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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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Walmer Faroni

Magnus Luiz Emmendoerfer

(Organizadores)

Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências

Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

2ª edição

VIÇOSA – MG

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES - UFV

2014

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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FICHA TÉCNICA

Organizadores: Walmer Faroni e Magnus Luiz Emmendoerfer

Diagramação: Magnus Luiz Emmendoerfer

Revisão: José Tarcísio Barbosa

Capa: Elson Rezende de Mello (sobre grafismo de Giuliano Sales)

Impressão e Acabamento: Divisão de Gráfica Universitária - UFV

© 2014. Todos os direitos reservados – Walmer Faroni e Magnus Luiz Emmendoerfer

A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direi-

tos autorais (Lei nº 9.610). O conteúdo expresso em cada capítulo deste livro é de responsabilida-

de exclusiva de seus autores.

Informações e Contato:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES - CCH

Av. P.H. Rolfs, s/n, Campus UFV – Edifício Arthur Bernardes – sala 102

36571-000 - Viçosa, MG - Brasil

Telefones: (31) 3899-2167 / Fax: (31) 3899-2416

Homepage: www.cch.ufv.br

Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e

Classificação da Biblioteca Central da UFV

Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e

P474 Artes / Organizadores: Walmer Faroni, Magnus Luiz Emmendoerfer – Viçosa, MG, 2014 2014.

192p. : il. ; 22cm.

ISBN 978-85-66482-01-0 (e-book – 2ª edição) ISBN 978-85-66482-00-3 (impresso – 1ª edição)

1. Universidade Federal de Viçosa. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - Pesquisa. 2. Abordagem interdisciplinar do conhecimento. 3. Cooperação intelectual. I. Fa-

roni, Walmer, 1951-. II. Emmendoerfer, Magnus Luiz, 1978-. III. Universidade Federal de

Viçosa. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes.

CDD 22. E. 378.8151

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APRESENTAÇÃO DA 2ª EDIÇÃO

Após esgotada a tiragem de 1000 exemplares impressos da primeira edição

deste livro, que foi distribuído em várias regiões do Brasil, esta segunda edição tem

o escopo de possibilitar o acesso deste conteúdo de modo eletrônico na internet.

Esta iniciativa tem o objetivo de tornar mais visível este trabalho que contempla

pesquisas realizadas por professores e alunos do Centro de Ciências Humanas, Le-

tras e Artes (CCH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Um dos destaques deste

livro é evidenciar os trabalhos realizados de modo interdisciplinar.

Este livro mantém sua proposta inicial, reunindo por meio de seus autores, di-

ferentes histórias, trajetórias e resultados conquistados em relação à pesquisa reali-

zada nos departamentos do CCH. Pesquisas com impacto local, regional, estadual,

nacional e até internacional foram mencionadas neste livro. Vale ressaltar que todo

o conteúdo exposto neste livro foi elaborado a partir de exposições realizadas por

seus pesquisadores antes, durante e depois do II Fórum de Pesquisa do CCH, evento

realizado na UFV, nos dias 3 e 4 de outubro de 2011.

A comissão organizadora do II Fórum de Pesquisa do CCH foi determinante

para a elaboração deste livro, que, além de seus organizadores, foi composta por

um docente, representante de cada um dos 11 departamentos vinculados ao CCH da

UFV, cujos nomes devem ser lembrados para expressar nossos agradecimentos. São

eles: Alba P. Vieira, Alvanize Valente F. Ferenc, Daniela A. de Alves, Fábio A. Hering,

Francisco C. da Cunha Cassuce, Guilherme Nacif de Faria, Lídia Lúcia Antongiovanni,

Rita de Cássia P. Farias, Maria Carmen A. Gomes, Rodrigo Gava e Soraya M. F. Vieira.

Acreditamos que este livro é um canal de divulgação científica para a socieda-

de, que poderá saber o que está sendo feito por uma Universidade Pública, Gratuita

e de Qualidade. Por essa valiosa contribuição, a comissão organizadora deste evento

e seus autores convidados merecem nossos parabéns. É nosso compromisso social

como pesquisadores e educadores contribuir para o progresso tecnológico e cientí-

fico da área de Ciências Humanas, Letras e Artes, da qual fazemos parte. Boa leitura!

Walmer Faroni

Magnus Luiz Emmendoerfer

Organizadores

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SOBRE OS ORGANIZADORES

Walmer Faroni

Doutor em Administração pela Universitat de Valencia (1992). Graduado em Admi-

nistração pela Universidade Federal de Viçosa. É atualmente professor associado IV

e pesquisador no Departamento de Administração e Contabilidade da Universidade

Federal de Viçosa (UFV) com atuação no Programa de Pós-Graduação em Adminis-

tração - Mestrado com concentração em Administração Pública, atuando principal-

mente nos temas relacionados com municípios, tributos, administração pública, fi-

nanças públicas e administração. Tem experiência na área de administração por ter

ocupado vários cargos administrativos na UFV, entre eles, o de Coordenador de

Curso, Chefe de Departamento, Pró-Reitor, Membro do Conselho de Administração

da Funarbe. Atualmente exerce o cargo de Diretor do Centro de Ciências Humanas,

Letras e Artes - CCH na Universidade Federal de Viçosa e de Editor da Revista de Ci-

ências Humanas do CCH/UFV.

Magnus Luiz Emmendoerfer

Doutor em Ciências Humanas: Sociologia e Política. Administrador e Mestre em Ad-

ministração. Professor no Departamento de Administração da Universidade Federal

de Viçosa (UFV), com atuação no Programa de Pós-Graduação em Administração -

Mestrado com concentração em Administração Pública. Editor da Revista Adminis-

tração Pública e Gestão Social (APGS). Bolsista de Excelência de Qualidade em Pes-

quisa da Fundação Arthur Bernardes - Funarbe (2011-2013). Membro do Comitê da

Divisão Acadêmica de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade da Asso-

ciação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Administração - Anpad (2011-

2012). Líder do Núcleo de Pesquisa em Gestão e Desenvolvimento de Territórios

Criativos e membro efetivo do grupo de Administração Pública e Gestão Social na

UFV. Membro da Anptur - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Tu-

rismo. Coordenador do Curso de Gestão Municipal (PNAP/UAB), modalidade EaD.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

A CONSTITUIÇÃO DE UM FÓRUM DE PESQUISA COMO ESPAÇO DE DIÁLOGOS

CIENTÍFICOS E INTERDISCIPLINARES NO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS,

LETRAS E ARTES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Magnus Luiz Emmendoerfer e Walmer Faroni ..................................................... 10

PARTE I

INTERDISCIPLINARIDADE NAS PESQUISAS EM CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS, HUMANAS, LETRAS E ARTES NA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

HIERARQUIZAÇÃO E GÊNERO NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DE AGENTES

COMUNITÁRIAS/OS DE SAÚDE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Dyjane dos Passos, Natália Hosana Nunes Rocha,

Paula Dias Bevilacqua, Jaqueline Cardoso Zeferino e Marisa Barletto ................. 19

CAPITAL SOCIAL E PARTICIPAÇÃO CÍVICA: ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES DO

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO

MUNICÍPIO DE VIÇOSA-MG

Rafael Ferraz do Nascimento, Edson Arlindo Silva, Bruno de Jesus Lopes,

Jader Fernandes Cirino, Bruno Tavares e Marcela Marques de Oliveira .............. 24

ICONOGRAFIA E IMAGENS: PERSPECTIVAS METODOLÓGICAS NO ENSINO DE

CIÊNCIAS SOCIAIS PARA SURDOS

Isabelle Araújo Lima e Souza, Arthur Fontgaland Gomes e Ana Luisa Gediel ....... 28

A BUSCA DE UMA IDENTIDADE UNIVERSITÁRIA NO TERRENO DA ORGANIZA-

ÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Heleno Szerwinsk de Mendonça Rocha ................................................................ 33

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O INDIVÍDUO E A CIDADE: ENTRE MODERNIDADE E TRADIÇÃO – UM ESTUDO

DE CASO NA CIDADE DE TEIXEIRAS – MG

Tamyres Virgínia Lopes Silveira e Josélia Godoy Portugal .................................... 35

ESPAÇO, ARTE E SOCIEDADE

Joelma Santana Siqueira, Elaine Cavalcante Gomes e Josélia Godoy Portugal .... 40

ROMEU E JULIETA: INTERFACES ENTRE LITERATURA E DANÇA

Michelle Aparecida Gabrielli e Sirlei Santos Dudalski ........................................... 43

PARTE II

DETERMINANTES DAS PESQUISAS NOS DEPARTAMENTOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE – DAD/UFV:

DETERMINANTES E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Suely de Fatima Ramos Silveira, Afonso Augusto

Teixeira de Freitas de Carvalho Lima e Rodrigo Gava ........................................... 49

DEPARTAMENTO DE ARTES E HUMANIDADES – DAH/UFV: DETERMINANTES

E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Andrea Bergallo Snizek, Evanize Kelli Siviero Romarco, Fátima

Wachowicz, Juliana Carvalho Franco da Silveira, Kátia Imaculada

Moreira, Laura Pronsato, Michelle Gabrielli e Solange Pimentel Caldeira ............... 65

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – DCS/UFV: DETERMINANTES

E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Daniela Alves de Alves e Marcelo José Oliveira .................................................... 72

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – DCM/UFV: DETERMINANTES

E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Soraya Maria Ferreira Vieira ................................................................................. 83

DEPARTAMENTO DE DIREITO – DPD/UFV: DETERMINANTES E PERSPECTIVAS

DE SUAS PESQUISAS

Guilherme Nacif de Faria ...................................................................................... 90

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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DEE/UFV: DETERMINANTES

E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Francisco Carlos da Cunha Cassuce e Orlando Monteiro da Silva ......................... 98

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DOMÉSTICA – DED/UFV: DETERMINANTES

E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Rita de Cássia Pereira Farias ................................................................................. 108

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DPE/UFV: DETERMINANTES

E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Alvanize Valente Fernandes Ferenc, Marisa Barletto

e Ana Claudia Lopes Chequer Saraiva ................................................................... 116

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA – DGE/UFV: DETERMINANTES

E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Lídia Lúcia Antongiovanni, Maria Isabel de

Jesus Chrysostomo e Nilo Américo Lima ............................................................... 129

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA – DHI/UFV: DETERMINANTES E PERSPECTIVAS

DE SUAS PESQUISAS

Fábio Adriano Hering ............................................................................................ 138

DEPARTAMENTO DE LETRAS – DLA/UFV: DETERMINANTES E PERSPECTIVAS

DE SUAS PESQUISAS

Maria Carmen Aires Gomes e Gerson Luiz Roani ................................................. 148

CONCLUSÃO

AVANÇOS E DESAFIOS DA PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS,

HUMANAS, LETRAS E ARTES NA UFV

Marco Aurélio Marques Ferreira, Denilson Santos

de Azevedo e Carlos Frederico de Brito d’Andréa ................................................ 160

SOBRE OS AUTORES ............................................................................................ 174

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INTRODUÇÃO

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A CONSTITUIÇÃO DE UM FÓRUM DE PESQUISA COMO ESPAÇO DE

DIÁLOGOS CIENTÍFICOS E INTERDISCIPLINARES NO CENTRO DE CIÊNCIAS

HUMANAS, LETRAS E ARTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Magnus Luiz Emmendoerfer

Walmer Faroni

1. PANORAMA INICIAL

O Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH) da Universidade Federal

de Viçosa, atualmente, está estruturado administrativamente em onze

departamentos: Administração e Contabilidade, Artes e Humanidades, Ciências

Sociais, Comunicação Social, Direito, Economia, Economia Doméstica, Educação,

Geografia, História e Letras.

Na área acadêmica, atualmente, o CCH administra quatorze cursos de

graduação: Administração, Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Comunicação Social,

Dança, Direito, Economia, Economia Doméstica, Educação Infantil, Geografia,

História, Letras, Pedagogia e Secretariado Executivo, além do recém-criado curso de

Licenciatura em História (a distância); cinco programas stricto sensu nas áreas de

Administração, Economia, Economia Doméstica, Educação e Letras; e, ainda, nove

programas lato sensu nas áreas de Controladoria e Finanças, Educação, Gestão

Escolar, Gestão e Diagnóstico Empresarial, Gestão Estratégica, Gestão Empresarial e

Ambiental, Linguística e Literatura Comparada e Novos Direitos.

Entre as metas constantes do Centro, podemos destacar o esforço em manter

a qualidade dos cursos de graduação pioneiros, a consolidação dos recém-criados, a

busca pela implantação de novos cursos de pós-graduação e, ainda, consolidar os

Programas de Pós-Graduação existentes, buscando sua projeção e expansão na pes-

quisa científica.

Os departamentos vinculados ao CCH desenvolvem vários projetos de pesqui-

sa na graduação, coordenados pelas respectivas Comissões de Pesquisas, que têm

grande contribuição para concatenar as sinergias entre os pesquisadores de áreas

afins, visando a buscar uma relação interdisciplinar com outros departamentos e

várias Instituições.

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Os Programas de Pós-Graduação e os Núcleos de Pesquisa vinculados ao

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes têm procurado enfatizar em suas

abordagens temáticas a questão do desenvolvimento socioeconômico sustentável,

bem como as políticas públicas requeridas para viabilizar trajetórias de

desenvolvimento sustentáveis, principalmente em regiões subdesenvolvidas. A

superação de desafios e problemas socioeconômicos, ambientais, educacionais, de

violência urbana e rural etc. requer, necessariamente, uma abordagem

interdisciplinar, que só pode se consolidar como prática na Universidade se houver

um espaço de discussão comum apropriado.

Assim, a constituição de um Fórum com periodicidade é adequado para

reflexões sobre o desenvolvimento da Pesquisa e fundamental para a interação

entre os pesquisadores das diversas áreas de humanas e ciências sociais, que se

dedicam a temas amplos como a Democracia e Desigualdade Social. Embora já

venha ocorrendo alguma cooperação informal entre os pesquisadores das áreas de

humanas, ela ocorre ainda em níveis insuficientes. Para isso, será necessário contar

com espaço adequado, com pesquisadores, estudantes dos programas de iniciação

cientifica e de pós-graduação. As interfaces potenciais entre os programas de pós-

graduação são evidentes, mas ainda longe de atingir no CCH e na UFV a sinergia

que o elevado grau de qualificação do pessoal existente nas diversas áreas permite

almejar: um obstáculo reconhecido pelos pesquisadores dessas áreas à ampliação

de suas atividades e à intensificação de uma abordagem verdadeiramente

interdisciplinar no campo de estudos. Embora o CCH conte com vários

pesquisadores, a maior parte de seus integrantes se concentra em seus

departamentos de origem, deixando de estabelecer contatos em bases mais

contínuas com os pesquisadores de outras áreas de conhecimento. Os programas de

pós-graduação, desenvolvendo suas pesquisas num espaço comum, afora dar

condições de trabalho aos pesquisadores, que no momento se encontram instalados

em áreas bem restritas, permitem adicionalmente corrigir esta deficiência de

comunicação, deixando aberta também a possibilidade de criação de novos

programas e núcleos adicionais, que, naturalmente, surgirão em decorrência dessa

sinergia.

Dentro de uma perspectiva de expansão, surge a necessidade de realização do

primeiro e do segundo fórum de pesquisa do Centro, o que aconteceu nos anos de

2009 e 2011, respectivamente, visando a promover a interação entre pesquisadores

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e estudantes com o intuito de conhecer os resultados de pesquisas e os trabalhos

interdisciplinares existentes, para identificar a sinergia, facilitar a formação de

grupos de trabalho, principalmente, a produção científica, consolidando linhas de

pesquisa no âmbito do CCH e da UFV. Somando a isso, procurou-se discutir formas

de financiamentos para a pesquisa e caminhos para publicação dos resultados, bem

como sinalizar diretrizes para uma política de pesquisa na UFV.

A constituição de um Fórum de pesquisa vinculado ao CCH tem como propos-

ta principal estudar temas relacionados às Políticas Públicas, Desenvolvimento Soci-

al, Macroeconomia e Desigualdades Regionais, Política Governamental e Desenvol-

vimento e Ecossistema Familiar, abordando, entre outras temáticas, a questão do

desenvolvimento socioeconômico sustentável, através das políticas públicas, visan-

do a viabilizar trajetórias de sustentabilidade, principalmente em regiões subdesen-

volvidas, bem como alavancar as pesquisas nos programas de pós-graduação.

Os grupos de pesquisa do CCH estão vinculados aos vários programas de pós-

graduação que já trabalham com os seguintes temas: Gestão e Políticas Públicas,

Administração Pública e Gestão Social, Economia de Recursos Naturais e

Ambientais, Macroeconomia e Desigualdades Regionais, Política Governamental e

Desenvolvimento, Família, Políticas Públicas e Avaliação de Programas e Projetos

Sociais, Economia do Consumo Familiar, Bem-Estar Social e Qualidade de Vida,

Estudos em Linguística e Linguística Aplicada: linguagem, sociedade e cognição,

Crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas.

Complementando as informações relacionadas, diversos pesquisadores

vinculados ao CCH desenvolvem pesquisas em alguns núcleos, destacando-se o

Núcleo de Políticas Públicas (NUPP), Núcleo lnterdisciplinar de Pesquisas sobre

Disparidades Regionais (Niped), Núcleo Interdisciplinar de Estudos do Gênero (Nieg)

e Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão do Agronegócio (Nepeagro) e outros.

Observa-se que, apesar de o Centro de Ciências da UFV se chamar Centro de

Ciências Humanas, Letras e Artes – CCH, ele congrega pesquisadores e cursos que

desenvolvem estudos em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes. E

com essa interdisciplinaridade de áreas, um encontro de vários pesquisadores em

torno dos mais diversos temas pode elaborar e discutir políticas de aplicação e

desenvolvimento de inúmeras linhas de pesquisas, tais como: Avaliação de políticas

públicas; Elaboração de diagnóstico e construção de indicadores regionais de

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desenvolvimento socioeconômico; análises de impacto social de projetos de

investimento; estudos sobre o impacto social da modernização econômica,

principalmente no que se refere aos impactos sobre a organização e a manutenção

das famílias e os efeitos sabre as relações de gênero e sabre minorias; inclusão da

dimensão política à discussão técnica e econômica, normalmente enfatizada nos

trabalhos relacionados ao desenvolvimento socioeconômico sustentável em níveis

local, regional e nacional; proposição, com base nos estudos realizados, de políticas

públicas para a agricultura, educação, meio ambiente, desigualdade, pobreza etc.,

principalmente no âmbito da Zona da Mata de Minas Gerais; oferecimento de

cursos de extensão que contribuam com a formação de gestores públicos de

Prefeituras, Secretarias municipais e estaduais, órgãos e autarquias municipais e

estaduais etc.

Assim, compartilhamos da noção de interdisciplinaridade de Weil, D’Ambrosio

e Crema (1993) como a síntese de duas ou mais disciplinas, instaurando um novo

nível de discurso, caracterizado por uma nova linguagem descritiva e novas relações

estruturais. Numa perspectiva mais abrangente, concordamos com Lück (1999) que

a interdisciplinaridade é um processo que envolve a integração e o engajamento de

pesquisadores, num trabalho conjunto e de interação, de modo a superar a frag-

mentação do conhecimento a fim de possibilitar o exercício da cidadania mediante

uma visão mais ampla de mundo para enfrentar problemas complexos, amplos e

globais da realidade atual.

Neste sentido, outra vantagem na constituição de um fórum de pesquisa é a

possibilidade de promover interação entre os vários grupos de pesquisa, no mesmo

espaço físico, por meio de diálogos científicos e interdisciplinares, bem como maior

convivência, uma vez que os grupos de pesquisa existentes estão espalhados em

diversos órgãos do campus, o que dificulta a comunicação/interação. Estando todos

no mesmo recinto, embora esporadicamente, haverá interação intelectual entre

pesquisadores, estudantes de iniciação científica e de mestrado. O ambiente terá

também espaço para discussão de realização de vários eventos científicos, com

objetivo de alavancar a pesquisa e o propósito de favorecer e proporcionar

condições para o desenvolvimento dos estudos e projetos de caráter

multidisciplinar, envolvendo questões da pobreza, desigualdade social e, ainda, o

alto índice de analfabetismo da Zona da Mata Mineira. Para superar todas essas

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dificuldades, ou seja, trabalhar para melhoria desses problemas, é necessário um

trabalho conjunto, envolvendo vários departamentos e áreas.

A UFV já vem investindo na área de Ciências Humanas e Ciências Sociais

Aplicadas, mais especificamente no campo das Políticas Públicas, desempenhando

um papel preponderante nas atividades de extensão solidária, ou seja, relacionadas

à responsabilidade social, buscando melhorar a qualidade de vida da comunidade

carente local ou regional. Um exemplo é o programa semipresencial de formação de

professores do Ensino Fundamental Projeto Veredas, que graduou vários

professores da rede pública estadual. Esses professores, de 66 municípios da Zona

da Mata, após três anos e meio, receberam os certificados de conclusão de Curso

Normal Superior. Destacam, também a atuação do Nead (Núcleo de Educação de

Adultos) na alfabetização de jovens e adultos em programas como Brasil

Alfabetizado e Pronera - Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, no

treinamento de alfabetizadores e na preparação de adultos para exames supletivos

de Ensino Médio. Os Encontros de Prefeitos e Seminários Estratégicos de

Desenvolvimento, com a criação da Casa dos Prefeitos, são exemplos adicionais de

atividades extensionistas resultantes de várias pesquisas desenvolvidas no campo

das Políticas Públicas que auxiliam administradores e gestores públicos na

elaboração de programas de inclusão social, principalmente no campo da Educação.

Vale ressaltar que todos esses projetos estão vinculados ao Centro de Ciências

Humanas, Letras e Artes.

Dentro dessa perspectiva, temos também o Nieg, que desenvolve o projeto

Segurança Pública e Organização Comunitária: construindo direitos e exercitando

cidadania. O Nieg tem como finalidade priorizar a metodologia participativa e

instrumental teórico da Antropologia, propondo uma Agenda de Intervenção Direta

para formar multiplicadores no trabalho de Informação, Educação e Comunicação,

problematizando temas como justiça, segurança e violência, trabalhando em bairros

periféricos e entre população pobre no interior mineiro e investigando a experiência

e discurso local sobre violência e acesso aos serviços e recursos de segurança

pública.

Uma vez que o tema políticas públicas transcende o campo das Ciências

Humanas e Sociais Aplicadas, a constituição de um fórum permitirá a interação

entre diferentes grupos de pesquisa das áreas de Ciências Agrárias, Biológicas e da

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Saúde e Exatas e Tecnológicas, com isso, melhorando o padrão de excelência do

CCH e o equilíbrio entre especialistas das Ciências Sociais e das Humanidades em

geral.

Dessa forma, o II Fórum de Pesquisa do CCH surgiu como uma forma de

continuar e expandir nobres objetivos iniciados na sua primeira edição em 2009,

que foram: identificar sinergias entre pesquisadores; facilitar a formação de grupos

de trabalho; consolidar as linhas de pesquisa; discutir financiamento de pesquisa e

caminhos para a publicação dos resultados; conhecer os resultados de pesquisas e

os trabalhos interdisciplinares dos pesquisadores; e apontar premissas e diretrizes

norteadoras para uma política de pesquisa.

A comissão organizadora desta segunda edição do Fórum foi composta, além

dos professores organizadores deste livro, por pesquisadores, representantes dos

seus departamentos vinculados ao Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da

UFV. Entre eles: Alba Pedreira Vieira (DAH), Alvenize Valente Fernandes Ferenc

(DPE), Daniela Alves de Alves (DCS), Fábio Adriano Hering (DHI), Francisco Carlos da

Cunha Cassuce (DEE), Guilherme Nacif de Faria (DPD), Lídia Lúcia Antongiovanni

(DGE), Maria Carmen Aires Gomes (DLA) Rita de Cássia Pereira Farias (DED), Rodrigo

Gava (DAD) e Soraya Maria Ferreira Vieira (DCM).

Assim, após o II Fórum de Pesquisa do CCH, nas instalações da Biblioteca

Central, nos dias de 3 e 4 de outubro de 2011, surgiu a ideia da produção de um

livro visando a reunir e retratar os principais fatos e discussões ocorridos no evento.

Desta forma, essa ideia se consumou na confecção do presente livro, que está

estruturado em duas partes centrais, além desta introdução e das conclusões, com

intuito de apresentar uma visão sistêmica dos assuntos abordados no evento, que

são estudados e praticados no CCH.

Neste sentido, esta introdução tem também o objetivo de expor uma síntese

da programação realizada, com destaque para os principais assuntos abordados pe-

los palestrantes convidados, bem como situar os trabalhos interdisciplinares e a

pesquisa nos departamentos do CCH e na UFV.

O evento foi composto por três palestras de pesquisadores convidados, ex-

ternos à UFV, organizadas em três mesas redondas, cujas abordagens principais gi-

raram em torno da produção do conhecimento, parcerias e interdisciplinaridade nas

pesquisas em ciências sociais aplicadas, humanas, letras e artes.

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A primeira palestra contou com a participação da professora Maria Alice Re-

zende de Carvalho, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC – RIO),

que discorreu sobre o tema Produção do Conhecimento na Contemporaneidade,

que contou com a moderação do Prof. Cézar Luis de Mari, do Departamento de

Educação da UFV, ambos provocando reflexões sobre o efetivo resultado de novas

pesquisas como retorno para a sociedade.

A segunda palestra com o tema Homo Academicus Oeconomicus: Como In-

centivar Uma Produção De Qualidade Nas Ciências Humanas?, proferida pelo Prof.

Yurij Castelfranchi, da Fafich, da Universidade Federal de Minas Gerais, contou com

a moderação da professora Marisa Barletto, do Departamento de Educação da UFV.

Essa palestra proporcionou aos participantes a oportunidade de expandir seus co-

nhecimentos acerca do desenvolvimento da ciência na área das humanidades no

Brasil e no mundo.

A terceira palestra teve como tema Fomento e Parcerias na Pesquisa em Ci-

ências Humanas, Letras e Artes, proferida pelo Prof. Hercílio Marteli Júnior, Diretor

Adjunto de Ciência da Fapemig, com a moderação da profa. Marisa Barletto (DPE),

da UFV, que ofereceu aos participantes a oportunidade conhecer e discutir os tipos

de financiamento da pesquisa, bem como os projetos desenvolvidos no âmbito das

áreas das Ciências Humanas.

Para enriquecer as discussões e o aprimoramento dos temas abordados no

evento, foram formadas diversas mesas redondas.

A primeira mesa redonda, intitulada Pesquisa e Interdisciplinaridade nos de-

partamentos vinculados ao CCH, teve como expositores os autores dos trabalhos

selecionados da Chamada de Relatos e Experiências, sendo o moderador dos traba-

lhos o Prof. Jader Fernandes Cirino, do Departamento de Economia da UFV. As dis-

cussões do presente tema foram de alta relevância para o evento, considerando o

elevado índice de participação do público docente e discente. Os resumos expandi-

dos dos trabalhos interdisciplinares selecionados no II Fórum de Pesquisa do CCH

compuseram a primeira parte deste livro, que trata da interdisciplinaridade nas pes-

quisas em ciências sociais aplicadas, humanas, letras e artes na UFV.

A segunda mesa redonda, intitulada Panorama da Pesquisa nos Departamen-

tos do CCH: Perspectivas para uma Política de Pesquisa na UFV, teve como exposi-

tores os coordenadores dos programas de pós-graduação e das comissões de pes-

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quisa/CCH. A moderação esteve a cargo da Professora Suely de Fátima Ramos Silvei-

ra, do Departamento de Administração da UFV. Com essa apresentação, todos os

participantes tiveram a oportunidade de conhecer as diversas linhas de pesquisa

com seus respectivos projetos e resultados de trabalhos desenvolvidos em todos os

programas de pós-graduação e nas demais áreas do conhecimento dos departamen-

tos. Os conteúdos apresentados durante esta mesa redonda compuseram a segunda

parte deste livro, sintetizando os determinantes das pesquisas desenvolvidas por

pesquisadores do CCH.

Ao final do livro, foram expostas as conclusões, por meio da relatoria de pro-

fessores de diferentes departamentos dos CCH, sobre as atividades desenvolvidas

durante o II Fórum de Pesquisa do CCH, fazendo uma análise com base na sua pri-

meira edição, sendo mostrados avanços e desafios para a pesquisa em Ciências So-

ciais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes.

Portanto, em nossa opinião, esta obra é uma contribuição para o registro his-

tórico de conteúdos sobre atividades de pesquisas tratadas em eventos científicos

na UFV, servindo de memória e ao mesmo tempo de referência para novas realiza-

ções que possam trabalhar com temas semelhantes, bem como com novos temas,

valorizando a interdisciplinaridade e a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e

extensão em ciências sociais aplicadas, humanas, letras e artes.

REFERÊNCIAS

LÜCK, H. Pedagogia interdisciplinar. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

WEIL, P., D’AMBROSIO, U.; CREMA, R. Rumo à nova transdisciplinaridade. São Paulo: Summus,

1993.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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PARTE I

INTERDISCIPLINARIDADE NAS PESQUISAS EM CIÊNCIAS SOCI-

AIS APLICADAS, HUMANAS, LETRAS E ARTES NA UNIVERSIDADE

FEDERAL DE VIÇOSA

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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HIERARQUIZAÇÃO E GÊNERO NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DE

AGENTES COMUNITÁRIAS/OS DE SAÚDE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMÍLIA1

Dyjane dos Passos

Natália Hosana Nunes Rocha

Paula Dias Bevilacqua

Jaqueline Cardoso Zeferino

Marisa Barletto

1. INTRODUÇÃO

O Ministério da Saúde definiu a Saúde da Família como estratégia prioritária

para a organização do SUS no Brasil, focada na Atenção Básica à Saúde. A operacio-

nalização dessa estratégia é feita por equipe articulada de profissionais de diferen-

tes categorias, compondo uma equipe multidisciplinar, sendo essa equipe composta

por médico/a, enfermeiro/a, técnico/a de enfermagem e agentes comunitários/as

de saúde (ACS) (BRASIL, 1997).

Entre esses profissionais, o/a agente comunitário/a de saúde (ACS) tem situa-

ção singular, pois deve, obrigatoriamente, residir na área de atuação, funcionando

como elo entre equipe e comunidade. Por trabalhar na própria comunidade, supõe-

se que conheça as formas cotidianas de viver e se comportar das famílias locais, di-

ferentemente dos outros membros da equipe de saúde.

O objetivo desse trabalho é apresentar as observações feitas pela vivência,

como estudantes e pesquisadoras, de um programa de educação permanente para

ACS desenvolvido pelo NIEG em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de

Viçosa-MG. As atividades envolvendo educação permanente em saúde vêm sendo

1 As autoras agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pela con-cessão de bolsas e financiamento do projeto, e à Secretaria Municipal de Saúde de Viçosa-MG e aos/às profissionais das equipes da ESF do município, pela parceria.

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realizadas pelo Nieg desde 2000, e o relato desse trabalho se refere especificamente

às experiências dos anos 2010 e 2011. Problematizaremos a discussão, que permeia

a profissão e a execução do trabalho no cotidiano e que pode estar diretamente re-

lacionada à feminilinização do trabalho de ACS e à ordenação das relações hierár-

quicas do trabalho na equipe de saúde. É importante também assinalar que duas

integrantes da equipe são ex-agentes de saúde, sendo assim, a reflexão sobre a prá-

tica profissional desse grupo pode ser particularmente enriquecida pela própria ex-

periência pessoal.

Dadas as especificidades dos trabalhos de reflexão e extensão produzidos pe-

lo NIEG, a conformação de uma equipe multidisciplinar é condição obrigatória. No

percurso desse trabalho, procuramos configurar múltiplos olhares sobre o trabalho

profissional de ACS, suas vinculações com os demais profissionais da equipe, com a

comunidade e com o corpo de conhecimento que acionam em sua prática profissio-

nal. Para tanto, as trocas entre os/as especialistas envolvidos e o grau de interação

entre as disciplinas que permeiam as construções (dados) e reflexões produzidas

caracterizaram a interdisciplinaridade experimentada e, por que não, alcançada.

2. MÉTODOS

Como parte do trabalho desenvolvido pela equipe do projeto de extensão-

pesquisa Educação Permanente e a Estratégia Saúde da Família: instrumentalização

para a pratica reflexiva, foram promovidas oficinas utilizando metodologias ativas,

observação participante, caminhadas transversais com os/as ACS, experiências vi-

venciadas na condição de agentes de saúde, bem como análises de relatorias cons-

truídas a partir das oficinas e das caminhadas transversais.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) são multidisciplinares e os/as

ACS são os/as atores/as que potencializam o trabalho educativo junto à população,

fazendo a ponte entre o saber científico e o popular. Embora diferentes discursos

imprimam a importância do papel do ACS dentro da ESF, valorizando sua atuação na

interação entre a equipe e a comunidade, é perceptível a fragilidade desse profissi-

onal frente aos demais integrantes da equipe de saúde (profissionais de nível supe-

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rior), por não dominar um discurso biotécnico, não ter uma formação específica ou

mesmo não precisar da formação técnica para atuar como agente de saúde. Afinal,

como mediador/a do saber científico e popular, o perfil profissional que o agente

assume é diferente dos demais integrantes da equipe, isso acaba por hierarquizar as

relações dentro das unidades de saúde, ficando o/a ACS subordinado às outras ca-

tegorias profissionais.

A profissão de ACS é marcada por fortes relações de gênero. O conceito de

gênero não se refere a homens ou mulheres, mas a relação entre os sexos. Se por

um lado a biologia explica e determina diferenças entre os sexos, explicitadas no

corpo de homens e mulheres, a sociedade também age na construção e definição

dos sexos de homens e de mulheres. O conceito de gênero é, assim, utilizado para

compreender como o meio social determina as diferenças construídas, ressaltando

que as características atribuídas a um e a outro sexo se caracterizam como relações

de poder, designando às mulheres posições subalternas (LAURETIS, 1994). Quando

estas diferenças se refletem nas políticas públicas de saúde e em suas diretrizes,

identificam-se nas entrelinhas padrões culturais, o que acaba reforçando papéis es-

tereotipados. Pode-se perceber a imagem da mulher, associada ao ato de cuidar,

orientar, zelar pelo bem estar físico e social de toda família.

Mesmo na contemporaneidade, as mulheres ainda são quem assumem os

trabalhos (formais ou não) associados ao cuidado. No âmbito da ESF, a profissão de

ACS é eminentemente desempenhada por mulheres. Especulando razões para a

atuação massificada das mulheres nessas áreas, podemos sugerir a possibilidade de

reinserção no mercado de trabalho e a conquista da independência financeira. Ou-

tro aspecto interessante nessa reflexão é a facilidade do acesso ao espaço privado

(domicílio). Pela associação da mulher ao ambiente doméstico, o trânsito dessa pro-

fissional no interior das residências é facilitado, permitindo-lhe adentrar o espaço

privado e tratar de assuntos da ordem da intimidade das famílias.

Durante o percurso das caminhadas transversais, pudemos observar que a ro-

tina de trabalho que as ACS exercem hoje não é diferente da experiência vivenciada

pelas autoras como ex-agentes, ou seja, papéis assumidos vão sendo reproduzidos e

reificados. No exercício do seu ofício, as ACS assumem diversos papéis da condição

‘feminina’, talvez pela operacionalização do seu trabalho que se dá em trânsito pelo

bairro, permitindo-lhes serem mães, amigas, ouvintes, cunhadas, esposas. É no es-

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paço doméstico que elas vão construindo suas redes sociais, assumindo os diversos

papéis, nos quais, ao mesmo tempo em que se apresentam como conhecidas, há um

distanciamento para que possam executar o trabalho como agentes de saúde.

É por meio das visitas domiciliares que os/as ACS fazem a negociação do saber

científico com o saber popular. Utilizam estratégias de aproximação em que acio-

nam aspectos do cotidiano das pessoas e da organização social do espaço (área de

abrangência) ou do círculo de conhecimento pessoal, estabelecendo uma ‘intimida-

de de comadres’, ao mesmo tempo em que estabelecem orientações profissionais

da importância do cuidado para com a saúde, orientando atividades de diferentes

naturezas que visam à promoção da saúde e prevenção da doença. Isso tudo consi-

derando a família como unidade de cuidado, mas sem caracterizar uma ‘invasão’ de

privacidade, já que os/as usuários/as estão dialogando com alguém que faz parte de

suas relações pessoais.

Por meio das relatorias das oficinas e das caminhadas, pode-se perceber que

os conteúdos abordados nos espaços de formação e reflexão, através das metodo-

logias ativas, resultaram impacto positivo no que se refere ao empoderamento das

agentes ao se apropriarem das reflexões das temáticas trabalhadas, sobre sua con-

dição profissional, seu papel dentro da ESF, entre outros. Tais fatos foram evidenci-

ados pelo discurso das agentes durante as visitas domiciliares, mostrando aos/às

usuários/as a importância do papel de ACS na equipe de saúde.

O reconhecimento do papel de ACS afirma sua identidade profissional. Obser-

vamos também a valoração da autoestima e o reconhecimento do papel dos/as ACS

como ‘agentes’ de práticas sociais, capazes de interferir e até mesmo alterar a reali-

dade local, ao passo que os agentes, quando se mobilizam para empreender ações

de promoção da saúde da população, estão interferindo no cotidiano dessas famí-

lias.

Contudo, ainda que haja positivação da profissão de ACS, resíduos tais como a

associação do/a profissional ao ato de cuidar e, naturalmente, a uma prática femini-

na, além das hierarquias construídas no âmbito das relações entre os/as profissio-

nais da equipe, precisam ser superados.

Percebemos por meio de relatos dos/das agentes de saúde que a opção pela

profissão não está na ‘liberdade’ de escolha ou na identificação com ela. Muitas ve-

zes, o que aproxima o indivíduo dessa profissão é exatamente o contrário: a ausên-

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cia de opções como forma de inserção no mercado de trabalho, somada à falta de

uma formação profissional, já que para exercer a profissão de agente de saúde o

ensino médio é suficiente.

É no espaço familiar, doméstico, remetendo ao privado, que as agentes de sa-

úde vão construindo suas redes sociais e assumindo os diversos papéis, e ao mesmo

tempo em que se apresentam como conhecidas, há um distanciamento para que

possam executar o trabalho como agentes de saúde. É no bairro onde moram que

suas relações se estabelecem e se fortalecem, pois é onde se localizam seus vínculos

afetivos e até mesmo suas desavenças. Esse espaço, que é ao mesmo tempo públi-

co, por se tratar do bairro, da rua, da sua comunidade, é também privado por ser

uma área de reconhecimento de seu cotidiano, o que possibilita o livre trânsito du-

rante o horário do ofício.

Fica a pergunta: Até que ponto as políticas públicas de saúde contribuem para a in-

serção das mulheres no mercado de trabalho, possibilitando realmente modificarem

sua condição sócio-histórica, ou reificam uma condição historicamente construída

de desigualdade de gênero associando a mulher aos cuidados familiares?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. 1997. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Saúde da Família: uma es-

tratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília: Secretaria de Assistência à Saúde,

Ministério da Saúde.

LAURETIS, T. A Tecnologia do gênero. In: HOLANDA; H.B. (Org.). Tendências e impasses: O femi-

nismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. P.206-242.

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CAPITAL SOCIAL E PARTICIPAÇÃO CÍVICA: ANÁLISE DAS

INTERVENÇÕES DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRI-

ANÇA E DO ADOLESCENTE NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-MG

Rafael Ferraz do Nascimento

Edson Arlindo Silva

Bruno de Jesus Lopes

Bruno Tavares

Marcela Marques de Oliveira

1. INTRODUÇÃO

Os recentes estudos sobre Administração Pública no Brasil, vinculados às teo-

rias do Capital Social e do Institucionalismo, enfatizam que a função dos conselhos

gestores municipais se tornaram de fundamental importância no processo de resga-

te da cidadania, consolidação dos princípios e valores democráticos, engajamento

cívico e no combate às mazelas oriundas das injustiças sociais.

Nesse contexto, o estudo oferece pontuais análises sobre a atuação do CMD-

CA no município de Viçosa, Estado de Minas Gerais, procurando apresentar as prin-

cipais contribuições deste conselho gestor para a formação de capital social no âm-

bito local. Buscou-se ainda analisar as ações coletivas implementadas no decurso da

última década (2001 a 2010) que possam expressar a promoção de participações

cívicas e o resgate da cidadania, envolvendo não somente a atuação institucional do

CMDCA, mas, principalmente, os vínculos estabelecidos entre este conselho e os

beneficiários de suas intervenções no município de Viçosa.

Os desafios encontrados pelo CMDCA nos municípios brasileiros vão ao en-

contro de diversas situações problemáticas como a centralização política de suas

gestões, a falta de recursos financeiros, o baixo envolvimento por parte da popula-

ção, a sobreposição de papéis em comparação com a atuação de outros conselhos

gestores, a morosidade legal e a falta de apoio político.

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Assim, torna-se necessário que o Estado, por meio de políticas públicas, consi-

ga exercer os papéis de fiscalizador, disseminador, regulador e organizador da rela-

ção entre a sociedade e os conselhos gestores e, ainda, que se promovam ações que

possam facilitar a celebração de parcerias e acordos legais entre os conselhos gesto-

res e as instituições públicas e privadas.

Com base nessa perspectiva, três questões se tornaram primordiais para a

compreensão dos objetivos da pesquisa ora apresentada, quais sejam: Como o

CMDCA vem atuando nos últimos dez anos (2001 a 2010) no município de Viçosa?

Como a população local avalia as intervenções feitas pelo CMDCA? Quais os princi-

pais vínculos estabelecidos entre o CMDCA e a população beneficiária de suas

ações?

Diante do exposto, o CMDCA, na qualidade de mecanismo de gestão de políti-

cas públicas nas áreas da infância e da adolescência, surge como garantidor de direi-

tos básicos previstos na Constituição Federal. O objetivo do projeto foi, então, anali-

sar a atuação do CMDCA no município de Viçosa, Estado de Minas Gerais, conside-

rando os papéis desempenhados nos últimos anos (2001 a 2010) para gerar capital

social.

Ao estudar capital social, é importante levar em consideração dimensões e ca-

tegorias ligadas a este termo que facilitam a compreensão da dinâmica social na

atualidade. Deve permitir ainda analisar as relações de consensos e conflitos exis-

tentes entre atores sociais e instituições.

2. MÉTODOS

O universo da pesquisa compreendeu a análise das intervenções realizadas

pelo CMDCA, na última década (2001 a 2010), no município de Viçosa, Estado de

Minas Gerais. Tratou-se de investigar como a população local analisa a atuação do

CMDCA em Viçosa, no período delimitado. Nesse sentido, foram realizadas pesqui-

sas bibliográficas, análise documental, seleção de atores sociais e entrevistas semi-

estruturadas.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os objetivos propostos neste projeto se baseavam na premissa de que o

CMDCA seria um órgão executor, ou seja, que estivesse sempre em contato com a

população e que, a partir desse fato, pudesse ser um potencial gerador de capital

social. Porém, iniciada a pesquisa, foi constatado que o CMDCA não exerce contato

direto com a sociedade, isto porque sua função é cuidar para o cumprimento do Es-

tatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em nível municipal, propondo, formulando

e acompanhando as políticas públicas de atenção a crianças e adolescentes. Deve

também articular as ações em todos os níveis (entidades filantrópicas e secretarias

que atuam com crianças e adolescentes, prefeitura, Conselho Tutelar, Juizado da

Infância e Juventude, entre tantos outros), para que essas políticas funcionem, me-

lhorando e cobrando a qualidade dos serviços prestados.

