Figueiredo e Helene (1993) Concreto Projetado

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    Boletim Tecnfcc da Escola Polltecruca da USPDepartamento de Engenharia de Construcao Civil

    ISSN 0103-9830

    BT/PCC/92

    Concreto Projetado:o Controle doProcesso de ProlecaoAntonio Figueiredo

    Paulo Helene

    Sao Paulo - 1993

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    o presente trabalho e parte da dlssertacao de mestrado apresentada pela EngQAntonio Dominguesde Figueiredo, sob orientacao do Prof. Dr. Paulo Helene: "Concreto projetado: fatores intervenien-tes no controle da qualidade do nrocesso".A Integra da dissertacao encontra-se a disposicao com a autor e na biblioteca de Engenharia Civilda Escola PolitecnicaJUSP.

    Figueiredo, Antonio Domingues deC on cr et o p ro je ta do : 0 contra Ie do processo de pr~

    je~ao / A_D. d e F ig ue ir ed o, P.R.L. Helene. -- SaoP aulo: EP USP . 1993.34p. -- (Boletim Tecnico da Escola P olitecnica daU SP . D ep ar ta me nt o de Engenharia de Constru~ ao C ivil,BT/PCC/92)

    1. Concreto projetado 2 .Materiais de constru~ao 1.Helene, P aulo R oberto do L ago II. Universidade de SaoP aulo. Escola P olitecnica. Departamento de Engenhariade Constru~ao Civil III. TItulo IV. Serie

    COU 6 91 . 3 2691

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    CONCRETO PROJETADO:o CONTROLE DO PROCESSO DE PROJEyAO

    Antonio D. FigueiredoPaulo Helene

    RESUMO

    Concreto projetado e aquele pneumaticamente transportado eprojetado a alta velocidade, sobre uma superficie, sendoauto-compactado. Assim, denota-se que suas propriedades saodependentes do processo de projeyao utilizado.Oesta forma, para se controlar a qualidade do material, eimportante ter-se 0conhecimento do seu processo de produyao(se por via seca ou umida, equipamentos e rnao-de-obra, etc.)e das propriedades especlficas do concreto projetado (como areflexao, 0desplacamento e a liberaQao de poeira au nevoa)e as respectivas formas de controle.Finalmente, para a obtenyao de um material de boa qualidade,e fundamental seguir as r-ecoraendacoes para 0 controle doprocesso de projeyao como um todo.

    ABSTRACT

    Shotcrete is concrete pneumatically conveyed and projectedat high speed onto a surf ace, compact ing itse 1f. Thus itsproperties depend on the shooting process.It is important to know the shooting process (wet or dry-mixprocess, equipaments and working crew, etc.), the specificproperties of shotcrete (rebound, sloughing and dustgeneration) and respective mean of control.Finally, to obtain a good quality material , it is veryimportant to follow the recommendations on all shotcretingprocess quality control.

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    SUMARIO1. INTRODUC;Ao2. 0 PROCESSO DE PROJE~AO2.1. PROCESSOS DE PROJE~Ao DISPONIVEIS2.2. EQUIPAMENTOS DE PROJE~Ao POR VIA SECA2.2.1. Maquina de projeyao2.2.2. sistema de alimentayao2.2.3. Dosadores de aditivo2.3. OPERAGAo DO PROCESSO2.3.1. Equipe de projeyao2.3.2. Operayao da maquina de projeyao2.3.3. Cuidados corn as mangueiras2.3.4. Umidificayao da mistura3. PROPRIEDADES DO CONCRETO PROJETADO3.1. IMPORTANCIA E FORMA DE CONTROLE3.2. REFLEXAo3.2.2. Dinamica da reflexao3.2.2.1. Fatares que influenciam a reflexao3.2.2.2. Variayao do trayo em funyao da reflexao3.2.3. Efeita do processo de projeyao3.2.4. Oclusao da reflexao3.2.5. Cantrole da reflexao3.3. DESPLACAMENTO3.3.1. Causas dos desplacamentos3.3.2. Controle do desplacarnento atraves da cansistencia3.4. POElRA E NEVOA3.4.1. Causas da produyao de poeira e nevoa3.4.2. Cantrole da poeira e da nevoa3.5. HOMOGENEIDADE3.5.1. Defeitos tipicos3.5.1.1. Efeito de sombra3.5.1.2. Laminayao3.5.1.3. Imperfeiyoes superficiais3.5.2. Variayao das propriedades3.5.3. Controle da homogeneidade3.5.3.1. Contrale visual3.5.3.2. Controle da pega e endurecimento3.5.3.3. Contrale da resistencia a compressao3.6. ADERr:NCIA3.6.1. Causas da falta de aderencia3.6.2. Controle da aderencia4. A QUALIDADE DO PRODUTO

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    1. INTRODu

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    va.ri.acoes , apresentadas na figura atraves de linhastracejadas, se concentram nas diferentes possibilidades deadiQao de aditivos aceleradores ou da aqua no processo.Existe uma terceira denomina9~0 de processo de proje9ao noBrasil chamada via semi-umidat3). Na verdade, este processoconsiste num caso especial da via seca, pois 5e utiliza 0mesmo equipamento modificando-se apenas 0local de entradade aqua na mistura. Na chamada via semi-umida alem daentrada de aqua no bico se dispoe de outra que ocorre aalguns metros antes do bico no mangote atraves de urn anelpre-umidificador. Desta forma, neste trabalho dar-se-apref er encia pe1a uti1izaoa 0 do termo pre-umid ificacao par adesignar este procedimento.No caso dos equipamentos de proje9ao por via umida, 0concreto chega a bomba corn toda a agua necessaria Jamisturada, sendo 0ar comprimido utilizado para acelerar aprojeQao no bico e, em alguns casos, para pre5suriza9ao decamar-as da bomba de concreto ou mesmo para transporte damistura um ida pelo rnangote. Na Figura 2. se encontra u rndiagrama do esquema basico do processo de projeQao por viaum ida (em linha cheia) e algumas variantes do mesmo (ernlinha tracejada). Na Tabela 1. se encontra uma compar-acaoresumida dos dois processos.

    MISTLJ~ ~ECAAG.R E ~" DO!>

    MAN60TE arco,.---__,~,CIMNTO

    AR CDMPRIMIDO

    MAQUIN"-oc PPO.1E:c;kl IItI1ADlTlVO r---- ....-- ---------- ---~ II

    FIGURA 1: Diagrama do processo de projeyao por via seca.

    o'\DlTrvO ACL.!RADOR L. . IQUIDOA R COMPR IM ' IOO

    M AN G OTE. IC O

    FIGURA 2: Diagrama do processo de proje9ao por via umida.

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    TABELb 1:umida(t1). Fatores ligados a projeyao por via seca e

    VIA tHIDAr FI\TOR VIA SECAIl.EQUIPAMENTO .menor investimentoI I total: ! .manutenyao simples e. pouco frequentQ_.facil operayaol~)

    I'~naobra ou na usina.possibiljdade de uti-lizayao de misturaspre-dosadas i.desempenho alterado '

    ~ ... ...;.,_p_e_l_a_u_m_i_d_a_d_e_d_a_a_r_o_i_a----t-I --;3.PRODUCAo E .raramente ultrapassa I .2-10mJjh na projeQaoALCANCE os 5mJ/h no campo manual.pode transportar ma- I .ate 20m3/h na proje-

    jt~ri~l a maiores dis-r Gao mecanizada-rob6tanclas-----------~-----------------~r_----------------~

    !2.HISTURA

    4.REFLEXAo .15-40% para paredesverticais.20-50% para 0teto.ocorre formayao debols6es de materialrefletido.variayao do trayo naestrutura por perdaintensa de agregado

    .menos cquipamentosno local de trabalho.menor desgaste debieo, nangueiras ebomba para a mesmaproduQao.consumo de ar ate60% menor ~.na usina e apurada.0. umidade da areia Inao interfere noprocesso I

