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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA FORMULAÇÃO E OPERACIONALIDADE DE HIPÓTESE Trabalho apresentado por Ana Paula Rossi, Rafaela da Silveira e Sanderléia de Oliveira dos Santos, como parte integrante da disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, ministrada pelo professor Dr. Wendel Sandro de Paula Andrade.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTOCENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAISMETODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

FORMULAÇÃO E OPERACIONALIDADE DE HIPÓTESE

Trabalho apresentado por Ana Paula Rossi, Rafaela da Silveira e Sanderléia de Oliveira dos Santos, como parte integrante da disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, ministrada pelo professor Dr. Wendel Sandro de Paula Andrade.

JERÔNIMO MONTEIRO – ESJUNHO – 2012

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“A distinção entre conhecimento científico e especulação surge da verificação

empírica a que se submete a hipótese (Ferrari, 1982)”.

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RESUMO

Hipótese de trabalho é uma resposta a um problema para cuja solução se

realiza toda a investigação. Por isso, há a necessidade de saber qual a

importância da hipótese dentro da pesquisa científica. Assim, o objetivo do

trabalho é mostrar a formulação e a operacionalidade da hipótese nas

pesquisas científicas, pois ela desempenha funções tanto para a pesquisa,

quanto para o conhecimento científico. Elas são previsões específicas sobre a

natureza e a direção do relacionamento entre duas variáveis, sendo uma

resposta provável, suposta e provisória para o problema de pesquisa. A

principal resposta é denominada de hipótese básica e esta pode ser

complementada por outras denominadas de hipóteses secundárias. O

processo de formulação de hipóteses é de natureza criativa e requer

experiência na área. Não é um método fácil e infalível devendo-se imaginar

possíveis soluções para o problema em estudo, ou determinar as conclusões

lógicas, em leituras ou analogias. A hipótese é uma suposição que carece de

confirmação, podendo ser formulada na forma afirmativa ou interrogativa, não

havendo norma ou regra fixa para sua formulação, mas deve se basear no

conhecimento do assunto, não contrariando as evidências e ser verificável,

haja vista que uma formulação clara da hipótese orienta o desenvolvimento da

pesquisa. Nos estudos exploratórios e descritivos, não há necessidade de

apresentar as hipóteses. Na formulação das hipóteses, não basta somente a

intuição, invenção ou idealização para que ela seja convenientemente

explicitada. Ela deve conter um sistema conceitual de referência teórica,

método e técnica de pesquisa e deve ter condições de fazer observações

analíticas em termos de variáveis que contém.

Palavras - chave: Conhecimento, importância das hipóteses, variáveis.

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SUMÁRIO

RESUMO.............................................................................................................ii

1. INTRODUÇÃO................................................................................................11.1 PROBLEMAS DE PESQUISA...................................................................2

1.2 OBJETIVOS...............................................................................................21.2.1 Objetivo Geral......................................................................................21.2.2 Objetivos Específicos...........................................................................2

2. REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................32.1 DEFINIÇÃO DE HIPÓTESE......................................................................3

2.2 IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES DAS HIPÓTESES......................................5

2.3 CLASSIFICAÇÕES DAS HIPÓTESES......................................................6

2.4 FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES............................................................8

2.5 IMPLICAÇÃO NA FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES.............................11

2.6 MIOPIA DAS HIPÓTESES.......................................................................12

2.7 RELAÇÃO DE HIPÓTESES COM VARIÁVEIS.......................................12

2.8 OPERACIONALIDADE DAS HIPÓTESES..............................................14

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................15

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................17

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1. INTRODUÇÃO

Metodologia Científica é a ciência que estuda a busca do conhecimento.

Ela também tem um caráter de direcionar uma pesquisa dentro de normas,

sendo formada por algumas etapas. Tais etapas são organizadas da seguinte

forma: primeiro se formula o problema de pesquisa, em seguida deve haver a

formulação da hipótese, após essas duas etapas deve-se fazer a coleta e

análise dos dados para em seguida obter as conclusões.