Na busca pela reformulação dos objetivos do projeto, percebeu-se que o

CMDCA poderia gerar capital social em um nível mais restrito, não contemplando a

população como um todo, mas sim todos os agentes do município que atuam direta

ou indiretamente na atenção e proteção de crianças e adolescentes. E são muitos

esses órgãos: prefeitura municipal e suas diversas secretarias, Conselho Tutelar, Po-

der Judiciário, Polícia Militar, Polícia Civil, Conselho Antidrogas, entidades da socie-

dade civil, entre outros.

Com isso, o objetivo central da pesquisa passou a ser primeiramente entender

a forma de atuação do CMDCA no município de Viçosa, posteriormente, analisá-la e,

por fim, tentar identificar se este Conselho gera ou não capital social entre os agen-

tes do município envolvidos com crianças e adolescentes.

Quanto à estrutura organizacional, o CMDCA é um órgão público e paritário,

garantida a participação popular. Metade de seus membros é da prefeitura (gover-

namentais) e a outra metade são os representantes da sociedade civil organizada

(não governamentais). A participação popular é garantida por esses representantes

da sociedade civil. Essas entidades filantrópicas (civis, sociais, sem fins lucrativos)

representam a população. Quanto aos principais desafios enfrentados pelo CMDCA,

podem ser destacados os principais:

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Vontade política: a prefeitura deve melhorar as condições para a execução

das políticas públicas para crianças e adolescentes. Além disso, a prefeitura é

muito mal estruturada, muito burocratizada, o que impede a resolução de

problemas simples a tempo.

Próprio Conselho: Alguns conselheiros ocupam esta função por serem indica-

dos, mas não assumem suas responsabilidades. O resultado é que algumas

pessoas ficam sobrecarregadas, enquanto outras pouco ou nada participam.

Estrutura física: O CMDCA não conta com sede própria, veículo próprio ou à

sua disposição, entre outros. Isso dificulta sua atuação, com barreiras que não

estão sob seu controle para solucioná-las.

Com o objetivo de articular as ações entre os diversos órgãos e programas

atuantes com crianças e adolescentes em Viçosa, permitindo a atuação coor-

denada de todos esses segmentos envolvidos no processo, o CMDCA criou a

Rede de Atendimento do Sistema de Garantia de Direitos (Rede SGD). Como

exemplos de órgãos pertencentes a esta rede podem-se citar as secretárias do

poder executivo, Polícia Militar, Polícia Civil, Poder Judiciário, Conselho Tute-

lar, entidades da sociedade civil que prestam serviços de atenção às crianças e

adolescentes, entre tantos outros.

Diante do exposto, percebe-se que o CMDCA pode ser um potencial gerador

de capital social, isso porque é sua função articular toda uma rede envolvida no

atendimento a crianças e adolescentes, chamada Rede SGD. O CMDCA deve incenti-

var a participação de cada órgão ou programa pertencente à rede.

Pelos resultados obtidos, percebe-se que o CMDCA não consegue gerar capital soci-

al na relação entre esses diversos órgãos e programas. A principal causa disso é o

baixo envolvimento das pessoas que trabalham com crianças e adolescentes e das

pessoas que deveriam elaborar e implementar as políticas públicas, a saber, a pre-

feitura. Conclui-se que o CMDCA é um potencial gerador de capital social, porém só

irá gerá-lo quando todos tiverem conhecimento da legislação.

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ICONOGRAFIA E IMAGENS: PERSPECTIVAS METODOLÓGICAS NO

ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS PARA SURDOS

Isabelle Araújo Lima e Souza

Arthur Fontgaland Gomes

Ana Luisa Gediel

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho se propõe relatar as experiências da disciplina “Ciências

Sociais e Interpretação” desenvolvida no projeto Ensino-aprendizagem e Metodolo-

gias de Ensino para Surdos – EAMES, do Departamento de Letras, em parceria com

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – Pibid/Capes subárea de

Sociologia, do Departamento de Ciências Sociais. Tais projetos, cada qual com suas

especificidades, têm como objetivo comum a criação e aplicação de metodologias

pedagógicas alternativas que facilitem o processo de ensino-aprendizagem de jo-

vens.

O PIBID cumpre, além da capacitação de licenciandos, o papel de desenvolver

pesquisas no âmbito educacional referentes ao ensino e criação de novos recursos

didáticos e metodológicos. É também esse um dos objetivos do Eames, pesquisar

diferentes estratégias de ensino que priorizem um aprendizado significativo do su-

jeito surdo, porém, visando à inclusão e inserção deste no ensino superior. Em con-

traposição à ideia do surdo na condição de portador de uma patologia, as Ciências

Humanas e Sociais, bem como a própria comunidade surda, percebem a surdez co-

mo uma identidade cultural específica, principalmente, alicerçada pelo uso da Lín-

gua de Sinais.

Essa reflexão do sujeito surdo, na condição de membro de uma comunidade,

é também sistematizada por meio dos avanços no campo da antropologia linguísti-

ca, que o define como indivíduo que compartilha de linguagem e comunicação pró-

pria. A interação social dos surdos ocorrida nos espaços que eles frequentam afirma

a construção de uma identidade e aponta para uma especificidade de percepção e

ressignificação de mundo.

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Por isso, as formas tradicionais de ensino que submetem os surdos à oraliza-

ção não se mostram eficazes para a construção da aprendizagem e a afirmação da

cultura surda. Percebe-se então que o ensino hegemônico, presente na maioria das

escolas brasileiras, faz com que a formação obtida pelo surdo chegue de forma fra-

gmentada, propiciando uma precariedade linguística e um desenvolvimento cogniti-

vo insatisfatório.

Tendo em vista a habilidade dos surdos de compreender o mundo através de

um raciocínio visual e corporal, torna-se necessário a pesquisa de novos recursos

metodológicos e metodologias de ensino voltadas para a sua inclusão. O Eames tem

dois eixos metodológicos: um geral e outro específico para cada disciplina.

2. MÉTODOS

O primeiro envolve uma prática interdisciplinar entre os acadêmicos das li-

cenciaturas da Universidade Federal de Viçosa, o que se configura como um labora-

tório de pesquisa qualitativa para a fomentação e o aperfeiçoamento das práticas

pedagógicas, com o intuito de capacitá-los para a pesquisa voltada ao ensino-

aprendizagem de pessoas surdas. Este espaço conta com grupos de discussões entre

as diferentes áreas para contribuir para a construção de estratégias de ensino e suas

aplicações. Esse laboratório desenvolve ainda, como parte da pesquisa bibliográfica,

a leitura de textos para entender o mundo surdo, bem como seu processo de

aprendizagem.

O segundo eixo se dá a partir da metodologia específica utilizada em cada dis-

ciplina. No que se refere às Ciências Sociais e Interpretação, foi necessária a realiza-

ção de observação participante nas aulas de outras disciplinas, o que facilitou a

compreensão de como estas aulas deveriam ser estruturadas e a especificidade na

educação de surdos. Além disso, houve uma busca teórica e conceitual, bem como

levantamento de dados e de pesquisa exploratória dos diversos materiais visuais e

iconográficos já existentes para, posteriormente, criar formas de abordagens que

mobilizassem as habilidades específicas das Ciências Sociais. Nesse sentido, o traba-

lho configurou-se como uma pesquisa-ação, ou seja, quando as metodologias cons-

truídas eram aplicadas diretamente aos alunos surdos proporcionando a reflexão

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dos pesquisadores e dos sujeitos a respeito da eficácia dessas práticas. Essa metodo-

logia não se fez apenas por meio das etapas de um método, mas se organizou pelas

situações relevantes que emergiram do processo de sua aplicação.

A experiência no Pibid possibilitou a busca e a confecção de materiais visuais

alternativos para o ensino de Sociologia na educação básica, tais como: elaboração

de jogos de tabuleiro, confecção de painéis ilustrados e dinâmicas e brincadeiras.

Esses materiais deram subsídio para criação e adaptação de recursos próprios para o

ensino e aprendizagem do estudante surdo na disciplina de Ciências Sociais e Inter-

pretação do Eames.

Dessa forma, os recursos metodológicos utilizados no ensino regular foram

ressignificados para atender o caráter do curso preparatório de ingresso ao ensino

superior. As experiências de campo possibilitaram resultado interdisciplinar em duas

dimensões. Vale destacar como primeira a flexibilização das fronteiras entre as di-

versas disciplinas que integram o projeto, proporcionando o entendimento e a dis-

cussão da cultura surda a partir dos diferentes campos do saber. Foi, ainda, uma

conquista conjunta a realização de estratégias para despertar a atenção e o envol-

vimento do sujeito surdo em relação aos conteúdos abordados em sala.

Na segunda dimensão, com recorte para a disciplina de Ciências Sociais e In-

terpretação, foi possível produzir materiais concretos e visuais para explicar concei-

tos abstratos dessa ciência. Vale ressaltar duas experiências promovidas por meio

do trabalho iconográfico e imagético: o Mapa da Diversidade Brasileira e a Teia So-

cial. Esse trabalho teve a finalidade de explicar as diferentes manifestações culturais

no país. Foi confeccionado em isopor e divido em regiões, onde o estudante deveria

alocar imagens, levadas em separado, para serem afixadas no mapa. As imagens re-

tratavam diversos aspectos culturais, atentando para a miscigenação, movimentos

migratórios e regionalismos, percebendo, assim, a fluidez característica do conceito

de cultura. No outro recurso visual, fez-se uma representação do tecido social e de

sua complexidade a partir de um jogo cooperativo, intitulado Teia Social. Nessa ati-

vidade lúdica, os estudantes deveriam identificar as diferentes instituições e atores

sociais que compõem a sociedade complexa, se perguntando: “Com o que as figuras

se relacionavam?”, “O que elas representavam?”, “Por que a imagem integrava a

sociedade?”.

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Essa atividade objetivou introduzir o conceito de sociedade, além de demons-

trar as interações sociais existentes e como elas se configuram na qualidade de ob-

jeto das Ciências Sociais. Todas as atividades se mostraram um exercício de inter-

pretação da vida cotidiana, considerando sempre a realidade do estudante surdo.

Dessa forma, foi possível perceber que o ensino através do uso de imagens, ícones e

artes visuais facilita a assimilação de conceitos sociológicos sem a necessidade de

uma linguagem infantilizada e facilitada. Os recursos se mostraram eficazes, visto

que a carga lúdica, imagética e artística estava vinculada à preocupação em corres-

ponder à etapa em que os estudantes se encontravam no processo de ensino-

aprendizagem.

A aplicação dessas estratégias de ensino para comunidade surda corrobora

os estudos linguísticos, antropológicos e pedagógicos acerca da educação de surdos

de maneira diferenciada. Tal constatação foi possível uma vez que os estudantes

viam e construíam os conceitos em uma aula a partir do uso desse material e, na

outra, traziam e debatiam de forma segura os mesmos conceitos aprendidos. Ainda

como contribuição das atividades desenvolvidas através da pesquisa de novos re-

cursos e suas aplicações, notou-se a interdisciplinaridade entre Ciências Sociais e

Língua Portuguesa, haja vista a função interpretativa realizada durante as aulas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como resultados da pesquisa-ação foi identificado, primeiramente, que os es-

tudantes tinham conhecimento prévio de determinados conceitos, porém essas pa-

lavras não eram significantes para os surdos. Essa característica dos estudantes sur-

dos, devido a um processo de alfabetização equivocado, impedia a compreensão do

real significado de alguns códigos utilizados na Língua Portuguesa. Portanto, a expe-

riência do contato com materiais concretos e imagéticos possibilitou aos educandos

um entendimento pleno das informações e dos signos da Língua Portuguesa. Apenas

através da informação não fragmentada, obtida pelos recursos visuais utilizados, o

estudante surdo conseguiu transpor as barreiras impostas pela linguagem oral por-

tuguesa e, assim, compreender os conceitos caros às Ciências Sociais. Na condição

de pesquisadores na área da educação em Ciências Sociais, foi possível experienciar

e contribuir com um novo eixo temático que insurge na área de Ciências Sociais: o

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ensino de Sociologia na educação básica. Com a recente obrigatoriedade da Sociolo-

gia no Ensino Médio e a inclusão de temas específicos das Ciências Sociais no ENEM

e demais avaliações de ingressos no ensino superior, essa iniciativa é de extrema

valia. Assim, o desafio de incluir pessoas surdas propicia a formação de profissionais

preparados para lidar com as diferenças. Como experiência relativa ao objeto de

estudo, ou seja, a aprendizagem significativa dos alunos beneficiados pelo projeto

Eames, acredita-se que a ação interdisciplinar entre diferentes áreas do conheci-

mento tenha sido substantiva para a consolidação do elo entre a comunidade surda

e a ouvinte, através da linguagem visual.

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A BUSCA DE UMA IDENTIDADE UNIVERSITÁRIA NO TERRENO DA

ORGANIZAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Heleno Szerwinsk de Mendonça Rocha

1. INTRODUÇÃO

A forma como os estudantes de graduação vêm organizando e sistematizando

as informações recebidas no processo educacional tem sido um componente da re-

lação ensino-aprendizagem que pouco a Educação tem pensado na realidade do en-

sino universitário atual. No entanto, a partir de constatações simples do próprio co-

tidiano com as várias disciplinas que são cursadas na matriz curricular dos cursos de

graduação, observa-se que a maioria dos estudantes tem tomado estratégias de es-

tudo muito distintas entre si. Tendo em vista esse fato, quanto mais dúvidas se têm,

menos certezas se constroem. Como os estudantes têm buscado no terreno da or-

ganização e sistematização de informações sua identidade universitária? Como essa

trajetória vem sendo construída ao longo do conjunto das disciplinas da graduação?

Estas e muitas outras questões que envolvem a problemática, por si só, preci-

sam ser refletidas no âmbito da formação dos estudantes. A compreensão dessa

grave lacuna que o ensino universitário tem deixado de lado pode estar se refletindo

no futuro incerto e impreciso de muitos estudantes que encontram grandes dificul-

dades em absorver tantas informações cursadas nas mais de 50/60 disciplinas obri-

gatórias do currículo de sua formação. A problemática está nas estratégias de estu-

do adotadas pelos estudantes, que são a via principal expressão de identidade uni-

versitária, pois são elas que definem os limites e potencialidades que os estudantes

podem ampliar ou mesmo retroceder durante a organização e sistematização das

informações.

Esta pesquisa teve como objetivo central refletir como a falta de estratégias

de estudo tem dificultado o cotidiano com tantas informações adquiridas nas disci-

plinas da graduação e também como esse aspecto tem se refletido no desinteresse

na condução de pesquisas.

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2. MÉTODOS

Grupos focais de estudantes foram submetidos a entrevistas com a intenção

de identificar sua percepção sobre a forma como vêm conduzido suas estratégias de

estudo. E foi identificado que a organização de informações para esses estudantes

ocorre à medida que ele se exercita, analisa e avalia seus avanços em cada atividade

de estudo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O que mais os estudantes afirmaram nas entrevistas é que a relação deles

com a própria forma de conduzir os estudos se tornou enfadonha, e o que mais os

motivou a organizar os próprios materiais de estudo foi o seu grau de interesse pe-

las disciplinas, que, diga-se de passagem, para os alunos do 9° período, é baixíssi-

mo. Já os estudantes do 3° período entrevistados apontaram que ainda esperam

organizar seus materiais de estudo com mais dedicação, pois estão se adaptando ao

cotidiano de estudos.

O conhecimento não é plenamente construído se temos tantas informações e

não mais que isso. Os educadores não estão preparando os estudantes para filtrar

tantas informações, como também os próprios estudantes não sabem como siste-

matizar e organizar o que lhes é oferecido nas disciplinas. No entanto, observa-se

que o graduando passa a atuar nas disciplinas que cursa ao longo de sua trajetória,

como um sistematizador e organizador de informações. Mesmo que a grade curricu-

lar não privilegie ao graduando ter esta visão, com o passar dos semestres letivos,

este importante componente do processo ensino-aprendizagem, que é o da organi-

zação e sistematização de informações, se desenvolve quase que intuitivamente.

A falta de planejamento dos estudantes diante dos próprios conhecimentos

absorvidos nas disciplinas se reflete no desinteresse no desempenho de ações e pro-

jetos de pesquisa. Sendo assim, é importante a formulação de um problema precisa

vir de conteúdos sistematizados dos quais o estudante cria as hipóteses para o estu-

do dos diversos temas. Não havendo cuidados, diariamente, com a organização de

informações, o estudante deixa de responder a muitas das questões que surgem a

partir de conhecimentos adquiridos. O que prejudica a relação ensino-aprendizagem

no contexto acadêmico. Deixar as dúvidas para trás significa desperdiçar a chance

de pesquisar os conhecimentos.

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O INDIVÍDUO E A CIDADE: ENTRE MODERNIDADE E TRADIÇÃO – UM

ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE TEIXEIRAS – MG2

Tamyres Virgínia Lopes Silveira

Josélia Godoy Portugal

1. INTRODUÇÃO

A modernidade, intensificada a partir do século XIX, imprimiu um novo ritmo,

alterando a sensibilidade do indivíduo, segundo Berman (1986). Este momento foi

marcado por uma ausência de referenciais, pelo medo do novo, pelo não conhecido

que invadiu a vida das pessoas, oferecendo-lhes novos caminhos e abalando

certezas consolidadas pela cultura e pela tradição. As grandes cidades

experimentaram uma mudança em sua dinâmica, uma nova organização que as

transformou em uma complexa teia, e hoje, são, segundo Barki (2006), um

“universo turbo acelerado do ciberespaço e da economia globalizada”.

A dinâmica da cidade é reflexo dos processos modernizadores que incidem

sobre ela, e isso se faz através da ação humana. Em nossa contemporaneidade,

perante a evolução dos meios de comunicação e transportes, das novas tecnologias,

a velocidade de circulação nas cidades aumenta gradativamente, segundo observa

Rolnik (1995), promovendo a supressão do espaço com o passar do tempo.

Todavia, sabe-se que este processo de modernização não é homogêneo. Nas

cidades de pequeno porte poderia, então, se apresentar de forma mais residual,

segundo argumenta Damiani (2006). Verifica-se, então, a possibilidade de estas

cidades apresentarem, de forma mais nítida, as camadas temporais distintas que as

compõem, reflexo dos diferentes tempos que incidiram sobre elas.

Este trabalho se propôs averiguar de que forma o processo de globalização

modificou ou ainda modifica as pequenas cidades, através de discussões acerca de

tradição, cultura e modernidade. Assim, com o objetivo de investigar a dinâmica

2 Trabalho resultante de pesquisa monográfica realizada como exigência da disciplina ARQ 398 – Trabalho de Curso – Fundamentação, do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Viçosa.

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atual das cidades de pequeno porte, elegeu-se a cidade de Teixeiras – MG, objeto de

estudo de caso, por apresentar uma vivência do cotidiano urbano bastante

característico para a discussão que se propõe. Localizada na Zona da Mata Mineira,

a cidade tem, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),

11346 habitantes.

O estudo acerca das cidades de pequeno porte se faz bastante pertinente no

caso do Brasil, uma vez que esta é a realidade da maioria de nossas cidades. Por

outro lado, as pesquisas a respeito da dinâmica urbana em cidades menores têm

começado a ganhar espaços para discussão recentemente, ao contrário do que se

observa em relação às regiões metropolitanas.

2. MÉTODOS

Por meio de levantamentos bibliográficos e fotográficos, pesquisas de

levantamento in loco e entrevistas semiestruturadas, procurou-se averiguar então

os processos de modernidade na cidade de Teixeiras, suas relações com as tradições

locais, e suas consequências para a dinâmica urbana.

Os levantamentos e entrevistas permitiram a compreensão do objeto de

estudo, permitindo uma aproximação com ele, num entendimento que perpassou

pela sociedade, política, economia, tradições, cultura, urbanismo e arquitetura. Uma

análise profunda que revelou uma grande potencialidade do objeto de estudo, que

antes não havia sido completamente vislumbrada.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através do fenômeno da globalização, a pós-modernidade tem promovido

uma tendência à homogeneização cultural, em nome de uma cultura mundial que

suprime os regionalismos e abala certezas consolidadas pela cultura e tradição.

Criam-se “identidades partilhadas”, de acordo com Hall (2005), como clientes para

os mesmos bens, espectadores para as mesmas imagens. De qualquer lugar do

mundo as pessoas podem compartilhar as mesmas experiências, as mesmas

mensagens, o que provoca um abandono da experiência da cidade, uma vez que o

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universo oferecido pelos meios de comunicação atuais tende, cada vez mais, a

substituir o convívio físico. Promove-se a cultura do não-lugar, segundo observa

Canclini (2002), da não permanência, a cidade torna-se ponto de passagem para o

sujeito e não de pertencimento, a dinâmica urbana se modifica, se acelera. Tal

condição se aplica também ao objeto de estudo, conforme foi verificado.

Perante esta situação, o indivíduo tende a não mais se reconhecer em seu

espaço, e, simultaneamente, ocorre o esvaziamento do sujeito, num momento de

perda de referenciais, causando uma crise de identidade entre o sujeito e o espaço

físico em que vive, ou seja, a cidade. Uma vez que não há reconhecimento, não há

pertencimento, tampouco cuidado, pelo contrário, há um descaso, abandono.

Nas metrópoles, em razão da multiplicidade na vida econômica e social,

observada por Simmel (1902), a carência de aspectos tradicionais é mais nítida. O

espaço urbano, composto por grande simultaneidade, um amplo convívio de

funções e formas, caminha para um universo de marcas e símbolos do qual trata

Arantes (2008), da submissão do concreto à imagem. O centro urbano “supõe e

propõe a concentração de tudo o que existe no mundo, na natureza, no cosmos:

frutos da terra, produtos da indústria, obras humanas, objetos e instrumentos, atos

e situações, signos e símbolos.” (LEFEBVRE, 1999: 46)

As pequenas cidades, no entanto, não gozam de tamanha velocidade de

acontecimentos, a elas, é própria a ocorrência habitual das coisas. Todavia, há que

se reconhecer que a inserção de novas tecnologias provocou nestas localidades

uma mudança em sua dinâmica, promovendo o abandono de experiência da cidade

como dito anteriormente. Uma vez que a modernidade aparece nestas pequenas

cidades muitas vezes apenas como objeto de consumo, como o “espetáculo da

modernidade” (CANCLINI, 2002: 54), a dinâmica das cidades não se modifica ao

ponto de se tornar tão complexa quanto à da metrópole, ocorrendo um

afastamento cada vez maior da experiência da cidade, no sentido de se evidenciar

uma modernidade de imagens, que apenas tangenciam a realidade do sujeito das

cidades pequenas, promovendo lentas transformações.

A cidade de Teixeiras, objeto deste estudo, apresenta hoje um

desenvolvimento lento, se comparada às cidades de maior porte ao seu redor. Em

razão de sua proximidade com núcleos mais desenvolvidos, como as cidades

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vizinhas de Viçosa e Ponte Nova, Teixeiras foi se desenvolvendo lentamente, sendo

subsidiada em diversas áreas pelos municípios vizinhos.

Verifica-se uma falta de identificação da população local com o espaço da

cidade em que mora, promovendo um abandono do espaço público, onde o coletivo

acontece. Soma-se a isso a carência de políticas culturais, segundo se constatou nas

entrevistas. Este cenário impõe uma ausência de dinâmicas urbanas, e as atividades

que poderiam conferir complexidade e vitalidade à dinâmica da cidade são, em

grande, parte transferidas para Viçosa. Atividades educacionais, trabalho, serviços

do setor terciário, atividades amplamente procuradas e vividas fora da cidade de

Teixeiras, implicando uso da cidade como “cidade dormitório”, condição que

confere certa tranquilidade à cidade, fator apontado como ponto forte do

município, demonstrando que a dinâmica lenta pode se refletir em aspectos

positivos. No entanto, a vivência do urbano é enfraquecida, o fulgor das

manifestações populares se abrandou.

A cidade foi ao longo dos anos perdendo a memória coletiva das tradições

locais. As festas religiosas, os desfiles em comemoração à Independência do Brasil, o

7 de setembro, a Banda local foram aos poucos sendo esquecidos, e o uso do

espaço público foi se enfraquecendo, e, simultaneamente, perderam-se as

referências da história local, da cultura e da tradição da cidade, instaurando uma

crise de identidade entre o sujeito e o espaço coletivo das vivências urbanas.

Observa-se ainda que a cidade nutre fortes relações de pessoalidade, pelo

ritmo de vida tranquilo, as pessoas guardam relações próximas, que, se bem

trabalhadas, podem vir a resgatar aspectos tradicionais da história local, capazes de

superar a condição atual. O sujeito, identificando-se com o seu espaço, através da

relação pessoal com sua historia urbana, volta-se ao sentimento do pertencimento,

que leva automaticamente à postura do cuidado.

Perante estas condições, entende-se que a cidade carece de um espaço que

possa promover um preenchimento do vazio no qual ela vive, um vazio de

referenciais e valores. Através de um espaço para reviver o coletivo, um espaço de

concentração, de comunicação, de interação, promotor do resgate cultural, da

valorização da história local em comunhão com a adoção da modernidade.

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Faz-se necessário, neste momento, promover um retorno, não ao passado,

como tempo já superado, mas ao significado de uma época de dinamismo na

cidade, de forma a alterar a conduta da população para que ela deixe de apenas

viver na cidade, para, de fato, viver a cidade, participar, compartilhar, movimentar.

REFERÊNCIAS

BARKI, José. Viver a modernidade. In: Machado, Denise B. P. (org.). Sobre Urbanismo. Rio de

Janeiro: Viana & Mosley,2006.

BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido se desmancha no ar. São Paulo: Companhia das Letras,

1986.

CANCLINI, Néstor García. Consumidores e cidadãos. 4ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999.

DAMIANI, Amélia Luisa. Cidades médias e pequenas no processo de globalização. Apontamentos

bibliográficos. In: América Latina: cidade, campo e turismo, São Paulo, 2006.

HALL, Stuart. A centralidade da cultura. Media e cultural regulation. Londres: 1997

LEFEBVRE, Henri. A Revolução Urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

ROLNIK, Raquel. O que é cidade. São Paulo: Editora Brasiliense S.A., 1995.

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ESPAÇO, ARTE E SOCIEDADE

Joelma Santana Siqueira

Elaine Cavalcante Gomes

Josélia Godoy Portugal

1. INTRODUÇÃO

No ano de 2010, iniciamos um grupo de estudo sobre o espaço nos estudos li-

terários e em outras áreas de conhecimento. Trata-se de um grupo vinculado ao

grupo de pesquisa “Arqmnese – percepção e memória do espaço construído”, ca-

dastrado no CNPq também em 2010. Nosso objetivo é pesquisar as relações do es-

paço nas artes com o urbanismo, a história cultural, a história da arte, a antropolo-

gia, a sociologia, a economia, tendo como princípio a observação do historiador da

arte Pierre Francastel de que o espaço não é uma realidade em si, mas a própria ex-

periência do homem.

Os membros do grupo são professores e alunos do Departamento de Arquite-

tura e Urbanismo (DAU) e do Departamento de Letras (DLA). O quadro teórico de

referência com o qual trabalhamos é vasto, pois a palavra espaço recobre um amplo

leque de significações, permitindo-nos abordagens diversas que se complementam.

2. MÉTODOS

Antes de compartilhamos as leituras com os membros do grupo, percebíamos

mais vagamente inter-relações entre nossas áreas de conhecimentos. Ao iniciarmos

os encontros do grupo de estudo, as aproximações se tornaram mais evidentes e as

contribuições específicas de cada área de conhecimento mais relevantes para as

demais. Por exemplo, questões relacionadas aos estudos sobre a segregação do es-

paço urbano, antes pouco percebidas por nós nas leituras dos textos literários, pas-

saram a ser assunto de interesse de nossas discussões e análises. Do mesmo modo,

a leitura de textos literários passou a ter uma relevância maior para os estudiosos

do urbanismo.

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Porém, considerando as especificidades de cada área, o grupo não impõe des-

locamentos para os membros. Não se espera que todos, por exemplo, leiam os

mesmo textos. Reunimo-nos para sugerir leituras em comum, mas, principalmente,

para compartilharmos estudos, bibliografias e pesquisas específicas, a fim de que

possamos trocar sugestões, experiências e, assim, estabelecer parcerias.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Passamos a trabalhar em conjunto na produção de conhecimentos, que resul-

taram, em 2010, na realização de uma oficina com o tema “O espaço moderno”, mi-

nistrada pelos alunos Gislene Pereira (DLA) e Ricardo Azevedo (DLA) na apresenta-

ção dos resultados da pesquisa de mestrado da professora Josélia Godoy Portugal

(DAU) sobre a sociabilidade em condomínios fechados; na publicação de um artigo

intitulado “Reflexão sobre espaço e romance”, das professoras Joelma Santana Si-

queira (DLA) e Elaine Cavalcante Gomes (DAU); na orientação de um trabalho de f i-

nal de curso do graduando Rodolpho Monteiro de Oliveira (DLA), intitulado “Estudos

sobre o espaço na literatura brasileira: A estrela sobe (1939), de Marques Rebelo”,

pela professora Joelma Siqueira (DLA) com co-orientação da professora Patrícia Var-

gas Lopes de Araújo (DHI), contando, na banca de defesa, com a participação da pro-

fessora Josélia Godoy Portugal (DAU); e na orientação de um projeto de mestrado

em andamento intitulado “Arquitetura ou engenharia sustentável: considerações

estéticas”, da mestranda Stella de Oliveira Cândido (DAU), pela professora Elaine

Cavalcante Gomes (DAU), com coorientação do professor Túlio Márcio Salles Tibúr-

cio (DAU) e da professora Joelma Siqueira (DLA).

De 2011 até o presente momento, fizemos a conclusão de um projeto de pes-

quisa Pibic/CNPq intitulado “Estudo do espaço na literatura brasileira: Laços de

família (1960), de Clarice Lispector”, com a bolsista Louise Rochebois Quintão (DAU),

sob orientação da professora Joelma Siqueira (DLA) e coorientação da professora

Elaine Gomes (DAU); e a conclusão de um trabalho de final de curso da graduanda

Gislene Pereira (DLA), intitulado “Considerações sobre o espaço em O amanuense

Belmiro, de Cyro dos Anjos” (1937), sob orientação da professora Joelma Siqueira

(DLA). Em andamento, temos a orientação de um projeto de pesquisa Pibic/CNPq

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intitulado “Estudo do espaço na literatura brasileira: O cortiço (1890) e a ocupação

dos espaços urbanos no Rio de Janeiro no final do século XIX”, da bolsista Mariana

Lenir Moura de Jesus (DLA); a orientação de um projeto de pesquisa Pibic/Fapemig

intitulado “Espaços íntimos e espaços públicos na narrativa, de Joaquim Manuel de

Macedo”, da bolsista Maikely Teixeira Colombini (DLA); a orientação de um trabalho

de final de curso intitulado “Cidade arlequinal: São Paulo na Pauliceia desvairada”,

da graduanda Bruna Araújo Cunha (DLA), coorientada pela professora Márcia Regina

Jaschke Machado (DLA); a orientação de dois trabalhos de pesquisa para apresenta-

ção oral no Sia-UFV-2011, intitulados “Violência espacializada em Kill Bill I e II”, de

Amanda Guimarães (DLA), e “Espaço e memória na poesia de Manuel Bandeira”, de

Nathália Lima (DLA); um capítulo de livro intitulado “Espaço e linguagem na arte

moderna”, de Joelma Siqueira (DLA); e o cadastro de um projeto de pesquisa autô-

nomo, “Estudo do espaço urbano na narrativa oitocentista brasileira”, de Joelma

Siqueira (DLA), vinculado ao Programa de Pós-gradação em Letras da UFV.

Como se pode observar, o grupo de estudo é bastante recente e boa parte de

sua produção decorre do interesse dos estudantes de graduação pelos estudos so-

bre espaço, arte e sociedade.

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ROMEU E JULIETA: INTERFACES ENTRE LITERATURA E DANÇA

Michelle Aparecida Gabrielli

Sirlei Santos Dudalski

1. INTRODUÇÃO

No mundo pós-moderno, a cada dia se observam variadas possibilidades de

hibridizações. Consequentemente, esta energia híbrida corrobora a criação de novas

obras e de novas formas artísticas. Contudo, o processo de hibridização não se limita

apenas à junção de determinado elemento em outros, mas à sua costura. Para clari-

ficar, utiliza-se o exemplo da confecção de uma colcha de retalhos.

Para confeccionar uma colcha de retalhos, não basta cortar em quadrados os

mais variados tecidos – das mais variadas cores – e organizá-los lado a lado, pois,

desta maneira, têm-se recortes de tecidos organizados lado a lado e não uma col-

cha. Para fazer uma colcha, é necessário que se costure um retalho no outro. Toda-

via, em determinados momentos, apenas se alinhava e, em outros, uma costura

mais forte faz-se necessária. Após todo este trabalho, tem-se uma colcha de reta-

lhos, que mostra a intensa relação entre os tecidos, entre tecido e linha, entre as

cores e, indo além, a intenção de quem a compôs.

O despertar para um estudo e, consequente, compreensão do processo de

transposição de linguagens entre as áreas de conhecimento da Literatura e da Dança

surge por meio da metáfora da colcha de retalhos é perpassada de uma natureza

híbrida.

Sabe-se que tanto a Literatura quanto a Dança podem propiciar o contato

com outras realidades, de conhecer e vivenciar outras épocas, outros povos, outros

sentimentos, pois elas permitem que se sonhe, imagine e veja o mundo por outros

ângulos, desenhos, cores e formas. Igualmente, há, ainda, o estímulo à fantasia, que

envolve combinações entre imaginação, criatividade e vivências pessoais que nos

transportam para contextos diversos (GABRIELLI; PRONSATO, 2007).

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Logo, entende-se a relação estabelecida entre Literatura e Dança como uma

nova possibilidade discursiva (SOUZA, 2001). Neste ínterim, escolheu-se analisar o

processo de transposição de linguagem da peça teatral Romeu e Julieta, de William

Shakespeare, para a da dança, por meio do balé clássico Romeu e Julieta, da compa-

nhia The Royal Ballet, com coreografia de Kenneth Macmillan.

Percebe-se que o diálogo proposto entre a peça Romeu e Julieta, de Shakes-

peare, e a obra coreográfica homônima, de Macmillan, pode propiciar o entendi-

mento de uma linguagem híbrida. Consequentemente, observa-se a apreensão de

novas possibilidades de leituras, discussões e reflexões sobre as obras em questão,

oferecendo maior subsídio parasua compreensão na pós-modernidade.

Relacionada à ideia de pós-modernidade, Literatura e Dança podem abranger

e expressar este estado do mundo, e neste estado, o artista cria baseado em suas

referências pessoais, culturais e sociais. Estas linguagens artísticas atuam sobre o

indivíduo, não apenas despertando o imaginário e mediando o processo criativo em

dança, mas também propiciando uma consciência diferenciada de sua existência,

ampliando sua visão de mundo.

Comumente vê-se a transposição de textos literários (principalmente os con-

tos de fadas) para a dança, especialmente para o balé clássico (CANTON, 1994). Por

este viés, constata-se que “quando a gente dança, as personagens ganham vida e o

palco outras dimensões; o mesmo acontece quando lemos, nossas emoções ultra-

passam palavras, frases, e ganham espaço na imaginação” (BOGÉA, 2007, p. 10).

Do mesmo modo, o artista, nas duas linguagens, tem a liberdade de (re)criar e

(re)contar o mundo à sua volta, recriando e recontando também os conflitos pre-

sentes na sociedade, uma vez que não há narrativas sem conflitos, sejam elas na Li-

teratura ou na Dança. Estas narrativas expressam por meio do imaginário do escri-

tor/coreógrafo-bailarino suas relações com o mundo e a sociedade em que vive,

tornando-se fonte de conhecimento (BERNARDO, 2003). Para tanto “há que se notar

a existência, na história da cultura, de momentos de aproximação entre a palavra e

o gesto, entre a linguagem e o movimento, momentos em que a literatura registrou

a dança e momentos em que a dança incluiu a literatura” (SOUZA, 2001, p. 164).

A peça Romeu e Julieta pode ser considerada a maior história de amor de to-

dos os tempos, tendo sido transposta para diversas linguagens artísticas. Na área da

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dança, Romeu e Julieta foi traduzida principalmente para a linguagem do balé clássi-

co, embora outros estilos de dança também a tenham tido como cerne. A versão

mais conhecida no balé é a que foi produzida pela The Royal Ballet, com coreografia

de Kenneth Macmillan, tendo como trilha sonora as composições de Serge Prokofi-

ev. Os amantes de Verona são interpretados pelos bailarinos Rudolf Nureyev e Mar-

got Fonteyn. Logo, o intento em escolher trabalhar com a transposição desta peça

para este balé se deu não apenas pela temática do amor jovial, mas por ser popular

em todo o mundo – independentemente de se fazer parte ou não do meio artístico.

2. MÉTODOS

Com efeito, escolheu-se a teoria semiótica de Charles Sanders Peirce como

base para a análise da transposição, na qual, visa-se a compreender os aspectos e as

transformações da peça teatral para a obra coreográfica a partir de elementos como

figurino, cenário, objetos de cena, personagens e o movimento em si.

Este trabalho se encontra em estado avançado de realização, fruto de uma

pesquisa de mestrado, sendo desenvolvido por meio da Pesquisa Qualitativa. Os

métodos utilizados são a Investigação Bibliográfica e o Estudo de Caso, que contri-

buíram para melhor entendimento da peça teatral e da obra coreográfica, além de

possibilitarem o contato com estudiosos que colaboraram para o aprofundamento

deste trabalho. Assim, alguns dos referenciais teóricos são: Harold Bloom, Frank

Kermode, Jay Halio, Paul Boucier, Patrice Pavis, Stuart Hall, Charles SandersPeirce,

Umberto Eco, entre outros.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o entendimento do processo de transposição de linguagem entre litera-

tura e dança (de uma peça teatral para um balé), fez-se necessário recortar outros

tecidos que não apenas as Letras e as Artes, Literatura e Dança. Percebeu-se que,

como dito anteriormente, não bastaria colocar os retalhos da peça teatral e os do

balé lado a lado, era preciso uma linha firme e consistente para costurá-los. Encon-

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46

trou-se esta linha na Semiótica e, por meio dela e do olhar atento e sensível da cos-

tureira [pesquisadora], consegue-se, por fim, confeccionar uma colcha de retalhos.

A colcha de retalhos confeccionada apresenta-se como uma forma artística

híbrida e que, tanto em seu processo de criação quanto de sua apresentação, propi-

cia e desenvolve toda a sensibilidade dos sujeitos envolvidos. Neste processo, des-

cobrem-se, percebem-se e se criam novas possibilidades de leitura, visualização,

aprendizagem e apreensão do mundo que nos circunda por meio da linguagem ver-

bal e da não verbal, permitindo, deste modo, “um diálogo entre literatura e dança, a

poesia da palavra e a sensibilidade do movimento ou a sensibilidade da palavra e a

poesia do movimento” (BERNARDO, 2003, p. 18).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de Educação. Universidade Estadual de Campinas-SP. Ago. de 2003.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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PARTE II

DETERMINANTES DAS PESQUISAS NOS DEPARTAMENTOS DO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

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DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE – DAD/UFV:

DETERMINANTES E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Suely de Fátima Ramos Silveira

Afonso Augusto Teixeira de Freitas de Carvalho Lima

Rodrigo Gava.

1. INTRODUÇÃO

O atual Departamento de Administração e Contabilidade (DAD) da UFV teve

sua origem em 1976, num período em que as Ciências Sociais Aplicadas tiveram for-

te expansão na UFV. Existia então o Departamento de Administração e Economia

(DAE), que abrigava os cursos de Bacharelado em Administração e em Ciências Eco-

nômicas. Com o natural desenvolvimento e ampliação dos cursos e das especificida-

des de cada área, em 1988, surgiu o DAD.

Neste mesmo ano, foi criado o Programa de Educação Tutorial (PET ADM),

cujo objetivo é potencializar a formação em estudos avançados para alunos aprova-

dos em processo seletivo, iniciando-os nas atividades de pesquisa e preparando-os

para a pós-graduação. Esse programa é muito bem avaliado pela Capes, e seus re-

sultados são perceptíveis pelo elevado desempenho dos alunos que dele participam.

O número de professores, disciplinas e atividades em aumento constante re-

sultou que, em 1992, o DAD saísse de sua localização no térreo do Edifício Reinaldo

de Jesus Araújo (Engenharia Florestal) e ocupasse todo o segundo andar do chama-

do prédio do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH). As instalações do

DAD contemplam gabinetes de professores, sala da Chefia, secretarias, biblioteca

setorial, sala de conferências, sala de reuniões, laboratório, sala de estudos para os

alunos do Programa de Pós-Graduação stricto sensu, sala do PET e para uso conco-

mitante de alunos envolvidos com atividades de iniciação científica (IC). Há um pro-

jeto de expansão física do prédio do CCH já em andamento, financiado pela Fi-

nep/CT-Infra, que contempla a construção de um anexo ao prédio atual, com adição

de espaço também ao DAD, que deverá ser dedicado prioritariamente a atividades

de pesquisa.

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50

Atendendo a uma demanda antiga, em 2000 foi criado o Curso de Ciências

Contábeis, que se desenvolveu e é oferecido pelo corpo docente do DAD. Em 2006,

por meio de convênio celebrado entre a UFV e a UAB – Universidade Aberta do Bra-

sil, foi iniciada uma turma do Curso de Administração a Distância (EaD), que encer-

rou suas atividades em 2011, tendo sido considerada uma experiência muito bem-

sucedida que resultou em novos projetos nessa área.

No que se refere aos egressos dos cursos de graduação, até janeiro de 2012

foram computados 1636 graduados, sendo 1386 Bacharéis em Administração (inclu-

indo 215 do EaD) e 250 Bacharéis em Ciências Contábeis.

No âmbito da pós-graduação, as atividades foram iniciadas em 1999, com o

Curso Lato Sensu em Gestão Estratégica e logo depois o de Gestão e Diagnóstico,

cujo oferecimento se estendeu até 2009, sendo substituídos pelos Cursos de Contro-

ladoria e Finanças e de Gestão Empresarial e Ambiental, ambos em pleno e bem-

sucedido funcionamento.

Como um reflexo do amadurecimento acadêmico de seu corpo docente e da

política de expansão da pós-graduação por parte da UFV, em 2005, teve início as

atividades do Programa de Pós-Graduação em Administração da UFV (PPG-ADM),

em nível de Mestrado, alocado no DAD, cuja área de concentração contempla a

Administração Pública e áreas correlatas. Até junho de 2012, foram entregues à so-

ciedade 69 novos mestres em Administração, boa parte deles atuando como pesqui-

sadores e professores em instituições públicas e privadas de prestígio.

Atualmente o DAD conta com um quadro permanente de 26 professores, to-

dos titulados, sendo 17 doutores formados em prestigiosas universidades brasileiras

e estrangeiras. Ressalta-se que os 9 mestres ou estão cursando ou constam em pla-

nilha para fazerem seu doutoramento nos próximos anos. Os professores do DAD

são, em ordem alfabética: Adriel Rodrigues de Oliveira, Afonso A. T. F. C. Lima, Alan

Ferreira de Freitas, Alcindo Cipriano Argolo Mendes, Antônio de Figueiredo Vieira,

Bruno Tavares, Djair Cesário de Araújo, Edson Arlindo Silva, Fernanda Maria de Al-

meida, Gislaine Aparecida da Silva Santana, Jorge Alberto dos Santos, José Roberto

Reis, Luiz Antônio Abrantes, Magnus Luiz Emmendoerfer, Marco Aurélio M. Ferreira,

Nálbia de Araújo Santos, Nina Rosa da Silveira Cunha, Robson Zuccolotto, Rodrigo

Gava, Simone Martins, Suely de Fátima Ramos Silveira, Tainá R. Gomide Souza Pin-

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

51

to, Telma Regina C. G. Barbosa, Thiago de Melo T. da Costa, Walmer Faroni e

Wender Fraga Miranda.

