmagens e entrevistas dos produtores familiares em suas
propriedades.
Etapa 3: Trabalhar com mapa da distribuição dos produtores orgânicos de
Salto do Lontra;
Etapa 4: Elaborar roteiro de entrevistas a ser realizada em horário de
contraturno, descrevendo como cada grupo irá observar e compreender a produção
orgânica da comunidade (elaboração feita pelo educando).
Etapa 5: Transcrever as pesquisa, sistematizando as informações obtidas
no trabalho de campo.
Etapa 6: Escrever relatório.
Etapa 7: Preparar a exposição dos trabalhos que serão apresentados aos
demais educandos Colégio Estadual Irmã Maria Margarida.
Avaliação
Cada grupo fará um documentário, com todo o material coletado na
pesquisa de campo sobre os produtores orgânicos, nas comunidades do município
de Salto do Lontra, que será apresentado em plenária na exposição dos trabalhos
no Colégio Estadual Irmã Maria Margarida, para os demais educandos divulgando
a pesquisa sobre a temática.
ATIVIDADE 6
EXPOSIÇÃO DE TRABALHOS
Atividade dirigida aos educandos
Organização da exposição sobre os trabalhos realizados pelos educandos
para a divulgação das informações a respeito dos produtores agroecológicos
orgânicos, das localidades pesquisadas no município de Salto do Lontra e palestra
com o Grupo de Estudos Territoriais da UNIOESTE.
Introdução
O processo de ensino e aprendizagem se dá em transmitir os conteúdos
teóricos e atividades práticas, para que os educandos desenvolvam o senso crítico e
se tornem responsáveis e comprometidos com as atitudes, envolvendo os aspectos
socioambiental, político, econômico e cultural que compõem o sistema
agroecológico.
Com o desenvolvimento técnico-científico ocorreu com as alterações no
cenário rural, com o uso dos agrotóxicos, o meio ambiente em que vivemos está se
transformando, provocando malefícios tanto para o meio ambiente quanto para a
saúde das pessoas.
Sabendo da influência dos sistemas de produção convencional e
agroecológicos, apreendidos pelos educandos através de levantamento da realidade
dos produtores orgânicos sobre a qualidade dos alimentos, o consumidor poderá
optar por uma alimentação sem o uso de veneno e consequentemente ter melhor
qualidade de vida e ajudar a recuperar o meio em que vivemos.
De acordo com Chambers e Conway (apud Sauer e Balestro 2009, p. 197),
um modo de vida pode ser considerado sustentável “quando mantém ou melhora os
recursos locais e globais dos quais depende, trazendo benefícios também a outros
modos de vida e quando consegue resistir e recuperar-se de estresses e choques,
tornando-se capaz de prover as próximas gerações”.
Com a exposição, proporemos mostrar que devemos ter maior sensibilidade
na utilização dos solos para a prática da agricultura, pois todos os seres viventes
dependem do meio ambiente para que a vida continue a existir e dele retirar a
sobrevivência.
Objetivos
1. Divulgar junto à comunidade escolar, as informações obtidas pela
pesquisa de campo sobre os produtos e produtores agroecológicos, de Salto do
Lontra.
2. Reconhecer a importância da pesquisa, para o desenvolvimento da
comunidade.
3. Integrar os educandos, do ensino médio e os acadêmicos da
Unioeste/GETERR em torno da temática de agroecologia.
Material
1. Materiais para exposição dos trabalhos;
2. Amostras de alimentos orgânicos e convencionais;
3. Fotografias;
4. Filmagem;
5. Projetor Multimídia;
6. Cartazes;
7. Painéis.
Sugestão de disciplinas de apoio
Língua Portuguesa poderá auxiliar na elaboração da Carta Apoio e, a
disciplina de Sociologia, na questão da socialização do conhecimento e de técnicas
para sua distribuição e conscientização referente à saúde da população.
Metodologia
Etapa 1: Preparar o saguão do Colégio Estadual Irmã Maria margarida, para
apresentação dos trabalhos realizados pelos educandos com os produtores
orgânicos.
Etapa 2: Organizar murais para apresentação dos trabalhos de pesquisa,
elaborados pelos educandos.
Etapa 3: A seguir os grupos apresentarão os trabalhos realizados no campo,
sobre os produtos e produtores agroecológicos para todos os educandos da escola;
(Produção do aluno).
Etapa 4: A seguir, haverá a palestra com o GETERR (Grupo de Estudos
Territoriais) da UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão, que irão reforçar a
importância do estudo dos produtos orgânicos para a saúde e a preservação do
ecossistema, mostrando como as pesquisas científicas colaboram para a troca de
experiências entre agricultores, entidades da agricultura familiar e universidade.
Etapa 5: Abertura para questionamento e debate dos participantes.
Avaliação
Exposição da pesquisa de campo para os educandos do Colégio,
envolvendo a criatividade e a construção de cada grupo.
Carta apoio (redigida pelos educandos)
Tendo o conhecimento sobre os alimentos convencionais e orgânicos,
trabalhado e discutido na implementação do caderno pedagógico, como uma das
etapas do PDE, os educandos deverão redigir um documento (carta) ao Secretário
da Agricultura do Paraná e ao Ministro da Agricultura, expondo a importância e a
preocupação da produção de alimentos produzidos de forma Orgânica para a saúde
da população e para a preservação do meio ambiente, visto que, o alimento
convencional contém uma carga de substâncias intoxicantes, pela agricultura
mercantilizada.