    .baixa rCflexao quepode ser menor que10%

    .nao oeorrc formayaode bolsoes de mate-rial refletido.pequena perda deagregado

    5.QUALIDADE

    6.VELOCIDADEDE IMPACTO

    .alta resisteneia dc-vido ao baixo fatora/c.menor homogeneidadedo material

    .depende da experien-cia da mao-de-obra

    .maiar com melhor ade-sao e facilidade deaplicayao no toto.maior facilidade deeompactayao domaterial

    .maior dificuldadepara abter grandesresistencias (altofator a/c).maiar homogeneidadena qualidade.geralrnente adequadapara emprego em tu-neis e minas.material menos com-pacto, geralmente

    7.ADITIVOS .em po adicionados nabetoneira ou antes dacuba de alimentayao.liquidos adicionadosno bico de projeyao

    .utiliza-se apenasos aditivosliquidos

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    TABEL~ 1: Fatores ligadosumida(4). (Continuayao). projeqao por via eeca

    I VIA SECA VIA UMIDAI FATORI .gra~de pfoducao depoelra(Jj.difjculdade de visua-lizayao do trabalho.formayao de ambienteinsalubre em tuneis(exige ventilaqao)

    18.POEIRA EI NEVOA ;.muito pouca formayaode poeira.melhor visibilidade.pode produzir nevoade aditivo liquidode alta alcalinidadee t6xica exigindoventilaQao9.VERSATILI-DADE ..pode ser utilizadai para jateamento de

    areia, projeyao deargamassa e materiaisrefratarios erecobrimentoslO.FLEXIBILI- .facilidade de inter-DADE rupyao com pOllca ounenhuma perda dematerial.ajustavel dS condi-yoes da superficie(em presenya de aqua)

    I

    .pode ser utilizadacomo sistema de bom-beamento convencinalde concreto

    .exige planejamentocuidadoso para rnini-mizar perdas por in-interrupyao dotrabalho.apresenta dificulda-de de operayao emsuperficie molhada(exige maiores teo-res de aditivosaceleradores)

    2.2. EQUIPAMENTOS DE PROJEGAo POR VIA SECA

    Entende-se aqui como equipamento de projeyao aquele eornpostopela maquina de projeyao e todos os aeess6rios necessariospara a conduyao do proeesso. Chama-5e maquina de projeyao a"bomba" de concreto projetado propriarnente dita.

    2.2.1. Maquina de projeyao

    A maqu ina de pr ojooao via seea que e utilizada na quasetotalidade das obras de tuneis e em grande parte das obrasde reeuperayao de estruturas e de revestimentos erngeral e ade rotor de camaras (Figura 3.). Esta e a unica rnaquina deprojeyao de concreto via seca f~bricada no Brasil pela ESTEIndustrial e Comercial Ltda(6). Nela a mistura seea e

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    Laricada na cuba alimentadora onde e mantida em movimentopelos brayos rotativos de urn agitador (Figura 3.). Da cubaalimentadora a mistura vai, por gravidade, para as camarasdo rotor. No rotor a mistura faz urn giro de 1800, chegandoao lado oposto da entrada, onde e impulsionada por umacorrente de ar comprimido, descendo para a interior datubulayao. Urn Dutro jato de ar comprirnido carreia a misturaatraves do mangote ate 0bico de projeyao, no qual e entaoadicionada a agua.

    MISTURA SECA(A) REGISTROS DE AR(B) CUBA DE ALIMENTAC;Ao(Cl ROTOR(0) MANGOTE(E) REGISTRO DE AGUA

    DE AR

    ,.-.,---.~-.--'. _ .~---.

    EKTRADA-r-_i__._. -,.-. _._._.~..J~..--. IF(.....l-._._.-((....\" l_J " '-J "\. /

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    (Figura 5.). Alem de pratica, este sistema garante 0teor ea homogeneidade da mistura do aditiva acelerador de pega ernpo, uma vez que sua dosagem pode ser feita diretamente nabetoneira.Outra sistema que poderia ser utiLizados e 0 chamado pre-bagging, Ja empregado no canada(7), que possibilita 0emprego de micrassilica e aditivo de maneira mais eficiente.Este sistema, consiste no fornecimento da mistura totalmenteseca em sacos de 30kg ou em ernbalagens plasticas de 1600kg.Como 0processo de mistura e industrial, evita-se 0problemada umidade respons8vel pelo fenomeno da pre-hidrata9ao, queseria agravado pela presenya dos aditivos.

    DE PROJECAO

    FIGURA 4: Esquema de alimentadora continua.&ETONJR.- - - -

    MAQU.~" o .PR.O~E.C.AO

    CV&A DE A1-INENTA 0

    OPRADO

    FIGURA 5; Esquema de alimentayao contlnua por conduto.

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    2.2.3. Dosadores de aditivo

    Este equipamento e de grande .impo.rtancia na produc ao deconcretos projetados com boa uniformidade. Compoe-sebasicamente de urn reservatorio e urn d. isposi tivo delanyamento do aditivo na esteira au rosca-sem-fim daalimentadora, a qual pode ser de varios tipos.

    2.3. OPERAGAo DO PROCESSO

    o conhecimento da operayao do processo de projeyao efundamental para a obtenyao de urn concreto projetado de boaqualidade. Na projeyao por via seca, a primeira pergunta quese deve fazer, e que e de impor t.ancLa vital para 0 bornandamento do trabalho, e quem executara 0serviyo? Assim efundamental saber como a equipe de trabalho deve seorganizar e, principalmente, como esta qualificada. Aexpe rianc ia profissional e a formecao da mao+de+obz a $ urnrequisito que Molinari ja chamava a at.encao em 1948(8), evern sendo realyada ao longo do tempo. Isto se deve ao fatodo mangoteiro ser 0 responsavel pelo controle daumidificayao do material, que e a principal fatordeterminante das propriedades do material e da variayaodestas.Alern disso, 0 mangoteiro deve ra receber ern suas maos urnf luxo constante de mistura seca (cimento mais agregados)para que a dosagern de aqua I que e fornecida sempre numavazao constante, ocorra de maneira simples e adequaoagarantindo a homogeneidade do material na estrutura. Crom(9~aponta como condiyao para se obter 0 desejado fluxoconstante 0 fato de se possuir equipamento e materialadequado e uma equipe bern treinada. Alem disso, devem sertornados alguns cuidados na aplicayao para que 0material queficar na estrutura esteja homogeneo e isento de falhas.

    2.3.1. Equipe de projeyao(l)

    A equipe de projey8o e apontada pelo ACI(l) como 0elementomais importante para que se obtenha uma aplicayao deconcreto projetado bem sUcedida. Uma equipe basica ecornposta por urnencarregado, urnrnangoteiro, urnassistente demangoteiro, urn operador de rnaquina de projeyao, urn operadorde betoneira, ajudantes e urn encarregado de acabamento,quando este servico e necessario. Estas f'uncoes devem serpreenchidas de acordo com as necessidades especificas dotrabalho, podendo caber rnais de uma tuncao a uma unicapessoa ou ser atribuida a urngrupo de pessoas.

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    o encarregado de projeyao tern a funyao de planejar eorganizar 0 trabalho da equipe, manter as condiyoes deseguranya e monitorar os procedimentos de controle dequalidade. Ele e 0 responsavel pelas condiyoes defuncionamento e manutenyao do equipamento, como a regulagemdo dosador de aditivos por exemplo, e pela motivayao efisciaLi.zacao do trabalho de toda a equipe. Por isso ele enormalmente um mangoteiro veterano, capaz de desempenharqualquer tarefa dentro da equipe.o mangoteiro tern urn papel chave em todo 0 processo. Ele e 0responsavel pela aplicaQao do material 9, alem de controlara quantidade de agua adicionada ao material, garante que 0fluxo de ar esta ocorrendo de maneira uniforrne e na vazao epr-essao adequadas para a boa compac t.acao. E 0 prirneiro aperceber a ocorrencia de problemas e, portanto, encarregadode transmitir ao restante do grupo as inforrnayoes e pedidosneoeas arios a manut.ericao das boas coridicoes de oper-acao,Isso traz a tona 0 problema da comun icacao , normalmenteexecutada por gestos, que em certas condiyoes pode se tornardificil, principalmente quando 0material e transportado agrandes distancias e as condiyoes de visualizayao se tornammais dificeis. Ryan (10) apontou uma serI.e de gestos quepodem ser utilizados pelo mangoteiro para expressarinformayoes irnportantes (Figura 6.).o mangoteiro tern, acima de tudo, a responsabilidade deconhecer e executar a aplicaQao adequadarnente, evitandoproblemas como a laminayB.o, a reflexao exeessiva, 0efeitode sornbra, a oc Ius ao da ref Lexao I os desplacamentos e asimperfei~oes superficiais.

