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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título O uso da fábula na educação para a

leitura

Autor Marilei Quint Seronato

Escola de Implementação do Projeto Colégio Professor Francisco Zardo

Município da escola Curitiba

Núcleo Regional de Educação Curitiba

Orientador Profº Dr.Fábio de Carvalho Messa

Instituição de Ensino Superior Universidade Federal do Paraná

Disciplina Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Público Alvo Professores do Ensino Fundamental

Apresentação

A leitura possibilita o conhecimento, logo, incentivar à prática cotidiana da leitura é incentivar a aprendizagem baseada na reflexão e na troca de conhecimentos. A leitura tem o poder de estimular o melhor nas pessoas tornando-as capazes de criar argumentos mais convincentes para seus discursos. A fábula pode ser usada para este entendimento, pois é uma narrativa curta sustentada por uma lição de moral, uma lição de relacionamento entre as pessoas, definidas no final. A fábula, assim como tudo no universo da literatura, está em constante mudança e evolução e adquire diferentes interpretações de acordo com cada época e

visão do respectivo momento. O Projeto de Intervenção Pedagógica que se propõe sobre a educação para a leitura dos alunos do Ensino Fundamental constará de estudos, participações, observações, discussões com educadores em eventos educacionais, vivências em sala de aula, entre outras atividades.

Palavras-chave Leitura; literatura; fábula .

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1 APRESENTAÇÃO

A educação depende do conhecimento do mundo, da reflexão e tomada de

consciência do próprio processo de aprendizagem. A ideia de uma aprendizagem

baseada na reflexão e na tomada de consciência hoje vem sendo retomada e

assume sua natureza de trocas de conhecimentos.

Este ponto de vista permite uma prática pedagógica sistematizada, menos

excludente, no intuito de estimular a leitura. Foi nas marcas desse cotidiano que

nasceu o interesse pelo tema deste Projeto de Intervenção Pedagógica: educação

para a leitura com o uso de fábulas. Essa consolidação dar-se-á na ação educadora

de fato, quando teoria e prática se transformam em unidades do fazer.

A fábula, assim como tudo no universo da literatura, está em constante

mudança e evolução e adquire diferentes interpretações de acordo com cada época

e visão do respectivo momento. Segundo Freire (1996, p.87) :

o exercício da curiosidade a faz mais criticamente curiosa, mais metodicamente ”perseguidora” do seu objetivo. Quanto mais a curiosidade espontânea se intensifica, mas, sobretudo, se “rigoriza”, tanto mais epistemologicamente ela vai se tornando.

A fábula pode, portanto, instruir, orientar e contribuir para a sabedoria de

adultos e crianças, divertindo-os com histórias e vivências familiares. Ler as

entrelinhas é fundamental para sua compreensão.

Assim, se faz necessário trabalhar com o gênero fábula sob a perspectiva da

formação de valores para motivar o trabalho pedagógico do professor e assim

construir novos conhecimentos e despertar uma mudança de postura

comportamental nos alunos.

Busca-se um processo interativo que dê alegria e prazer de aprender com

competência na escola, e isto só será possível mediante um comprometimento

pedagógico dos professores do Ensino Fundamental que, ao ensinar, também

aprendam.

A compreensão da educação como ato político só se efetiva se o professor a

assumir num direcionamento inovador e criativo, buscando um “fazer pedagógico”

que resgate a alegria e a competência do ensinar e do aprender. Logo, é necessário

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descobrir e aperfeiçoar novos instrumentos metodológicos que promovam uma

educação para a leitura mais prazerosa, atraente e significativa aos alunos do

Ensino Fundamental.

No universo nada é solto, há sempre uma intenção de agir e interagir com

outros e a fábula prestigia a oralidade, a escrita e a leitura pela simplicidade e

facilidade de entendimento. Com o uso deste gênero narrativo pretende-se envolver

professores e alunos na prática de investigação e pesquisa de outras fábulas

Portanto, as fábulas são narrativas interessantes de serem trabalhadas no

Ensino Fundamental porque, aponta D’Onofrio (2002, p.110), “reflete[m] as

inclinações do ser humano para a bondade, a justiça, a verdade, a beleza física e

espiritual,...” características que são transmitidas por personagens representados

por animais. Ou seja, nas fábulas os animais simbolizam aspectos/qualidades

humanos.

Para que o aluno encontre prazer na leitura é necessário que o professor o

incentive a ler e apreender o texto em sua totalidade, ou seja, o que o texto diz

claramente e o que ele diz nas entrelinhas. A fábula pode ser usada para este

entendimento, pois é uma narrativa curta sustentada por uma lição de moral, uma

lição de relacionamento entre as pessoas, definidas no final.

1.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar Unidade Didática sobre o uso da fábula como estratégia para

estimular a leitura.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Refletir sobre o uso da fábula como estratégia para o estímulo à leitura.

Analisar a importância do uso da fábula como ferramenta capaz de

estimular os alunos do ensino fundamental à prática da leitura.

Estabelecer um contraponto entre os textos tradicionais com textos

contemporâneos.

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Estimular a produção de fábulas em que o comportamento das

personagens seja modificado.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fábula é uma breve narrativa utilizada para ilustrar, questionar, estimular,

enaltecer atitudes humanas, um gênero narrativo versátil porque oferece diferentes

possibilidades de explorar um assunto, trazendo, invariavelmente, uma lição de

moral. Daí o interesse já mostrado de usá-las como ferramenta para estimular a

leitura dos alunos do Ensino Fundamental.

Conforme Bagno (2006), muitas fábulas, se tornaram conhecidas sob a

forma de provérbios, como “quem desdenha quer comprar”, da fábula A raposa e as

uvas, por exemplo. Bagno (2006) ainda considera que :

...até hoje, quando terminamos de contar um caso ou algum acontecimento interessante ou curioso, é comum anunciarmos o final de nossa narrativa dizendo: “moral da história”... Pois é justamente da tradição das fábulas que nos vem esse hábito de querer buscar uma explicação ou uma causa para as coisas que acontecem em nossa vida ou na vida dos outros, ou de tentar tirar delas, algum ensinamento útil, alguma lição prática.

Embora possa ser, numa colocação tortuosa, confundida com a paródia,

presente nas obras contemporâneas, como explica Sant’Anna (1985, p.7) :

...existe uma consonância entre paródia e modernidade (...) um efeito sintomático de algo que ocorre com a arte de nosso tempo. (...) a arte contemporânea se compraz num exercício de linguagem onde a linguagem

se dobra sobre si mesma num jogo de espelhos.

A paródia foi institucionalizada a partir do século XVII, relata Sant’Anna

(1985, p.11), mas Aristóteles a ela já fazia referência em sua Poética atribuindo sua

origem, como arte, a Hegemon de Thaso, também no século V a.C., também na

Grécia Antiga: “usou o estilo épico para representar os homens não como superiores

ao que são na vida diária, mas como inferiores (SANT’ANNA, 1985, p.12).

