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Ficha técnica

Organização Lídia Teixeira

Teresa Saborida

Autoria Joana Rato – 12º L; Bruno Rodrigues Pinto – 11º 3ª ; João Oliveira – 12º C; Inês Almodôvar de Faria – 12º B; Bhavini Vassaramo – 10º N; Cláudia Sanches Cerqueira – 12º A; Inês de Melo Campelo – 12º A; Leonor de Azevedo Tavares – 12º L; Pedro Freire de Castro – 12º J; Pélcia Gama Rosa – 12º I

Edição Escola Secundária de Camões

11ª edição abril 2016

Disponível em http://www.escamoes.pt/ebook/#%21/page_SOLUTIONS

Copyright Escola Secundária de Camões

Capa Lino Neves

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Índice

Ficha técnica ....................................................................................................... i

Índice ................................................................................................................... ii

Índice de Autores ............................................................................................... iii

Nota Introdutória ................................................................................................. 1

1º Prémio ............................................................................................................ 2

2º Prémio ............................................................................................................ 4

3º Prémio ............................................................................................................ 5

Menção Honrosa ................................................................................................ 8

Se o tempo não mudasse e a ponte não se movesse ...................................... 11

Mudanças ......................................................................................................... 12

As Conexões Efémeras .................................................................................... 14

Reflexão ........................................................................................................... 16

S/ título ............................................................................................................. 17

S/ título ............................................................................................................. 18

Partes de uma ponte ........................................................................................ 19

Mudam-se os tempos, movem-se as pontes .................................................... 20

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Índice de Autores

Joana Rato - 12º L.............................................................................................. 2

Bruno Rodrigues Pinto - 11º 3ª ........................................................................... 4

João Oliveira - 12º C .......................................................................................... 5

Inês Almodovar de Faria - 12º B......................................................................... 8

Bhavini Vassaramo - 10º N .............................................................................. 11

Bhavini Vassaramo – 10º N .............................................................................. 12

Cláudia Sanches Cerqueira - 12º A .................................................................. 14

Inês de Melo Campelo – 12º A ......................................................................... 16

Leonor de Azevedo Tavares – 12º L ................................................................ 17

Leonor de Azevedo Tavares – 12º L ................................................................ 18

Pedro Freire de Castro – 12º J ......................................................................... 19

Pélcia Gama da Rosa – 12º I ........................................................................... 20

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Nota Introdutória

Esta 11ª edição do Concurso Literário Camões vem mais uma vez provar que a

escola tem cumprido um dos seus objetivos, o de estimular, junto dos alunos,

as capacidades criativas de leitura e de escrita.

Nesta edição a participação foi menor em quantidade mas melhor em

qualidade, cientes de que o desafio não era fácil – Mudam-se os tempos,

movem-se as pontes. Por isso o resultado final, materializado neste pequeno

livro e em e-book, é positivo e fica lançada a ponte para futuras edições deste

concurso literário que envolve a nossa comunidade escolar.

A todos os seus autores, por igual, a nossa gratidão. Sentimento que tornamos

extensivo a quantos, formal ou informalmente, colaboraram e tornaram possível

esta iniciativa.

Lídia Teixeira

Teresa Saborida

A comissão organizadora

(abril 2016)

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Nesta coletânea são reproduzidos todos os textos apresentados a concurso e considerados válidos pelos júris – em primeiro lugar, os textos premiados e, em seguida, os restantes, ordenados por ordem alfabética do nome dos seus autores.

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1º Prémio

Joana Rato - 12º L

<< Esta é a história dos rios. Poderão roubar a sua água até secarem. Mas não

roubarão a sua história. >>

(Mia Couto, in Mulheres de Cinza)

e se te dissesse que fui água

amar-me-ias?

se soubesses que nos meus escombros se escondem as mais

tristes

histórias

amar-me-ias?

se te contar que andei sempre incerto

como rio

a quem faltavam os pilares para ser

alguém

esta é a história do meu rio

é a verdade nua e crua

dentro de ti

ouvirias?

todos os dias acordo com o bater da espuma

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na areia

e deito-me com a maresia

(seria de pensar que sou feliz)

custa-me a ausência

custa-me o peso do meu erguer

e o amanhã

olhas para trás nessa esperança

queres-me

querer-me-ias?

mas tudo é água

tudo se desvaneceu antes de encontrar a

luz

e se te dissesse que sou água

e que me custa o respirar

já não me reconheço

que rio é este em que já não corre água

mas sim o olvidar de um tempo em que fui

serei

ainda não sei

sequei

mas nunca roubarão a minha história.