Desde 1993, constam aproximadamente cinco centenas de projetos de pes-

quisa registrados na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, dos quais derivaram

inúmeras publicações em periódicos de prestígio, nacionais e internacionais, e parti-

cipações e apresentações em congressos, encontros, workshops etc.

Destaca-se também a criação da Revista de Administração Pública e Gestão

Social – APGS, que tem por objetivo a publicação de trabalhos científicos nas áreas

de Administração Pública, Gestão Social e Terceiro Setor, classificada pelo sistema

Qualis/Capes como B3.

O planejamento estratégico do DAD contempla para o futuro, além do aper-

feiçoamento constante de seus já muito bem avaliados e conceituados cursos de

graduação, o desenvolvimento do ensino a distância, por meio de cursos regulares

de graduação e pós-graduação, bem como a consolidação da pós-graduação stricto

sensu, ampliando a oferta de vagas no mestrado e a viabilização de um projeto para

a criação do Doutorado em Administração.

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

Retrocedendo ao ano de 1995, pode-se identificar que, norteados pela tríade

indissociável Ensino-Pesquisa-Extensão, os docentes do DAD têm envidado esforços

para o desenvolvimento e o fortalecimento das atividades de pesquisa. Já no ano de

1993, desde quando os registros de pesquisa estão disponíveis eletronicamente de

forma sistematizada, identificam-se cinco registros de projetos nas linhas de pesqui-

sa Marketing Contemporâneo, Gestão Estratégica e Informações e Empreendedo-

rismo e Pequenas e Médias Empresas. Foram criadas 17 linhas de pesquisa no perí-

odo 1993-2012, algumas já extintas. A partir do ano de 1995 até o período atual,

abril de 2012, sete linhas de pesquisa se firmaram como aquelas que mais concen-

tram os interesses de pesquisa dos docentes e discentes do DAD, sendo elas: Gestão

Pública Contemporânea, Organizações, Gestão e Políticas Públicas, Finanças e Con-

tabilidade Públicas, Organização, Trabalho e Novas Tecnologias Gerenciais, Marke-

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ting Contemporâneo, Gestão Estratégica e Informações, Empreendedorismo e Pe-

quenas e Médias Empresas e Finanças Corporativas. No total são 499 projetos regis-

trados no sistema denominado sisPPG3, concluídos ou em andamento. A evolução

do número de registros de projetos pode ser constatada por meio das Figuras 1 a 7.

As atividades de pesquisa voltadas para a área pública, mesmo estando con-

templadas pela denominação Gestão Pública Contemporânea, com registro de pro-

jetos desde 1995, se ampliaram e se fortaleceram a partir da criação do curso de

Mestrado Acadêmico em Administração, com área de concentração em Administra-

ção Pública, a partir de 2005, o que pode ser constatado pelas informações apresen-

tadas nas Figuras 1 a 3.

Figura 1 – Número de projetos de pesquisa registrados na linha de pesquisa Gestão Pública

Contemporânea, período 1995-abril/2012.

3 https://phpsistemas.cpd.ufv.br/sisppg/scripts/projetos/consultarProjeto.php

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11

abr/

12

Projetos/Ano

Figura 2 – Número de projetos de pesquisa registrados na linha de pesquisa Organizações,

Gestão e Políticas Públicas, período 1995-abril/2012.

Figura 3 – Número de projetos de pesquisa registrados na linha de pesquisa Finanças e

Contabilidade Públicas, período 1995-abril/2012.

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Figura 4 – Número de projetos de pesquisa registrados na linha de pesquisa Organização,

Trabalho e Novas Tecnologias Gerenciais, período 1995-abril/2012.

0

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Projetos/Ano

Figura 5 – Número de projetos de pesquisa registrados na linha de pesquisa Marketing

Contemporâneo, Gestão Estratégica e Informações, período 1995-abril/2012.

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abr/

12

Projetos/Ano

Figura 6 – Número de projetos de pesquisa registrados na linha de pesquisa Empreendedorismo

e Pequenas e Médias Empresas, período 1995-abril/2012.

Figura 7 – Número de projetos de pesquisa registrados na linha de pesquisa Finanças

Corporativas, período 1995-abril/2012.

Diferentemente do que poderia parecer à primeira vista, o surgimento das

novas linhas de pesquisa associadas à criação do mestrado não implicou redução

dos projetos voltados para as outras quatro linhas de pesquisa não diretamente as-

sociadas ao novo curso, entre as sete linhas de pesquisa que se destacam no DAD.

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Conforme se pode verificar na Tabela 1, apenas a linha de pesquisa Organizações,

Gestão e Políticas Públicas apresentou maior concentração de projetos registrados

no período 2005-2011, com uma média de 17 projetos registrados.

No cômputo dos registros feitos a partir de 1993 até o mês de abril 2012, há 471

projetos de pesquisa nas diferentes linhas de pesquisa existentes no DAD. O maior

número de projetos registrados se concentra nas sete linhas de pesquisa já mencio-

nadas. No período 2005-2011, houve 271 projetos de pesquisa registrados nas li-

nhas apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Média e total de projetos de pesquisa registrados, por li-

nha de pesquisa, no período 2005-2011

Linhas de Pesquisa Média de registros

Total de registros

Gestão Pública Contemporânea 3 19

Finanças e Contabilidade Públicas 5 32

Organização, Trabalho e Novas Tec-nologias Gerenciais

5 34

Marketing Contemporâneo, Gestão Estratégica e Informações

4 27

Finanças Corporativas 4 29

Empreendedorismo e Pequenas e Médias Empresas

2 14

Organizações, Gestão e Políticas Públicas

17 116

Total 39 271

Um importante aspecto para o desenvolvimento de atividades de pesquisa é o

seu financiamento. As instituições de fomento, que constituem as fontes de financi-

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amento para as pesquisas realizadas pelo corpo docente do DAD, são, no âmbito

estadual, a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig, e no âmbito

federal, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.

As principais modalidades de busca de financiamento são os editais universais ou

setoriais (chamadas específicas), ou aqueles relacionados especificamente à obten-

ção de bolsas de iniciação científica. Adicionalmente, identifica-se também a capta-

ção de recursos de outras fontes como a Caixa Econômica Federal – CEF, Secretaria

de Ensino Superior do Ministério de Educação - Sesu/MEC, Fundação Artur Bernan-

des – Funarbe, Programa de Educação Tutorial de Nutrição da UFV - PET/NUT, Mi-

nistério do Esporte – ME e Banco do Nordeste do Brasil - BNB, entre outros.

Na Figura 8 pode-se constatar o resultado do empenho dos pesquisadores do

DAD em relação ao financiamento das atividades de pesquisa, foram 155 projetos

contemplados entre 1995 a 2011, com um expressivo crescimento a partir de 2006,

apenas um ano após o início das atividades do programa de pós-graduação (mestra-

do acadêmico).

Figura 8 – Número anual de projetos de pesquisa registrados que obtiveram financiamento,

período 1995-2011.

Dos projetos de pesquisa registrados no período analisado (1995-2011), 323

foram liderados por 13 docentes doutores que, a partir de 2005, além de atuar nos

cursos de graduação do DAD, passaram a atuar no mestrado em Administração, con-

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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forme apresentado na Tabela 2. Em média houve 25 projetos por docente no perío-

do. Pode-se verificar que 119 projetos de pesquisa foram contemplados com finan-

ciamento para desenvolvimento das atividades. É importante destacar o esforço de

pesquisa desses docentes, que desenvolveram 204 projetos sem contar com finan-

ciamento, conforme evidenciado pelos dados da Tabela 2. Deve-se ressaltar que dos

13 docentes considerados na análise, 1 (um) já não pertence aos quadros da UFV.

Outro importante fato a ser destacado é que os docentes que ainda não atu-

am na pós-graduação também envidaram esforços para o desenvolvimento das ati-

vidades de pesquisa no DAD, conforme os dados apresentados na Tabela 3. Foram

132 projetos de pesquisa com algum tipo de financiamento liderados por 20 docen-

tes no período analisado, e 98 outros projetos que não contaram com nenhum tipo

de financiamento. Deve-se destacar que 8 desses docentes ingressaram na UFV

apenas a partir de 2007. Outra informação é que no conjunto desses 20 docentes

estão incluídos 13 que compõem o quadro atual, e outros 7 que já se desvincularam

da UFV.

Tabela 2 – Projetos financiados e não-financiados registrados por docentes que atuam nos

cursos de graduação e no curso de Mestrado em Administração no período (1995-2011)

Docente Projetos

Financiados Projetos não Financiados Total

1 14 28 42

2 16 17 33

3 1 2 3

4 3 7 10

5 6 15 21

6 9 25 34

7 14 6 20

8 5 16 21

9 7 22 29

10 2 3 5

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11 26 14 40

12 7 32 39

13 9 17 26

Total 119 204 323

Tabela 3 – Projetos financiados e não-financiados registrados por docentes que atuam nos

cursos de graduação, exceto os que atuam no mestrado

Docente Projetos

Financiados Projetos não Financiados Total

1 1 7 8

2 2 9 11

3 4 3 7

4 5 16 21

5 1 0 1

6 2 0 2

7 0 2 2

8 1 16 17

9 4 4 8

10 2 9 11

11 6 6 12

12 0 5 5

13 0 3 3

14 0 9 9

15 0 1 1

16 1 3 4

17 1 0 1

18 1 0 1

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60

19 2 3 5

20 1 2 3

Total 34 98 132

Os esforços de pesquisa do DAD refletiram visivelmente em aumento da pro-

dução científica dos seus docentes e discentes. No período 2005-2011, foram publi-

cados 247 artigos em periódicos com liderança ou participação dos docentes que

atuam no Mestrado Acadêmico em Administração, conforme apresentado na Figura

9.

Figura 9 – Produção em periódicos por docentes que atuam na

Pós-Graduação – Mestrado

Em 2010, três livros foram publicados por docentes que atuam no mestrado

em Administração e outros dois livros, em 2011. No período 2005-2011, foram pu-

blicados 36 capítulos de livros pelos docentes que atuam no mestrado, reflexo da

intensificação das suas atividades de pesquisa (Figura 10).

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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Figura 10 - Capítulos de Livros publicados por docentes que atuam na Pós-Graduação/Mestrado.

Figura 11 - Produção em periódicos por docentes que atuam exclusivamente na Graduação no

período 2005-2011

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Na Figura 11, o estímulo ao desenvolvimento de atividades de pesquisa refle-

te-se também na produção dos docentes que atuam exclusivamente nos cursos de

graduação, tendo sido publicados 35 artigos em periódicos no período 2005-2011.

Os docentes do DAD têm obtido êxito em suas atividades de pesquisa e de

publicação, haja vista premiações e menções obtidas. Na Figura 12, podem-se visua-

lizar as premiações obtidas pelos trabalhos de docentes que atuam no mestrado em

Administração que, no período 2005-2011, lograram 44 prêmios. Também os docen-

tes que não atuam no mestrado obtiveram 4 prêmios no mesmo período. Esses re-

conhecimentos são importantes pela visibilidade que trazem para as atividades de

pesquisa desenvolvidas no DAD bem como pela oportunidade apresentar à comuni-

dade científica e à sociedade os resultados dos estudos realizados no departamento.

Figura 12 - Premiações de docentes que atuam na

Pós-Graduação – Mestrado no período 2005-2011

O DAD conta com sete grupos de pesquisa, conforme registrado nos Diretó-

rios de grupos de pesquisa CNPq em 2012, que são apresentados na Tabela 4, com

seus respectivos líderes.

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Tabela 4 – Grupos de pesquisa, número de pesquisadores e de estudantes

Grupo Líder do Grupo Pesquisadores Estudantes

Administração Pública e Gestão

Social Marco Aurélio M. Ferreira 18 33

Gestão e Políticas Públicas Adriel Rodrigues de Oliveira 12 21

Contabilidade e Finanças Thiago de Melo Teixeira da

Costa 14 06

Organizações e Empreendedo-

rismo

Telma Regina da Costa Guima-

rães Barbosa 11 03

Conselhos de Gestores e Ac-

countability Adriel Rodrigues de Oliveira 04 03

Gestão e Desenvolvimento de

Territórios Criativos Magnus Luiz Emmendoerfer 10 08

Ensino e Pesquisa em Adminis-

tração e Contabilidade Nálbia de Araújo Santos 11 01

Aspectos positivos das atividades de pesquisa desenvolvidas no DAD são:

• Expansão e evolução da qualidade da pesquisa no DAD;

• Viabilização dos esforços para consolidar a pós-graduação stricto sensu;

• Consolidação das atividades de pós-graduação lato sensu;

• Reflexos positivos para o ensino de graduação;

• Melhoria constante do uso de habilidades e técnicas de pesquisa;

• Aumento da publicação em periódicos qualificados;

• Desenvolvimento de expertise para a prospecção de recursos para financiar

novos projetos; e

• Forte incremento nas atividades de iniciação Científica (Pibic/Probic/Pibex).

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3. PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

Com a preocupação de avançar na consolidação do PPGADM e das atividades de

pesquisa do DAD de uma maneira geral, alguns desafios estão postos e deverão re-

ceber atenção qualificada nos próximos períodos. São eles:

• Reestruturação das linhas de pesquisa, contemplando os avanços temáticos

das áreas de estudo;

• Estímulo perene para a pesquisa e a publicação;

• Aprofundamento das relações e ampliação das fontes de financiamento;

• Incrementar os laços acadêmicos entre os pesquisadores do DAD e de outros

departamentos do CCH e da UFV; e

• Ampliar as redes de relacionamento com pesquisadores de outras universida-

des, instituições de pesquisa, brasileiras e estrangeiras.

O corpo de pesquisadores do DAD está envolvido e empenhado no crescimento

e no desenvolvimento das atividades relacionadas à pesquisa no âmbito do DAD e

fora dele, buscando o reconhecimento no cenário nacional, o que se refletirá em um

programa de pós-graduação forte e um departamento consolidado e significativo

para a comunidade universitária da UFV.

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DEPARTAMENTO DE ARTES E HUMANIDADES - DAH/UFV:

DETERMINANTES E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Andrea Bergallo Snizek

Evanize Kelli Siviero Romarco

Fátima Wachowicz

Juliana Carvalho Franco da Silveira

Kátia Imaculada Moreira

Laura Pronsato

Michelle Gabrielli

Solange Pimentel Caldeira4

1. INTRODUÇÃO

O Curso de Dança foi criado em 2002 e veio formar com os cursos de

Comunicação Social, Geografia e História o Departamento de Artes e Humanidades

(DAH), que, posteriormente, foi desmembrado em 3 departamentos.

Antes da implantação do Curso de Dança, o Departamento de Educação Física

(DES) já desenvolvia projetos na área com programas de extensão, iniciação

científica, apresentações periódicas de festivais realizados por alunos das disciplinas

Dança I e II, obrigatórias da grade curricular do curso.

Como sequência lógica, a proposta da implantação do Curso de Dança parte

da iniciativa de professoras do Departamento de Educação Física da UFV –

professoras Maristela Moura Silva Lima e Alba Pedreira Vieira – juntamente com

outros profissionais das áreas de Dança e de Educação.

A proposta do Curso de Dança teve como justificativa o fato de que poderia

compensar a necessidade emergente do mercado de trabalho, seguindo a formação

profissional sugerida pelo MEC/Sesu (1999), que propunha oferecer educadores

capacitados para suprir as necessidades e demandas das organizações e instituições

locais, regionais e nacionais em níveis socioculturais, artísticos e educacionais. A UFV

4 Professora aposentada pela UFV.

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foi pioneira na área da Dança no Estado de Minas Gerais, primeiro curso superior na

área e décimo terceiro do Brasil.

Embora tenha significado um esforço extraordinário, o reduzido número de

professores efetivos no início do curso (três a quatro docentes) não impediu o

rápido amadurecimento na relação com a administração superior, com os pares,

com o corpo discente e com a estrutura administrativa da UFV.

Com oito professoras efetivas (Alba Pedreira Vieira, Andrea Bergallo Snizek,

Evanize Kelli Siviero Romarco, Fátima Wachowicz, Juliana Carvalho Franco da

Silveira, Laura Pronsato, Maristela Moura Silva Lima, Solange Pimentel Caldeira) e

duas professoras substitutas (Michelle Aparecida Gabrielli e Katia Imaculada

Moreira), o Curso de Dança mantém seus laboratórios, oferece disciplinas

obrigatórias e optativas, orienta trabalhos de conclusão de curso, participa de

congressos e seminários, além de promover incansavelmente espetáculos e mostras

públicas.

Apesar da separação dos departamentos, o edifício sede do DAH compartilha

as salas com os três departamentos citados e também com Ciências Sociais. Tem o

prédio do Curso de Dança, com duas salas de aula, secretaria, pequenos laboratórios

de figurinos e instrumentos, a midiateca e os gabinetes de professores.

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE ARTES E HUMANIDADES

Através de vários projetos, o Curso de Dança vem buscando ampliar e

aproximar a comunidade das modalidades artísticas através de seus cursos de

extensão e projetos de pesquisa, além das apresentações artísticas que são levadas

às escolas, ou dos estudantes trazidos à Universidade, oportunidades oferecidas na

sede do Curso de Dança ou no Espaço Cultural Fernando Sabino. A reflexão sobre

procedimentos de criação e poéticas da dança, princípios de estrutura estética,

jogos performáticos, interdisciplinaridade e modalidades de dança embasam

pesquisas voltadas para a contemporaneidade, o imaginário e a teatralidade.

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2.1. Grupos e linhas de pesquisa

O DAH tem dois grupos de pesquisa registrados no CNPq: Grupo de Pesquisa

Transdisciplinar em Dança, que tem como líderes as professoras Alba Pedreira Vieira

e Maristela Moura silva Lima, e o Grupo de Estudos Integrados de Dança, Teatro,

Dança Teatro e Tecnologia em Dança, liderado pela professora Solange Caldeira.

O Grupo de Pesquisa Transdisciplinar em Dança é constituído por Professores

Assistentes e Adjuntos de Graduação e Pós- Graduação da UFV, UFBA, Centro

Universitário do Leste de Minas Gerais/MG e da Unesp/SP. Participam também

estudantes da graduação da Universidade Federal de Viçosa. O referido grupo vem

desenvolvendo trabalhos em articulação com outros grupos de pesquisa atuantes

em universidades do Brasil, entre eles o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e

Extensão em Contemporaneidade, Imaginário e Teatralidade (Gipe-CIT), buscando

estimular o debate e a consequente troca de informações entre pessoas das mais

diversas áreas do conhecimento a exemplo da Dança, Educação, Educação Física,

Ciências Sociais, Comunicação e demais áreas das Ciências Humanas e Sociais.

O Grupo de Estudos Integrados de Dança, Teatro, Dança-Teatro e Tecnologia

em Dança abriga pesquisadores e discentes da UFV (sede do Grupo), UFBA, UFSC,

Unirio, UFU, PURDUE. Resulta de equipe constituída por artistas/professores/

pesquisadores, que desenvolvem pesquisas de caráter teórico e teórico-prático na

área teatral, de dança, fotografia, instalação e tecnologia, orientando projetos de

iniciação científica e trabalhos dos cursos de graduação, qualificando pesquisadores

junto ao Pibic-CNPq, Pibic-Fapemig, Pibex-UFV. Além de projeto discente

desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Dança (mestrado) da UFBA e

projeto internacional Visual and Performing Arts, com a Purdue University, USA.

Os resultados das investigações em curso apontam caminhos teóricos,

práticos e metodológicos para o campo acadêmico e artístico da pesquisa em dança,

teatro, dança-teatro, instalação-performance, dança-tecnologia digitais, software,

bem como o desenvolvimento de novos projetos também de extensão com os

espaços formais e informais de ensino da dança, da fotografia e do teatro em

interfaces. Os membros do grupo também participam de outros núcleos e projetos

de pesquisa, tecendo, assim, relações de contínuo intercâmbio. Os dois grupos têm

sido contemplados com bolsas e auxílios de diferentes agências (CNPQ, Fapemig,

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UFV, Capes). A área predominante é Linguística, Letras e Artes e tem como linhas

de pesquisa:

I - Dança e educação

Abarca as pesquisas que estudam a relação entre Dança e Educação,

envolvendo aspectos como o processo ensino-aprendizagem, permeado por

princípios pedagógicos inseridos tanto em instituições de ensino formal como não-

formal. Enfoca a Dança como uma linguagem artística, resultado de uma construção

cultural humana, portadora de um duplo aspecto educativo. Ou seja, a Dança é

objeto e meio educacional, influenciando e sendo influenciada pelo contexto

histórico.

II - Dança e sociedade

Essa linha de investigação compreende as pesquisas fundamentadas nas

Ciências Humanas e Sociais em suas interfaces com a Dança. Envolvem os estudos

das manifestações artísticas e culturais dos diferentes grupos sociais, pontuando

aspectos da Ciência Política, Sociologia, Antropologia, História, Psicologia e demais

afins, dando atenção prioritária à temática da Dança. São consideradas as

especificidades de cada um desses campos, mas privilegiadas suas inter-relações

com a Dança.

III - Fruição em dança

Essa temática compreende as pesquisas que exploram as possibilidades de

ampliar o acesso ao conhecimento sensível, imagético e criativo da população,

propiciando uma educação, não somente para um novo olhar, mas para os diversos

olhares que a arte difunde. Inclui a construção e o desenvolvimento de processos de

educação, de formação da sensibilidade estética do público.

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IV - Poéticas da cena: transposição de linguagens e tecnologias

Compreende estudos comparados analítico-crítico-conceituais desenvolvidos

a partir dos diversos sentidos contidos no conceito de dramaturgia, desde seu

entendimento como arte de construção formal e ideológica da obra até a arte de

constituição da especificidade do texto cênico, abordando não só questões relativas

a múltiplas práticas de autoria, como também a processos de transposição de

discursos de linguagens não-teatrais, inclusive processos de interfaces multimídia

digitais, para o discurso teatral, linguagens teatrais e literárias para o discurso

corporal.

V - Práticas e processos em artes

Pesquisas ligadas à visualidade, à plástica, ao corpo, à atuação, ao texto e à

música, articulando reflexão, processos de criação, ensino e aprendizagem.

VI - Processos criativos em dança

Investiga a criação e produção de trabalhos artísticos e, mais especificamente,

obras coreográficas em solo e grupo. Essas investigações tratam dos procedimentos

únicos e diferenciados tanto na criação como na montagem de concepções

coreográficas, bem como dos elementos pilares da criação em Dança como o corpo

e a geração, interpretação, exploração, seleção, avaliação e estruturação de

movimentos, do impulso criativo e de aspectos cênicos.

VII - Processos formativos e atuação cênica

Esta linha integra pesquisadores que investigam diferentes concepções,

procedimentos e metodologias relacionados à atuação e à formação do intérprete

cênico, ator-bailarino, concernentes aos diversos aspectos de seu aprendizado, com

enfoque especial na prática laboratorial como lugar privilegiado de investigação.

Estes trabalhos estão voltados tanto para as concepções já consolidadas do

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bailarino-ator quanto para as questões relativas à contemporaneidade cênica da

dança, do teatro e da dança-teatro.

Abaixo, uma síntese das linhas de pesquisa em que as docentes do DAH

atuam:

PROFESSORAS LINHAS DE PESQUISA

Alba Pedreira Vieira I, II, III

Andréa Bergallo Snizek V,VI, VII

Evanize Kelli Siviero Romarco I, V, VII

Fátima Wachowicz III, V, VI, VII

Juliana C. Franco da Silveira IV, V, VI, VII

Kátia Imaculada Moreira V, VII

Laura Pronsato V, VII

Maristela Moura Silva Lima I, III, V, VI

Michelle Aparecida Gabrielli III, IV, VI

Solange Pimentel Caldeira IV, V, VII

Até 2011, o DAH tinha uma média de quinze bolsistas de IC, bolsas divididas

entre Fapemig, CNPq, Capes e Pibex. Além das bolsas, tem recebido prêmios, como

a Menção Honrosa no XVIII Simpósio de Iniciação Científica - UFV, em 2008, e

Prêmio Arthur Bernades de Iniciação Científica, Funarbe, em 2008, coordenadas

pela professora Evanize Siviero Romarco. Ainda em 2008, o Corpo Brinca,

coordenado pela professora Laura Pronsato, também recebe Menção Honrosa como

projeto de extensão.

Em 2010, recebeu menção honrosa o projeto ‘Sarau Cultural’ e, em 2011, a

pesquisa ‘Alfabetizar em Dança’, ambas coordenadas pela professora Alba Pedreira

Vieira. Além do projeto ‘Forró Pé de Serra’, merecedor de prêmio em 2010,

coordenado pela professora Maristela Moura Silva Lima.

Também fazem parte do calendário anual do Departamento dois Seminários:

‘Seminário e Mostra Nacional de Dança Teatro’ e o ‘Seminário Argumentos do

Corpo’, coordenados, respectivamente, pelas professoras Solange Caldeira e Andrea

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Bergallo Snizek, que têm recebido pesquisadores e artistas importantíssimos da área

da Dança e do Teatro, projetos que contam com apoio Fapemig e Pibic/CNPq.

O trabalho de interdisciplinaridade permeia toda a produção de pesquisa do

Curso de Dança/DAH, com estreitos laços com a literatura, comunicação social e

formação de docentes.

3. PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

Em construção, há o Espaço Cultural Fluxo, que deverá ser inaugurado em

2012, resultado do projeto das professoras Alba Pedreira Vieira e Carla Cristina

Oliveira de Ávila, com o intuito de ampliar e possibilitar ambiente para novas

práticas artísticas não só para os alunos, mas também para a comunidade de Viçosa.

Em prédio anexo ao Curso de Dança, estão previstos, em sua estrutura, um

auditório, laboratórios de iluminação, sonoplastia e salas de aula, onde poderão

acontecer cursos de arte e espetáculos de diversas linguagens artísticas.

O Espaço Fluxo criará oportunidades para a fruição, usufruição e divulgação

de conhecimento cultural das mais diversas áreas e o diálogo entre o saber

acadêmico e o saber local e regional.

A ideia da criação do Mestrado em Dança está presente como principal e

urgente meta do DAH, pois no Brasil existe apenas um Mestrado em Dança, na

Universidade Federal da Bahia. Por enquanto, o DAH tem a professora Alba Pedreira

Vieira como colaboradora do mestrado em Artes da Unesp do Curso de

Especialização Lato Sensu Pedagogias da Dança e a professora Solange Pimentel

Caldeira também como colaboradora do Mestrado em Letras da UFV, sinalizando

uma interdisciplinaridade em nível de pós-graduação.

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS - DCS/UFV:

DETERMINANTES E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Daniela Alves de Alves

Marcelo José Oliveira

1. INTRODUÇÃO

O Departamento de Ciências Sociais - DCS e o Curso de Ciências Sociais foram

criados, simultaneamente em 2008, conforme Projeto Político-Pedagógico do Curso

de Ciências Sociais, envolvendo formação em Licenciatura e Bacharelado, atenden-

do o que determina o Decreto N. 6.096, de 24 de abril de 2007, que institui o Pro-

grama de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais

– Reuni. A proposta de criação do Departamento de Ciências Sociais na Universidade

Federal de Viçosa atende à demanda de formação profissional para atuar em ativi-

dades nos setores público, não governamental e privado, e também no magistério

do ensino médio e superior. Observa-se crescente demanda social pela ampliação

do número de profissionais nesta área, tanto em função da obrigatoriedade de in-

serção da disciplina Sociologia nos currículos dos cursos de Ensino Médio, desde o

ano de 2008, quanto pela necessidade de profissionais para atuar em projetos de

investigação para compreensão, análise e intervenção em diferentes realidades, ou

para atuar em consultorias e assessorias que envolvam questões de ordem social,

cultural e política.

As ciências sociais no Brasil têm se profissionalizado nos últimos anos, acres-

centando à sua vocação humanista um crescente investimento em programas e pro-

jetos de pesquisa voltados para a compreensão da realidade brasileira. O objetivo

de formar bacharéis se insere neste esforço de contribuir com a ampliação e a quali-

ficação das ciências sociais no Brasil. Da mesma forma, é crescente o número de

mestres e doutores nas três áreas que compõem as Ciências Sociais: Sociologia, An-

tropologia e Ciência Política.

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Em 2012, o Departamento contava com doze professores efetivos56, além de

um professor visitante e dois professores substitutos, divididos, equilibradamente,

por formação acadêmica, entre as três grandes áreas: Sociologia, Ciência Política e

Antropologia. A diversidade das instituições de origem e de formação destes profes-

sores é mérito do corpo docente, formando um grupo ao mesmo tempo heterogê-

neo em trajetórias, articulado nas suas propostas de trabalho.

Além do bacharelado e da licenciatura em Ciências Sociais, o DCS ofertou um

curso de pós-graduação lato sensu em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Ra-

ça, cujo objetivo foi capacitar profissionais para atuar na elaboração, monitoramen-

to e avaliação de programas e ações relacionadas às temáticas de gênero e raça. Es-

ta especialização, coordenada pela professora Maria de Fátima Lopes, pesquisadora

em antropologia social, surgiu como consolidação de pesquisas nas temáticas da

desigualdade de gênero, objetivando o retorno social do conhecimento produzido

em ciências sociais para a melhoria da gestão pública.

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

O Departamento é composto por um quadro de professores que, pelas traje-

tórias de formação, representam influências de IES com boa referência de Progra-

mas de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no Brasil e exterior, como a

UFMG, USP, Unicamp, UFRJ/Museu Nacional/IFCS, UERJ/Iesp/(Iuperj), UFRGS e

UFSC. Há professores com experiência de formação na pós-graduação em institui-

ções renomadas internacionalmente: um mestrado na Michigan State University;

dois estágios doutorais na França, na École des Hautes Études en Sciences Sociales

(Paris) e Université de Toulouse le Mirail; um estágio doutoral no Centro de Investi-

gação em Sociologia Económica e das Organizações, na Universidade Técnica de Lis-

5 Professores efetivos: Prof. Marcelo José Oliveira, Profa. Daniela Alves de Alves, Prof. Douglas Mansur da Silva (coordenador do Curso de Ciências Sociais); Profa. Nádia Dutra de Sousa (Chefe do Departamento); Profa. Maria de Fátima Lopes; Prof. Paulo Shikazu Toma; Prof. Jeferson Boechat Soares; Prof. Vera Lúcia Travençolo Muniz (aposentada); Prof. Diogo Tourino de Sousa; Profa. Daniela Leandro Rezende; Profa. Débora Cristina Goularte e Prof. Marcelo Ottoni Durante. Visitante: Profa. Ana Paula da Silva. Substitutos: Prof. Luciano Rodrigues Costa e Prof. Ricardo Luiz Cruz. 6 Agradecemos a todos os colegas do DCS pelo fornecimento dos dados para a confecção deste artigo.

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boa; e três pós-doutoramentos envolvendo USP, Instituto de Ciências Sociais da Uni-

versidade de Lisboa e Universidad Complutense de Madrid.

A pesquisa no Departamento de Ciências Sociais da UFV segue prioritariamen-

te os campos científicos da Sociologia, Ciência Política e Antropologia, classicamente

definidos como pilares nas Ciências Sociais. O que faz a especificidade de cada uma

destas áreas é a forma como são elaboradas suas abordagens a partir do recorte

epistemológico e do foco teórico-metodológico dado ao objeto de estudo7. Os tra-

balhos de investigação científica e produção no DCS ocorrem em consonância com

estas áreas mestras, sob influência das subáreas de concentração de formação do

corpo docente, das demandas institucional e regional. O DCS optou pela estratégia

de criar, a partir do perfil de pesquisa dos seus professores efetivos, um grupo de

pesquisa no CNPq, intitulado Ciências Sociais e Transformações da Sociedade Con-

temporânea. As linhas de pesquisa do grupo agregam os temas de investigação dos

professores. As linhas são: Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente; Conflitos e Políticas

da Diferença; Desigualdade, Inclusão e Minorias; Gestão Pública; Instituições e

Comportamento Político; Teoria Política; e Teoria Social e Mudanças no Capitalismo.

O grupo reúne uma parte significativa dos professores do DCS e objetiva con-

solidar um perfil interno de pesquisa, dando organicidade aos trabalhos de investi-

gação e de publicação dos professores, envolvendo os seguintes temas: gestão pú-

blica, políticas de Estado, pensamento político brasileiro, ações afirmativas, movi-

mentos sociais, política e juventude, sociologia do trabalho, segurança pública, soci-

edade e inovações tecnológicas, tecnologia e produção de subjetividade, ensino a

distância, sociedade e meio ambiente, gênero/raça e relações de poder, saúde e di-

reito sexual-reprodutivo, estudo da família, cultura e poder, identidades e políticas

da diferença, migrações internacionais, memória social e patrimônio cultural, cultu-

ra urbana, entre outros.

Alguns docentes fazem parte de Grupos de Pesquisa de outros órgãos inter-

nos, mantendo relações interdepartamentais com os seguintes Grupos: Núcleo In-

terdisciplinar de Estudos de Gênero (CCH – UFV); Famílias, Políticas Públicas, Desen-

7 GIDDENS, A.; TURNER, J. Teoria Social Hoje. São Paulo: UNESP, 2002. PIERSON, D. Teoria e Pesquisa em Sociologia. São Paulo: Melhoramentos, 1981.

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volvimento Humano e Social (Departamento de Economia Doméstica – UFV); Insti-

tuições, Política e Cultura (Departamento de História - UFV); Instituições, Recursos

Comuns e Desenvolvimento Sustentável (Departamento de Economia Rural – UFV).

Também contamos com a participação dos professores em orientações e coorienta-

ções de monografias e dissertações em outros Cursos e Programas de Pós-

Graduação, entre eles o de Economia Doméstica, Engenharia Florestal, História, Le-

tras, Extensão Rural e Educação. Abaixo, a participação dos professores do DCS em

grupos de pesquisa institucionais.

Professor(a) Grupo de Pesquisa na UFV

Maria de Fátima Lopes

Famílias, Políticas Públicas, Desenvolvimento Humano e So-cial

GEMAPP: Grupo de Elaboração, Monitoramento e Avaliação de Projetos Sociais

Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero

Marcelo Ottoni Durante

Ciências Sociais e Transformações da Sociedade Contempo-rânea

Teoria Social e transformações do capitalismo contemporâ-neo

Daniela Alves de Alves

Ciências Sociais e Transformações da Sociedade Contempo-rânea

Instituições, Recursos Comuns e Desenvolvimento Sustentá-vel

Teoria Social e transformações do capitalismo contemporâ-neo

Marcelo José Oliveira

Débora Cristina Goulart

Diogo Tourino de Sousa

Ciências Sociais e Transformações da Sociedade Contempo-rânea

Daniela Leandro Rezende

Ciências Sociais e Transformações da Sociedade Contempo-rânea

Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero – UFV Teoria Social e transformações do capitalismo contemporâneo

Vera Lúcia Travençolo

Muniz

Instituições, Recursos Comuns e Desenvolvimento Sustentá-vel

Douglas Mansur da Silva

Ciências Sociais e Transformações da Sociedade Contempo-rânea

GERAR: Grupo de Estudos Rurais - Agriculturas e Ruralidades

Instituições, política e cultura

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A colaboração dos professores do DCS com outros grupos de pesquisa forma-

dos por pesquisadores de outras instituições também é significativa, conforme ve-

remos a seguir.

Professor(a) Grupo de Pesquisa em outras instituições

Marcelo Ottoni Durante Segurança Pública, Violência e Cidade – Unifacs

Violência e Cidadania - UFRGS

Marcelo José Oliveira

Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades - UFSC

Débora Cristina Goulart

Cultura e Política do Mundo do Trabalho – Unesp

Douglas Mansur da Silva

Núcleo de Estudos e Pesquisa Social - NEPS

Centro de Estudos de Migrações Internacionais - Unicamp

Possibilidades futuras podem ser vislumbradas no que se refere à interdisci-

plinaridade, em primeiro lugar porque as ciências sociais produzem um conheci-

mento que, embora sui generis, dialoga diretamente com a filosofia, o direito, a

economia e a história; em segundo lugar, porque uma parte dos professores que

hoje compõem o DCS vieram de outros departamentos da UFV e alguns deles culti-

vam laços de pesquisa nestes departamentos de origem.

Mesmo com a recente criação, o Departamento de Ciências Sociais conta com

treze projetos de pesquisa divididos entre fomentos CNPq, Capes, Pibic, Fapemig e

Funarbe, envolvendo ao todo em torno de trinta e dois estudantes (bolsistas e vo-

luntários). Seguem os títulos dos projetos e respectivos resumos das propostas de

investigação por professor coordenador no DCS:

Pesquisas coordenadas por Maria de Fátima Lopes

“Academia e Construção do Conhecimento: ´Desnaturalizando´ as relações de

gênero a partir do Curso de Economia Doméstica na Universidade Federal de Viço-

sa” tem como objetivo analisar a institucionalização da Economia Doméstica como

um campo disciplinar que elege o universo doméstico como instância dos temas a

serem estudados cientificamente, como a economia familiar, vestuário e têxtil, habi-

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tação e decoração, nutrição e saúde, entre outros. O desenvolvimento humano no

currículo de um curso demarca a condição de gênero e ressalta o sistema de classifi-

cação que guarda homologia com a divisão social do trabalho, recorrente ainda nos

dias atuais na sociedade brasileira (Área: Antropologia - Período de vigência: 2010-

2013).

“Academia e Construção do Conhecimento: As Mediações de Gênero nos Cur-

sos de Economia Doméstica na Universidade Federal de Viçosa” objetiva analisar a

relação entre Mulher e Academia, problematizando impactos, produções, reprodu-

ções e ressignificações do conhecimento a partir do lugar ocupado pelas mulheres

em três campos disciplinares: Economia Doméstica, Pedagogia e Medicina Veteriná-

ria na Universidade Federal de Viçosa. Neste projeto, a construção e a análise da

pesquisa se dão em estreito diálogo com a Teoria Feminista, considerando, além do

gênero, outros marcadores sociais, como classe, geração, raça e localidade geopolí-

tica (Área: Antropologia - Período de vigência: 2008-2011).

Pesquisas coordenadas por Daniela Alves de Alves

“O Ensino a distância nas Ciências Sociais: recursos e materiais didáticos” ob-

jetiva pesquisar metodologias específicas de ensino a distância de Ciências Sociais

no contexto de expansão do ensino a distância no Brasil e da crescente expansão do

uso das tecnologias de informação e comunicação na vida cotidiana. A investigação

se justifica na medida em que toda pesquisa voltada para o incremento na qualida-

de do ensino de ciências sociais na modalidade a distância tende a reverter para o

incremento da qualidade do ensino presencial (Área: Sociologia - Período de vigên-

cia: 2010-2011).

"Inovações sociotécnicas e desigualdades sociais: a inclusão digital de jovens

na Microrregião de Viçosa" tem como objetivo mapear quantitativamente e qualita-

tivamente as políticas para o uso do computador e da internet pelos estudantes de

escolas públicas de ensino médio da microrregião de Viçosa, buscando avaliar as

condições de implantação política e de estrutura nas escolas, os principais avanços e

as principais dificuldades e a experiência subjetiva dos jovens com relação às TICs,

dentro e fora da escola. (Área: Sociologia - Período de vigência: 2009-2011).

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“Disciplinamento e controle: uma análise da rede de monitoramento visual

Olho Vivo” é um projeto que parte das discussões sobre as políticas e as práticas

que compõem a denominada biopolítica, no sentido dado por Michel Foucault, e

objetiva um mapeamento das implicações subjetivas e políticas da implantação das

câmeras do Projeto “Olho Vivo” na cidade de Viçosa. O termo biopolítica é utilizado

atualmente para designar e compreender as atuais práticas governamentais que,

dotadas de um caráter de controle, são investidas na resolução de problemas “mas-

sificados” da população, em prol de seu governo mais eficiente e produtivo. Através

das práticas discursivas e não discursivas dos agentes e dos discursos presentes nas

políticas, são mapeadas as modalidades de poder mobilizadas no projeto “Olho V i-

vo”. O projeto também objetiva identificar as representações da população a respei-

to das câmaras de segurança e da implantação deste projeto. Na investigação, são

utilizadas: a) pesquisa documental, análise dos documentos relativos as leis munici-

pais de segurança pública; b) entrevistas com os agentes públicos do Estado envol-

vidos no Projeto; c) entrevistas com transeuntes que circulem diariamente pelas ru-

as em que as câmeras estão instaladas ou tenham pontos comerciais e residenciais

ao alcance das câmeras. (Área: Sociologia – Período de vigência 2012-2013).

Pesquisas coordenadas por Douglas Mansur da Silva

“Cultura cosmopolita versus identidade local? Tensões, divergências e cone-

xões entre moradores de uma cidade da Zona da Mata Mineira” objetiva fazer

etnografia das imagens recíprocas e das relações, tensões, conexões e assimetrias

de poder entre moradores de Viçosa/MG, nativos e migrantes. Entre os objetivos

específicos estão: refletir sobre as relações entre cosmopolitismo e identidade local;

compreender as percepções dos diferentes moradores acerca da cidade e de suas

assimetrias; discutir sobre as formas de mobilidade humana contemporânea e suas

relações com a temática das fronteiras (materiais, espaciais, políticas, simbólicas) e

seu entrecruzamento; e identificar formas de segregação, sociabilidade, territoriali-

dades e configurações do espaço público na cidade, apreendidas tanto em suas for-

mas discursivas e performáticas, quanto imagéticas (Área: Antropologia - Período de

vigência: 2010-2012).

“Um novo interior? Migração na microrregião da Zona da Mata, de Viçosa pa-

ra outras cidades nas décadas de 1960 e 1970 e seus efeitos locais”, objetiva estudar

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a percepção de moradores e migrantes de cidades da microrregião de Viçosa acerca

das mudanças econômicas, políticas e socioculturais ocorridas em seus municípios,

decorrentes do significativo êxodo de parte da população desta região nas décadas

de 1960 e 1970. Outro objetivo consiste em identificar possíveis redes sociais - de

remessa de dinheiro (capitais), mas também de signos, que mantiveram os migran-

tes em contato com as localidades de origem, produzindo efeitos locais (Área: An-

tropologia - Período de vigência: 2010-2011).

Pesquisa coordenada por Marcelo José de Oliveira

“Memória Social e Patrimônio Cultural Imaterial: tradição afrodescendente

como conhecimento praticável na atualização de um presente em mudanças na Zo-

na da Mata Mineira” tem como objetivo compreender os processos de elaboração e

reafirmação do conhecimento popular de moradores afrodescendentes de dois mu-

nicípios da região da Zona da Mata Mineira, Paula Cândido e Viçosa, que se constitui

como “memória social”, delimitando-o como bem que compõe o “Patrimônio Cultu-

ral Imaterial”. A proposta ampara-se nos artigos de Lei para avaliação deste patri-

mônio que se consolida em conhecimentos como “histórias de vida”, “manifesta-

ções religiosas”, “versos”, “cantigas”, “ditos populares” e “causos”, que se fazem

como formas de viver e de identidade de grupo em características étnicas dinâmicas

(Área: Antropologia - Período de vigência: 2012-2013).

Pesquisa coordenadas por Marcelo Ottoni Durante

“Qualidade de Vida dos Alunos da UFV” tem como meta aplicação de survey

pela Empresa Júnior de Ciências Sociais junto aos alunos de graduação da UFV, vi-

sando a monitorar a qualidade de vida dos alunos e sua percepção sobre o que é

necessário para ter qualidade de vida e produzir subsídios para o desenvolvimento

de políticas públicas. (Área: Sociologia – Período de vigência 2010-2011).