Note-se que, na realidade, a paródia usa uma história para desfazer uma

situação de superioridade/inferioridade entre as pessoas, mas não termina com um

preceito moral e tampouco é contada pelas vozes dos animais.

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A fábula, antes de ser um gênero narrativo pertence à tradição oral de todos

os povos, com suas raízes na cultura informal cotidiana. Embora aceita como

tradição oral, foi Esopo, no século VI a.C. na Grécia antiga, quem passou à história

como o criador deste tipo de narrativa e o responsável por introduzir as fábulas na

tradição escrita (ABÍLIO, 2006, p.86).

Esopo foi um personagem quase mítico da história da Grécia, daí discutir-se

a sua existência real (viveu por volta do século IV a.C., talvez nascido na Trácia,

região da Ásia Menor e tornado escravo na Grécia), assim como os detalhes que lhe

foram atribuídos cuja veracidade não se pode comprovar (seria aleijado, tinha

corcunda; com dificuldades de fala, era gago; um protegido do rei Creso, embora

escravo), teve suas fábulas reunidas por Demétrio de Falero e muitos séculos

depois, já no século XIV, sua escrita foi retomada e foram compiladas em prosa por

Planúdio; no século XVII, foram revividas, redimensionadas e renovadas por Jean de

La Fontaine (ABÍLIO, 2006, p. 86; OLIVEIRA, 2012).

Ainda Oliveira (2012) levanta a hipótese de ser a obra esopiana uma

compilação de fábulas ditadas pela sabedoria popular da antiga Grécia, que se

caracterizam por serem narrativas geralmente curtas, bem-humoradas e

relacionadas ao cotidiano, em uma linguagem simples por serem dirigidas ao povo,

contendo simples conselhos sobre lealdade, generosidade e as virtudes do trabalho,

a moral representada por um pensamento, nem sempre relacionado diretamente à

narrativa, sendo os personagens, basicamente, animais que representam

comportamentos humanos.

Farencena (2010, p.10) descreve que, nas fábulas, “pessoas, seres

irracionais ou mesmo inanimados transformam-se em personagens, apresentando

situações da vida diária”, nas quais, embora não seja observado qualquer

comprometimento com a realidade, estão simbolizados os comportamentos,

sentimentos e interesses humanos.

Citando Platão & Fiorin, a autora acima (2010, p.11) explica que a fábula

mostra claramente “os expedientes discursivos utilizados para ludibriar os outros,

para fazer nossos atos parecer o que não são, para camuflar nossas reais

intenções”.

Para Smolka (1994, p.6) a fábula veio do conto. Aliás, D’Onofrio (2002,

p.110) a introduz como parte de um grupo que reúne “inúmeras narrativas de temas

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e motivos os mais variados” como os contos de encantamento, os contos de

exemplo, os casos edificantes, os contos religiosos, os contos etiológicos, entre

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brasileiro.

Smolka ainda reforça a ideia de que a fábula existe a partir do primeiro

momento em que o ser humano começou a expressar-se através da fala e

diferencia-se do conto:

...quando seu contador tira do fato relatado uma lição de moral’ e tornam-se tão mais criativas e educativas quando as discussões entre os animais, “por meio de seu comportamento e suas atitudes, o autor consegue fazer com que os homens efetivamente reflitam e conscientizem da incoerência de sua conduta e de seu relacionamento social”... (SMOLKA, 1994, p.6, grifo da autora).

Soares (2007, p.42) a apresenta como um dos planos em que se organizam

os acontecimentos no enredo:

Sendo o resultado da ação das personagens, o enredo (também chamado trama ou intriga) só adquire existência através do discurso narrativo, isto é, do modo especial com que se organizam os acontecimentos. Os teóricos russos da primeira década do nosso século, conhecidos como formalistas, diferençaram nos acontecimentos narrados dois planos: o da fábula, ou seja, dos acontecimentos considerados em si mesmos, em ordem cronológica e ainda não trabalhados literariamente; e o da trama, isto é, dos acontecimentos na ordem e na forma em que se apresentam no texto narrativo (grifo da autora).

No sentido comum da palavra, a fábula, de acordo com Caruso (2012)

confunde-se com o apólogo — “uma narrativa breve como a fábula que contém um

ensinamento ou crítica a determinado comportamento humano, mas seus

personagens não são animais, mas sim objetos inanimados aos quais se atribuem

qualidades humanas” — ou com a parábola — “faz comparações entre realidades

aparentemente diferentes para explicar uma ideia”, ilustrando um determinado

conteúdo usado numa situação concreta.

Em síntese, a fábula é uma narrativa simples, escrita em prosa ou verso,

cujos personagens são os animais trazendo sempre uma lição de vida ao seu final.

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Na ilustração 1 o exemplo de duas fábulas bastante conhecidas e de seus

preceitos: “a pressa é inimiga da perfeição”, em A lebre e o coelho e “um amigo na

hora da necessidade é um verdadeiro amigo” em A cigarra e as formigas.

Ilustração 1. A lebre e a tartaruga/ A cigarra e as formigas. Fonte: Mundoeducação, 2012.

O homem necessita comunicar-se com outros seres por ser naturalmente

social. Precisando interagir de modo muito constante a fim de melhorar suas

relações interpessoais. Como afirma Val (2006):

a prática de linguagem é uma noção de ordem social, que implica a inserção dos interlocutores em determinados contextos ou situações de produção, a partir dos quais, tendo a linguagem como mediadora, os agentes sociais estabelecem diferentes tipos de interação e de interlocução comunicativa, visando diferentes finalidades de comunicação, a partir de diversificados lugares enunciativos.

Por esse motivo, corroborando o dito de Abílio (2006, p.85), usar a fábula no

trabalho pedagógico “pode e deve ser um ponto de partida para a reflexão a respeito

do próprio determinismo formulado acerca da sabedoria prática, questionando os

padrões de comportamento e as relações de poder que transparecem nessas

narrativas”.

Ainda acompanhando os ensinamentos de Abílio (2006, p.85), utilizar a

fábula como material didático numa pedagogia da leitura, pede ao professor clareza

para colocar questões aos alunos diante das fábulas e assim “estabelecer um

contraponto com textos mais contemporâneos, ou mesmo estimular a produção de

fábulas em que o comportamento das personagens seja alterado”, por exemplo.

