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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Leitura, Poder de Transformação na Formação do Leitor

Autor Maria das Dores Campos Gomes

Escola de Atuação Colégio Estadual Reynaldo Massi – E.F.M.P.

Município da escola Diamante do Norte

Núcleo Regional de Educação

Loanda

Orientador Margarida da Silveira Corsi

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Maringá – UEM

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica

Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Arte

Público Alvo Alunos do 2º ano – Ensino Médio

Localização Colégio Estadual Reynaldo Massi – EFMP. Rua Augusto Primo Negrine, nº 475, Diamante do Norte.

Apresentação:

Na prática de sala de aula fica evidente a

dificuldade que os alunos apresentam no que se

refere à leitura e compreensão de textos em Língua

Portuguesa. Diante disso, propomos um trabalho

com o gênero textual “contos de suspense” visto

que o mesmo, além de estimular a imaginação e a

criatividade do aluno, desperta também o interesse

pela leitura. O objetivo maior desse material didático

é promover momentos de leitura e interpretação de

contos na sala de aula para que os alunos possam

observar a ideologia e interlocutores, perceber a

produção de sentidos e seus efeitos no conto e

também dialogar com novos contos e estabelecer

relações com outros. Nessa perspectiva, este

material didático apresenta estratégias de leitura

diferenciadas com a finalidade de levar o aprendiz a

tornar-se um leitor ativo.

Palavras-chave PDE, gênero textual, leitura, contos de suspense

Apresentação

Diante das dificuldades encontradas na sala de aula no que se refere à

leitura, uma vez que o aluno se mostra desinteressado em ler, torna-se um desafio

para o professor buscar e aplicar novas metodologias a fim de levar o aluno a ter

gosto e criar o hábito da leitura.

Contos de suspense serão abordados em sala de aula como proposta de

trabalho com alunos do 2º ano do Ensino Médio. Objetiva-se, por meio de práticas

diferenciadas de leitura, levar o aluno a encontrar no ato de ler algo significativo para

ele. Para isso, pretende-se desenvolver atividades de leitura que levem em conta o

conhecimento prévio do aluno, os contextos de uso e de circulação da língua. Na

medida em que se define um gênero e formas diferenciadas de trabalhar, a leitura se

torna mais significativa para o aluno, pois está relacionada ao seu cotidiano e suas

experiências de vida.

O conto de suspense, gênero trabalhado nesse projeto, transmite uma

emoção sui generis ao leitor. Conforme vai progredindo a história, o leitor é tomado

de um sentimento misto de curiosidade e sofreguidão. Neste tipo de conto, tudo o

mais se anula em favor dessa única emoção (de espanto, surpresa ou coisa

parecida), pois o enredo ocupa lugar secundário e as causas do conflito residem

num “quiproquó”, num desdobramento alucinado da personagem ou numa

identidade para além da imaginação.

Assim, o objetivo dessa unidade didática é incentivar a leitura para que o

aluno tenha prazer e gosto no ato de ler, atribuindo ao texto significações e

mantendo uma relação de leitor ativo.

A escolha do gênero textual contos de suspense para a produção deste

material, decorre da possibilidade de poder explorá-los de maneira mais profunda e

com isso, estimular nos alunos o hábito de ler, já que esse gênero provoca medo,

uma reação ao desconhecido e deixa o leitor em estado de alerta. E a partir daí,

pode surgir o interesse dos alunos pela leitura de outros gêneros textuais,

possibilitando o desenvolvimento da capacidade de interpretar, ouvir, falar e

escrever de forma profícua.

Neste sentido segundo Kleiman (2004, p.13), “o processo de compreensão

de um texto se dá pela utilização do conhecimento prévio”, ou seja, o leitor utiliza-se

de sua experiência de mundo, do que ele sabe ou conhece para interagir com o

texto.

É preciso que o leitor tenha um conhecimento linguístico para que a

compreensão do texto não fique comprometida. Esse conhecimento faz parte do

conhecimento prévio, assim como o conjunto de noções e conceitos sobre o texto e

ambos devem ser utilizados na leitura.

