FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2012

Título: O consumo do espaço citadino e o papel da propaganda

AUTOR DALVA ZEPPERER DE ANGELO

DISCIPLINA/ÁREA (INGRESSO

NO PDE) GEOGRAFIA

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO

DO PROJETO E SUA

LOCALIZAÇÃO

CEEBJA – CENTRO DE EDUCAÇÃO BÁSICA DE JOVENS E

ADULTOS

MUNICÍPIO DA ESCOLA LONDRINA

NÚCLEO REGIONAL DE

EDUCAÇÃO LONDRINA

PROFESSOR ORIENTADOR MARGARIDA DE CASSIA CAMPOS

INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR

RESUMO

(DESCREVER A

JUSTIFICATIVA, OBJETIVOS E

METODOLOGIA UTILIZADA. A

INFORMAÇÃO DEVERÁ

CONTER NO MÁXIMO 1300

CARACTERES, OU 200

PALAVRAS, FONTE ARIAL OU

TIMES NEW ROMAN, TAMANHO 12 E

ESPAÇAMENTO SIMPLES)

O PRESENTE MATERIAL DISCUTE AS TRANSFORMAÇÕES DO

ESPAÇO GEOGRÁFICO QUE OCORREM NA CIDADE DE

LONDRINA. ESTAS ALTERAÇÕES ENVOLVEM PRINCIPALMENTE

DUAS REGIÕES (NORTE E SUL–SUDESTE), QUE APRESENTARAM

UM RÁPIDO DESENVOLVIMENTO. É ATRAVÉS DO ENSINO DE GEOGRAFIA QUE OS ALUNOS

TAMBÉM ADQUIREM CONHECIMENTO ACERCA DE QUESTÕES

POLÍTICAS E ECONÔMICAS DESENVOLVENDO HABILIDADES QUE

PERMITAM COMPREENDER O MUNDO EM QUE ESTÁ INSERIDO. DESEJAMOS CONDUZIR O EDUCANDO A REFLETIR SOBRE A

COMERCIALIZAÇÃO DO ESPAÇO DESTACANDO A INFLUÊNCIA

QUE A PROPAGANDA EXERCE SOBRE ELE, ASSIM COMO DE

QUALQUER OUTRA MERCADORIA. UM MARKETING BEM

ELABORADO CONSEGUE EMBUTIR NAS PESSOAS O DESEJO

INCONTROLÁVEL DE OBTER DETERMINADO PRODUTO, MUITAS

VEZES SUPÉRFLUO. A UNIDADE SERÁ APLICADA AOS ALUNOS EM FORMA DE

TEXTOS, POESIA, ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS, MÚSICA E AULAS

DE CAMPO FOTOGRAFANDO OS CONTRASTES EXISTENTES EM

DETERMINADAS ÁREAS QUE SERÃO EXPOSTAS NUM MURAL NA

ESCOLA.

PALAVRAS-CHAVE ( 3 A 5

PALAVRAS) PROPAGANDA - ESPAÇO GEOGRÁFICO - TRANSFORMAÇÃO

FORMATO DO MATERIAL

DIDÁTICO UNIDADE DIDÁTICA PEDAGÓGICA

PÚBLICO ALVO

(INDICAR O GRUPO PARA O

QUAL O MATERIAL DIDÁTICO

FOI DESENVOLVIDO: PROFESSORES, ALUNOS, COMUNIDADE...).

ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

1º Unidade didática

1º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 1: A cidade de Londrina e seus espaços geográficos

A - Você sabe o que é espaço geográfico?

A cidade é o espaço geográfico no qual estão concentradas pessoas, moradias e outras construções. Tudo na cidade está espalhado ao longo de ruas, bairros, praças, enfim, nos lugares que há em uma cidade. Além disso, uma cidade oferece serviços diversos: escola, centros de atendimento médico, odontológico, social, áreas de lazer e outras comerciais.

Outra característica que encontramos nas cidades é a divisão das regiões de acordo com o nível social dos moradores, por exemplo, há regiões em que somente moram pessoas com alto poder aquisitivo. Já em outras regiões, as famílias têm uma menor renda familiar.

Porém, como a cidade é um espaço de locomoção, as pessoas de diferentes níveis sociais se encontram. Esse encontro ocorre porque ha o deslocamento das pessoas para trabalhar, para se divertir e muitos são os espaços compartilhados dentro de uma cidade. O shopping é um exemplo, assim como grandes empresas e até os meios de transporte.

Para saber mais... As construções do espaço são manifestações das relações sociais sejam as

mais variadas e diversificadas possíveis e se expressam por meio da associação e do funcionamento de um conjunto de sistemas de objetos (prédios, as ruas, as pontes os túneis etc.), e de ações (o trabalho, a circulação, o consumo de mercadoria, relações familiares e cotidianas). Isso quer dizer que as marcas do espaço geográfico procuram revelar as práticas sociais dos diferentes grupos que nele produzem, lutam, sonham e vivem.

(SANTOS, Milton. Por uma geografia nova. 2ª Ed. São Paulo: Hucitec, 1989).

Atividades

1. Conceitue o espaço geográfico. 2. Explique a ideia expressa em: “As construções do espaço são manifestações das

relações sociais sejam as mais variadas e diversificadas possíveis e se expressam

por meio da associação e do funcionamento de um conjunto de sistemas de objetos

(prédios, as ruas, as pontes os túneis etc.), e de ações (o trabalho, a circulação, o

consumo de mercadoria, relações familiares e cotidianas)”, do geógrafo Milton

Santos. Depois faça um desenho que exemplifique a ideia que você explicou.