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Monteiro Lobato, escreve Abílio (2006, p.85), “na primeira metade do século

XX, já fazia isso” e mostra o exemplo da fábula A cigarra e as formigas (ilustração 1)

em que, num primeiro texto, reconstruindo o texto de La Fontaine, mostra a formiga

“boa”; num segundo texto, a “formiga má”:

...acentua o caráter perverso da formiga e ressalta toda a fragilidade, sofrimento e humildade da cigarra, com o claro intuito de que o leitor dela se apiede, e com ela se solidarize, alterando o determinismo do texto fonte, de modo que, nesta versão, “a cigarra, que cantara durante todo o verão, pede emprestado à formiga ‘algum grão, qualquer bocado, até o bom tempo voltar”, mas, mesmo comprometendo-se a pagar-lhe o empréstimo com juros e sem mora, a formiga se nega a prestar-lhe qualquer auxílio (ABÍLIO, 2006, p.85).

Também se pode tornar ainda mais contemporâneo o seu contexto, como a

versão que circula na Internet, portanto, de domínio publico:

Era uma vez, uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem o bate-papo com os amigos ao final do trabalho tomando uma cervejinha gelada. Seu nome era 'Trabalho', e seu sobrenome era 'Sempre'. Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou nem um minuto sequer. Cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu prá valer sem se preocupar com o inverno que estava por vir. Então, passados alguns dias, começou a esfriar.Era o inverno que estava começando. A formiguinha, exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua singela e aconchegante toca, repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome, do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu. Sua amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari amarela com um aconchegante casaco de vison (sic). E a cigarra disse para a formiguinha: - Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris; será que você poderia cuidar da minha toca? E a formiguinha respondeu: - Claro, sem problemas! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu dinheiro para ir à Paris e comprar esta Ferrari? E a cigarra respondeu: - Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer show em Paris... A propósito, a amiga deseja alguma coisa de lá? - Desejo sim, respondeu a formiguinha. Se você encontrar o La Fontaine (autor da fábula original) por lá, manda ele ir para ....!!!! Moral da História: Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine.

(Disponível em: Mundodasmensagens, 2012)

Sendo um gênero que explicita modos devidos e indevidos de

comportamento, atuando sobre o leitor numa perspectiva predominantemente ética,

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entende-se que trabalhar com fábulas como material didático pode ser um ponto de

partida para motivar os alunos do Ensino Fundamental a tomar gosto pela leitura,

pois as fábulas proporcionam uma leitura ao mesmo tempo crítica e prazerosa.

Para Val (2006), “a leitura é uma atividade que se realiza individualmente,

mas que se insere num contexto social, envolvendo disposições atitudinais e

capacidades que vão desde a decodificação do sistema de escrita até a

compreensão e a produção de sentido para o texto lido”.

Entende-se, desta observação, que a leitura abrange todas as capacidades

da mente humana que oferece ao sujeito a possibilidade de participar das práticas

sociais letradas que contribuem para a sua educação.

De acordo com Filipouski (2006, p 162), observa-se a partir do século XX

uma mudança do papel da escola no âmbito do ler e do escrever. A mesma autora,

(2006, p 162) relata que:

a sociologia da leitura e as teorias relativas (...) da emancipação do leitor e sua responsabilidade na construção autoral do estudante, ampliam, inicialmente, o significado de ler. (...) muito antes de lerem a palavra escrita, os alunos já mantêm uma relação ativa com vários objetos portadores de texto. (...) dos saberes já construídos dos aprendizes, os quais são valorizados como parte do processo de alfabetização e (...) dão consistência ao que Vygotsky chama de pré-história da leitura da linguagem escrita.

Compreender esta situação, em toda a sua complexidade, é condição

indispensável para uma atuação docente responsável e comprometida, de modo que

a leitura na escola e as práticas sociais fora dela, realizam-se num determinado

contexto, com objetivos definidos e tem alguma função, assinala Val (2006, p. 35).

Segundo Aguiar (2012), no tempo do Ensino Fundamental “o aluno pode

evoluir da simples compreensão imediata à interpretação das ideias do texto,

adquirindo fluência no ato de ler”.

Portanto, o ambiente escolar é o lugar propício para conversar sobre tais

ideias, tendo, ou não, o aluno adquirido o processo completo da leitura. Este

processo é feito gradualmente, respeitando suas particularidades e individualidades,

porque o hábito de ler modifica o ser humano (PARANÁ, 2008, p.21).

Consequentemente, a escola é o espaço do confronto e diálogo entre os

conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular, as fontes

sócio históricas do conhecimento em sua complexidade.

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Logo, tanto quanto seus alunos, o professor precisa ser o sujeito do mundo

da leitura, organizando registros de acompanhamento do processo de construção do

conhecimento de seus alunos buscando textos que componham a pluralidade de

práticas sociais de leitura, como a fábula, que se “antes de tudo, em leitor e autor da

sua prática pedagógica” (FILIPOUSKI, 2006, p 163).

Por isso, aliado a tantos outros motivos, ser professor exige transpor os seus

limites e também os limites de seus alunos, porque não há fórmula mágica e sim a

oportunidade de proporcionar e oportunizar uma autonomia para que haja

crescimento para ambos. Conforme Freire (1996, p.144):

...não importa com que faixa etária trabalhe o educador ou a educadora. O nosso é um trabalho realizado com gente miúda, jovem ou adulta, mas gente em permanente processo de busca. Gente formando-se, mudando, crescendo, reorientando-se, melhorando, mas porque gente, capaz de negar valores, de distorcer-se de recuar, de transgredir.

Diante do fato de que o brasileiro lê pouco, é preciso sair da situação de “o

que fazer” e passar ao “como fazer”. O primeiro, grande e necessário passo cabe

ao professor: fazer uso da capacidade de dialogar a fim de construir uma condição

base que o auxilie na execução de roteiros, de projetos e no cumprimento dos

prazos.

Deve-se ter um olhar bastante carinhoso para o conjunto leitura-oralidade,

que deve ser sempre retomado para uma formação adequada do futuro cidadão com

criticidade e autonomia, em que o pano de fundo seja o signo e o significado. Com o

uso da fábula, abre-se a oportunidade de melhorar e explorar ainda mais o hábito da

oralidade e da leitura, inclusive ampliando o vocabulário, a criatividade e a postura

de comportamento dos alunos do Ensino Fundamental oferecendo aos professores

uma ferramenta pertinente e facilmente adaptável..

Tradicionalmente passadas oralmente, de geração em geração,

sobrevivendo apenas da memória e da oralidade das pessoas, a fábula está sempre

presente e é usada para fins educacionais. Portanto, sempre que for feita a leitura

de uma fábula, há que se ter um ensinamento a ser oferecido.

Tarefa difícil porque tem que ter um foco, há que se compreender a situação

em toda a sua complexidade para uma atuação docente responsável e

comprometida. Entende-se que é desta atuação do professor que :

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a comunicação e o conhecimento se tornam motivos de cooperação entre os alunos e o professor e, todos juntos, podem organizar uma comunidade de compreensão próxima. Nela, o professor deixa de ser um transmissor de informações e passa a disponibilizar meios e modos de participação, propondo e orientando projetos de trabalho, acompanhando e estimulando os grupos, oportunizando-lhes diferentes formas de interação e prática cultural (FILIPOUSKI, 2006, p 165).

