FILE #3 Weepies

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FACULDADE DE BELAS ARTES DA UNIVERSIDADE DE LISBOA DESIGN DE COMUNICAÇÃO 2013-2014 FILE #3 WEEPIES Mariana Pena Monteiro 7492 Constança Vasconcelos Dias 7509

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FACULDADE DE BELAS ARTES DA UNIVERSIDADE DE LISBOADESIGN DE COMUNICAÇÃO2013-2014FILE #3

WEEPIES

Mariana Pena Monteiro 7492Constança Vasconcelos Dias 7509

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WEEPIES

O trabalho escolhido foi “Weepies”, da aluna e finalista Rita Matos.Esteve exposto na Fabrica Features na Benetton na Rua Garrett. O livro escolhido gira à volta da figura feminina em filmes, livros e artigos, chamando atenção para os estereótipos criados à sua vol-ta.

Quando escolhemos este trabalho e o lê-mos apercebemo-nos que conhecí-amos pouco sobre algumas das refe-rências feitas pela autora. Assim, pensámos que era melhor pesquisar. A maior influência encontrada ao longo do livro é do livro Nausea, de Jean-Paule Sartre.

Jean-Paul Charles Aymard Sartre (1905 — 1980) foi um filósofo, es-critor e crítico francês. Acredi-tava que os intelectuais têm de desempenhar um papel activo na so-ciedade. Era um artista e apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra. Recusou-se a receber o Nobel de Literatura de 1964. A sua filosofia dizia que no caso humano (e só no caso humano) a existência precede a essência, ou seja, o homem existe, e só depois é que se define, enquanto todas as outras coisas são o que são, sem se definir, e por isso não têm “es-sência” posterior à existência.

Porquê este trabalho? No meio de tantos, porquê escolher este?Como mulheres ficámos intrigadas com a perspectiva oferecida neste trabalho. Nunca tínhamos pensado muito neste “perfect moment” que todas procuramos, e quando esta hipótese nos foi apresentada sen-timo-nos compelidas a estudá-la e a investigá-la.

Introdução

Rita Matos

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WEEPIESDesenvolvimento

O livro fala muito da inocência falsa da mulher, que acaba por se apoderar dela, fazendo-a ser realmente inocente. Quando a mulher não o é (inocente), não é desejável.

I hope she´ll be a fool - that´s the best thing a girl can be in this world, a beautiful litt-le fool.”

- The Great Gatsby

She is too clever for a woman. She lacks the indefinable charm of weakness.”

- Oscar Wilde, The Picture of Dorian Gray

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Este estereótipo e desvalorização da inteligência das mulheres é muitas vezes considerado o “perfeito”.A geração mais velha valoriza a adulação e a docili-dade nas mulheres e a geração mais jovem as tonturas não pensadas e a busca do prazer fácil. A autora – Rita Matos – mostra o seu descontentamento:

“These carácter, mainly offer us a vision of the woman submis-sive to a male figuree. Based on a personal connection, these associations have the goal to unite in a single view, the re-cognition of patterns of woman’s image representation, and al-together serve as a metaphor for the concept of stereotype. A critic metaphor, wich ambition is enhance the negative power of ideology that, more than producing global pictures, turns them into desirable and common accepted distorted realities.”

WEEPIESDesenvolvimento

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• Número de páginas: o 40 (incluindo a capa e a contracapa)

• Tipo de letra: o Serifado – Cambriao Não serifado – Apercune

• Cor: o Branco cru o Cor-de-Rosa

• Tamanho: o Folhas brancas – A4o Folhas cor-de-rosa – A5

• Organização:o O trabalho começa com um pequeno livro de 8 páginas A5 cor-de-rosa.o Seguem-se 14 páginas A4, das quais 13 são brancas e uma tem uma imagem com um filtro cor-de-rosa a ocupar todo o espaço. o Para terminar existe mais um conjunto de 8 páginas A5 cor-de-rosa. o A capa e a contracapa são parecidas, sendo que a capa tem uma imagem tor-cida a preto e branco que ocupa toda a área da página enquanto a contracapa tem duas imagens torcidas a preto e branco com uma inscrição entre elas (letras em caixa alta, rasuradas): “WEEPIES”

WEEPIESANÁLISE FORMAL

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WEEPIESEntrevista com RITA MATOS

1.O que é que quer dizer “We-epies”? Onde foi buscar o nome?R.: O nome vem deste artigo (Nau-sea de Sartre) e tem a haver com a ideia dos melodramas centrados na figura feminina. Estas figuras são frequentemente chamadas de “weepies” que quer dizes choramingas, lame-chas. Eu achei que não ficava bem em português e para além disso a minha intenção com este trabalho era tam-bém que fosse entendido por todos, daí estar escrito em inglês.

2.Resumidamente, que mensagem tentou transmitir em “Weepies”? R.: É uma critica à imagem da mu-lher ficcional. Este artigo em que baseei o Fanzine fala de filmes de Hollywood clássicos e eu tentei tam-bém relaciona-lo com livros e outros suportes. A minha ideia era mesmo fazer uma critica à ideia ficcional de mulher que muitas vezes as pesso-as tentam seguir apesar de ser erra-da.