2º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 1: A cidade de Londrina e seus espaços geográficos

B - Análise do espaço urbano

Observe que a imagem abaixo permite que sejam visualizadas as relações que as construções do espaço mantêm com as pessoas inseridas neste espaço. Note, por exemplo, como a área central é cerca por prédios, já as regiões mais afastadas do centro contam com construções térreas.

Foto 1: Vista parcial da cidade de Londrina Fonte: Prefeitura de Londrina, 2012.

1. A imagem acima é da cidade de Londrina. Observe que muitos são os prédios que compõem o centro urbano. Você poderia relatar quais são os serviços oferecidos no centro da cidade? E além de serviços, quais são as áreas de lazer de sua cidade? 2. Mais uma vez observe a imagem e responda: a) Onde estão concentrados os prédios? Qual seria a explicação para o lugar de concentração dos prédios? b) Abaixo na imagem, ocorre a concentração de casas, qual seria uma possível explicação para o crescimento vertical no centro e o horizontal nos bairros? Toda cidade passa por esse processo?

3. Leia o texto de Júlio Emílio Braz sobre a cidade e responda às questões que

seguem.

A cidade é o barulho. Os prédios girando em torno de mim. Ruas movimentadas. Briga. Confrontação cotidiana por quase nada. A vida sugando tudo da gente. Distribuindo aparências num jogo bobo e quase sempre injusto, definindo as máscaras que cada um de nós usará no palco imenso que construímos em torno de nós mesmos.

(BRAZ, Júlio Emílio. Na cor da pele. São Paulo: Editora Larousse, 2005.)

a) No texto, há o relato de um modo de perceber a cidade. Qual é esse modo? b) A descrição da cidade feita no texto demonstra a cidade moderna e agitada? Que elementos sustentam essa ideia? c) E a sua cidade, como ela é? d) Trata-se de um lugar agitado? e) Os bairros costumam ser mais tranquilos ou mais violentos que o centro da cidade? Por quê?

Londrina em texto e Imagem

Não só a Geografia, mas também a literatura registra as transformações do espaço, como podemos observar no texto do livro do autor londrinense Domingos Pelegrini. Leia-o e depois compare-o com as fotos que seguem abaixo. “A cidade crescendo espetada de prédios, o asfalto cobrindo os paralelepípedos, as estradas asfaltadas, os linhões de energia cortando os trigais, então vem as colhedeiras e deixam a terra vermelha coberta por palhas, depois botam fogo para plantar a soja. Os terreiros de café são ruínas nas fazendas, as tulhas agora guardam tratores para a soja, os boias-frias comem marmita embaixo do sol. Os cafezais tinham laranjeiras, e mamoeiros, de semente cuspidas por outras turmas passadas, mas agora as lavouras de soja e trigo são planas, sem arvore nem passarinhos, embora com tantos pulgões lagartas e outras pragas, E passam ao vento aviões e tratores espalhando inseticidas, e chove, o inseticida vai para o riacho, os peixes boiam...” (p. 389)

(Fonte: PELEGRINI, Domingos. Terra Vermelha, 2010)

Foto 2: Londrina década de 1950 Fonte: a autora, 2012.

Foto 3: Londrina 2010

Fonte: a autora, 2012.

1) Quais as principais transformações pelas quais passou a cidade de Londrina? 2) Que aspectos de cada imagem podem ser apontados como negativos? E positivos? 3) O texto de Domingos Pelegrini se aproxima mais de qual foto de Londrina? Explique com suas palavras como percebeu a aproximação entre texto e imagem. 3º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio

Disciplina: Geografia

Tema 3: Cidade ou município?

De olho nas diferenças

“O rio Tietê banha a cidade de Araçatuba” ou, então, “A zona rural da cidade de

Araçatuba”. Na verdade, são duas frases com dois absurdos. Município é todo o

território, composto de zona rural e urbana, enquanto o termo cidade se restringe à

zona urbana. Nesse caso, “O rio Tietê banha o município de Araçatuba” e “A zona

rural do município de Araçatuba”.

(Fonte: Consolaro, 2012.)

Você já parou para refletir sobre as palavras município e cidade? Em geral

uma é empregada como sinônimo da outra. Porém, isso é um equívoco, pois há

diferenças de sentido entre as duas palavras. A Geografia nos ajuda a esclarecer

essa diferença e entender a que se referem os dois conceitos.

O termo município refere-se à parte do território nacional que forma cada um

dos estados, sendo claramente delimitado por fronteiras. Já o termo cidade se refere

ao espaço localizado dentro de uma parte do município, correspondente à zona

urbana. Algumas cidades são tão urbanizadas que não possuem zona rural, assim,

dizemos que essas cidades ocupam todo o território do município.

Para refletir: E como é o seu município? E a sua cidade? Há nela zona rural ou somente a zona urbana?

Agora é a sua vez…

Atividade de pesquisa

1. Divididos em grupos de no máximo 3 alunos, elabore respostas para as questões abaixo. a) Que atividades são desenvolvidas no espaço rural de seu município? b) Que atividades são desenvolvidas no espaço urbano de seu município? c) Quais são os serviços disponíveis no centro da sua cidade? d) Quais são os serviços disponíveis no bairro em que você mora? e) Quais são as áreas de lazer de sua cidade? E de seu bairro? 2. Após a resolução em grupo dessas questões. Cada grupo deverá comentar para os demais alunos a resposta elaborada e, com o auxílio do professor, debater as respostas, comparar e acrescentar outras informações a respeito de seu município.

4º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 3: O desenvolvimento dos espaços da cidade

Além de observarmos que os municípios são divididos em zona urbana e

zona rural, podemos também observar como as regiões da cidade são formadas e

como essas formações indicam classes sociais, atividades industriais, atividades

comerciais, áreas de lazer entre outros aspectos.

