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Ficha para Catálogo

Artigo Final

Professor PDE/2010

Título Os jogos africanos como conteúdos da Educação Física escolar

Autor Zilda Alves da Costa

Escola de Atuação Colégio Estadual Vereador Jose Balan

Município da Escola Umuarama

Núcleo Regional de Educação Umuarama

Orientador Eliane Josefa Barbosa dos Reis

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Paraná - UEPR – Campus de Paranavaí

Área do Conhecimento/Disciplina Educação Física

Relação Interdisciplinar Português, Inglês, Artes, História, Matemática, Geografia.

Público Alvo Alunos do 1° ano do ensino médio

Localização

Colégio Estadual Jose Balan

Rua Anhumai, 3284 – Praça Tamoio- Umuarama - Pr.

Resumo

Tendo como objetivo trazer os jogos africanos para as aulas de Educação Física, como alternativa para a valorização da cultura negra e do conhecimento das diversidades culturais e sociais, através de informações sobre a cultura africana e afro-brasileira e observando os reflexos das desigualdades sociais e discriminações raciais no contexto da escola e das aulas de educação física.

Palavras-chave Jogos africanos,diversidades culturais e sociais,valorização

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

EDUCACIONAIS - DPPE

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UEPR

CAMPUS DE PARANAVAÍ

ZILDA ALVES DA COSTA

OS JOGOS AFRICANOS COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR

Umuarama 2012

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ZILDA ALVES DA COSTA

OS JOGOS AFRICANOS COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR

Projeto de Pesquisa de Monografia

apresentada como exigência parcial do título de

PDE – Programa de Desenvolvimento

Educacional à Banca Examinadora da

Universidade Estadual do Paraná – UEPR

Campus de Paranavaí.

Orientador (a): Professora Mª Eliane Josefa Barbosa dos Reis

Umuarama

2012

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus,

pela saúde, fé e perseverança que tem me

dado. A meu filho, João Vitor Costa, pelo

reconhecimento à minha profissão. A meus

amigos pelo incentivo a busca de novos

conhecimentos, a todos os professores e

professoras que muito contribuiram para meu

trabalho.

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OS JOGOS AFRICANOS COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Autora: Zilda Alves da Costa1

Orientadora: Eliane Josefa Barbosa dos Reis2

Resumo

Tendo como objetivo trazer os jogos africanos e afro-brasileiros para as aulas de Educação Física, como uma alternativa para a valorização da cultura negra e do conhecimento das diversidades culturais e sociais, através de informações sobre a cultura africana e afro-brasileira e observando os reflexos das desigualdades sociais e discriminações raciais no contexto da escola e das aulas de Educação Física, buscando a formação de uma identidade cultural negra positiva. O presente artigo trás a verificação dos resultados de uma análise das observações da utilização de jogos africanos e afro-brasileiros e estas registradas com os alunos do Ensino Médio, do Colégio Estadual Vereador José Balan nas aulas de Educação Física, com discussões, estudos de textos e reflexões sistematizando os conteúdos auxiliando o favorecimento a educação para os jogos. Sendo possível observar a aceitação de todas as atividades propostas e uma grande reflexão do tema abordado, cooperou para provocar um olhar diferenciado entre si e o outro. Foi possível concluir que os jogos africanos e afro-brasileiros inseridos aos demais conteúdos curriculares da disciplina de Educação Física do Ensino Médio, sendo uma alternativa para enriquecimento das aulas. Palavras-chave: Jogos africanos, diversidades culturais e sociais, valorização.

1 Educação Especial, Educação Física, Colégio Estadual Vereador José Balan.

2 Professora Mª Eliane Josefa Barbosa dos Reis, Universidade Estadual do Paraná – UEPR

Campus de Paranavaí.