“Perfil dos Acidentes de Trânsito em Viçosa” objetiva produzir um diagnósti-

co dos acidentes de trânsito em Viçosa em termos da sua incidência e fatores de-

terminantes, visando a subsidiar a execução de uma campanha educativa junto à

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população de Viçosa para promover a paz no trânsito. (Área: Sociologia – Período

de vigência 2010-2011).=

“Avaliação da Polícia Comunitária no Brasil” é um projeto desenvolvido em

parceria com o Grupo de Pesquisa de Violência e Cidadania / UFRGS e tem como

meta uma avaliação nacional dos programas de polícia comunitária empreendidos

pelos órgãos de segurança pública em âmbito estadual e municipal, visando a iden-

tificar a consolidação cultural e institucional da estratégia da polícia comunitária.

(Área: Sociologia – Período de vigência 2011-2012).

“Vitimização em Viçosa” (2012) trata da realização de survey, em parceria

com o Instituto de Pesquisa Census, visando a traçar o perfil da vitimização da po-

pulação de Viçosa e a qualidade do atendimento prestado pelos órgãos de segu-

rança pública às vítimas da violência e criminalidade. (Área: Sociologia – Período de

vigência 2012).

“Exclusão Social das Mulheres Negras” (2012) envolve a realização de survey

representativo da população de Viçosa, visando a identificar a situação de exclusão

social das mulheres negras, tendo como eixos de análise o acesso a serviços públi-

cos, a atividades profissionais, a atividades de lazer e à informação. (Área: Sociolo-

gia e Antropologia – Período de vigência 2012).

Além dessas pesquisas, aquelas desenvolvidas no âmbito da antropologia têm

como objeto a temática das mudanças sociais e culturais frente ao impacto das mu-

danças econômicas em diferentes contextos de produção de conhecimento popular

regional e científico. Os temas migração, conflito e diferença, identidade étnica, gê-

nero e raça, se articulam em diferentes projetos.

Um dos projetos em andamento, coordenado pela Profa. Maria de Fátima Lo-

pes, trata dos "acordos bilaterais" entre o Brasil e a América do Norte nos anos 50,

nos estudos do mundo doméstico. Neste projeto, são analisadas as relações entre

mulheres e a ciência através do estudo de caso da criação da Economia Doméstica

no Brasil. A clara preocupação com a temática de gênero também se repete em

pesquisa conduzida pela mesma pesquisadora sobre a trajetória científica de mulhe-

res na década de 50. Com tais investigações, objetiva-se fornecer dados para a críti-

ca feminista à teoria do conhecimento, uma vez que levanta problemas teóricos so-

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bre a assimetria de poder nos domínios científicos e da maneira como o conheci-

mento é socialmente construído. O tema do gênero é também objeto das investiga-

ções na ciência política, nos estudos que versam sobre a relação entre gênero e le-

gislativo, e na sociologia, nos estudos de gênero, raça e cidadania, como o projeto

sobre inclusão social de mulheres negras na Zona da Mata Mineira.

A pesquisa sobre gênero e legislativo na América Latina, investigação de dou-

toramento da professora Daniela Leandro Rezende, objetiva analisar a efetiva inclu-

são de mulheres no legislativo, atentando não apenas para motivações individuais

para a atuação parlamentar, mas também para as regras que organizam o processo

decisório e normas informais que interagem com aquelas. Nesse sentido, a pesquisa

em desenvolvimento pode ser entendida como uma espécie de releitura das análi-

ses desenvolvidas no campo dos estudos de gênero, à luz de pesquisas sobre insti-

tuições políticas e processo decisório. O foco, portanto, refere-se às regras e proce-

dimentos que afetam o comportamento dos atores políticos, considerando secundá-

rio, mas não menos importante, o debate sobre representação substantiva, repre-

sentação de perspectivas ou política da presença.

A inclusão social e a diferença permeiam vários dos trabalhos de investigação:

tecnológica, de gênero, de raça, cultural. No que se refere ao tema do conhecimen-

to científico ou acadêmico, ele também é objeto de investigação da sociologia, a-

través da análise das políticas públicas de ciência e tecnologia no Brasil8, e também

nas pesquisas sobre o impacto das ciências sociais no ensino médio, nas escolas pú-

blicas brasileiras9. A estes projetos de pesquisa em desenvolvimento somam-se os

trabalhos de pesquisa na área de pensamento político brasileiro, expressos na pes-

quisa de doutoramento do professor Diogo de Sousa Tourino, que versa sobre as

aproximações entre o pensamento conservador brasileiro e parte da tradição repu-

blicana, no século XIX.

Além disto, o Departamento de Ciências sociais tem produzido pesquisas cujo

objetivo é recolher subsídios para avaliação de políticas institucionais, tais como a

avaliação do Pibid (Programa de Iniciação a Docência da UFV).

8 Projeto coordenado pela Profa. Daniela Alves de Alves. 9 Pesquisa coordenada pelo Prof. Diogo Tourino de Sousa.

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Atualmente há oito bolsistas de iniciação científica no departamento, uma

bolsa BAT/Fapemig e duas bolsas de pós-doutorado. Dos 12 pesquisadores do corpo

docente integrantes dos Grupos de Pesquisa do Departamento, temos a seguinte

quantificação de produção entre os anos 2008 e 2011:10

3. PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

O DCS, com três anos de existência, vem consolidando redes internas e exter-

nas de pesquisa sob influência das especificidades de formação de seu corpo docen-

te, que tem no seu quadro professores de origens institucionais diversas e de alta

qualidade na área de ciências sociais11. O movimento para criar um programa de

mestrado num futuro breve conduz ao desafio dos trabalhos interdisciplinares e in-

terinstitucionais.

O empreendimento atual dos professores é de consolidar a pesquisa, em con-

sonância com o ensino e a extensão, valorizando a experiência da trajetória indivi-

dual de cada pesquisador, a complementação entre metodologias qualitativas e

quantitativas e as abordagens reflexivas das ciências sociais.

Espera-se expandir os estudos clássicos em ciências sociais, voltados à com-

preensão das relações sociais, das organizações e instituições sociais, do impacto

que a vida coletiva exerce sobre o indivíduo e dos tipos e formas de associação hu-

mana, tendo como parâmetro os processos de mudanças sociais, contribuindo para

a compreensão das realidades local e global.

10 Fonte: ‹http://www.cnpq.br/gpesq/apresentacao.htm› (Acesso em 13/12/2011). 11 Dos 12 professores efetivos, 4 deles cursaram ou cursam (1 professor) doutorado com nota 7, atribuída pela Capes na avaliação 2010. Um doutorado em curso nota 6 e dois em curso nota 5.

2008 2009 2010 2011 Total

Produção Biblio-

gráfica 18 23 41 29 111

Orientação Con-

cluída 21 6 15 3 45

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DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - DCM/UFV:

DETERMINANTES E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Soraya Maria Ferreira Vieira12

1. INTRODUÇÃO

O curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal de

Viçosa, em funcionamento desde 2001, foi implementado com o intuito de conciliar

demanda locais e regionais com as especificidades do campo de atuação profissional

do jornalismo. O curso foi aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão –

Cepe/UFV, Ata n 360 de 12 de julho de 2000, reconhecimento pela Portaria MEC

n.555 de 25 de fevereiro de 2005. Composto por nove docentes efetivos, dois

docentes afastados em capacitação e dois substitutos. A parte administrativa conta

com um assistente em administração e um funcionário contratado. Em 14 de

outubro de 2009 foi criado o Departamento de Comunicação Social (DCM),

Resolução 18/2009/Consu. Neste mesmo ano, ele recebeu o título de melhor curso

de jornalismo do Brasil (Enade) e vem mantendo 4 estrelas no Guia do Estudante

desde 2009.

No período de 2008 a 2011, o curso foi ganhador no Expocom – regional

maior evento na área de comunicação realizado anualmente, de 16 projetos nas

áreas de jornalismo visual, radiojornalismo, fotografia artística, jornal-laboratório,

blog, website, produção multimídia. Em âmbito nacional, no mesmo período, foi

vencedor nas áreas de jornalismo visual, radiojornalismo, fotografia jornalística,

website, produção multimídia e programa laboratorial de radiojornalismo.

Espera-se que o egresso deste curso esteja preparado para atuar nos mais

diferentes contextos profissionais do campo de trabalho. Em termos gerais, o

jornalista formado no curso deverá ser um profissional com qualificação técnica

para produção, tratamento e gerenciamento dos fluxos de informação e

comunicação de natureza jornalística nos meios de comunicação convencionais

12 Na época do II Fórum do CCH era Professora Adjunta 3 do Departamento de Comunicação Social da UFV. Hoje é Professora Adjunta 4 da FACOM - Faculdade de Comunicação do Departamento de Comunicação e Artes da UFJF. É Mestre e Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

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(rádio, televisão, cinema, revista e jornal); nas novas mídias, como os canais de TV a

cabo, multimídia e internet; nos departamentos de comunicação de instituições

governamentais, de autarquias e de empresas comerciais, industriais e de serviços;

e nas assessorias de imprensa e de comunicação. Neste contexto de atuação, o

egresso deve estar apto a compreender as especificidades de linguagem de cada

suporte, visando a produzir informações de caráter jornalísticas de acordo com os

formatos e processos de produção consolidados e emergentes.

De forma complementar, a partir de um embasamento de caráter

humanístico e conceitual, o egresso deve estar apto a interpretar o complexo

contexto de atuação do “mediador” jornalista na sociedade contemporânea, tendo

em vista principalmente os aspectos éticos da atuação profissional e social. A partir

de uma leitura crítica da realidade social e do campo da comunicação, espera-se que

atue priorizando a informação de interesse público e a construção de uma

sociedade mais justa e democrática. A capacidade de inovar e experimentar novas

linguagens do jornalismo assim uma compreensão das rápidas mudanças

tecnológicas e conceituais da área são também habilidades e competências

esperadas dos alunos após o ingresso no mercado de trabalho.

Neste contexto, o curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFV busca

fornecer aos discentes uma formação universitária que combine o domínio das

habilidades técnicas inerentes à profissão com uma forte visão humanista e ética da

realidade social, econômica e cultural em que sua atuação está situada. O fato de

estar sediado em uma cidade do interior de Minas Gerais, na região da Zona da

Mata Mineira, foi também fator decisivo para a concepção e implementação do

curso. As especificidades da prática do jornalismo em cidades de pequeno e médio

porte, por exemplo, são preocupações que norteiam as atividades de ensino,

pesquisa e extensão executadas pelo curso.

Uma carga horária significativa do curso é composta por disciplinas de caráter

teórico/conceitual do campo da Comunicação Social e de Ciências Humanas em

geral. Disciplinas como Teorias da Comunicação, Estática da Comunicação e

Comunicação Comparada procuram abordar temas históricos e contemporâneos

sobre o fenômeno da comunicação, situando seu papel central na sociedade atual.

Disciplinas oferecidas por outros departamentos da UFV, como Letras, História,

Economia Rural, Economia e Direito, compõem a matriz curricular obrigatória do

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curso e permitem aos alunos um contato não apenas com teorias e autores clássicos

das Ciências Humanas, mas ainda com docentes e discentes de outras áreas de

formação, ampliando uma visão de mundo esperada de um bom jornalista. Neste

sentido, aliada às especificidades do campo da Comunicação Social/Jornalismo, a

diversidade acadêmica e cultural surge no campus de Viçosa como uma das facetas

que influenciam positivamente o ensino-aprendizagem do jornalismo.

Além do ensino, o curso vem procurando oferecer atividades de pesquisa e

extensão que explorem ao máximo as vocações institucionais, regionais e do corpo

docente e discente. Projetos elaborados por professores do curso e registrados

junto à Universidade possibilitam aos alunos a participação em discussões, trabalhos

de campo, pesquisas e outras atividades realizadas dentro e fora da UFV.

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Deve-se assinalar que a pesquisa em si no Departamento de Comunicação –

DCM é intrinsecamente interdisciplinar, pois seu campo já vem marcado por essa

característica, ou seja, as teorias da comunicação importam para dar

fundamentações teóricas ao seu campo de referências, de metodologias

decorrentes, sejam elas das Ciências Sociais, da Literatura, da Economia Política,

das Artes/Estética, da Cibercultura e, mais atualmente, das Ciências Cognitivas.

Entretanto, em termos de pesquisas oficialmente efetuada e proposta de maneira

interdepartamental dentro da própria UFV ou externamente a ela, o departamento

ainda não apresenta resultados que possam servir de exemplo a esta prática.

Cabe mencionar que as monografias de conclusão de curso dos alunos

apresentam relações que apontam para o exercício da interdisciplinaridade, já que o

departamento não conta com curso seja de pós-graduação, stricto ou lato sensu. No

primeiro gráfico abaixo, temos o total de monografias defendidas, fruto do trabalho

de pesquisa de alunos orientados pelos professores.

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No segundo gráfico, já se vislumbra a diversidade de áreas dentro do campo

da comunicação, sendo que no tocante a área jornalismo, com 47% do total, são

apresentadas pesquisas na área de telejornalismo e práticas jornalísticas advindas

de outras áreas como jornalismo impresso, jornalismo literário, meio ambiente, que

ainda não se encontram catalogadas de maneira adequada dentro do campo da

comunicação.

O gráfico a seguir mostra algumas palavras-chave mais utilizadas, no entanto

a palavra Comunicação apresenta um total de 48% de citações. Mas cabe ressaltar

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC

POR ANO - CURSO DE JORNALISMO

2004 A 2010

13 4

42

4837

35

332004 2005

2006

20072008

2009

2010

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC

POR ÁREA - 2004 A 2010

29%

7%

47%

4%4%

6% 3%

Comunicação

Documentário

Jornalismo

Radiojornalismo

Cinema

Fotojornalismo

Multimídia

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que a palavra ganha uma amplitude grande, pois sua compreensão no campo tem

ido bem além da compreensão no âmbito do estudo dos meios de comunicação,

entrelaçando as pesquisas para além do campo disciplinar, indo ao encontro dos

estudos da cultura popular, da história oral, da literatura e da informática.

Entretanto, estes cruzamentos ainda não foram devidamente sistematizados.

O Departamento conta com a seguinte linha de pesquisa registrada junto à

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFV: Comunicação, Sociedade e

Cultura. Entretanto, esta linha respondia aos anseios de englobar a maior parte dos

professores que antes estavam lotados no antigo DAH-Departamento de Artes e

Humanidades, que hoje não condiz mais com a realidade do DCM, precisando assim

ser revista e ampliada.

Existem três grupos de pesquisa vinculados ao CNPq: ”Comunicação,

Linguagem e Tecnologia”, “Assessoria de Imprensa” e “Jornalismo Impresso”. Em

2011, contava com 15 projetos de pesquisa registrados na UFV, sendo sete em

andamento, com quatro bolsas de pesquisa. O foco tem sido para jornalismo,

telejornalismo, multimídia, meio ambiente, jornalismo científico, linguagem popular,

crônica esportiva, grupos religiosos, jornalismo comunitário, gênero, tecnologia e

práticas colaborativas.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC - ÁREA DE COMUNICAÇÃO

PALAVRAS CHAVES MAIS UTILIZADAS

2004 A 2010

Comunicação

48%

Assessoria de Imprensa

19%

Comunicação Empresarial

14%

Comunicação Organizacional

11%

Indústria Cultural

8%

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3. PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

Retornando à área de conhecimento em que a Comunicação se inscreve, a

das Ciências Sociais Aplicadas, frisa-se que a Comunicação não visa apenas ao

objetivo fundamental de pensar os processos de comunicação, mas também ao

objetivo de pensar a sua epistemologia, pensar a produção de sentido dado às

mídias. Aliás, trata-se de um campo que tem produção estrondosa não apenas

nacional, mas internacionalmente, com suas associações e periódicos próprios

recomendados pela Qualis.

Portanto, a parte mais popularizada e divulgada como sendo ofício da

Comunicação é a formação prática, que recebe ênfase na graduação,

completamente contemplada no Curso. Além deste fato, devemos lembrar que a

pesquisa em comunicação tem tentado transformar a realidade midiática em seu

próprio objeto do conhecimento, tamanha e explosiva tem sido o fenômeno da

comunicação. Vale citar todas as diferentes formas de linguagem possíveis com a

convergência das mídias, que com muita força tem se lançado na pesquisa e ensino.

A questão da pertinência da pesquisa em Comunicação deve ser uma

preocupação constante da UFV. É sabido que os estudos de comunicação têm

procurado desenvolver metodologias para a compreensão de objetos e linguagens

novas que surgem, como, por exemplo, a pesquisa em multimeios, sons, imagens,

representação cultural, cultura das mídias e cibercultura.

Após esses quase três anos de existência, o DCM já vem projetando a

possibilidade de em um futuro próximo expandir seu campo de ação para outras

habilitações de acordo com as demandas já verificadas do nosso corpo discente, que

vem das regiões vizinhas de Ubá, Coronel Pacheco, Visconde do Rio Branco, Juiz de

Fora e até mesmo de outros Estados. Além disto, tem mostrado condições de em

breve oferecer curso lato sensu em áreas afins ao Jornalismo em razão da

contratação de novos professores e a partir da concretização do Plano de

Capacitação dos Docentes, que começa a entrar em vigor. Boa parte de nossos

egressos e outros alunos já formados em outros Cursos poderiam ter essa

oportunidade de retornar à Instituição, refletindo a política institucional de pesquisa

que dá sustentação aos cursos da UFV.

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A questão da pertinência da pesquisa em Comunicação deve ser uma

preocupação constante da UFV. A partir das pesquisas até agora realizadas e muitas

sem registro, começa-se a delinear as linhas de pesquisa, bem como os objetos de

estudos possíveis dentro do DCM. É sabido que os estudos de comunicação têm

procurado desenvolver metodologias para a compreensão de objetos e linguagens

novas que surgem. O aprofundamento e a expansão da área vêm exigindo novos

desafios do campo da comunicação. Exemplo disto é que, desde sua criação, o curso

de Comunicação Social esteve presente entre os de maior procura na UFV.

Com o evento II Fórum de Pesquisa do CCH: Interdisciplinaridade,

ficaram claros alguns desafios para o DCM como a necessidade de aprofundar as

reais especificidades da área de comunicação do DCM, organização das áreas no

próprio departamento, reflexão sobre o campo da comunicação, e de sistematizar

conhecimentos e metodologias que mostrem a interdisciplinaridade com outras

áreas como antropologia, ciências sociais, letras, história, arquitetura, a partir de

pesquisas que vêm sendo realizadas, procurando construir e sistematizar saberes

compartilhados com outros departamentos, delinear as linhas de pesquisa, bem

como os objetos de estudos no Departamento e sobretudo construir os grupos de

pesquisa de maneira a propiciar o hábito de pesquisa junto aos alunos, nossos

futuros pesquisadores.

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DEPARTAMENTO DE DIREITO - DPD/UFV: DETERMINANTES E

PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Guilherme Nacif de Faria

1. INTRODUÇÃO

O projeto inicial da UFV para o curso de Direito era o de um curso voltado pa-

ra a pesquisa e desenvolvimento do direito agrário. Os moldes pensados eram pró-

ximos daqueles existentes na Universidade Federal de Goiás. O início do seu funcio-

namento, em 1992, se deu com essa expectativa, que se pudesse estabelecer aqui

toda uma massa crítica que pensasse, desenvolvesse e propusesse novas diretrizes

ao direito agrário e ambiental (ainda incipiente) para o Brasil. Entretanto, a proposta

visionária não resistiu aos primeiros anos de funcionamento do curso. Os primeiros

anos do vestibular mostraram uma demanda excepcional para o curso, com uma

relação candidato/vaga média de 32 nos primeiros 10 anos. A maioria desses alunos

era proveniente do meio urbano, sem qualquer vínculo pessoal ou interesse direto

pelas questões agrárias e/ou ambientais. Some-se a isso o fato de que as disciplinas

de direito agrário e ambiental ficaram no final da grade curricular do curso e, assim,

houve demora na contratação de professores para essas áreas e na largada pela dis-

puta de corações e mentes estudantis.

Com a força de uma doutrina mais vibrante e cotidiana, os alunos e professo-

res se viram logo envoltos nas questões da filosofia e dos direitos civil e penal, para

onde vieram os primeiros professores contratados. Naquela época, o direito agrário

sofria de importante anquilose doutrinária. Arcaico e sem imaginação, o direito

agrário estava quase relegado ao limbo doutrinário. Poucas universidades no Brasil

se arriscavam a contar com essa disciplina nos seus currículos. Já o direito ambiental

e as importantes questões que o envolvem ainda não haviam despertado as aten-

ções.

A ideia tinha sua lógica. A UFV foi primeiramente reconhecida pela sua exce-

lência nas ciências agrárias, da economia rural à zootecnia, passando pelas engenha-

rias florestal, ambiental, agrícola e de alimentos, agronomia, cooperativismo e ou-

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tros. Um curso de Direito dentro do campus de Viçosa teria na mão todo um arsenal

pronto de conhecimentos técnicos, de inovações tecnológicas e de soluções criati-

vas para ser transformado em novos estudos jurídicos. Para os projetistas do curso,

só a demanda por conhecimento de regulamentação normativa por parte dos seto-

res técnicos da UFV já seria suficiente para deixar ocupados os pesquisadores do

Direito que aqui se estabelecessem. Mas não foi o que aconteceu. Ao se estabelece-

rem, os professores de direito agrário e ambiental já encontraram no Departamento

de Direito (DPD) os grupos de pesquisa que atuavam em áreas tão díspares como

filosofia do Direito ou propriedade intelectual de novas tecnologias.

Um segundo fator, dessa vez estrutural, contribuiu para o fracasso do projeto

inicial. Como era regra na época, os mestrados e doutorados em Direito eram feitos

não em linhas de pesquisa, mas em ramos do direito. Dessa forma, aos poucos fo-

ram sendo incorporados professores com treinamento na sua área específica de en-

sino, seja direito civil, comercial, constitucional e administrativo, sem uma interse-

ção de pesquisa e sem um objetivo coletivo. Além desses professores, houve outros

com treinamento no nível de mestrado em extensão rural, feitos na própria UFV. À

exceção destes últimos, que tinham um núcleo comum de pesquisa voltada à temá-

tica da extensão rural, todos os outros trabalharam temas que em nada contribuíam

para o estabelecimento da pesquisa em direito agrário e ambiental. Esta fragmenta-

ção foi decisiva para o atraso no desenvolvimento da pesquisa no Departamento de

Direito.

2. A PESQUISA DO DEPARTAMENTO DE DIREITO

O entrosamento inicial e a unificação dos objetivos esperados acabaram não

acontecendo e o Departamento teve que buscar seu próprio caminho de desenvol-

vimento acadêmico. Os primeiros projetos de pesquisa foram iniciados de forma

individual e, por isso, fragmentada, tendo faltado uma nuclearização das ideias que

pudessem frutificar em duas consequências: um núcleo de pesquisa que se sobres-

saísse e servisse como meio amalgamador dos objetivos científicos e/ou em um

programa de mestrado acadêmico com sólida qualidade e concentração temática de

publicações.

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Mas aquele escopo inicial para o curso de Direito não foi de todo perdido. A

UFV tem o condão de mesclar os alunos dos vários matizes científicos. A universida-

de, em que pesem seus quase 15 mil alunos, os aproxima em um campus agradável

e em uma convivência fraternal. Nesse ambiente, os alunos de Direito se aproxima-

ram e conheceram outras ciências, grande parte delas agrárias, e se embrenharam

em novos desafios intelectuais. Foram vários aqueles que fizeram a sua iniciação

científica em outros departamentos e institutos, bem como mestrado e doutorado

em áreas como a ciência florestal, extensão rural, administração e nas economias

rural e doméstica. O aluno do Direito se reconheceu como pertencente a um mundo

fático e real. Nada lhe era estranho. Percebeu que o mundo das outras ciências era

também o dos fatos jurídicos e, por mais estranha que lhe parecesse aquele outro

ramo do conhecimento, ele tratava dos fatos da vida e dos fatos sociais. Portanto,

havia que ser percebida, analisada, decifrada e, talvez, regulamentada pelo Direito.

A essa nova circunstância se uniu aquela anterior, a dos professores treinados

nos seus respectivos ramos de ensino do Direito. A fragmentação da formação inte-

lectual do grupo de professores mestres e doutores permitiu que a orientação de

novos trabalhos se desse de forma interdisciplinar, qual seja, com professores de

outros departamentos mesclando áreas de conhecimento em uma novidade de as-

pectos atuais, com valor empírico e aplicabilidade.

Com uma convivência cada vez maior, foi natural a aproximação dos temas ju-

rídicos com os centros de ciências agrárias, biológicas e exatas, pela própria quali-

dade da massa crítica já existente nesses centros, pela projeção nacional em pesqui-

sa, pela metodologia mais apurada e pelo know-how burocrático.

O resultado foi que, aos poucos e por vias transversas e tortuosas, o destino

da pesquisa no Departamento de Direito se aproximou daquele traçado pelos seus

idealizadores.

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As primeiras publicações

As primeiras produções do Departamento foram fruto dos mestrados dos professo-

res Fernando A. Galvão da Rocha13 e Carlos Roberto Ramos14, nas áreas de direito

penal e constitucional, respectivamente.

Seguiu-se a esses trabalhos, o trabalho da professora Fabiana de Menezes So-

ares15, na área de direito administrativo. Nenhuma dessas publicações tinha qual-

quer envolvimento com a área agrária e ambiental, com alguma área de pesquisa da

UFV ou qualquer interseção entre si.

O primeiro livro, fruto das vicissitudes do Departamento de Direito e da UFV,

foi publicado por um aluno, Marcelo Dias Varella, ultimanista do curso e bolsista do

Bioagro, onde atuou orientado pelo professor Evaldo Vilela. O trabalho refletia as

possibilidades de sinergia científica entre o Departamento de Direito e os demais

órgãos da UFV, representando uma novidade jurídica em termos nacionais16. A par-

tir desse primeiro caminho, outras possibilidades interdisciplinares começaram a ser

exploradas nas áreas de direito cooperativo pelo professor Renato Lopes Becho, que

resultaram em trabalhos posteriores17, e pela professora Patrícia Aurélia Del Nero18.

Outras publicações desses mesmos autores também foram fomentadas pelo ambi-

ente científico da UFV e levaram a marca da nossa interdisciplinaridade19.

13 ROCHA, Fernando Antônio N. Galvão da. Noções elementares sobre a teoria do crime. Viçosa, MG: Im-

prensa Universitária da Universidade Federal de Viçosa, 1993. 14 RAMOS, Carlos Roberto. Da medida provisória. Belo Horizonte: Del Rey, 1994. 15 SOARES, Fabiana de Menezes. Direito administrativo de participação – cidadania, Estado, Direito e muni-cípio. Belo Horizonte: Del Rey, 1997. 16 VARELLA, Marcelo Dias. Propriedade intelectual de setores emergentes. Biotecnologia, fármacos e in-formática. São Paulo: Atlas, 1996. 17 BECHO, Renato Lopes. Elementos de direito cooperativo. v. 1, São Paulo, Dialética, 2002. e BECHO, Rena-to Lopes. Problemas atuais do direito cooperativo. São Paulo, Dialética, 2002. 18 DEL NERO, Patrícia Aurélia. Propriedade intelectual: a tutela jurídica da biotecnologia. São Paulo, RT, 1998 e 2004, bem como outras obras publicadas nesse mesmo tema. 19 Dentre outros citamos VARELLA, Marcelo Dias. Introdução ao direito à reforma agrária. Editora de Di-reito, 1998; O direito agrário em debate. Livraria do advogado, 1998; o novo em direito ambiental, Del Rey, 1998. Biossegurança e biodiversidade, Del Rey, 1999. Esse último em conjunto com Fernando Galvão da Rocha e Eliana Fontes, dois egressos dos quadros docente e discente da UFV.

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As pesquisas interdisciplinares

Durante esses anos, o curso de Direito forneceu alunos pesquisadores para

outros cursos de pós-graduação da UFV, estabelecendo uma saudável cooperação

entre os programas de mestrado e doutorado já consolidados e de reconhecimento

nacional. A cooperação rendeu frutos, pois aproximou os professores do Direito das

outras áreas, onde coorientaram diversas dissertações e teses. A variedade de te-

mas estudados foi da Extensão Rural20 à Engenharia Florestal21, passando pela Eco-

nomia Doméstica22, Ciência da Computação23 e Administração24.

Os grupos de pesquisas

Aos poucos, a convivência com outros núcleos de pesquisa e o amadureci-

mento intelectual e metodológico do grupo foi resultando no aparecimento de gru-

pos de pesquisa registrados. Os principais foram aqueles ligados à pesquisa da pro-

20 Como exemplos: VIANA, Luciana Maroca de Avelar. Eficácia e legitimidade da lei de crimes ambientais. Dissertação, 2008. COLLI, Luciane Rinaldi. O MST e garantias constitucionais: uma abordagem jurídico-social dos conflitos agrários, 2001. GOUVEIA, José Geraldo Campos. A conciliação na justiça do trabalho como restrição dos direitos do empregado rural, 2001. TAFURI, Silvana Amanda Amaral. Participação po-pular na implementação de políticas públicas municipais, 2001. REZENDE, Leonardo Pereira. Participação e estruturas de oportunidades políticas no licenciamento ambiental de barragens hidrelétricas. 2003. FARIA, Jacinta de Lourdes de. Conflitos e participação da sociedade civil na instalação do comitê da bacia hidrográfica do rio doce. 2004. CHAGAS, Ediney Neto. Apreensão, implementação e gestão da proprieda-de intelectual nas instituições públicas de ensino superior. 2004. BRANDÃO, Cândice Lisboa. Assentamen-tos rurais e licenciamento ambiental em Minas Gerais. 2006. TEIXEIRA, Daniele Rodrigues Marota. As or-ganizações patronais rurais e a política de reforma agrária na nova república. OLIVEIRA, Douglas Luis de. Uma visão do licenciamento ambiental sob a perspectiva da teoria da administração consensual. 2008. LELIS, Davi Augusto Santana de. Entre o discurso e a norma: uma análise sobre o procedimento legiferan-te em torno do novo código florestal. 2011. 21 VIANA, Eder Cristiano. Tese: O processo de positivação do direito ambiental e o ideal de desenvolvi-mento sustentável. Mestrado e doutorado em Ciências Florestais, 2004 e 2009. ROCHA, Renata Rodrigues de Castro. Tese: A revisão do tratado de Itaipu e a necessidade de um novo marco regulatório para a compensação financeira pelo uso dos recursos hídricos. Um desafio para o Brasil de 2023. Mestrado e doutorado em Ciências Florestais, 2007 e 2012. 22 Como exemplos: RABELO, Iglesias, Fernanda de Azevedo. Importância das transferências e trocas no contexto familiar. 2006. LEAL, Sônia Maria Rigueira Andrade. Separação e divórcio: conflitos conjugais e qualidade de vida. 2008. FARIA, Carla Beatriz de. União afetiva e conjugalidade. 2008. 23 QUIRÓZ BATRES, Eduardo Jaime. Ferramenta de apoio à interpretação e classificação de textos jurídicos. 2003, UFMG em conjunto com o Departamento de Ciência da Computação da UFV. 24 MARTINO JÚNIOR, Randolpho. Gestão administrativa e eficiência dos gastos públicos com saúde. 2011.

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priedade intelectual e à transferência de tecnologia e ao desenvolvimento de cadei-

as produtivas, com estudo de seus aspectos jurídicos, econômicos e comerciais.

Essa última linha de pesquisa resultou num convênio e envio de estudantes para

períodos de estudo e pesquisa na Facultá di Giurisprudenza Dell’Università di Bari e

no Instituto di Diritto Agrário Internazionale e Comparato, em Florença, Itália.

Na área do direito privado, em que envolvem as questões de direito civil, em-

presarial e internacional privado, há destaque para o grupo de pesquisa da Conven-

ção de Viena sobre os contratos internacionais de compra e venda de mercadorias

e sua aplicação no Brasil25. Essa pesquisa, além de proporcionar o treinamento de

professores do DPD, permitiu o estabelecimento de vínculos com a com a Université

Robert Schuman, de Strasbourg, onde atualmente mais um professor está pronto

para defender sua tese na área de direito das cooperativas26, ramo de estudo ainda

pouco desenvolvido no Brasil e que teve algumas de suas primeiras publicações co-

mo fruto da integração do DPD à UFV27.

Além disso, várias pesquisas e publicações têm sido desenvolvidas por pro-

fessores do DPD, como consequência dos seus trabalhos de pós-graduação, como

exemplificam as publicações dos professores da área28.

3. PERSPECTIVAS DE PESQUISAS E POSSIBILIDADES FUTURAS

Para o novo milênio, a Capes mudou sua orientação sobre a pesquisa de pós-

graduação no Brasil. Para o Direito, deixarão de existir os mestrados acadêmicos e

doutorados em áreas como os ramos do Direito. Os pesquisadores se agruparão em

25 Grupo orientado pela profª. Iacyr de Aguilar Vieira, que conta com duas publicações no exterior sobre o assunto: VIEIRA, Iacyr de Aguilar. L’applicabilité et l’impact de la Convention des Nations Unies sur le con-trats de vente internationale de merchandises au Brésil. Strasbourg: Presses Universitaires de Strsabourg, 2010. VIEIRA, Iacyr de Aguilar. La Convention des Nations Unies sur le contrats de vente internationale et son applicabilité au Brésil. Lille: ANRT – Université de Lille, 2005. 26 FERRAZZA, Regel Antônio. 27 Vide acima, as publicações de BECHO, Renato Lopes. 28 OLIVEIRA NETO, Geraldo Honório de. Manual de direito das marcas: aquisição da propriedade, posse, direito de precedência ao registro e proteção contra a fraude e a concorrência desleal. São Paulo: Pillares, 2007. PEREIRA, Alexandre Pimenta Batista. Negócio jurídico inoficioso: contributo à teoria da redução do negócio jurídico. São Paulo: Pillares, 2010. PEREIRA, Alexandre Pimenta Batista. Bens acessórios: acessões, partes integrantes e pertenças. Curitiba: Juruá, 2010.

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torno de linhas de pesquisa que deverão congregar ideias e criar sinergias de desen-

volvimento intelectual dos grupos, quase uma perspectiva beneditina de desenvol-

vimento da pesquisa na era da informação. Entretanto, ainda falta muito do instru-

mental metodológico e cultural para esse passo.

O trabalho em torno de linhas e grupos de pesquisas pressupõe uma tecnolo-

gia de trabalho interdisciplinar, com metodologia apropriada e diálogo qualificado.

Esses requisitos são difíceis de encontrar em faculdades de Direito que, tradicional-

mente, são refratárias a investidas interdisciplinares e fechadas em si mesmas, qua-

se como guardiãs do hermetismo jurídico.

Entretanto, ao contrário da maioria das outras faculdades e universidades de

Direito do país, o curso da UFV aprendeu a lidar com essas diversidades, soube se

inserir e tirar proveito das áreas de destaque na pesquisa já existentes e desenvol-

veu seu corpo docente no diálogo interdisciplinar.

Falta-nos o grande passo, a consolidação de um programa de pós-graduação

stricto sensu. Para isso, o DPD busca parceria com departamentos de Direito de ou-

tras universidades, bem como avença a possibilidade de constituir uma pós-

graduação em conjunto com outros órgãos da UFV.

Desde 2007, o conjunto dos professores do DPD tem trabalhado num projeto

de mestrado acadêmico. Após esses anos de discussão, concluímos por desenvolver

um programa na área de concentração do Direito, desenvolvimento e cooperação

internacional.

A proposta atende aos requisitos daquilo que se pensa na atualidade sobre o

que deva ser um programa de pesquisa na área das Ciências Sociais Aplicadas, espe-

cificamente, o Direito, e de um programa de pós-graduação, visando à formação de

professores e ao estímulo de pesquisas que conjuguem a Ciência Jurídica à aplicação

prática das necessidades nacionais e internacionais de desenvolvimento. A proposta

do programa e da área de concentração denota evidente interesse pela interdisci-

plinaridade, já que exigirá uma compreensão aprofundada nas questões pertinentes

ao meio ambiente, ao meio urbano, à cidadania e aos direitos fundamentais, às

questões internacionais e à globalização, conjugados aos aspectos do desenvolvi-

mento econômico, social e humano.

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Nota-se, pela proposta, que não se pretende mais retornar ao antigo padrão

de pós-graduação e pesquisa baseada nos ramos do Direito, mas, sim, inserir o pes-

quisador nos fatos da vida, dando importância à percepção empírica, ao conheci-

mento da dinâmica dos fatos sociais e econômicos e à aplicabilidade dos resultados.

A proposta é nova e ousada. Longe de praticar a pesquisa como fim, o espírito da

proposta é conhecer a fundamentação e a regulação das ações jurídicas, compre-

endendo seus fenômenos e implicações dentro e fora do campo do Direito e confe-

rindo senso crítico às pesquisas desenvolvidas no seu âmbito. Em uma palavra: in-

terdisciplinaridade, com intenso envolvimento com as outras atividades científicas

desenvolvidas na UFV.

Nesse desiderato, duas linhas de pesquisas estão sendo trabalhadas: 1) meio

ambiente, meio urbano e cidadania. Essa linha pretende estudar as relações jurídi-

cas envolvidas nas questões ambientais e urbanísticas, dentro de um Estado Demo-

crático de Direito, com destaque para a facilitação de ações públicas e privadas no

sentido do desenvolvimento brasileiro e internacional. Seu objetivo é conjugar a

formação da cidadania e a necessidade humana do ambiente saudável com as polí-

ticas e legislações ambientais e urbanísticas, questionando e situando os institutos

jurídicos públicos e privados na consecução das políticas públicas nessas áreas. 2)

Globalização, geopolítica e atores internacionais. Essa linha visa a compreender os

aspectos fundamentais relacionados com a globalização e com o estágio atual de

aproximação e envolvimento dos múltiplos atores globais, públicos e privados bem

como com as relações jurídicas estabelecidas por essas circunstâncias. A globaliza-

ção é um fenômeno ainda não inteiramente esclarecido em suas consequências e

cabe à pesquisa jurídica acompanhar de perto as transformações políticas, sociais e

econômicas por ela provocadas, contemplando os fundamentos jurídicos e os im-

pactos de desenvolvimento gerados por esse fenômeno.

Por fim, acredita-se que o futuro de nossa pesquisa seja a interdisciplinarida-

de, isso porque o Direito diz respeito a tudo, da matemática à educação física, o Di-

reito regula os fatos da vida e não prescinde dos instrumentos de desenvolvimento

do raciocínio como a lógica, a filosofia, a sociologia e a antropologia. Cremos que o

ponto de Arquimedes da nossa pesquisa está, então, em nos envolvermos cada vez

mais com os outros ramos do conhecimento.

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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA - DEE/UFV: DETERMINANTES E

PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Francisco Carlos da Cunha Cassuce

Orlando Monteiro da Silva

1. INTRODUÇÃO

O Departamento de Economia (DEE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV)

foi criado em 1975 e, segundo Dias (2000), foi oficialmente reconhecido no ano de

1980. Atualmente, o DEE oferece anualmente, aproximadamente, 115 vagas, sendo

50 para o curso de Graduação em Ciências Econômicas, 50 para o curso de Gradua-

ção em Ciências Econômicas, com ênfase em Agronegócio, e 15 para o Programa de

Mestrado Strito Sensu em Economia.

De acordo com Dias (2000), no ano de 2000, o DEE contava com 20 docentes.

No ano de 2008, alguns professores do Departamento de Economia criaram e migra-

ram para o curso de Ciências Sociais da UFV. Esse fato contribuiu para a redução do

número de docentes do DEE, que conta, atualmente, com 16 professores.

Desde sua criação, o Departamento de Economia teve como objetivo o de-

senvolvimento da pesquisa, extensão e de um ensino de qualidade. Desde que fo-

ram instituídas as avaliações dos cursos superiores, o curso de Graduação em Ciên-

cias Econômicas se orgulha de sempre alcançar a pontuação máxima nas avaliações

realizadas pelo governo, indicando a excelência do departamento na atividade de

ensino.

O DEE também promove diversas atividades ligadas à extensão. Nesse campo,

pode-se destacar o projeto do IPC-Viçosa, que, desde 1985, elabora índices de pre-

ços e custo de vida para a cidade de Viçosa-MG.

Com a mesma dedicação, os docentes do departamento de economia reali-

zam pesquisas importantes para o desenvolvimento da região e do país. Conside-

rando o período de 1992 a 2011, as pesquisas desenvolvidas no DEE foram direcio-

nadas para as áreas de microeconomia, macroeconomia e políticas públicas. Nos

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anos iniciais do período analisado, a pesquisa se mostrava mais concentrada nas

áreas de economia rural e de desenvolvimento econômico, além de alguns trabalhos

desenvolvidos no campo das ciências sociais. Entretanto, a partir de 2006, as áreas

de economia rural e ciências sociais perderam espaço, pois as pesquisas foram dire-

cionadas, especificamente, para análise de eficiência, comércio internacional, eco-

nomia institucional, desenvolvimento econômico e políticas públicas.

Para Ohira (1998), a atividade de pesquisa no Brasil é fundamentalmente rea-

lizada dentro das universidades, e seus resultados têm contribuído para o desenvol-

vimento do país. Além da importância das pesquisas na geração de novas tecnologi-

as e teorias, o desenvolvimento desta na universidade brasileira contribui para o

enriquecimento e aperfeiçoamento dos docentes, o que se refletiria, posteriormen-

te, em um ensino de melhor qualidade.

Diante da importância da pesquisa para o desenvolvimento socioeconômico e

para a qualidade do ensino nas universidades brasileiras, é fundamental analisar

como essa atividade evolui no Departamento de Economia assim como os principais

determinantes para sua evolução.

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

A pesquisa realizada no Departamento de Economia teve seu início com o tra-

balho desenvolvido pelo IPC-Viçosa em 1985. Esse trabalho exigiu, desde o início,

pesquisa de campo e coleta de dados, consideradas fundamentais para seu desen-

volvimento, seja iniciando alunos na atividade de pesquisa, seja gerando dados que

possibilitaram a elaboração de monografias, projetos e artigos publicados.

Os resultados da pesquisa desenvolvida no DEE podem ser observados pelos

inúmeros artigos publicados em periódicos, além dos estudos apresentados e publi-

cados em anais de congressos e de inúmeras monografias concluídas.

Contudo, para uma análise adequada da pesquisa no Departamento de Eco-

nomia, é fundamental conhecer os fatores que afetariam a pesquisa científica nas

universidades. Dessa forma, à medida que esses fatores são expostos, pode-se fazer

um paralelo com a evolução ocorrida no departamento.

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Segundo Ohira (1998), a pesquisa científica realizada dentro das universidades

estaria diretamente relacionada a quatro fatores: condição de recursos humanos,

recursos materiais, condições gerais de trabalho e recursos financeiros.

A condição de recursos humanos diz respeito a treinamento, especialização,

idade, nível acadêmico e tempo de serviço dos profissionais docentes. Um corpo

docente experiente e bem preparado reuniria melhores condições para o desenvol-

vimento da pesquisa científica. No DEE, dos dezesseis professores efetivos, três têm

pós-doutorado e dez já contam com o título de doutor. Além disso, a maioria desses

profissionais apresenta mais de quinze anos de vida acadêmica.

O treinamento dos docentes no DEE foi feito, principalmente, ao longo das úl-

timas duas décadas e atualmente é mantido um plano de capacitação permanente,

possibilitado que os professores tenham contato com as melhores universidades do

mundo. Esse treinamento na forma de pós-doutorado permite que os professores se

mantenham atualizados.