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2º Prémio

Bruno Rodrigues Pinto - 11º 3ª

sentado sobre a raiz do teu diospireiro

contemplo o que no tempo

é a fertilidade do suor do teu rosto

marejando a face de um sol posto

no regaço farto da terra negra

passo pela pele a firmeza do teu sorriso

e colho da árvore o teu fruto favorito

é com deleite que percebo os teus dedos

com a paciência e sabedoria de instrumento

penetrarem na carne laranja do poente

e mergulharem no rio circunstancial da vida

o tempo não é mais que dióspiros

que plantados por pais e colhidos por filhos

são saboreados na tenra idade

que não permite o desperdício

neste lado do caminho

com o suco do fruto no canto da boca

sentado sobre a raiz da tua árvore

sei hoje que a morte é coisa muito pouca

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3º Prémio

Ode

João Oliveira - 12º C

I

Ouvi flores do mal sobre um rochedo,

ao tempo declamaram torpedos, e o afugentaram

e se elevaram à celestial intemporalidade.

Vi ignorada a leveza do ser, sob a forma de rebanhos

guardados, encadernados e etiquetados de cartas passadas

do universal remetente ao anónimo recetor.

Caminhando por altas ruas de bairro ou contido

entre os cúmplices ouvidos da memória das paredes do meu quarto

segredaram-me a já obliquamente caída chuva dourada,

que prendeu, prometendo não largar a Terra,

materializada em estacas de centeio que se cravaram no chão em que esperei.

Conheci serafins sem asas que caminharam a meu lado

pregando-me eternos contratos e desafiaram Abraxas e os seus 365

céus por angústia incendiados e sob cinzas esquecidos e soprados ao vento

caindo no imenso areal e engolidos sob as ondas do oblívio.

Sobre ombros de gigantes nos erguemos exuberantes

e também nós olhamos além, só o horizonte é parda parede azul.

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Mas não desesperes também tu, velho homem, que estes não mais mexem

ora não são eles sangrada carne mas monumentais pedras de moinho.

Recolhemos as águas atravessadas e cortadas das naus das Índias,

e guardamo-las em frascos para as saborear longa e tardiamente

enquanto sonhamos ter de verdade o canto do vesgo

que descobriu o mar que é nosso.

II

Abram-se fendas na crosta do chão

Que se expurgue tremenda a nova Terra incandescente

Viva e travessa e que engula a poeira que tapa.

Não renasça mais a Fénix exausta de viver,

Pois a sua língua vibrante serpenteia, foge da boca

E corrompe, como cordas nos amarra, e nas palavras,

Tal medusa, nos petrifica a alma ainda verde no canteiro.

Esmoreçam as pontes e barragens sobre os rios,

Que se banhem hoje nas vólucres, efémeras

E imparáveis águas do tempo.

Ao som do turbilhão de ventos milhares,

Desabem os campanários, avessos a este mundo,

Da imóvel imutável e pesada memória.

Sobre tremida terra irrequieta de mudança,

Tombe a Torre – tal Babel - que pelo nome o anuncia!

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Oh! Velho lobo, eu oiço-te:

Partamos o ovo que é mundo; a ave quer nascer.

E quando engolido pela Terra fores,

E quando nela fores aceite como seu e como igual,

Não perturbarei o teu perpétuo silêncio.

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Menção Honrosa

Inês Almodovar de Faria - 12º B

Os Sem-Abrigo da Floresta Tropical ou O Mistério dos Gatos

Quem me conhece, sabe:

O que digo é o que fica por dizer.

E na timidez dos meus gestos, sempre contidos, sempre insuficientes,

Guardo as emoções demasiado fortes.

Que parva que eu sou.

Deixo bocados de mim a flutuar na atmosfera,

E deixo cair pontes que comecei a construir entre mim e outros,

Que não partiam de mim inteira,

Mas de mim incompleta.

Tenho tanta pena de ter perdido assim

Momentos que sei que seriam magníficos.

Bastaria eu ter unido tudo o que sou

A tudo o que os outros são.

Ai que pena, que dor este ficar assim interrompida

No caminho entre mim e ti.