Rigorosamente, todo procedimento de coleta de dados depende da

formulação prévia de uma hipótese. Numa perspectiva de tendência empírica a

hipótese tem um papel apagado e insere-se num processo de verificação em

que o exame exaustivo dos fatos é determinante para a sua elaboração. No

entanto, na perspectiva racionalista contemporânea, a hipótese intervém

ativamente, desempenhando um importante papel na construção do

conhecimento científico (PRAIA et al., 2002).

Em muitas pesquisas as hipóteses não são explícitas. Nesses casos, é

possível determinar as hipóteses subjacentes, mediante a análise dos

instrumentos adotados para a coleta dos dados (GIL, 2010).

Segundo Lakatos e Marconi (1991), vários são os conceitos de

hipóteses, podendo-se citar:

“Hipótese é uma proposição enunciada para responder, tentativamente

a um problema” (Pardinas ).

“É a resposta a um problema para cuja solução se realiza toda a

investigação” (Bourdon).

“Hipótese é uma proposição antecipatória à comprovação de uma

realidade existencial” (Trujillo).

É uma espécie de pressuposição que antecede a constatação dos fatos.

Por isso se diz também que as hipóteses de trabalho são formulações

provisórias do que se procura conhecer e, em consequência, são supostas

respostas para o problema ou assunto da pesquisa, cuja adequação será

verificada através da pesquisa.

Costuma-se indicar alguns critérios de delimitação para formulação de

hipóteses, indicando que sua ultrapassagem é sinal de que a formulação esta

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defeituosa e, por isso, será inválida. Respeitar a demarcação é, portanto,

condição para garantir o valor da hipótese. Como critérios apresentados,

geralmente pede-se que a hipótese seja: plausível; consistente; específica;

verificável; clara; simples; econômica e explicativa. Todas essas características

devem se encontrar na formulação de uma hipótese para ser considerada

válida (RUDIO, 2000).

A Enciclopédia Einaudi (1992) cita que aquilo que hoje em dia, no

discurso científico classificamos de hipótese, apenas pode ser considerado

como uma paragem provisória do pensamento, seja por pressupor um fato

descrito de modo a ser suscetível de ser estabelecido ou rejeitado no quadro

dos termos que o definem, seja por propor um conceito que justifique

provisoriamente a sua coerência e eficácia no raciocínio explicativo dos

fenômenos observados ou provocados.

1.1 PROBLEMAS DE PESQUISA

Qual a importância da hipótese dentro da pesquisa científica?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Mostrar a formulação e a operacionalidade da hipótese nas pesquisas

científicas.

1.2.2 Objetivos Específicos

Apresentar as características da hipótese aplicável;

Apresentar a classificação das hipóteses;

Abordar os níveis das hipóteses;

Analisar a relação de hipóteses com as variáveis da pesquisa.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 DEFINIÇÃO DE HIPÓTESE

Na Grécia antiga, pensadores como Platão e Aristóteles já tentavam

organizar um método para a produção do conhecimento. No século XVI,

Galileu defendia a elaboração e o teste de hipóteses, etapas que fazem parte

do método usado pela ciência moderna, que se consolidou com Francis Bacon

e René Descartes. Para Descartes, o conhecimento verdadeiro deveria ser

produzido com rigores, por meio de demonstração, seguindo os princípios da

Matemática (DOXSEY; RIZ, 2002-2003).

Surgiu então a hypothesis, palavra de origem grega, cuja definição é

“colocar por baixo”, que designa uma proposição que funcionará como ponto

de apoio para uma investigação (MAGALHÃES, 2005).

