Ficha Tecnica Fime Vatel

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Vatel - Um banquete para o rei – Recepcionando a corte de Luiz XIV Elevada à estatura das mais celebradas artes a gastronomia encontrou ao longo dos tempos Chefs que verdadeiramente a fizeram grandiosa, bela e muito saborosa. Poucas foram as pessoas que perceberam as possibilidades que se encerram numa refeição, num banquete ou mesmo num simples prato de comida. Sabe-se, por exemplo, que os homens reúnem-se para celebrar as vitórias simples do cotidiano ou mesmo as mais árduas conquistas ao redor de uma mesa desde o período em que, literalmente, passaram a andar apoiados em suas próprias pernas (e deixaram de ser quadrúpedes), quando passaram a saborear carnes, ensopados, guisados, sopas, caldos e beber vinhos, sidras ou cervejas. Transformar os tais momentos de júbilo e êxtase em celebrações inesquecíveis foi realização atingida por poucos mortais. Esses, na condição de verdadeiros mestres, produziam não apenas pratos de sabor especialíssimo, requintados, com ingredientes sofisticados e/ou exóticos; acabavam por criar atmosferas onde imperava o luxo nos detalhes (como toalhas de mesa, talheres, candelabros, guardanapos, móveis,...) e espetáculos visuais e musicais incríveis (organizavam os shows musicais, as danças, faziam as listas de convidados, preparavam fogos de artifício, representações teatrais,...). Não se tratavam apenas de encontros que reuniam autoridades políticas ou religiosas, poderosos do mundo dos negócios e beldades a acompanhá-los ou ainda das maiores celebridades do mundo das artes e da cultura, simbolizavam momentos de exaltação dos organizadores do evento, principalmente daqueles que estavam patrocinando a festa e, nas entrelinhas, dos produtores (na prática) de todo o evento, especialmente dos “Mestres-cuca”. Que atire a primeira pedra quem discordar, mas, comer é tão bom que não deveria ser considerado pecado! Realizar banquetes que misturam o melhor dos sabores e cheiros, com as artes, acabava, muitas vezes, levando reis e rainhas, dignitários e ricos comerciantes a praticar a gula. Conhecer a história dos povos e seus costumes passa

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Gastronomia

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Vatel - Um banquete para o rei – Recepcionando a corte de Luiz XIV

Elevada à estatura das mais celebradas artes a gastronomia encontrou ao longo dos tempos Chefs que verdadeiramente a fizeram grandiosa, bela e muito saborosa. Poucas foram as pessoas que perceberam as possibilidades que se encerram numa refeição, num banquete ou mesmo num simples prato de comida. Sabe-se, por exemplo, que os homens reúnem-se para celebrar as vitórias simples do cotidiano ou mesmo as mais árduas conquistas ao redor de uma mesa desde o período em que, literalmente, passaram a andar apoiados em suas próprias pernas (e deixaram de ser quadrúpedes), quando passaram a saborear carnes, ensopados, guisados, sopas, caldos e beber vinhos, sidras ou cervejas.

Transformar os tais momentos de júbilo e êxtase em celebrações inesquecíveis foi realização atingida por poucos mortais. Esses, na condição de verdadeiros mestres, produziam não apenas pratos de sabor especialíssimo, requintados, com ingredientes sofisticados e/ou exóticos; acabavam por criar atmosferas onde imperava o luxo nos detalhes (como toalhas de mesa, talheres, candelabros, guardanapos, móveis,...) e espetáculos visuais e musicais incríveis (organizavam os shows musicais, as danças, faziam as listas de convidados, preparavam fogos de artifício, representações teatrais,...).

Não se tratavam apenas de encontros que reuniam autoridades políticas ou religiosas, poderosos do mundo dos negócios e beldades a acompanhá-los ou ainda das maiores celebridades do mundo das artes e da cultura, simbolizavam momentos de exaltação dos organizadores do evento, principalmente daqueles que estavam patrocinando a festa e, nas entrelinhas, dos produtores (na prática) de todo o evento, especialmente dos “Mestres-cuca”.

Que atire a primeira pedra quem discordar, mas, comer é tão bom que não deveria ser considerado pecado! Realizar banquetes que misturam o melhor dos sabores e cheiros, com as artes, acabava, muitas vezes, levando reis e rainhas, dignitários e ricos comerciantes a praticar a gula. Conhecer a história dos povos e seus costumes passa necessariamente pela degustação de seus pratos principais. Que o digam os franceses (considerados ao lado dos italianos como os maiores experts europeus nas artes gastronômicas). Que o diga Vatel e seu banquete para o "Rei Sol", Luiz XIV.

A História:

Vatel (Gerárd Depárdieu, um especialista em personagens históricos) é o cozinheiro e mestre de cerimônias do Príncipe Condé (Julian Glover), nobre general francês que tem a difícil incumbência de receber a visita do rei Luiz XIV (Julian Sands) e de toda a sua corte. A época não poderia ser menos propícia para a chegada dos nobres parisienses já que Condé passava por dificuldades financeiras e teria que se endividar ainda mais para poder receber adequadamente (com luxo e sofisticação) ao rei e seus convidados.

Sua sorte reside no fato de que possui, em Vatel, não apenas um inspiradíssimo conhecedor das artes culinárias, mas também, um criativo aliado para a elaboração dos espetáculos artísticos que deveriam entreter os ilustríssimos visitantes. Para Condé poderia ser uma importante oportunidade de aproximação em relação ao rei, prestes a

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declarar guerra aos holandeses e necessitando do auxílio de militares seguros e vitoriosos. Essa aproximação poderia inclusive auxiliá-lo no pagamento de suas dívidas.

Ganhar a confiança do rei passava necessariamente por banquetes e espetáculos impecáveis, totalmente a prova de erros e em busca de aprovação e satisfação do monarca e de seus seguidores mais próximos.

Para Vatel, no entanto, a aproximação da nobreza parasitária que rodeava o rei significava o contato com pessoas pelas quais tinha verdadeiro desprezo. Nada via de nobre na atitude daquelas pessoas. Sabia, porém, que deveria se esforçar para que Condé, por quem tinha grande estima pudesse superar seus problemas. Para complicar sua situação, Vatel acaba se interessando por uma jovem cortesã chamada Anne de Montausier (Uma Thurman, que já havia atuado em outro filme de época de grande repercussão, "Ligações Perigosas") que está despertando a cobiça de ninguém menos que o Rei Sol. Como Vatel poderia desatar os nós nos quais se via amarrado?

Ficha Técnica: Vatel (Vatel - Um Banquete para o Rei)

País/Ano de produção:- Fra/Ing, 2000Duração/Gênero:- 117 min., DramaDisponível em vídeo e DVDDireção de Roland JofféRoteiro de Jeanne LabruneElenco:- Gerárd Depardieu, Uma Thurman,Tim Roth, Julian Glover, Julian Sands, Timothy Spall.

João Luís Almeida Machado: Mestre em Educação, Arte e História da Cultura (Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo);Professor universitário atuando na Faculdade Senac em Campos do Jordão; Professor de Ensino Médio e Fundamental em Caçapava, SP; Editor do Portal Planeta Educação