Tomando a cidade de Londrina para análise, podemos observar que a área

central tem alta concentração de edifícios. Na década de 1980, Londrina passou por

uma expansão vertical. Edifícios residenciais e comerciais invadiram o centro da

cidade. Morar no centro da cidade era o desejo de muitos, bem como ter as

instalações de uma empresa nesta nobre região.

Por outro lado, as regiões periféricas também se expandiram, mas no lugar

de status, os moradores tiveram que vencer as distâncias em relação ao centro e as

dificuldades de se viver em áreas com infraestrutura ainda precária.

No início, os bairros periféricos de Londrina, que começaram a crescer,

sobretudo, no final da década de 1970, não contavam com postos de saúde,

mercados, panificadora, linhas de transporte público, escolas e, na maioria dos

casos, iluminação pública precária e rede de esgoto e áreas de lazer.

As fotos abaixo mostram duas regiões da cidade, no início da década de 1980,

a Zona Norte e a Zona Leste. Na primeira imagem, temos uma vista do Bairro Vivi

Xavier, notamos como se trata de uma área ainda não habitada, cuja vizinhança é

de fazendas com cultivo. Ao fundo, observamos uma carreira de casas, todas iguais,

seguindo um padrão de construção.

(Fonte: http://www1.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1251&Itemid=4

Acesso em 21 nov. 2012)

Foto 4: Vista do Bairro Vivi Xavier

Fonte: Acervo do Museu Histórico PE. Carlos Weiss.

A imagem abaixo é do Conjunto Aquiles Stenguel, a foto tirada em 1979

revela uma região sem indústrias, muitas árvores. As casas seguem um padrão, são

todas iguais em dimensão e estética, distribuídas de modo ordenado.

Foto 5: Vista do Bairro Aquiles Stenguel

Fonte: Acervo do Museu Histórico PE. Carlos Weiss.

Análise das fotos

1. Nas fotos 4 e 5, é possível observar a condição de isolamento em que os

moradores viveriam em relação ao centro comercial da cidade? Como você analisa

a escolha de lugares isolados para a construção de casas populares?

2. Será que se essas casas fossem comercializadas a fim de serem implantados

condomínios de luxo, a localização delas seria a mesma? Por quê?

3. Como você analisa a organização dos espaços de sua cidade hoje? A venda de

terrenos ou imóveis em lugares isolados ainda é uma prática?

5º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 4: Urbanização de Londrina e propaganda

URBANIZAÇÃO: A palavra urbanização pode ser definida como um conceito

geográfico que se refere ao desenvolvimento das cidades. Trata-se de um processo,

por meio do qual ocorre a modificação do espaço geográfico, que recebe construção

de casas, prédios, redes de esgoto, ruas, avenidas, escolas, hospitais, rede elétrica

e muito mais.

(Fonte: ROLNIK, Raquel. O que é cidade? São Paulo: Brasiliense, 1998.)

A URBANIZAÇÃO EM LONDRINA: Certamente, você já observou que sua cidade

não era urbanizada quando foi criada, mas ao longo dos anos, Londrina passou por

um processo de urbanização. Na década de 1980, por exemplo, o centro da cidade

recebeu vários prédios e passou ser o local mais cobiçado de Londrina. Ao longo

dos anos de 1990, Londrina viu ampliar-se seus bairros e regiões industriais. Já no

início do século XXI, ocorreu a expansão de regiões mais afastadas do centro, as

quais passaram por transformações que permitiram seu processo de urbanização. É

o caso da região Sudoeste, nas mediações do Shopping Catuaí, local que teve

grandes parcelas de terras loteadas, a fim de serem comercializadas para a

construção de moradias.

(Fonte: TAKEDA, Mariane. Geografia (Londrina) v. 18, n. 2, 2009)

Propaganda e a influência no consumo

Os efeitos que a propaganda causa na humanidade geram resultados

limitadores e nem sempre benéficos: propagandas em out-doors, revistas, tv, rádio,

malas-diretas, etc. Somos bombardeados todos os dias!

Muita gente usa o consumismo como forma de mostrar seu status social e

financeiro e de se sobrepor aos demais. Acontece com carros, celulares, roupas,

alimentos... Será que vivemos apenas para poder ter coisas melhores do que o

nosso vizinho? Por que então deixamos que nos hipnotizem todo santo dia, dizendo

o que devemos comer, o que vestir, como agir, o que ouvir? Essa postura diante do

consumismo é que faz com que a renda do planeta seja tão mal distribuída.

(Fonte: http://consumindocomvoce.blogspot.com.br/2008/05/as-consequncias-do-consumismo.html

Acesso 21 nov. 2012)

Para refletir:

Analise a figura abaixo, extraída de uma propaganda

que circulou na imprensa londrinense.

Notamos que a propaganda convida o leitor a esperar

por um lançamento. Trata-se de um empreendimento imobiliário

que, segundo o anúncio, será adequado ao leitor. Não podemos

deixar de mencionar o caráter apelativo do texto, pois o fato de

colocar a palavra „seu‟, faz com que o discurso volte-se ao leitor de maneira geral,

ou seja, ele dialoga com o leitor, convidando-o a esperar o grande lançamento.

Outro ponto a ser mencionado é o fato de se tratar de um empreendimento

imobiliário, que mostra como o espaço londrinense está sendo ocupado.

Além disso, temos a venda de um imóvel e, para tanto, o comprador observa

alguns itens para ver se o imóvel interessa. Dentre os itens estão: conforto, valor e,

principalmente, localização. O que vemos é que o lugar em que um imóvel é

construído influencia na venda. De modo que algumas regiões da cidade são

expostas como se fossem um produto a ser vendido e não um espaço geográfico

que pertence à cidade e, consequentemente, à população em geral.