    MOVI1" .ENTO DE BUER:- l. .l ~ue' . a9U~- Aumente 0 pressac de agua

    - Pa~'

    sr~~L DE POSITlVO:- Es t ou pronto-0en tuplmeoto foi aonado_ A press30 de .or est .. Ok- A allmenta~io est~ corret~

    - Ll9"E 0 ...otc~

    I',:C'::I'.!:'\':'() .'SC['\:r"-::-L (S~'A\'[ I- "u."".e~ tf' a p r e s s Lc C E o ~ r

    C1RCULASDO 0 I~DlCADOR: ~::l\I~t.;:,;:: D[S:E,\::;~'\:-!: IS'~A',1 i- Cl~~~ua ~ p~eSSd~ dp ~r

    FIGUR A 6: Sinais do mangoteiro(lO).

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    2.3.2. Opera~ao da maquina de projeyao

    No caso da maquina de projeyao via seca de rotor de camaras,o primeiro item que chama a atencao e 0 corretopreenchimento da cuba de aLimen t.acao, Como as oamar-as dorotor sao preenchidas por gravidade, e necessario que a cubade ali.merrtcao permariaca totalrnente preenchida, quando dautiliza~ao do equipamento. Para isso, recomenda-se sempre autiiLizaoao de uma alimentadora continua e 0 controle daumidade excess iva da mistura seca deve ser rigoroso para seevitar que 0material fique retido na cuba alimentadora porcoesao. Caso isto nao ocorra, havera urn preenchimentoirregular das camaras do rotor variando, consequentemente, 0fluxo de material no mangote.Outro ponto importante e 0 controle da entrada de arcomprimido que e feita na maqu ina de pr-ojecao , atraves dedais registros como a indicado na Figura 3. U rn destesregistros controla a vazao de ar que va~ para a partesuperior da camara do rotor e outro controla a entrada de arpara 0 cotovelo posicionado logo abaixo (Figura 3.). Paraque 0fluxo ocorra de maneira eficiente, e necessario que 0ar comprimido seja enviado com uma pressao e vazao adequadase, alem disso, que 0 equipamento receba a manutenc;:aoadequada. Isto porque 0rotor e montado com dois discos dea90, tambem conhecidos como discos de fricc;:ao,presos a eleque ao girarem em con junto friccionam dois discos deborracha posicionados na base da cuba e na parte superior damaquina, que se desgastam intensamente (Figura 7.). Corn estedesgaste surgem falhas de contato entre os discos de fricc;:aoe os de borracha, que possibilitam 0 escape do arcomprimido. Como conseqtiencia disto tem-se, alem da grandelibera9ao de poe1ra, 0 risco de nao se proceder aoesvaziamento completo da oamar a e, conseqtienternente,varia~ao do fluxo do material no mangote.

    ISCO DE BORRACHA

    DISCO DE FRIC~Ao

    R

    FIGURA 7: Detalhe de montagem do conjunto rotor de camaras,discos de fricyao e discos de borracha.

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    Alem da insalubridade gerada pela malor liberayao de poeirae da possibilidade de produc;:aode urnmaterial heterogeneo, aonissao na execu

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    /PARTE SECA DA MISTURA

    ANEL UMIDIFICADOR

    PARTE UMEDECIDA DA MISTURAFIGURA 9: Esquema da por~ao umidificaoa da mistura seca pelobico convencional (corte transversal)(4).

    Alem da boa umidif Icacao 0 bico de projecao deveproporcionar urn cone de projeoao de concreto com a maiorconcentrac;::aopossivel e com velocidade de projec;::aodequada,pais ela determina as propriedades finais do concretoprojetado(l) atraves de uma boa compactac;::aocom minimareflexao. Para 5e alcanc;::areste objetivo utiliza-se algunsexpedientes como 0afunilamento do bieo (Figura 10.).Urnoutro expediente utilizado para a eliminac;::aoa poeira navia seca e a utilizac;::cloa pre-umidifieac;::clotraves de umaentrada de aqua simples (Figura 11.). A pre=um id.ifLcaoaosimples tern como vantagem 0alivio de peso para 0mangoteiroque, por outro lado, tern a possibilidade de regulagem rapidada vazclo de agua na de dupla entrada.o bieo de projec;::cloia seea apresenta como principais pontosa serem otirnizados a coneentrac;::aodo jato e a umidifieac;::aoperfeitamente homogenea do material. 0 que se apresenta hojecomo urn sistema otimizado seria a utilizac;::cloda pre-umidificac;::cloom entrada de agua sob elevada pressclo com urnbico ligeiramente afunilado (para concerrt.rcao do jato) eleve, caso nao esteja na ponta de urn bra~o meeanico (Figura12. ).

    3. PROPRIEDADES DO CONCRETO PROJETADO

    3.1. IMPORTANCIA E FORMA DE CONTROLE

    Uma das grandes eriticas, que sempre se fez, ao concretoprojetado era defini-lo como urn material de gr9nd~variabilidade quanto as suas propriedades. Lorman l12)afirmou que em var ias pesquisas, executadas entre 1911 e1965, as propriedades fisicas do concreto projetado variaramdo pobre ao excelente. Informa90es deste tipo geram duvidasquanta a eonfiabilidade do material "questionando sua

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    viabilidade a longo prazall(lJ). Alguns autores(14) fcredi tar am ao fato de , IIdev ida a sua pr6pr ia mane ira delan9arnento e 0 usa comum de aditivos aceleradores, 0problema de execuGao de corpos de prova e tinico e separadodaqueles carrelacionados corn 0 concreto rnoldadoconvencional" . Isto faz com que 0 pr6prio "cont role dequalidade do concreto projetado forneya resultadosinsatisfat6rios", quando executado sem as devidos cuidados.Pode-se perguntar, entao, se "os trabalhes que apresentaramestes resultados tao variados foram baseados em testesvalidos, apropriadamente executados e avaliados? Se asrnaterias primas utilizadas eram de boa qualidade? Se 0concreto foi projetado apropriadamente? Ese, dado 0grandenumero de variaveis envolvidas, pode-se comparar co~cr~tosprojetados executados em areas e regioes diferentes?ul13)Glassgold(lJ) aponta algumas respostas para essas questoescomo 0 conhecimento das dif iculdades que se tern para seidentificar causas e efeitos sem uma docurnenta9ao adequada.A maioria dos textos publieados, apresentando easoshist6ricos norrnalmente, e nao fornecem urn "suporte efetivo,complete au ate mesmo substancial para se poder avaliaradequadamente suas conclus6es".

    ENTRADADE AGUA

    ENTRADA DE MISTURA o . .BICO AFUNILADO

    FIGURA 10: Oetalhe de bieo de proje9ao via seca afunilado.

    Slco---.._MANCiOTE

    FIGUR A 11: Sistema de pre-umidifica~ao simples(l) .

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    i e > - ,~EAGVA

    se e PRESSAO

    FIGURA 12: Esquema do sistema de pre-umidifica~ao cominje~ao de agua sob pressao otimizado.