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Abstract

Having as objective bring African and Afro-Brazilians games for Physical education classes, as an alternative to the black culture and awareness of cultural and social diversities, through information on Afro-Brazilian and African culture and observing the reflexes of social inequalities and racial discrimination in the context of school and physical education classesseeking the formation of a positive black cultural identity. This article back to verification of the results of an analysis of the observations on the use of African and Afro-Brazilians and these games registered with the high school students, State Assemblyman Joseph Balan College in Physical education classes, with discussions, studies of texts and reflections organizing the contents assisting favouring education for the games. Being able to observe the acceptance of all the proposed activities and a great reflection of subject, cooperated to produce a distinctive look with each other and others. It was not possible to conclude that the African Games and Afro-Brazilians entered the other curriculum content discipline of physical education school, being an alternative for enrichment classes.

Keywords:African Games, cultural diversity and social recovery.

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Introdução

No dia-a-dia é comum se deparar com diferenças existentes e impostas pela

sociedade, desencadeando assim, situações constrangedoras, como: apelidos,

brincadeira de mau gosto, que se torna rotineiro e comum no ambiente escolar, o

que acabam se tornando naturais, como por exemplo, acreditar que pessoas de

origem afrodescendentes, são seres humanos inferiores.

Tendo como função unir em uma só todas as diferenças culturais, a

diversidade cultural é um caminho que dá a todos o direito de expressão, através de

suas culturas que existem entre os povos, mostrando assim a forma de se organizar

as sociedades existentes, e a maneira que interagem no seu ambiente mudando

suas concepções. É de extrema importância ressaltar que, a diversidade cultural

preserva a sobrevivência e a cultura africana, que são tão importantes para a nossa

cultura que descende dessa.

Desenvolvimento social é a maneira de como a sociedade se organiza e

como se relacionam e evolui.

Kishimoto (2009) afirma que, atualmente, o jogo que tinha a função de

desenvolver fantasias, com caráter de gratuidade, é canalizado para uma visão de

eficiência, visando à formação do grande homem de amanhã, e toma-se, em

decorrência, pago. A especialização excessiva dos "brinquedos educativos",

dirigidos ao ensino de conteúdos específicos, está retirando o jogo de sua área

natural e eliminando o prazer, a alegria e a gratuidade, ingredientes indispensáveis à

conduta lúdica. Sendo assim, este estudo visa resgatar os valores do jogo,

enfatizando sua origem, buscando a valorização da cultura africana e afro-brasileira.

É possível observar que com jogos, há um acolhimento étnico racial,

valorização, conforto e alegria, mas também ocorre do contrário, havendo muitas

humilhações, constrangimento e tristeza. De um jeito ou de outro são aprendizagens

que oscilam entre prazer e dor.

De acordo com a lei 10.639/03:

Art. 26- A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

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§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política, pertinentes à História do Brasil. (História e cultura afro-brasileira e africana: educando para as relações étnico-raciais, 2006 , p.13)

Kishimoto (2005), afirma que:

O professor de Educação Física transmite a cultura, pois apregoa a incorporação de valores e de conhecimento próprios da cultura como fundamentais à formação dos jovens, devendo o professor ser um agente de manutenção de ordem social.

Aprender diferentes culturas auxilia a perceber as diferenças na valorização

do jogar. Através da manipulação dos jogos os alunos poderão descobrir conceitos

diferenciados, assim o professor que utiliza jogos em suas aulas tornam as mesmas

bastante ricas em qualidade e as tornam mais atrativas.

De acordo com Maranhão (2006) os jogos na cultura africana, assim como

em outras culturas, possuem algumas particularidades em relação a gênero, idade e

número de participantes. Alguns jogos na cultura africana são praticados somente

por meninas e outros somente por meninos. Afirma ainda ser fundamental levar em

consideração o contexto em que se desenvolve(u) o jogo para haver compreensão e

respeito à cultura.

Nas aulas de Educação Física Escolar, observamos que o jogo se manifesta

nos alunos de maneira espontânea e descontraída, aliviando a tensão interior, bem

como demonstrando expressão de contentamento.