Dessa forma, o leitor só conseguirá manter um diálogo com o texto se o seu

conhecimento de mundo e conhecimento linguístico fizer parte daquilo que ele está

lendo, uma vez que é preciso atribuir significados de sentidos ao que se lê, dessa

forma, a leitura vai mais além de atribuições de significados, é preciso que o leitor se

transponha ao texto mantendo um processo dialógico a todo o momento.

Geraldi (1997, p.166-167) afirma “que um único texto pode ter diferentes

leituras, uma vez que são resultantes do diálogo do texto com as experiências de

cada leitor. Por isso a história é outra, sem deixar de ser a mesma”.

Portanto, a leitura abre horizontes, conduz o leitor a participar da elaboração

de significados, confrontando-o com o próprio saber, com sua experiência de vida. É

a leitura que faz a diferença, desata nós e traz um novo olhar a respeito do texto. Ela

é uma condição imprescindível para formar um cidadão instrumentalizado para

exercer com consciência e liberdade a cidadania; cidadão este, preparado para

interferir com autonomia, intencionalidade e decisão na transformação da sociedade

em que vive.

Também as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do

Paraná (2008, p.56) “compreende a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que

envolve demandas sociais, históricas, políticas econômicas, pedagógicas e

ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas

experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa,

cultural, enfim, as várias vozes que o constituem”. Partindo dessa ideia, entende-se

que cada leitor faz sua leitura dependendo do contexto em que está inserido, ou

seja, sua posição na sociedade, sua bagagem cultural, sua história de vida, suas

relações afetivas com o texto, com o tema e, também sua posição ideológica é que

dará sentido ao texto.

Diante do exposto, o objetivo deste material didático é construir uma

proposta de intervenção pedagógica a ser implementada para alunos do 2º ano do

Ensino Médio, proporcionando momentos de leitura que levem o aluno a ter gosto e

prazer por ler, tornando-se um leitor ativo.

O Objetivo Geral desta Unidade Didática é utilizar o gênero textual contos

de suspense em sala de aula, a fim de internalizar no aluno o prazer pela leitura com

produção de sentidos e significados e a partir disso, buscar alternativas, gêneros

diferentes, com a possibilidade de desenvolver a capacidade de interpretar, ouvir,

falar e escrever de forma profícua.

Os Objetivos Específicos são:

• Promover leituras de contos, visando à formação de leitores;

• Estimular a leitura de contos na sala de aula;

• Levar o aluno a interpretar os contos, observando a ideologia e

interlocutores;

• Proporcionar diferentes estratégias de leitura (silenciosa, oral, etc.);

• Possibilitar que os alunos percebam a produção de sentido e seus

possíveis efeitos no conto;

• Oportunizar aos alunos o diálogo com novos contos e estabelecer

relações com outros contos.

UNIDADE DIDÁTICA

Leitura, Poder de Transformação na Formação do Leitor

Esta Unidade Didática tem como público alvo os alunos do 2º ano do Ensino

Médio, do Colégio Estadual Reynaldo Massi “EFMP”, situado no município de

Diamante do Norte – PR.

Sua efetivação se dará em trinta e duas horas aulas, em sala de aula, no

segundo semestre do ano de 2011. As atividades da temática proposta no projeto

estarão nesta Produção didático-pedagógica, na forma de Unidade Didática, a ser

disponibilizada aos educadores interessados.

Nessa unidade didática proposta será trabalhada, dentro do plano de ação, o

conhecimento prévio do aluno, as características que envolvem o gênero textual

contos de suspense por meio de diferentes estratégias de leitura, uma vez que o

aluno não deve somente contemplar o texto e sim, partir para um diálogo, uma troca

de experiências, pois a leitura é uma interação à distância, é preciso que o autor

deixe pistas para o leitor preenchê-las e compreender não só o que leu, mas ir, além

disso.

Você já refletiu sobre a importância da leitura e como ela se processa?

Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

Agora é a sua vez, tente responder as questões abaixo:

1. Qual a sua definição para leitura?

2. Qual a contribuição da leitura para o seu cotidiano?

3. A leitura o diferencia daqueles que não possuem o hábito de ler?

4. Você gosta de ler? Que tipo de leitura você costuma fazer?

5. E Literatura, como você define esta palavra?

6. Alguns textos são literários, outros não. Sabendo disso, defina um texto

literário e um texto não-literário.