E agora, quem acaba de construir esta ponte feita de incompletudes,

Quem lhe acrescenta, pedra sobre pedra,

As rosas vermelho-alaranjadas da situação,

Os pratos e pratos por lavar,

A minha almofada biológica,

A avó alentejana que me bordou um vestido,

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Os tapetes astecas do meu quarto,

A parede amarela,

Aquele candeeiro preste a cair,

O caminho para a escola, sempre igual,

Os plátanos,

Descartes,

A eterna pergunta «Seremos reais?»,

Os comprimidos que eu deveria tomar para o stress,

O jogo do olhar fixo,

As pistolas de cartão,

A índia selvagem,

E um movimento teu

Que é tudo o que tu és num gesto.

Eu sei que a mente é um icebergue,

E que está quase tudo debaixo de água,

E por isso precisamos das pontes.

Mas se cada um de nós é apenas

Aquilo que filtra do seu eu real em cada momento,

Como nos ligamos?

É que eu sou a rapariga do Verão,

A princesa de mármore, a miúda-pesadelo,

E nem sei se somos todas a mesma pessoa.

Os dias passam

Na ponte que é a minha alma.

Os dias, e pelos dias quero dizer cada fragmento de segundo da minha vida,

Passam na minha alma

E são visões, pensamentos, sons, emoções, música, pessoas,

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Sensações,

E é isso que eu sou afinal.

Estamos assim tão longe?

Porque tu também és só isso, és cada fragmento de segundo da tua própria

vida,

E alguns fragmentos hão de ser nós os dois -

A ponte incompleta.

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Se o tempo não mudasse e a ponte não se movesse

Bhavini Vassaramo - 10º N

Se o tempo não mudasse e a ponte se não movesse,

Se o sol não nascesse e o dia não se erguesse,

Se a lua não brilhasse e a estrela não cintilasse,

Se a neve não caísse e a flor não nascesse,

Seria de espantar que alguma mudança houvesse!

Se a tristeza não existisse e a alegria não surgisse,

Se o amor não magoasse e o ódio não aparecesse,

Se a esperança não se erguesse e a lealdade não vencesse,

Se a saudade não doesse e a amizade não crescesse,

Seria de espantar que alguma mudança houvesse!

Se a mulher não lutasse e a guerra não ferisse,

Se a liberdade não gritasse e o cravo não falasse,

Se o povo não contestasse e o medo não vencesse,

Se a justiça não berrasse e o mal não se perdesse,

Seria de espantar que alguma mudança houvesse!

Se a idosa não sonhasse e o menino não brincasse,

Se o menino não caísse e o erro não existisse,

Se a idosa não corrigisse e o menino não melhorasse,

Se a experiência não ensinasse e a velhice não aparecesse,

Seria de espantar que alguma mudança houvesse!

Se mudança não houver não haverá mulher a lutar!

Se mudança não houver não haverá menino a brincar!

Se mudança não houver não haverá amizade a crescer!

Se mudança não houver não se verá ponte a mover!

Se mudança não houver não haverá vida para viver!

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Mudanças

Bhavini Vassaramo – 10º N

Mudanças.

São a minha vida,

Incorpóreas e misteriosas,

Andam todas à minha volta,

Mágoa me trouxeram,

Levando consigo a felicidade com que vivia!

Mudanças.

São a minha alma,

Repentinas e velozes,

Andam todas à minha beira,

Lágrimas me trouxeram,

Levando consigo o sorriso com que vivia!

Mudanças.

São o meu coração,

Ciumentas e traidoras,

Andam todas à minha volta,

Novos conflitos me trouxeram,

Levando consigo a paz com que vivia!

Mudanças.

São o meu mundo,

Pobres e esfomeadas,

Andam todas à minha beira,

Migas de milho me trouxeram,

Levando consigo o amor com que vivia.

Mudanças.

São o meu destino,

Infelizes e inegáveis,

Andam todas a meu redor,

Que nada me trouxeram,

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E tudo me levaram!