Corroborando o dizer de Filipouski (2006, p 165), cabe à escola e aos

educadores que nela atuam motivar cada vez mais os alunos à leitura criando

condições e ambiente para ensinar que ler produz promoção social, facilita o acesso

à cultura e ao conhecimento, ou seja, criando modos e maneiras de relacionamento

do que se faz na escola com o que existe fora dela.

Nesse sentido, estimular a leitura em sala de aula precisa (deve) ser uma

responsabilidade partilhada entre professor e alunos: aquele é o guia, o apoio, o

mediador de cultura e conhecimento; este, o sujeito ativo da aprendizagem.

Consequentemente, a sala de aula se transforma em um espaço de pensar,

de refletir, de partilhar, de dialogar. Na ideia de atribuir novo significado à leitura

usando como material didático a fábula, o professor se transforma em produtor de

cidadania oferecendo às novas gerações possibilidades efetivas de compreensão e

transformação da sua realidade social e pessoal com a leitura.

É neste espaço que a fábula será adotada como textos a suportes didáticos

– como a Unidade Didática, por exemplo – e apresentada por meio da palavra

escrita ou de outros suportes portadores de sentido.

Enfim, as práticas de leitura serão valorizadas pela escola, que assimilará as

práticas que ocorrem no contexto social, colaborando assim para a formação de um

aluno leitor crítico e, por extensão, para a transformação da escola mesma,

oferecendo um ensino com mais genuína função que cabe à leitura: ser capaz de

transformar e oferecer condições de cidadania e responsabilidade social a todos os

que participem dela.

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NO MUNDO DA FÁBULA

Atividade 1

Vamos conversar sobre fábulas!

Acolhida: A fábula é uma história cujas personagens são animais que sempre nos

ensinam alguma virtude no seu final. A fábula mostra claramente “os expedientes

discursivos utilizados para ludibriar os outros, para fazer nossos atos parecer o que

não são, para camuflar nossas reais intenções” (FARENCENA, 2010, p.10). D’Onofrio

(2002, p.110) introduz a fábula como parte de um grupo que reúne “inúmeras

narrativas de temas e motivos os mais variados” como os contos de encantamento,

os contos de exemplo, os casos edificantes, os contos religiosos, os contos

etiológicos, entre outros. A fábula, antes de ser um gênero narrativo pertence à

tradição oral de todos os povos, com suas raízes na cultura informal cotidiana. “As

fábulas têm sua origem tão remota que é difícil fixá-la” (ABÍLIO, 2006, p.86). Parece

que a fábula passou a existir a partir do primeiro momento em que o ser humano

começou a expressar-se através da fala. Há relatos de sua existência na Índia, por

volta do século VI a.C., reunidas como histórias moralizantes em um fabulário, o

Panchatranta, em sânscrito (LACERDA, 1990). Na mitologia grega, Fábula era uma

divindade alegórica, filha do Sono e da Noite, esposa do Engano. Sempre ricamente

trajada, com o rosto oculto por uma máscara, sua incumbência era adulterar o que

contava outra divindade alegórica, a História (LACERDA, 1990). Embora aceita

como tradição oral, foi Esopo, no mesmo século, na Grécia antiga, quem passou à

história como o responsável por introduzir as fábulas na tradição escrita. (OP1)

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Agora, responda às questões abaixo:

a) As fábulas são textos bastante antigos e não eram escritos para crianças.

Antigamente, para quem eram contadas e para que serviam? (OP2)

R:_______________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

b) Que tipo de assunto é narrado, geralmente, nas fábulas? (OP3)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

c) No tempo dos primeiros contadores de fábulas (como Esopo), como eram

transmitidas essas histórias, em que locais costumavam ser contadas e como

permaneceram vivas até hoje? (OP4)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

d) As fábulas ainda são importantes para transmitir preceitos morais e éticos? Dê

sua opinião. (OP5)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

e) Você considera que as fábulas estão ultrapassadas ou ainda podem ser usadas

nos dias de hoje? Dê a sua opinião. (OP6)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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Acolhida: Há um ensinamento nesta fábula, isto se chama moral. Descubra qual é.

Vamos ler (OP7)

O aniversário na floresta

Um casal de tartarugas foi convidado para um grandioso aniversário que

aconteceria na floresta. Onde a maioria dos animais se faria presente ou deixaria

desgostoso o rei dos animais.

O casal de tartarugas sabendo que andavam devagar resolveram sair de

casa com aproximadamente três dias de antecedência do dia da festa. Pois o local

onde ia acontecer o aniversário era bastante distante do lugar em que se

encontravam. Prepararam tudo que iriam precisar para a viagem: alimentação para

os três dias, água, roupas e o presente do aniversariante.

Resolveram que iriam se alimentar nestes três dias somente de

pão com salsicha, que dava bastante energia e era mais fácil de

preparar.

Iniciaram a grande viagem para o aniversário no meio da floresta. No

primeiro dia de viagem quase ao anoitecer resolveram descansar e preparar a

primeira alimentação daquele dia, quão grande foi a surpresa que tiveram,

perceberam que haviam esquecido o pacote de salsichas em cima da mesa de sua

casa. Começou uma grande discussão, um colocando a culpa no outro. Até que

resolveram tirar na sorte, no par e no ímpar, quem voltaria para pegar as salsichas.

A tartaruga macho perdeu e voltou para pegá-las. Passou um dia e nada da

tartaruga voltar, passou outro dia e nada. A tartaruga fêmea desesperada e chorosa

achando que havia acontecido algo ruim com seu marido resolveu comer o pão sem

salsicha, pois estava bastante faminta, triste, certa que seu marido não voltaria.

Ao pegar o pão e levar de encontro a boca, uma voz disse:

- Hum rum! Peguei-te, eu sabia que você iria comer o pão sem salsicha e

sem mim. Muito sabidinha você, hein! Porém se enganou... Eu estou aqui e estou

vendo tudo. Disse saindo detrás de uma grande pedra, que estava na beira do

caminho.

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A tartaruga fêmea assustada correu até ele

esbofeteou-o gritando:

- Não acredito que você não foi pegar as salsichas!!!

Não acredito que estava o tempo inteiro escondido e eu

morrendo de fome... Há três dias que te espero e já estava

desesperada achando que tinha te acontecido algo ruim.

Enquanto tu estavas ai o tempo todo?

A tartaruga macho respondeu:

- Sim estive aqui o tempo todo escondidinho atrás daquela pedra, para não

deixar você comer este pacote de pão sozinha.

Moral da história: Não confie plenamente em alguém, pois poderá sofrer uma

grande decepção.

