Ficha de trabalho propagação vegetativa na agricultura

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1 ESCOLA SECUNDÁRIA DE JAIME MONIZ Disciplina: Biologia e Geologia – 11º ano Ano lectivo: 2012/2013 Unidade 6: Reprodução Tema: Multiplicação vegetativa Nome do aluno:__________________________________________ nº:___ Turma: ___ Data: __/__/__ FICHA DE TRABALHO FRAGMENTAÇÃO E MULTIPLICAÇÃO VEGETATIVA Quando a partir da regeneração de um fragmento de um indivíduo se origina outro indivíduo igual ao seu progenitor, estamos perante um mecanismo de reprodução assexuada por fragmentação. Este processo só é possível porque ocorre em organismos cujas células conservam capacidade de diferenciação Quando o processo de fragmentação ocorre em plantas, designa-se por multiplicação vegetativa. Nesta forma de reprodução é possível utilizar diferentes órgãos como fragmentos capazes de originar novos indivíduos: folhas, caules e raízes. Exemplos de: caules subterrâneos: rizomas (lírio, fetos, cana-de-açúcar, bambu), tubérculos (batata), bolbos (cebola, gladíolo, tulipa) e bolbilhos (alho). caules rastejantes: estolho (morangueiro). raízes: beterraba, nabo, cenoura, rabanetes, mandioca. folhas: gemas foliares (Bryophyllum) Ao recorrer-se à multiplicação vegetativa, não só é possível obter uma grande quantidade de descendentes a partir de um progenitor, como também se verifica que as suas características se mantêm inalteradas. Por estas razões, estamos perante um processo de clonagem. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA NA AGRICULTURA Para além da propagação vegetativa natural, acima descrita, é também possível proceder à propagação vegetativa artificial, baseada no mecanismo de reprodução assexuada. O principal objectivo da multiplicação vegetativa artificial é propagar espécies vegetais, procurando melhorar e aumentar a sua produção. Entre os vários métodos utilizados podemos destacar: enxertia, estacaria, mergulhia e cultura in vitro. ENXERTIA A enxertia é uma técnica que envolve a inserção de uma porção de um caule ou gomo – o enxerto, num outro caule – o porta-enxerto, que o irá sustentar e nutrir. Este tipo de propagação tem como principais vantagens permitir a transferência de benefícios de uma planta para outra, melhorar a qualidade e a quantidade da produção, recuperar espécies doentes ou acidentadas e cultivar espécies em solos que anteriormente lhes eram desfavoráveis. A principal desvantagem reside na possível incompatibilidade entre o enxerto e o porta-enxerto. Os processos mais vulgares de enxertia são: o garfo, a borbulha e o encosto (fig. 1).

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE JAIME MONIZ Disciplina: Biologia e Geologia – 11º ano Ano lectivo: 2012/2013 Unidade 6: Reprodução Tema: Multiplicação vegetativa Nome do aluno:__________________________________________ nº:___ Turma: ___ Data: __/__/__

FICHA DE TRABALHO

FRAGMENTAÇÃO E MULTIPLICAÇÃO VEGETATIVA Quando a partir da regeneração de um fragmento de um indivíduo se origina outro indivíduo igual ao seu progenitor, estamos perante um mecanismo de reprodução assexuada por fragmentação. Este processo só é possível porque ocorre em organismos cujas células conservam capacidade de diferenciação Quando o processo de fragmentação ocorre em plantas, designa-se por multiplicação vegetativa. Nesta forma de reprodução é possível utilizar diferentes órgãos como fragmentos capazes de originar novos indivíduos: folhas, caules e raízes. Exemplos de:

� caules subterrâneos: rizomas (lírio, fetos, cana-de-açúcar, bambu), tubérculos (batata), bolbos (cebola, gladíolo, tulipa) e bolbilhos (alho).

