Ficham. Paisagens Gras

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – MAE INTRODUÇÃO À ARQUEOLOGIA DO MEDITERÂNEO ANTIGO Profa. Dra. ELAINE F. V. HIRATA 2° semestre 2007 ROSANA DALLA PIAZZA N. 3738395 GRAS, Michel. O Mediterrâneo Arcaico. in Paisagens. Lisboa, 1998. Em linhas gerais, não há um levantamento de problemas referentes ao método na prática arqueológica. O corpo do texto trata, de uma maneira geral, das várias paisagens observáveis ao longo do Mediterrâneo e a relação mantida entre e os gregos. Segundo alguns historiadores e filósofos , a questão dos navios estão diretamente ligados a pólis. Uma metáfora usada com muita recorrência para aludir o navio com suas partes, à cidades e suas crises diversas. Deve-se considerar a relação, cheia de representações e significados, presentes entre estas várias paisagens e os povos que nelas se relacionam. Na analogia os flancos do casco são á muralha da cidade, que suporta as adversidades e intempéries, como se este fosse o mesmo que a ameaça das tiranias e crises sociais e políticas. Sobre a tipologia naval temos variadas figuras de navios, embarcações onde estes são representados nos relevos assírios para os navios fenícios. Os vasos de cerâmica eram decorados com assuntos navais dos gregos e etruscos. O navio passa a ter uma função metafórica de poder, expansão de fronteiras e de desenvolvimento social, econômico e cultural. Conforme os geógrafos jônios, o Mediterrâneo é um mar fechado, ou quase. De maneira que o mar Adriático e o mar Negro( norte do Mar Egeu) aparecem segundo menciona Estrabão (VII ,5, 9) como se fossem vizinhos. Aristóteles e outros remetem ao mar e as fronteiras deste, ao se depararem numa montanha vê-se dois mares. São muitas reflexões do mar nos manuscritos gregos, além das culturas imagéticas. Vê-se também a presença de muitos mitos, populações arcaicas que nutriam gerações e gerações do mar. O mar era visto como fonte inesgotável de alimento e sobrevivência. As técnicas de pesca eram sendo aprimoradas, segundo a cultura de materiais arqueológicos, anzóis descritos na Odisséia (IV, 368 e XIII, 331) foram de cobre, bronze e depois de ferro. Em Bizâncio no séc. VI taxas sobre as redes permanentes Bolói, sobre as almadravas pelamideia e as cabanas de tábuas skopai utilizadas para observar a passagem dos atuns para Bósforo.

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Trata-se de um texto, em linhas gerais mais descritivo, ou seja, no h um levantamento de problemas referentes ao mtodo na prtica arqueolgica

UNIVERSIDADE DE SO PAULO MAE

INTRODUO ARQUEOLOGIA DO MEDITERNEO ANTIGO

Profa. Dra. ELAINE F. V. HIRATA

2 semestre 2007

ROSANA DALLA PIAZZA

N. 3738395

GRAS, Michel. O Mediterrneo Arcaico. in Paisagens. Lisboa, 1998.

Em linhas gerais, no h um levantamento de problemas referentes ao mtodo na prtica arqueolgica. O corpo do texto trata, de uma maneira geral, das vrias paisagens observveis ao longo do Mediterrneo e a relao mantida entre e os gregos. Segundo alguns historiadores e filsofos , a questo dos navios esto diretamente ligados a plis. Uma metfora usada com muita recorrncia para aludir o navio com suas partes, cidades e suas crises diversas. Deve-se considerar a relao, cheia de representaes e significados, presentes entre estas vrias paisagens e os povos que nelas se relacionam. Na analogia os flancos do casco so muralha da cidade, que suporta as adversidades e intempries, como se este fosse o mesmo que a ameaa das tiranias e crises sociais e polticas. Sobre a tipologia naval temos variadas figuras de navios, embarcaes onde estes so representados nos relevos assrios para os navios fencios. Os vasos de cermica eram decorados com assuntos navais dos gregos e etruscos.

O navio passa a ter uma funo metafrica de poder, expanso de fronteiras e de desenvolvimento social, econmico e cultural.