Figura 1: Propaganda imobiliária

Fonte: A autora, 2012.

Agora é a sua vez...

Analise a figura abaixo e discuta com seus colegas e professor como o espaço

urbano está sendo comercializado na imagem. Depois, escreva uma carta

argumentativa para ser publicada no jornal de sua cidade. Nela argumente no

sentido de mostrar porque o espaço urbano não pode ser apresentado como se

fosse um bem a ser leiloado ou se esse espaço tivesse um único proprietário.

Aponte os benefícios que a urbanização traz à região, mas aponte também os

pontos negativos que, segundo sua opinião, são perceptíveis.

Figura 2: Propaganda imobiliária

Fonte: A autora, 2012.

Depois de escrita sua carta ao jornal, argumente junto com seu professor

sobre o texto e as questões abaixo e responda em seu caderno.

1) Como o espaço está sendo comercializado?

2) quem são os agentes responsáveis por essa comercialização?

3) Como anúncios contribuem para a valoração ou depreciação do espaço da

cidade?

Sexto encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio

Disciplina: Geografia

Tema 5: O espaço urbano e suas transformações

O que é espaço urbano?

Em termos gerais, o espaço urbano é o conjunto de diferentes usos da terra

justapostos entre si. Tais usos definem áreas, como: o centro da cidade, local de

concentração de atividades comerciais, de serviço e de gestão; áreas industriais e

áreas residenciais, distintas em termos de forma e conteúdo social; áreas de lazer;

e, entre outras, aquelas de reserva para futura expansão.

Este conjunto de usos da terra é a organização espacial da cidade ou

simplesmente o espaço urbano fragmentado. Eis o que é espaço urbano:

fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e

campo de lutas. É assim a própria sociedade em uma de suas dimensões, aquela

mais aparente, materializada nas formas espaciais.

Fonte: CORREA, Roberto Lovato. O espaço urbano. São Paulo: Editora Atica, 1995, adaptado)

Atividade

Foto para análise. Comente-a com o auxílio de seu professor, observando a

transformação do espaço da cidade de Salvador, Bahia.

Figura 3: Bahia – ontem e hoje

Fonte: Linhares, 2012.

1) Quem produz o Espaço Urbano?

2) Quem são estes agentes sociais que fazem e refazem a cidade?

3) Os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes industriais? Os

proprietários fundiários? Os promotores imobiliários? O Estado? Os grupos sociais

excluídos.

4) Que estratégias e ações concretas desempenham no processo de fazer e refazer

a cidade?

7º e 8º encontros: 4 horas/aula

Alunos: ensino médio

Disciplina: Geografia

Tema 6: Rumo à montagem de um mural sobre Londrina...

Em busca de perceber de perto a configuração dos espaços geográficos de

Londrina, vamos realizar uma pesquisa de campo, por meio da qual buscaremos

construir um mural sobre a cidade e seus espaços. Nos próximos encontros,

faremos a pesquisa de campo, seguindo as etapas descritas abaixo. A pesquisa de

campo será feita com visitas em duas regiões da cidade: a Zona Norte, onde estão

localizados vários conjuntos habitacionais, e a região conhecida como Gleba

Palhano, localizada na região Sul, que conta com grande concentração de edifícios

residenciais.

Depois de feitas as imagens, iremos montar um mural da cidade de Londrina,

colocando fotos que mostram como essas regiões se desenvolveram, quais os

comércios que cada região possui, como são os imóveis, qual a estrutura oferecida

aos moradores, como são os meios de transporte (há linhas de ônibus ou há muitos

carros nas ruas), como é possível avaliar a condição de vida dos moradores a partir

de características do local visitado.

1ª Etapa: organizados em grupos e com o acompanhamento do professor,

os alunos farão uma visita ao centro da cidade. Nesta etapa do trabalho, a máquina

fotográfica será muito importante. Desse modo, a professora providenciará uma

máquina e, caso os alunos possuam máquina fotográfica e possam levar, também

levarão. Por se tratar de pesquisa de campo, realizada longe da escola, será

necessário solicitar com antecedência uma autorização dos pais e, da mesma forma,

será necessário solicitar um meio de transporte coletivo, a fim de que todos possam

ir juntos.

2ª Etapa: ao chegar ao local combinado, a professora direcionará os alunos,

a fim de que fotografem as construções, os outdoors que anunciam os imóveis a

serem vendidos, os carros que circulam, o estado de conservação das calçadas, as

placas de trânsito, o tipo de comércio encontrado em cada região, qual o estilo das

construções. Enfim, os alunos terão que observar como os espaços visitados se

configuram.

3ª Etapa: Retorno à escola e análise das fotos tiradas na aula de campo. A

sugestão para a análise das fotos obtidas é de que a professora usa a TV pen drive

para passar as fotos, selecionando aquelas que tenham mais relação com o tema

das aulas posteriores.

9º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 7: A comercialização dos espaços da cidade

Agora que você já visitou duas regiões da cidade de Londrina e observou as

transformações e configurações de cada região, vamos analisar as palavras do

geógrafo Milton Santos sobre o espaço geográfico.