Assim esse trabalho buscou estudar com os alunos do Ensino Médio do

Colégio Estadual Vereador José Balan, a origem de cada jogo africano e afro-

brasileiro, discutir a importância de estudar diferentes culturas nas aulas de

Educação Física, discutir a cultura do país de origem dos jogos, percebendo assim

as diferenças entre culturas e pesquisar, apresentar e confeccionar os jogos

africanos e afro-brasileiros.

Após todo o estudo realizado, realizou-se uma reflexão sobre o papel do

jogo numa sociedade que está em transformação, valorizando-o como uma parte

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para a mudança de valores e atitudes do cotidiano, ressaltando que a educação é

um processo que precisa atingir a pessoa em sua totalidade, na busca de tudo

aquilo que a faz crescer.

Metodologia

A pesquisa configura-se como um estudo, através de um projeto de

intervenção pedagógica aplicado no Colégio Estadual Vereador José Balan, sendo

direcionado para o 1º ano do Ensino Médio.

A amostra foi composta por uma turma mista de 30 alunos com faixa etária

entre 14 a 16 anos. Os dados foram coletados através de observações das vivências

práticas que os alunos tiveram.

Um trabalho de cooperação pode ser trabalhado em qualquer faixa etária;

“Qualquer pessoa, criança ou adulto é suficientemente capaz de interagir, partilhar,

sentir prazer ou alguma emoção e se divertir ao se envolver ativamente em

brincadeira, jogos ou esportes” (ORLICK, 1989, P. 102).

Nas discussões ocorrida no GTR (Grupo de Trabalho em Rede) com os

professores da rede pública de ensino, foi possível observar que há preocupação,

por parte de alguns, em adotar a metodologia de jogos africanos e afro-brasileiros

em suas aulas, pois temem que na implementação haja uma maior discriminação

com os alunos negros, mas compreendem a importância de estar dialogando dentro

da sala a cultura africana, para desmistificar.

Inicialmente foi realizada uma apresentação dos Jogos africanos e afro-

brasileiros, sua história e de seu país de origem, objetivos da pesquisa promovendo

a mudança na percepção de África e sua dinâmica. Num primeiro momento foi

discutido a importância de estudar diferentes culturas nas aulas de Educação Física,

assim analisamos os costumes e valores da sociedade do país de origem dos jogos.

Refletimos sobre o papel do jogo numa sociedade que está em transformação,

valorizando-o como parte para a mudança de valores e atitudes do cotidiano.

Foi discutida a história da África, onde os alunos ficaram muito interessados,

com o texto trabalhado Olhares sobre o Negro, criaram um peça de teatro. Como

parte da proposta fomos pesquisar sobre a história de cada jogo africano (Shisima;

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Labirinto; Mankala; Matacuzana; My God; Tchuka; Yoté), alguns alunos já haviam

vivenciado alguns jogos, com nomes diferentes, buscaram também informações com

os pais e avós.

Esta etapa foi caracterizada por diversas leituras e pesquisas, assim

oportunizando um conhecimento maior às atividades que seriam desenvolvidas.

Houve também, um processo de valorização do conhecimento já existente, em

entrevista com os familiares, relataram uma variedade de conhecimento sobre os

jogos trabalhados, diferenciando apenas o nome dos mesmos, foi possível

confrontar os jogos de antigamente com os atuais. Com o estudo dos jogos

africanos e afro-brasileiros foi possível ultrapassar barreiras, que será possível

observar na coleta de dados.

Após o início do desenvolvimento do projeto, foi possível perceber a rejeição

em praticar das atividades, pois os alunos se preocupavam se haveria um aumento

da nota bimestral.

Para a manutenção do interesse e participação da maioria dos alunos

durante o desenvolvimento do projeto, foi muito importante a variação dos jogos

africanos e afro-brasileiros. Alguns desses jogos se destacaram mais por parte do

grupo, pois alguns já haviam tido experiências com os jogos, mas com nomes

diferentes.

Observamos que os jogos na cultura africana, como também de outras

culturas, possuem algumas particularidades em relação a gênero, idade e número

de participantes. Assim, neste estudo, quando necessário pelas circunstâncias

objetivas do mesmo, da dinâmica escolar e do nosso contexto sócio-cultural, alguns

foram adaptados.