    Par lSSO, e necessaria que, nos relatos, sejarndescritos 0equipamento e 0 suporte utilizado para a proje~ao doconcreto e sejam dados detalhes completos sobre 0ambiente ea forma de execu~ao(13). Caso contrario corre-se 0risco deao nao se ter satisfeitos os requisitos e criterios dedesempenho exigidos do material creditar a ele toda a culpa.Alern da caract.eizacao do processo de pr-ojecao utilizado Ideve-se indicar a forma como foram obtidas as propriedadesdo material, uma vez que no Brasil ainda naa existem ensaiosnormalizados para tal. 0 segundo ponto reside no fato de quea controle sabre 0 material concreto projetado tambemdeveria abordar todos as aspectos envolvidos no processo deprojeyao, desde a dosagem ate 0 uso. A seguir seraoanalisadas uma serie de propriedades especificas do concretoprojetado devido ao fato de sererntotalmente dependentes doprocesso de projeyao.

    3.2. REFLEXAo

    Denomina-se reflexao a fen6meno que ocorre dUrante aprojeyao do concreto, onde parte do material e refletido naoficando incorporado ao alvo de pr-ojaoao , caindo ao chaoconsequentemente.Para se representar a reflexao utiliza-se basicamente 0indice de reflexao, que e uma propor

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    refletido, a saber:IR = = (MR/MT) x 100, ondeIR = indice de reflexaoMR = = massa do material refletidoMT = massa do material projetado

    3.2.2. Dinamica da reflexao

    A reflexao e urn processo dinamico que Parker et allii (15)dividiu em duas fases. A primeira fase corresponde atormacao de urn co Lchao de amortecimento para 0 concretoprojetado. Este colchao consiste, basicamente, numa finacamada de pasta e argamassa. Quando se inicia a projeyao areflexao e muito intensa pois s6 a pasta de cimento e capazde 5e aderir a superficie do alvo de projeQao. A medida queesta carnada tern sua espessura aurnentada, passasseprogressivamente a incorporar agregados de dimensoes maioresate que seja possivel incorporar 0agregado graudo. A partirdeste momento se da inicio a segunda fase onde a intensidadeda reflexao torna-se constante com niveis bern inferiores aprimeira fase. Esta dinamica se encontra qualitativamenteilustrada na Figura 13.Este comportamento tern uma expLicaoao muito simples: comoinicialmente nao h a forma de dissipar a energia cinetica dosgraos dos agregados, os mesrno sofrem um choque elastico como alvo de pr-ojeoao , retornando com grande velocidade. Arnedida que vai se formando uma camada de pasta e, emseguida, argamassa,o choque dos agregados com a superficiepassa a ser ane Lastico , pela deto'rmacao pLastica sofridapela camada de amortecimento, que possibilita a incorporaQaode agregadas de dirnensao cada vez maiar (Figura 14.).

    K.UNDA 'ASE

    ESPESSURA O A CAMAQA/TEMPOFIGURA 13: Variacao qualitativa da reflexao em func:;aodaes pes su ra pro je tad a.

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    p SrAoc ,

    I ! " : ' SICc>i r \~o~1'0 REF.u:MO,0:0 COM_ '" MUlTO~

    . 5 o U & S T " l A r OPRIIIo4.JRA f"A~ PRIMIRA ".~

    16

    FIGURA 14: Dinamica da formayao da camada de amortecimentodo concreto projetado.

    3.2.2.1. Fatores que influenciam a reflexao

    Quando ha a necessidade de executar uma grossa camada deconcreto projetado, pode-se obter uma reflexao maior. Istoporque nem sempre e possivel 5e executa-la numa unica econtinua operayao de projeyao devido a ocorrencia dedesplacamentos. Assim, e normal se esperar peloendurecimento de uma camada para que 5e execute a outra. Noentanto, quanta se vai executar uma camada sobre a autra jaendurecida volta-se a sit.uacao da primeira fase e,consequentemente, temos uma maiar reflexao. Desta forma,tanto a refLexao como a heterogeneidade do material seramaior quanto maior for 0numero de passadas utilizadas parase obter uma mesma espessura de camada.Quanta maior for a quantidade e a dimensao do agregado maiorsera a reflexao. Isto ocorre basicamente por dais motivos: aprimeiro porque quanto maior for 0 agregado maior sera acamada necessaria para a seu amortecimento, 0que aumenta aduracao da primeira fase e, conseqiientemente, a ref1exao.Alem disso, maior sera a probabilidade de ocorrer choqueselasticos com outros agregados. Da mesrnaforma, quanta maiorfor 0 consumo de cimento ou, mais precisamente, 0 teor definos da rnistura que alimenta a naquina de pr'ojecac tantomenor sera a reflexao(16). E por isso que se indica autilizayao de microssilica como redutor da reflexao, pois,alem de aumentar a coesao, dadq $ua grande finura, aumenta 0teor total de finos da mistural7}.Quanto maior tor a quantidade de agua da mistura menor seraa refLaxao(17), 0 que pode ser representada pela reLaoaoaguajcimento conforme 0 apresentado na Figura 15. Istoporque, maior sera a plasticidade da mistura projetada e,consequentemente, maior sera a capacidade que 0colchao deamortecimento tera de tornar 0 impacto anelastico. E 6bvioque a quantidade de agua nao pode exceder a certos valores

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    que fluidifiquem a mistura, 0que faz com que a mesma percaa sua coesao impedindo, desta forma, que ela permanec;aaderida a parede.A r-ef Lexao e t.ambern afetada pelo substrato onde se estaprojetando 0 concreto. Quanta mais irregular for estesubstrato, maior sera a superficie necessaria para serecobrir com a camada de amortecimento e, consequentemente,a primeira fase t.ar-a uma maior dur'ac ao aumentanda assirn aref Lexao . 0 mesmo acontece quando temos superficies rnaisrigidas que demandam uma espessura maior da camada deamortecimento. Por outro lado, quando se projetar sobretelas que vibrem e, desta forma, desprendern os ~1aosfracarnente aderidos tem-se uma maior reflexao tambern (1 .

    RELACAo AGUA/CIMENTOFIGURA 15: Efei to da reLacao a~)a/cimentoconcreto projetado por via seca(l . na refLexao do

    3.2.2.2. Variac;ao do trac;o em func;ao da reflexao

    A varLacao do proporcionamento dos materiais constituintesdo concreto projetado que ficou na parede, tanto em relac;aotanto as suas pr6prias camadas quanta a mistura que entrouna maqu ina de pr-ojecao , se deve ao material refletido s~rconstituido em sua maior parte por agregado graudo(16),principalmente na primeira fase. Desta forma, 0material queficou retido no alvo de projec;ao e mais rico em finos(incluindo ai 0cimento) do que a mist~ra seca com que sealimentou a rnaquina de projec;ao. A Aliva(16), numa tentativade orientar a estimativa de gastos com materiaisconstituintes do concreto projetado, estabeleceu uma relac;aode trac;os para urn indice de ref Lexao de 25%, a qual seencontra descrita na Tabela 2. No entanto, quanto maior fora reflexao tanto maior sera a varia9ao do trayo do concreto

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    no aIvo de pro jecao , 0 que possibil ita a. determi riacao doindice de reflexao por reconstituiyao de trayo(19).Para melhor ilustrar este aspecto, tem-se 0 fato de 0prOprio ACI indicar em seu Guide to Shotcrete(l) umacorrelayao entre 0 trayo da mistura que alimentou a m~quinade pro jeyao e aque La que fleou efeti va.mente incorporada aestrutura (Tabela 3.). 0 grande problema destes dados, que eurn erro muito comum no que se refere ao concreto projetado,reside no fata do ACI negligenciar a re1ayao que estesvalores tern com 0prOprio indice de reflexao, restringindo-se a informar apenas que se trata de uma "refIexao media"sem quantific~-la.TABELA 2: Trayos de misturn seca, ref1~xao eprojetado para urn indice de reflexao de 25%(16). concreto

    I " MATERIAL CIMENTO(kg)280

    AGREGADOS(kg)1168

    AGUA(kg)ii TRAGO! EM PESOI

    1 : 4,17ISTURA SECA(1000 1)---------------------+-----------~--------~----------~--------~CONC. PROJETADO! 252 876!I (~55 1) i47

    1]6

    /.92 29REFLEXAO(-250 1) 28

    TABELA 3: Variayao tipica do trayo do concreto projetado(l).TRA

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    Lorman(12), em 1968, j~ havia apontado que a "reflex~oaumenta com grandes press6es no mangote e, consequentemente,grandes velocidades de projeQ~o", devido ~ maior energia quedevera ser dissipada para que 0material permaneya aderido aestrutura. Alem da press~o de ar comprimido, a velocidade deprojecao pode ser alterada pelo tipo de bico utilizado narela

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    (~ "! ~ ~ ~ -,-4Q\~\ ( C D ~ W R E F L E x A : ~ ' ~ . .