As construções do espaço são manifestações das relações sociais sejam as mais variadas e diversificadas possíveis e se expressam por meio da associação e do funcionamento de um conjunto de sistemas de objetos ( prédios, as ruas, as pontes os túneis etc), e de ações ( o trabalho, a circulação, o consumo de mercadoria, relações familiares e cotidianas). Isso quer dizer que as marcas do espaço geográfico procuram revelar as práticas sociais dos diferentes grupos que nele produzem, lutam, sonham e vivem. (Fonte: SANTOS, Milton. A natureza do espaço. São Paulo: Edusp, 2006, p. 260)

Ao analisar as imagens obtidas, observamos que as práticas sociais a que

se refere Milton Santos estão ligadas à ideologia dos grupos que habitam cada

região. Por exemplo, na região Sul, observamos a construção de muitos prédios

residenciais de alto padrão. Além disso, observamos grande concentração de

vendas de imóveis, nos chamados plantão de vendas. Outra característica é a

presença de muitos carros, áreas verdes, os prédios contam com projeto

paisagístico e até mesmo os espaços municipais possuem um projeto paisagístico.

Enfim, é uma região que conta com excelente infraestrutura oferecida a seus

moradores.

Por outro lado, na região Norte, encontramos discrepância quanto à

estrutura dos imóveis. Há casas muito sofisticadas, outras bem simples, as calçadas

não contam com regularidade, não há projeto paisagístico nos poucos prédios

construídos na região, que, em sua maioria, é constituída por edificações térreas. O

comércio tem lojas mais populares e as propagandas exibidas em “outdoors” não

vendem imóveis, como ocorreu de forma exagerada na região Sul. Pelo contrário, há

mais “outdoors” de mercados, lojas de roupas e móveis.

Um ponto em comum entre as duas regiões é que em ambas o espaço é

voltado à comercialização. Na região Sul, o espaço das residências de alto padrão,

os edifícios que se mostram imponentes e muito confortáveis. Trata-se de uma

região de requinte e luxo.

Já na região Norte, outros produtos são comercializados, mas o mesmo

apelo capitalista invade os espaços urbanos para transformá-lo em negócio.

Um trecho da música, apresentada abaixo, traz uma reflexão sobre a

transformação do espaço pelo homem inserido no sistema capitalista.

Homem Primata

Desde os primórdios até hoje em dia... O homem criava e também destruía Homem Primata Capitalismo selvagem Eu me perdia na selva de pedra Eu me perdi, eu me perdi (Titãs Acústico, 1997)

Atividades

1. Depois de ler a música, responda: qual o sentido da expressão „selva de pedra‟?

2. Por que a música coloca o homem como aquele que cria e destrói?

3. A imagem abaixo é da região Sul de Londrina. Analise-a e responda se é possível

relacioná-la à música do grupo Titãs.

Figura 4: Propaganda imobiliária

Fonte: A autora, 2012.

4. Que outras marcas da imagem sustentam a ideia de que o homem comercializa

os espaços geográficos, modificam-no, fazendo com que esses espaços tornem-se

lugares desejáveis, lugares em que todos queiram morar, todos queiram estar?

10º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 8: A comercialização dos espaços de Londrina

O que é consumir na sociedade atual?

O mundo é caracterizado pelo consumo. Estamos inseridos em uma

sociedade capitalista, que tem por como característica o apelo ao consumo massivo.

Oferece-se de tudo e, por conseguinte, tudo é comercializado. Atônitas diante de

tanta oferta as pessoas são levadas pela propaganda a consumirem cada vez mais.

Nesse contexto, o mercado de todos os segmentos se torna intenso diante

de uma competição acirrada. Essa competição exige das empresas técnicas de

marketing com propagandas agressivas, que sempre oferecem algo encantador para

atrair os olhos do consumidor. Por esse motivo, a publicidade, na sociedade de

consumo, torna-se uma arte. A arte de convencer, de persuadir (BAUMAN, 2008).

Sabemos que o propósito das propagandas é satisfazer às necessidades e

aos desejos dos consumidores. A publicidade realiza o prodígio de um orçamento

considerável gasto com o único fim, não de acrescentar, mas de tirar o valor de uso

dos objetos, de diminuir o seu valor/tempo, sujeitando-se ao valor/moda e à

renovação acelerada.

Para refletir... Todas as imagens que seguem foram extraídas de jornais ou encartes publicitários que comercializam imóveis da região Sul de Londrina, a mesma que visitamos quando realizamos a aula de campo. Observe os anúncios e debata com seus amigos a comercialização desse espaço. Manifeste sua opinião, discordando ou concordando com o modo como o espaço é comercializado.

Figura 5: Anúncio Publicitário

Fonte: A autora, 2012.

Comentário: note que a ideia da propaganda é a de que somente pode ser feliz

quem comprar um imóvel naquela região. O uso do termo „você‟ faz com que a

propaganda se volte diretamente para o leitor, ou seja, parece ser um convite para

que a pessoa compre o imóvel vendido e seja, consequentemente, feliz.

Figura 6: Anúncio Publicitário

Fonte: A autora, 2012.

Comentário: a ideia dessa propaganda é mostrar ao leitor que, morando no lugar em

que está sendo oferecido o imóvel, sua vida será tão maravilhosa que todo dia

parecerá um dia de domingo, um dia de lazer.

Analise as imagens abaixo e debata com seu professor e com seus colegas as

imagens abaixo, sugira interpretações, argumente, defenda seu ponto de vista.

Figura 7: Anúncio Publicitário

Fonte: FOLHA DE LONDRINA, Especial Zona Norte. 28/10/2012.

Figura 8: Anúncio Publicitário

Fonte: FOLHA DE LONDRINA, Especial Zona Norte. 28/10/2012.

11º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 9: A comercialização dos espaços de Londrina e a comercialização do homem moderno

É sabido que todo anúncio tem por finalidade persuadir o interlocutor, essa é,

talvez, a maior característica da publicidade, além da própria construção da imagem

da empresa que o discurso publicitário busca moldar. Ao longo do século passado,

sobretudo, com o invento da televisão, as propagandas invadiram a mídia. A tal

ponto que, atualmente, recebemos informações de todos os veículos informativos

existentes. Deparamos-nos com propagandas nas ruas, em out-door, folders,

panfletos, faixas, enfim, o homem utiliza sua criatividade para construir a linguagem

apelativa e persuasiva presente nos anúncios (BAUDRILLARD, 2007).