7. Faça uma pesquisa de um texto que você considera literário e traga para

fazermos a leitura em sala de aula.

E gêneros textuais? Você sabe o que é?

Gêneros textuais são os diversos textos que encontramos em vários ambientes de discurso na sociedade. Existe uma grande diversidade de gêneros textuais. Exemplos: piada, telefonema, romance, bilhete, reportagem, notícias, bula de remédio, aula expositiva, lista de compras, cardápio de restaurante, outdoor, resenha, e-mail e muitos outros.

Professor, antes de começarmos a trabalhar com o objeto de estudo proposto no projeto de intervenção, vamos iniciar a aula falando com os alunos sobre leitura e sua importância. Para isso, será apresentada a figura abaixo e levantado alguns questionamentos a respeito da leitura.

1ª Ação

Agora vamos fazer a leitura de um texto e ativar nossos conhecimentos

Professor, antes de iniciar a leitura do texto, apresente o título e faça a antecipação

da leitura, leve o aluno a levantar hipóteses para ativar seu conhecimento prévio

sobre o assunto e, ao final da leitura, avaliar se suas previsões estavam corretas.

Questões a serem usadas nessa etapa

1. Você já ouviu falar do autor Rubem Fonseca? Já leu algum(s) de seus

textos? Qual(s)?

2. Quando você lê o título “Passeio Noturno”, no que pensa? Sobre o que

você acha que o texto vai tratar?

Agora, responda as seguintes questões sobre o texto:

1ª Parte

1. Que tipo de trabalho você imagina que o personagem masculino faz?

2. Pela Descrição das personagens, qual o nível socioeconômico dessa

família? Justifique sua resposta com trechos do texto.

3. Quando o narrador personagem chega a casa, sua esposa está na cama

jogando paciência e nem levanta os olhos das cartas para vê-lo. Que tipo

de relacionamento aparenta ter esse casal?

4. O narrador personagem diz que “esperava apenas”. O que você acha que

ele esperava?

O texto será dividido em quatro partes e colocado em slides. A cada parte da leitura que será feita em voz alta pelo professor, serão levantados alguns questionamentos sobre o texto. Leia o conto “Passeio Noturno” de Rubem Fonseca no site: http://pos-utopicos.blogspot. com/ 2009/05/passeio-noturno.html. (Acesso em 20 mai. 2011). Também encontrará o conto in: Português, 2: literatura, gramática e redação: 2º grau / Beth Griffi.1. ed.—São Paulo: Moderna,1991.

2ª Parte

5. O texto mostra a rotina de uma família. Quantas são as personagens

descritas? Que tipo de carro você imagina que o personagem masculino

possui?

6. O marido conhecia bem os hábitos da mulher. Justifique com uma frase

do texto.

7. Você acredita que a mulher não é mesmo apegada a bens materiais?

Justifique:

3ª Parte

8. O personagem masculino saiu sem saber para onde ir, tinha que ser uma

rua deserta. Diante disso, o que você acha que ele ia fazer?

9. O que você imagina que vai acontecer com essa mulher que o narrador

encontrou?

10. Lendo o texto em partes, podemos dizer que existe suspense? Por quê?

4ª Parte

11. O final do texto está de acordo com suas suposições?

12. Marido e mulher tinham um método próprio para relaxar. Explicite-os.

13. Há duas situações no texto em que a mulher transmite, de modo mais

marcante, a ideia de rotina e indiferença com relação ao marido. Fale

sobre elas?

14. Que tipo de sensação uma narrativa como essa lhe transmite? Por quê?

Então, gostou do texto?

A este tipo de gênero textual chamamos de conto

O conto é um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos

perfeitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio;

segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que dá lugar

a uma série de episódios; encerra com resolução desse conflito que permite, no

estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. Dessa forma podemos dizer que

os contos são organizados assim:

Situação inicial: situação de equilíbrio, já existente:

Conflito: a situação inicial é quebrada, motivos que desencadeiam a ação da

história;

Clímax: momento de maior tensão na história;

Desfecho: resolução do problema ou do conflito, final.

Contextualizando o texto

1. Procure no dicionário o significado das palavras neurose e psicopatia e veja

se elas se enquadram em algumas das características das personagens do

texto?