    -t 1EXTREMA '/

    REFLEX1i.OALTA

    FIGURA 16: Influencia do angulo de proje~ao na reflex30(4) .

    fP 1~0. . : : : ;X eo =-~~rL l. . . : : l~t z : l0:: ~

    I ,to so 0 " ' "ANGULO DE INCID~NCIA

    FIGURA 17: AvaliaQ30 quantitativa da reflexao ern fun~ao doangulo de projeyao(20).

    ~ 41

    0 I /~ ___ KOBLER II3 LANGERLEL aJI /1..JL LL 1 J I !Q:: 2 ,I

    10

    o~+- ~ ~ ~ ~ ~ ~_10 80 90 100 110 120 130DISTANCIA DO sica A SUPERFICIE DE APLtCAcAO (em)

    FIGURA 18: Quantificayao da ~eflexao em funQao da distanciade proje9ao segundo L angerle l20) e Kobler(21-J.

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    o pr imeiro metodo, denominado deterrninacao da refLexao pormedi

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    3.3.1. Causas dos desplacamentos

    A utilizac;:aodos aditivos e da microssilica tern como efeitoprincipal 0 aumento da ooesao d.o concreto projetado, paraassirn garantir a obtenc;:ao da espessura desejada. Entao,verifica-se que a ocorrencia do desplacamento se da quandoacontece uma falha na ooesao do material. Isto pode advirpor varios meios como os apontados por crom(ll):a. Ocorrencia de lentes de areia, que podem se originar pelaoclusao do material de reflexao;b. Umedecimento exagerado de uma camada, 0 que est~associado a uma falha do mangoteiro au a uma interrupc;:aodo fluxo de mistura seca par falha do equipamento;c. Execuc;:aode camadas com espessura excess iva devido a uma

    falha no controle de execuc;:aoda mesma ed. Falha no fornecimento de aditivos aceleradorcsTodos estes fatores produzem zonas ouinteiras corn coesao insufi.ciente, 0aparecimento do fissuramento internoconseq6entemente, ao desplacamento(ll).

    mesmos camadasque induz aoda camada e,

    3.3.2. Controle do desplacamento atraves da consistencia

    o desplacarnento produz urn aumento do risco de acidentesgraves no serviyo de pro jecao , pois ha a possibi 1idade dequeda sabre algum operario e, principalmente, 0mangoteiro.Par isso, a seu controle nao pode ser negligenciado. Istopode ser feito de maneira indireta, avaliando-se a coesao domaterial, atraves da determinac;:ao da consisten~ia doconcreto r-ecem projetado pela agulha de Proctor (25) I paraassim verificar se a mesma est~ adequada para a obten9ao daespessura requerida. Um cuidado importante a ser tornado, e averificacao visual da ocorrencia de possiveis falhas quevenham a acarretar 0desplacamento.

    3.4. POEIRA E NEVOA

    3.4.1. Causas da produc;:aode poeira e nevoa

    A liner-acao de poeira durante a pr-ojecao e urn fen6menotipico da via seca onde a umidificayao completa da rnisturadurante a sua passagem pelo anel umidificador e muitodificil de se obter. No entanto, 0 jato de concretoprojetado nao e a unica fonte de producao de poeira. Apropria aLiment.acao da cuba da maqu i.na de pr-ojecao , quer

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    seja manual au mecanizada (Figura 4.), gera uma grandequantidade de po, ate superior a produzida no bico(26 . Nocaso da alimentayao manual, 0 problema e mais grave, nao 56pela maior liberayao de p6, como tambem pela maiorproximidade dos operarios com a fonte de poeira. outro pontode grande liberayao de poe ira e a propria maquina d~projecao , principalmente se for 0 caso de uma a rotor( 26)(Figura 3.). Isto adquire propor-coes graves no caso dosequipamcntos que nao reccberam manutenyao adequada e, com 0desgaste de certas peGas (discos de fricyao e de borracha),podem produzir uma densa nuvem de poeira ao seu redor pelojorro provocado pelo escapamento de ar comprirnido pelasjuntas mal vcdadas.No caso da via seca com injeyao de agua a elevada pressao,ondc a urnidificayao das particulas de cimento e demais finose mais eficiente, pode ocorrer urnoutro problema semelhante,que e a produyao de uma nevoa a partir do jato pulverizadode aqua , Este jato de aqua e expelido pelo bico pelo arcomprimido formando uma nevoa que prejudica a visualizayaodo serviyo. No entanto, quando 5e utiliza 0 aditivo liquidodiluido na agua, 0 qual e normalmente a base de aluminatosou silicatos de s6dio ou potassio e tern elevado pH, pode-seprovocar uma atmosfera altamente caustica e,consequentemente, nociva a saude dos operarios.

    3.4.2. Controle da poeira e da nevoa

    o controle da poeira ou da nevoa pode ser feito gtr~ves deequipamentos especiais como 0Dupont modele P-2500l26), ondeo principal objetivo e a de t.erm i.nacao do teor de poeirarespiravel. Isto e fundamental em ambientes fechados, como eo caso dos tuneis, onde pode haver uma concentrayao intensado material em suspensao.

    3.5. HOMOGENEIDADE

    Tanto 0 concreto projetado como 0 moldado pela formaconvencional pode apresentar falta de homogeneidade. Noentanto, no caso do concreto projetado, isto pode ocorrer deuma maneira generalizada para 0material com uma frequenciabern maior. Isto se deve ao pr6prio processo de projeyao quenormalmente possibilita a maior parte dos defeitos doconcreto "devido a uma execucao descuidada II ocas Lonada por"falta de experi~ncia ou mesmo indiferenya,,(16). Os defeitosrnais comuns, que ocorrem no concreto pro jetado , e que saocausas da heterogeneidade do material sao a ja comentadaoc lusao de material refletido, a Laminacao , 0 efei to de"sombra" e alterayoes na 5uperf1cie do material.

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    A faIta de homogeneidade pode se caracteri zar .._mbem pelagrande variacao nas propriedades do material, como ares istencia a compr-essao com elevado coef iciente devariacao. Este fenomeno, que em parte pode estar dssociado aocorr6ncia de defeitos.

    1.5.1. Defeitos tipicos

    1.5.1.1. Efeito de sombra

    Urna das causas de heterogeneidade do material que, como aoclusao da reflexao, tambem produz defeitos localizados, e 0charnado efei to de sombra, que se encontra representado naFigura 19. Este efeito esta ligado a projecao sobre asarmaduras, que pade produzir vazios par detras das mesmas. Aorigem deste fenomena esta associada a projecao inadequadado concreto, onde nao se obedece a uma distancia age~~ada ouadiciona-se aditivo acelerador de pega ern demasia(l J. Istoproduz uma carnada de concreto aderida a barra da armaduraque, ao aumentar 0seu diametro, prejudica 0preenchirnentodo espaco posterior a mesma. Este efeito e tao mais intensequanto maior for 0 diametro das barras de ayo e eparticularmente perigoso para a corrosao das armaduras parfacilitar a entrada de agentes agressivos diretamente sobreo metal.

    3.5.1.2. Laminayao

    o efeito conhecido por laminacao consiste, basicamente, naformacao de faixas alternadas de material de alta e de baixadensidade no sentido perpendicular ao da projey

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    processo de projeyao via seca com maquina de rotor decarnaras pode produzir estas variayoes de trayo atraves dasvar Lacoes de fluxo (por entupimento total au parcial dealgumas das cama ras ) e de uma segregac~o do material nomangote, conduzindo assim a larninayao(29). A utilizayao deaditivos aceleradores a base de aluminato, por dificultarema compactayao do material, podem produzir uma certalaminayao.