Entretanto, raras são as pessoas que param para refletir sobre essa invasão

apelativa, sobre essa linguagem e o poder exercido por ela. Quantas não foram as

vezes que compramos um produto motivados por aquilo que lemos em uma revista

ou vemos na televisão? Certamente, todos têm uma experiência a relatar, ainda que

nunca paremos para refletir sobre ela. E é a partir de uma reflexão que poderemos

avaliar a influência das propagandas (BAUDRILLARD, 2007).

Tomando especificamente a publicidade voltada à moradia, observamos que

as regiões da cidade são separadas de modo que cada uma contemple um perfil de

público, ou seja, em cada região há uma classe social. Londrina, por exemplo, tem

diferentes propagandas para a região Norte, o mesmo ocorre com a região Sul e as

demais.

Quando pensamos em publicidade, várias são as estratégias para atrair o

público, mas um fenômeno que tem chamado a atenção, no caso de Londrina, é o

fato de certas regiões da cidade se tornarem comercializadas de maneira intensa,

até mesmo sem que as pessoas percebam. Por exemplo, se uma pessoa afirma

viver na região próxima ao shopping mais conhecido da cidade ela é identificada

como alguém com poder aquisitivo maior. Mesmo que isso na prática não se

confirme, essa pessoa tem „status‟ por residir em tal região, enquanto outra pessoa

que afirma morar na região Norte, por exemplo acaba sendo tachada de „pobre‟.

É comum nos depararmos com os espaços da cidade tomados por

propagandas, out-dors, banners, enfim, por uma comunicação visual que tem por

objetivo vender um produto ou serviço. Os espaços disponíveis para propagandas

são comercializados. Há lugares em que um preço muito elevado é pago por aquele

que deseja anunciar sua empresa. Muitos lugares, em especial aqueles com maior

movimentação de pessoas, tornam-se poluídos.

Texto para análise

Figura 9: Anúncio Publicitário

Fonte: A autora, 2012.

Comentário: Podemos considerar que essa propaganda é mais agressiva que as

outras que mostramos até aqui, porque ao oferecer um imóvel, o anunciante preferiu

mencionar o lugar em que o imóvel é oferecido. Notamos que a palavra Palhano

funciona como um argumento de autoridade, como se as características do imóvel

oferecido não precisassem ser destacadas, já que o fato de ele estar localizado

naquela região já é suficiente para que tenha qualidade incontestável. Isso pode não

se confirmar e ser somente uma estratégia de marketing, a qual usa o espaço

geográfico para vender o produto.

Tarefa: pesquise em jornais e revistas locais propagandas que ofereçam os espaços

de Londrina. Você pode selecionar propagandas de imóveis que falem de qualquer

região da cidade, mas prefira àquelas que falam da região Sul. Traga para a próxima

aula as propagandas que encontrou.

12º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 9: As propagandas sobre os espaços de Londrina

De posse das propagandas solicitadas como tarefa na aula anterior, sentem-

se em grupos de no máximo 4 alunos e siga as instruções abaixo.

Compartilhe com os demais do grupo as propagandas trazidas por

você. Seus colegas também irão compartilhar.

Escolham duas propagandas e elaborem uma análise destacando:

quem é o público-alvo da propaganda? Qual a região para a qual o

anúncio se refere? Qual o padrão do imóvel anunciado? Há marcas

no texto do anúncio que demonstram a valorização do espaço, da

localização em maior proporção que o próprio imóvel anunciado?

Elabore uma análise da imagem e da mensagem textual da

propaganda.

Cada grupo deverá ir à frente e apresentar aos demais a análise

elaborada, mostrando a imagem para que todos possam ver e todos

possam opinar sobre a análise.

O professor será o mediador da atividade, auxiliando na análise e

enriquecendo-a.

13º encontro: 2 horas/aula Alunos: 1º ano do ensino médio

Disciplina: Geografia

Tema 10: O comércio vai além do espaço

Figura 10: Consumismo

Fonte: Portal do professor, 2012.

A imagem critica o fato de as pessoas só pensarem em consumir, em

comprar. Vivemos em uma sociedade onde é descartável. Antigamente, as pessoas

compravam com a ideia de que o bem ou produto era para sempre. Agora, tudo é

fugaz, nada é comprado com a intenção de que dure, mas sim de que logo seja

substituído.

Carro, roupa, sapato, equipamento eletrônico, corte de cabelo, cores de

roupas, modelo de casa, tudo deve seguir a moda. Nagel (2009) enfatiza que na

sociedade globalizada, a moda padroniza comportamentos, produz (ou educa) o

maior número de adeptos à forma de vida definida como a melhor. Por meio das

mais variadas formas de comunicação, entranha-se na subjetividade de todos o

modo de ser, de pensar, de agir, de viver nominado como o mais moderno, o mais

avançado para os cidadãos da sociedade do “conhecimento”!