Os recursos materiais estariam positivamente correlacionados com o desen-

volvimento da pesquisa. Nessa categoria, podem-se destacar: bibliotecas bem estru-

turadas; laboratórios de informática modernos e atualizados; salas para a realização

de seminários, possibilitando o intercâmbio com pesquisadores de outras institui-

ções; e local adequado para estudo e pesquisa do corpo discente. No período anali-

sado, destaca-se que o DEE criou e mantém um laboratório de informática, exclusi-

vo, além de outro laboratório cujos alunos do curso de Ciências Econômicas fazem

uso juntamente com os demais discentes pertencentes ao CCH.

Outro ponto a ser destacado se refere à construção da sala de seminários, de-

vidamente equipada, e das salas para o corpo discente, também devidamente apa-

relhadas com computadores, mesas e quadro para estudo em grupo. Quanto à bi-

blioteca, atualmente o departamento conta com mais de 400 títulos, embora ainda

careça de local adequado e catalogação dos livros por um profissional capacitado.

É fundamental destacar que esses avanços foram possíveis devido à implanta-

ção do programa de Mestrado em Economia, no ano de 2006, que, segundo Ohira

(1998), são programas fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa nas uni-

versidades.

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Quanto às condições gerais de trabalho, podem-se citar as relações entre os

docentes e, por que não, dos docentes com os discentes. Nesse ponto, destaca-se o

desenvolvimento de pesquisas em conjunto pelos docentes do DEE, intensificada

após a implantação do Programa de Mestrado.

Colaborando para a evolução das condições de trabalho, um fator importante

foi a alteração no horário de funcionamento do curso de Ciências Econômicas. A

partir de 1998, deixou de ser noturno e passou a funcionar em tempo integral. Isso

teve como consequência a mudança no perfil dos discentes do curso. Os novos alu-

nos deveriam, a princípio, se dedicar em tempo integral ao curso, o que teria incen-

tivado os docentes a fortalecer seus investimentos em pesquisa.

O impacto sobre a pesquisa no DEE da mudança no horário do curso de Ciên-

cias Econômicas para integral e da implantação do Programa de Mestrado, em 2006,

pode ser verificado pela evolução no número de projetos registrados na Pró-Reitoria

de Pesquisa e Pós-Graduação. No ano de 1992, foram registrados 10 projetos de

pesquisa, enquanto que nos anos de 2009, 2010 e 2011, foram registrados, respec-

tivamente, 39, 32 e 24.

Atualmente, entre os vários projetos em andamento, podem-se citar dois. O

primeiro faz parte do Programa Cátedras para o Desenvolvimento, um projeto coor-

denado e financiado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), visando a

revitalizar as discussões sobre o desenvolvimento econômico brasileiro. Como resul-

tado, foram elaborados oito trabalhos, cinco já concluídos: dois artigos submetidos

à publicação, um artigo no prelo e um livro publicado.

Outro importante projeto em andamento está relacionado à área de econo-

mia internacional. Esse projeto tem como objetivo estudar os efeitos das medidas

não tarifárias no comércio internacional. Com financiamento do CNPq, Fapemig e

parcerias com outras instituições nacionais (Inmetro e Mapa) e internacionais (Unc-

tad - Nações Unidas), esse projeto permitiu a criação de um grupo de pesquisa em

políticas comerciais, que envolve professores de diferentes departamentos da UFV e

de outras Universidades. O projeto permitiu o lançamento de um livro inédito sobre

o tema, a elaboração de diversas dissertações, teses, monografias, artigos técnicos e

científicos e a premiação da estudante Carolina Correia com o Prêmio Arthur Ber-

nardes de melhor trabalho de Iniciação Científica em 2010.

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Um rápido exercício econométrico pode ser desenvolvido para verificar como

a alteração no horário do curso de graduação de economia e a implantação do pro-

grama de mestrado influenciaram a pesquisa do departamento.

Analisando o período de 1992 a 2011, nota-se que o número de projetos29 re-

grediu em função de duas variáveis dummies. A primeira representaria a mudança

de horário do curso, sendo que, até o ano de 1997, essa variável assumiu valor zero

e valor um de 1998 em diante. A segunda dummy capta o efeito da implantação do

curso de mestrado, assumindo valor zero até o ano de 2005 e valor um de 2006 a

201130. A Tabela 1 apresenta o resultado do modelo estimado para explicar o au-

mento dos projetos de pesquisa do DEE.

Tabela 1: Análise da evolução dos projetos de pesquisa do DEE, no período de 1992 a 2011.

Variável dependente: logaritmo do número de projetos registrados pelo DEE

Coeficiente estimado Erro padrão

Constante 2,2248*** 0,0534

Mudança no horário

do curso 0,9822*** 0,0753

Implantação do Pro-

grama de Mestrado 0,1999*** 0,0658

Fonte: Elaborado própria.*** - Significativo a 1%.

Os resultados da Tabela 1 mostram que a alteração do horário do curso de

Economia de noturno para integral foi o que mais teria afetado a quantidade de pro-

jetos registrados pelo Departamento de Economia. A simples mudança no horário

29 Os dados referentes ao número de projetos registrados pelo DEE foram obtidos no PPG. Além disso, a variável número de projetos foi utilizada na forma de logaritmo para que se possa analisar a variação em termos de pontos percentuais. 30 Foi utilizado na estimação da regressão o método de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). A variável número de projetos em logaritmo pode ser considerada estacionária a um nível de 5%. Diante da presença de autocorrelação, o modelo foi estimado utilizando o método de Newey-West, que gera erros padrão robustos para autocorrelação. Para mais detalhes, ver Wooldridge (2006).

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de funcionamento teria contribuído para que o número de projetos registrados au-

mentasse, em média, 2231 projetos por ano.

A implantação do curso de mestrado também afetou significativamente a

média de projetos registrados. A média de projetos se elevou em, aproximadamen-

te, 4,48 projetos por ano. Uma provável explicação para a simples alteração do ho-

rário do curso ter apresentado resultados tão significativos é o fato de que em um

curso diurno há a exigência de que o estudante se dedique totalmente aos estudos,

criando o que se poderia chamar de “estudante profissional”, ao passo que o perfil

do estudante noturno seria diferenciado, preocupando-se mais com questões práti-

cas do que com a prática da pesquisa. Tal mudança no perfil dos estudantes teria

sido benéfica em dois sentidos: primeiro, pelo próprio aumento de interesse dos

estudantes de graduação em realizar pesquisa; segundo, pelo aumento de interesse

dos professores, que agora trabalhariam com alunos dedicados exclusivamente aos

estudos.

A mesma análise pode ser feita, utilizando como proxi para a pesquisa do DEE

o número de artigos publicados em periódicos32 com corpo editorial. As variáveis

explicativas permaneceriam sendo a alteração no funcionamento do horário do cur-

so de Ciências Econômicas e a implantação do Programa de Mestrado. Os resultados

são apresentados na Tabela 233.

31 O cálculo do efeito marginal, segundo Gujarati (2000), para uma forma funcional log-linear, é de ___________

projetoEMg idummyi 32 Foram utilizados como fonte para o número de artigos publicados em revista com corpo editorial o Bole-tim de Circulação Interna “Um novo Eco”, para o período de 1992 a 1998, e o currículo Lattes dos professo-res efetivos em exercício, para o período de 1999 a 2011. 33 Para estimar o modelo da Tabela 2, foi utilizado o método de MQO. A variável dependente artigos publi-cados em logaritmo pode ser considerada estacionária a um nível de 5%. Os erros do modelo se mostra-ram não autocorrelacionados e homocedásticos.

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Tabela 2: Análise da evolução dos artigos publicados pelo DEE, no período de 1992 a 2011.

Variável dependente: logaritmo do número de artigos publicados em re-

vista com corpo editorial

Coeficiente estimado Erro padrão

Constante 1,6776*** 0,1534

Mudança no horário

do curso 0,4127* 0,2029

Implantação do Pro-

grama de Mestrado 0,4109* 0,2029

Fonte: Elaboração própria.*** - Significativo a 1%; * - significativo a 10%

Assim como no caso dos projetos, o número de artigos publicados em periódi-

cos foi significativamente afetado pela alteração do horário de funcionamento do

curso de Ciências Econômicas, aumentando em 3,71 a média de artigos publicados

por ano, enquanto a implantação do Mestrado teria elevado a média de artigos

publicados em 3,70.

Observa-se que a criação do mestrado teve uma influência relativamente me-

nor em termos quantitativos, em ambos os casos analisados, se comparado com a

alteração no horário do curso. Entretanto, pode-se supor que sua implantação teria

potencializado o crescimento e a qualidade da pesquisa no DEE, visto que possibili-

tou a atualização da Biblioteca e dos laboratórios de informática, além da troca de

experiência com profissionais de outras instituições.

Segundo Novaes (2008), uma das medidas para avaliar a qualidade da pesqui-

sa em economia seria o número de publicações internacionais. Entretanto, Novaes

(2008) salienta que tal medida não está livre de restrições. O autor também cita a

avaliação dos periódicos feitos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior (Capes) como indicador para a qualidade da pesquisa.

Nesse sentido, valendo-se da classificação dos periódicos disponibilizada pela

Capes, pode-se fazer inferência da evolução na qualidade da pesquisa desenvolvida

pelo departamento de economia. No ano de 1992, o DEE teria publicado quatro ar-

tigos. Utilizando a classificação da Capes em economia, no primeiro semestre de

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2012, desses quatro, um seria classificado como B2 e outro, como B5. Já no ano de

2011, o DEE publicou 19 artigos com avaliação da Capes em economia.

A Tabela 3 apresenta a evolução dessas publicações, ficando visível o aumento da

pesquisa, tanto em termos quantitativos, quanto em termos qualitativos, com a im-

plantação do Programa de Mestrado. A melhora na qualidade pode ser notada pelo

aumento do número de artigos publicados em periódicos B2 e B334. Além disso,

ocorreu um aumento da produtividade dos docentes do departamento, pois, como

dito anteriormente, houve nesse período uma redução do número de professores,

elevando assim a quantidade de artigos publicados por professor.

Tabela 3 – Evolução das publicações em periódico do DEE, no período de 2006 a 2011.

Classificação

Capes (em

Economia)

do periódico

Ano

2006 2007 2008 2009 2010 2011

B2 2 4 1 3 3 4

B3 1 1 0 3 5 6

B4 4 1 2 3 6 5

B5 2 3 3 2 2 4

Total 9 10 6 11 16 19

Fonte: Coleta (2006 a 2011).

Outro indicador da melhoria na qualidade da pesquisa é a elaboração de traba-

lhos de conclusão de curso premiados. Como exemplo, pode-se citar o trabalho de

Dissertação de Mestrado premiado pelo Banco de Desenvolvimento do Nordeste no

ano de 2009, desenvolvido pelo estudante Sandro Pereira Silva, sob a orientação do

Professor Eloy Alves Filho, intitulado “Políticas públicas e agricultura familiar: uma

abordagem territorial do Pronaf no médio Jequitinhonha”. Esse prêmio indicaria

que, já no seu início, o Programa de Mestrado do DEE geraria produtos de qualida-

34 É importante ressaltar que, atualmente, segundo a Capes, nenhum periódico nacional apresenta classifi-cação em economia superior a B2.

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de. Outro exemplo é o Prêmio Arthur Bernardes de melhor trabalho de Iniciação Ci-

entífica em 2010 concedido à estudante Carolina Correia.

Para finalizar, resta abordar os recursos financeiros. Novamente a criação do

Programa de Mestrado foi fundamental, uma vez que aumentou as verbas de incen-

tivo à pesquisa do departamento, além da concessão de bolsas de pesquisas para

mestrandos. Contudo, os recursos financeiros disponibilizados ainda seriam insufici-

entes. Isso fica nítido quando há necessidade de obter, por exemplo, financiamento

para a participação em congressos ou em grupos de pesquisas. Entretanto, os do-

centes do Departamento de Economia vêm conseguindo contornar os problemas de

financiamento com a aprovação de projetos de pesquisas financiados pela Capes,

Fapemig e CNPq, entre outros órgão de fomento.

3. PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

A análise da evolução da pesquisa no DEE indicaria melhoras quantitativas,

mas principalmente, qualitativas nos resultados alcançados pela pesquisa do depar-

tamento. Essa perspectiva positiva ganha força quando é inserida na análise a cria-

ção do Instituto de Políticas Públicas, coordenado pelos programas de pós-

graduação dos departamentos de Administração, Economia, Economia Aplicada e

Economia Doméstica, que tem como um de seus objetivos atrair recursos para o

desenvolvimento de pesquisas em políticas públicas, além de dar origem à formação

de grupos de pesquisas com os profissionais de diversas áreas do conhecimento.

Isso levanta a questão da presença da interdisciplinaridade nas pesquisas de-

senvolvidas pelo DEE. Diversos docentes do departamento já desenvolvem pesqui-

sas juntamente com pesquisadores da área de educação, administração, contabili-

dade, entre outras áreas. Contudo, espera-se que com o funcionamento do Instituto

de Políticas Públicas essa troca de conhecimento se aprofunde, melhorando os re-

sultados da pesquisa do departamento, assim como seu alcance.

De modo geral, pode-se concluir que a importância da pesquisa dentro da

universidade brasileira se estende desde a contribuição para a melhora e aprimora-

mento da atividade de ensino até a criação e o aperfeiçoamento de modelos e resul-

tados aplicados em projetos de extensão. As externalidades positivas geradas pela

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atividade de pesquisa fizeram com que o Departamento de Economia da Universi-

dade Federal de Viçosa buscasse seu aperfeiçoamento.

Um dos fatores responsáveis pela evolução positiva da pesquisa no DEE seria

a alteração no horário de funcionamento do curso de Ciências Econômicas no ano

de 1998. Nesse ano, o curso passou a funcionar em tempo integral, o que teria atra-

ído discentes dispostos a se dedicar integralmente aos estudos e à pesquisa.

Conclui-se também que outro fator importante para o desenvolvimento da

pesquisa no DEE foi a implantação do curso de Mestrado Stricto Sensu no ano de

2006. Os resultados indicaram que o mestrado contribuiu para o aumento da pes-

quisa e para a melhora na sua qualidade. Isso se deve ao aumento de recursos dire-

cionados à pesquisa provenientes da existência de um programa de pós-graduação,

sejam esses recursos financeiros ou em pessoal.

Para finalizar, pode-se esperar que tal evolução continue, principalmente

quando é levada em consideração a criação do Instituto de Políticas Públicas, que,

além de aumentar os recursos destinados à pesquisa, irá incentivar a criação de

grupos interdisciplinares de pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, Roberto Serpa. Departamento de Economia. In: BORGES, José Marcondes; SABIONI, Gustavo

Soares; MAGALHÃES, Gilson Faria Potsch (eds.). A Universidade Federal de Viçosa no século XX. Ed

UFV. 2000. p.287-289.

GUJARATI, Damodar. 2000. Econometria Básica. 3 ed. São Paulo: Saraiva. 846 p.

NOVAES, Walter. A pesquisa em economia no Brasil. Revista Brasileira de Economia. v.62, n.4,

p.467-495. Rio de Janeiro. 2008.

OHIRA, Maria de Lourdes Blatt. Por que fazer pesquisa na universidade? Revista ACB: Biblioteco-

nomia em Santa Cataria. v.3, n.3, p.65-76 Florianópolis. 1998.

Um Novo Eco. Boletim de publicação interna do Departamento de Economia da Universidade Fe-

deral de Viçosa. 1992 a 1998.

WOOLDRIDGE, J. M. Introdução à Econometria. Editora Thomson Learning. São Paulo. 2006.

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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DOMÉSTICA - DED/UFV:

DETERMINANTES E PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS 35

Rita de Cássia Pereira Farias

1. INTRODUÇÃO

O curso de graduação em Economia Doméstica, autorizado pela Lei Estadual

272 de 31/11/1848, com início em 1952, está entre os três mais tradicionais da Uni-

versidade Federal de Viçosa-UFV, sendo anterior à constituição do Centro de Ciên-

cias Humanas Letras de Artes-CCH. Criado para formar profissionais para trabalhar

no emergente programa de extensão rural, o curso teve um investimento tardio em

pesquisa, considerando a própria trajetória da pesquisa no Brasil, que somente se

consolidou a partir da década de 1960, após a criação do Conselho Nacional de Pes-

quisa-CNPq (1951), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe-

rior-Capes (1951) e da Financiadora de Estudos e Projetos-Finep (1969). Antes disso,

havia apenas algumas iniciativas isoladas, inclusive na Universidade Rural do Estado

de Minas Gerais-UREMG.

Um fator importante para a Economia Doméstica foram os Congressos que

aconteceram a partir de 1962. Além de reflexões históricas sobre a profissão, as te-

máticas têm abordado a inter-relação entre família bem-estar e qualidade de vida;

transformações sociais, desenvolvimento social e políticas públicas; meio ambiente

e desenvolvimento sustentável; sistema econômico, reorganização do trabalho e

responsabilidade social; e relação entre família, trabalho, consumo e gênero. As te-

máticas demonstram a relevância dos assuntos que direcionam a atuação dos eco-

nomistas domésticas ao longo dos anos. A partir de 1995, juntamente com o Con-

gresso Brasileiro de Economia Doméstica, passou a acontecer o Encontro Latino-

Americano de Economia Doméstica e, em 2009, o Encontro Intercontinental de Eco-

nomia Doméstica (ABED, 2009).

35 Agradeço às professoras do DED, Neuza Maria da Silva, Elza Vidigal Guimarães e Cristiane Natalício de Souza, pela leitura cuidadosa e pertinentes sugestões que enriqueceram o presente texto.

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As discussões realizadas nos congressos e encontros de classe apontaram a

necessidade da criação de uma revista científica que divulgasse as pesquisas em

Economia Doméstica e integrasse os cursos do país. Os esforços culminaram no lan-

çamento da OIKOS - Revista Brasileira de Economia Doméstica - em 1981, durante o

VI Congresso Brasileiro de Economia Doméstica, realizado em Fortaleza-CE. Em

1982, a Revista OIKOS foi normatizada pelo CNPq, de acordo com a NB-52, Norma

Brasileira para apresentação de publicações periódicas da Associação Brasileira de

Normas Técnicas – ABNT, e recebeu o número internacional normatizado para pu-

blicação seriadas – ISSN 0101-5273.

A revista Oikos agrega publicações dos cursos de Economia Doméstica do país,

como também as publicações advindas de cursos afins, como Nutrição, Letras, Ciên-

cias Sociais e Pedagogia. A implantação da Oikos contribuiu para alavancar as pes-

quisas no Departamento. Nesta época, várias professoras haviam cursado mestrado

e doutorado no Brasil e exterior e puderam se dedicar a pesquisas, motivadas pela

condição política favorável, já que a reforma universitária de 1968 possibilitou arti-

cular pesquisa e ensino de graduação, impulsionando a formação de novos pesqui-

sadores, com a implantação dos Programas de Iniciação Científica (MARTINS, 2009,

p.17).

Fator de destaque para o curso foi a criação do mestrado em Economia Do-

méstica, em 1992. O objetivo do curso centra-se em análises dos “processos de pro-

dução, distribuição e consumo de bens e serviços pertencentes e disponíveis à famí-

lia, das necessidades básicas das famílias, das funções que desempenha e das rela-

ções da família com a sociedade em geral e seu meio ambiente” (UFV, 1991).

Com a pós-graduação, propunha-se aprofundar os conhecimentos quanto aos

processos socioeconômicos, culturais e políticos que afetam o cotidiano das famílias

brasileiras, buscando desenvolver metodologias e teorias para analisar os fatores

que interferem na produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Buscava-se

ainda consolidar os cursos de Economia Doméstica no país, por meio da investiga-

ção e retroalimentação, que fortalecessem a pesquisa, o ensino e a extensão rural e

urbana.

As pesquisas realizadas têm contribuído para a reflexão sobre o entendimento

e contestação dos processos históricos que afetam as mulheres e outras minorias

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historicamente oprimidas, fornecendo subsídios para ações que visem à transfor-

mação social. O acesso ao saber possibilita inventar novas estratégias e respostas

para velhos problemas que acometem indivíduos, famílias e grupos, principalmente

aqueles que se encontram em situação de pobreza e enfrentam dificuldades eco-

nômicas e discriminações sociais.

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DOMÉSTICA

A pesquisa no DED recebeu maior impulso com a implantação, em 1992, da

Pós-Graduação em Economia Doméstica, na modalidade stricto sensu, com concen-

tração em Economia Familiar.

Na ocasião da implantação do mestrado, o curso de Economia Doméstica con-

tava com uma docente com título de PhD, uma com doutorado e oito com mestra-

do. Havia duas docentes cursando o doutorado e três, o mestrado. Para iniciar o

curso, houve colaboração de duas professoras visitantes com título de PhD, Flora

Leona Willians, da Universidade de Purdue, e Eleonora Cebotarev, da universidade

de Guelf, no Canadá.

Em função das especificidades do campo de atuação da Economia Doméstica

e , considerando a formação dos professores que atuariam no programa, foram de-

finidas quatro linhas de pesquisa para o Programa: Bem-estar social e qualidade de

vida, Economia de consumo familiar, Avaliação de projetos sociais e Estudo da fa-

mília.

O curso buscava formar pesquisadores capazes de produzir, difundir e aplicar

conhecimentos relacionados às áreas temáticas da Economia Doméstica. Envolvia

reflexões sobre fatores que afetam o cotidiano das famílias em contextos históricos,

socioeconômicos e culturais, além de estudos sobre os processos socioeconômicos e

estratégias de administração dos recursos por famílias e indivíduos.

Atualmente, as professoras que compõem o corpo de orientadores coorde-

nam sete grupos de pesquisa do CNPq: Ecossistema Familiar, Políticas Públicas, De-

senvolvimento Humano e Social; Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero; Edu-

cação do Campo, Alternância e Reforma Agrária; Famílias, Políticas e Gênero; Plane-

jamento Ergonômico do Trabalho; Vestuário no Contexto Sócio-econômico e Cultu-

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ral; e Núcleo Interdisciplinar de Estudos Agrários e Soberania Alimentar. Duas pro-

fessoras têm bolsa produtividade em pesquisa pelo CNPq.

Até dezembro de 2011, foram defendidas no programa 176 dissertações: 56

na linha Família, Bem- Estar Social e Qualidade de Vida; 59 na linha Estudo da Famí-

lia e Economia do Consumo Familiar; e 35 na linha Família, Políticas Públicas e Ava-

liação de Programas e Projetos Sociais. O tempo médio de titulação nos últimos 5

anos tem sido 28 meses, algo visto como positivo para a Área de Serviço Soci-

al/Economia Doméstica, à qual o curso está vinculado na Capes. Atualmente, o

mestrado em Economia Doméstica conta com 18 bolsas: duas concedidas pelo

CNPq, três pela Fapemig, 12 pela Capes/Proap e uma pela Capes/Reuni.

Ao longo dos anos, o Programa de Pós-Graduação em Economia Doméstica

vem sofrendo alterações em função da especialização dos seus docentes e das re-

comendações vindas da Capes. Em seus primeiros anos, o programa recebeu concei-

to 3 da Capes, e, em 2003, o conceito 4, que permanece até o presente. Em 2012, o

programa completou 20 anos e se prepara para novos desafios, principalmente a

criação do Doutorado, que está em processo de estruturação.

Como campo interdisciplinar, a formação do economista doméstico envolve

conhecimentos oriundos de diversos campos do saber, como Sociologia, Antropolo-

gia, Filosofia, Psicologia, Educação, Letras, Economia, Administração, Nutrição, Bio-

logia e Química. Assim, o departamento de Economia Doméstica tem feito parcerias

com pesquisadores de diversas áreas para publicações, bem como orientações nos

projetos de iniciação científica e de dissertação.

Em 1994, a Economia Doméstica deu novo passo em seu processo de consoli-

dação, quando foi aprovado o Programa Especial de Treinamento – PET, oferecido

pela Capes. Vinculado à Pró- Reitoria de Ensino, o Programa atende a um grupo de

12 estudantes bolsistas, orientados por um professor-tutor que também recebe bol-

sa da Capes.

O PET Economia Doméstica foi o quarto a ser implantado na UFV, que conta

com 8 Grupos vinculados aos cursos de Administração, Bioquímica, Ciências Biológi-

cas, Economia Doméstica, Educação, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia

de Produção e Nutrição. Em agosto de 2011, o PET/ED completou 17 anos de traba-

lhos efetivos e contou, ao longo de sua história, com 57 bolsistas e três tutoras.

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O PET é o único programa acadêmico que articula a pesquisa, o ensino e a ex-

tensão, dando condições para que o aluno desenvolva um caráter crítico e atuante,

conforme as exigências do mercado de trabalho.

Além do PET, o DED tem realizado diversas pesquisas financiadas, que ofere-

cem bolsas aos estudantes. O financiamento desse tipo foi conquistado no final da

década de 1980, com a pesquisa intitulada Análise de diversas formas utilizadas na

indução do consumidor a adquirir artigos de vestuário. Realizada no período de 1990

a 1991 e financiada pelo CNPq.

A partir daí, o departamento teve diversos projetos de iniciação científica fi-

nanciados pela Fapemig, Capes E CNPq, Funarbe, Caixa Econômica Federal e UFV-

Cred. Em janeiro de 2012, havia 379 projetos de pesquisa registrados na Pró-Reitoria

de Pesquisa e Pós-Graduação da UFV. Alguns autônomos, outros financiados.

No período de 01/04/1990 a 01/03/2012, o departamento teve 152 bolsistas

de iniciação científica e extensão do tipo BIC/Júnior (9) CEF (2) CNPq – Institucional

(77) Fapemig – Institucional (33), Funarbe (2), Pibex/UFV (28), UFV-CREDI (1).

Os projetos desenvolvidos perpassam por temáticas como Construções de

gênero, masculinidade e feminilidade; Maternidade, paternidade e saúde reproduti-

va; classe, raça e relações de poder; Trabalho doméstico e uso de tecnologias no es-

paço doméstico; Trabalho, renda, desemprego e pobreza; Trabalho feminino no

contexto rural e urbano; Desenvolvimento humano, ciclos de vida familiar e relações

geracionais; Violência doméstica e vulnerabilidade social; Espaço, território, redes

sociais e identidade; Sustentabilidade Desenvolvimento social e empoderamento; e

Agricultura familiar e seus efeitos na infraestrutura social e econômica das famílias.

O desenvolvimento de um corpo de conhecimento e conceitos próprios da

Economia Doméstica - que focalizam “questões relevantes à geração de conheci-

mentos pertinentes à família e à realidade brasileira” (Marques, 1982) - tem contri-

buído para uma atuação profissional próxima das necessidades cotidianas.

3. PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

O amadurecimento científico e profissional da Economia Doméstica possibili-

tou o reconhecimento de que nos primórdios do curso, ao serem transmitidos sa-

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beres técnicos relativos às atividades domésticas e padrões de consumo, calcados

em um modelo de modernização, não foram considerados os saberes tradicionais

dessas famílias, suas crenças e valores. Ao contrário, considerava-se a família como

uma categoria passiva e naturalizada e não analítica.

As pesquisas forneceram fundamentação teórica e possibilidades de mudança

da prática profissional. A recorrência à literatura antropológica e sociológica possibi-

litou análises crítica sobre a diversidade de formas de vivenciar a família, possibili-

tando contestar modelos idealizados e preestabelecidos. Conforme Lopes (1995), a

família passou a ser pensada não como uma formação natural, mas como uma cate-

goria analítica, construída de forma diferenciada em contextos culturais específicos.

Com isso, houve reformulações no ensino, na prática extensionista e na atuação dos

economistas domésticos.

Embora o recinto doméstico corresponda ao lugar oculto da economia invisí-

vel e o termo doméstico seja marcado pela estigmatização social, a economia do-

méstica tem tematizado o ambiente doméstico como lugar de produção e reprodu-

ção social de cultura, valores e saberes. Como menciona Marques (1993), em uma

sociedade ainda marcada pelo analfabetismo, pobreza e desemprego, os economis-

tas domésticos têm buscado dar visibilidade à economia desenvolvida no lar, que

garante o sustento de muitas famílias.

As pesquisas sobre modos e condições de vida, cultura, saberes, valores bem

como as representações que direcionam as práticas sociais das famílias têm de-

monstrado a relevância econômica, social, política, afetiva e emocional do universo

doméstico para a sociedade, dando visibilidade e atribuindo valor àquilo que era

oculto e gratuito. As informações contextualizadas, analisadas conjuntamente com

os marcadores de gênero, classe, raça, etnia e geração têm permitido tematizar a

pobreza, a desigualdade e a fome, possibilitando refletir sobre políticas públicas que

direcionam programas e projetos de desenvolvimento social.

Se em seus primórdios, a Economia Doméstica privilegiou o trabalho das mu-

lheres apenas no âmbito doméstico, excluindo-as de outros espaços produtivos, o

amadurecimento da profissão ocasionou a ampliação do leque de atuação em servi-

ços comunitários e em programas de desenvolvimento rural e urbano. Considerando

que a família pertence a um ecossistema, no exame da interdependência entre fa-

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mília, casa, comunidade e meio ambiente, o economista doméstico tem buscado

compreender os sistemas sociais com os quais indivíduos e famílias interagem em

seu cotidiano bem como o significado das redes de apoio e solidariedade que acio-

nam como estratégias de sobrevivência (MARQUES, 1982).

O levantamento dos meandros em que se dão as relações sociais, acrescidos

da adoção de metodologias participativas, favorece o acesso pelas famílias a infor-

mações, tecnologias e formas alternativas de geração de trabalho e renda. Ações

como essas têm contribuído para o empoderamento de indivíduos, grupos e famí-

lias, instrumentalizando-os politicamente para que sejam sujeitos da história e agen-

tes de mudanças.

As transformações pelas quais a sociedade tem passado têm sido vistas como

oportunidades para a troca de saberes e renovação da profissão. Exemplo disso é o

Congresso Mundial da Federação Internacional de Economia Doméstica (IFHE), que

aconteceu em julho de 2012, em Melbourne, na Austrália. Neste evento, quando se

comemora o centenário da Economia doméstica como profissão, foi lançado o livro

The Next 100 Years – Creating Home Economics futures, editado pelas professoras

Donna Pendergast, da Australia, Sue McGregor, do Canada e Kaija Turki, da Finlân-

dia. Os capítulos do livro foram escritos por economistas domésticos de instituições

de todo o mundo, inclusive, por uma professora do DED/UFV. A temática do con-

gresso pautou-se em estudos feitos pelo Instituto de Estudos Futuros de Copenha-

gen36, que apontou dez megatendências que direcionam a atuação profissional dos

economistas domésticos nos próximos 100 anos: envelhecimento; globalização e

desenvolvimento tecnológico; prosperidade; individualização; comercialização, saú-

de e meio ambiente; aceleração; e rede de organização e urbanização. 37

A amplitude das megatendências exige a formação de equipes multidisciplina-

res para que cada profissional, com sua formação e visão, contribua com seus co-

nhecimentos para atender às famílias, grupos e indivíduos em suas demandas e ne-

cessidade. Sob esse prisma, a pesquisa deve ser assumida como diálogo crítico com

36 Cf.http://www.cifs.dk/scripts/artikel.asp?id=1469. 37 O primeiro capítulo do livro, que direcionou os autores dos demais capítulos pode ser encontrado no endereço eletrônico: <http://www.ohea.on.ca/uploads/files/DOC/Chapter_Example.pdf>

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a realidade para que forneça subsídios para a intervenção, possibilitando um pro-

cesso emancipatório que empodera indivíduos, famílias e grupos.

REFERÊNCIAS

ABED - Associação Brasileira de Economistas Domésticos. Um pouco de história. In: XX Congresso

Brasileiro de Economia Doméstica. 14 a 19 de setembro de 2009, Fortaleza, CE. Disponível em:

<http://www.xxcbed.ufc.br/arqs/historia.pdf>.

LOPES, Maria de Fátima. O sorriso da paineira. Construção de gênero em universidade rural.

Tese. Rio de Janeiro. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 1995.

MARQUES, Nerina Aires C. Pesquisa em Economia Doméstica: Enfoques e linhas de pesquisa. In:

Abeas. II Encontro de diretores e/ou coordenadores de cursos e representantes de classe de

Economia Doméstica. Viçosa-MG, 1982, p.29-33.

MARQUES, Nerina Aires C. Reflexões sobre economia doméstica: origens e caminhos. In: OIKOS -

Revista Brasileira de Economia Doméstica. v. 8(1) p. 46-53, 1993.

MARTINS, Carlos Benedito. A reforma universitária de 1968 e a abertura para o ensino superior

privado no Brasil. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 30, n. 106, p. 15-35. 2009. Disponível em

<http://www.scielo.br/pdf/es/v30n106/ v30n106a02>.

OIKOS. Revista Brasileira de Economia Doméstica. Disponível em

<http://www.ufv.br/ded/files/fra/oikos/intro.htm> Acesso em 31/08/2011.

Universidade Federal de Viçosa – UFV. Projeto de implantação do curso de Economia Familiar.

Outubro de 1991. Viçosa-MG.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DPE/UFV: DETERMINANTES E

PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Alvanize Valente Fernandes Ferenc

Marisa Barletto

Ana Claudia Lopes Chequer Saraiva

1. INTRODUÇÃO

A história do Departamento de Educação e do curso de Pedagogia da UFV tem

seu marco inicial na Escola Superior de Economia Doméstica (ESCD), que, em sua

criação, em 1954, era composta pelos Departamentos de Nutrição, Vestuário, Deco-

ração, Puericultura, Arte e Recreação, Educação, Psicologia e Sociologia (BARLETTO,

2006).

A criação do Departamento de Educação na ESCD se fez voltado para a forma-

ção de mulheres como extensionistas das práticas domésticas modernas. Orientado

pelo ensino agrícola, a lógica se sustentava pelo ideário de formação de modernas

boas mães de família e das novas profissionais para o espaço doméstico e escolar.

As atividades educativas se aproximavam dos conteúdos de formação que eram de-

senvolvidos para o ensino regular, portanto, distintos do caráter educativo da ex-

tensão.

O curso de Pedagogia, criado no Departamento de Educação, começou a fun-

cionar em 1972 como um curso noturno. Ele surge tanto com objetivo de oferecer a

formação no ensino superior, quanto de atender à necessidade de complementação

pedagógica de professores em exercício, por exigência da Lei nº. 5692/71. A opção

pelo período noturno se deve a uma preocupação de possibilitar a frequência dos

profissionais de ensino, principalmente de Viçosa e microrregião.

Em 1978, o Departamento de Educação passou a ter nova institucionalidade,

vinculando-se ao Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, criado também nesse

mesmo ano. O período entre 1978 e 1981 é decisivo para a consolidação do espaço

do Departamento de Educação dentro da UFV, por meio da renovação do seu qua-

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117

dro docente. A vinda de novos professores e o investimento em sua capacitação

promoveram o crescimento do DPE e do Curso de Pedagogia, no sentido de rever e

ampliar concepções e posicionamentos teóricos sobre educação, problematizando o

tecnicismo educacional e trazendo novos temas ao debate acadêmico.

Nesse período, com a ampliação do quadro docente se identifica uma nova

fase que simboliza a inauguração do discurso marxista no espaço da universidade e

a militância docente, práticas até então negadas, principalmente, pelo regime da

ditadura militar. Muitos desses professores tiveram grande visibilidade e expressão

no movimento sindical docente, e por isso também na UFV, na conjuntura da cha-

mada “abertura política”.

A grande maioria dos professores que construiu a história do Departamento

de Educação na década de 1980 adere à aposentadoria no início da década de 1990.

Dessa forma, o quadro de docentes foi praticamente renovado, mais uma vez, até o

ano de 1995. Diferentemente do processo de 1978, em que o DPE foi ampliado, na

década de 1990 houve um esvaziamento do quadro de docentes.

De acordo com os documentos consultados, até meados da década de 1990, o

Departamento de Educação tinha lotado 24 professores e 22 professoras, que se

subdividiam em cinco áreas de ensino: Fundamentos, Didática, Estrutura, Economia

e Letras.

A trajetória do DPE tem sido orientada pela ampliação dos espaços de ativi-

dade de ensino - aumento de cursos e vagas na UFV, principalmente no campo das

Licenciaturas - das atividades de extensão e de pesquisa por meio da consolidação

dos Grupos de Pesquisa nas áreas de Formação de Professores, da Educação do

Campo, de Políticas Públicas e Educação e da Educação e Gênero.

A experiência mais recente de reformulação do Curso de Pedagogia da UFV,

no ano de 1999, foi orientada pela atual LDB, tendo como referência básica a pro-

posta de Diretrizes Curriculares Nacionais - DCN para o Curso de Pedagogia. Seu Pro-

jeto Pedagógico foi norteado por um perfil do profissional da educação que pudesse

atuar “no ensino, na organização e gestão de sistemas, unidades e projetos educac i-

onais e na produção e difusão do conhecimento em diversas áreas da educação.”

Tem-se “a docência como base obrigatória de sua formação e identidade profissio-

nal” (DPE, 1999, p.2). A interdisciplinaridade é a categoria que orienta a estrutura

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118

dos eixos curriculares: Estudos Pedagógicos Integrados – EPIs, Estudos Independen-

tes, Estágios e Prática Pedagógica.

A proposta de um novo Projeto Político Pedagógico para o Curso de Pedago-

gia da UFV, conforme os dispositivos constantes nos documentos oficiais, aprovados

pelo CNE e Ministério da Educação – MEC (Parecer CNE/CP 05/2005; Parecer

CNE/CP 03/2006 e Resolução CNE/CP 01/2006) é focada na formação inicial para o

exercício da docência na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamen-

tal, com ênfase em Pesquisa e Gestão Pedagógica. Assim, em 2007, foi elaborada

uma nova proposição curricular para o Curso de Pedagogia, que procurou se ade-

quar melhor às orientações das DCN.

Ao longo desse percurso histórico, foi instituído o Curso de Especialização la-

to sensu, em Educação, em 1997. Destacam-se, ainda, a participação do DPE no

Projeto Veredas - Formação Superior de Professores – em parceria com outras uni-

versidades do estado de MG; e o oferecimento dos Cursos de Especialização lato

sensu a distância, em Gestão Escolar e Gestão de Políticas Públicas em Gênero e

Raça, este último em parceria com o Departamento de Ciências Sociais, em 2009.

A criação em 2008 do Programa de Pós-Graduação em Educação foi um mo-

mento de reconhecimento e destaque de uma década de investimento acadêmico

consolidando um marco importante na história do DPE.

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

Fazendo uma retrospectiva histórica, tem-se que as primeiras pesquisas de-

senvolvidas no Departamento de Educação e registradas na Pró-Reitoria de Pesquisa

e Pós-Graduação datam dos anos de 1990. Por meio de relatos de antigos professo-

res e informações obtidas em consulta ao site da referida pró-reitoria, foi possível

visualizar, nos últimos trinta anos, um aumento considerável no número de pesqui-

sas desenvolvidas por esse departamento.

Cabe destacar que uma importante ação potencializadora do incremento da

pesquisa foi a criação do Programa de Pós-Graduação em Educação em 2008, que

representa importante iniciativa no âmbito do estado de Minas Gerais, responden-

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119

do a uma demanda regional pela pós-graduação nessa área. Esse programa tem

como objetivo estudar a educação por meio de investigações que problematizem as

relações entre Estado e sociedade no Brasil e que aprofundem o conhecimento so-

bre a formação e as práticas de professores em diferentes contextos educativos.

Este programa está estruturado em duas linhas de pesquisa: Formação de Professo-

res e Práticas Educativas e Educação, Estado e Sociedade. Desde a sua criação, em

2008, são contabilizados quatro processos seletivos, com a presença em média de

100 candidatos inscritos por seleção. No período de 2008 a 2012, registramos a pre-

sença de 48 estudantes de pós-graduação, tendo o ocorrido 14 defesas de disserta-

ção.

No campo da pesquisa, no âmbito interinstitucional, foi possível realizar par-

cerias importantes, entre as quais, destacamos a desenvolvida com a Fundação

Carlos Chagas e o Centro Internacional de Educação – Representações Sociais. Men-

cionamos ainda a participação de pesquisadores do Programa no trabalho do Ob-

servatório da Educação do Campo, que envolve várias universidades do Estado de

Minas Gerais. Outro empreendimento importante do Programa foi a criação da Re-

vista Educação em Perspectiva, no ano de 2010, tendo sido avaliada pelo Qua-

lis/Capes, no último triênio, como B2. Essa tem como finalidade instigar a produção

e a socialização do conhecimento produzido no campo educacional de pesquisado-

res do contexto nacional e internacional.

Para fins desse artigo, vamos nos deter na síntese quantitativa e qualitativa

das produções científicas do DPE e PPGE, relativas aos últimos 10 anos, ou seja, o

período de 2002-2012. Neste período, são contabilizados 213 projetos de pesquisa

registrados.

No tocante às pesquisas desenvolvidas pelo Departamento de Educação, con-

siderando as respectivas palavras chave identificadas nestes respectivos projetos e

seus objetivos propostos, podem ser evidenciados quatorze eixos temáticos de es-

tudos a considerar: políticas públicas, práticas pedagógicas, ciência e tecnologia, his-

tória da educação, educação do campo, gestão escolar, movimentos sociais, educa-

ção de jovens e adultos, formação discente, formação docente, currículo, relação

família e escola e diversidade.

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O Gráfico 1 mostra a produção científica dos docentes vinculados aos grupos

de pesquisa.

GRÁFICO 1- Grupos de pesquisa cadastrados no CNPq e (%) de projetos a eles vinculados.

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011.

Pode-se perceber ao analisar o Gráfico 1 que o Grupo de pesquisa com maior

número de projetos a eles vinculados é o de Formação de Professores e Práticas

Educativas. Na sequência, temos dois grupos com porcentagens muito próximas:

Políticas Públicas e Educação Pública Brasileira. Há um número expressivo de grupos

de pesquisa, percebendo-se temáticas afins.

Quanto às linhas de Pesquisa que agregam os projetos de pesquisa do Depar-

tamento de Educação, podemos perceber, de acordo com o Gráfico 2, que em duas

linhas de pesquisas se concentra o maior número de projetos registrados: Educa-

ção, Estado e Sociedade e Formação de Professores. Cabe destacar que até a criação

do programa de Pós-graduação em Educação, em 2008, os projetos que se voltavam

para a problematização do campo de formação de professores eram registrados na

linha de mesmo nome. Atualmente, os projetos começam a ser registrados na linha

formação de professores e práticas educativas.

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GRÁFICO 2- Linhas de pesquisa do DPE e (%) de projetos a ela vinculados.

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011

No que se refere às fontes de financiamentos das pesquisas, há preponde-

rância de projetos não financiados (Gráfico 3).

GRÁFICO 3- Fontes de financiamento das pesquisas e sua porcentagem Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011

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O Gráfico 4 mostra as modalidades de bolsas dos projetos desenvolvidos.

GRÁFICO 4- Modalidades de bolsa de pesquisa e sua porcentagem

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011.

Cabe destacar, ao observar o Gráfico 4, que temos uma variedade de bolsas,

mas há uma maior concentração nas modalidades de bolsas da Fapemig e CNPq.

Entretanto, pode-se, também, destacar a presença de um número expressivo de

projetos sem bolsa e sem financiamento.

Atualmente o Departamento de Educação, no contexto da graduação, segun-

do dados disponibilizados pela PPG-UFV, conta com 23 três bolsas de Iniciação cien-

tífica, institucionais: nove bolsas da Fapemig, oito bolsas do CNPq, nove bolsas do

BIC Júnior e duas bolsas Funarbic.

No que se refere ao Programa de Educação Tutorial - PET Educação/Viçosa,

temos 15 estudantes a ele vinculados, 12 com bolsa da Capes.