2. O perfil do personagem principal é de uma pessoa normal, um chefe de

família trabalhador. Ao longo do texto isso se modifica e percebe-se um

homem desequilibrado. Em quais momentos percebemos no texto que o

personagem apresenta características psicopatas?

3. O distúrbio de personalidade do personagem não foi percebido pela família.

Por que esta família não conseguiu identificar esse estranho comportamento?

4. O texto apresenta uma família de classe social econômica alta, tudo o que a

maioria das pessoas sonha ter na vida para uma felicidade completa. Você

também concorda que ter dinheiro leva as pessoas a serem felizes?

Argumente sobre.

5. No dia 07 de abril de 2011, um jovem entra na escola Tasso da Silveira em

Realengo, Rio de Janeiro e mata 12 crianças na sala de aula. Segundo

jornalistas e vizinhos, o jovem era fechado, quase não conversava com

ninguém, ficava horas na internet e saia sempre sozinho. As atitudes desse

jovem têm alguma coisa em comum com o personagem do texto “Passeio

Noturno” de Rubem Fonseca?

6. O provérbio “As aparências enganam”, se encaixa no texto “Passeio

Noturno”? Justifique.

7. Com base no texto, pode se dizer que o personagem protagonista era feliz

com sua família? Explique.

Vamos conhecer um pouco sobre o autor deste conto?

Rubem Fonseca

Nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 11 de maio de 1925, José

Rubem Fonseca é formado em Direito, tendo exercido várias atividades antes de

dedicar-se inteiramente à literatura. Em 31 de dezembro de 1952 iniciou sua carreira

na polícia, como comissário, no 16º distrito policial, em São Cristóvão, no Rio de

Janeiro. Muitos dos fatos vividos naquela época e dos seus companheiros de

trabalho estão imortalizados em seus livros. Aluno brilhante da Escola de Polícia,

não demonstrava, então, pendores literários. Ficou pouco tempo nas ruas. Cuidava

do serviço de relações públicas da polícia. Em julho de 1954 recebeu uma licença

para estudar e depois dar aulas sobre esse assunto na Fundação Getúlio Vargas, no

Rio. Na Escola de Polícia destacou-se em Psicologia. Contemporâneos de Rubem

Fonseca dizem que, naquela época, os policiais eram mais juízes de paz,

apartadores de briga, do que autoridades. Zé Rubem via, debaixo das definições

legais, as tragédias humanas e conseguia resolvê-las. Nesse aspecto, afirmam, ele

era admirável. Escolhido, com mais nove policiais cariocas, para se aperfeiçoar nos

Estados Unidos, entre setembro de 1953 e março de 1954, aproveitou a

oportunidade para estudar administração de empresas na New York University.

Após sair da polícia, Rubem Fonseca trabalhou na Light até se dedicar

integralmente à literatura. É viúvo e tem três filhos.

Reconhecidamente uma pessoa que, como Dalton Trevisan, adora o

anonimato, é descrito por amigos como pessoa simples, afável e de ótimo humor.

Foi ao longo de sua carreira, agraciado com inúmeros prêmios literários, abaixo

descritos. Sendo profundamente interessado na arte cinematográfica, escreve

também roteiros para filmes, muitos deles premiados:

• Coruja de ouro, roteiro Relatório de um homem casado, filme dirigido por

Flávio Tambelini.

• Kikito de ouro do Festival de Gramado, roteiro de Stelinha, dirigido por Miguel

Faria.

• Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, roteiro de A grande arte,

filme dirigido por Walter Salles Jr.

Seus livros são publicados no Brasil e no exterior, com grande sucesso de

crítica e de público.

Quer saber mais sobre autor e obra?

Disponível em: <http://www.releituras.com/rfonseca_bio_imp.asp>. Acesso em: 22

mai. 2011.

Você sabia que existem vários tipos de narrativas? Vamos conversar sobre

algumas delas?

De acordo com Souza e Cavéquia (1999):

Narrativa de terror: o local dos acontecimentos é aterrorizante, sendo detalhado

através de descrições. É, em muitos aspectos, semelhantes à narrativa de

suspense, pois as ações dos personagens são praticadas sob estado de tensão e

medo. Dessa maneira, o clima de ansiedade também é instaurado.