Pedindo para os nossos governantes que de apoio e que estudem medidas
legais para a agricultura agroecológica, dando atenção especial para os produtores
orgânicos, porque são esses alimentos que não deixam a população doente, que
não mata, mas da vida, saúde e vigor, protegendo assim as futuras gerações.
Avaliação
“A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, determina que a
avaliação do processo de ensino-aprendizagem seja formativa, diagnóstica e
processual...” (Diretrizes Curriculares da Educação Básica, 2008, p. 85), portanto,
com a produção deste caderno pedagógico propiciaremos um espaço de ensino e
aprendizagem, contribuindo para uma formação satisfatória, estabelecendo ao
educando novas oportunidades de conhecimentos, relacionando teoria à prática.
REFERÊNCIAS
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BRUM, Argemiro J. Modernização da Agricultura: Trigo e Soja. In: TEIXEIRA, Jodenir Calixto. Modernização da agricultura no Brasil: impactos econômicos, sociais e ambientais. Disponível em: <http://www.cptl.ufms.br/agbtl/jodenir.pdf>. Acesso em: 17/12/2010.
DAROLT, Moacir Roberto. Alimentos orgânicos: um guia para o consumidor consciente. Londrina: Instituto Agronômico do Paraná, 2007.
DELBET, Pierre. In: RODET, Jean Claude. Por que agricultura orgânica? Disponível em: <http://www.taps.org.br/Paginas/agroartigoao11.html>. Acesso em 06/05/2011.
FAO/INCRA. Diretrizes de Políticas Agrárias e Desenvolvimento Sustentável, Brasília, versão resumida do Relatório final do projeto UTF/BRA/036, março, 1994. Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo3.htm>. Acesso em: 14/12/2010.
FRITZ, Nilton Luiz. Agroecologia: o desenvolvimento no Sudoeste do Paraná. In: ALVES, Adilson Francelino; CARRIJO, Beatriz Rodrigues; CANDIOTTO, Luciano Zanetti Pessoa (orgs.). Desenvolvimento Territorial e Agroecologia. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008.
GRAZIANO NETO, Francisco. Questão Agrária e Ecologia: Crítica da Agricultura Moderna. In: TEIXEIRA, Jodenir Calixto. Modernização da agricultura no Brasil: impactos econômicos, sociais e ambientais. Disponível em: <http://www.cptl.ufms.br/agbtl/jodenir.pdf>. Acesso em: 10/12/2010.
INCRA/FAO. Perfil da agricultura familiar no Brasil: dossiê estatístico. In: SANTOS, Roseli Alves dos. O processo de modernização da agricultura no Sudoeste do Paraná. Tese (doutorado). Programa de Pós-graduação em Geografia, UNESP, Presidente Prudente, 2008.
MACHADO, Luiz Carlos Pinheiro. As necessidades humanas, os saberes, a utopia: a agroecologia, os cerrados e sua proteção. In: SAUER, Sérgio e BALESTRO, Móisés Villamil. Agroecologia e os desafios da transição agroecológica (orgs.). 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2009.
MILLER, Geraldo. O agrário no complexo agroindustrial. In: Anais do X Encontro Nacional de Geografia Agrária. Teresópolis: 1990.
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia: Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2009.
MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 1988.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: História. Curitiba: SEED, 2008.
PORTUGAL, Alberto Duque. O desafio da agricultura familiar. Embrapa, 2002. Disponível em: <http://www23.sede.embrapa.br:8080/aplic/rumos.nsf/b1bbbc852ee1057183256800005ca0ab/2d87a4a32603718003256c2300631e48?OpenDocument>. Acesso em: 15/01/2011.
RODET, Jean-Claude. Pequena Enciclopédia da Nutriterapia Familiar, v. 1, Lisboa: Sinais de Fogo, 2008.
SANTOS, Roseli Alves dos. O processo de modernização da agricultura no Sudoeste do Paraná. Tese (doutorado). Programa de Pós-graduação em Geografia, UNESP, Presidente Prudente, 2008.
SAQUET, Adriano Arriel et.al. Agricultura ecológica e ensino superior. Francisco Beltrão: Grafit, 2005.
SAQUET, Adriano Arriel. Reflexões sobre a Agroecologia no Brasil. In: ALVES, Adilson Francelino; CARRIJO, Beatriz Rodrigues; CANDIOTTO, Luciano Zanetti Pessoa (orgs.). Desenvolvimento territorial e agroecologia. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008.
SAUER, Sérgio; BALESTRO, Moisés Vilamil (orgs.). Agroecologia e os desafios da transição agroecológica. 1. ed. São Paulo: Expresso Popular, 2009.
SCHMITT, Claudia Job. Transição agroecológica e desenvolvimento rural: um olhar a partir da experiência brasileira. In: SAUER, Sérgio e BALESTRO, Móisés Villamil. Agroecologia e os desafios da transição agroecológica (orgs.). 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2009.
TINOCO, Sonia Terezinha Juliatto. Análise sócio-econômica da piscicultura em unidades de produção agropecuária familiares da região de Tupã, SP. Tese (doutorado). Curso de Pós-graduação em Aquicultura do Centro de Aquicultura da UNESP, Jaboticabal, 2006. Disponível em:
<http://www.caunesp.unesp.br/Publicacoes/Dissertacoes_Teses/Teses/Tese%20Sonia%20Terezinha%20Juliatto%20Tinoco.pdf >. Acesso em: 07/12/2010.