    3.4.5.6.7

    DlRE~Ao DE PROJECAO

    2.I. - G i l >

    CORRETOFIGURA 19: Efeito de sombra(11).

    INCORRETO

    FIGURA 20: Esquema da laminayao do concreto projetado.

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    Outro tat.or , apontado por Reading (]0) I e a uti 1izacao demao-de-oora pouco qualificada para a projeyao au mesmo umasupervisao inadequada. Alem disso, a laminayao tambem podeser produzida pela mistura inadequada dos materiais secas,que, por nao apresentarem as mesmas condiyoes que 0concretoconvencional, podem exigir mais tempo no equipamento demistura para se obter uma boa homoqeneidade. Neste casoespecifico, deve-se tamar cuidado com as misturas secasproduzidas em usinas de concreto ssm pr~-misturador, onde 0trabalho de homogeneizayao flea restrito ao caminhaobetoneira. Em outro traba Iho I Reading (31) I alertou para 0fato de que a laminayao, em con junto com os holsoes de areiaproduzidos pela oelus~o do material refletido, afetamnegativamente a durabilidadc do material.

    3.5.1.3. Imperfeiyoes superficiais

    As imperfeiyoes superficiais do concreto projetado podemocorrer por diversos fatores. Um deles e 0 usa excessive ouinadequado de ad i,tivas aceleradores de pega ou de outrosprodutos quimicos que podem provocar ef Lor-escenciaa (16). 0excesso de cigua pode produzir a Hlavagem" dos finos quandoela escorre pela superficie do concreto, produzindo umaspecto muito rustieo com 0 afloramento dos agregadosgraudos. A projeyao inclinada do concreto pode produzirpequenas dunas na superf Lc i.e, Al.ern disso, 0 manejoinadequado do bico

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    Outra experiencia importante [oi aquela realizada porSimondi et allii{J4) nos t~neis da SABESP em Sao Paulo, ondetambem foi empregado 0 concreto projetado por via seca. Laforam extraidos testemunhos da propria estrutura do tunel eo coeficiente de veriacao obtido, no caso do 'I'urie AnaLuisa, [oi de ate 22,35 e, no caso do Tunel Eliana, foi deate 22,7%.

    3.5.3. Controle da homogeneidade

    Os indicadores estatisticos, ao contrario da constata~ao dosdefeitos, pod em fornecer uma apreciayao quantitativa daqualidade do material, 0que facilita 0seu controle. Caberessaltar, que estes indicadores nao suprimem a necessidadedo controle "qualitativo" da ocorrencia de defeitos nomaterial pais, dado a carater pontual de alguns destesdefei tos, 5e torna dificil a sua detecc;ao par uma anal iseamostral. Com isto em vista pode-se indicar tres formas parao controle da uniformidade do material: 0 controle visualdos defeitos pontuais e 0controle da pega e endurecimento,os quais serao discutidos a seguir.

    3.5.3.1. Controle visual

    o controle visual e essencial no concreto projetado porvar ios motivos. Primeiro pela grande possibilidade de seproduzir defeitos pontuais. Alem disso, como a propriaresistencia a compressao e, normalmente, determinada atravesde corpos-de-prova preparados a partir de testemunhosextraidos de placas e nao da estrutura e importante que segarantam as mesmas condi~oes de moldagem para ambas. Aproje~ao do concreto por ser urn fenomeno extremamentedinamico , torna possivel cobrir certas falhas com outracamada de concreto pro jetado de mane ira mui to rap ida . Aoorret.a supervisao do trabalho do mangoteiro e essencialpara que se garanta a qualidade final do material.o controle visual do material e uma forma j a tradicional decontrole, 0que acaba sendo uma vantagem para 0mesmo. Noentanto, nao se deve restringir 0 seu controle a Lnapaoaovisual, como ocorreu no inicio da decada de 80, quando foiapontada como "a unica forma encontrfda para se avaliar auniforrnidade do concreto projetado" 34). Na ,eP9ca, estainspe

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    3.5.3.2. Controle da pega e endurccimcnto(15)

    o controle da pega e endurecimento no concreto projetado ede particular importancia quando da utiliza~ao de aditivosaceleradores. Pode ser tambem definido como controle daresistencia a baixa idade, isto e, inferiores a 8 MPa, sendocmpregados dois tipos de aparelho para 0seu controle, quaissejam 0Penetrometro de Meynadler (PEM) e 0Penetrometro deEnergia Constante (PEC)(J5).o PEM e empregado para resistencias inferiores a 1 MPa e 0PEC ~ destinado a cobrir a faixa que val de 1 MPa a 10 MPa.Ambos tern como princIpio basico de funcionarnento acorreLacao entre a pene t.racao de uma agulha no concreto esua resistencia a compressao. 0 PEM e urnequipamento operadomanualmente, que fornece urn indice para a penetrayao de 15mm de uma agulha padroni zada no concreto. 0 PEC utili za 0disparo de uma mola para penetrar no concreto urn pinepadrao. 0que e fixo aqui nao e a profundidade de penetrayaOmas a energia imposta para tal. Assim, neste caso aresist.erica do concreto projetado e obtida atraves de umacorr-el.acao com a profundidade de pene t.raoao , Em ambos oscasos, os resultados da analise de seu emprego foram muitosatisfat6rios.Estes equipamentos podem ser utilizados tambern para aava Liaoao da uniformidade do material, uma vez que para aobtenyao da resistencia a compressao do material e feita umaserio de pane t.r acoos , a qual pode ser anal isada quanta adispersao dos resultados. Dada a facilidade de manuseio, 0Penetr6metro de Meynadier pode fornecer resultados sobre 0material imediatamente ap6s a pr-ojeoao do concreto ,0 quepoderia agilizar a avaliayao da qualidade da homogeneizayaodos aditivos aceleradores de pega e endurecimento.

    3.5.3.3. Controle da resistencia a compressao

    o controle da resistencia do concreto projetado para idadesmaiores que 24 horas e , normalmente, real izado at.r-ave decorpos-de-prova preparados a partir de testernunhoscilindricos extraidos (NBR 7680 da ABNT). Tambem ja foramespecificados corpos-de-prova cUbicos(32), obtidos detestemunhos serrados em placas de concreto e, pelo fato deapresentarem grandes dificuldades de extrayao direta daestrutura, tern seu uso muito restrito atualmente. A extrayaode testemunhos cilindricos permite a avaliayao dauniformidade do material nao s6 pela analise da variayao dosvalores obtidos para a resistencia, como tambem pelaver ificacao da ocor renc ia de def eitos como a 1aminaoa o oulentes de areia au ainda a ocorrencia do efei to sombra Iquando da extrayao de testemunho contendo uma barra daarmadura.

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    3.6. ADER~NCIA

    A aderEmcia e uma propriedade fundamental para 0 concretoprojctado pois nao e possivel se cxecutar nenhuma camadaestrutural com 0 material se ele nao permanecer aderido asuperficic que ~ alvo da proje~ao. Assim, a falta deaderencia e urn problema serio, nao s6 a nivel de seguranyaestrutural, como a nivel de custos e seguran~a operacional,pelo fato de produzir desplacamentos.No caso de t.uneis , exige-se que 0 concreto projetado semantenha aderido a superficie do maciyo, de maneira a"preservar sua resistencia n~tural e mante-Io sem alterayocso quanta for possivel" (4) . Assim percebe-se que seudesempenho como material cstrutural esta fortemente ligado aaderencia que 0material tem com 0substrato.