Narrativa de humor: a ocorrência de situações ou fatos inusitados, divertidos ou

inesperados costuma provocar o riso no leitor. O exagero e a ironia costumam estar

presentes nesse tipo de texto. O final é geralmente inesperado e cômico.

Narrativa Fantástica: o clima de absurdo e surpresa é a principal característica

desse tipo de texto. Possui fatos e acontecimentos estranhos e surpreendentes que

não podem ser explicados à luz da realidade. Pode causar estranhamento no leitor,

bem como deixa-lo maravilhado com a situação fantástica, irreal apresentada.

Narrativa trágica: apresenta episódios comoventes, buscando enfatizar o trágico.

Os personagens vivem experiências dolorosas que costumam despertar no leitor

sentimentos de piedade, dó, tristeza e angústia.

Narrativa de ficção científica: inspirada no progresso da ciência e da tecnologia. O

tempo das situações apresentadas é, geralmente, o futuro. Uma outra característica

bastante comum nesse tipo de narrativa é a tentativa de antecipar-se às novas

descobertas científicas.

2ª Ação

Venha ver o Pôr-do-sol

Fonte: http://WWW.diaadiaeducacao.pr.gov.br

Professor, antes de iniciar a leitura do texto, apresente o título e faça a antecipação

da leitura, leve o aluno a levantar hipóteses para ativar seu conhecimento prévio

sobre o assunto e, ao final da leitura, avaliar se suas previsões estavam corretas.

Questões para serem usadas na antecipação da leitura:

1. Você sabe explicar o que é o pôr-do-sol?

2. Você já “assistiu” ao pôr-do-sol alguma vez? Com quem?

3. Quando falamos e pensamos em pôr-do-sol, o que imaginamos? Que

sentimentos sugere este enunciado?

Sugestão: Os alunos deverão observar e fazer a leitura silenciosa do texto “Venha ver o pôr-do-sol”, de Lígia Fagundes Telles, no laboratório de informática no site http://cantinhodaliteratura.spaceblog.com.br/79211 (acesso em 25/05/2011) e também observarão a imagem do pôr-do-sol na TV multimídia para responderem aos questionamentos que poderão ser escritos ou orais. O texto pode ser encontrado também no livro de contos “Antes do Baile Verde” – Lygia Fagundes Telles. Rocco, Rio de janeiro, 1999.

Atividades

1. Qual a situação retratada no texto?

2. O título do texto traz um verbo no imperativo como se estivesse fazendo um

convite sem direito a recusa. Há explicação para isso no comportamento do

personagem masculino. Qual é?

3. Durante a leitura do texto, percebemos que Raquel e Ricardo são muito

diferentes. Duas pessoas muito diferentes podem se apaixonar? Você se

lembra de alguma música que trata desse assunto? Escreva um trecho dela.

4. Durante a leitura do texto podemos perceber algumas causas que levaram ao

desfecho da história. Quais foram?

5. Que atitudes de Raquel provocaram o seu fim trágico?

6. Você acha que alguma namorada aceitaria um encontro com o namorado no

cemitério?

7. Ao ler o texto vamos percebendo o clima de suspense e algumas pistas de

que algo não está certo. Isto também podia ser percebido pela personagem

feminina do texto? Por quê?

8. Sabemos que este conto é uma ficção. Este tipo de acontecimento pode

ocorrer na vida real? O que podemos fazer para evitar?

9. Que tipo de sentimento leva uma pessoa a agir de forma tão cruel e

insensível?

10. Do seu ponto de vista, quando somos traídos, devemos nos vingar?

11. O que é um bom conto para você? Explique.

12. Esse gênero textual é um conto. Ele poderia ser transformado numa notícia

jornalística e poderia ter as mesmas características do conto? Explique.

13. Ricardo prendeu Raquel numa catacumba e foi embora. Isso nos leva a

imaginar que Raquel morre no final. Escreva, de forma sucinta, um desfecho

diferente para o texto.

Após a correção das atividades, é interessante apresentar a propaganda da Vivo com o clipe da música “Eduardo e Mônica”, Legião Urbana, que retrata a união de um casal com interesses diferentes para ilustrar a questão 3. (Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=gJkThB_pxpw>. (Acesso em: 11 jul. 2011).