Claudia Pinheiro

(Disponível em: www.recantodasletras.com.br/contos/3917361)

Vamos conversar sobre a fábula?

a) Por que a tartaruga macho não confiava na fêmea? Explique. (OP8)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

b) E por que a fêmea confiava no macho? Explique. (OP9)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

c) O que você aprendeu com esta história? Qual a lição que ela lhe ensinou? E por

falar em lição, procure no dicionário o significado da palavra plenamente, que

aparece na moral da história e use-a para construir uma nova frase, faça esta tarefa

com um colega. (OP10)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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Atividade 2

A relação fábulas - histórias em quadrinhos

Acolhida: Você leu algum gibi? Já está no caminho para esta próxima atividade. Se

não, aguarde surpresas...

Vamos ler uma fábula em forma de poesia!!! (OP11)

A cigarra e as formigas

Houve um tempo

Uma cigarra Estava sempre a chiar Ao pé do formigueiro

Parava só pra descansar.

Seu maior divertimento Era sempre observar

As formigas trabalhando Dia e noite sem cessar.

O bom tempo Então passou

Veio chuva, muito frio A cigarra ficou em apuros

Sentindo fome e calafrios.

Sem abrigo Sem comida Com passos bem ligeiros

“Toque, Toque, Toque, Toque” Bateu então no formigueiro.

A formiga friorenta Em um xalinho embrulhada

Aparece e pergunta: - O que queres cigarra?

Parece tão desesperada!

Tossindo e cheia de lama A cigarra implora a formiga:

- Preciso de agasalho E um pouco de comida.

- O que fez durante o bom tempo?

Quis saber a formiga. Depois de um ataque de tosse Responde a pobre mendiga:

- Eu cantava bem sabes!

- Ah ! Então é você Quem cantava

Enquanto todo o Formigueiro trabalhava?

- Pois entre amiguinha!

Você nos proporcionou Muita alegria

Com toda sua cantoria

- Entre, boa vizinha! Seja bem-vinda

Ao nosso formigueiro! Sare sua tosse E volte a cantar O verão inteiro!

Ana Paula Cruz

(Disponível em: www.recantodasletras.com.br/contos/3774088.)

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Vamos aos exercícios!

a) Há relação entre “O aniversário na floresta” e a fábula lida acima?(OP12)

R: _________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

b) Se você pudesse reescrever o final da fábula “O aniversário na floresta” como

seria? (OP13)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

c) Que tal transformar a fábula em uma história em quadrinhos? Siga as orientações

e mãos à obra!! (OP14)

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Atividade 3

A relação fábulas – charge

Acolhida: A charge é um texto/desenho que registra o cotidiano, seu lado pitoresco,

cômico, comovente e poético.

Oba,mais um texto sobre fábulas em forma de poesia!!! (OP15)

O leão e o ratinho

Muito distraído o ratinho, Da sua toca saiu. Percebendo atemorizado Que nas garras do leão caiu. Paralisado pelo medo Percebeu todo perigo Puxa! O susto foi tão grande Que teve frio no umbigo. O ratinho suplicou “gosto muito de viver ainda sou tão jovem e não quero morre” O leão ficou pensando, a juba até coçou, olhou bem para o ratinho e depois o libertou.

O ratinho agradecido Prometeu ao rei Leão “este ato de bondade terá retribuição”. “Ah! Ah! Ah! Esta é boa! O leão deu gargalhada Um bichinho tão pequeno, me salvar, que palhaçada”! Alguns dias se passaram E ao andar por uma trilha O imponente leão Caiu então numa armadilha. Foi então que apareceu Bem feliz e saltitante Aquele pequeno ratinho libertado dias antes. Rapidamente o ratinho A rede começou a roer Até que o leão Conseguiu se desprender O leão agradecido E também sem argumento Comprovou o velho ditado Tamanho não é documento!

Ana Paula Cruz

(Disponível em: www.recantodasletras.com.br/contos/3774183.)

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Claro, sou todo

ouvidos...

Vamos entender a charge?

Fonte: Cláudio Roberto Dalla Stella, 2012.

a) Qual a intenção do leão? Explique. (OP16)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

b) Por que é importante ler imagens? (OP17)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Tem certeza de

que posso falar?

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c) Esta charge tem humor? Explique. (OP18)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

d) Há semelhança entre charge e história em quadrinhos? Explique. (OP19)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

e) Para a próxima aula, produza uma charge do texto poesia: “A cigarra e a formiga”.

(OP20)

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Atividade 4

Lendo fábulas modernas

Acolhida: Você já teve vontade de invadir algumas fábulas e dar um novo rumo à

história? As fábulas abaixo foram modificadas.

Vamos ler? (OP21)

O escorpião e a tartaruga

Um escorpião, não sabendo nadar, pediu a uma tartaruga que o carregasse

em suas costas para atravessar um rio. — Você está louco?- exclamou a tartaruga. — Você vai me picar, enquanto eu estiver nadando e eu vou me afogar.

— Minha querida tartaruga - riu o escorpião - se eu a picasse, você se afogaria, e obviamente eu me afundaria com você. Agora, onde está a lógica nisso? — Você está certo! - exclamou a tartaruga. Suba aí!

O escorpião subiu nas costas da tartaruga e na metade da travessia do rio deu uma forte picada na tartaruga. Como ambos iriam se afogar, a tartaruga resignadamente disse:

— Me responda, seu louco! Você disse que não haveria lógica em me picar. Então por que você fez isso?

Não tem nada a ver com a lógica nem com loucura - disse o escorpião, se afogando, e acrescentou: É apenas o meu caráter.

Neusa Smolka (SMOLKA, N. Esopo: fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1994.)

a) O que você entendeu da fábula: “História do escorpião e a tartaruga”? Explique.

(OP22)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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b) Lendo a fábula, que característica você imagina que tinha o escorpião? Explique.

(OP23)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

c) Como você vê a tartaruga da história? Explique. (OP24)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

d) Todos precisam respeitar as diferenças. Você concorda com esta afirmação? Por

quê?(OP25)

R:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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e) Ilustre a parte da história que você mais gostou. (OP26)

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Mais uma fábula com final diferente!

A raposa e as uvas

De repente a raposa, esfomeada e gulosa,

fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista.

Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uva maravilhosos,

uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu.

Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo o que tinha, não conseguiu nem

roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: “Ah, também não tem importância. Estão muito verdes”.

E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva,

trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular, e havia o risco de despencar, esticou a pata e… conseguiu! Com avidez, colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes!

Moral: A frustração é uma forma de julgamento como qualquer. É fácil desprezar o que não se consegue conquistar.

Millor Fernandes (FERNANDES, Millor. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: José Álvaro, 1964.)

a) Depois de ler, responda o que você achou da fábula reconstruída. Explique.