Poema para análise. Eu, etiqueta

(Carlos Drummond de Andrade) Em minha calça está grudado um nome Que não é meu de batismo ou de cartório Um nome... estranho Meu blusão traz lembrete de bebida Que jamais pus na boca, nessa vida, Em minha camiseta, a marca de cigarro Que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produtos Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido De alguma coisa não provada Por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, Minha gravata e cinto e escova e pente, Meu copo, minha xícara, Minha toalha de banho e sabonete, Meu isso, meu aquilo. Desde a cabeça ao bico dos sapatos, São mensagens, Letras falantes, Gritos visuais, Ordens de uso, abuso, reincidências. Costume, hábito, premência, Indispensabilidade, E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda Seja negar minha identidade, Trocá-lo por mil, açambarcando Todas as marcas registradas, Todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia Tão diverso de outros, tão mim mesmo,

Ser pensante sentinte e solitário Com outros seres diversos e conscientes De sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio Ora vulgar ora bizarro. Em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer, principalmente.) E nisto me comprazo, tiro glória De minha anulação. Não sou - vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago Para anunciar, para vender Em bares festas praias pérgulas piscinas, E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo que desiste De ser veste e sandália de uma essência Tão viva, independente, Que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, Minhas idiossincrasias tão pessoais, Tão minhas que no rosto se espelhavam E cada gesto, cada olhar, Cada vinco da roupa Sou gravado de forma universal, Saio da estamparia, não de casa, Da vitrine me tiram, recolocam, Objeto pulsante mas objeto Que se oferece como signo de outros Objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso De ser não eu, mar Meu nome é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente.

artigo industrial, Peço que meu nome retifiquem.

Atividades

1) Na poesia Eu, etiqueta, Carlos Drummond de Andrade se define de várias formas, quais são elas?

2) Que relação essas formas de se definir têm com o consumismo atual? 3) O autor do texto deixa claro que já não é mais "ser, pensante", e que seu nome tem de ser retificado para "coisa, coisante". Que interpretação podemos fazer deste pensamento do autor? 4) No texto o autor também afirma: "Estou, estou na moda". O que significa "estar na moda" para você? Como a moda contribui para a expansão do capitalismo no Brasil? 5) Ao afirmar estar na moda o autor conclui: "É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade". Que interpretação podemos fazer desta afirmação? 6) Como o anúncio confirma a ideia de comercialização do espaço? Indique elementos do anúncio que comprovem sua resposta.

14º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 11: Consumismo – é possível se livrar das garras do mercado?

O texto abaixo servirá de base para pensarmos um pouco sobre a sociedade de consumo e suas implicações a vida. Texto 1

“Sociedade de consumo é toda aquela que baseia sua economia na

produção e consumo crescentes de produtos e serviços. Em toda a história humana,

é no sistema capitalismo que a sociedade de consumo atingiu seu ponto mais alto.

Como quase toda intervenção antrópica na natureza, isso tem um lado bom, e outro

ruim! Se o consumo é colocado como condição determinante para a acumulação de

capital, torna-se parte fundamental do processo de expansão do capitalismo.

Obviamente, as demandas da economia mundial contemporânea são

crescentes, e também mais intensos tornam-se os processos de extração de

matérias-primas, de seu processamento, de transporte e comercialização dos bens

de consumo, de descarte daquilo que não se quer mais e do uso acentuado do que

não é necessário. Florestas são desmatadas nos países tropicais para suprir

demandas do mercado internacional de madeira, papel e celulose. Solos são

exaustivamente explorados para produzir e exportar alimentos em países onde a

população passa fome. É a miséria de uns que sustenta o conforto de outros. Na

sociedade atual, o consumismo está, para alguns, como padrão de vida, para outros,

como sonho a ser alcançado. Para a maioria, como algo inatingível.”

(Fonte: Fábio Feldmann. "A parte que nos cabe: consumo sustentável?". In: André Trigueiro (coord.). Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro, Sextante, 2003.adaptado)

O texto abaixo servirá de base para entendermos um pouco sobre consumo, indústria e natureza.

Texto 2

“Hoje há um enorme questionamento sobre a indústria automobilística, em

razão do peso que o setor de transporte individual traz para as emissões de gases

de efeito estufa. Esta situação é extremamente preocupante, em função do aumento

da taxa de motorização do planeta. A maior preocupação diz respeito à China, cuja

entrada na Organização Mundial do Comércio tem como principal objetivo a abertura

do gigantesco mercado chinês ao consumo nos padrões ocidentais, sendo

emblemática a discussão sobre o desenvolvimento entre os chineses de uma cultura

do automóvel.

Calcula-se que, se os chineses possuírem um ou dois carros em sua

garagem, a exemplo dos norte-americanos, e consumirem o equivalente a eles em

termos de petróleo, haverá necessidade de uma produção de 74 milhões de barris

acima da produção mundial de hoje; para implantação das rodovias haverá

necessidade de utilização de enormes áreas, hoje utilizadas para produção de arroz,

principal alimento dos chineses.

Se de um lado é inegável que os impactos globais de futuras emissões de

efeito estufa serão catastróficos, caso se reproduza a proporção norte-americana de

habitantes por automóvel, que argumentos podem ser utilizados para se negar aos

chineses "o mesmo uso" dos norte-americanos ou dos cidadãos paulistanos?”

(Fonte: Fábio Feldmann. "A parte que nos cabe: consumo sustentável?". In: André Trigueiro (coord.).

Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro, Sextante, 2003.)

Figura 11: Consumismo Fonte: Portal do professor, 2012.

Figura 12: Planeta doente Fonte: Portal do professor, 2012.

Com base no texto e nas figuras apresentados, desenvolva as seguintes atividades: 1. Escreva uma pequena narrativa, pode ser um conto ou uma crônica, relacionando

os seguintes itens:

Capitalismo – Sociedade de Consumo – Meio Ambiente

2. Apresente um lado bom e um lado ruim da sociedade de consumo. 4. De que forma as ideias do texto 1 podem ser relacionadas à mensagem transmitida pela imagem 12? 5. Como você interpreta a figura 1? 6. Qual o impacto das campanhas publicitárias, veiculadas através das mais variadas mídias, junto aos consumidores? Você já se viu tentado por apelos ao consumo, como aqueles apresentados na imagem 01?