A N E X O S
ANEXO 1
AGROECOLOGIA
E CONSUMO CONSCIENTE
Francisco Beltrão – PR
2010
AGROECOLOGIA E CONSUMO CONSCIENTE
Organização
Marcos Aurélio Saquet – Coord. Adilson Francelino Alves Luciano Z. P. Candiotto Roseli Alves dos Santos Camila Graeff Casiraghi
Carolina Bonelli Clery O. W. Alves
Douglas José Cattelan Elaine Fabiane Gaiovicz
Poliane de Souza Rafael Talheimer
Suzana Gotardo de Meira Valentina Bianco
Organização e Redação: Adilson F. Alves ; Elaine F. Gaiovicz;
Luciano Z. P. Candiotto; Marcos A. Saquet; Poliane de Souza; Rafael
Talheimer; Suzana G. de Meira e Valentina Bianco.
Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI/PR)
Programa Universidade Sem Fronteira (USF) Projeto: Agricultura Familiar Agroecológica nos municípios de Itapejara
d‟Oeste, Salto do Lontra e Verê (Sudoeste do Paraná), como
estratégia de inclusão social e desenvolvimento territorial
É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que
citada a fonte. Não são permitidas reproduções para fins comerciais.
Francisco Beltrão (PR), 2010.
5
Copyright © Grupo de Estudos Territoriais – GETERR
Capa: Adilson Francelino Alves, Douglas J. Cattelan, Poliane de
Souza, Rafael Talheimer, Suzana G. de Meira.
Impressão: GRAFIT ADMR – Artes Gráficas e Editora Ltda. Tiragem: 2950 exemplares
A281 Agroecologia e consumo consciente. / Organização de Adilson F.
Alves; Elaine F. Gaiovicz; Luciano Z. P. Candiotto; et al. -- Francisco Beltrão: SETI, USF, 2010. 48 p.
ISBN – 85-89251-25-3
1. Agricultura Familiar - Sudoeste Paranaense. 2. Desenvolvimento
Territorial – Salto de Lontra - Verê. 3. Agroecologia - Alimentos. I.
Alves, Adilson F. (org.). II. Gaiovicz, Elaine F. (org.). III. Candiotto,
Luciano Z. P. (org.), et al. IV. Título.
CDD – 630.2745 Ficha Catalográfica: Sistema de Bibliotecas da
Unioeste (Sandra Regina Mendonça – CRB – 9/1090)
6
Sumário APRESENTAÇÃO ........................................................................... 5 AGROECOLOGIA O que é? ......................................................................................... 9 Um pouco de história ......................................................................... 9 PRÁTICAS DE CULTIVO E IMPLICAÇÕES O cultivo orgânico ............................................................................. 10 O cultivo convencional ....................................................................... 11 O cultivo transgênico ......................................................................... 12 TIPOS DE CERTIFICAÇÃO O que é a certificação? .................................................................... 13 Organizações de controle social ......................................................... 15 COMO CONSUMIR OS PRODUTOS Consuma-os frescos ........................................................................ 15 Consuma-os de forma integral ............................................................ 16 Consuma-os no período certo ............................................................. 17 RECEITAS Farofa de cascas de bananas ........................................................... 19 Panquecas ....................................................................................... 19 Bolo de amendoim ............................................................................ 20 ONDE ENCONTRAR PRODUTOS AGROECOLÓGICOS? Itapejara d‟Oeste-Paraná ................................................................. 21 Mapa 01 .......................................................................................... 22 Agricultores agroecológicos-Itapejara d‟Oeste/PR ................................. 24 Mapa 02 .......................................................................................... 26 Salto do Lontra-Paraná ...................................................................... 28 Agricultores agroecológicos-Salto do Lontra/PR .................................... 29 Verê-Paraná .................................................................................... 31 Mapa 03 .......................................................................................... 32 Agricultores agroecológicos-Verê/PR ................................................ 34 PALAVRAS FINAIS .......................................................................... 39 PARA SABER MAIS ....................................................................... 40 PARCEIROS .................................................................................... 42 APOIO ............................................................................................ 42
Apresentação A partir do Projeto de Extensão intitulado “Agricultura Familiar Agroecológica nos municípios de Itapejara d‟Oeste, Salto do Lontra e Verê (Sudoeste do Paraná), como estratégia de inclusão social e desenvolvimento territorial”, o GETERR (Grupo de Estudos Territoriais) da UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão, vem procurando conhecer e apoiar a agroecologia na região, contribuindo para seu fortalecimento na esfera da produção, da comercialização e do consumo de alimentos livres de agrotóxicos, produzidos por agricultores familiares. Com financiamento da SETI (Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná), através do Programa “Universidade Sem Fronteiras”, o projeto começou a ser desenvolvido em abril de 2009 e será finalizado em dezembro de 2010. Entre as ações do projeto, está a divulgação para a população, dos produtores e dos produtos agroecológicos dos municípios envolvidos. Nesse sentido, esta cartilha faz parte desse processo, pois nela, procuramos apresentar os fundamentos da agroecologia, diferenciando-a das formas de cultivo convencional e transgênico; discutir os tipos de certificação dos produtos orgânicos/agroecológicos; dar dicas para o consumo de alimentos; e mostrar algumas receitas com produtos agroecológicos. Além disso, na parte final da cartilha, relacionamos os produtores agroecológicos dos municípios de Itapejara d‟Oeste, Salto do Lontra e Verê, os alimentos que produzem e sistematizamos as informações em um mapa temático da produção agroecológica de cada município, em que consta a localização das propriedades e os principais produtos ofertados em cada uma delas. Durante o projeto, percebemos que, apesar de fundamental para o futuro
da humanidade, a agroecologia ainda é uma atividade incipiente no contexto da agricultura mundial, necessitando de apoio público, popular,
e, sobretudo do fortalecimento de redes entre agricultores familiares, suas instituições representativas, e outras instituições de apoio (universidades, centros de pesquisa, Organizações Não-Governamentais
etc.). Esperamos que esta cartilha possa contribuir para a expansão quantitativa e qualitativa da agroecologia e instruir os consumidores
sobre os alimentos agroecológicos produzidos nos municípios do projeto.