(OP27)

R:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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b) Todas as raposas são traiçoeiras? Explique. (OP28)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

c) Qual é a moral da história segundo a versão de Esopo? (OP29)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

d) Que tal criar para esta fábula um final bem diferente e divertido?(OP30)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

e) Todos os textos apresentados até agora trazem um ensinamento, um deles é a

organização, cooperação, coleguismo. Que animais você conhece que fazem um

trabalho bem organizado, exemplo para nós seres humanos? (OP31)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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Atividade 5

Curta metragem de fábulas e provérbios

Acolhida: Nem todas as raposas são traiçoeiras, bem legal este vídeo que

desmonta o argumento de não julgar pela aparência.

Vamos assistir a um curta metragem: “O lenhador e a raposa”.

Disponível em: http://youtu.be/D18NHzdNYxU. (OP32)

Vamos exercitar a memória respondendo às questões abaixo:

a) Há relação entre a fábula do escorpião e da tartaruga e o vídeo assistido? Qual?

(OP33)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

b) Você conhece outras fábulas além das apresentadas até agora? Quais? (OP34)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

c) Por que o lenhador pensou que a raposa fez mal ao seu filho? Explique. (OP35)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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d)Devemos filtrar mais os comentários das pessoas, por quê?(OP36)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

e) De que forma é possível conviver com o diferente em harmonia? Explique. (OP37)

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Como você viu, toda fábula contém no seu final uma moral. Moral é uma frase ou

mais que transmite um conselho, que muitos conhecem por provérbio ou ditado

popular. Alguns exemplos:

“De grão em grão a galinha enche o papo”

“Quem espera sempre alcança”

“Águas passadas não movem moinhos”

“Gato escaldado tem medo de água fria”

“Cão que ladra não morde”

“Deus escreve certo em linhas tortas”

“Quem o feio ama o bonito lhe parece”

“Quem cala consente”

“Quem desdenha quer comprar”

“Quem canta seus males espanta”

“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”

“Quem conta um conto acrescenta um conto”

“Mais vale prevenir do que remediar”

“Não se mexe em time que está ganhando”

“Quem ri por último, ri melhor”

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f) Formem duplas e façam um desenho (HQ ou charge) com as fábulas contadas e

acrescentem adequadamente um provérbio. Se quiser, podem usar os provérbios

acima citados ou outros que vocês conheçam. (OP38)

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Atividade 6

A relação de fábulas com conto de fadas moderno

Acolhida: Você sabia que o conto de fadas não é escrito só para crianças?

Sugestão de vídeo: Deu a louca no Chapeuzinho 1.

Disponível em: http://youtu.be/hNUVNyNP1D4.

Assista ao filme que é um conto de fadas moderno!!! (OP39)

a) Coletivamente, elaborem um conto de fadas, seguindo este roteiro:

- Definir o tema, o herói, a heroína e o vilão da história;

- Tempo ocorrido. Caso transcorra no presente, trabalhar com elementos atuais

como: jovens ativos e destemidos, máquinas, informática, etc.:

- Criar personagens como, por exemplo, princesas, príncipes, bruxas, fadas, etc.;

- Observar a linguagem, o tempo das ações, a coerência dos assuntos. (OP40)

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Atividade 7

Oba!!! Chegou a hora!!! Uma super produção

Acolhida: Que tal transformar fábulas em um curta-metragem?

Você conhece a música “Noite dos mascarados”?

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=nzu5k8uA7Rs.

Vamos ouvi-la? (OP41)

Construindo as máscaras

Utilize o material à disposição e construa uma máscara que fale de você hoje.

Lembre-se que deve ser um animal, pois estamos tratando de fábulas. (OP42)

Construída a máscara, fixe-a em um palito de churrasco para apresentá-la. Você

vai falar de si através da máscara! (OP43)

Identificando as máscaras.

Organizem 2 grupos de dois/três participantes e façam comentários sobre:

a) (1º grupo). A máscara com que não se identifica (OP44)

b) (2º grupo). A máscara que gostaria de usar (OP45)

c) Coloquem as máscaras e improvisem um breve texto para uma

apresentação. (OP46)

d) Em seguida, a turma deverá elaborar um texto coletivo sobre o que foi

apresentado. Utilizem as máscaras para fazer uma encenação teatral que será

transformada em um curta-metragem. O mesmo será apresentado para os Pais e a

Comunidade Escolar. Caso não seja possível a realização do curta metragem,

fotografem a apresentação, organizando assim uma exposição. (OP47)

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NO MUNDO DA FÁBULA

Observação:

Caso tenha dúvida em baixar os vídeos sugeridos nas atividades, acesse o passo a

passo nos tutoriais disponíveis: Tutorial para conversão de Vídeo - Zamzar Tutorial

para conversão de Vídeo - Clipconverter. Disponível em:

<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/tutorial_clipconverter.p

df>. Acesso em: 13 out. 2012. Em seguida, converta o vídeo para MPG ou AVI e

salve o vídeo já convertido no pendrive e teste na TV Multimídia.

Atividade 1

(OP1): Para realização dos exercícios propostos na atividade 1, reserve

aproximadamente cinco aulas. Dependendo do ritmo da turma, poderá levar mais ou

menos aulas. Argumente com os alunos sobre o conhecimento deles sobre as

fábulas arguindo “Vocês sabem de onde vêm as fábulas?” Explique que a história

conta que foi Esopo, na Grécia Antiga (século VI a.C.) quem passou à história como

o criador deste tipo de narrativa curta, bem-humorada e relacionada ao cotidiano,

contada em linguagem simples, com conselhos sobre lealdade, generosidade e as

virtudes do trabalho, refletidos na moral representada por um pensamento

(OLIVEIRA, 2012).

(OP2 a OP6): Aproveite e explique que as fábulas não são textos que nasceram por

acaso, sem nenhuma intenção, são criações muito antigas, breves narrativas usadas

para ilustrar, questionar, estimular, enaltecer atitudes humanas, orientando-as a

como melhor pensarem e se comportarem na época e na sociedade em que viviam.

Reforce os valores éticos e morais. Fale também sobre a importância de saber

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diferentes significados através do uso do dicionário, que deve recorrer a ele sempre

que tiver dúvida.

(OP7): Providencie cópias do texto para introduzir os alunos no mundo das fábulas

estimulando para que façam a leitura sozinhos. Realizada a leitura individual,

convide-os para ler um parágrafo cada um. Fale sobre entonação da voz, turnos de

fala, o respeito à pontuação etc.

(OP8 e OP9): Fale sobre a importância de ter valores, cultivá-los e principalmente

por em prática os mesmos.

(OP10): Solicite que a dupla apresente para a turma a nova frase, agradeça a

participação e colaboração de todos, assim todos terão a oportunidade de falar, o

tímido também participará nem que não seja este o momento.