    3.6.1. Causas da falta de aderencla

    A obtenQao da ader6ncia seria facilitada pelo proprioproceSSOr uma vez que, com 0jateamento do concreto contra asuperficie, procede-se ao tamponamento dos poros e fissurasdo mesmo com a pasta formada durante a chamada primeira faseda reflexao. Esta camada de pasta de cirnento atua, apos 0seu endurecimento, como uma ponte de aderencia entre asubstrato e a camada de concreto projetado. Com isto seentende melhor 0 porque de seu melhor desempenho quandojateado sabre suportes rugosos e fes~stentes como 0proprioconcreto quando rugosa e rochas 16). Da mesma forma, seentende que a falta de aderencia esta associada a substratosfracos, au muito lisos, ou contaminados com material soltoau parcialmente endurecido como 0 oriundo da reflexao,material pulverulent91 ~raxas, tintas, desmoldantes ouumidade excessiva(16){ )(1 ).Outra causa importante para a ocorrencia de baixasresistencias de aderencia ~ a pequena resistencia domaterial nas prirneiras horas apos a proje9ao. Nestasituayao, 0material pode apresentar fissuramento junto aosubstrato devido ao proprio peso da camada e a sua grandedeformabilidade, 0 que tornaria a aderencia nula. Paracontornar este problema, a soluyao normalmente empregada ~ autiliza~ao de uma maior quantidade de aditivos aceleradoresde pega. Algumas das alternativas para se melhorar aaderencia do concreto projetado com 0 substrato seria, ernprimeiro lugar, a ut.LlLzaoao de microssilica (7 J ,particularmente em areas umidas, e, em segundo lugar, autiliza9ao de fibras que, diminuindo a fissurayao pQrretra~ao, aumentam a capacidade de aderencia do material(~).

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    3.6.7.. Controle da aderencia

    (Troadas primeiras formas de controle, e tambem a maisefetiva, ~ 0 controle preventivo que c;onsiste DO p~eD~~o dasupcrficie em que s~ra aplicado 0 mater 1a1 (1) (16) ~ID) \ 11) .Apesar de () ACT(l) indicar que a concreto projetadoapresenta boas caracteristicas de dderencia com concreto,alvenaria, rocha, aco e rnuitos outros materials (chegandoate d indicar valores para resist.encias quanta aocisalhamento com 0 proprio concreto projetado medida peloensaio de "quil.hotina" com a t.ensao aplicada na superficiede cantata) e praticamente impossivel medi-la quando 5e terncomo substrato urn solo friave l, mole e umido pois, nestecaso, ela e sabidamente pobre {4j. Nestes casos, 0 crit.eriode avaliaQ~o deste desempenho que 5e disp6e atualmente e 0proprio sistema de execuyao do revestimento: se nao houverdesplacamento esta aprovado.llma outra forma de se avaliar a ade.rencia do concretopro jetado com urn substrato de concreto mais antigo I e aextrayao testemunhos cilindrico, de maneira que a superficiede ader-encLa contenha 0 seu eixo , e posterior ruptura damesma por compressao di?metral. F.ste procedimento, utilizadopor Palermo e Marques (36) em seu estudo, apresenta comogrande desvantagem a restriyao do seu uso a concretosprojetados em placas.

    4. A QUALIDADE DO PRODUTO

    Ap6s se examinar varios aspectos das propriedades doconcreto projetado, pode-se afirmar que urn produto dequalidade pode ser obtido a partir de materiaisconvencionais e uma equipe habili tada. 0 ponto critico emtodo 0processo de projeyao do concreto tern sido a mao-de-obra, que pode tornar este material de gualidade empotencial num outro cheio de falhas executivas. Como isso daurn carat.er-artesanal ao concreto projetado, 0 controle daqualidade associado ao processo de pro jecao , torna-se urnfator dos mais irnportantes para a obtcnyao do concretoprojetado de qualidade. Para que estes aspectos se to.rnernrealidade 5&0 imprescindiveis 0 conhecimento, a habilidad~ ea experiencia. Como sintese destas informayoes, 8apresentada uma relayao de cuidados na Tabela 4.

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    31T A B E L A 4 : S i n t e s e d a s r e c o m e n d a y o e s p a r a 0 c o n t r o l e d o p r o c e s s o d e p r o j e ~ a o .

    A T I V I O A D E S C O M E N T A R I O S( A ) F o r m a ~ a o eq u a l i f i c a ~ a od a m a o - d e - o b r a

    (8) V e r i f i c a ~ a od o s e q u i p a m e n t o s- v a z a o e p r e s s a od e a r e a g u a

    A m a o - d e - o b r a d e v e r e c e b e r f o r m a ~ a o a d e q u a d a o u t e re x p e r i e n c i a e h a b i l i d a d e c o m p r o v a d a p o r m e i o d e t e s t e ( 3 7 )D e v e s e r v e r i f i c a d o s e o s o p e r a r i o s r e s p e i t a m a s r e g r a s d es e g u r a n ~ a e h i g i e n e n o t r a b a l h o e, p r i n c i p a l m e n t e , s eu t i l i z a m e q u i p a m e n t o d e p r o t e ~ a o i n d i v i d u a l .A v a l i a y a o d a s e a n d i ~ 6 e s d e m a n u t e n ~ a o e a j u s t e dos m e s m o s :P r e s s a o e v a z a o d e a r c o m p r i m i d o , a l i m e n t a ~ a o c o n t i n u a eh o m o g e n e a d a m i s t u r a s e e a e a d i t i v o s , u m i d i f i c a ~ a o n ai n t e n s i d a d e 6 t i m a e c o m p r e s s a o a c i m a da de a r e o m p r i m i d o .

    ( C ) D o s a g e m o e n c a r r e g a d o d e v e c o n h e c e r o s v a l o r e s e s p e e i f i c a d o s n ad o s a g e m , s u a s t o l e r a n e i a s e a f r e q u e n e i a d e a m o s t r a g e m .(0) M a t e r i a i s

    (E ) P r e p a r o d as u p e r f i c i e

    A s p r o p r i e d a d e s d e f i n i d a s a d o s a g e m d e v e m s e r v e r i f i c a d a sd u r a n t e 0 r e c e b i m e n t o d o s m a t e r i a i s . O s a g r e g a d o s d e v e ms e r a r m a z e n a d o s s e m r i s e o s d e c o n t a m i n a ~ 6 e s e g r a n d e s v a -r i a \ o e s n o t e a r d e u m i d a d e d o s m e s m o s . O s a d i t i v o s d e v e ms e r c o n s e r v a d a s e m l u g a r f r e s c o e s e e D , s e m c a n t a t a c o m al u z s o l a r . A n t e s d a s u a u t i l i z a y a o , d e v e - s e v e r i f i e a r ao c o r r e n c i a o u n a o d e c r i s t a l i z a ~ a o .A s u p e r f i c i e d e v e e s t a r l i m p a , i s e n t a d e m a t e r i a l r e f l e t i -d o , p a e i r a , g r a x a s . o l e o s e m a t e r i a i s p r o v e n i e n t e s d o s o l o

    ( F ) M i s t u r a s e c a

    (G ) I n i c i o d e o p e r a ~ a o1. a r c o m p r i m i d o2 . b o m b a d e a g u a3. a l i m e n t a d o r a4. m a q u i n a d e p r o j e ~ a o5. d a s a d o r d e a d i t i v o s(H ) A j u s t e s i n i c i a i s- v a z a o e p r e s s a o d ea r e a g u a

    V e r i f i e a r , p a r i n s p e ~ a o v i s u a l , a s c o n d i ~ 6 e s d e h o m o g e n e i -z a v a a a t r a v e s d a v a r i a ~ a o d a c o r (0 q u ~ n ~ o d e v e o e o r r e r ) .V e r i f i e a r , p o r r e e o n s t i t u ; ~ a o de t r a ~ o t 3 8 ) , s e 0 c o n c r e t om i s t u r a d o e m c e n t r a l , m a n t e m 0 t r a ~ o d e f i n i d o n a d o s a g e m .C a s o a m a q u i n a d e p r o j e ~ a o e s t e j a c o m s u a c u b a c h e i a d e v e -s e i n v e r t e r o s i t e n s 3 e 4, o b v i a m e n t eo i t e m 5 s 6 s e r a e f e t u a d o n o c a s a d e u t i l i z a ~ a o d e a d i t i v ol i q u i d o p o i s , n o c a s o d e s e u t i l i z a r a d i t i v o s e m p o e l ed e v e o e o r r e r c o n c o m i t a n t e m e n t e c o m 0 i t e m 3

    o b i e o d e v e r e c e b e r m o v i m e n t o s c i r c u l a r e s p a r a h o m o g e n e i -z a r 0 m a t e r i a l p r o j e t a d o .