Com a criação do Programa de Pós-Graduação, novas modalidades de bolsa se

apresentam: Capes-Reuni, Capes-Demanda Social, Observatório do Campo e Fape-

mig, essa última com locação é bianual, totalizando 24 bolsas.

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A Produção Científica no Contexto do Programa de Pós-Graduação em Educação

O primeiro aspecto destacado na produção científica refere-se à percentagem

de artigos publicados pelos estudantes do mestrado, considerando as temáticas en-

volvidas, bem como o tipo de publicação. Além disso, foram incluídas também as

dissertações defendidas pela turma egressa do Programa.

Do total de 18 alunos, 12 deles apresentaram trabalhos em eventos na moda-

lidade oral, totalizando 15 trabalhos. Com relação à apresentação de pôsteres em

eventos, contabilizamos 21 produções de 14 estudantes. A percentagem de estu-

dantes que publicaram trabalhos científicos em eventos está relacionada nos Gráfi-

cos 5 e 6.

GRÁFICO 5- Apresentação de trabalhos em eventos na modalidade oral.

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011.

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GRÁFICO 6- Apresentação de trabalhos em eventos na modalidade pôster.

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011.

GRÁFICO 7- Tipos de produções científicas dos discentes do PPGE/UFV

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011.

Os Gráficos 5, 6 e 7 mostram um total de 38 produções dos discentes do

PPGE: 15 apresentadas na modalidade oral, 21 na modalidade pôster e 2 publica-

ções em revistas.

Temos um total de 36 trabalhos científicos publicados em eventos, a maior

participação se concentrando em eventos nacionais. Os dados também nos indicam

tendência à participação dos estudantes em eventos internacionais (Gráfico 8).

GRÁFICO 8- Tipos de evento em que ocorreram as publicações científicas dos discentes.

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011.

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Na análise da produção científica discente, foram incluídas as dissertações já

defendidas no Programa. Para essa amostra contabilizamos apenas a turma de

2009. Dos 12 alunos regularmente matriculados, tivemos 100% de defesas concluí-

das (Gráfico 9).

GRÁFICO 9- Dissertações defendidas pela primeira turma (2009) e o tempo de defesa.

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011

Outro indicador da produção discente consiste na participação e atuação em

eventos. Foram considerados, para análise, eventos como palestras, seminários,

congressos, fóruns, encontros e oficinas. Destacamos a forma de participação nas

seguintes modalidades: ouvintes, a organização ou participação de comissões orga-

nizadoras e cursos ministrados. A maior participação se deu na modalidade ouvinte,

totalizando o número de 35 eventos (Gráfico 10). Entre os eventos de que os dis-

centes do PPGE participaram, aquele promovido pela Pró-reitoria de Ensino, como

parte do Programa de Formação Continuada da UFV, composto de palestras aos es-

tudantes da pós-graduação dessa instituição, foi o que mais contabilizou participa-

ções (57%).

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GRÁFICO 10- Participação dos discentes em eventos como ouvintes. Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011

Em relação às publicações qualificadas dos docentes do PPGE no período de

2010-2011, tendo como fonte os currículos LATTES/CNPq dos docentes permanen-

tes, foram publicados 11 artigos em periódicos, nove capítulos de livros, dois ver-

betes e 39 trabalhos em anais de eventos (Gráfico 11).

GRÁFICO 11- Produção do corpo docente do PPGE.

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011.

Analisando estes dados, identificamos que a quantidade de publicações de ar-

tigos e de capítulos de livros é muito próxima. Entretanto, há uma discrepância em

relação ao número de publicações em anais de congresso. No que se refere às publi-

cações em periódicos utilizando a classificação da Capes, identificamos que, do con-

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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junto de 11 artigos publicados no período de 2010-2011, oito foram publicados em

periódicos qualificados (Gráfico 12).

GRÁFICO 12- Publicação do corpo docente do PPGE - Em periódicos Capes/QUALIS.

Fonte: Documento de Avaliação do PPGE/UFV-Triênio 2008-2011.

Os dados apresentados sobre a produção acadêmica e científica de discentes

e docentes do PPGE evidenciam um investimento em eixos temáticos de estudos

diferenciados, porém articulados, refletindo um comprometimento com os objeti-

vos do Programa e com o acúmulo de conhecimentos no campo educacional.

Cabe destacar no contexto da graduação e da pós-graduação a presença de traba-

lhos premiados em eventos locais e nacionais: Licenciaturas da Universidade Federal

de Viçosa em debate: relações entre campos de formação e atuação profissional

(Martins, C. de A; Braúna, R. de C. de A (orientadora); Giardini, B. L.; Miranda, E. da

S.; Ferenc, A. V. F.; Saraiva, A. C. L. C.) Simpósio de Iniciação Científica-Menção Hon-

rosa/Apresentação oral; Breves considerações sobre o estado do conhecimento na

área de Formação de Professores acerca da Educação para as relações étnico raciais

-2005-2009 (Mendonça, A. P. F. de); A educação de jovens e adultos em áreas de

reforma agrária: desafios da formação de educadores do campo (Silva, L. H. da);

Concurso Nacional de artigos científicos e ensaios teóricos sobre educação para a

diversidade e enfrentamento às desigualdades no contexto brasileiro, Anped/2010.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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3. PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

Em relação às perspectivas de pesquisa e possibilidades futuras, destacamos

que elas já vêm sendo desenvolvidas. Portanto, o que nos cabe mencionar é a pos-

sibilidade de continuidade de práticas gestadas no contexto de experiências inter-

disciplinares em ação. Essas produções científicas interdisciplinares têm sido cons-

truídas por meio de parcerias com outros programas, cujos diálogos têm permitido

novos horizontes de investigação, caso das pesquisas em Representações Sociais

sobre o trabalho docente, num grande projeto orquestrado pela Fundação Carlos

Chagas/Centro de Investigações em Educação – Representações Sociais; da Pesquisa

intitulada A formação, o trabalho dos docentes, que atuam no ensino fundamental,

e a avaliação sistêmica das escolas mineiras: um estudo comparado, que envolveu 6

Instituições públicas de Minas Gerais (UFJF – Instituição Sede da pesquisa-, UFMG,

UFSJ, UFV, UFOP, UEMG) e deu origem ao livro Campos e Vertentes: formação, tra-

balho docente e avaliação sistêmica, organizado por Calderano, Pereira e Marques

(2010); e o Observatório da Educação do Campo, que integra pesquisas de progra-

mas de Pós-Graduação da Universidade Federal de São João Del Rei, Universidade

Federal de Viçosa e Universidade Estadual de Minas Gerais. Ainda nessa perspectiva,

a produção de diálogos entre os próprios docentes/pesquisadores tem permitido

interlocuções entre diferentes perspectivas teóricas sobre objetos de estudo em

comum.

Outra perspectiva sobre as possibilidades interdisciplinares está situada na

prática extensionista dos docentes, que agrega diferentes atores sociais, remete a

práticas sociais relevantes, caso da Educação do Campo, da Agroecologia, dos Estu-

dos de Gênero e do Grupo Pet Conexões de Saberes/Educação. Refletindo a tradição

do DPE, a extensão tem sido uma forte fonte de interlocução com as pesquisas, nu-

trindo as reflexões e problematizações dos objetos de pesquisa.

REFERÊNCIAS

BARLETTO, M. Uma experiência de curso de formação de pedagogas – diálogos entre diferentes trajetórias. 2006. 267 p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universi-dade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, 2006.

FERENC, A., V. F.; SARAIVA, A.C. L. C.; BARLETTO, M.; DE MARI, D.L. ; AZEVEDO, S. S.; SILVA, L. H. ; LEAL, E.; ALVARENGA, F.; MELLO, P. das G. Documento para subsidiar o processo de avaliação do Programa de Pós-Graduação em Educação- PPGE/UFV, no triênio 2008-2011. Viçosa, 2011. 52p.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA - DGE/UFV: DETERMINANTES E

PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Lídia Lúcia Antongiovanni

Maria Isabel de Jesus Chrysostomo

Nilo Américo Lima

1. INTRODUÇÃO

O curso de Geografia, criado em 2000 e com início no ano de 2001 na UFV,

correspondeu a um momento particular na história institucional atendendo a uma

demanda local por cursos noturnos vinculados às áreas de humanas, principalmente

de licenciatura. Simultaneamente, foram criados os cursos de História, Dança e

Comunicação Social.

A primeira coordenação foi conduzida pela professora Cristine Carole Mugler,

que atua no Departamento de Solos, tendo permanecido no cargo até o ano de

2003, quando então assumiu o professor Leonardo Civale, da área de Geografia

Humana.

Para a implementação do curso, a professora Cristine Carole Mugler

coordenou uma equipe que elaborou a primeira matriz curricular e a primeira

versão do projeto político-pedagógico, que foi posteriormente modificado,

resultando numa nova matriz curricular implementada a partir do ano de 2008.

Quando da sua criação, o curso de Geografia estava inserido no

Departamento de Artes e Humanidades – DAH, que abrigava também os professores

dos cursos de História, Dança e Comunicação social, que somavam cerca de 20

professores, e teve como chefe, durante os anos de 2002-2004, o professor Paulo

Shikazu Toma, atuando à época no Departamento de Economia. Mas foi com a

criação do Departamento de Geografia - DGE, no ano de 2008, que houve uma

intensificação da pesquisa a partir de suas especificidades.

O início da instalação do curso de geografia exigiu esforços tanto dos

primeiros professores de outras áreas quanto daqueles da área de geografia, até

que passasse a construir uma identidade maior a partir da geografia do que

somente a partir de outras disciplinas.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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Inicialmente, as disciplinas da área de Geografia foram conduzidas por dois

professores substitutos e por dois efetivos de outros departamentos. No segundo

semestre de 2002, foram feitos os primeiros concursos públicos visando à

contratação de professores efetivos. Entre os anos de 2002 e 2010, foram

contratados os atuais professores do DGE: Leonardo Civale (2002), Maria Isabel de

Jesus Chrysóstomo (2003), André Luis Lopes de Faria (2004), Eduardo José Pereira

Maia (2005), Edson Soares Fialho (2006), Ulysses da Cunha Baggio (2006), Janete

Regina de Oliveira (2009), Lídia Lúcia Antongiovanni (2009) e Nilo Américo Lima

(2011).

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

A pesquisa no Departamento de Geografia - DGE foi se consolidando com a

chegada de novos professores das áreas específicas da geografia. Houve e há um

processo de formação dos docentes, que puderam contar com licença para

doutorado e, mais recentemente, para pós-doutorado, o que permite amadurecer e

solidificar linhas e temáticas de pesquisa.

Inicialmente, mesmo poucas, as publicações nos congressos da área tiveram o

papel de impulsionar o debate na instituição sobre a necessidade de incentivar a

pesquisa. Tal processo culminou na promoção de vários cursos, seminários e

conferências, eventos que contaram com a participação de professores de outras

instituições e com a presença marcante dos estudantes de geografia e do seu corpo

docente.

Como um dos resultados, podemos citar a realização da 1ª Semana

Acadêmica do curso de Geografia, no ano de 2003. Neste mesmo ano, na busca de

incrementar a pesquisa, foi inaugurado, nas dependências da biblioteca, o

Laboratório de Pesquisas Geográficas. É neste contexto, apesar de incipiente, que a

pesquisa de Geografia na Universidade Federal de Viçosa dá os seus primeiros

passos.

Outro momento emblemático ocorreu em 2004, quando os professores e

alunos se mobilizaram para participar do Encontro Nacional de Geógrafos ocorrido

em Goiânia, organizado pela Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB. O

resultado desse esforço levou a uma participação massiva dos estudantes de

Geografia, assim como a presença de três dos quatro docentes do curso. Contudo,

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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antes mesmo da participação nesse evento, e, após o seu término, professores e

estudantes começaram a discutir, com os representantes da AGB/Belo Horizonte e

AGB/ Nacional, a possibilidade de criar uma sede da AGB em Viçosa. Os debates

para viabilizar esta criação foram muitos, sendo convidados professores e

estudantes de outras AGBs locais.

O resultado dessas propostas também culminou na realização de encontros e

debates com representantes de outras instituições. Este intercâmbio estimula e

permite a inserção dos estudantes e dos professores do curso num contexto mais

amplo, com representação regional e nacional. Esta inserção é responsável,

inclusive, pelo expressivo número de publicações de pesquisas da iniciação científica

ao doutorado e pós-doutorado nos anais deste importante evento da geografia

nacional.

Em 2006, a contratação de mais três professores coincidiu com a defesa de

doutorado de dois docentes que já faziam parte do curso. Neste novo cenário, o

Departamento passou a dispor de três professores com doutorado e quatro com

mestrado, sendo dois destes em treinamento. Com isso, apesar de os professores

continuarem inseridos em grupos de pesquisa de outras universidades, iniciaram

projetos na Instituição, ingressando a Geografia em uma outra etapa em termos de

produção acadêmica a partir da UFV.

Atualmente, o Departamento de Geografia conta com nove professores,

sendo sete adjuntos e dois assistentes. Ressalta-se que dos dois professores

assistentes, um se encontra no terceiro ano de licença de doutorado e o outro tem

previsão de iniciar seu treinamento em 2014. Em breve, portanto, contaremos com

oito professores doutores.

O início dos debates acadêmicos e o alvorecer das pesquisas no curso de Geografia

No ano de 2003, ocorreu a primeira visita do Ministério da Educação (MEC),

sendo reelaborado o projeto político pedagógico do curso, com o reconhecimento

do curso em 2005. Durante a visita, foram sugeridas algumas alterações na matriz

curricular do curso, que foi reestruturada em de 2008.

O curso de Geografia adquiriu maior autonomia política e administrativa com

a criação do departamento de Geografia em dezembro de 2008, que teve como

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primeira chefa a professora Maria Isabel de Jesus Chrysóstomo, sucedida pelo atual

chefe do DGE, Professor Edson Soares Fialho. A partir deste momento, a pesquisa

toma novo impulso.

De 2002 a 2012, houve cinco gestões na coordenação do curso de Geografia,

que vivenciaram múltiplos desafios na área de ensino, pesquisa, extensão e

administração. Inserido de forma crítica nas demandas institucionais e acadêmicas,

o curso foi responsável pela formação de mais de 600 alunos. Atualmente

encontram-se vinculados 816 estudantes ao DGE.

A maior parte dos egressos está mercado de trabalho atuando em diferentes

áreas da Geografia. E há muitos que ainda estão complementando sua formação nos

cursos de mestrado e doutorado, oferecidos por diferentes universidades brasileiras

tais como UFRJ, UFF, Unesp, UFMG, a própria UFV, entre outras.

Pode-se dizer que a partir de 2006, quando o curso passa a ter mais recursos

de áreas próprias da geografia, e com novos reforços nos anos seguintes, a pesquisa

tem maior expressão, tanto com a elaboração de projetos de pesquisa como na

maior incorporação de bolsistas de iniciação científica ao departamento - bolsas BIC

Júnior, Pibic (CNPQ, Fapemig, Caixa).

Também merece destaque a maior participação em projetos de extensão e

ensino, através dos programas de ensino financiados pela Capes, tais como o Pibid

e os de extensão (Proext), que, indiretamente, têm impulsionando a pesquisa do

Departamento.

Este é um momento em que é possível perceber a constituição de linhas de

pesquisa estruturadas a partir de projetos em complementaridade com o ensino e a

extensão.

Configuração de Áreas Temáticas de Pesquisa no DGE

A pesquisa no Departamento de Geografia organiza-se a partir das

possibilidades trazidas com as entradas de novos professores para suprir a demanda

da matriz curricular básica do curso.

Assim, como mencionado anteriormente, poderemos perceber que nestes

onze anos de existência houve uma significativa ampliação tanto do número de

pesquisas bem como nas suas temáticas, acompanhadas da busca da estruturação

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133

de laboratórios, publicações, orientações de pesquisa e de monografias, além da

participação em grupos interinstitucionais e ainda a participação em cursos de pós-

graduação em outros departamentos da UFV.

A geografia, ao abordar a questão da produção do espaço, o faz a partir de

duas vertentes complementares, tradicionalmente consagradas: a produção do

espaço considerando as relações sociedade natureza e a produção do espaço com

ênfase nas relações políticas, culturais, econômicas. Estas vertentes muitas vezes se

cruzam no processo da pesquisa, havendo muitos elementos de interseção entre

elas.

Também é preciso destacar que há uma crescente preocupação em tratar as

temáticas a partir da produção do espaço regional e da noção de Zona da Mata

Mineira, mas buscando compreender sua diversidade interna e a fluidez de suas

fronteiras.

A questão climática vem sendo desenvolvida pelos projetos de pesquisa

organizados pelo Laboratório de Estudos Climáticos – O Bioclima – que abriga

bolsistas de iniciação científica e de extensão, que abordam diversos assuntos,

principalmente o clima urbano.

O espaço geográfico é abordado através da noção de paisagem e abrange

projetos de percepção da paisagem e toponímia, tratando, também, da questão

étnica e da inserção do negro na produção do espaço na Zona da Mata Mineira.

Com uma abordagem a partir dos estudos de geografia urbana, são

desenvolvidas pesquisas sobre a produção do espaço urbano, buscando novos

elementos teóricos e a construção de conceitos que permitam compreender novas

práticas espaciais.

Dentro desta vertente da questão urbana, há também estudos com uma

abordagem da geografia histórica, analisando a formação das cidades e suas

implicações em processos atuais. Além disso, associada a esta temática, ocorre a

realização de pesquisa sobre patrimônio histórico em parceria com prefeituras da

região. Temos também pesquisas em monografias resultando em vários estudos

sobre a dinâmica espacial da constituição de cidades e de processos na Zona da

Mata Mineira para preencher uma lacuna de produção de conhecimentos sobre a

região. Associa-se a esta linha um debate sobre geografia cultural.

O curso também desenvolve uma linha de pesquisa que aborda processos da

natureza através da área de conhecimento denominada geomorfologia. De forma

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134

associada há pesquisa na área de geoprocessamento, que está se constituindo a

partir do Laboratório de Geografia Física.

A área de ensino de geografia vem se estruturando pela formação de

professores, com a realização de pesquisa de doutorado, e também pela

organização do Laboratório de Ensino de Geografia. Nesta área, a condução do

projeto Pibid tem papel essencial no subsídio ao conhecimento das escolas da

região, suas demandas e possíveis conexões com a pesquisa e também com a

extensão.

Estão em andamento pesquisas, com base na abordagem da geografia

econômica, que procuram compreender processos de desenvolvimento territorial

tanto na área rural como na área urbana e suas possíveis conexões. As pesquisas

visam a compreender as implicações para o desenvolvimento territorial da

integração da agricultura familiar em circuitos produtivos de caráter nacional e até

internacional na Zona da Mata Mineira. Outra pesquisa associada é a constituição

do Observatório dos Desenvolvimentos Territoriais na Zona da Mata Mineira.

Alguns dos projetos são desenvolvidos no Laboratório de Pesquisas

Geográficas, espaço onde ocorrem diversas atividades dos grupos de pesquisa dos

professores do DGE, além de ser um espaço para pequenos seminários e de defesas

de monografias.

Outra temática de pesquisa que se organiza diz respeito a conflitos

ambientais, analisando questões como a da água na linha de pesquisa Estudos

Territoriais e Representações do Espaço Geográfico na análise socioambiental e a

questão dos conflitos ambientais gerados pelo turismo e pela mineração na linha de

pesquisa Governança de Recursos Comuns e Desenvolvimento Sustentável.

Assim, temos cerca de 300 monografias feitas e distribuídas entre estas

temáticas, havendo predominância de estudos sobre Viçosa e municípios vizinhos.

Outrossim, uma outra frente de pesquisa vem se constituindo com a busca

por uma organização da mapoteca, visando a potencializar o uso deste rico acervo.

Destacamos participação dos estudantes de geografia em projetos de

pesquisa em outros departamentos tais como no Departamento de Solos, pela

participação no Laboratório de Geoprocessamento, e no Museu de Ciências da

Terra.

Em outros departamentos, destaca-se a participação de nossos egressos nos

programas de pós-graduação da Extensão Rural, Educação, Solos e Arquitetura,

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indicando o potencial de pesquisa possibilitado pelo curso. Apresentamos abaixo

uma lista das temáticas de pesquisa atualmente desenvolvidas no DGE.

Lista geral dos projetos de pesquisa registrados em desenvolvimento no

Departamento de Geografia da UFV:

Solos Submersos Solos

Geomorfologia da Antártica

Desenvolvimento Urbano

Organossolos do Parque Nacional do Caparaó

Uso e ocupação dos solos de Guaraciaba

Moderno, Modernidade, Modernização: a educação nos projetos de Brasil – séc. XIX e XX.

História da Geografia escolar no Brasil

Geografia, Educação e Modernidade: a pesquisa em Ensino de Geografia e a geografia na

pesquisa em Educação

Qual(ais)_Memória e História Urbana do Rio de Janeiro – NEURB - Universidade Federal

Fluminense

Formação das Periferias Urbanas de Viçosa-MG: os casos de Nova Viçosa e Amoras

Imigração estrangeira nos Confins da Zona da Mata Mineira (1850-1870): entre civilização

do sertão e controle do território

Os Territórios da Espera nas Américas (convênio com instituição de pesquisa francesa)

Territórios agrários e circuitos espaciais do agronegócio na Zona da Mata Mineira: uma

problematização das noções de desenvolvimento territorial

Laboratório de Climatologia - Bioclima

Observatório dos desenvolvimentos territoriais da Zona da Mata Mineira

Compreendendo as impressões e repercussões das

atividades humanas sobre as paisagens.

O Processo de Urbanização e sua Repercussão no Campo Térmico sobre a área urbana de

Viçosa-MG.

A importância do sítio no caráter climático nas cidades localizadas na Zona da Mata Mineira

Paisagem e Memória: reconstruindo a geo-história do município de Teixeiras-MG.

Impacto pluvial e organização do território: Compreendendo o percurso dos recursos de

reconstrução para os municípios mineiros atingidos pelas enchentes/secas entre 2006 e

2009 e suas repercussões socioeconômicas na paisagem.

Em relação às publicações, o DGE vem aumentando sua produção conforme

aumenta o número de professores. Enquanto em 2003 está registrada apenas uma

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publicação no DGE, em 2010 temos 97 trabalhos publicados, considerando as

publicações junto com os estudantes em congressos e as monografias.

Estas possibilidades que vêm se configurando de ampliação da produção

tendem a se firmar cada vez mais conforme as condições previstas no projeto

político pedagógico do Curso e também de acordo com a experiência que os

professores vão adquirindo com seu tempo de instituição.

3. PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

Uma reflexão que se proponha a pontuar questões sobre perspectivas e

possibilidade de pesquisa deve procurar tatear os indícios de uma nova ciência,

refletindo sobre o contexto de seu surgimento e, ao mesmo tempo, firmando-se no

estado da arte de suas temáticas de pesquisa.

A trilha do conhecimento depende de uma construção histórica como

também é tributária das demandas provocadas pelos fenômenos sociais e da

natureza frequentemente apropriada. Nisto poderia residir a estrutura deste roteiro

pautado nos indícios, no contexto e no estado da arte.

Os debates que se propõem à expansão das concepções de mundo pautadas

na complexidade, na visão da totalidade em combate às fragmentações, no

reconhecimento das muitas dimensões do espaço geográfico constituem indícios do

novo na ciência. É a dinâmica de transformações de paradigmas, mudança que não

se realiza sem o paradoxo das resistências já fincadas.

De um modo geral, estas experiências já são uma realidade contextualizada

na geografia brasileira, isto é, a experiência de uma nova ciência se faz vivida pela

comunidade geográfica do Brasil. Do ponto de vista de métodos e metodologias,

deve se considerar, hoje, que o corpo docente dos Departamentos de Geografia em

nosso país, em algum momento, se defrontou, na individualidade e coletividade de

seus pesquisadores, com o movimento de renovação experimentado por esta

disciplina. Nesse sentido, o corpo docente do Departamento de Geografia/CCH/UFV

(DGE) igualmente não ficou imune a estas transformações, tanto no que diz

respeito aos Sistemas de Natureza como também aos fundamentos socioespaciais.

A participação dos professores deste Departamento em eventos científicos, tais

como os Simpósios de Geografia Física, nos Encontros da Anpege (Associação

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Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia) e demais eventos temáticos

em Geografia, reflete esta dinâmica

Assim, no que se refere ao estado da arte em relação a indícios e contextos

voltados para perspectivas e futuro da pesquisa, o DGE, instrumentalizado por sua

Comissão de Pesquisa, vem apresentando e amadurecendo propostas de instalação

de um Programa de Pós-Graduação em Geografia, proposta que já faz parte do

Plano de Gestão. Em uma primeira aproximação, já se discutiu em Colegiado a

formatação de duas linhas de pesquisa: uma voltada para questões do “território,

ambiente e sociedade” e outra, para as “dinâmicas da paisagem”.

O diverso temário de pesquisa sinalizado pelo corpo docente do DGE e de

certo modo reverberado pelo corpo discente em suas monografias de conclusão de

curso e de iniciação científica aponta também para novos caminhos. Assim,

enfrenta-se o desafio de desnudar a noção e processos reais de Zona da Mata

Mineira, como também, além deste recorte regional, nas perspectivas das

populações no mundo agrário, da geografia histórica, nas problemáticas de

modernidade, educação e geografia, nas dinâmicas de paisagem, solos, relevo e

clima, nos conflitos ambientais, nos temas de formação do urbano e das cidades.

Experimenta-se práxis metodológicas nos campos da cartografia histórica,

cartografias sociais, geoprocessamento, na abordagem das modalidades de

desenvolvimentos e envolvimentos, traçando-se grafias de perspectivas de pesquisa

em geografia.

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DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA - DHI/UFV: DETERMINANTES E

PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Fábio Adriano Hering

1. INTRODUÇÃO

O curso de História da UFV foi criado no ano 2000 como parte do Centro de

Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH) e como resultado do esforço da Universida-

de Federal de Viçosa de, a um só tempo, completar o ciclo das licenciaturas por ela

oferecidas, contribuir de modo mais ativo na formação dos professores da região e

criar um centro de excelência em ensino e pesquisa em História em níveis de gradu-

ação e pós-graduação. A primeira turma ingressou no ano de 2001, oferecendo um

total de 50 vagas no turno noturno. O curso obteve reconhecimento do MEC pela

Portaria no. 553, de 25/02/2005. Inicialmente, vinculado ao Departamento de Eco-

nomia, em 2002, foi incorporado, junto com os cursos de Comunicação Social, Dan-

ça e Geografia, ao recém-fundado Departamento de Artes e Humanidades (DAH).

Em 30 de Outubro de 2008 (resolução n. 16/2008 UFV), como resultado da articula-

ção de seus docentes e em reconhecimento à trajetória até então consolidada, foi

criado o Departamento de História (DHI), que agrupa hoje os cursos de Licenciatura

e Bacharelado em História, onde são desenvolvidas diversas pesquisas.

Alocado atualmente no prédio do DAH, também é responsável pelo Arquivo

Central e Histórico, situado na Vila Gianetti, e pelo laboratório de pesquisa e de re-

ferência documental (LAMPEH), no prédio da Biblioteca Central. O curso de História,

particularmente, avançou no sentido de formar, ao longo desse período, um corpo

docente de titulação completa (ou em processo de doutoramento) e de elevada

qualificação, desenvolvendo inúmeros projetos de pesquisa, ensino e extensão. No

atual currículo, o curso de História oferece internamente a maioria das disciplinas

que compõem o currículo das modalidades licenciatura e bacharelado. Há um po-

tencial de oferta de disciplinas optativas para outros cursos, intensificando os servi-

ços prestados pelo curso de História aos demais cursos da universidade, tanto do

CCH quanto de outros centros.

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139

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

O Departamento de História, além de coordenar o Arquivo Central e Histórico

da UFV, o Museu Histórico da UFV, o Laboratório de Ensino de História e Laboratório

Multimídia de Pesquisa Histórica (LAMPEH), tem seus professores do curso de Histó-

ria participando e coordenando vários projetos de pesquisa. As atividades do curso

já superaram os limites da própria instituição, com o estabelecimento de parcerias

com o IPHAN, através da Casa Setecentista de Mariana, com o Ministério Público do

Estado de Minas Gerais, através da Coordenadoria das Promotorias de Justiça de

Defesa do Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico de Minas Gerais, e com a Câma-

ra Municipal de Viçosa. Internamente, o curso desenvolve vários projetos de exten-

são em pareceria com outros departamentos, como Economia Doméstica e Enge-

nharia Agrícola e Ambiental, destinados à organização de acervos documentais e à

preservação da memória histórica.

A elaboração e execução de projetos de pesquisa e extensão bem como o de-

senvolvimento de outras atividades além daquelas voltadas especificamente para

os alunos de graduação contribuem, entre outras coisas, para a definição da identi-

dade do curso. Desde sua criação, vem se dedicando ao trabalho de preservação,

estudo e divulgação da memória histórica da instituição e da região de Viçosa. Vá-

rias iniciativas já foram tomadas nesse sentido. A primeira delas ocorreu em 2002,

quando o Arquivo Central e Histórico da UFV foi transferido para o DAH. O local reú-

ne acervo de valor inestimável para a memória da UFV, pois ali estão depositados

documentos históricos que remontam à época de criação da ESAV, os quais vêm

sendo organizados por estagiários (alunos de graduação de História).

Além do Arquivo Central e Histórico da UFV, a Casa Arthur Bernardes – subor-

dinada diretamente à Reitoria, mas administrada pela Divisão de Assuntos Culturais

– esteve até 2010, sob a coordenação do DHI, que ali realizou trabalho de preserva-

ção e catalogação do acervo, com o auxílio de bolsistas e estagiários do curso. Outra

iniciativa importante do Curso de História foi a organização e digitalização do rico

acervo de Inventários, Testamentos e Documentos Cartoriais dos séculos XVIII e XIX

da Casa Setecentista de Mariana, que ainda estão em continuidade e sob a coorde-

nação de professores do departamento.

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140

O primeiro destes projetos teve início em fins de 2005 e um segundo, em fins

de 2006, ambos com financiamento da Fapemig, somando cerca de R$ 150 mil reais,

aproximadamente. Além de contribuírem para a conservação e organização do

acervo da Casa Setecentista, estes projetos preveem a digitalização e disponibiliza-

ção de documentos cartoriais produzidos entre os séculos XVIII e XX, cobrindo quase

toda a região da Zona da Mata. A digitalização do acervo contribuirá tanto para a

preservação dos originais e para a ampliação do acesso dos pesquisadores. Para is-

so, está sendo preparada uma página na rede mundial de computadores do Labora-

tório Multimídia de Pesquisa Histórica (LAMPEH), que estará no ar nos próximos

meses, colocando à disposição dos pesquisadores cerca de 1.200 inventários e tes-

tamentos do século XVIII, dentro dos padrões internacionais de qualidade de ima-

gem. Os arquivos do Fórum de Viçosa, da ESAV, do Fórum da Comarca de Piranga e

do Arquivo Central e Histórico estão hoje sob o mesmo processo de recuperação e

digitalização, configurando o laço do DHI com a pesquisa local e com a História da

UFV. O convênio firmado com a Coordenadoria das Promotorias de Defesa do Pa-

trimônio Histórico, Cultural e Turístico de Minas Gerais também prevê o tratamento

da documentação judiciária de Viçosa e outras localidades da Zona da Mata. Outros

projetos têm sido desenvolvidos por professores do curso de História na cidade de

Viçosa e também no âmbito da UFV, os quais se voltam para a preservação, estudo,

composição de acervos e divulgação da memória histórica.

O corpo docente do curso, composto majoritariamente de doutores, contan-

do inclusive com dois pós-doutores, é formado atualmente por nove professores

efetivos, um visitante e um pós-doutorando. Os professores têm reconhecida expe-

riência na área de ensino de graduação e pós-graduação e interação constante com

a área de ensino de História no Colégio de Aplicação da Universidade (Coluni) e com

as escolas da rede de ensino público da cidade. Os docentes têm também significati-

va produção acadêmica no que se refere à publicação de livros, capítulos de livros e

artigos científicos, bem como participação em bancas de tese e projetos individuais

e coletivos de pesquisa. Esses professores coordenam projetos independentes e fi-

nanciados e vêm mantendo significativa produção acadêmica e científica, com o ob-

jetivo de, num horizonte próximo, implantar um curso de pós-graduação stricto sen-

su. No momento, o corpo docente do curso trabalha na elaboração de uma proposta

de criação de um curso de mestrado, com o horizonte de início, com o apoio institu-

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cional da Universidade e com a chegada de mais professores efetivos, dentro de no

máximo 4 anos.

Segue abaixo a listagem de professores efetivos e colaboradores do curso de

história, com suas respectivas formações acadêmicas e áreas de atuação, referentes

ao primeiro semestre de 2012.

Professores Efetivos38:

ÂNGELO ADRIANO FARIA

DE ASSIS

(Bacharel e Licenciado em História, UFF; Mestre em História Social,

UFF; Doutor em História Social, UFF) [Área de Atuação: Ensino de

História/História da Religião]

FÁBIO ADRIANO HERING

Bacharel e Licenciado em História, UFSC; Mestre em História Soci-

al, Unicamp; Doutor em História Cultural, Unicamp; Pós-doutor em

História Moderna e Contemporânea, UFMG) [Área de Atuação:

Teoria da História/Historiografia/História das Ciências]

FÁBIO FARIA MENDES

Bacharel em História, UFMG; Mestre em Ciência Política, Iuperj;

Doutor em Ciência Política, Iuperj). [Área de Atuação: História do

Brasil/História das Ideias]

FRANCISCO CARLOS

CARDOSO COSENTINO

Licenciado em História, UFMG; Mestre em Ciência Política, UFMG;

Doutor em História da Cultura, UFF). [Área de Atuação: História do

Brasil/História Ibérica] (recentemente transferido para o Campus

de Florestal da UFV)

JONAS MARÇAL DE

QUEIROZ

Bacharel e Licenciado em História, Unicamp; Mestre em História

Social, Unicamp; Doutor em História Social, USP). [Área de Atua-

ção: História do Brasil/Teoria e Metodologia da História]

KARLA DENISE MARTINS

Bacharel e Licenciada em História, UFPA; Mestre em História Soci-

al, Unicamp; Doutora em História Cultural, Unicamp) [Área de Atu-

ação: História Antiga e Medieval/História da Igreja]

MARIA DA CONCEIÇÃO

FRANCISCA PIRES

Graduação em História, UFPE; Mestre em História, UFPE; Doutora

em História, UFF; Pós-doutora em História, FCRB) [Áreas de Atua-

ção: História do Brasil (Império e República), Historiografia Brasi-

leira, História Social dos Intelectuais, História Social da Imagem,

Cultura Política e Sociabilidades]

38 Já foram professores do DHI: Ronaldo Pereira de Jesus (UFOP), Cláudia Maria das Graças Chaves (UFOP), Maria do Carmo Pires (UFOP), Stela Maris Scatena Viladarga (Unifesp), Álvaro de Araújo Antunes (UFOP) e Patrícia Souza de Faria (UFRRJ).

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PATRÍCIA VARGAS LOPES

DE ARAÚJO

Bacharel e Licenciada em História, UFOP; Mestre em História,

UFMG; Doutora em História Cultural, Unicamp) [Área de Atuação:

História Moderna e Contemporânea/ Cidades e Vilas/ Minas Ge-

rais/ Politica Urbana]

RUBENS LEONARDO

PANEGASSI

Graduação em História, USP; Mestre em História, USP; Doutoran-

do em História, USP) [Áreas de atuação: História Moderna/ socie-

dade, contatos culturais e império português]

Professor Visitante:

LUIZ LIMA VAILATI

Graduação em História, USP; Doutorado em História, USP) [Áreas de Atu-

ação: História e Patrimônio/ história da infância, história da morte, cotidi-

ano, morte (rituais) e práticas fúnebres]

Estagiária de Pós-doutorado:

PRISCILA RIBEIRO

DORELLA

Graduação em História, UFMG; Mestre em História, UFMG; Doutora em História,

UFMG) [História da América, com ênfase em História Intelectual Latino-

americana e História e Mídia]

Este corpo docente do Curso de História da Universidade Federal de Viçosa

tem promovido um número significativo de atividades de pesquisa, ensino e exten-

são, o que tem fortalecido significativamente a qualidade de ensino, captando re-

cursos para a pesquisa e preparando o caminho para a instalação de cursos de pós-

graduação em um futuro breve. Estas atividades podem ser atestadas pelos projetos

de pesquisa e extensão registrados nas respectivas pró-reitorias, pelos Relatórios de

Atividades Docentes e pelos Currículos Lattes dos professores.

Algumas das atividades desenvolvidas e os dados mais relevantes que consi-

deramos representativos do potencial para a pesquisa do DHI podem ser divididos

nos seguintes itens: Projetos, Publicações e Formandos na Pós-Graduação.

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Projetos 1:

Professor(a) Grupo de Pesquisa na UFV

Ângelo Adriano Faria de

Assis

As Metamorfoses da Fé: Mulheres e Criptojudaísmo no Mundo Português du-

rante a Modernidade (financiado pela Fapemig)

Francisco Carlos

Cardoso Cosentino

A comunicação política na monarquia pluricontinental portuguesa (1580-

1808): Reino, Atlântico e Brasil (financiado pela Fundação de Ciência e Tecno-

logia)

Fábio Faria Mendes Família e Demografia em Minas Gerais: Séculos XVIII, XIX e XX

Fábio Adriano Hering Os Viajantes Ingleses e a Mineração do Ouro em Minas Gerais no século XIX

Patrícia Vargas Lopes de

Araújo

Entre intervenções e melhoramentos: civilidade, modernidade e progresso em

Campanha/MG (1890-1930) (financiado pelo CNPq)

Patrícia Vargas Lopes de

Araújo

Patrimônio Documental e Memória da Zona da Mata Mineira: Conservação

Preventiva, Digitalização e Acesso Virtual dos Acervos da ESAV e do Fórum de

Viçosa, projeto do PROEXT 2012 (financiado pela Capes)

Ângelo Adriano Faria de

Assis

Programa Institucional de Estímulo à Docência (financiado pela Capes)

Karla Denise Martins D. Viçoso no Santuário do Caraça: um percurso sobre a vida do prelado de

Mariana

Jonas Marçal de Queiroz Acervos de Minas Gerais: Mapeamento, Conservação Preventiva e Acesso por

Meio Digital

Rubens Leonardo

Panegassi

João de Barros e as Décadas da Ásia: contexto de produção e horizonte histó-

rico

Projetos

Diversos outros projetos de pesquisa, com Participação de Docentes do Curso

de História, com ou sem financiamento e já finalizados, foram desenvolvidos ao lon-

go desses mais de dez anos do DHI. Entre eles, poderíamos enumerar: Organização

e Digitalização dos Acervos dos Cartórios do 1o. e 2o. Ofícios do Arquivo Histórico da

Casa Setecentista de Mariana, projeto de pesquisa financiado pela Fapemig (edital

009/2005) e em convênio com o IPHAN, sob coordenação do prof. Fábio Faria Men-

des. [2005-2007]; Organização e Digitalização dos Acervos dos Cartórios do 1º. E 2º.

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Ofícios do Arquivo Histórico da Casa Setecentista de Mariana, projeto de pesquisa

financiado pela Fapemig (edital 015/2006) em convênio com o IPHAN, sob coorde-

nação do prof. Jonas Marçal de Queiroz [2006-2008]; Arquivo Histórico da UFV: Pes-

quisa e Memória, projeto selecionado pela Lei de Incentivo à Cultura do Estado de

Minas Gerais, sob coordenação da profa. Maria do Carmo Pires [2006- 2009 ]; A Eli-

te Eclesiástica e a Civilização Católica do Brasil (1872-1891), projeto de pesquisa fi-

nanciado pelo CNPq (edital MCT/CNPq 61/2005 - Ciências Humanas, Sociais e Sociais

Aplicadas), sob coordenação da profa. Karla Denise Martins [2006-2008]; D. Viçoso e

a Romanização da Diocese de Mariana [2008-2010], projeto financiado pela Fape-

mig/ Edital Universal APQ-00101-08; Questão Indígena, Política de Terras e de Mão-

de-Obra no Pará (1845-1889), projeto de pesquisa financiado pelo CNPq, sob coor-

denação do prof. Jonas Marçal de Queiroz [2006-2008]; A Casa de Arthur Bernardes:

História, Memória e Educação Patrimonial, projeto de pesquisa financiado pelo Edi-

tal Universal Fapemig, sob coordenação do prof. Jonas Marçal de Queiroz [2007-

2008]; Passaportes Internos: Documentação Pessoal, Identificação e Construção do

Estado no Brasil Imperial (1808-1850), projeto de pesquisa financiado pelo Edital de

Ciências Humanas do CNPq, sob coordenação do prof. Fábio Faria Mendes [2007-

2009]; Beyond Conservation Agriculture: A Science Program on the Transition to

Promise to Practice, programa de pesquisa comparativo de práticas de conservação

de solo, envolvendo pesquisadores de vários departamentos da UFV, Unicamp, UEL,

Wageningen University (Holanda), Fort Hare University (África do Sul) e Free State

University (África do Sul), coordenado pelos professores Lijbert Brussaard e Paul

Hebinck (WU), financiado pelo INREF (International Research and Educational Fund)

e pelo edital Capes-Wageningen 2007, com a participação do prof. Fábio Faria Men-

des como pesquisador [2007-2010]; Atlas Histórico de Viçosa, projeto de pesquisa

financiado pelo Edital ... da Fapemig, sob coordenação do prof. Ângelo Adriano Faria

de Assis. [2007-2009]; O Governo Geral do Estado do Brasil na segunda metade do

século XVII: carreiras, trajetórias sociais e procedimentos de governação, projeto de

esquisa financiado pelo Edital Universal do CNPq, sob coordenação do Prof. Francis-

co Carlos Cosentino. [2008-2009]; Poderes e Procedimentos de Governação: O Go-

verno Geral do Estado do Brasil, 2ª. metade do século XVII, projeto de pesquisa fi-

nanciado pelo Edital de Ciências Humanas e Sociais do CNPq, sob coordenação do

Prof. Francisco Carlos Cosentino [2007-2008]; As Paróquias Rurais do Termo de Vila

Rica: Um Estudo sobre a Formação Social das Primeiras Freguesias do Século XVIII,

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

145

projeto de pesquisa financiado pelo Edital de Ciências Humanas e Sociais do CNPq,

sob coordenação da Profa. Maria do Carmo Pires [2007-2009]; Câmara Municipal de

Mariana: Três Séculos de História, projeto de pesquisa financiado pela Câmara Mu-

nicipal de Mariana, sob a Coordenação da Profa. Maria do Carmo Pires [2007-2008];

Cultura e Política nas Américas: Circulação de Ideias e Configuração de Identidades

(Séculos XIX e XX), projeto temático Fapesp, coordenado pela Prof.ª Maria Lígia Pra-

do, com a participação como pesquisadora da Profa. Stella Maris Scatena Franco Vi-

ladarga [2007-2009].

Publicações

Nesse período de doze anos, os professores do DHI publicaram mais de 60 ar-

tigos completos em periódicos nacionais e internacionais, mais de 40 capítulos de

livros e 20 livros autorais ou organizados. Entre os títulos mais relevantes, destaca-

mos aqui os livros publicados e artigos mais recentes dos docentes que apresentam

um espectro de sua produção intelectual.

Docente Publicação

ARAUJO, P. V. L. De.

(Org.)

Folganças Populares: Festejos de Entrudo e de Carnaval em Minas

Gerais no século XIX. SP: Annablume, 2008;

Anais da Semana Acadêmica de História - História: definições, méto-

dos e ensino. 1.ª. ed. Viçosa: Editora Arka, 2011. v. 01. 301 p.