Vamos conhecer um pouco sobre a autora do conto?

Lygia Fagundes Telles nasceu em 1923 e é membro da Academia

Brasileira de Letras desde 1982, onde ocupa a cadeira 28.

Publicou seu primeiro livro (O porão e o sobrado) em 1938, obra com 12

contos que jamais autorizou a republicação.

Seu primeiro romance (Ciranda de Pedra) foi publicado em 1952.

Em 2003, seu mais conhecido romance, As Meninas, completou 30 anos e

foi tema de artigo e celebrações; no mesmo ano Lygia Fagundes Telles tornou-se

nome de prêmio literário, criado pelo governo do Estado de São Paulo, que a

homenageou pelo conjunto de sua obra, com uma grande festa no dia 29/03/03.

Em 2005 recebeu o prêmio Camões, o mais importante da literatura em

Língua Portuguesa.

Venha ver o pôr do sol é considerado um dos mais famosos contos da

renomada escritora, e está inserido no livro Antes do Baile Verde.

Quer saber mais? Disponível em: http://www.releituras.com/lftelles_bio.asp. Acesso

em: 25 mai. 2011.

Vamos saber um pouco sobre os elementos que compõem o gênero textual

conto.

Você sabe que toda narrativa precisa de um narrador?

(não confundir narrador com o autor do texto)

O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que

constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz pode ser

de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos na primeira pessoa,

então dizemos que ele é narrador-personagem ou, também, pode ser a voz de

uma terceira pessoa a qual chamamos de narrador-observador que não intervém

nem como ator nem como testemunha, apenas conta a história.

Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos de

vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as personagens

estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem, pensam, sentem as

personagens, o que lhe aconteceu e o que lhes acontecerá. Estes narradores que

sabem tudo são chamados de oniscientes.

Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre si

uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio

(secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os núcleos

como as ações secundárias colocam em cena personagens que as cumprem em um

determinado lugar e tempo. Para a apresentação das características destes

personagens, assim como para as indicações de lugar e tempo, apela-se a recursos

descritivos.

Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das

personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os travessões,

para indicar a mudança de interlocutor).

A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha

temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apresentação

dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro).

Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na

interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeitos e o perfeito predominam na

narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e nos diálogos.

Os Personagens são, em geral, em número reduzido e suas características

são pouco detalhadas. A caracterização dos personagens e também suas ações são

determinadas a partir da situação em que eles se encontram. Nos contos

tradicionais, os personagens são reis, rainhas, fadas anões, duendes ou figuras

estereotipadas (o pai, o lenhador, um velho, a mãe, etc.) Nos contos modernos, os

personagens adquirem características próprias (não estereotipadas) e mais

complexas.

Conflito: é o motivo pelo qual o(s) personagem(s) encontra(m)-se em

determinada situação. No conto, por ser uma história pequena, existe apenas uma

situação vivenciada, um único evento em torno do qual ocorrem as ações.

Ambiente: nesse gênero, a história costuma acontecer num ambiente único.

Pode ser o lugar, como uma casa ou uma cidade; o clima, como um dia frio e

chuvoso; um período de tempo, como naquela tarde ou depois da aula.

Enredo: Ação, movimento. O desenrolar dos fatos constitui o enredo. O que

move o enredo, geralmente é um fato que instaura o problema dentro do estado de

“normalidade”. A partir daí cria-se a expectativa e espera-se o desfecho.

3ª Ação

Os sinais de pontuação são importantes porque dão entonação à leitura,

tornando um período afirmativo, interrogativo, exclamativo ou até mesmo criando

certo suspense na leitura. Veja alguns exemplos:

a) “A vizinha sai de casa todos os dias às cinco horas da tarde.”

b) “A vizinha? Sai de casa todos os dias às cinco horas da tarde...”

c) “A vizinha sai de casa todos os dias às cinco horas da tarde?”

d) “A vizinha sai de casa todos os dias às cinco horas da tarde!”

Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

Agora é a sua vez. O professor dividirá a sala em grupos e determinará para cada grupo um gênero textual (conto, crônica, notícia, reportagem, carta pessoal). Os alunos deverão pesquisar sobre o gênero e produzir um texto de acordo com as imagens abaixo. Em seguida, o grupo deverá expor para a turma seu trabalho, não esquecendo que um dos recursos que utilizamos para fazermos uma boa leitura é dar ênfase aos sinais de pontuação.

Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

4ª Ação

Intertextualidade

Vamos fazer uma brincadeira?

Sugestão: Deverá ser entregue a todos os alunos da sala um pedaço de papel

enrolado, em um deles estará escrito a palavra ladrão e em outro a palavra

detetive. Os demais papéis estarão em branco. Faz-se um círculo e

distribuem-se os papéis. Quem pegar o papel que está escrito ladrão deve

piscar para os outros alunos sem ser notado. O aluno que recebe a piscada

deve dizer: Morri em nome da lei. A função do detetive é descobrir quem é o

ladrão. Quando conseguir descobrir deve dizer: Preso em nome da lei. A

brincadeira gera um suspense porque ninguém sabe quem é o ladrão, somente

quem é morto e também não se sabe quem é o detetive. A brincadeira acaba

quando se descobre quem é o ladrão e quem é o detetive.

5ª Ação

Observe com atenção a imagem abaixo e depois faça a leitura do texto para

responder as questões:

Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

Edson Gabriel Garcia

Um pouco sobre o autor deste texto

O escritor paulista Edson Gabriel Garcia escreveu diversos livros destinados

ao público infanto-juvenil. Atuou, durante vários anos, como diretor de escolas

públicas e como professor de Língua Portuguesa.

Deseja conhecer outros contos desse autor? Além do texto que você acabou de ler, você encontra no livro “Sete Gritos de Terror” - Edson Gabriel Garcia; capa e ilustrações de André Ianni. São Paulo: Moderna, 1991 (Coleção Veredas), outras histórias. Em cada uma das histórias, suspense, terror e medo povoam e estimulam a imaginação do leitor. A leitura desse livro provavelmente deixará você “de cabelos em pé”.

Atividades

1. Que outro título você daria ao texto? Por quê?

2. A imagem “O GRITO” mantém uma relação com o texto e com o título?

3. O texto faz parte do gênero textual conto, uma forma narrativa que costuma

apresentar os seguintes aspectos: personagens, foco narrativo, espaço e tempo.

Leia novamente o texto e responda às perguntas:

a) Quais são as personagens presentes no texto?

b) Onde a história se passou?

4. Quando?

5. Qual é a situação inicial do texto?

6. Qual é o clímax, ou seja, o momento de maior intensidade dentro do texto?

7. E o desfecho da narrativa correspondeu às suas expectativas ou você imaginou

um final diferente?

Extrapolando o texto

1. A que leitores esse conto se destina?

2. “A mais bela noite de Margarida” está apresentado em forma de narrativa

escrita. De que outras formas podem encontrar histórias de terror e

suspense?

3. Por que você acha que em contos de terror que envolvem mulheres mortas,

elas sempre são bonitas?

4. Em que parte do texto você percebeu se tratar de uma situação sobrenatural?

5. Você acredita em fantasmas ou “seres do outro mundo”? Argumente.

6. Alguma vez você sentiu medo do desconhecido? Descreva a(s) situação (s)?

O suspense, o mistério é fundamental em qualquer narrativa, pois faz com

que o leitor se prenda no desenrolar do enredo, movido pela curiosidade de saber o

que aconteceu e como será o desfecho. Observe que no conto Passeio Noturno e

Venha ver o pôr-do-sol, o final fica em aberto, ou seja, cria-se uma expectativa de

querer saber mais a respeito do assunto e a sua imaginação é aguçada de tal forma

que você começa a se questionar: e depois? Será que alguém vai descobrir que ele

saía à noite para matar pessoas? E Raquel? Vai ficar presa naquela catacumba ou

alguém vai ouvi-la pedindo socorro ou Ricardo vai se arrepender e vai soltá-la, enfim

que desfecho, através da imaginação vamos construir no texto.

E filmes de suspense, você gosta?