Conforme os gegrafos jnios, o Mediterrneo um mar fechado, ou quase. De maneira que o mar Adritico e o mar Negro( norte do Mar Egeu) aparecem segundo menciona Estrabo (VII ,5, 9) como se fossem vizinhos.

Aristteles e outros remetem ao mar e as fronteiras deste, ao se depararem numa montanha v-se dois mares. So muitas reflexes do mar nos manuscritos gregos, alm das culturas imagticas. V-se tambm a presena de muitos mitos, populaes arcaicas que nutriam geraes e geraes do mar. O mar era visto como fonte inesgotvel de alimento e sobrevivncia. As tcnicas de pesca eram sendo aprimoradas, segundo a cultura de materiais arqueolgicos, anzis descritos na Odissia (IV, 368 e XIII, 331) foram de cobre, bronze e depois de ferro.

Em Bizncio no sc. VI taxas sobre as redes permanentes Boli, sobre as almadravas pelamideia e as cabanas de tbuas skopai utilizadas para observar a passagem dos atuns para Bsforo.

O mar assim como o peixe , sempre estiveram presentes na vida das sociedades, como recurso essencial para alimentao, desenvolvimento tecnolgico e a expanso das culturas. O navio tem a funo de carregar comunidade assim como, a plis feita por pessoas e para as pessoas.

Os cabos e os promontrios so essenciais no o estudo das recorrncias culturais no Mediterrneo . A sua cor esbranquicada se destaca na toponmia do mediterrneo. At os nomes fazem meno a cor branca. Os cabos e promontrios so de tal importncia que alguns destes tornaram-se lugares de cultos divindades.

Na ilha do Adritico, mais precisamente na Lucade era de praxis um mergulho ritualstico feito a partir dos seus cabos onde se faziam um lugar de expulso do pharmakos. Neste mesmo rochedo (Lucade) haviam erguido um altar a Apolo, onde pessoas mergulhavam para buscar a cura do mal de amor, como o caso da poeta Safo.

As ilhas , assim como os cabos possuem um valor grandioso na arqueologia. Pois o fato de estarem no litoral, tornavam-se uma referncia. Os gregos assim como os fencios apreciavam os stios fronteiros e pequenas ilhas. A ilha Citera um exemplo bastante claro, conhecida como um local de desembarque, e de defesa de piratas que viessem ocasionalmente invadir o local. Alm disso , nela havia um templo consagrado a Afrodite (Urnia), demonstrando mais um indcio da Plis , bem como, o nvel complexidade de organizao social.

Os estreitos so as portas para o Mediterrneo, por marcarem seus limites. como se fossem uma fronteira entre o domnio mediterrneo e o domnio atlntico, por constiturem valor de interesse comercial, desta maneira, de passagem para a populao que passava por al.

Com relao aos istmos e transbordos, os navegadores arcaicos haviam se preocupado como o transbordo de homens, produtos, at de navios para melhorar a circulao atravs do Mediterrneo.

Segundo Victor Brard era prefervel cortar atravs de Istmos terrestres em vez de dar a volta pelo mar. V-se citaes de Aristteles na Poltica (VII, 10, 1329b) observava-se que os dois golfos que ladeiam o istmo calabrs so distantes um do outro um meio dia de caminho.

Os Faris e Altares do mediterrneo davam um significado bastante peculiar, remetem lugar de memria e proteo as pessoas que passam pelo local pela presena de altares.

Mesmo correndo o risco de tecer um comentrio de matizes mais determinsticas possivelmente, h uma abordagem do homem em relao ao territrio imbuda de um carter mstico, a forma como o homem se relaciona com suas divindades. Existem conceitos que reforam a idia do mar como o centro da vida social. Atravs das aventuras que ele representa, bem como o fato de ser dele extrado o alimento necessrio vida. E por isso mesmo, ao permitir viagens para pontos mais distantes, lcito que se ocupem terras antes desconhecidas e edifiquem-se templos para os deuses que favoreceram a jornada.Considerando algumas idias apresentadas no texto h, de um lado, a explorao dos aspectos fsicos da paisagem e, de outro, a relao destas com prticas sociais e culturais e os povos que tinham no Mediterrneo o seu espao de circulao.