Equipe de Redação, julho de 2010.
“Consumo não é um assunto particular,
é algo que interessa toda a humanidade
porque nas nossas ações diárias se
escondem problemas sociais, políticos e
ambientais”. Francesco Gesualdi (2003)
AGROECOLOGIA - O que é?
Segundo Saquet (2005) a agroecologia é uma nova abordagem da agricultura, baseada no uso racional e na preservação dos recursos naturais. Ela promove a produção de alimentos mais saudáveis e naturais - sem agrotóxicos e adubos químicos - e a valorização da qualidade de vida dos agricultores, de sua família e dos consumidores. Na avaliação dos efeitos das técnicas agrícolas ela integra diversos aspectos: - agronômicos (produção); - ecológicos/ambientais; - socioeconômicos.
Foto 01. Alcides Moreschi, Verê/PR. Fonte: Arquivo Projeto, 2009.
Um pouco de história A partir da década de 1950 o modelo de produção de alimentos baseou-se no “pacote” tecnológico da “Revolução Verde”, que envolvia mecanização, especialização, introdução de monoculturas, emprego de produtos químicos e de sementes geneticamente modificadas, a fim de aumentar a produção. A “Revolução Verde” gerou impactos sociais, empobrecendo e expulsando milhares de agricultores familiares de suas terras, e também impactos ambientais, como a perda da biodiversidade.
A partir dos anos 1980 se somaram os problemas econômicos que atingiram o Estado brasileiro, tornando-o incapaz de cumprir à crescente demanda de financiamento pela mecanização da agricultura.
Na década de 1990 organizou-se uma forte contestação política que,
além de criticar os efeitos da chamada “modernização da agricultura”,
promovia um novo processo de cultivo baseado na Agroecologia. Agora você tem a oportunidade de fazer a escolha certa, optando por
consumir alimentos agroecológicos, que além de mais saudáveis,
contribuem com o bem estar de todos e a preservação da natureza.
9
PRÁTICAS DE CULTIVO E IMPLICAÇÕES O Cultivo Orgânico
Segundo Darolt (2007), a agricultura orgânica é um sistema de produção de alimentos que privilegia a preservação da saúde humana, animal e o ambiente. Isso acontece porque ela promove o trabalho digno e a sustentabilidade do ecossistema agrícola, respeitando as condições e características de cada lugar. Este sistema de cultivo é disciplinado pela Lei n. 10.831 de 2003, que estabelece
princípios e normas de produção, embalagem, distribuição e rotulagem. Os produtos orgânicos recebem um selo que garante a sua origem e qualidade. A fiscalização da produção orgânica é garantida por instituições
certificadoras, mas existem também outras formas de certificação, como
o sistema participativo ou a organização de controle social. Todos eles
têm que ser cadastrados no Ministério da Agricultura.
Benefícios Uso de tecnologias de baixo custo, adaptadas aos ecossistemas; Utilização de técnicas de controle biológico; Utilização de medidas preventivas e naturais; Uso de adubos orgânicos, como: esterco, adubação verde, composto
orgânico e rochas naturais moídas; Enriquecimento do solo em matéria orgânica; Manutenção da cobertura do solo e preservação das fontes de água; Aumento do húmus, microorganismos e insetos benéficos; Rotação de culturas, policultura e biodiversidade; Alimentação orgânica e utilização de práticas homeopáticas para os
animais; Equilíbrio e auto-sustentabilidade do ecossistema; Equilíbrio nutricional e segurança alimentar; Saúde do agricultor e do consumidor;
Geração de empregos e permanência da família no campo.
10
Foto 02. Cultivo de repolho orgânico.
Fonte:http://www.correiolageano. com.br/galeria/ 08232.jpg, acesso em 14/04/2010.
O Cultivo Convencional
Figura 01. Típica lavoura convencional. Fonte: http://www.aceav.pt/blogs/rogerfernandes/Lists/ fotografias/AGRICULTURA/monocultura%20trigo.gif, acesso em 14/04/2010.
ambiente e do agricultor. As técnicas de produção requerem o emprego de quantidades maiores de insumos químicos e energia. Terra e trabalho são complementados por capital e tecnologias, e o volume de produção é o próprio objetivo.
Conseqüências Emprego de tecnologias caras e custo com manutenção; Uso de insumos químicos, pesticidas, fungicidas, herbicidas e
inseticidas; Utilização de fertilizantes químicos sintéticos altamente poluentes; Perda de matéria orgânica, falta de manejo e cobertura do solo; Erosão e compactação do solo; Extinção dos inimigos naturais; Monocultura e redução da biodiversidade; Poluição e deterioração do ecossistema; Contaminação da água, dos alimentos e da saúde; Concentração de renda e descapitalização do agricultor familiar; Exploração da mão-de-obra familiar, aumento das desigualdades,
exclusão social e êxodo rural; Influência significativa e dependência das multinacionais fabricantes
de defensivos e fertilizantes sintéticos.