Veja algumas sugestões:

Título: A Ilha do Medo Título: A casa de vidro Título: A casa Direção: Martin Scorses Direção: Daniel Sackheim Direção: Gustavo Hernández Ano: 2004 Ano: 2001 Ano: 2010 País: EUA País: EUA País: Uruguai Gênero: Suspense Gênero: suspense Gênero: Drama/terror

O mestre do suspense Considerado o mestre do suspense e um dos mais famosos cineastas do mundo, o inglês Alfred Hitchcok (1899-1980) procurava em suas produções, explorar os aspectos mais imprecisos da alma humana. Dessa forma, mantinha o público em um clima de expectativa, brincando com seus medos e suas obsessões. Hitchcock tornou-se uma figura familiar ao grande público nas décadas de 50 e 60, quando apresentava, na televisão, breves histórias de suspense. Era seu costume, também, fazer rápidas aparições em seus filmes, geralmente logo no início, para não distrair a atenção do espectador Entre os mais de cinquenta filmes que dirigiu, destacam-se: Pacto sinistro (1951) Janela indiscreta (1954), Um corpo que cai (1959), Psicose (1960), Os pássaros (1963).

6ª Ação

Agora é a sua vez

Quem conta um conto aumenta um ponto

Os alunos farão um círculo e o professor dará uma situação inicial para eles

continuarem o texto. Cada aluno escreverá um parágrafo dando continuidade ao

texto sem pedir opiniões aos colegas e quem já escreveu também não saberá o

que o outro escreveu.

Após o término, um aluno do grupo fará a leitura para a classe.

Veja a situação inicial:

Numa feira alguém grita:

7ª Ação

Ficção-encantamento-medo-suspense-mistério-atração-paixão-desilusão

Vamos encontrar no...

Fonte: Arquivo pessoal

Para encerrar nosso trabalho, cada aluno vai até o baú e escolhe um conto,

abre e faz a leitura. Após a leitura de todos, será escolhido um conto para ser

dramatizado. Esta atividade poderá ser realizada com a colaboração da professora

de Arte.

Proposta de Avaliação

Segundo as DCEs de Língua Portuguesa (2008, p.81), a avaliação é um

processo contínuo e no que se refere à leitura deve-se considerar a compreensão do

texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre textos [...]

Portanto, nesta implementação da produção didático-pedagógica, serão

avaliados: os conhecimentos prévios dos alunos, partindo das atividades propostas;

como eles compreendem o significado das palavras desconhecidas a partir do

contexto; se fazem inferências corretas; se reconhecem o gênero e o suporte

textual. Enfim, toda a participação e envolvimento dos alunos nas práticas em sala

de aula serão levados em consideração, sempre no intuito de incentivar o aluno a

desenvolver gosto e prazer no ato de ler e conseguir retirar da leitura um

aprendizado para exercer sua cidadania no meio em que vive. Além disso, usaremos

a ficha a seguir para registro de dados da avaliação.

Sugestão de ficha de registro de avaliação

Conceitos/Objetivos A- Excelente B - Bom C - Médio D - Insatisfatório

1 - Percebeu na leitura

literária, uma fonte de

cultura e entretenimento?

2 - Desenvolveu

capacidade de relacionar o

conteúdo da leitura aos

fatos do cotidiano?

4 - Compreendeu o gênero

contos de suspense em

seus aspectos temáticos,

estilísticos e estruturais?

5 - Apropriou das

habilidades de leitura crítica

como forma de

desenvolvimento pleno de

sua cidadania?

Nome do Aluno Série nº

Referências

GARCIA, E. G. Sete Gritos de Terror (Coleção Veredas). São Paulo: Moderna, 1991. GERALDI, J. W. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1997. GRIFFI, B. Português, 2: Literatura, Gramática e Redação - 2º grau. São Paulo: Moderna, 1991. KAUFMAN, A. M. Escola, leitura e produção de textos. Porto Alegre: Artmed, 1995. KLEIMAN. Â. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 2004. OLIVEIRA, J. B. A.; CASTRO, J. C. J. Usando Textos na Sala de Aula: tipos e gêneros textuais. Belo Horizonte: Alfa Educativa, 2006. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação Básica: Língua Portuguesa. Curitiba: SEED/DEB, 2008. SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998. SOUZA, C. L.; CAVÉQUIA, M. P. Linguagem: criação e interação: 7ª série. São Paulo: Saraiva, 1999.