� caules rastejantes: estolho (morangueiro). � raízes: beterraba, nabo, cenoura, rabanetes, mandioca. � folhas: gemas foliares (Bryophyllum)

Ao recorrer-se à multiplicação vegetativa, não só é possível obter uma grande quantidade de descendentes a partir de um progenitor, como também se verifica que as suas características se mantêm inalteradas. Por estas razões, estamos perante um processo de clonagem. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA NA AGRICULTURA Para além da propagação vegetativa natural, acima descrita, é também possível proceder à propagação vegetativa artificial, baseada no mecanismo de reprodução assexuada. O principal objectivo da multiplicação vegetativa artificial é propagar espécies vegetais, procurando melhorar e aumentar a sua produção. Entre os vários métodos utilizados podemos destacar: enxertia, estacaria, mergulhia e cultura in vitro. ENXERTIA A enxertia é uma técnica que envolve a inserção de uma porção de um caule ou gomo – o enxerto, num outro caule – o porta-enxerto, que o irá sustentar e nutrir. Este tipo de propagação tem como principais vantagens permitir a transferência de benefícios de uma planta para outra, melhorar a qualidade e a quantidade da produção, recuperar espécies doentes ou acidentadas e cultivar espécies em solos que anteriormente lhes eram desfavoráveis. A principal desvantagem reside na possível incompatibilidade entre o enxerto e o porta-enxerto. Os processos mais vulgares de enxertia são: o garfo, a borbulha e o encosto (fig. 1).

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FIGURA 1 – A – Reprodução por garfo; B – Reprodução por borbulha e C – Reprodução por encosto.

ESTACA A estaca é um método de propagação em que a partir de raízes, caules ou folhas colocados em contacto com um substrato surgem neles os órgãos necessários para originar uma nova planta. Este método é possível porque muitas células das plantas mantêm capacidade para se comportarem de novo meristematicamente, produzindo raízes, caules e folhas. Existem três tipos de propagação por estaca: estaca radicular (A), estaca caulinar (B) e estaca foliar (C) (fig. 2).

A

B C

FIGURA 2

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MERGULHIA Na mergulhia utiliza-se, como parte da planta para propagar, um ramo longo e flexível. A parte intermédia desse ramo é enterrada no solo, na expectativa de criar raízes capazes de sustentar uma nova planta. A parte terminal do ramo deverá ficar fora do solo, permitindo que a planta cresça. Quando se verifica que a planta está enraizada procede-se à separação da sua progenitora (fig. 3).

FIGURA 3

Quando os ramos das plantas não são flexíveis e se toma difícil dobrá-los, então, faz-se uma incisão no caule e coloca-se terra húmida à volta, que será envolvida por plástico ou tecido e atada com ráfia. A partir do momento em que se formem raízes pode cortar-se o ramo da planta que lhes deu origem e transplantar-se para o solo, permitindo que se forme uma nova planta. A esta técnica chama-se mergulhia aérea ou alporquia (fig. 4).

FIGURA 4

1 – Qual o objectivo do Homem no uso das técnicas ilustradas nas várias figuras?

2 – A filoxera é uma das pragas mais devastadoras da vitivinicultura mundial. Reproduz-se por par-tenogénese. Uma das espécies, a que atacou as vinhas portuguesas da região do Douro no século XIX (1865), vive nas raízes das videiras. Aquando do ataque da filoxera na vinhas do Douro: apenas algumas espécies de videiras sobreviveram, mas não seriam as melhores castas. Imagine-se vitinicultor, cuja vinha tinha sido atacada por filoxera, e que pretendia continuar I com a sua casta de vinhos. 2.1 – Qual das técnicas de multiplicação ilustradas nas figuras 1 e 4 escolheria para resolver o problema? Justifique.

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3 – Explique a importância para a multiplicação vegetativa de as células vegetais conseguirem reverter a diferenciação.

4 – Comente a afirmação: "O desenvolvimento da agricultura e o aumento da produção vegetal têm por base técnicas de multiplicação vegetativa naturais e artificiais".