11
Para a Agência Paulista de Tecnologia e Agronegócio- APTA (2010) a agricultura convencional baseia-se na aplicação de tecnologias e técnicas, cujos únicos fins são a quantidade de produção e o lucro. O sistema de produção convencional, focalizado na monocultura, caracteriza-se por reduzida biodiversidade de espécies e conseqüente aumento da vulnerabilidade do
O Cultivo Transgênico (Organismos Geneticamente Modificados)
Conforme Araguaia (2010), a transferência de genes entre espécies diferentes é chamada de transgenia. Os produtos transgênicos são aqueles que tiveram genes estranhos, de qualquer outro ser vivo, inseridos em seu código genético. O processo consiste na transferência de um ou mais genes responsáveis por determinada característica num organismo para outro organismo ao qual se pretende incorporar esta característica.
Figura 02. Transgênicos contêm materiais genéticos de outros organismos. Fonte: http://pucf5.files.wordpress.com
/2009/10/milho1.jpg, acesso em 14/04/2010
Malefícios Incerteza sobre as conseqüências desses alimentos na
saúdehumana, animal e vegetal; Contaminação de espécies animais e vegetais; Esterilidade das plantas transgênicas: por não se
reproduzirem,fazem com que o agricultor sempre necessite comprar novas sementes, além dos insumos;
Ameaça à segurança alimentar; Perda ou empobrecimento da biodiversidade; Aumento do uso de agrotóxicos para enfrentar pragas mais
resistentes aos pesticidas; Contaminação por pólen transgênico nas lavouras vizinhas; Monopolização da agricultura nas mãos de grandes empresas,
prejudicando a agricultura familiar; Falta de transparência para conhecimento da sociedade civil.
Greenpeace (2005)
AGORA QUE VOCÊ CONHECE AS DIFERENÇAS DOS
SISTEMAS PRODUTIVOS QUE TAL COMEÇAR A CONSUMIR ORGÂNICOS REGULARMENTE!
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TIPOS DE CERTIFICAÇÃO O que é a certificação?
Conforme Santos (2004), a certificação é a garantia da procedência e da qualidade orgânica de um alimento natural ou processado. O agricultor ganha um diferencial de mercado, ao oferecer produtos de melhor qualidade e mais valorizados, estabelecendo uma relação de confiança. Na certificação, produtores e processadores são inspecionados e orientados segundo as normas de produção orgânica. Dessa forma o consumidor tem a garantia de um alimento sem contaminação química, cuja produção respeita o ambiente e o trabalhador. Para Meirelles (2003) o selo de certificação de um alimento orgânico, fornece ao consumidor muito além da certeza de estar levando para casa um produto sem contaminação química. Garante também que esse produto é o resultado de uma agricultura capaz de assegurar qualidade do ambiente natural, qualidade nutricional e biológica de alimentos e qualidade de vida para quem vive no campo e nas cidades. O selo de "orgânico" é o símbolo de processos ecológicos de plantar, cultivar e colher alimentos. Existem também outras vantagens importantes como, por exemplo, o fato de que a certificação torna a produção orgânica tecnicamente mais eficiente, na medida em que exige planejamento e documentação criteriosos por parte do produtor. A legislação brasileira (Lei 10.831 de 23/12/2003), produto da participação do movimento orgânico nacional, está em processo de regulamentação do mercado brasileiro de produção orgânica. Ela prevê três diferentes maneiras de garantir a qualidade dos produtos: a certificação feita pelas Instituições Certificadoras, o Sistema Participativo de Garantia e o Controle Social. Os primeiros dois compõem o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica – SISORG.
Figura 03. Selos SISORG de conformidade Fonte: http://www.prefiraorganicos.com.br/media/19589/selo%20do%20sisorg.jpg
Acesso em 15/07/2010.
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Figura 4. Exemplos de certificadoras por auditoria Fonte: Logos disponíveis nos sites de cada instituição certificadora – acesso
em 12/02/2010. Conforme a Rede Ecovida (2010), a certificação participativa é um sistema solidário de geração de credibilidade, onde a elaboração e a verificação das normas de produção ecológica são realizadas com a
participação efetiva de agricultores e consumidores, buscando o aperfeiçoamento constante e o respeito às características de cada
realidade. É ainda, uma forma diferente de certificação, que permite o respeito e a valorização da cultura local através da aproximação de
agricultores e consumidores e da construção de uma Rede que congrega iniciativas de diferentes regiões.
Figura 05. Exemplos de certificação pelo processo participativo de garantia. Fonte: Logos disponíveis nos sites de cada instituição certificadora – acesso em
12/02/2010.
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Organizações de controle social De acordo com Santos (2004), podem se tratar de associações,
cooperativas ou consórcios de agricultores cadastrados nos órgãos de
governo, que se caracterizam pela venda direta nas feiras, nos pequenos
mercados e nas casas. O processo se constrói a partir da geração de
credibilidade, através da interação entre as pessoas e/ou organizações,
sustentada pela participação, o comprometimento, a transparência e a
confiança.
Foto 03. Associação de Produtores Foto 04. Feira Agroecológica. Bairro Agroecológicos de Verê – PR (APAV). Cango - Fco. Beltrão-PR. Fonte: Arquivo Projeto, 2009. Fonte: Arquivo Projeto, 2009.
COMO CONSUMIR OS PRODUTOS Consuma-os frescos
A alimentação saudável e consciente coloca- se em estreita relação com a
agroecologia e o sistema de cultivo orgânico. Por isso, é importante estar
bem informado de todo processo, desde a produção até o consumo.