    A v a l i a ~ a o v i s u a l , r e a l i z a d a g ~ l o m a n g o t e i r o e e n c a r r e g a d o .O s i n d i c e s d e c o n s i s t e n c i a ( 2 ) r e c o m e n d a d o s s a o : n a p a r e d ed e 4 0 a 6 0 , n o t e t o : d e 6 0 a 8 0 , c o m a d i t i v o s a b a s e d ea l u m i n a t o : a c i m a d e 8 0 . A a l t e r a ~ a o d o a j u s t e d a ~ g u ao c o r r e r ~ c o m u m a n a o c o n f o r m i d a d e n e s t e s i n d i c e s .

    ( I ) D i r e c a o d o j a t od e c o n c r e t o(J) M o v i m e n t o d o b i e od e p r o j e ~ a o

    ( K ) D i s t a n c i a d o b i e ob i e o a s u p e r f i c i e d ea p l i c a ~ a o

    D e v e - s e d i r i g i r 0 j a t o p e r p e n d i e u l a r m e n t e a o p l a n o d e p r o -j e ~ a o , 0 q u e r e s u l t a e m m e n o r r e f l e x a o e m a l a r c o m p a c t a ~ a o

    D e v e p e r m a n e e e r n o i n t e r v a l o d e 1 m a 1 , S m , p o i s a b a i x od i s s o t e m - s e g r a n d e r e f l e x a o e m a i o r d i f i c u l d a d e d e v i s u a -l i z a ~ a o d o t r a b a l h o e , a c i m a , a u m e n t a - s e a r e f l e x a o e d i -m i n u i - s e a e o m p a c t a ~ a o d o c o n c r e t o c o m r i s c o d e s o m b r a .

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    32T A B E L A 4 : S i n t e s e d a s r e c o m e n d a y o e s p a r a 0 c o n t r a l e d o p r o c e s s o d e p r o j e ~ a o ( c o n t . )

    A T I V I D A D E S C O M E N T A R I O S(L) M a n u t e n ~ a o d e f l u x o V i s a m a n t e r a u m i d a d e c o n s t a n t e e e v i t a r ; p o e i r a , m a i o rc o n s t a n t e d e m i s t u r a r e f l e x a o , d e s p l a c a m e n t o s , e s c o r r i m e n t o s , e t c .s e c a p e l o m a n g o t e

    (M ) E n t u p i m e n t o s- n o m a n g o t e- n a l i n h a d ' a g u a- n a l i n h a d e a d i t i v o(N ) P r o j e ~ a o e m l o c a i sl i m i t a d o s p a r c a n t o s

    P r o c e d i m e n t o : i n t e r r o m p e r 0 p r o e e s s o d e p r o j e ~ a o e i d e n t if i e a r 0 p o n t o d e e n t u p i m e n t o , i n i c i a n d o a p r o c u r a p e i o se s t r a n g u l a m e n t o s . C a s o a p r o b l e m a o c o r r a n a l i n h a de a d i -t i v o l i q u i d o , d e v e - s e r e m o v e r t o d o 0 a d i t i v o c r i s t a l i z a d oI n i c i a r d a p a r t e i n f e r i o r d a s u p e r f i c i e p a r a a s u p e r i o r ed a s b o r d a s p a r a 0 c e n t r o d o e s p a y o .

    (0) D e s p l a c a m e n t o

    (P) O c o r r e n c i a de s o l a - E l i m i n a r a s i r r e g u l a r i d a d e s i n t e r n a s d o m a n g o t e , q u e p r o -v a n c o s d u z e m a c u m u l o s e p o s t e r i o r d e s p r e n d i m e n t o d o s m a t e r i a i s .(0) F im d e o p e r a ~ a o1 . a l i m e n t a d o r a

    1 2 . d o s a d o r d e a d i t i v o3. a g u a e a r c o m p r i m i d o

    I n t e r r o m p e r d e i m e d i a t o 0 p r o c e s s o ( p r e v e n i r a C i d e n t e s ) ed e t e r m i n a - s e a c o n s i s t e n c i a q u e , s e n d o b a i x a i m p l i c a n aa v a l ; a ~ a o d o t e o r d e u m i d a d e e d e a d i t i v Q S e s e n d o n o r m a la u a l t a , n a v e r i f i c a ~ a o d e f a l h a s n a a l ; m e n t a ~ a o d o a d i t iv o , o c o r r e n c i a d e l e n t e s d e a r e i a e e s p e s s u r a s e x a g e r a d a s

    D e v e - s e g a r a n t i r q u e 0 m a n g o t e e s t e j a l i m p o a n t e s d e s ei n t e r r o m p e r 0 f l u x o d e a r . E m ; n t e r r u p ~ a o m a i s l o n g a ,d e v e - s e d e s m o n t a r e l i m p a r a m a q u i n a d e p r o j e \ a o ,u t i l i z a n d o v a s s o u r a e a r c o m p r i m i d o

    ( S ) L i m p e z a d o s d o s a d o - 0 e q u i p a m e n t o d e v e p e r m a n e c e r i s e n t o d e s a b r a s d e a d i t i v or e s d e a d i t i v o s N o c a s o d e a d i t i v o s l i q u i d o s , d e v e - s e b o m b e a r a g u a l i m p ap e l e s i s t e m a a t e s e g a r a n t i r q u e e s t e j a i s e n t o d e a d i t i v o

    (R ) L i m p e z a d a m a q u i n ade p r o j e ~ a o

    ( T ) l i m p e z a d o m a n g o t eq u a n d o u t i l i z a d a ap r e - u m i d i f i c a ~ a o

    T o d a a m i s t u r a s e e a d e v e s e r r e m o v i d a

    L i m p a r c u i d a d o s a m e n t e 0 b i e o d e p r o j e ~ a o e 0 d i s p o s i t i v op r e - u m i d i f i c a d o r , d e s c o n e c t a n d o a m a n g o t e , p r i n c i p a l m e n t ec o n c r e t o s c o m m i c r o - s i l i c a e a d i t i v o s l i q u i d o s .

    ( V ) L a m i n a ~ a o( U ) D e f e i t o s l o c a l i z a d o s C o r r i g i r f a l h a s d o m a n g o t e i r o - v e r i f i c a r s e e q u a l i f i c a d o .

    ( W ) F a l h a s u p e r f i c i a l- D u n a s- M a n e h a s- R u g o s i d a d e

    V e r i f i c a r s e o c o r r e v a r i a ~ 6 e s d e f l u x o , e x c a s s e s d e a g u a ,e x c e s s o d e a d i t i v o , e r r o s n o d i r e c i o n a m e n t o d o j a t o o ua i n d a m i s t u r a s e c a n a o h o m o g e n e i z a d a .

    - C o r r ; g ; r d i r e c i o n a m e n t o d o j a t o .- V e r i f i c a r 0 t e o r d e a d i t i v o .- V e r i f i c a r s e n a o s e h a u m i d i f i c a ~ a o e m e x c e s s o .

    ( X ) s p e s s u r a d a c a m a d a V e r i f i c a r a d e q u a ~ a o d o s g a b a r i t o s e e s p a ~ a d o r e s( Y ) C u r a V e r i f i c a r s e a c u r a e s t a s e n d o e x e c u t a d a a d e q u a d a m e n t e( Z ) E l e v a d o c o e f i c i e n -

    t e d e v a r i a ~ a oV e r i f i c a r s e h a f a l h a s n a u m i d i f i c a ~ a o d o m a t e r i a l , c o m oe q u i p a m e n t o i n a d e q u a d o e i n t e r v e n ~ o e s c o n s t a n t e s d o r n a n g Qt e i r o e n a a l i m e n t a ~ a o e h o m o g e n e i z a ~ a o d o a d i t i v o

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