De acordo com Silva (2004) as hipóteses constituem “respostas”

supostas e provisórias ao problema. A principal resposta é denominada

hipótese básica, podendo ser complementada por outras, que recebem a

denominação de secundárias. Surgem de observação, resultados de outras

pesquisas, teorias e intuição. Já para Jung (2003) a hipótese pode ser dividida

em três tipos, a hipótese afirmativa positiva, a afirmativa negativa e a hipótese

condicional, nas duas primeiras o resultado da pesquisa deve comprovar a

afirmação, enquanto que na última o resultado da pesquisa é condicionado ao

resultado do experimento.

Ainda segundo o autor, a hipótese científica é um conjunto estruturado

de argumentos e explicações que possivelmente justificam dados e

informações, porém, que ainda não foi confirmado ou desconfirmado por

observação ou experimentação.

Elas são provisórias porque poderão ser confirmadas ou rejeitadas com

o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas

hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. A(s) hipótese(s)

irá(ão) orientar o planejamento dos procedimentos metodológicos necessários

à execução da sua pesquisa. O processo de pesquisa estará voltado para a

procura de evidências que comprovem, sustentem ou refutem a afirmativa feita

na hipótese. A hipótese define até aonde você quer chegar e, por isso, será a

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diretriz de todo o processo de investigação. Logo, a hipótese é sempre uma

afirmação, uma resposta possível ao problema proposto (SILVA; MENEZES,

2001).

A hipótese tem um papel de articulação e de diálogo entre as teorias

(PRAIA et. al., 2002). Sendo que, segundo Cervo e Bervian (2003), a teoria

distingue-se da hipótese, uma vez que a hipótese é verificável

experimentalmente, e a teoria não. Todas as proposições da teoria se integram

no mundo do discurso (conhecimento), enquanto a hipótese comprova a sua

validade, submetendo-se ao teste da experiência.

Ela é uma suposição que se faz na tentativa de explicar o problema,

como resposta e explicação provisória, relacionando duas ou mais variáveis do

problema levantado, devendo ser testável e responder ao problema, servindo

de guia na pesquisa para verificar sua validade (SILVA, 2004). Estas variáveis,

segundo Ferrari (1982), fazem o papel de "unidade" ou "elemento básico"

(pessoa, automóvel, comunidade, etc.) e variável atributiva, isto é, tem o papel

de atribuir valores à unidade (idosa não idosa; novo, velho etc.).

Praia et. al. (2002) afirmam que o conhecimento científico é um

constante jogo de hipóteses e expectativas lógicas, um constante vaivém entre

o que pode ser e o que "é", uma permanente discussão e argumentação ou

contrargumentação entre a teoria e as observações e as experimentações

realizadas.

As hipóteses podem estar explícitas ou implícitas (quando se verifica os

instrumentos utilizados para coleta de dados) na pesquisa (GIL, 1991). Assim,

as hipóteses são fundamentais para a pesquisa, surgindo como uma proposta

uma resposta suposta, provável e provisória ao problema.

Dependendo do tipo de pesquisa, as hipóteses podem ser substituídas

por questões norteadoras, de estudo ou pesquisa, cuja função é orientar o

pesquisador na condução do trabalho, podendo ser reformuladas, substituídas

ou acrescidas de outras, em decorrência de observações feitas durante o

desenvolvimento da pesquisa (RODRIGUES, 2006).

Estas questões norteadoras, segundo Alves (2003), quando respondidas

permitem classificar o problema, funcionando também como roteiro de

pesquisa, possuindo o objetivo de saber se as questões propostas no

desenvolvimento da pesquisa podem solucionar o problema.

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Para Rodrigues (2006), na elaboração das questões norteadoras, é

preciso considerar que elas devem estar relacionadas com o problema,

possibilitar a verificação, por meio de técnicas disponíveis e ser formuladas

com uma redação clara, compreensível e os conceitos empregados devem ser

precisos.