Descubra a origem e composição do alimento, procurando no rótulo;
Mantenha uma alimentação diversificada;
Evite alimentos transformados, industrializados e embutidos;
Evite alimentos altamente refinados;
Evite adição de açúcar, fermento e sódio;
Escolha alimentos com menor gordura;
Consuma os alimentos crus após lavados;
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Prefira os produtos sem corantes e conservantes artificiais;
Opte por produtos integrais e ricos em fibras;
Prefira os óleos virgens;
Escolha a cocção a vapor, que não precisa nem de água nem de gordura vegetal ou animal;
Evite colocar bicarbonato de sódio durante a cocção, pois ele tira as vitaminas e minerais dos vegetais.
Consuma-os de forma integral
Muitas pessoas têm o hábito de desperdiçar parte dos alimentos como cascas, folhas, sementes e talos. Isso acontece por causa da falta de informações direitas em relação ao valor nutricional ou de receitas que utilizem esses alimentos;
Na maioria dos casos isso pode ser utilizado na preparação de refeições saborosas e ricas em nutrientes, evitando desperdício de alimentos;
Se não encontrar orgânicos, procure sempre descascar os produtos convencionais, retirar as folhas externas das verduras, a gordura das carnes e a pele do frango, para minimizar a ingestão de agrotóxicos;
Antes de tudo, prefira o mercado local, pois os produtos importados na maioria das vezes são colhidos antes de amadurecer e precisam de conservantes e câmaras frias para suportarem diferentes condições climáticas e o tempo de transporte.
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Consuma-os no Período Certo
HORTALIÇAS Meses
folhas/hastes/flores
J F M A M J J A S O N D
Almeirão
Alface
Agrião
Alho porro
Brócolis
Cheiro-verde
Couve manteiga
Couve-flor
Espinafre
Repolho
Rúcula
HORTALIÇAS Meses
raízes/bulbos/tubérculos
J F M A M J J A S O N D
Alho
Batata-doce
Batata
Batata-salsa
Beterraba
Cebola
Cenoura
Gengibre
Mandioca/aipim
Nabo
Rabanete
Respeite na sua mesa... Os ciclos das estações, e as
características da sua região!
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FRUTAS Meses
J F M A M J J A S O N D
Araçá
Abacate
Acerola
Abacaxi
Ameixa
Banana
Caqui
Carambola
Coco Verde
Figo
Goiaba
Jabuticaba
Kiwi
Laranja
Limão
Maçã
Mamão comum
Manga
Maracujá
Melancia
Melão
Mimosa/mexerica
Morango
Nectarina
Nêspera
Pêra
Pêssego
Tangerina/poncã
Uva comum
HORTALIÇAS Meses
Frutos/vagem
J F M A M J J A S O N D
Abóbora seca
Abóbora/moranga
Abobrinha
Berinjela
Chuchu
Ervilha
Jiló
Milho verde
Pepino
Pimentão
Quiabo
Tomate
Vagem
Fonte: DAROLT, M. R., 2007.
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RECEITAS
Farofa de cascas de bananas Autoras: A. Rodrigues Leite e M. dos Santos
Ingredientes: 3 cascas de bananas higienizadas (antes de descascar as bananas lavar bem com uma esponja limpa em água corrente) 3 cenouras raladas 1 maço de espinafre (cortar bem fininho) 5 ovos mexidos (preparar separado) ½ copo americano de óleo de soja 600 g de farinha biju 2 dentes de alho 1 cebola cheiro verde a
gosto sal a gosto Modo de preparo: Corte as cascas das bananas em tiras pequenas, frite-as no alho e na
cebola, junte a cenoura e refogue por 5 minutos. Coloque o espinafre e
mexa até murchar as folhas, acrescente os ovos mexidos, o cheiro
verde, a farinha de biju, o sal a gosto e misture tudo muito bem.
Panquecas Autora: M. Kammer
Ingredientes
Massa: 3 ovos caipira 1 litro de leite 200 g de espinafre 1 cenoura média 100 ml de óleo sal a gosto e farinha de trigo até dar o ponto Recheio: 500 g de carne moída orgânica 1 cebola 1 dente de alho uma pitada de orégano 100 g de espinafre picadinho 1 cenoura média com folhas e talos cheiro verde (cebolinha e salsinha) e sal a gosto
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Modo de preparo: Bater os ovos, o leite, o espinafre, a cenoura, o sal e o óleo no liquidificador. Acrescentar aos poucos a farinha de trigo até dar o ponto. A massa deve ficar pastosa, não muito grossa. Com um papel toalha, espalhar óleo por toda a frigideira. Se tiver uma frigideira anti-aderente, melhor. Despejar a massa com uma concha no meio da frigideira e ir girando, espalhando a massa. Quando a massa se soltar da frigideira está no ponto de virar. Retirar, colocar em um prato para depois formar as panquecas. Separe em uma panela e refogue os ingredientes do
recheio. Em seguida, pra cada massa de panqueca, colocar 3 colheres de sopa do recheio no centro da massa e enrolar, formando a panqueca. Servir. Obs.: Pode-se substituir os legumes da massa por beterraba com folhas, couve, alface, banana com casca ou frutas da época.
Bolo de amendoim Autoras: E. Maciel, A. Chaves, E. Klein, S. de Lima e S. de Campos
Ingredientes: Massa: 250 g de amendoim torrado 3 ovos 3 xícaras de farinha (360 g) 1 copo de leite (200 ml) 2 colheres de fermento em pó (10 g) 500 ml de mel Cobertura: 500 g de amendoim torrado e moído ½ xícara de leite (50 ml) 2 xícaras açúcar (300 g) Modo de preparo: Massa: Bata o amendoim no liquidificador com o leite e os ovos. Despeje em
uma bacia, misture com os outros ingredientes e bata na batedeira.