Realizamos uma intervenção através de 32 aulas realizadas entre os meses

de Agosto a Novembro de 2011junto aos alunos do 1ª ano do ensino fundamental.

Também trabalhamos com vídeos, onde através de relatos alunos

afirmavam que poderiam adquirir lições de vida.

Após pesquisas realizadas da origem e regras dos jogos a serem

trabalhados, foi realizada a confecção desses jogos com materiais recicláveis

(garrafas plásticas, caixas de ovos, tampas de garrafas, jornais, revistas, tintas

guache, etc.) de fácil acesso, que eram trazidos pelos próprios alunos, foram

confeccionados jogos com essas diversidades de materiais, além desses materiais,

foram utilizados recursos tecnológicos, como o Laboratório de Informática, onde foi

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possível realizar pesquisas, Tv pendrive para assistir os vídeos que discutiam o tema

abordado, para que fosse realizada reflexões, possibilitando e assegurando a

viabilidade de todas as atividades, as produções ficaram excelentes.

O objetivo desta ação foi levar os alunos a construir e manipular

coletivamente os jogos africanos e afro-brasileiros, para integrar e divulgar a cultura

africana.

Depois dos jogos confeccionados foi realizada uma exposição dos mesmos

no salão social da escola, onde cada grupo explicou a origem e as regras do jogo

apresentado, como essa exposição aconteceu nos três períodos de funcionamento

da escola, foi realizada uma escala, foi possível apresentar para toda comunidade

escolar a importância de conhecermos outra cultura.

Durante todo o desenvolvimento da pesquisa foram registrados relatos de

alguns alunos, mostrando a mudança de percepção com a introdução dessa cultura

no currículo.

“Posso através de um jogo tirar lição pra minha vida toda, através dele posso respeitar meu próximo, viver em paz e ser um bom cidadão.” “Este filme (Kiriku e a feiticeira) é uma lição de vida e todos alunos deveriam assistir. Lição de coragem de caráter, de ajuda ao próximo e muita vontade de viver. Assim é que eu vejo os jogos africanos na nossas vidas.” “Eu gostei muito de participar desse projeto que a professora criou, pois aprendi muito sobre a história da África e seus costumes, que fazem parte da construção do Brasil”. “Gostei muito de conhecer os jogos, pois agora posso confeccionar alguns para estar me divertindo em casa com meus irmão e primos”. “Eu tinha uma ideia que a África era apenas pobreza e miséria, mas depois desse estudo percebi quanta riqueza há”. “Depois desse projeto da professora, acabou com as diferenças entre meninos e meninas, fizemos as aulas em conjuntos”. “Alguns alunos podem até não ter gostados dos jogos estudados, mas logo foram cativados pela simplicidade e divertimento do jogo”. “Foi muito bom conhecer jogos diferentes, todos participaram com alegria”.

Com um cronograma pré-estabelecido no planejamento, a observação,

coleta de dados e a avaliação manteve-se fiel ao planejamento. A avaliação do

processo de ensino-aprendizagem teve como finalidade de observar e comparar os

níveis de apropriação dos conceitos, como participação, interesse e envolvimento

nas atividades, aceitação, capacidade de relacionamento, solidariedade, respeito,

cooperação.

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Acreditamos que na escola ser um lugar de desenvolver seres humanos

felizes, críticos e com capacidade de resolução de problemas, sem discriminação.

Esse estudo está ganhando cada vez mais espaço e visiabilidade e

possíveis reflexões, podemos afirmar que os resultados obtidos nesta pesquisa

foram positivos.

Conclusão

De acordo com Cavalleiro (200) “O silêncio que atravessa os conflitos

étnicos na sociedade é o mesmo que sustenta o preconceito e a discriminação no

interior da escola”.

Os jogos trabalhados tornam possíveis o entendimento da cultura Africana,

promovendo melhores conhecimentos aos alunos. É necessário, pois analisar que o

jogos faz parte de uma aprendizagem prazerosa. Pensando assim, se faz

necessário que os educadores tenham um papel muito importante devendo oferecer

situações em que os alunos encontrem um ambiente que permita a realização da

aprendizagem.