Atividade 2

(OP11): Para realização dos exercícios propostos nesta atividade, reserve oito

aulas. Dependendo do ritmo da turma, poderá levar mais ou menos aulas. Convide

os alunos para participarem da leitura do texto: “A cigarra e a formiga”. Alerte-os

para a entonação, pois agora é uma fábula em forma de poesia. Professor,

providencie cópias para os alunos.

(OP12): Explique a relação das fábulas de Esopo, La Fontaine, Millor Fernandes, e

suas releituras, como forma de trazer a moral e a ética para os dias atuais, fazendo-

os lerem nas entrelinhas.

(OP13 e OP14): Explique que História em Quadrinhos (HQ) é um gênero textual

muito utilizado para divertir e satirizar. Fale que no processo de leitura também é

preciso considerar as linguagens não-verbais, como por exemplo, a leitura de

imagens, fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, figuras que

povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano. Com isso, você

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contempla os multiletramentos mencionados nestas Diretrizes. (PARANÁ, 2008,

p.71). A turma deverá fazer sua HQ e expor no mural da sala.

Sugestão: Há uma infinidade de HQ, e autores conhecidos como Maurício de Sousa

(Mônica) e Ziraldo (O menino maluquinho). Se tiver oportunidade, leve os alunos ao

Laboratório de Informática. Disponível em: <hwww.maquinadequadrinhos.com.br/

HistoriasPublicadasv2.aspx?&bn=1>. Acesso em: 30 out.2011.

Atividade 3

(OP 15): Para realização dos exercícios propostos nesta atividade, reserve cerca de

seis aulas. Dependendo do ritmo da turma, levará mais ou menos tempo. Explique

que a charge é um texto/desenho que registra o cotidiano, seu lado pitoresco,

cômico, comovente, poético. São escritas, geralmente, para as colunas de jornais

e/ou revistas, mas podem ser compiladas em livros. Professor, leve revistas ou

jornais e peça para que os alunos procurem/recortem charges. Pode pedir que

analisem algumas e exponham o que entenderam: para entendê-las eles devem

estar informados ou atualizados com os acontecimentos. Professor, providencie

cópias deste texto poesia. Faça você a primeira leitura, depois peça a eles que

leiam.

(OP16 a OP 19): Fale sobre a importância de ler através das imagens. Explique que

nem sempre na charge tem algo escrito, mas sempre tem uma intenção. Na letra “d”

peça para comentarem sobre as semelhanças existentes entre charge e HQ.

Professor, dúvidas, releia a (OP13 e OP14) e a fábula “A cigarra e as formigas”.

(OP20): Já explicado o que é charge, peça para os alunos produzirem uma charge

de acordo com o texto poesia: “A cigarra e a formiga”. Relembre-os que a charge

deve conter uma intenção. Estimule-os a refletirem sobre valores (orgulho, inveja,

vaidade, astúcia, lealdade, compaixão, generosidade), deixando-os à vontade para a

produção.

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Atividade 4

(OP21): Para realização dos exercícios propostos na atividade 4, reserve

aproximadamente seis aulas. Dependendo do ritmo da turma, poderá levar mais ou

menos aulas. Sugira para os alunos que façam um jogral com a leitura da fábula, “O

escorpião e a tartaruga”. Professor, providencie cópias.

(OP22 a OP31): Pergunte o que notaram de diferente neste texto. Incentive para que

todos falem sobre a moral da fábula. Destaque algumas características das fábulas,

explicando que nelas, “pessoas, seres irracionais ou mesmo inanimados

transformam-se em personagens, apresentando situações da vida diária”, nas quais,

embora não seja observado qualquer comprometimento com a realidade, estão

simbolizados os comportamentos, os sentimentos e os interesses humanos

(FARENCENA, 2010, p.10). Trabalhe de modo que todos os participantes exercitem

a argumentação e os demais respeitem as diferenças. Com a fábula lida e

interpretada, peça para que os alunos desenhem e pintem a parte da história que

mais gostaram. Também esta atividade poderá ser fixada no mural da sala ou ainda

como um varal de produção. Providencie cópias “A raposa e as uvas”. Na leitura

você pode fazer uma comparação entre as duas. Instigue os participantes a falarem

de outras características dos animais, como por exemplo: águia= visão ampla,

abelha= organização, raposa= inteligência, rato= alerta, gato= agilidade, tartaruga=

persistência, cão= lealdade, etc. Explique que foram realizadas leituras de diferentes

épocas (antiga e moderna). Na antiga o escorpião não muda seu caráter, pois é de

sua natureza e o mesmo acontece com a raposa que se demonstra orgulhosa e

matreira. A partir disso, expliquem nas questões suas conclusões.

Atividade 5

(OP32): Para realização dos exercícios propostos na atividade 5, reserve

aproximadamente seis aulas. Dependendo do ritmo da turma, poderá levar mais ou

menos aulas. Copie em pendrive ou CD para assistir “O lenhador e a raposa”.

Explique o que é um curta-metragem: “é um filme com duração de até 30 minutos”.

(HOUAISS, 2009, p.206). Disponível em:

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<http://www.youtube.com/results?search_query=o+lenhador+ea+raposa&oq=o+lenhador+

ea&gs_l=youtube.1.0.0.1926.5195.0.7958.13.13.0.0.0.0.250.2438.1j8j4.13>.

(OP33 a OP38): Explique se existe semelhança entre o vídeo e a fábula na versão

de Smolka? Leve os participantes a refletirem que as verdades se contradizem,

como no caso do vídeo e da história. Explore outras citações (“filho de peixe

peixinho é”, “amor com amor se paga”, “antes tarde do que nunca”). Converse sobre

o que é provérbio. Lembre-se de dar voz ao seu aluno e sempre valorize o que ele

falar/ escrever, de modo que haja respeito pela sua opinião e também faça-o

respeitar o que ouvir. Lembre-os sempre que respeito e educação cabe em qualquer

lugar. Em seguida, peça para que, em duplas, façam um desenho com as fábulas

contadas acrescentando um provérbio que seja adequado.

Atividade 6

Para realização dos exercícios propostos na atividade 6, reserve aproximadamente

seis aulas. Dependendo do ritmo da turma, poderá levar mais ou menos aulas.

Providencie o filme “Deu a louca no Chapeuzinho 1” para que os alunos assistam.

Sugestão: Caso você queira, em um outro momento, poderá trazer para a sala os

filmes: “Deu a louca no Chapeuzinho 2” e/ou “A Bela e a Fera”. Forme grupos de

acordo com afinidade/preferência. Fique atento. Dê tempo para realizarem a tarefa.

(OP39 e 40): Peça aos alunos que relembrem as histórias de fadas que conhecem.