ASSIS, A. A. F. (Org.) ;

FARIA, A. L. L. de (Org.)

O onde e o quando: espaço e memória na construção da História e da

Geografia. 1. ed. Viçosa: Geographica Editora, 2012. v. 500. 289 p

ASSIS, A. A. F. Um rabi escatológico na Nova Lusitânia: sociedade colonial e inquisi-

ção no nordeste quinhentista. 1. ed. São Paulo: Alameda, 2011. 304 p.

ASSIS, A. A. F. (Org.)

SANTOS, J. H. dos (Org.)

ALVES, R. S. P.(Org.)

Tessituras da Memória: Ensaios acerca da construção e uso de Meto-

dologias na Produção da História. Niterói: Vício de Leitura, 2011. v.

500. 397 p.

MENDES, F. F. . Recrutamento Militar e Construção do Estado no Brasil Imperial. 1.

ed. Belo Horizonte: Argumentum Editora, 2010. v. 01. 175 p.

COSENTINO, F. C.

Governadores Gerais do Estado do Brasil (séculos XVI-XVII): ofício,

regimentos, governação e trajetórias. 1. ed. São Paulo: Annablume

Editora, 2009. v. 1. 366 p.

FRANCO, S. M. S San Martin: Libertador da América Latina. São Paulo: Memorial da

América Latina; Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 2007.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

146

HERING, F. A.

Mineração e Civilização no Brasil do Século XIX - os ingleses e o ouro

de Minas Gerais. In: Ângelo Adriano Faria de Assis; João Henrique dos

Santos; Ronaldo Sávio Paes Alves. (Org.). Tessituras da Memória: En-

saios Acerca da Construção e Uso de Metodologias na Produção da

História. Niterói: Vício de Leitura, 2011, v. , p. 267-290.

Os viajantes ingleses e a representação do Brasil: a cartografia do ou-

ro das Minas Gerais (1809-1867). História e-História, v. Maio, p. 1-20,

2010.

MARTINS, K. D

Culturas popular e erudita, breve revisão. Revista de Ciências Huma-

nas (Viçosa), v. 11, p. 235-244, 2011.

O Ultramontanismo em Minas Gerais e em outras regiões do Brasil.

Revista de Ciências Humanas (Viçosa), v. 11, p. 259-269.

PANEGASSI, R. L.

O saber medicinal, a salubridade e a produção de significados nas

crônicas do século XVI. Histórica (São Paulo. On-line), v. 44, p. 01-10,

2010.

POSSI, M. de A. ;

OLIVEIRA, A. de P. ;

MOREIRA, A. ;

MENDES, F. F. ;

QUEIRÓZ, J. M. de

Ambiente para busca e visualização de documentos históricos na web.

Perspectivas em Ciência da Informação (Impresso), v. 16, p. 168-180,

2011.

PIRES, M. do C.

Juízes e Infratores: O Tribunal Eclesiástico do Bispado de Mariana

(1748-1800). São Paulo: Annablume/FAPEMIG, 2008.

PIRES, M. da C .F. Cultura e Política entre Fradins, Zeferinos, Graúnas e Orelanas. São

Paulo: Annablume, 2010. v. 1000. 280 p.

QUEIROZ, J. M. . Escravidão, crime e poder: a rebeldia negra e o processo político da

Abolição. Revista de História Regional, v. 13, p. 7-45, 2008.

QUEIRÓZ, J. M. de et al.

(orgs.).

Meandros da História: Trabalho e poder no Pará e Maranhão, séculos

XVIII e XIX. Belém: UNAMAZ, 2005.

VAILATI, L. L. . A morte menina: infância e morte infantil no Brasil dos oitocentos (Rio

de Janeiro e São Paulo). 1. ed. São Paulo: Alameda, 2010. v. 1. 360 p.

3. PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

Nos primeiros dez anos de funcionamento, o curso formou cerca de 280 estu-

dantes, nas modalidades de licenciatura e bacharelado, o que significa ressaltar que

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147

o departamento já finalizou mais de 300 orientações, entre trabalhos de conclusão

de curso, projetos de iniciação científica (com financiamento e independentes), de

estágio de licenciatura e inclusive de mestrado.

Vários ex-alunos já foram aprovados em programas de mestrado em História

nas mais prestigiosas universidades do país, como UFMG, UFU, UFJF, UFOP, UFSJ,

UFF, UFES, UFRRGS, USP, UEP, Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro,

UFRJ, Unicamp e FGV, chegando ao total de 75 alunos, o que representa 27% do to-

tal de alunos formados. Alguns destes, tendo já concluído seu mestrado, ingressa-

ram em programas de doutoramento. Estudantes do curso também foram aprova-

dos e se destacaram em Concursos Públicos para professores das Redes Públicas

Estaduais de Ensino de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e

Espírito Santo, assim como para a carreira do ensino superior em instituições fede-

rais de ensino. São números significativos, principalmente se tivermos em conta a

juventude do DHI e o fato de que, por questões estruturais, há apenas um turno de

funcionamento do curso presencial39 e, por consequência, apenas uma entrada de

alunos regulares por ano.

Finalizando esse breve sumário das atividades do DHI da UFV, é bom lembrar

que o departamento tem mantido uma boa regularidade na organização de eventos,

com a vinda de especialistas na área de História dos principais centros de produção

no país e no exterior (inclusive com a Semana Acadêmica de História da UFV, levada

adiante pelos alunos com apoio dos professores, ocorrida em 2010, e programada

para acontecer novamente em Setembro de 2012). 40 Como esboçado aqui, o envol-

vimento dos professores do DHI com a pesquisa, fruto de uma concepção de conhe-

cimento e prática de pesquisa que orienta a área de História desde sua instituciona-

lização moderna, tem frutificado nas bem-sucedidas trajetórias acadêmicas de seus

egressos na pós-graduação. Por isso, o DHI hoje é um espaço de desenvolvimento

do pensamento crítico, além de um lugar onde se professa e pratica o engajamento

necessário entre as esferas inter-relacionadas da Pesquisa, do Ensino e da Extensão.

39 Desde de o ano de 2011, o DHI coordena também o curso de Licenciatura em História, modalidade a distância, com 300 alunos distribuídos entre os polos de Bicas, Jaboticatuba, Lagoa Santa e Ipanema. 40 Ressalte-se, nesse cenário, a dinâmica de colaboração com universidades e centros de ensino no exterior, como representados pela cooperação entre o DHI e a Universidade de Guelph, pela iniciativa do Prof. Fábio Faria Mendes, e da colaboração com a Cátedra de Estudos Sefarditas "Alberto Benveniste" da Universidade de Lisboa, levada adiante pelo Prof. Angelo Adriano Faria de Assis.

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148

DEPARTAMENTO DE LETRAS - DLA/UFV: DETERMINANTES E

PERSPECTIVAS DE SUAS PESQUISAS

Maria Carmen Aires Gomes

Gerson Luiz Roani

1. INTRODUÇÃO

O Departamento de Letras (DLA), incorporado à estrutura acadêmica da Uni-

versidade Federal de Viçosa (UFV) a partir de 1976, teve como objetivo propiciar a

consolidação do recém-criado curso de Letras (1975), então vinculado à extinta Es-

cola Superior de Economia Doméstica do Centro de Ciências Humanas, Letras e Ar-

tes (1978).

Nessa época, a Licenciatura em Letras foi implantada com duas habilitações,

Português-Francês e Português-Inglês, abrigando na primeira turma 40 alunos. Em-

bora com sensíveis e repetidas modificações no currículo do curso e no elenco de

professores, sempre em maior número e mais especializados, a licenciatura funcio-

nou com essas habilitações até 1990. Em 1991, o DLA passou a oferecer mais duas

habilitações - Português e Literaturas de Língua Portuguesa (Licenciatura) e Secre-

tário-Executivo Português-Inglês (Bacharelado) - que, a partir de 1998, foi trans-

formado em Curso de Secretariado Executivo Trilíngue Português-Francês-Inglês.

Em 2007, foi aprovada a habilitação em Português-Espanhol. Dessa forma, a

Licenciatura em Letras compreende hoje as habilitações Português-Francês, Portu-

guês-Inglês, Português e Literaturas de Língua Portuguesa e Português-Espanhol.

Atualmente, as atividades do Departamento abrangem as quatro habilitações

do curso de Licenciatura em Letras - Português-Literatura, Português-Inglês, Portu-

guês-Espanhol e Português-Francês - e o curso de Secretariado Executivo Trilíngue.

Além disso, atende a vários outros cursos da UFV, oferecendo um total de 164 disci-

plinas, para tanto o Departamento conta com 40 docentes: professores efetivos,

substitutos e visitantes.

Registra-se ainda que a par dessas atividades de ensino, o DLA desenvolve

programas de pesquisa e extensão universitária. O projeto de extensão em ensino

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149

de línguas - Prelin é um espaço educativo e científico, vinculado ao ensino e à pes-

quisa nele realizados, visando ao treinamento de futuros professores de línguas do

DLA. Este programa compreende os Projetos de Extensão em Línguas Inglesa (Celin),

Francesa (Celif), Espanhola (Celes) e Libras (Celib). Um dos objetivos do Prelin é (i)

oferecer cursos regulares (permanentes e/ou eventuais) de línguas estrangeiras em

níveis básico, intermediário e avançado; (ii) Oferecer campo de estágio aos alunos

dos cursos de graduação do DLA; (iii) servir como laboratório de experimentação de

pesquisas referentes ao ensino de línguas sugeridas pelos professores do DLA; e (iV)

servir de campo de pesquisa para os professores do DLA e para os alunos dos cursos

de graduação em projetos de iniciação científica.

Para desenvolver seus trabalhos de pesquisa, o DLA tem contado com o apoio

decisivo da Fapemig, do CNPq e da Capes. E, nesse contexto, considerando a tradi-

ção da Universidade Federal de Viçosa em perseguir a tríade ensino, pesquisa e ex-

tensão e com o incentivo da administração superior em efetivar o crescimento ver-

tical da instituição, o Departamento, no momento, oferece o Programa de Pós-

Graduação em Letras.

Atualmente o DLA conta com um quadro permanente de 28 professores, to-

dos titulados: 22 doutores e seis mestres. Ressalta-se que, dos seis mestres, dois

estão fazendo o doutoramento, e os outros quatro já constam da planilha para o

referido treinamento.

2. A PESQUISA NO DEPARTAMENTO DE LETRAS

O Departamento de Letras vem procurando incentivar e apoiar a Pesquisa en-

tre os docentes e discentes, visando aos seguintes objetivos: (i) possibilitar aos pro-

fessores e alunos condições para elaboração e desenvolvimento de Projetos de

Pesquisa, avaliando e incentivando a produção científica, visando à excelência aca-

dêmica no DLA; (ii) promover a formação de grupos de pesquisa, envolvendo pro-

fessores e alunos do DLA e de outros departamentos; (iii) incentivar os Programas

de Pesquisa de Iniciação Científica da UFV, orientando os alunos na pesquisa direci-

onada para estudos de pós-graduação e apoiando as solicitações junto aos órgãos

de fomento à pesquisa; (iv) promover o intercâmbio, a difusão e a publicação dos

resultados das pesquisas, através da organização de eventos acadêmicos no

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150

DLA/UFV e do incentivo à participação em eventos em nível nacional e internacio-

nal, incentivando as publicações; e (v) promover a publicação de resultados das

pesquisas em periódicos especializados e em Anais de eventos realizados no DLA.

Linhas de pesquisa do DLA

DLA-007 – Gestão Secretarial

DLA-009 – Gênero discursivo, Mídia e Identidade.

DLA-010 – Linguística Aplicada: ensino-aprendizagem em línguas estrangeiras e

materna

DLA-011 – Gramática e Cognição

DLA-012 – Literatura, Cultura e Sociedade

DLA-013 – Estudos comparativos em Literatura e Linguagem

DLA-014 – Gestão Empresarial

DLA-015 – Gestão Estratégica e de Pessoas

O DLA tem desenvolvido também um programa de pesquisa com projetos vol-

tados para estudos nas áreas de Literatura Nacional e Estrangeira, Língua Portugue-

sa, Línguas Estrangeiras, Linguística e Secretariado Executivo. Parte desses projetos

tem o apoio de instituições de fomento à pesquisa, como o PIBIC/CNPq. Os docentes

envolvidos em programas de pesquisa do DLA têm incentivado a participação de es-

tudantes em programas de Iniciação Científica, como forma de integrar discentes

dos cursos de graduação nas atividades de pesquisa. Essa prática tem se mostrado

altamente eficaz para desenvolver a capacidade e a criatividade nos jovens pesqui-

sadores.

Buscando promover uma maior integração acadêmica com a comunidade ci-

entífica, nacional e internacional, o DLA tem incentivado seus alunos e professores à

participação, apresentando trabalhos, em Congressos, Simpósios e outros eventos

acadêmicos, no Brasil e no exterior. O corpo docente do DLA tem também se empe-

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151

nhado na divulgação e publicação de trabalhos de pesquisa em anais, periódicos,

revistas, capítulos de livros e livros.

Em 1996, o Departamento lançou o primeiro número da GLÄUKS – Revista de

Letras e Artes, para divulgação dos trabalhos de seu corpo docente e também para

promover maior interação entre professores de instituições nacionais e estrangei-

ras. A Revista GLÁUKS (ISSN 1415-9015) é hoje uma publicação do Programa de Pós-

Graduação em Letras da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Encontra-se disponí-

vel on-line ao público (http://www.revistaglauks.ufv.br) e tem Qualis B2.

2.1. A Pós-Graduação em Letras

No âmbito da pós-graduação, as atividades foram iniciadas em 1983, com o

Curso de Especialização Lato Sensu de Linguística e Teoria da Literatura (1983-

1984), posteriormente, vieram os cursos de Linguística (1986-1987), Língua Portu-

guesa (1992-1994) Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Linguística e Literatura

Comparada (2004-2008).

A criação do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal

de Viçosa PGLET-UFV foi recomendada pela Capes, na sessão plenária do CGT, de 27

de julho de 2008, sendo atribuído conceito 04 ao novo stricto sensu, instalado, em

nível de mestrado, com duas áreas de concentração, Estudos Linguísticos e Estudos

Literários, tendo as atividades acadêmicas se iniciado em março de 2009.

Os seguintes fundamentos orientaram a criação do PGLET. O rigoroso enqua-

dramento às diretrizes da Capes para a área de Letras e Linguística, segundo as quais

um Programa Misto pode abrigar duas áreas de concentração: uma área de Lín-

gua/Linguística e outra de Literatura/Cultura. Além disso, o equilíbrio desejável e

necessário entre a formação do pesquisador e a ampliação dos Estudos Linguísticos

e Literários através da leitura, discussão, investigação e divulgação do conhecimento

produzido. E, ainda a realização de uma proposta que privilegiasse a prática inter-

disciplinar no que concerne à abordagem metodológica nos Estudos Linguísticos e

Literários, através do indispensável diálogo com outros campos de conhecimento.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

152

Em dezembro de 2010, as duas primeiras dissertações de mestrado foram

concluídas com um tempo médio de 22 meses para obtenção da titulação. Entre ja-

neiro e abril de 2011, ocorreram 16 conclusões de dissertações, caracterizando um

tempo médio de titulação de 24 meses, índice excelente para um programa novís-

simo, que procura evitar a evasão e a retenção dos seus estudantes além do tempo

de titulação recomendado pela Capes. Estes primeiros resultados atestam a serie-

dade com que o programa segue as diretrizes da Capes para a construção da exce-

lência dos programas de pós-graduação, bem como a inegável consolidação do

PPGLET nos seus três primeiros anos de existência.

Está previsto o ingresso anual de 18 estudantes, sendo nove mestrandos para

cada uma das áreas de concentração. Conforme preceitua o Regimento Interno, não

há a obrigatoriedade do preenchimento total desse número de vagas. Em 2011, a

terceira turma de mestrandos ingressou na Pós-Graduação em Letras, perfazendo,

com os matriculados de 2010, um total de 36 pós-graduandos.

No que concerne às perspectivas de evolução e tendências, frisa-se que o

Programa almeja a excelência acadêmica, pelo aprimoramento das suas linhas e

projetos de pesquisa, da qualificação do seu quadro docente, do aumento quantita-

tivo e qualitativo da produção intelectual de discentes e professores, do cumpri-

mento do tempo médio para titulação e da consonância com os avanços teóricos

que fundamentam a proposição de cada uma das áreas de concentração do nosso

stricto sensu.

O Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Viçosa

objetiva:

formar profissionais qualificados para as atividades de ensino e pesquisa nas

áreas dos Estudos Linguísticos e dos Estudos Literários, buscando, como prio-

ridade, o avanço do conhecimento científico nesses campos de estudo;

desenvolver pesquisas avançadas de Linguística e Literatura em diálogo com

áreas de conhecimento com que têm interfaces com o âmbito da linguagem;

difundir conhecimentos linguísticos e literários, integrando ensino e pesquisa;

formar profissionais para o ensino universitário em Letras;

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153

possibilitar o aperfeiçoamento do quadro de professores do ensino funda-

mental e médio; e

colaborar e estabelecer intercâmbios e convênios com centros de pesquisa

nacionais e estrangeiros que atuem no âmbito da investigação linguística e li-

terária.

2.1.1 Áreas de Concentração

O PPGLET tem duas áreas de concentração: A) Estudos Linguísticos e B) Estu-

dos Literários, ambas com o nível de mestrado acadêmico. Essas duas áreas consti-

tuem o seu eixo central e organizador, caracterizando-o como Programa Misto. A

organização das áreas de concentração com suas respectivas linhas de pesquisa con-

ta com grades curriculares específicas, cada uma composta por disciplinas da área

de concentração e outras de domínio conexo e com projetos de pesquisa que orga-

nicamente integram docentes, pós-graduandos e graduandos. A partir da constitui-

ção das áreas de concentração e das linhas de pesquisa, foi desenvolvida a arquite-

tura curricular, que apresenta uma coerente articulação com o âmbito temático

descortinado por cada uma das linhas investigativas.

A estrutura do PPGLET demonstra coerência e organicidade ao propor duas

áreas de concentração, Estudos Literários e Estudos Linguísticos, destacando uma

linha de pesquisa para a primeira área, Literatura, Cultura e Sociedade, e duas pa-

ra a segunda, Linguística Aplicada: ensino e aprendizagem de língua materna e es-

trangeira e Estudos Discursivos. Enquanto a única linha de Estudos Literários se abre

numa perspectiva inter e multidisciplinar, as duas de Estudos Linguísticos contem-

plam, avançando a vocação da graduação para o ensino e a questão dos gêneros do

discurso e, ipso facto, da leitura: sua análise, suas estratégias e efeitos de sentido.

Estudos Linguísticos

A área de concentração em Estudos Linguísticos abarca pesquisas que investi-

gam os mais diversos aspectos socioculturais e cognitivos relacionados à língua ma-

terna e às línguas estrangeiras, tendo como foco os pressupostos teórico-

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154

metodológicos advindos dos estudos nas áreas de Análise do Discurso e em Linguís-

tica Aplicada. Os projetos de pesquisa, assim como as orientações, estão vinculados

às seguintes linhas de pesquisa: Linguística Aplicada: ensino e aprendizagem de lín-

gua materna e estrangeira e Estudos Discursivos. Essas abordagens se voltam para a

reflexão teórica no campo do conhecimento da linguagem, suas práticas sociocultu-

rais, seu funcionamento e suas aplicações.

Estudos Literários

A área de concentração em Estudos Literários articula o estudo da Literatura

às demandas culturais da contemporaneidade em suas diversas manifestações, pois

se observa, sobretudo, a partir das últimas décadas do século passado, tendência à

investigação e à reavaliação dos pressupostos teóricos, críticos e metodológicos so-

bre os quais eles fundamentam. Articulada em torno da linha de pesquisa Literatu-

ra, Cultura e Sociedade, a área oferece a possibilidade de uma reflexão contempo-

rânea sobre questões teóricas atuais no campo dos Estudos Literários e Culturais.

Assim sendo, nos Estudos Literários contemporâneos chamam a atenção para as

novas relações e estratégias interdisciplinares como procedimento indispensável. As

modificações ocorridas no campo da Literatura e da Cultura exigem do investigador

literário uma especial capacidade de refletir sobre a nova interdisciplinaridade, es-

treitando os vínculos com outras áreas de conhecimento, o que gera um surpreen-

dente e criativo espaço de indagações, ampliando o campo do que, há décadas, foi

instituído como estritamente literário. É nesse sentido abrangente e plural, envol-

vendo pesquisas que se abrem a outras áreas do conhecimento humano, que com-

preendemos essa área de concentração.

Linhas de Pesquisa

As linhas de pesquisa são concebidas como domínios ou núcleos temáticos

das atividades desenvolvidas no stricto sensu, caracterizados pelo desenvolvimento

de trabalhos com objetos ou com metodologias comuns de pesquisa. Com base nes-

sa perspectiva, as duas áreas de concentração do PPGLET estão estruturadas a partir

das suas respectivas linhas de pesquisa, conforme a descrição apresentada na se-

quência.

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155

Quanto à vinculação entre os projetos dos docentes e as linhas de pesquisa,

constata-se que há equilíbrio e harmonia na distribuição dos projetos pelas três li-

nhas. Ressalta-se também que a relação entre as linhas e os projetos é coerente e

abrangente, pois os temas das pesquisas são adequados às áreas, às linhas de pes-

quisa, às disciplinas oferecidas e às dissertações orientadas, buscando atender aos

objetivos e metas propostos pela nossa pós-graduação. Há projetos que mantêm

vínculos com instituições nacionais e internacionais e financiamento por agências de

fomento nacionais como Capes, CNPq e Fapemig.

Na sequência, descrevemos as linhas de pesquisa e os projetos a elas vinculados.

a) Literatura, Cultura e Sociedade

A linha de pesquisa dá sustentação e organização investigativa e programática à

área de concentração em Estudos Literários. Essa linha de pesquisa se volta para o

estudo das relações entre a Literatura e a Cultura e se abre para um processo teóri-

co-crítico de estudo do literário a partir da interlocução com outros sistemas artísti-

cos e de conhecimento humano como Antropologia, Psicanálise, Ensino, Religião,

História, Política, Sociologia, Direito e Artes. Investe-se, assim, na possibilidade de

estudar o fenômeno literário pela construção das identidades, da memória e dos

espaços simbólicos, buscando o entendimento das interações entre práticas sociais,

artísticas e culturais. Com isso, procura-se acompanhar e refletir as dimensões do

debate em torno de temas tradicionais e contemporâneos da Literatura e da Cultu-

ra, na perspectiva da produção de conhecimentos sobre a Literatura pelas manifes-

tações observáveis no contexto brasileiro e internacional.

Docente responsável Projetos desenvolvidos

Ângelo Adriano Faria de

Assis

Literatura, história e (re)construção da memória.

Biografismo literário: formas de interpretar o período moderno e suas

personagens

Elisa Cristina Lopes

A literatura no imaginário do leitor: entre práticas e teorias.

As teorias contemporâneas da literatura e suas relações com o currí-

culo do Curso de Letras: Pela construção de um Sujeito/Leitor.

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Gerson Luiz Roani

Entre tomos de convento e foro: Eça de Queirós e o discurso da histó-

ria.

O romance português pós-império: história, memória e construção do

sujeito nacional.

Gracia Regina Gonçalves

Sob o foco da ecocrítica: uma abordagem de “Surfacing” de Margaret

Atwood e sua poética da natureza.

Meias verdades: A constituição do sujeito em Anita Desai e Salman

Rushdie.

Maria Cristina Pimentel

Campos

A linguagem de Flannery O’Connor: expressão de identidade nas rela-

ções sociais, econômicas e culturais.

Incursões pelo discurso dialógico: o desvelar do sentido no inter-

relacionamento das vozes sociais.

Nilson Adauto Guima-

rães da Silva

A narrativa francesa do século XX: discurso da autonomia e do diálo-

go.

Sirlei Santos Dudalski

Dialogando com Shakespeare: múltiplas perspectivas.

Adaptações, transcrições: trilhas do teatro contemporâneo.

Solange Pimentel

Caldeira

Escritas cênicas: textualidade, recepção, interpretação.

b) Linguística Aplicada: ensino e aprendizagem de língua materna e estrangeira

Essa linha de pesquisa está vinculada à área de concentração em Estudos Linguísti-

cos. Assim sendo, tem como objetivo o estudo de questões teóricas e empíricas so-

bre ensino e aprendizagem de língua materna e estrangeira desde uma perspectiva

discursiva e sociocultural com foco nos seguintes aspectos comuns nos diferentes

projetos que integram a linha: formação de professores, crenças/representações

sociais de professores e alunos a respeito da aprendizagem de língua materna e es-

trangeira, aquisição e desenvolvimento de línguas, identidade, mídia, ensino e dis-

curso.

Docente responsável Projetos desenvolvidos

Adriana da Silva

Retextualização e ensino de língua materna;

Multimodalidade e leitura: a relação verbal e não verbal na

leitura e compreensão de textos; e

Concepções de leitura e escrita.

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Ana Maria Ferreira Barcelos

Narrativas de alunos e professores de línguas: crenças, experi-

ências e emoções;

Crenças, motivação, narrativas e experiências de alunos uni-

versitários a respeito de ensino e aprendizagem de inglês; e

Ensino de Inglês como Língua Estrangeira, vivenciada por pro-

fessores Pré-Serviço e Em-Serviço.

Wânia Terezinha Ladeira Análise de fala em interação em uma escola pública da perife-

ria de Viçosa-MG.

c) Estudos Discursivos

Essa linha de pesquisa está vinculada à área de concentração em Estudos Linguísti-

cos e reúne diferentes abordagens do discurso, refletindo a natureza diversificada

desse objeto e os múltiplos interesses que nele são projetados, assim como a varie-

dade de pressupostos teórico-metodológicos adotados para o seu tratamento. Nela

é dada uma especial ênfase a pesquisas em torno do estudo dos gêneros discursi-

vos, tais como o publicitário, o político, o jornalístico, o de divulgação científica, en-

tre outros, da argumentação e da persuasão, levando-se em conta dimensões psi-

cossociais, críticas e sociocognitivas. São enfatizadas, igualmente, pesquisas que re-

flitam sobre as relações entre discurso e ensino.

Docente responsável Projetos desenvolvidos

Cristiane Cataldi dos Santos Paes

Análise do discurso da divulgação científica;

O conhecimento sobre a planta transgênica na mídia impres-

sa brasileira: análise discursiva das estratégias divulgativas; e

A divulgação científica na mídia impressa e on-line: o proces-

so de recontextualização como prática discursiva.

Maria Carmen Aires Gomes

Discurso e gênero discursivo midiático: questões de pesquisa

e ensino;

Análise crítica do discurso: gêneros discursivos, mídia e iden-

tidade; e

Corpo na mídia impressa e televisiva: representações de vul-

nerabilidade social e diferença na sociedade contemporânea.

Mônica Santos de Souza Melo

Argumentação, emoção e ethos: um olhar discursivo;

Estratégias discursivas na mídia televisiva: as representações

feminina e masculina em publicidades de televisão; e

Mídia, discurso e representações.

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Grupos de pesquisa

O PPGLET tem cinco Grupos de Pesquisa institucionalizados e inscritos no Diretório

dos Grupos de Pesquisa do CNPq, que agregam docentes, pesquisadores externos e

estudantes de graduação e pós-graduação:

1) Estudos em Linguística e Linguística Aplicada; linguagem, sociedade e

cognição;

2) Crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas (CEALI);

3) Estudos Literários e Culturais;

4) Núcleo de Estudos Portugueses – NEP; e

5) Núcleo de Estudos Discursivos – NED.

3.PERSPECTIVAS DE PESQUISA E POSSIBILIDADES FUTURAS

O DLA proporciona também a participação de estudantes e professores em

programas de intercâmbio com várias instituições do exterior, como, por exemplo, o

convênio Caes/FIPSE , University of Montevallo, Gadsden State Community College e

outras.

Na esteira da internacionalização, o DLA participa do PLI, Programa de Licen-

ciaturas Internacionais, em parceria com a Universidade de Coimbra e a Universi-

dade do Porto, em Portugal.

É meta constante dos docentes manter a qualidade dos cursos de graduação,

consolidar a pesquisa e elevar o conceito da pós-graduação para a nota máxima 7.

Importante ressaltar que o desenvolvimento da pesquisa em Linguística Aplicada ao

ensino de língua materna e estrangeira no DLA está relacionado, sobretudo, às ati-

vidades desenvolvidas no âmbito do Prelin.

Em síntese, o corpo docente está empenhado em formar profissionais qualifi-

cados para as atividades de ensino, pesquisa e extensão, buscando sua inserção no

mercado de trabalho.

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CONCLUSÃO

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AVANÇOS E DESAFIOS DA PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS

APLICADAS, HUMANAS, LETRAS E ARTES NA UFV

Marco Aurélio Marques Ferreira

Denilson Santos de Azevedo

Carlos Frederico de Brito d’Andréa

1. INTRODUÇÃO

Aprendemos, na teoria, que toda agenda de pesquisa para obter sucesso deve

ter, além de bons pesquisadores, um limite claro de propósitos e uma questão de

pesquisa passível de ser respondida ou interpretada à luz da teoria existente ou da-

quela que emerge da manifestação massiva do conhecimento acumulado.

Entretanto, foi na prática que aprendemos e aqui registramos os créditos à

educadora UFV, cuja agenda real de pesquisa necessita de muito mais do que pre-

gam os manuais de filosofia da ciência ou de introdução à metodologia de pesquisa.

Em geral, carece de alguns ingredientes adicionais que vamos assimilando durante

nossa trajetória de trabalho, dos quais gostaríamos de registrar alguns, e como pre-

lúdio reflexivo, a missão que nos foi dada de relatar o II Fórum de Pesquisa do CCH.

Primeiramente, precisamos de organização e infraestrutura de trabalho nas

dimensões, humana, tecnológica e de capital. E claro isso tudo tem um custo.

Quem não se lembra, embora vagamente, de uma aula de introdução ao di-

reito, em que o professor eloquentemente disse que um pedido de habeas corpus

poderia ser escrito em um pedaço de papel de pão e à caneta de pena, pois o con-

teúdo é que de fato importa. A questão, diante do direito de ir e vir da pesquisa em

Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes, em geral, passa por quebrar cer-

tos tabus e questionar o que de fato é importante como ciência? Qual a essência

do conteúdo de nossas pesquisas?

Ainda nessa direção, acrescentaríamos que, na pesquisa, não é comum ver-

mos formulários de coleta de dados em papel de pão, tampouco escritos à mão. Não

é comum também nos defrontarmos com um artigo que, na sua essência, não foi

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resultado prático da leitura de diversos outros, que de certo influenciaram os cami-

nhos adotados e, por fim, cuja versão final não fosse impressa em qualidade neces-

sária para a leitura, que apenas o papel possibilita tomar como real e concreta.

Para não esquecer a parte burocrática processual, que vem, em geral, de uma

resma de A4, que passou pela secretária do departamento, pelo órgão de compras,

pelo pregoeiro, pelo fornecedor e transportador e pelo setor de materiais, só para

pular algumas etapas. E acrescentamos que esse esforço não teria conteúdo algum

na ausência do pesquisador e do objeto de pesquisa, qual seja, a sociedade. Portan-

to, a sociedade, com seus múltiplos aspectos, é de fato o conteúdo de nossas pes-

quisas.

Essa pesquisa requer o contato entre pesquisador e objeto pesquisado, que,

via de regra, se encontram geograficamente à parte. Portanto, o contato exige tec-

nologia e, por vezes e vezes, locomoção.

Aprendemos na prática coisas pouco práticas. Como exemplo, em se tratando

de Viçosa, os pesquisadores têm que acordar, com certa frequência, às 04:00 horas

para pegar o “ônibus de linha” para B.H. e, uma vez convidados para interagir com

colegas de outras universidades, em bancas e congressos, terão que migrar como

bons aventureiros para o santuário conectivo de Confins ou para outros confins que

os levem a seu destino.

Foi no dia a dia que aprendemos que aprender é uma necessidade essencial à

existência do pesquisador, não complementar, para cumprir, tão somente, o papel

de dar-nos rótulos que caracterizam nossa existência burocrática no serviço público.

Aprendemos que para tudo acima mencionado precisamos de um orçamento

e que ele exige um esforço imenso, em geral coletivo, para garantir a existência das

ciências sociais aplicadas, humanas, letras e artes no mundo competitivo das “Ciên-

cias”.

Aprendemos também que, diferentemente da tese que defendemos, em tese,

sozinhos, todo trabalho científico é fruto de uma complexidade de elementos hu-

manos, tecnológicos, materiais, dos quais o grupo de pesquisa é a aglutinação atô-

mica visível voltada à interação necessária à existência da pesquisa. Aprendemos

que, em pesquisa, liderança é tema prático e não teórico.

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Por fim, aprendemos que as ciências são recortadas (e não agrupadas) em

clusters temáticos, anatomicamente pouco ajustáveis para atender a uma das op-

ções seguintes: a) preencher um formulário que solicite o encaixe em uma das

“áreas de pesquisa do CNPq”; b) reproduzir o status quo existente na organização

ou nos órgão de financiamento ou de “regulação do conhecimento”; e c) repartir o

bolo orçamentário.

Ainda acreditamos que possam vir, sob condições positivas, a contribuir para

a otimização e a qualidade da prática científica, também.

Por fim, aprendemos que o pesquisador, além de investigador, é um idealista

que trilha os caminhos do conhecimento, da interatividade, da burocracia, tentando

driblar a vaidade acadêmica para fazer valer seus anseios. Aprendemos que temos

necessidades, dificuldades, frustrações, sonhos e ideais e tudo isso toma sentido e

nos torna mais fortes se construirmos ambientes e práticas de partilhas de nossos

anseios, conquistas e frustrações na vida acadêmica.

Aprendemos boa parte dessas coisas na vivência da Pesquisa na UFV, em es-

pecial no CCH, onde em 2009 criamos o primeiro Fórum para propiciar essas parti-

lhas e esse contínuo ambiente de aprendizado.

Após duas rodadas, sentimos que já podemos sumarizar algumas conquistas e reno-

var nossas esperanças e nossas agendas de pesquisa para superar os desafios exis-

tentes e lançar olhares mais ambiciosos sobre nosso futuro papel na UFV.

Dessa forma, pretendemos, eu, Marco Aurélio Marques Ferreira (Administra-

ção), junto com os colegas professores Denilson Santos de Azevedo (Educação) e

Carlos Frederico de Brito d’Andréa (Comunicação Social), sumarizar algumas das dis-

cussões e manifestações ocorridas ao longo do II Fórum de Pesquisa do CCH, que

serão feitas na forma de breves relatos do evento, sob nossa perspectiva. Espera-

mos que aceitem o texto a seguir como pequena manifestação de nossa visão do I e,

especialmente, do II Fórum de Pesquisa no CCH.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

163

2. RELATORIA DO II FÓRUM DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Relator I – Professor Marco Aurélio Marques Ferreira

Departamento de Administração e Contabilidade – UFV

Inicio meu relato parabenizando os coordenadores do evento, bem como a

equipe de apoio e a todos direta ou indiretamente envolvidos na realização do II Fó-

rum de Pesquisa do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH) da Universi-

dade Federal de Viçosa (UFV). Registro também meus agradecimentos pelo convite

para participar e relatar esse evento que enobrece a pesquisa no nosso centro.

Minha missão no relato foi fazer um resgate entre o primeiro e o segundo

evento, o que de fato foi nostálgico e ao mesmo tempo motivador. Começo por

lembrar que a polêmica inicial do primeiro evento foi que nome dar ao encontro

que teria o propósito de materializar o estado da arte e propor uma agenda de pes-

quisa interdisciplinar para o CCH.

Ao fim da primeira reunião, o evento já tinha objetivo geral e data marcada,

01/10/2009 a 02/10/2009, mas foi apenas na segunda reunião de organização que

os presentes se convenceram de que o nome “Fórum” materializaria a necessidade

existente, ou seja, um ambiente de discussão não apenas pontual, mas permanente.

Nesse aspecto, cabe ressaltar que o termo remete à antiga Roma, designando o lo-

cal destinado à discussão pública, fato esse que nos parecia justo e adequado para o

momento, confirmando nossa escolha.

A questão central colocada foi “Como integrar a pesquisa no CCH?”, mas se

pudesse escolher um slogan para definir a discussão que dominou o evento, à épo-

ca, seria “Como romper com o ciclo de pobreza do fomento à pesquisa em Huma-

nas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes no CCH”.

Após dois dias de discussões, algumas sugestões operacionalizadoras emergi-

ram, das quais me recordo das que apresentarei em seguida:

Identificar as sinergias entre os pesquisadores do centro;

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164

Facilitar a formação de grupos de trabalhos (interdepartamentais), com

viés na interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, transversalidade ou

qualquer adjetivo que defina a interação interdepartamental, setorial

ou institucional para a promoção do conhecimento;

Consolidar as linhas de pesquisa do CCH;

Discutir alternativas de financiamento de pesquisa e caminhos para a

melhoria da produção no centro; e

Investir administrativamente e politicamente na melhor representação

interna e externa do CCH junto aos órgãos de fomento e às arenas insti-

tucionais.

Entre o primeiro e o segundo Fórum, cabe registrar algumas conquistas e limi-

tações nessas temáticas. As sinergias foram, pontualmente, identificadas. Entretan-

to, pouco foi feito para o avanço do trabalho comum. Como ponto positivo, vale

registrar que o pouco que foi feito rendeu bons frutos, a exemplo da bem-sucedida

aglutinação de vários programas em torno de projetos maiores, em curso ou já exis-

tentes, como os projetos CT-Infra e a constituição do Instituto de Políticas Públicas e

Desenvolvimento Sustentável. Somam-se a isso, a proposição de séries temáticas

para a Editora da UFV, a submissão de algumas propostas interdepartamentais de

pesquisa, a aproximação de outros centros, a elevação da produção e a conquista

de mais bolsas de produtividade, como fatores encorajadores para a manutenção do

centro na arena institucional executora e decisória.

Qual a fórmula do sucesso do primeiro encontro, em parte reproduzida e em

grande parte ignorada no segundo evento?

A criação e manutenção de seções de discussão temática interdiscipli-

nar para estimular os grupos interdepartamentais a trocar ideias. A

ideia de discussão permanente não logrou êxito e os coordenadores do

segundo evento se voltaram ao desenho tradicional de palestra-

plateia. O que de fato me parece um retrocesso.

Formação de grupos de trabalhos como forma de promoção da inter-

disciplinaridade e da multidisciplinaridade. Já estamos parcialmente

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convencidos de que não sobreviveremos agindo provincianamente na

pesquisa. Temos que crescer em atitudes e parcerias.

Descobrimos que primeiro temos que arrumar a casa, para depois rece-

ber a visita. A questão da organização dos grupos de trabalho ainda es-

tá incipiente no nível departamental. No segundo evento, ainda ouvi-

mos expressões como “Grupos não registrados”, “Grupos inativos”,

“Assimetria de ação dos grupos”, “Falta de infraestrutura física e huma-

na” etc.

No que concerne à consolidação das linhas de pesquisa, cabe citar que em

ambos os eventos foram discutidos os principais pontos fracos e as ameaças ao

crescimento da pesquisa no CCH e, resumidamente, nos convencemos de que nos

faltam recursos de fomento a pesquisa no centro.

Ouvimos a manifestação de dificuldades de acesso ao financiamento via inici-

ativa privada. Foi apresentada a falta de maior interação e qualificação docente para

favorecer a formulação de propostas e aumentar a competitividade dos pesquisado-

res do CCH, mas, sobretudo, um grande limitante parece ser a existência de poucos

editais em nossa área.

Lamentamos os reflexos dos recursos escassos, principalmente os advindos

das agências financiadoras, em descompasso com a pressão que sofremos para pro-

duzir, que nos induz a uma prática seletiva predatória bem definida pela expressão

de raciocínio circular “para publicar, tem que ter recursos, mas para receber os re-

cursos, tem que publicar”. Inclusive, internamente, os recursos de pesquisa da uni-

versidade são amplamente influenciados pela produção.

A excelente participação da representante do CNPq/Cosae, Doutora Sandra

Rodrigues Braga, no evento, nos posicionou claramente sobre o vasto ambiente de

oportunidades para os nossos pesquisadores, encorajando-nos à submissão de pro-

jetos e solicitações de bolsa na agência. Em números aproximados, tínhamos, à épo-

ca, na UFV, pouco mais de 20% dos professores com bolsa de produtividade: mais

de 50% deles eram das ciências agrárias, maior parte da agronomia; e professores

vinculados ao CCH somavam apenas 2% do total de bolsas da instituição.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

166

Esses números demonstram a missão que temos pela frente para colocar as

Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes em igual condição de competiti-

vidade na arena da excelência em pesquisa.

Quanto às limitações, temos que enfrentar a realidade. Estamos em concor-

rência global com impacto em nível local. Muitas das vezes estamos competindo

com nós mesmos e isso é predatório. Comparativamente, o CCH tem, historicamen-

te, acessado uma fatia menor dos recursos de pesquisa na UFV. Para mudar essa

conjuntura, temos que pensar na causa e não apenas na consequência.

Minha metáfora foi a seguinte: acordamos de manhã na selva “esfomeados”e

antes do findar do dia temos que voltar com a caça. Como recurso de suporte, te-

mos um canivete cego e um estilingue. Os colegas de outras áreas têm rifle de caça,

GPS e imobilizador “geoplasmático” em vias de patenteamento. Essa parte final foi

brincadeira.

De acordo com a Professora Maria Alice Rezende de Carvalho da PUC – Rio,

palestrante do evento, estamos enfrentando uma era de grandes desafios cogniti-

vos, boa parte deles em razão da competitividade do mundo globalizado. Nas pala-

vras da pesquisadora, é a comunidade cientifica que determina não só o plano cien-

tífico, mas o sistema regulatório de mérito e premiação. A sociedade é que cria as

áreas de consagração e sombra. Acho que essas palavras são suficientes para nos

posicionar reflexivamente.

Em uma das seções do evento, fomos atualizados sobre o crescimento expo-

nencial das Ciências Sociais e Humanas. É a área que mais cresce nos País, princi-

palmente, em ensino e ciência. Portanto, o desafio é a formação de jovens pesqui-

sadores com qualidade para manter a competitividade da UFV nessa temática. Isso

nos leva novamente a refletir sobre a estrutura que temos. Os números apresenta-

dos pelos colegas presidentes das comissões de pesquisa no evento foram, de certa

forma, desencorajadores no curto prazo, uma vez que vários departamentos ainda

têm uma concentração grande de professores mestres e uma estrutura de pesquisa

precária. Como pesquisar, inovar, produzir e socializar conhecimentos sem estrutu-

ra de trabalho? Ainda mais em condições em que a produção se tornou compulsó-

ria.

Nessa direção, o Professor Yuri Castelfranchi, da Universidade Federal de

Minas Gerais, em sua palestra, apresentou os fatores positivos e as disfuncionalida-

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des geradas pelo sistema “Publicar ou Perecer”. O crescimento exponencial nos ofe-

rece insumos, mas nos impõe metas cada vez mais desafiadoras e humanamente

desgastantes. De acordo com professor, talvez seja essa a razão para a elevação dos

escândalos com plágios na academia.

Ao fim do evento, tivemos a sensação de termos avançado, mas a consciência

de que há muito mais por trilhar e de que o fórum deve permanecer instituído para

um debate constante a respeito de nossos desafios e avanços.