2.2 IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES DAS HIPÓTESES

As hipóteses são importantes segundo Lakatos e Marconi (1991), pois

são instrumentos de trabalho da teoria, pois novas hipóteses podem dela ser

deduzidas; podem ser testadas e julgadas como provavelmente verdadeiras ou

falsas e dirigem a investigação indicando ao investigado o que procurar ou

pesquisar.

Segundo o mesmo autor, como funções das hipóteses, devem-se

destacar o fato que elas dirigem o trabalho do cientista, constituindo-se em

princípio de invenção e progresso, à medida que auxilia de fato a inaugurar os

meios a aplicar e os métodos a utilizar no prosseguimento da pesquisa e na

tentativa de se chegar à certeza (hipótese preditiva ou anti-factum). Além disso,

coordenam os fatos já conhecidos, ordenando os materiais acumulados pela

observação. Aqui, a inexistência de uma hipótese levaria ao amontoamento de

observações estéreis (hipótese explicativa ou post-factum).

Para Barros (2008) a hipótese desempenha funções tanto para a

pesquisa, quanto para o conhecimento científico. Algumas das funções vão dar

direção à pesquisa, restringir o campo de pesquisa, propor uma possível

solução para o problema investigado, desencadear inferências e funcionar

como pontos de partida para deduções, preencher lacunas do conhecimento,

se potencialmente generalizável, permitir uma aplicabilidade adaptada a outras

pesquisas, além de organizar ou unificar conhecimentos já adquiridos.

Numa pesquisa qualitativa, hipóteses são previsões específicas sobre a

natureza e a direção do relacionamento entre duas variáveis. Essas hipóteses

são testadas e mensuradas pelos métodos propostos para a pesquisa (VILAR,

2006).

Segundo Gil (2010), rigorosamente, todo procedimento de coleta de

dados depende da formulação prévia de uma hipótese que podem ser

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implícitas ou formalmente expressas. Geralmente, naqueles estudos em que o

objetivo é o de descrever determinado fenômeno ou a característica de um

grupo, as hipóteses não são enunciadas formalmente. Nesses casos, as

hipóteses envolvem uma única variável e o mais frequente é indicá-la no

enunciado dos objetivos da pesquisa. Já as pesquisas que tem o objetivo de

verificar relações de associação ou dependência entre variáveis, o enunciado

claro e preciso das hipóteses constitui requisito fundamental.

2.3CLASSIFICAÇÕES DAS HIPÓTESES

As hipóteses podem-se apresentar sob várias direções ou contextos,

dos quais os fundamentais, segundo Ferrari (1982), são que as hipóteses

podem se referir a conjuntos de unidades com mais de um elemento, podem se

referir a mais de um atributo da unidade, elas são proposições cujas unidades

se distribuem probabilisticamente num espaço de variáveis e são uma relação

de duas ou mais variáveis que expõem a uma relação de causa e efeito,

produto-produtor, ou a uma correlação, multivariação etc.

O problema, sendo uma dificuldade sentida, compreendida e definida,

necessita de uma resposta “provável, suposta e provisória”, que é a hipótese.

Para Lakatos e Marconi (1991) a principal resposta é denominada de hipótese

básica e esta pode ser complementada por outras denominadas de hipóteses

secundárias, como já citado anteriormente.A hipótese básica é a afirmação escolhida como a principal resposta ao

problema proposto. A hipótese básica pode adquirir diferentes formas, tais

como:

Afirma, em dada situação, a presença ou ausência de certos fenômenos;

Refere-se à natureza ou características de dados fenômenos, em uma

situação específica;

Aponta a existência ou não de determinadas relações entre fenômenos;

Prevê variação concomitante, direta ou inversa, entre fenômenos, etc.

Já as hipóteses secundárias são afirmações complementares e

significam outras possibilidades de resposta para o problema. Podem:

Abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral;

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Englobar aspectos não-especificados na hipótese básica;

Indicar relações deduzidas da primeira;

Decompor em pormenores a afirmação geral;

Apontar outras relações possíveis de serem encontradas, etc.