15º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema 12: Paisagem o espaço modificado

“Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode

ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada

apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc. [...]”.

(SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988, p. 88).

Observe a paisagem abaixo.

Figura 13: Discrepâncias do espaço urbano Fonte: Linhares, 2012.

Sobre a paisagem acima, podemos afirmar que:

A paisagem pode ser considerada como o resultado do processo de construção do espaço geográfico. Ela evidencia, por exemplo, a história da população que ali vive e a maneira como utiliza alguns recursos naturais em seu dia-a-dia.

Esta paisagem também pode ser analisada para além do que é percebido apenas pelo olhar. Isso quer dizer que é possível buscarmos explicações para aquilo que se encontra por detrás da paisagem, a busca dos significados do que aparece.

Na aparência, as formas da paisagem estão apresentadas de modo estático. Mas, por outro lado, a paisagem é resultado de todo um processo de movimentos da população em busca de sua sobrevivência, como também pode ser resultante de movimentos da natureza.

Atividades

1. (Ufop) Leia o texto a seguir:

[...] Fechado ao sul pelo morro, descendo escancelado de gargantas até o rio, fechavam-no, a oeste, uma muralha e um vale. De fato, infletindo naquele rumo, o Vaza-Barris, comprimido entre as últimas casas e as escarpas a pique dos morros sobranceiros, torcia para o norte feito um cañon fundo. A sua curva forte rodeava, circunvalando-a, depressão em que se erigia o povoado, que se trancava a leste pelas colinas, a oeste e norte pelas ladeiras das terras mais altas, que dali se intumescem até aos contrafortes extremos do Cambaio e do Caipá; e ao sul pela montanha. [...] (p. 203)

(CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/dowload/texto/bv000091.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2007.)

O texto acima descreve um(a):

a) Paisagem. b) Território. c) Região. d) Lugar.

2. (Uepb) “Toda paisagem que reflete uma porção do espaço ostenta marcas de um passado mais ou menos remoto, apagado ou modificado de maneira desigual, mas sempre presente”. (Olivier Dolfus, 1991)

De acordo com o texto, podemos afirmar:

a) A paisagem é um conjunto de formas heterogêneas de idades diferentes. b) A paisagem é estática, ao passo que o espaço é dinâmico. c) As formas antigas da paisagem são sempre suprimidas, devido a seu envelhecimento técnico e social. d) As paisagens refletem, sempre, as marcas das desigualdades sociais, por serem produzidas sob o modo de produção capitalista. e) A paisagem é uma representação do espaço, mas não é espaço, portanto, exibe as formas, mas esconde a essência de sua produção.

3. (Ufrn) A produção do espaço geográfico é um processo histórico e social caracterizado pela apropriação dos recursos naturais pela sociedade e pelo progresso técnico vigente em cada momento histórico. Assim, com o desenvolvimento técnico-científico-informacional, traço marcante do mundo atual, o espaço geográfico

a) passou a ser produzido de forma generalizada, tendo em vista a distribuição homogênea do sistema técnico em escala global. b) tornou-se mais denso em objetos artificiais, permitindo a aceleração dos fluxos da economia informacional. c) foi unificado pelo surgimento das cidades globais, devido à distribuição uniforme do sistema mundial de redes de informações. d) tornou-se globalizado, em virtude da universalização do acesso da população mundial aos objetos técnicos e informacionais. Gabarito: 1 A; 2 E; 3 B.

16º encontro: 2 horas/aula Alunos: ensino médio Disciplina: Geografia

Tema: Montagem do mural

Para finalizar nossa conversa, vamos realizar a montagem do painel com as

fotos que tiramos em nossa aula de campo. Depois de organizadas as fotos,

faremos uma legenda descritiva, indicando o lugar mostrado na imagem, sua

localização e as transformações, sejam elas positivas ou negativas, que esse

espaço geográfico passou desde o início de sua construção.

Depois de tudo o que discutimos, desejo que você tenha em mente que: a

transformação social só é possível por meio da consciência e da informação, sendo

fundamental o exercício da reflexão, com vistas à transformação social. O ensino de

geografia é um instrumento de libertação do homem.

Assim, ensinar Geografia é ensinar o aluno a pensar, a refletir sobre o

espaço geográfico em que está inserido, bem como conhecer os problemas que o

envolve. Assim, reflita sobre os espaços pelos quais circula, seja observador, tenha

sempre opinião formada.

REFERÊNCIAS E SITES CONSULTADOS

BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 2007. BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 2008. CORREA, Roberto Lovato. O espaço urbano. São Paulo: Editora Atica, 1995.

FELDMANN, Fábio. A parte que nos cabe: consumo sustentável? In: André Trigueiro (coord.). Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.) FOLHA DE LONDRINA, Especial Zona Norte. 28/10/2012. ROLNIK, Raquel. O que é cidade? São Paulo: Brasiliense, 1998. SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988. ______. Por uma geografia nova. 2ª Ed. São Paulo: Hucitec, 1989. ______. A natureza do espaço. São Paulo: Edusp, 2006.

TAKEDA, Mariane. In: Geografia (Londrina) v. 18, n. 2, 2009. http://www.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_datsogallery&func=viewcategory&catid=5&Itemid=1081&limitstart=8 Acesso em 22 out. 2012) http://www.colorirgratis.com/desenhos-de-cidades-e-aldeias-para-colorir.html Acesso 14 nov. 2012. http://www.franciscolinhares.com.br/conteudo.php?id=743 Acesso 14 nov. 2012.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/000000181

5/0000021922.jpg Acesso 14 nov. 2012.