Com base nos dados observados, considerando a percepção que os alunos

tinha em relação a África, e o conhecimento adquirido. Esta mudança de percepção

reflete na formação do conhecimento, é possível afirmar que houve essa mudança

de percepção, contribuindo para um despertar, com um novo olhar. A lei 10.639/

2003, institui a obrigatoriedade do ensino da história da África e dos Africanos no

currículo escolar de ensino fundamental e médio, com o trabalho desenvolvido foi

possível compreender e iniciar as discussões do tema abordado.

É interessante, pois, reconhecer as diversas formas que os jogos assumem

em diferentes contextos históricos, de modo que cabe à escola valorizar as culturas

locais e regionais que identificam uma determinada sociedade.

Quanto a isso, as Diretrizes afirmam que:

Portanto, pensar a Educação Física a partir de uma mudança, significa analisar a insuficiência do atual modelo de ensino, que muitas vezes não contempla a enorme riqueza das manifestações corporais produzidas

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socialmente pelos diferentes grupos humanos (...) significa também reconhecer a gênese da cultura corporal, que reside na atividade humana para garantir a existência da Espécie. (2008, p. 18)

Vivemos numa sociedade onde a diversidade é uma constante. São

diferenças sociais, financeiras, culturais, religiosas, políticas, raciais. Nesse sentido,

o papel da Educação Física é o de desmistificar formas equivocadas em relação à

diversidade cultural, para que os alunos aprendam a respeitar as diferentes

identidades e posicionem-se frente a elas de modo crítico e autônomo.

Vivemos em um período difícil conturbado e uma falta de compromisso muito

grande por parte dos nossos alunos, pais , comunidade, governantes, cada um tem

o seu motivo, pais precisam trabalhar o dia todo e muitas vezes deixa os filhos

sozinhos enfim motivos mil. Espero que um dia possamos mudar pelo menos um

pouco desta realidade que vivemos e passamos, desigualdade social,

desenvolvimento social, diversidade cultural e a valorização. Como os jogos

oferecem prazer e até mesmo tristezas, com eles é possível aprender a convicer

com situações do dia-a-dia, com ele os alunos podem aprender limites, criatividade,

vivenciando situações coletivas e aprendendo a respeitá-las exercendo sua

cidadania na sociedade.

Esperamos que a escola possa lutar pela transformação das relações inter-

raciais, embora possamos afirmar que no breve período de intervenção que tivemos

tenhamos mudado a identidade das pessoas envolvidas.

Para além dessa dimensão cultural, por meio da metodologia histórico-

crítica, foi possível a participação do aluno no trabalho coletivo, ajudando-o a

compreender sua realidade e a encontrar meios para nela interferir de modo crítico e

reflexivo, possibilitando ao mesmo valorizar e repensar criticamente as tradições

africanas da cultura corporal.

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Referências

BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. Coleção Espírito Crítico, Duas Cidades: Ed. 34, 2005.

BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnicos raciais e para o ensino da história e cultura afro brasileira. Brasília, MEC, 2004.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.

CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar. São Paulo: Contexto, 2000, 110p.

CIÊNCIA HOJE. Matacuzana. 2010. Disponível em: <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/wp-content/uploads/2010/06/matacuzana.jpg> Acesso em: 26 mai. 2011.

GAMES MUSEUM. Shisima. 2010. Disponível em: <http://www.gamesmuseum.uwaterloo.ca/VirtualExhibits/rowgames/graphics/shisima.jpg> Acesso em: 24 mai. 2011.

GEARTE. Yoté. 2010. Disponível em: <http://www.geartefono.com.br/media/images/yote_dara_grd.jpg> Acesso em: 05 jun. 2011.

INSTITURO LA FONTAINE. My God. 2010. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_JhTMRp2Dm3M/TALSVxo4WsI/AAAAAAAAADY/jLckuqJIPUE/s1600/my+god.jpg> Acesso em 19 jun. 2011.