Leonarde (2012) traz quatro classificações de hipóteses:

1) Hipóteses casuísticas: são as hipóteses que se referem ao que ocorre

em determinado caso. Afirmam que um objeto, uma pessoa ou um fato tem

determinada característica. Exemplos: pode-se, como Freud, formular uma

hipótese de que Moisés era egípcio e não judeu.

2) Hipóteses que se referem à frequência de acontecimentos: hipóteses

que antecipam que determinada característica ocorre com maior ou menor

frequência em determinado grupo, sociedade ou cultura. Exemplos: pode-se

formular a hipótese de que é elevado o número de alunos de uma universidade

que tocam instrumento musical.

3) Hipóteses que estabelecem relação de associação entre variáveis:

conceito de variável refere-se a tudo aquilo que pode assumir diferentes

valores ou diferentes aspectos. São variáveis: idade, estatura, peso,

temperatura, classe social, etc. Muitas hipóteses estabelecem a existência de

associação entre as variáveis. Exemplo 1: Alunos do curso de administração

são mais conservadores que os de ciências florestais. Variáveis: curso e

conservadorismo.

4) Hipóteses que estabelecem relação de dependência entre duas ou

mais variáveis. As hipóteses deste grupo estabelecem que uma variável

interfere na outra. Exemplo: A classe social da mãe influencia no tempo de

amamentação dos filhos. Classe social é a variável independente (x) e o tempo

de amamentação é a variável dependente (y).

Para Bunge (1969), as hipóteses podem ser classificadas de acordo com

o que as fundamenta, em quatro níveis, sendo eles: ocorrências que são

palpites lançados sem justificativa alguma ou, no máximo, amparados por

conhecimentos muito obscuros e experiências ambíguas, sendo aceita

somente por não haver algo melhor e só pode ser utilizada em pesquisas

essencialmente exploratórias; empíricas que são hipóteses que possuem

evidências empíricas que justificam a escolha das suposições e das

correlações por elas estabelecidas, porém, não gozam da consistência lógica.

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As plausíveis são as que se inter-relacionam com as teorias existentes

de uma forma consistente, coerente, lógica. São produto ou dedução lógica do

conhecimento corroborado e acumulado pela ciência ou de modificações

introduzidas nas teorias existentes quanto falseadas e convalidadas que são as

que se sustentam em um sistema de teorias, encontrando apoio em evidências

empíricas da realidade. Estas hipóteses representam o nível ótimo, pois

oferecem condições de se alcançar os dois ideais da ciência: o da

racionalidade e o da objetividade.

2.4 FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES

As hipóteses do trabalho devem ser explicitadas. Sua formulação é

fundamental para o desenvolvimento da pesquisa, sendo desenvolvida para se

saber, após a análise e interpretação dos dados coletados, se são verdadeiras

ou não. Formular hipóteses não é um método fácil e infalível, deve-se imaginar

possíveis soluções para o problema em estudo, ou determinar as conclusões

lógicas, em leituras ou analogias (ANDRADE, 2010).

O processo de formulação de hipóteses é de natureza criativa e requer

experiência na área. Geralmente, com base em análises do conhecimento

disponível, o pesquisador acaba “apostando” naquilo que pode surgir como

resultado de sua pesquisa (SILVA; MENEZES, 2001).

Ferrari (1982) e Gil (1991) analisaram a literatura referente à descoberta

científica e concluíram que na formulação de hipóteses podem-se usar as

como fontes a observação dos fatos (outras hipóteses são construídas a partir

da observação que se realiza dos fatos, podendo dar origem a uma série de

sub-hipóteses ou hipóteses mais simples); os resultados de outras pesquisa

(resultam do fato do pesquisador basear-se nas averiguações de outros

estudos e que as conexões similares entre as duas ou mais variáveis que

prevalecem no estudo a ser realizado).