Depois, despeje em uma fôrma e leve ao forno por 30 minutos. Cobertura: Misturar os ingredientes em uma panela e ferver em fogo brando até dar
o ponto.
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ONDE ENCONTRAR
PRODUTOS AGROECOLÓGICOS?
Procure na sua cidade os lugares que
comercializam estes produtos. Você pode
encontrar produtos agroecológicos ou orgânicos em
Feiras, Supermercados, Mercado do Produtor, ou diretamente com o agricultor. Procure sempre conhecer a origem dos
produtos, a forma como são produzidos e se estes possuem o selo de
garantia. Ainda se preferir pode encontrar...
EM ....
Itapejara d’Oeste – Paraná
PRODUTOR COMUNIDADE PRODUTOS TELEFONE
PRINCIPAIS (46) Antonio Palmeirinha Uva e leite
Plucinski
Arsindo Linha Rio Uva 9915-9803 Colla Gavião 9918-6119
Filisbino Coxilha Rica Hortaliças 9115-5345 dos Santos
Mercado Do Itapejara Produtos in 3526-1903 Produtor/ d‟Oeste/Centro natura e
Coopafi processados
Milton Barra Grande Uva e frutas 3526-6009 Moschen cítricas
Nadir Volta Grande Uva 8807-3772 Antonioli
Nelson Ipiranga Uva 9113-0766 Savitiski 9112-5757 Osmar Palmeirinha Hortaliças e feijão 8803-7662
Franciscon
Raul 13 De Maio Milho, soja e 3526-1834 Dall Agnol feijão 3526-2056
Fonte: Arquivo Projeto, 2009.
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Agricultores agroecológicos - Itapejara d’Oeste/PR Foto 05. Nadir Antonioli Foto 06. Nelson Savitiski
Foto 07. Antonio Plucinski Foto 08. Filisbino C. Santos
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Foto 09. Arsindo C. Colla Foto 10. Milton Moschen
Foto 11. Raul Dall’agnol Foto 12. Osmar Franciscon
Fotos 13. COOPAFI – Itapejara d’Oeste
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Salto do Lontra – Paraná
PRODUTOR COMUNIDADE PRODUTOS TELEFONE
PRINCIPAIS (46)
Eduardo São Luiz Milho, soja e 9124-7590
Ferreira trigo 9118-6658
Flavio Vila Rural Hortaliças 9109-1181
Peron
Gabriel São Luiz Milho, soja, trigo 9113-3838
Ferreira e uva 9116- 5304
José São Luiz Milho, soja e 9104-6492
Ferreira trigo
Marino L. Bom Fim Milho, soja e 9104-6126
de Souza hortaliças
Maximino Santa Terezinha Leite 9111-8233
Beal
Paulo Vila Pio X Milho, soja e 9109-6999
Ferreira trigo
Zenaide dos 1º de Maio Hortaliças, frutas 9115-5829
Santos e ervas 3538-1777
Feira da medicinais
Centro Produtos in 3538-1328
Agricultura natura e
Familiar processados
Mercado do Centro Produtos in 3538-2296
Produtor/ natura e
COOPAFI processados
Fonte: Arquivo Projeto, 2009.
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Agricultores agroecológicos - Salto do Lontra/PR
Foto 14. Maximino Beal Foto 15. Eduardo Ferreira
Foto 16. José Ferreira Foto 17. Maria Aparecida Ferreira
Foto 18. Coopafi – Salto do Lontra.
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Foto 19. Marino L. de Souza Foto 20. Flávio Peron
Foto 21. Zenaide dos Santos
Foto 22. Paulo Ferreira
Foto 23. Feira da
agricultura familiar
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Verê – Paraná
PRODUTOR COMUNIDADE PRODUTOS TELEFONE
PRINCIPAIS (46)
Alcides Boa Esperança Feijão, leite, batata-
Moreschi doce e hortaliças
Armindo Águas do Verê Hortaliças 9978-6058
Lang
Associação Vila Rural Uva 9972-9720
Santo Antonio
Baldoino Vila Colonial Milho, feijão, mandioca 3535-1519
Berns e batata-doce, soja e
Darci hortaliças
Vila Colonial Hortaliças e frutas 9911-1718
Cassol
Décio Vila Colonial Feijão, hortaliças e 9972-9720
Cagnini frutas 9922-0201
Dirceu Boa Esperança Uva
Moreschi
Francisco Vila Colonial Hortaliças e frutas 9915-4685
Carniel
Iraci Linha Baldo/ Milho, feijão e uva
Zanin Vista Alegre
Irinaldo Vila Colonial Uva
Calgarotto
Janete São Luiz Hortaliças
Ferreira da
Silva
Lídia São Luiz Frutas e hortaliças 9911-6500
Ferreira 9972-0755
Miguel Barra do Uva
Thomé Marrecas
Nelson Boa Esperança Uva
Moreschi
Rudimar Linha Belé Uva e aveia 3535-1737
Castagna 3535-1195
Valdemar Colônia Nova Olerícolas e pipoca 9976-1926
Betiollo
Valmir Águas do Verê Feijão e hortaliças
Jahn
APAV Centro Produtos in natura e 3535-1779
Sucos Viry processados
Parque Industrial Produtos in natura e 3535-1779
processados
Fonte: Arquivo Projeto, 2009.