JOGOS DE EMPRESA. TCHUKA. 2010. Disponível em: <http://loja.jogosdeempresa.com.br/ecommerce_site/arquivos4275/arquivos/1242239119.jpg> Acesso em 19 jun. 2011.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos, brinquedo, brincadeira e a educação. (org.); 8ª Ed. São Paulo: Cortez, 2005.

MARANHÃO, Fabiano. Jogos africanos e afro-brasileiros como possibilidades na formação de uma identidade cultural negra positiva. 2006. Monografia (Licenciatura em Educação Física) – UFSCar: São Carlos, 2006.

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MARCELINO, Nelson Carvalho. Lúdico, educação e a Educação Física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003.

MENTE INOVADORA. Mancala. 2010. Disponível em: <http://mindlabcolegiao.files.wordpress.com/2010/03/mancala.jpg> Acesso em: 24 mai. 2011.

ORLICK, T. Vencendo a competição. Tradução: Fernando J. G. Martins. São Paulo: Círculo do Livro, 1989. Tradução de: Winning through cooperation.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. História e cultura afro-brasileira e africana: educando para as relações étnico-raciais / Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. – Curitiba: SEED-PR, 2006. Cadernos Temáticos.

SEED, Diretrizes curriculares da educação básica. Educação Física. Paraná, 2008.

SILVA JUNIOR, Afonso Gomes da. Aprendizagem por meio da ludicidade. Rio de Janeiro: Sprint, 2005.

SOLER, Reinaldo. Brincando e aprendendo na Educação Física Especial: planos de aula. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.

TINYPIC. Labirinto. 2009. Disponível em: <http://i43.tinypic.com/2uxwthe.png> Acesso em 01 jun. 2011.

VALENTE, Ana Lúcia. Educação e a diversidade cultural: Um desafio na atualidade. São Paulo: Ed. Moderna, 1999.

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ANEXO

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SHISIMA

Jogo procedente do Quênia, onde

normalmente pratica-se desenhando o tabuleiro na

terra. Pertence o grupo dos três em linha.

Elementos do jogo: Um tabuleiro como o da

figura, Seis peça, três de cada cor.

Número de jogadores: 2.

Objetivo do jogo: Alinhar as três fichas.

Regras de jogo:

Colocam-se as peças, chamadas imbalavali, como indica a figura acima.

Alternativamente os jogadores desprezam uma peça de uma casa contigua, até que

se consigam alinhar as três, por exemplo, ver a figura. Não será permitido saltar

sobre as suas fichas ou as do adversário.

LABIRINTO

Local: quadra ou pátio

A brincadeira do Labirinto é originária de

Moçambique e possui uma dinâmica simples e

interessante. Para começar é preciso que se faça um

desenho do labirinto no chão. Os jogadores iniciam o

jogo na primeira extremidade. Para seguir em frente

tira-se par ou ímpar repetidas vezes. Toda vez que um

jogador ganhar ele segue para a extremidade à frente.

O jogador que chegar à última extremidade primeiro

vence a partida. Sugestões de variação: - Ao invés de tirar par ou ímpar para seguir

em frente os jogadores poderão utilizar a pedra, papel e tesoura. - Pode-se jogador

com mais de duas crianças, mas para isso é preciso mudar a disputa de par ou

ímpar para adedanha.

MANKALA

Local: quadra ou pátio

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Trata-se de um jogo com profundas raízes filosóficas. É jogado,

habitualmente, com pequenas pedras ou com sementes. A movimentação das peças

tem um sentido de "semeadura" e "colheita". Cada jogador é obrigado a recolher

sementes (que neste momento não pertencem a nenhum dos jogadores), e com elas

semeá-las suas casas do tabuleiro, mas também as casas do adversário. Seguindo

as regras, em dado momento o jogador faz a "colheita" de sementes, que passam a

ser suas. Ganha quem mais sementes tiver no final do jogo. É um jogo em que não

há sorte envolvida, mas exclusivamente raciocínio lógico e matemático.