Além destes, deve-se analisar o contexto de uma teorias ou hipóteses

axiomáticas (que por dedução lógica, pode-se extrair uma proposição, uma vez

que ela tem função antecipadora aos resultados da pesquisa, dependendo das

respostas encontradas nos fatos, desde que exista uma conexão significativa

ou relevante e invariável, e que presta à verificação empírica) e a intuição ou

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conhecimento familiar (grande parte de hipóteses emergem do conhecimento

familiar ou da intuição que se tem dos fatos do mundo em que as pessoas

vivem).

Para Marconi e Lakatos (2009), porém, há oito fontes fundamentais que

podem originar hipóteses caracterizadas pelo conhecimento familiar que são as

intuições derivadas do senso comum, perante situações vivenciadas; as

observações que se realizam dos fatos ou da correlação existente entre eles.

As hipóteses terão a função de comprovar (ou não) essas relações e explicá-

las.

A comparação com outros estudos, onde se baseia nas averiguações de

outros estudos, buscando relações entre eles; a dedução lógica de uma teoria

que se extrai hipóteses, por dedução lógica, do contexto de uma teoria e a

cultura geral na qual a ciência se desenvolve, a qual são enfoques gerados

pela cultura geral levam os cientistas a se preocupar mais com determinado

aspecto da sociedade, originando hipóteses sobre temas específicos.

Além disso, hipóteses podem ser geradas por analogias que podem ser

originárias de observações casuais da natureza, assim como da análise do

quadro de referência de outra ciência; pela experiência pessoal, idiossincrática

que são resultado da maneira particular pela qual o indivíduo reage aos fatos, à

cultura em que vive à ciência, ao quadro de referência de outras ciências e às

observações; e os casos discrepantes na própria teoria que são resultados da

relação ao que “deve” acontecer em decorrência da teoria sobre o assunto.

Os requisitos para formulação das hipóteses, segundo Bunge (1976)

devem considerar que a hipótese deve ser formalmente correta e não se

apresentar “vazia” semanticamente, deve estar fundamentada até certo ponto,

em conhecimento anterior, caso contrário, volta a inspirar o pressuposto já

indicado de que deve ser compatível, sendo completamente nova em matéria

de conteúdo, com o corpo do conhecimento cientifico já existente.

Além disso, a hipótese tem de ser empiricamente contrastável, por

intermédio de procedimentos objetivos de ciência, ou seja, mediante sua

comparação com os dados empíricos, por sua vez controlados tanto por

técnicas quanto por teorias científicas.

Muitos autores já determinaram as características ou critérios

necessários para a validade das hipóteses. Lakatos e Marconi (1991) listaram

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algumas características já indicadas na literatura, como a consistência lógica

em que o enunciado das hipóteses não pode ter contradições e deve ter

compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos.

Outros critérios são a verificabilidade (devem ser passíveis de

verificação); a simplicidade (devem ser econômicas evitando enunciados

complexos); além da relevância (devem ter poder preditivo e/ou explicativo).

O apoio teórico (devem ser baseadas em teoria para ter maior

probabilidade de apresentar genuína contribuição ao conhecimento científico) e

a especificidade (devem indicar as operações e previsões a que elas devem

ser expostas) também são necessários.

Como últimos critérios destacam-se a plausibilidade e clareza (devem

propor algo admissível e que o enunciado possibilite o seu entendimento) e a

profundidade, fertilidade e originalidade (devem especificar os mecanismos aos

quais obedecem para alcançar níveis mais profundos da realidade, favorecer o

maior número de deduções e expressar uma solução nova para o problema).

Outros autores como Rudio (2000), também acreditam que a hipótese

deve ser plausível, isto é, deve indicar uma situação possível de ser admitida,

de ser aceita e deve ter consistência indicando que o enunciado não está em

contradição nem com a Teoria e nem com o conhecimento científico, bem

como que não existe contradição dentro do próprio enunciado.