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Agricultores agroecológicos – Verê/PR
Foto 24. APAV Foto 25. Iraci Zanin
Foto 26. Miguel Thomé Foto 27. Baldoino Berns
Foto 28. Associação Santo Antônio
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Foto 29. Armindo Lang Foto 30. Janete Ferreira e família
Foto 31. Dirceu Moreschi Foto 32. Alcides Moreschi
Foto 33. Fábrica de Sucos Viry - Foto 34. Irinaldo Calgarotto
APROVIVE
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Foto 35. Carlos Alexandre Jahn Foto 36. Valdemar Bettiolo
Foto 37. Darci Cassol Foto 38. Décio Cagnini
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Foto 39. Nelson Moreschi Foto 40. Rudimar Castagna Foto 41. Lídia Ferreira Foto 42. Francisco Carniel
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PALAVRAS FINAIS
A construção da agroecologia como um processo viável social,
ambiental e economicamente é uma tarefa de todos: agricultores,
órgãos de pesquisa, governo, entidades organizadas, instituições
e fundamentalmente de nós consumidores. Como vimos nessa cartilha o ato e a decisão do que consumir movimenta uma longa cadeia de produção que se estende do
campo à nossa mesa. Mas não é só isso, consumir
conscientemente é também um ato político, no seu sentido mais amplo, pois a agroecologia não é apenas produção e consumo de
alimentos. Ela envolve processos mais amplos como: meio ambiente, saúde, comércio justo, autonomia dos agricultores,
sustentabilidade, responsabilidade social dentre outros. Esperamos que essa cartilha faça parte do seu dia-a-dia e
contribua para ampliar a compreensão da importância da
agroecologia nos tempos atuais. Por fim, queremos agradecer a todos os parceiros deste projeto: a
APAV, a ASSESOAR, o CAPA, as COOPAFI´s, a CRESOL, o
STR, a SETI, o Governo do Paraná, a UNIOESTE e
fundamentalmente aos agricultores agroecológicos que nos
receberam em seus lugares de vida, com eles aprendemos muito
como, por exemplo, que um novo modo de vida já é possível, não
é necessário esperar, é preciso agir.
39
PARA SABER MAIS ALVES, Adilson Francelino, CARRIJO, Beatriz Rodrigues,
CANDIOTTO, Luciano Zanetti Pessoa (Orgs). Desenvolvimento
territorial e agroecologia. 1. Ed. - São Paulo: Expressão
Popular, 2008. APTA AGENCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS
AGRONEGÓCIOS, disponível em http://www.apta.sp.gov.br,
acesso em fevereiro de 2010. ARAGUAIA, Mariana, Argumento contra os transgênicos,
disponível em
http://www.brasilescola.com/biologia/transgenicos.htm, acesso em
fevereiro de 2010. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Produtos orgânicos : O olho do consumidor / Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de
Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. Brasília:
MAPA/ACS, 2009. Campanha de engenharia genética do Greenpeace (2005):
disponível em
http://www.greenpeace.org/brasil/Global/brasil/report/2007/8/green
peacebr_050531_transgenicos_documento_contaminacao_royalti
es_port_v1.pdf. Acesso em junho de 2010. DAROLT, Moacir Roberto. Alimentos Orgânicos: um guia para
o consumidor consciente - Londrina: Instituto Agronômico do
Paraná, 2007. INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial. Disponível em:
http://www.inmetro.gov.br. Acesso em fevereiro de 2010. MEIRELLES, L. A Certificação de Produtos Orgânicos -
caminhos e descaminhos. Centro Ecológico, Assessoria e
Formação em Agricultura Ecológica Ipê - Serra Litoral Norte,
Novembro, 2003. Disponível em
http://www.centroecologico.org.br, acesso em fevereiro de 2010.
40
Projeto “Agricultura Familiar Agroecológica, nos municípios de
Itapejara d‟Oeste, Salto do Lontra e Verê como estratégia de
inclusão social e desenvolvimento territorial”, 2009. SANTOS, Luis Carlos Rebelatto dos, CADERNO DE FORMAÇÃO: certificação participativa de produtos
ecológicos - Florianópolis: Rede Ecovida de Agroecologia, 2004. SAQUET, Adriano et.al. Agricultura ecológica e ensino
superior. Francisco Beltrão (Pr): Grafit, 2005. SAQUET, Marcos et.al. A agroecologia como estratégia de
inclusão social e desenvolvimento territorial. In: SAQUET M. e
SANTOS, R. (ORG) Geografia Agrária e desenvolvimento. SP:
Expressão Popular, 2010. P. 237 -254. Transgênicos: a verdade por trás do mito (Orgs.). Cartilha
Elaborada pela Campanha de Engenharia Genética do
Greenpeace, 2005. Disponível em
http://www.greenpeace.org/brasil/Global/brasil/report/2007/8/green
peacebr_060329_transgenicos_cartilha_mito_port_v1.pdf. Acesso
em maio de 2010.
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PARCEIROS APAV – Associação dos Produtores Agroecológicos de Verê - PR. ASSESOAR – Associação de Estudos e Assistência, Orientação e
Assistência Rural. CAPA – Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor – Núcleo Verê - PR. COOPAFI´s – Cooperativas de Comercialização da Agricultura Familiar
Integrada de Itapejara d‟ Oeste - PR e de Salto do Lontra - PR. CRESOL – Sistema de Cooperativa de Crédito Rural com Interação
Solidária – Unidades de Salto do Lontra-PR e de Itapejara d‟Oeste – PR. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Salto do Lontra-PR (STR). APOIO:
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