Relator II – Professor Denilson Santos de Azevedo

Departamento de Educação- UFV

Primeiramente, gostaria de agradecer aos Coordenadores do evento pelo

convite de atuar como relator no II Fórum de Pesquisa do Centro de Ciências Huma-

nas, Letras e Artes (CCH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e enaltecer a im-

portância da temática central sobre Interdisciplinaridade, o alto nível das palestras

proferidas e a continuidade dessa iniciativa, que rompe isolamentos e cria possibili-

dades de socialização de conhecimentos, de maior interação e composição de do-

centes e discentes de diferentes Departamentos, no âmbito do CCH, em atividades

de ensino, pesquisa e extensão, na graduação e na pós-graduação.

Não obstante a excelência do Fórum, chamou atenção a baixa frequência de

participação do corpo docente do CCH neste evento, fato este que pode, em parte,

ser atribuído à concentração de atividades dessa natureza no segundo semestre. Tal

assertiva pode ser corroborada no exemplo que darei sobre a programação do De-

partamento de Educação nos meses de agosto e setembro do corrente ano, no qual

identificamos a realização de seis eventos: o VI Congresso de Pesquisa e Ensino de

História da Educação no Estado de Minas Gerais, o XIX Fórum Regional de Educação

de Jovens e Adultos - Sudeste de Minas Gerais, o II Encontro Internúcleos do Obser-

vatório da Educação do Campo, Seminário sobre o Ensino Médio, Diálogos entre

Gramsci e Paulo Freire: questões contemporâneas da Educação e o XIV ciclo de Es-

tudos Pedagógicos.

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Estavam programados ainda para o final do segundo semestre eventos dire-

tamente promovidos pelo DPE, como os relacionados à avaliação do Programa de

Pós-Graduação em Educação e do Curso de Licenciatura em Pedagogia e em parce-

ria com outros órgãos da UFV e instituições como o Fórum de Educadores de Viçosa

e o II Encontro do Pibid (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência).

Soma-se a esses a realização do Simpósio de Integração Acadêmica (SIA/2011), que

envolve todos os Departamentos do CCH e da UFV.

Se, em termos de organizacionais e operacionais, for difícil a mudança da data

do Fórum para o primeiro semestre, outra opção pode ser a criação de um fórum

permanente, composto pelos presidentes ou representantes das Comissões de Pes-

quisa e/ou Extensão dos Departamentos vinculados ao CCH, com o intuito de orga-

nizar eventos preparatórios, atividades conjuntas de linhas ou grupos de pesquisas

com temáticas próximas ou mesmo para tratar de aspectos conceituais mais teóri-

cos para discutir com maior profundidade, por exemplo, o que é interdisciplinarida-

de, transdisciplinaridade, transversalidade, entre outras questões que podem ser

afetas a diferentes áreas de conhecimento das Ciências Humanas, das Ciências Soci-

ais Aplicadas, Letras e Artes.

Com base nessas considerações iniciais, passarei a fazer um breve relato com

críticas e sugestões atinentes ao Fórum, que procurei ouvir e apreender com os su-

jeitos que estão participando durante esses dois dias de evento. Assim, procurarei

fazer, de certo modo, o papel do “advogado do diabo”, com o intuito de contribuir e

melhor qualificar os ulteriores Fóruns. Nesse sentido, vale ainda ressaltar que essas

críticas não têm nenhum caráter pessoal, seja da minha parte, seja para aqueles que

podem, de algum modo, se sentir atingidos pela minha explanação.

Feita essa ressalva, inicio ressaltando como ponto positivo o formato de apre-

sentação do trabalho feito por acadêmicos de diferentes cursos, sob a orientação de

docentes de vários Departamentos do CCH. Entretanto, houve queixas sobre o crité-

rio de avaliação dos trabalhos enviados para apresentação no Fórum, a falta de

feedback e de comunicação por e-mail e/ou no site do evento a respeito desse que-

sito.

Outra crítica dirigida a essa seção se refere ao caráter mais interdepartamen-

tal que interdisciplinar dos trabalhos apresentados pelos acadêmicos, o que indica

que essa transversalidade temática, que demanda de fato uma interdisciplinaridade,

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ainda não está plenamente alcançada nas pesquisas desenvolvidas ou ao menos não

ficaram evidenciadas nesta exposição oral.

A seção relativa à apresentação de trabalhos sobre as pesquisas desenvolvi-

das nos Departamentos do CCH é digna de menções elogiosas, tendo em vista que

possibilitou uma visão de conjunto das atividades desenvolvidas, das linhas ou gru-

pos de pesquisas constituídos pelos Departamentos e vislumbrar possíveis campos

de confluência ou eixos temáticos para pesquisadores de diferentes áreas de conhe-

cimento no campo das ciências humanas, sociais aplicadas, letras e artes.

As potencialidades apresentadas para o conhecimento do trabalho dos pares

e para a articulação entre pesquisadores de diferentes áreas de atuação e de Depar-

tamentos, dados o elevado número de explanadores (11) e a falta de uma padroni-

zação mínima para nortear a apresentação de cada um, fizeram com que algumas

exposições fossem sido muito alongadas, com pouca objetividade, o que contribuiu

para a dispersão do público e o esvaziamento do auditório.

Neste sentido, para tornar mais visível os projetos e trabalhos de pesquisa e

extensão realizados no âmbito do CCH, talvez seja interessante que se crie um espa-

ço destinado à exposição de banners com as atividades desenvolvidas por pesquisa-

dores, extensionistas ou grupos de cada Departamento. Também foi sugerido, em-

bora se tratando de um Fórum de Pesquisa, que seja feita uma exposição sobre os

trabalhos de extensão desenvolvidos em alguns departamentos – sobretudo daque-

les que, pela natureza epistêmica do conhecimento que abarca, não desenvolvem

pesquisa de modo substantivo – mormente daqueles que potencialmente apresen-

tem maior interface com a pesquisa.

Outra questão relevante apontada no Fórum se refere à importância estraté-

gica de os Departamentos do CCH/UFV poderem contar com uma representação

legítima na Câmara de Ciências Humanas da Fapemig, no intuito de conferir maior

visibilidade e credibilidade acadêmica à produção científica que estamos desenvol-

vendo, sobretudo no âmbito dos Programas de Pós-Graduação.

Daí a importância da realização de eventos como esse, que possibilitam, por

meio de debates, a interação entre docentes e acadêmicos do CCH, uma maior soci-

alização dos conhecimentos produzidos, destacar o papel do CCH em nossos proje-

tos e os problemas e as necessidades comuns que temos que superar. Dito isto, en-

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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cerro meu relato, agradecendo mais uma vez ao convite dos coordenadores do

evento, professores Magnus e Walmer, e à audiência.

Relator III – Professor Carlos Frederico de Brito d’Andréa

Departamento de Comunicação Social - UFV

Terminado o II Fórum de Pesquisa do CCH, é importante pensarmos os próxi-

mos passos para que, de forma permanente, a pesquisa nos campos das Ciências

Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Letras e Artes esteja em pauta na Universidade

Federal de Viçosa. A despeito do significativo avanço quanti e qualitativo do CCH nos

últimos anos, parece-nos necessária uma atenção institucional especial e constante

para que a pesquisa científica desse Centro se aproxime da excelência atingida pe-

las áreas do conhecimento historicamente consolidadas na UFV.

O fortalecimento de grupos de pesquisa, dos Programas de Pós-Graduação e

dos periódicos científicos vinculados ao CCH são algumas das demandas mais rele-

vantes nesse cenário, conforme ações propostas abaixo. De forma complementar, é

preciso considerar a significativa diferença entre os departamentos vinculados ao

CCH. Alguns já têm uma cultura de pesquisa mais adiantada, o que é perceptível pe-

la própria existência de Programas de Pós-Graduação e da pela percentagem de do-

centes com doutorado e pós-doutorado, entre outros fatores. Por outro lado, outros

departamentos ainda estão se iniciando nos caminhos da pesquisa e enfrentam

inúmeras dificuldades, merecendo, portanto, uma atenção especial.

Nesta perspectiva, registramos algumas sugestões de ações concretas que

podem ser empreendidas nos próximos anos.

Elaboração de “políticas afirmativas” de pesquisa: elaboração de edi-

tais, treinamentos etc., que visem, em última instância, a facilitar a im-

plementação de processos de pesquisa científica em setores menos es-

truturados do CCH. Inspirados pelas políticas afirmativas em implemen-

tação nos últimos anos nos diferentes setores da sociedade inclusive no

acesso ao ensino superior, com relativa adesão da UFV, consideramos

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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necessário um tratamento diferenciado para os cursos e departamen-

tos da UFV que, historicamente, foram negligenciados. Um exemplo:

um edital interno cujo critério de aprovação se baseie unicamente na

“demanda induzida” de projetos (Probic/Fapemig 2012/2013, por

exemplo) desconsidera o baixo número de professores vinculados aos

departamentos menores e não contribui para diminuir a desigualdade

de oportunidades de setores que já enfrentam inúmeras outras dificul-

dades para inserir a pesquisa no cotidiano de trabalho na UFV.

Aceleração da qualificação do corpo docente: considerando um dos

grandes empecilhos para a realização da pesquisa científica, em especi-

al nos departamentos em consolidação, o baixo número de docentes

com doutorado completo, sugere-se a implementação de ações institu-

cionais que visem a apoiar e aceleração da titulação do corpo docente.

Maior apoio a professores contratados durante o treinamento e a reali-

zação de convênios para cursos de doutorados interinstitucionais com

universidades de referência são alguns dos caminhos possíveis para es-

ta ação. Além disso, é fundamental que sejam aperfeiçoadas as condi-

ções institucionais para que os docentes façam pós-doutorados, uma

vez que, entre outros benefícios, esta é um das ações mais importantes

para a internacionalização dos Programas de Pós-Graduação.

Adequação das revistas científicas: realização de um levantamento de-

talhado das revistas científicas vinculadas ao CCH e posterior incentivo

para que elas se adaptem aos processos editoriais e técnicos das publi-

cações de ponta no país. Algumas questões a serem identificadas e

aperfeiçoadas são a formação de comissão editorial com participação

de pesquisadores externos, o fortalecimento do processo de revisão

por pares, a inclusão e/ou melhor colocação no sistema Qualis das

áreas pertinentes, o cumprimento da periodicidade etc. É fundamental

ainda que os periódicos estejam disponíveis para consulta, na íntegra,

via internet, e que sejam gerenciados pelo software “Sistema Eletrôni-

co de Editoração de Revistas (SEER)”, adotado atualmente como padrão

para as revistas científicas no Brasil. A gestão das revistas através do

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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SEER, entre outros fatores, facilita a futura inclusão dos periódicos em

bases de dados nacionais e internacionais.

Realização de eventos interdisciplinares temáticos: sugere-se a elabora-

ção de editais internos incentivando a realização de eventos científicos

(simpósios, seminários etc.) organizados por dois ou mais departamen-

tos e/ou Programas de Pós-Graduação vinculados ao CCH. Os eventos

interdepartamentais devem ter um orçamento inicial pre-definido (me-

diante apoio da Funarbe e do próprio CCH) e poderão ser complemen-

tados com verbas adicionais solicitados a agências externas de fomen-

to, como a Fapemig. Neste edital, sugere-se a vinculação das atividades

do evento (conferências, por exemplo) a uma publicação posterior no

formato de livro (se possível, pela editora da UFV), o que certamente

motivará a presença de importantes pesquisadores externos vinculados

ao(s) tema(s) do evento.

3. PERPESCTIVAS PARA OS PRÓXIMOS FÓRUNS DE PESQUISA EM CIÊN-

CIAS SOCIAIS APLICADAS, HUMANAS, LETRAS E ARTES NA UFV

A partir da avaliação do público participante do II Fórum de Pesquisa do CCH,

foi possível captar sugestões de temas para debates futuros em Fóruns de Pesquisa

sobre Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes na UFV. São eles:

Pesquisa sobre conflitos existentes entre professores e alunos nas redes pú-

blicas de ensino.

Produção científica e quantidade e/ou qualidade?

A importância do curso de graduação e pós-graduação no ambiente da pes-

quisa.

Ciências humanas em outras Universidades Públicas: da organização dos cen-

tros (quais cursos comporta) até as vocações, prioridades e realidades locais;

A importância de se praticar extensão juntamente com a realização de pes-

quisa;

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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Oferta e qualidade da educação a distância na UFV;

Produção de conhecimento em regiões carentes de Minas Gerais;

Redes de pesquisa - debate sobre as ciências humanas e sociais no Brasil e no

exterior.

“Os rumos da ciência” – para onde caminhamos? Como avançamos? Revendo

nossos caminhos, o que podemos esperar e buscar para a ciência atual?

Critérios de avaliação para a área de ciências humanas e sociais aplicadas.

A prática da pesquisa, ou melhor, a pesquisa na prática, como a sociedade se

tem beneficiado? Relação Universidade e Comunidade a partir de resultado

de pesquisas

Formas de captação de recursos em ciências humanas.

O que a UFV e o CCH desejam das Agências Financiadoras? O que se pretende

em termos de continuidade nesta área? É viável e desejável? O que temos e o

que nos falta?

Por fim, as sugestões apresentadas mostram que, a despeito dos avanços

conquistados com as pesquisas, temos vários desafios para lidar e dialogar em novos

fóruns de pesquisa em ciências sociais aplicadas, humanas, letras e artes na UFV e,

possivelmente, em parceria com outras Universidades de Minas Gerais e do Brasil.

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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SOBRE OS AUTORES

AFONSO AUGUSTO TEIXEIRA DE FREITAS DE CARVALHO LIMA

Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina

(2001); Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina

(1998); Especialista em Gerência de Empresas pela FACCO (1995). Atualmente é Pro-

fessor Associado da Universidade Federal de Viçosa, atuando principalmente nas

áreas de Marketing, Estratégia, Administração Pública e Administração Geral. Pare-

cerista das revistas RAC e RAUSP, entre outras. Ex-Presidente do Conselho Editorial

da Editora UFV. Revisor técnico dos livros Marketing do Setor Público, de Philip

Kotler e Nancy Lee, lançado em 2008, e Marketing Social, lançado em 2011 pela Edi-

tora Bookman/Artmed.

Email: [email protected]

ALVANIZE VALENTE FERNANDES FERENC

Graduado em Pedagogia pela Universidade Federal de Viçosa (1992), mestrado em

Educação pela Universidade Federal de São Carlos (1995), doutorado em Educação

pela Universidade Federal de São Carlos (2005), com estágio de Doutoramento na

Universidade do Porto, Portugal. Professora adjunta da Universidade Federal de Vi-

çosa. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em metodologia de ensino,

atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, aprendiza-

gem da docência, prática pedagógica, ensino e aprendizagem e avaliação da apren-

dizagem.

Email: [email protected]

ANA CLÁUDIA LOPES CHEQUER SARAIVA

Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (1986), especia-

lização em Psicologia Educacional pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Ge-

rais(1996) e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Minas Ge-

rais(2005). Professora Adjunta II na UFV, atuando principalmente nos seguintes te-

mas: Aprendizagem Docente, Professores Universitários, Representações Sociais.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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ANA LUISA GEDIEL

Graduada em Educação Especial - Hab Def. da Audiocomunicação pela Universidade

Federal de Santa Maria - UFSM (2002); Especialização em Educação Especial pela

UFSM (2003); Mestrado em Extensão Rural pela UFSM (2006); Doutorado em An-

tropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2010). Professora

Adjunta I do Departamento de Letras (DLA) da Universidade Federal de Viçosa, atu-

ando na área de Libras desde 2010. Coordena o Centro de Extensão em Língua Brasi-

leira de Sinais, pertencente ao Programa de Línguas Prelin, do DLA/UFV, é pesquisa-

dora no Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero, UFV e ao Grupo de Pesquisa:

Crenças sobre Ensino e Aprendizagem de Línguas (CEALI).

Email: [email protected]

ANDRÉA BERGALLO SNIZEK

Doutora em Dança pela Universidade Técnica de Lisboa, Portugal. Graduada em

Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (1986), especialista em

Educação Psicomotora e mestre em Educação Física pela Universidade Gama Filho

(2004). Professora Universitária de dança desde 1996. Lecionou na Faculdade Angel

Vianna. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Dança, atuando nos se-

guintes temas: dança contemporânea, dança clássica, composição coreográfica, po-

líticas públicas e educação. Criou e dirigiu o NECC em 2008, (Núcleo de Estudos Con-

temporâneos do Corpo). É Professora efetiva da Universidade Federal de Viçosa

desde fevereiro de 2010, onde criou e Coordena o PARC, Programa Argumentos do

Corpo, que integra os projetos Seminário Argumentos do Corpo e Neparc, Núcleo

de Estudos e Práticas Artístico-Corporais.

Email: [email protected]

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ARTHUR FONTGALAND GOMES

Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Viçosa. Tem experiên-

cia em Ensino de Ciências Sociais com ênfase em desenvolvimento de metodologias

e recursos didáticos tanto para educação regular, quanto para o ensino de sujeitos

surdos.

Email: [email protected]

BRUNO DE JESUS LOPES

Graduado em Administração pela Faculdade de Viçosa, FDV. Mestrado em anda-

mento em Administração na Universidade Federal de Viçosa. Atualmente é estagiá-

rio da Universidade Federal de Viçosa.

Email: [email protected]

BRUNO TAVARES

Graduado em Administração pela Universidade Federal de Viçosa (1997), mestrado

em Extensão Rural pela Universidade Federal de Viçosa (2000) e doutorado em Ad-

ministração pela Universidade Federal de Lavras (2011). Atualmente é Professor Ad-

junto (DR) nível I da Universidade Federal de Viçosa e membro de corpo editorial do

Administração Pública e Gestão Social. Tem experiência na área de Administração,

com ênfase em Administração de Empresas. Vem atuando principalmente nos se-

guintes temas: Arranjo produtivo local, Desenvolvimento empresarial, Pequena em-

presa, estratégia.

Email: [email protected]

CARLOS FREDERICO DE BRITO D’ANDRÉA

Jornalista graduado pela UFMG, doutor em Linguística Aplicada pelo PosLin/UFMG,

mestre em Ciência da Informação pela ECI/UFMG e especialista em Gestão Estraté-

gica da Informação. Entre 2008 e 2012, foi professor do Departamento de Comuni-

cação Social da Universidade Federal de Viçosa. Atualmente é professor da Univer-

sidade Federal de Minas Gerais.

Email: [email protected]

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DANIELA ALVES DE ALVES

Bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

(1997), mestrado em Sociologia (2000) e doutorado em Sociologia pela Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (2008). Atualmente é professora Adjunta II do depar-

tamento de ciências sociais da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Tem experiên-

cia na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia do Trabalho e Sociologia da Ino-

vação, atuando principalmente nos seguintes temas: mudanças sociotécnicas e tra-

balho, inovações tecnológicas, inclusão digital, educação à distância.

Email: [email protected]

DENILSON SANTOS DE AZEVEDO

Graduado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985), mestrado

em Educação pela Universidade Federal Fluminense (1993) e doutorado em Educa-

ção pela Universidade de São Paulo (2005). É professor Adjunto IV da Universidade

Federal de Viçosa, atuando no Programa de Pós-Graduação em Educação

(PPGE/UFV), nível de mestrado e em cursos de graduação. Atualmente, é avaliador

de curso de graduação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

Tem experiência na área de Educação, com ênfase em História da Educação, atuan-

do principalmente nos seguintes temas: educação, história da educação, política e

educação contemporânea e ensino de história.

Email: [email protected]

DYJANE DOS PASSOS

Graduanda em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa. Integra o

Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero-Nieg.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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EDSON ARLINDO SILVA

Doutor em Administração pela Universidade Federal de Lavras, mestrado em Exten-

são Rural pela Universidade Federal de Viçosa-UFV. Especialização em Filosofia pela

Universidade Federal de Ouro Preto. Graduado em Administração pela UFV. Profes-

sor do Departamento de Administração e Contabilidade vinculado ao Centro de Ci-

ências Humanas, Letras e Artes da UFV. Leciona em cursos de graduação e pós-

graduação. Atua no Programa de Pós-Graduação em Administração, com ênfase em

Administração Pública.

Email: [email protected]

ELAINE CAVALCANTE GOMES

Graduação em Bacharelado em Escultura pela Universidade Federal do Rio de Janei-

ro (1974), mestrado em Master In Fine Arts pela George Washington University

(1982) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo

(1997). Atualmente é professor Associado I da Universidade Federal de Viçosa. Tem

experiência na área de Artes, com ênfase em Escultura, atuando principalmente nos

seguintes temas: percepção, planejamento urbano, planejamento municipal, parti-

cipação social e meio ambiente.

Email: [email protected]

EVANIZE KELLI SIVIERO ROMARCO

Graduação em Dança - Bacharelado pela Universidade Estadual de Campinas (1997),

graduação em Dança - Licenciatura pela Universidade Estadual de Campinas (1998)

e mestrado em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista -Rio Cla-

ro (2004). Atualmente é efetiva da Universidade Federal de Viçosa. Tem experiência

na área de Artes com ênfase em Artes Corporais, atuando principalmente nos se-

guintes temas: qualidade de vida, práticas corporais somática, arte-educação, cons-

ciência corporal, composição coreográfica, dança contemporânea, metodologia da

pesquisa em dança e dança para pessoas com necessidades especiais.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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FÁBIO ADRIANO HERING

Graduação em Licenciatura e Bacharelado em História pela Universidade Federal de

Santa Catarina (1998), mestrado em História Social pela Universidade Estadual de

Campinas (2001), doutorado em História Cultural pela Universidade Estadual de

Campinas (2006), estágio de doutoramento no Depto. de Arqueologia da Universi-

dade de Durham, Inglaterra (2004), e pós-doutorado em História Moderna e Con-

temporânea pela UFMG. Tem experiência na área de História, com ênfase em Teoria

da História, História da Ciência e Historiografia Moderna, áreas em que tem atuado

e publicado. Atualmente é professor de História do quadro efetivo do Departamen-

to de História da UFV.

Email: [email protected]

FATIMA WACHOWICZ

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Fede-

ral da Bahia, bolsista Capes. Concluiu estágio doutorado-sanduíche por um ano na

University of Western Sydney-UWS, Austrália, onde fez pesquisa na área de dança

e psicologia cognitiva. Participou do grupo de pesquisa Music, Sound and Action, na

MARCS Auditory Laboratories - UWS, Austrália. Trabalhou no Museu de Arte Mo-

derna do Rio de Janeiro - MAM-RJ. Graduada em Licenciatura Plena em Dança pelo

Centro Universitário da Cidade-UniverCidade/RJ, Especialização em Dança Cênica

pela Universidade do Estado de Santa Catarina e Mestrado em Artes Cênicas pela

Universidade Federal da Bahia. Foi Professora Colaboradora na Universidade do Es-

tado de Santa Catarina, Bacharelado em Teatro e Professora Adjunta na Universida-

de Federal de Viçosa. É membro do World Dance Alliance, Dance Program-University

of Wisconsin. Professora Adjunta na Escola de Dança da Universidade Federal da

Bahia.

Email: [email protected]

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FRANCISCO CARLOS DA CUNHA CASSUCE

Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Viçosa – UFV

(2002), mestrado em Economia Aplicada pela UFV (2004) e doutorado em Economia

Aplicada pela UFV (2008). Atualmente é professor adjunto da UFV.

Email: [email protected]

GERSON LUIZ ROANI

Graduado em Letras, Português, e Literaturas da Língua Portuguesa pela Universi-

dade Federal de Santa Maria, mestrado em Letras (Literatura Comparada) pela Uni-

versidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorado em Letras (Literatura Compa-

rada) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com estágio de pesquisa dou-

toral (Doutorado Sanduíche) na Universidade de Coimbra. Atuou como pesquisador

convidado na Biblioteca Nacional de Portugal (BN), investigando na Seção de Reser-

vados e Fundos Raros, o Espólio de José Saramago. Atualmente é Professor Adjunto

III de Literatura Portuguesa da Universidade Federal de Viçosa (UFV), atuando na

Graduação e no Programa de Pós-Graduação em Letras, do qual é o coordenador.

Coordena também na UFV o Programa de Licenciaturas Internacionais Ca-

pes/Universidade de Coimbra - Letras/UFV-U.

Email: [email protected]

GUILHERME NACIF DE FARIA

Professor Adjunto II do DPD-UFV, onde está desde 1998. Bacharel em Fisioterapia

pela FCMMG (1985). Bacharel em Direito pela UFV (1997). M.S. em Direito Privado

pela PUC-MG (2005). Especialista em Direito Registral Imobiliário pela PUC-MG

(2006). D.S em Direito Privado pela PUC-MG (2010) com a tese Teoria Jurídica da

Informação. Ministra as disciplinas de Direito Civil VII, VIII e IX e Medicina Legal.

Pesquisa na área de Análise Econômica do Direito, particularmente nos direitos civil

e ambiental, com algumas publicações e apresentações em congressos. Coordena os

trabalhos para a criação do mestrado em Direito da UFV, na linha de pesquisa do

Direito, Desenvolvimento e Cooperação Internacional.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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HELENO SZERWINSK DE MENDONÇA ROCHA

Graduado em Geografia, licenciado (2011) e bacharel (2012) pela Universidade Fe-

deral de Viçosa. Tem trabalhos nas áreas da Geografia Agrária, Agroecologia e De-

senvolvimento Rural. Foi bolsista de iniciação científica pela Furnabe/UFV. Tem ex-

periência na área de Educação, com ênfase nas Novas Tecnologias da Informação e

Comunicação aplicadas ao Ensino. Atualmente é professor de Geografia do ensino

fundamental na rede particular de Viçosa-MG.

Email: [email protected]

ISABELLE ARAÚJO LIMA E SOUZA

Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Viçosa. Bolsista de Ini-

ciação Científica do CNPq.

Email: [email protected]

JADER FERNANDES CIRINO

Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa. Professor Ad-

junto do Departamento de Economia da Universidade Federal de Viçosa.

Email: [email protected]

JAQUELINE CARDOSO ZEFERINO

Graduada em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (2005). Especiali-

zação em Estudos Afro-brasileiros pela PUC Minas (2008). Mestrado em Educação

Física pela UFV (2010), na linha aspectos Socioculturais do Movimento Humano.

Atualmente é professora do Departamento de Educação Física da UFV e integra o

Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero (Nieg/UFV). Tem experiência na área

de Educação, Cultura afro-brasileira e Gênero.

Email: [email protected]

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JOELMA SANTANA SIQUEIRA

Graduada em Letras pela Universidade Federal de Viçosa (1999), mestrado em teo-

ria da literatura pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2002) e

doutorado em literatura brasileira pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências

Humanas da USP (2008). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em literatu-

ra brasileira, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Romance brasileiro,

Narrativa moderna, Estudos interartes na arte moderna e Espaço ficcional. Profes-

sora adjunta da Universidade Federal de Viçosa.

Email: [email protected]

JOSÉLIA GODOY PORTUGAL

Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal

de Viçosa - UFV, atuando nas áreas de História e Teoria da Arquitetura. Tem gradu-

ação em Arquitetura e Urbanismo/UFV (2005). Mestrado em Economia Domésti-

ca/UFV (2009), com estudo sobre Segregação Urbana e Sociabilidade Urbana. De-

senvolve trabalhos na área de documentação arquitetônica e urbana

Email: [email protected]

JULIANA CARVALHO FRANCO DA SILVEIRA

Professora do Departamento de Artes e Humanidades da Universidade Federal de

Viçosa, desde 2010. Bailarina e pesquisadora, Mestre em Artes pela Universidade

Federal de Minas Gerais (2009). Licenciada (2007) e Bacharel (1992) em Filosofia

pela UFMG. Coordenou o Curso de Graduação em Dança da UFV. Membro do Grupo

de Pesquisa Transdisciplinar em Dança. Formada em dança clássica e contemporâ-

nea. Integrou o Baleteatro Minas (1988) e o Grupo de Dança Primeiro Ato (de 1989

a 2005), como bailarina-criadora, participando das montagens e apresentações de

espetáculos no Brasil e em vários países. A partir de 2006, passou a atuar como bai-

larina independente. Coordena o Grupo Rascunho, criado em 2011.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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KÁTIA IMACULADA MOREIRA DE OLIVEIRA

Bacharelado e Licenciatura em Dança pela Universidade Federal de Viçosa - UFV e

Especialização em Aspectos Metodológicos da Pesquisa Científica pela Universidade

Federal de Juiz de Fora. Professora do Curso de Bacharelado e Licenciatura em Dan-

ça da UFV, atuando nas disciplinas de Dança para Pessoas com Deficiência Física,

Dança para pessoas com Deficiência Sensorial , Desenvolvimento Humano e Dança e

Didática de Ensino da Dança.

Email: [email protected]

LAURA PRONSATO

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unicamp na área de

concentração "Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte" e do grupo de pesquisa

Laborarte (Laboratório de Estudo sobre o Ensino de Arte) com orientação da profa.

Márcia Strazzacappa. É professora do Curso de Dança da Universidade Federal de

Viçosa (UFV). Tem mestrado em Artes pela Universidade Estadual de Campinas

(2003) e graduação em Artes Corporais nas modalidades Bacharelado (1999) e Li-

cenciatura (2000). Como bailarina, atua nas áreas de dança contemporânea e dan-

ças brasileiras. Também atuou como artista-docente, com ênfase na área de dança,

em diversos projetos de cunho educacional e social com crianças e adolescentes.

Email: [email protected]

LÍDIA LÚCIA ANTONGIOVANNI

Graduada em Geografia pela Universidade de São Paulo (1994), Mestrado em Geo-

grafia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (2000) e Doutorado em

Programa de Pós-Graduação em Geografia pela Universidade Federal Fluminense

(2006). Atuou como pesquisadora de pós-doutorado na Universidade Federal do Es-

pírito Santo (2008 e 2009), onde ministrou cursos de graduação e orientou projetos

de pesquisa de estudantes. Atualmente é Professora Adjunta I do Departamento de

Geografia da Universidade Federal de Viçosa.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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MAGNUS LUIZ EMMENDOERFER

Doutor em Ciências Humanas: Sociologia e Política. Administrador e Mestre em Ad-

ministração. Professor e Pesquisador no Departamento de Administração da Univer-

sidade Federal de Viçosa (UFV). Desde 1998, sua contribuição científica e tecnologi-

ca tem se concentrado em áreas relacionadas ao Trabalho Gerencial, Empreendedo-

rismo e Turismo na Esfera Pública, nas quais conquistou prêmios nacionais. Tem

interesse em: a) Gestão e Políticas Públicas no Turismo; b) Economia e Organizações

Criativas. c) Empreendedorismo Interno nas organizações; d) Gestão de Pessoas e

Relações de Trabalho; e) Inovação e Esporte Alternativo: Footbag.

Email: [email protected]

MARCELA MARQUES DE OLIVEIRA

Graduanda do 9º período do curso de Administração do Departamento de Adminis-

tração e Contabilidade da Universidade Federal de Viçosa.

Email: [email protected]

MARCELO JOSÉ OLIVEIRA

Bacharelado em Ciências Sociais (1994), Mestrado (1997) e Doutorado (2008) em

Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina, com estágio dou-

toral (Bolsa Capes) na EHESS - Paris. Pós-doutorado (Bolsa Capes) pelo PPGAS-UFSC

e Universidad Complutense de Madrid. Professor Adjunto I da Universidade Federal

de Viçosa. Experiência na área de Antropologia, atuando principalmente nos seguin-

tes temas: sociedades complexas e cultura urbana, cultura popular, migrações, pa-

trimônio cultural imaterial e memória social, meio ambiente, gênero.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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MARCO AURÉLIO MARQUES FERREIRA

Pós-Doutor em Administração Pública pela Rutgers University - The State University

of New Jersey USA (2011). Tem graduação em Administração (2000) e Doutorado

em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (2005). Coordena-

dor do Programa de Pós-Graduação em Administração. Tem diversos artigos publi-

cados em periódicos indexados e capítulos de livros nacionais e internacionais. Idea-

lizador e atual membro do corpo editorial da Revista Administração Pública e Gestão

Social (APGS), lidera o grupo de pesquisa em Administração Pública e Gestão Social

e coordena Projetos sociais junto a comunidades locais. Seus trabalhos científicos

têm se concentrado nas seguintes áreas temáticas: Administração Pública e Gestão

Social; Políticas Inclusivas e Gênero, Eficiência e Desempenho Organizacional; Finan-

ças e Microfinanças; e Cooperativismo, Associativismo e Terceiro Setor.

Email: [email protected]

MARIA CARMEN AIRES GOMES

Formada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade Federal de Ouro Preto

(1993), Mestrado em Estudos Linguísticos/Análise do Discurso pela Universidade

Federal de Minas Gerais (1996). Também, na UFMG, fiz meu Doutorado em Estudos

Linguísticos/Análise do Discurso, em 2003. Fiz o Estágio de Pós-Doutorado sob a

supervisão da Profa. Dra. Leila Barbara (PUCSP), 2011. Sou professora efetiva - Asso-

ciada I na Universidade Federal de Viçosa e tenho experiência na área de Linguística,

com ênfase em Análise do Discurso, atuando principalmente nos seguintes temas:

Análise de Discurso Crítica, Análise de Gêneros, Linguística Sistêmico-Funcional e

Representação dos Atores Sociais e Multimodalidade, Ensino de Língua Materna.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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MARIA ISABEL DE JESUS CHRYSÓSTOMO

Bacharel em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1993) e licen-

ciada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é mestre (1999) e doutora (2006)

em Planejamento Urbano e Regional pelo Instituto de Pesquisa em Planejamento

Urbano e Regional/UFRJ. Atualmente é pesquisadora da Universidade Federal de

Viçosa e da Universidade Federal do Rio de Janeiro e professora adjunta da Univer-

sidade Federal de Viçosa. Fez durante o ano de 2010 pesquisa de pós-doutorado na

École des Hautes Études en Sciences Sociales - França, com financiamento da Capes.

Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia histórica, atuando

principalmente nos seguintes temas: geografia histórica, geografia urbana, política

ambiental, planejamento urbano, políticas públicas e meio ambiente.

Email: [email protected]

MARISA BARLETTO

Graduada em Psicologia pela Universidade Gama Filho (1984), mestrado em Educa-

ção pela Universidade Federal Fluminense (1993) e doutorado em Educação pela

Universidade Federal Fluminense (2006). Atualmente é professora adjunta do De-

partamento de Educação da Universidade Federal de Viçosa e Coordenadora do Nú-

cleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero – Nieg, da UFV. Presidente do Conselho

Municipal dos Direitos da Mulher na cidade de Viçosa, MG, gestão 2009-2010 e

2011-2012. Coordenadora do Curso de Pós-Graduação Mestrado em Educação do

Departamento de Educação da UFV desde junho de 2011. Tem experiência na área

de Psicologia Social, atuando principalmente nos seguintes temas: educação perma-

nente, subjetividade, gênero e movimentos sociais.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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MICHELLE APARECIDA GABRIELLI

Mestre em Letras - na área de Estudos Literários - pela Universidade Federal de Vi-

çosa (UFV). Especialista em Artes pelas Faculdades Integradas Jacarepaguá (FIJ).

Graduada em Dança, com habilitação em Bacharelado e Licenciatura Plena, pela

UFV. Foi professora substituta do Curso de Graduação em Dança da UFV no período

de 2010 a 2012, professora pesquisadora da Capes/Parfor, ministrando a disciplina

Movimentos Corporais para o Curso de Primeira Licenciatura em Artes, da Universi-

dade do Estado da Bahia (UNEB), Campus X - Teixeira de Freitas, no ano de 2011, e

professora concursada da área de Artes para o Ensino Fundamental II pela Prefeitu-

ra de Ponte Nova-MG, entre os anos de 2008 e 2010.

Email: [email protected]

NATÁLIA HOSANA NUNES ROCHA

Graduanda em Pedagogia na Universidade Federal de Viçosa e integrante do Núcleo

Interdisciplinar de Estudos de Gênero Nieg/UFV, foi bolsista do projeto de pesquisa

intitulado Educação permanente em saúde e a Estratégia Saúde da Família: instru-

mentalização para a prática reflexiva , aprovado no Edital Fapemig 09/2010 e atual-

mente é bolsista do "Programa de Formação e capacitação sobre gênero e direitos

humanos no enfrentamento da violência contra a mulher", sendo este programa

também vinculado ao Nieg. Participa do grupo de pesquisa na linha de Corpo, Saúde

e Reprodução desde 2010, atuando também nas áreas de gênero, educação, educa-

ção permanente em saúde e metodologias participativas.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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NILO AMÉRICO RODRIGUES LIMA DE ALMEIDA

Bacharel em Geografia pela Universidade de São Paulo, com mestrado e doutorado

em Geografia Humana também pela Universidade de São Paulo. Atualmente profes-

sor adjunto (DE) no Departamento de Ciências Geográficas/CFHC/UFPE, Área Epis-

temologia da Geografia. Participei, durante o doutorado do Grupo, de Pesquisa do

Diretório de Pesquisa do CNPq, denominado Geografia Política e Meio Ambiente

(2004-2008). Desenvolvi, na tese, análise socioambiental e mapeamentos demons-

trando a relação entre questões sobre meio ambiente e a teoria da Formação Terri-

torial. Desenvolvo frentes de pesquisa em Epistemologia da Geografia; Desenvolvi-

mento Territorial, Estado e Meio Ambiente; e Cartografias Populares e Território em

plataformas não-proprietárias.

Email: [email protected]

ORLANDO MONTEIRO DA SILVA

Graduação em Agronomia e mestrado em Economia Rural pela Universidade Federal

de Viçosa. PhD em Economia pela North Carolina State University, onde também fez

pós-doutorado. Tem especialização em Integração Econômica pelo El Colégio de

México. É Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa, na área de Economia

Internacional, atuando como orientador nos cursos de pós-graduação em Economia

Aplicada, Administração e Economia. Foi Coordenador do Curso de Ciências Econô-

micas, Chefe do Depto. de Economia, Diretor Substituto do CCH e Membro do Con-

selho de Pesquisa e Universitário da UFV. Foi membro da Câmara de Ciências Hu-

manas da Fapemig e Presidente da Funarbe. Suas publicações têm sido nas áreas de

Economia, com ênfase nas Relações do Comércio, Política Comercial e Integração

Econômica.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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PAULA DIAS BEVILACQUA

Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Viçosa (1988), es-

pecialização em Epidemiologia Aplicada aos Serviços de Saúde (UFMG - 1997), mes-

trado em Medicina Veterinária pela UFMG (1993) e doutorado em Ciência Animal

pela UFMG (1999). Atualmente é professora da Universidade Federal de Viçosa e

integra o Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero (Nieg/UFV), coordenando a

área Corpo, Saúde e Reprodução. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com

ênfase em Epidemiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: educação

permanente em saúde, gênero, movimentos sociais, vigilância em saúde e determi-

nantes sociais da saúde.

Email: [email protected]

RAFAEL FERRAZ DO NASCIMENTO

Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), trabalhou

na Cace Consultoria Jr (Empresa Júnior do Curso de Administração da UFV). Tem

curso Técnico/profissionalizante em Agroindústria pelo IFET SEMG RP.

Email: [email protected]

RITA DE CÁSSIA PEREIRA FARIAS

Doutora em Antropologia pela Unicamp. Tem graduação e mestrado em Economia

Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente é professora adjunta

da Universidade Federal de Viçosa e atua principalmente com os seguintes temas:

vestuário, têxteis, modelagem, moda, corpo, identidade, antropologia e consumo.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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RODRIGO GAVA

Professor adjunto da UFV; Doutor em Administração pela Escola Brasileira de Admi-

nistração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas; Mestre em Extensão

Rural pela UFV; Especialista em Gestão Estratégica de Marketing pela Pontifícia Uni-

versidade Católica de Minas Gerais; e Graduado em Administração pela UFV. Presi-

de a Comissão Permanente de Propriedade Intelectual da UFV. Coordena a Rede

Mineira de Propriedade Intelectual. Membro Nato do Conselho de Tecnologia e Ino-

vação da Fiemg. Atua como Colaborador do Grupo de Pesquisa Observatório da Rea-

lidade Organizacional (RJ) e Pesquisador do Grupo de Pesquisa Ensino e Pesquisa em

Administração e Contabilidade e do Grupo de Pesquisa Organizações e Empreende-

dorismo. Conselheiro Técnico e Revisor do periódico Administração Pública e Gestão

Social e Revisor do periódico Cadernos EBAPE.BR.

Email: [email protected]

SIRLEI SANTOS DUDALSKI

Graduada em Letras com habilitação em Português e Inglês pela Universidade Fede-

ral de Minas Gerais (1993), mestrado em Estudos Literários pela Universidade Fede-

ral de Minas Gerais (2000) e doutorado em Estudos Linguísticos e Literários em In-

glês pela Universidade de São Paulo (2007). Atualmente é Professora Adjunta III da

Universidade Federal de Viçosa (UFV), Minas Gerais, atuando na Graduação e no

Programa de Pós-Graduação em Letras. Tem experiência na área de Letras, com ên-

fase em Literaturas de Expressão Inglesa, interessando-se, principalmente, pelos se-

guintes temas: literatura pós-colonial, alteridade, dramaturgia shakespeariana,

dramaturgia comparada e literatura e outras artes.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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SOLANGE PIMENTEL CALDEIRA

Graduada em Português e Literatura pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Me-

dianeira, Bacharelado Em Direito - Faculdades Integradas Bennett, Licenciatura em

Educação Artística, Bacharelado em Artes Cênicas, Mestrado e Doutorado em Teatro

pela Unirio. Cursos de Especialização em Educação Estética; Especialização em Dra-

maturgia da Dança e Teorias da Cultura, Capacitação em Informática Educativa,

Formação de Docentes Universitários, Reforma do Ensino, Especialização em Classi-

cal Dance (The Royal Academy Of Dancing, Inglaterra). Professora Aposentada da

UFV onde foi Coordenadora do Curso de Dança e Chefe do Departamento de Artes e

Humanidades. Líder do Grupo de Pesquisa Estudos Integrados em Dança, Teatro,

Dança-Teatro e Tecnologia em Dança e docente colaborador do Programa de Pós-

Graduação em Letras da UFV.

Email: [email protected]

SORAYA MARIA FERREIRA VIEIRA

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

(1985), mestrado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica

de São Paulo (1992) e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Uni-

versidade Católica de São Paulo (1997). Atualmente é professora na UFJF. Tem expe-

riência na área de Comunicação, com ênfase em Assessoria de Imprensa e Estudos

de Propaganda, atuando principalmente nos seguintes temas: linguagem, televisão,

comunicação, semiótica e publicidade.

Email: [email protected]

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Pesquisa e Interdisciplinaridade em Ciências Sociais Aplicadas, Humanas, Letras e Artes

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SUELY DE FATIMA RAMOS SILVEIRA

Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Viçosa (1984), mes-

trado em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (1993) e doutora-

do em Ciências (Economia Aplicada) pela ESALq / Universidade de São Paulo (2000).

Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Viçosa. Tem experi-

ência na área de Administração, atuando, principalmente, nas linhas de pesquisa

Desenvolvimento e Gestão Social e Planejamento e Políticas Públicas.

Email: [email protected]

TAMYRES VIRGÍNIA LOPES SILVEIRA

Estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa.

Email: [email protected]

WALMER FARONI

Doutor em Administração pela Universitat de Valência (1992). Graduado em Admi-

nistração pela Universidade Federal de Viçosa. É atualmente professor Associado IV

e pesquisador no Departamento de Administração da Universidade Federal de Viço-

sa (UFV) com atuação no Programa de Pós-graduação em Administração - Mestrado

com concentração em Administração Pública, bem como Diretor do Centro de Ciên-

cias Humanas, Letras e Artes (CCH) na UFV. Editor da Revista de Ciências Humanas

do CCH/UFV. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Adminis-

tração Pública, atuando principalmente nos seguintes temas: municípios, tributos,

administração pública, finanças públicas e administração.

Email: [email protected]

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