3.Tem ideais feministas ou foi só uma afirmação para este tra-balho?R.: Este trabalho foi muito influen-ciado por aquilo a que eu estava mais atenta na altura. Eu estava a ler o livro Nausea e quando li aque-la passagem em que Sartre diz que a mulher tenta sempre alcançar o “mo-mento perfeito” fiquei um pouco re-voltada. Isto porque como mulher, sei que visualizamos esse mesmo momento e depois quando não acon-tece... Fiquei intrigada com essa parte do livro e usei-a para este trabalho. Não sou radicalista femi-nista, nem sequer me considero femi-nista, mas identifico-me com algumas linhas desse tipo de pensamento e

penso que posso ter deixado transpa-recer alguns desse ideias.

4.Porquê o “Perfect Moment?”R.: Como já disse, parti de um ex-certo especifico do livro em que se falava precisamente deste “momento”, e onde se falava de como em vários tipos de filmes, livros, etc., a mu-lher, sempre a personagem principal, quer fosse má, boa, tímida, extro-vertida, pensava sempre no “momento perfeito”. Eu até estive para chamar “Perfect Moment” ao meu livro, mas não queria que fosse tão literal em relação ao conteúdo.

5.Porque é que se centralizou nas imagens das mulheres apenas em filmes?R.: A ideia partiu de um artigo que falava muito sobre o cinema e eu quis pegar nessa vertente. Penso que a vi-sualização das emoções pode ter um impacto muito forte, talvez mais do que apenas a sua leitura. Para além de que é bastante mais prático no sentido em que podemos pegar num fil-me e vê-lo em poucas horas enquanto que para absorver mesmo o que um li-vro tem para nos dar é preciso mais tempo.

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WEEPIESEntrevista com RITA MATOS (continuação)

6.Começa e acaba o livro com frases semelhantes. Qual foi o seu objectivo?R.: O ínicio foi escrito por mim, é uma espécie de um editorial, era um dos requisitos. O do fim é um excer-to do artigo que deu origem a todo o trabalho. Tentei mostrar o essencial, “Weepies is a statement.” foi a frase que me mercou mais, talvez pela sua força. Esta pequena frase mostra logo imensa determinação, mostra sobre o que vamos falar e mostra que “não es-tamos aqui para brincadeiras, temos coisas a dizer”.

7.Sente que alcançou os seus ob-jectivos e que conseguiu trans-mitir a mensagem que pretendia?R.: Eu não tive muito tempo para fa-zer o trabalho e penso que nunca nin-guém chega ao fim dos trabalhos e os considera perfeitos. Há sempre qual-quer coisa que pode ainda melhorar, há sempre algo que pode ser mudado. Apesar de tudo, considerando o tempo em que idealizei e concretizei o meu trabalho acho que alcancei os meus objectivos.

8.Olhando para trás, gostaria de fazer alguma alteração a “We-epies”?R.: Penso que tentava mudar o conte-údo, talvez fazer mais referências, mais pontes entre o que está escrito e o que tem que ser assimilado. Até pelas duvidas que colocaram percebo que poderia ter incluído mais exem-plos. Estou contente com o trabalho e tive um bom feedback, mas há sempre coisas que podem melhorar.

9.Quanto tempo é que tiveram para fazer o trabalho?R.: Não tínhamos uma data especifica para entregar este. Tínhamos o se-mestre para fazer dois trabalhos, e a organização do tempo ficou por nos-sa conta. Lembro-me que demorei mui-to tempo com o outro e que este teve que ser feito à pressão. Entreguei os dois em recurso, mas penso que consegui alcançar os meus objectivos com os dois. Não sei dizer um espaço temporal especifico, mas sei que foi mesmo muito pouco tempo.

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WEEPIESExtras e Conclusão

Em conversa com a Rita Matos ficámos a saber que quer ir estudar para fora. Correntemente está à procura de trabalho e espera para o ano começar o mestrado num país ainda por decidir. Deu-nos muitos conselhos sobre os próximos anos na faculdade e aju-dou-nos muito com este e até outros trabalhos.

Sentimos que estre trabalho nos ajudou a perceber não só o tema mas também como estruturar um trabalho desde o princípio. Quanto ao tema, a análise destre trabalhou levou-nos a pensar num problema da sociedade, tanto moderna como passada. A desvalorização da inteligência da mulher e o seu consequente esteriótipo, são ain-da problemas que decorrem nos dias de hoje e como mulheres, sabemos que não podemos deixar que esta ideia de “mulher burra e ingénua” se propague.Quanto à estruturação do trabalho, em conversa com a autora de WEEPIES, recebemos muitas dicas de como pesquisar e como analisar bem o tema escolhido antes de o começar a trabalhar, e é por isso que dizemos anteriormente que sentimos que este trabalho nos vai ser muito útil para os próximos anos deste curso.

Weepies esteve recentemente exposto na Fabrica Features na loja da Benetton da Rua Garrett, fazendo parte da exposição de finalistas de design de comunicação da FBAUL.