Geralmente é disputado por duas

pessoas, mas existem variantes para até

seis pessoas.

No mesmo livro mencionado

acima, são colocadas como

características comuns dos jogos de

Mancala, segundo Odeley:

a) São jogados por duas pessoas,

uma em frente à outra, com o tabuleiro

longitudinalmente colocados entre elas;

(*).

b) Antes de começar o jogo, o mesmo número de sementes é distribuído em

cada uma das cavidades do tabuleiro;

c) Os jogadores se alternam para jogar, distribuindo as sementes da

cavidade escolhida, uma a uma, no sentido anti-horário, nas cavidades

subsequentes;

d) Sempre há captura de sementes, sendo a forma de captura diferente,

dependendo do jogo em questão.

e) A partida termina quando restam muito poucas sementes para o jogo

continuas ou quando resta apenas uma semente em cada lado;

f) Ganha quem tem o maior número de sementes;

g) As estratégias do jogo envolvem movimentos calculados, que exigem

muita concentração, antecipação e esforço intelectual;

* - esta característica não é absoluta, na medida em que existem variações

para mais de dois jogadores.

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O tabuleiro pode ser extremamente simples (como buracos no chão), podem

ser toscamente esculpidos em madeira ou finamente trabalhados. Diz-se que

antigos Marajás indianos, jogavam em tabuleiros decorados, usando como peças,

pedras preciosas.

MATACUZANA

A matacuzana é muito popular em

Moçambique com suas raízes africanas.

Para brincar é necessário apenas algumas

pedrinhas.

Como jogar:

É preciso realizar um buraco no

chão, cada jogador com uma pedrinha na

mão, é preciso encher o buraco com outras pedrinhas. O objetivo do jogo é jogar a

pedrinha para o alto e tirar uma das pedrinhas do buraco e pegar a pedrinha antes

que toque no chão. Os jogadores se revessam até que não haja mais pedrinhas no

buraco. Quem errar perde a vez. E vence o jogador que mais adquirir pedrinhas. É

possível aumentar o nível de dificuldade, como por exemplo, pegar duas pedrinhas

do buraco por vez ou ainda bater palmas.

MY GOD

É necessário qualquer tipo de lata e os

alunos divididos em dois grupos dispostos nas

laterais da quadra. No centro as latas deverão ser

empilhadas (mais ou menos cinco latas). Um grupo

tem por objetivo derrubar as latas com uma bolinha

(pode ser de meia) ou “queimar” o outro grupo,

impedindo que sejam novamente empilhadas as latas. Ganha o jogo o grupo que

conseguir montar e derrubar mais vezes as latas, gritando My God.

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TCHUKA

O objetivo desse jogo é conduzir todas

as peças até a maior casa do tabuleiro (Ruma).

O tabuleiro apresenta uma casa maior (ruma) e

quatro casas menores.

No início do jogo a Ruma deve estar vazia e as demais com duas peças.

No sentido horário é preciso escolher uma casa e distribuir nas demais.

Caso a última peça cair na Ruma, o jogador pode escolher outra casa e fazer outra

distribuição, caso a última peça caia em uma casa vazia o jogo deverá ser

recomeçado.

YOTÉ

É um jogo para dois jogadores. As peças do tabuleiro estão fora e serão

colocadas gradativamente e depois de todas colocada joga-se como Damas.

O Yoté possui 30 buracos divididos em cinco filas possuindo seis buracos

cada uma. A cada jogador pertence 12 peças de

cores e formatos diferentes. Cada jogador coloca

uma peça por vez alternadamente, podendo escolher

colocar mais uma peça ou mover alguma do

tabuleiro, com exceção da movimentação em

diagonal. A captura de peças do adversário ocorre

como em um jogo de damas.

Aquele que ficar sem peças, ou com peças bloqueadas de modo a não

poder mover-se, perde o jogo.

O empate é possível, bastando que não tenham os jogadores peças

suficientes para forçar a vitória.