É uma atividade preferencialmente oral e não é preciso recuperar a totalidade das

histórias, mas a maioria delas. Uma maneira de fazer isso é retomar o nome das

personagens e tão logo as protagonistas sejam identificadas, passar para o outro

conto de fada. Explique que o filme assistido é longa metragem: “filme com duração

mínima de 70 minutos” (HOUAISS, 2009, p.469). Com os alunos divididos em

grupos, peça para que escolham um conto de fada. Entregue para cada grupo um

ou dois bilhetes com nomes de objetos modernos para serem incorporados à

história. O conto de fadas do Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, pode ser

agraciado com DVD e os alunos precisam acrescentar essa palavra com criatividade

e coerência na história. Ao final, faça uma roda de leitura das histórias. É uma ótima

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atividade para introduzir a leitura de narrativas que reescrevem outras narrativas ou

partem delas para gerar nova história, contos de fadas ou não.

Atividade 7

(OP41): Para realização dos exercícios propostos na atividade 7, reserve cerca de

oito aulas. Dependendo do ritmo da turma, poderá levar mais ou menos aulas.

Que tal transformar em um curta metragem? Baixar a música “Noite dos

mascarados”. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=nzu5k8uA7Rs>.

Repita a música tantas vezes se fizer necessário, pois é a partir dela que será

elaborada a máscara. Indique um site que pode ajudá-lo nas máscaras/modelos de

máscaras para recortar e montar: <http://tudoemfoco.net/modelos-de-mascaras-

para-recortar-e-montar-educacao-infantil.html>.

(OP42 OP47): O objetivo da atividade é estimular a auto e heteropercepção. Você

precisará dos materiais: cartolina colorida, tintas, colas, tesouras, papéis diversos e

coloridos, palitos de churrasco e pratos de papelão para a confecção das máscaras.

A música “Quem é você” de Chico Buarque de Holanda está disponível em:

<www.slideshare.net/danielapert/201-dinamicas-de-grupo>. Coloque a música de

fundo e convida os participantes a construírem uma máscara com os materiais

disponíveis na sala. A máscara deverá representar ou caracterizar em seu momento

atual de vida. Uma vez confeccionada a máscara o participante deverá afixá-la no

palito de churrasco para que esta possa ser segurada na frente do rosto. Quando

todos tiverem terminado cada um irá falar um pouco de si utilizando sua máscara.

Concluída esta fase, todos deverão colocar suas máscaras e fazer um mini-teatro

improvisado, para o qual se pode fornecer um tema ou não. Depois, forme um

círculo com a turma e cada participante escolhe um dos integrantes do grupo para

lhe dizer o que vê atrás de sua máscara. Ao final, você concede a palavra a todos

para discussões a respeito da dinâmica. Produzir um texto coletivo para ser

apresentado com as máscaras, transforme-o em um curta-metragem, pode utilizar

câmera fotográfica, celular filmadora. Faça uma bela edição, sempre com a

colaboração dos alunos, e apresente/exponha as fotos em um belo mural. Lembre-

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se, valorize cada trabalho apresentado, isto com certeza estimulará o aluno, o

professor e chegará, com certeza, à família.

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Avaliação

A avaliação é, também, um processo de aprendizagem contínuo, por isso

deve priorizar a qualidade e o desempenho do aluno ao longo do ano letivo.

Tradicionalmente, a avaliação é vivenciada como um processo estanque: o

aluno devolve ao professor o conhecimento recebido exatamente como o recebeu.

Já a avaliação formativa tem como finalidade fundamental a função

ajustadora do processo de ensino-aprendizagem, levando em consideração que os

alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes e, por ser contínua

e diagnóstica, aponta dificuldades, possibilitando que a intervenção pedagógica

aconteça a todo tempo.

Desta maneira, a avaliação formativa possibilita que os meios de formação

respondam as características dos alunos, oferecendo a oportunidade de detectar os

pontos fracos da aprendizagem, mais do que determinar quais os resultados obtidos

com essa aprendizagem.

Enfim, fornece dados aos professores e aos alunos sobre o rendimento

escolar de cada um e contribui com a busca de estratégias para que ambos,

professores e alunos, participem e aprendam. (PARANÁ, 2008, p.81; RODRIGUES,

2008).

Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas esferas

sociais: jornalística, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana,

midiática, literária, publicitária, etc.

Ao final das atividades, avalie quanto o aluno faz o ajuste do oral ao escrito

(em que nível, com ou sem ajuda?); se ele identifica as implicações do gênero e/ou

do enunciador na compreensão do texto; se reconhece as características básicas do

gênero fábula; se identifica a sequência temporal/causal da história; se é capaz de

recontar a fábula (oralmente ou por escrito) a partir das características do gênero e

da sequência de desenhos que representam o enredo; se usou elementos de

coesão para evitar a repetição de palavras e garantir a continuidade temática do

texto; se demonstrou interesse e um desempenho satisfatório nas atividades orais,

escritas e digitais.

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Finalizando

Professor, procure perceber se os alunos entenderam que a fábula conta

uma história, em poucas linhas, com fatos em sequência, e personagens

representando um processo de relação entre dois ou mais seres, sempre

acompanhado de um preceito moral e/ou ético. Quando todos aceitam os costumes

e valores estabelecidos na sociedade, há bem pouco a se discutir sobre eles.

Quando questionamentos são levantados sobre a validade deste costume ou

daquele valor, é necessário fundamentar ou criticar estes costumes/valores de uma

forma prática, nos conceitos de ética e de moral, aqui dirigidos para a educação e a

escola, constituindo “o conjunto das regras de conduta admitida em determinada

época ou por um grupo de homens" (ARANHA; MARTINS, 1999).

Explique que, por isso, as fábulas são narrativas interessantes de serem

trabalhadas no Ensino Fundamental, pois refletem inclinações do ser humano para a

bondade, a justiça, a verdade, a beleza física e espiritual (D’ONOFRIO, 2002,

p.110), características que são transmitidas por personagens representados por

animais (o leão representa a força; a raposa, a esperteza; a formiga, o trabalho; a

cigarra, o lazer, por exemplo).

Alerte os alunos para o aprendizado da fábula: uma pequena narrativa, cujas

personagens são geralmente animais que pensam, falam e agem como se fossem

seres humanos. A fábula encerra uma lição de moral, ensinamentos que chamam a

atenção para o nosso modo de agir e de pensar.

Comente que o repertório de fábulas aumentou muito, pois além das fábulas

lidas e estudadas aqui, os alunos pesquisaram e tantas outras, enriquecendo, assim,

o seu conhecimento sobre esse gênero.

Querido Professor, espero que este trabalho tenha sido útil para você. E que

possa ajudar ainda mais nossos alunos a verem que a leitura por mais simples que

seja sempre é leitura e deve ser feita com muito carinho e principalmente com

cuidado, para não fazer interpretações precipitadas como mostrei através das

fábulas.

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