Fichamento – Sexo e Temperamento – Margaret Mead

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Fichamento – Sexo e Temperamento – Margaret Mead Conclusão 1 – O conhecimento de que as personalidades dos dois sexos são socialmente produzidas é compatível com todo programa que aspire a uma ordem social planejada. É uma espada de dois gumes: possibilita um programa fascista de educação, possivbilita as mulheres voltar a um modelo que a Europa acreditou ter destruído pra sempre; Possibilita um programa comunista, na qual os dois sexos são tratados quase tão igualmente, quanto o permitem suas diferentes funções fisiológicas. Por ser o condicionamento social o determinante, foi possível na América, inverter em parte a tradição europeia masculina, e preparar uma geração de mulheres que regulam suas vidas pelos padrões de suas professoras e de suas mães agressivas e orientadoras. 2 – Existem três caminhos abertos para a sociedade que compreendeu que o masculino e o feminino são produzidos socialmente: A – Padronizar a personalidade de homens e mulheres como claramente contrastantes, complementares e opostas e tornar cada instituição da sociedade congruente com essa formulação. Seria um desperdício de dotes de muitas mulheres e homens. Porém há milhões de pessoas que se voltariam de bom grado para essa padronização. Isso significaria a arregimentação de mulheres. B – A sociedade pode enveredar por um plano mais radical. Admitir que homens e mulheres podem moldar-se a um padrão particular e parar de fazer qualquer distinção na personalidade aprovada de ambos os sexos. Esse caminho vai na lógica de que as potencialidades rotuladas por masculinas e femininas, são na realidade potencialidades de alguns membros de cada sexo e de forma alguma ligadas ao sexo. São fantasias sociais. Porém o sacrifício das diferenças de sexo, entre os Arapesh, significou uma perda na complexidade para a sociedade. O mesmo acontece me nossa sociedade. Insistir que não existe diferenças de sexo numa sociedade que sempre acreditou e dependeu delas,

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1 O conhecimento de que as personalidades dos dois sexos so socialmente produzidas compatvel com todo programa que aspire a uma ordem social planejada. uma espada de dois gumes: possibilita um programa fascista de educao, possivbilita as mulheres voltar a um modelo que a Europa acreditou ter destrudo pra sempre; Possibilita um programa comunista, na qual os dois sexos so tratados quase to igualmente, quanto o permitem suas diferentes funes fisiolgicas. Por ser o condicionamento social o determinante, foi possvel na Amrica, inverter em parte a tradio europeia masculina, e preparar uma gerao de mulheres que regulam suas vidas pelos padres de suas professoras e de suas mes agressivas e orientadoras.2 Existem trs caminhos abertos para a sociedade que compreendeu que o masculino e o feminino so produzidos socialmente:A Padronizar a personalidade de homens e mulheres como claramente contrastantes, complementares e opostas e tornar cada instituio da sociedade congruente com essa formulao. Seria um desperdcio de dotes de muitas mulheres e homens. Porm h milhes de pessoas que se voltariam de bom grado para essa padronizao. Isso significaria a arregimentao de mulheres. B A sociedade pode enveredar por um plano mais radical. Admitir que homens e mulheres podem moldar-se a um padro particular e parar de fazer qualquer distino na personalidade aprovada de ambos os sexos. Esse caminho vai na lgica de que as potencialidades rotuladas por masculinas e femininas, so na realidade potencialidades de alguns membros de cada sexo e de forma alguma ligadas ao sexo. So fantasias sociais. Porm o sacrifcio das diferenas de sexo, entre os Arapesh, significou uma perda na complexidade para a sociedade. O mesmo acontece me nossa sociedade. Insistir que no existe diferenas de sexo numa sociedade que sempre acreditou e dependeu delas, talvez seja uma forma to sutil de padronizao da sociedade quanto insistir nas diferenas sexuais. A perigosa padronizao de atitudes, a remoo de todas barreiras, pode gerar um movimento no sentido de eliminao em massa da diversidade de atitudes, das minorias, que um produto da civilizao adquiridos por um preo muito alto. Os indivduos tambm podem se rebelar porque temperalmente incapaz de aceitar a unilateralidade de sua cultura. Os indivduos seriam identificados como desajustados e desapeteceriam, e com eles o conhecimento de que existe mais de um conjunto de valores possveis. Isso pode significar a abolio de qualquer expresso do tipo de personalidade considerado feminino ou masculino, tal caminho implica perda social. Por exemplo, numa festa mais alegre e encantador que os dois sexos estejam vestidos (smbolos) diversamente. A trama social se torna mais elaborada e compensatria. Na proporo que uma sociedade insiste sobre os diferente tipos de personalidade, em base a idade, sexo, classe, cada indivduo pertencente dessa sociedade um tanto mais rico. A arbitrria atribuies de roupas, maneiras e reportas sociais, viola o indivduo, porm permite a construo de uma cultura rica.Alm disso se considerarmos a posio dos indivduos desajustados na sociedades complexas, em base a classe e sexo, acham-se melhor do que os nascidos em sociedades simples. (????) C Uma terceira opo, seria a sociedade deixar de se guiar por categorias como idade, sexo, posio social, raa, e em vez de personalizar a personalidade em longo de linhas to simples, treinar e dar lugar a muitos talentos temperamentais diferentes. Em algumas sociedades as diferenas de sexo se tornaram menos rgidas:PRIMEIRA VIA - em algumas sociedades a ideia de posio social transcendeu a categoria de sexo. Foi permitida a mulheres de classe alta uma arrigncia negada a ambos sexos entre humildes e pobres. Alteraes como essa significam apenas a substituio de um padro pelo outro, avanar no sexo e retroagir na classe no significa avano real. SEGUNDA VIA reconhecimento dos genunos dotes individuais quando ocorrem nos dois sexos. Uma distino real foi substituda por outra artificial, e os benefcios so enormes para a sociedade e para o indivduo. Construir uma sociedade que substitua as diferenas reais das arbitrrias. Vemos vrias potencialidades perecerem em meninos e meninas porque a sociedade no tem lugares para elas. Nenhuma criana poderia ser amoldada, existiriam muitos indivduos, numa sociedade que aprendeu a respeitara a cada um seus dotes. Uma civilizao no sacrificaria milhares de anos de padres de diversidade. Cada criana seria encorajada com base em seu temperamento. Onde temos padres para mulheres e padres para homens, teramos apenas padres de comportamento que expressariam os interesses do indivduo com muitos tipos de talentos. Se quisermos alcanar uma cultura mais rica em valores contrastantes, cumpre reconhecer a gama das potencialidades humanas e tecer uma estrutura social menos arbitrria, na qual cada dote humano encontrar uma estrutura adequada.