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As Conexões Efémeras

Cláudia Sanches Cerqueira - 12º A

Sou constituída por pontes

Umas desvanecem-se no tempo

Como uma quimera

Outras permanecem imutáveis

Preenchendo a minha alma

Algumas conduzem ao paraíso

Outras à mais profunda das trevas

Mas todas mudam

Nenhuma se mantém linear

Nenhuma sobrevive idêntica com o passar do rio

Uma ponte é algo complexo

Algo que é construído para durar mas que nem sempre dura

Algo que é robusto mas delicado

Algo misterioso mas extraordinário

O ponteiro move-se incessantemente e a ponte desgasta-se

A mudança é inevitável

Mas o carro segue o seu caminho

Melancólico, frio e maquinalmente inerte

Cansado da distância, da existência e das contrariedades

Chega ao seu destino o carro que a ponte percorreu

Coberto de poeira temperada

E o seu motor saturado de fel ingrato

Tudo isso transfigurado numa doçura refinada

Sentida agora pelo êxito de ter atravessado a ponte

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E com a travessia feita

A ponte desvanece-se

Numa nuvem de poeira

Para nunca mais ser atravessada…

Mas ao longe outra ponte se constrói

Ponte que será atravessada em breve

Pelo carro que sente, mas finge não sentir

Pelo carro que pulsa, mas que se pudesse pararia…

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Reflexão

Inês de Melo Campelo – 12º A

Conheces-me?

Sabes onde pretendo chegar?

Sabes do que gosto e o que quero?

Prevês o que digo a cada segundo?

Ou vens ao desconhecido e à aventura? Prefiro assim…

Os loucos pela descoberta, os corajosos que quebram rotinas.

Não sou assim, sabes? Adoro a rotina e odeio ser surpreendida.

Prefiro os meus cantos, os cantos que eu só conheço,

Onde posso sonhar, pensar, estabelecer objetivos.

Objetivos?

Sim, sem eles não vivo.

Não gostas? Bem sei…

Estranho como consigo lidar tão bem com isso.

Fazes-me bem.

Tu destróis o meu sonho,

Estragas-me a liberdade,

Fazes-me perder a vontade,

Mas eu, eu Gosto de ti

Afinal o nosso fim não foi como esperávamos. Foi pior.

Porque tem de ser assim?

Só no fim, sim, no fim

É que nos apercebemos do que esteve mal e do que esteve bem.

O problema é que

Aos olhos do presente, no passado esteve sempre o mal.

Mas porquê julgar as coisas e metê-las numa caixa rotulada com “Bem” ou “Mal”?

Porque não simplesmente aceitar que assim foi e prosseguir,

Prosseguir para um fim tranquilo, sem inquietações do que devia ou não devia ter acontecido.

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S/ título

Leonor de Azevedo Tavares – 12º L

Mudança, movimento

Movimento, mudança

Quantas vezes é preciso dizê-lo,

Para entendê-lo

Movimento, mudança

Mudança, movimento

É a nossa vida uma locomoção,

Numa constante inquietação

Mudança, movimento

Movimento, mudança

Para a frente que nos mexemos,

Em diferentes tempos vivemos

Movimento, mudança

Mudança, movimento

Chegaremos onde queremos?

Sim, na constante mudança nascemos.

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S/ título

Leonor de Azevedo Tavares – 12º L

A natureza da vida é a mudança

Muda-se a Terra, o Ar

Muda-se o Fogo, a Água

Tudo sofre mudança…

As folhas que nascem e caem,

A água envolta na areia que vai e volta,

O frio no pálido das faces,

O calor no moreno das peles

É tudo mudança,

Tempos sem fim…

Para quê, afinal?

Para que as forças renasçam,

Para que se cresça,

Para que se refaça,

Para que se transforme,

Para que se mova,

Para que seja uma vida da vida…

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Partes de uma ponte

Pedro Freire de Castro – 12º J

percorrem o rio

percorrem o Tejo

as janelas abrem-se

o sol acorda

o mundo desperta!

os barcos! os barcos! os barcos!

para quê para que terra vamos nós

estou em mim onde a frescura sempre aquece

e o vento sempre mente,

baixinho....

o Céu foge-me das mãos porque

esverdeia

consomem-me

as certezas

e

as incertezas

de um mundo infeliz.

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Mudam-se os tempos, movem-se as pontes

Pélcia Gama da Rosa – 12º I

Mudam-se os tempos

Movem-se as pontes

Sopram os ventos

Descobrem-se as fontes

Pontes que nos distanciam

E que nos aproximam

Pontes inquebráveis

Entre orlas inseparáveis

Mudam-se os tempos e as gerações

Geram-se lembranças nos corações

Medram imagens no pensamento

Que fazem crer cada momento

Uma paixão que cresce pela viagem

Vontade de chegar à outra margem

Desejo de querer viajar e de perder

O medo de ver esta ponte mover.