O enunciado deve ser especificado, dando as características para

identificar o que deve ser observado; a hipótese deve ser verificável pelos

processos científicos, atualmente empregados e deve ter clareza referindo-se

ao modo de se fazer o enunciado, isto é, que sejam construídos por termos que

ajudem realmente a compreender o que se pretende afirmar e indiquem, de

modo denotativo, os fenômenos a que se referem.

Para ser simples o enunciado deve ter todos os termos, porém, os que

sejam necessários à compreensão. De fato, o enunciado deve possuir uma

linguagem substantiva. Assim, não tem sentido utilizar palavras com a

finalidade de embelezar ou “compor” a frase, como, por exemplo, belíssimas,

esforçados, inteligentes. Além disso, toda a parte inicial do enunciado é inútil:

com relação ao problema dado, podemos levantar a seguinte hipótese...

bastando que se diga apenas: Hipótese: Não existe diferença, etc. Por outro

lado, faltou uma palavra importante para caracterizar a diferença: “significativa”

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(mais apropriadamente, na linguagem de estatística, se diz significante). O

enunciado, então, poderia ser: Hipótese: Não existe diferença significativa etc.

A economia do enunciado supõe a simplicidade e consiste em utilizar

todos os termos e somente os termos necessários à compreensão, mas na

menor quantidade possível e uma das finalidades básicas das hipóteses é

servir de explicação para o problema que foi enunciado. Se isso não acontece

a hipótese não tem razão de existir.

Em resumo, a hipótese é uma suposição que carece de confirmação,

podendo ser formulada na forma afirmativa ou interrogativa, não havendo

norma ou regra fixa para sua formulação, mas deve se basear no

conhecimento do assunto, não contrariando as evidências e ser verificável,

haja visto que uma formulação clara da hipótese orienta o desenvolvimento

da pesquisa. Nos estudos exploratórios e descritivos, não há necessidade de

apresentar as hipóteses (ANDRADE, 2010).

Em contrapartida, Koche (2011), cita que a hipótese é a explicação,

condição ou princípio, em forma de proposição declarativa, que relaciona

entre si as variáveis que dizem respeito a um determinado fenômeno ou

problema. O problema é um enunciado interrogativo enquanto que a hipótese

é um enunciado afirmativo. As hipóteses, através das definições de suas

variáveis, contêm uma especificidade maior do que a existente no enunciado

do problema.

2.5 IMPLICAÇÃO NA FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES

Embora não existam regras para a elaboração de hipóteses, Ferrari

(1982) afirma que é necessário o conhecimento de uma teoria básica para que

as hipóteses possam guiar eficientemente a investigação, não resultando

simplesmente em mera divulgação e acumulação de dados (fact fidding).

Para o autor, na formulação das hipóteses, não basta somente a

intuição, invenção ou idealização para que ela seja convenientemente

explicitada. Ela deve conter um sistema conceitual de referência teórica,

método e técnica de pesquisa e deve ter condições de fazer observações

analíticas em termos de variáveis que contém.

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2.6 MIOPIA DAS HIPÓTESES

Conforme Bachrach, citado por Ferrari (1982), miopias das hipóteses

são certas idéias preconcebidas entre pesquisadores, que podem se interpor e

impedir descobertas, acarretando em distorções, ou seja, o pesquisador

recusa-se diante dos fatos, de aceitá-los ou procura descartar-se deles com

explicações simplistas.

2.7 RELAÇÃO DE HIPÓTESES COM VARIÁVEIS

Conforme Gil (2010), variável é tudo aquilo que pode assumir diferentes

valores numéricos, como por exemplo: temperatura, idade, renda familiar e

número de filhos de um casal. Mas para fins de pesquisa pode-se entender

variável como qualquer coisa capaz de ser classificada em duas ou mais

categorias. A classe social também é uma variável, já que pode ser classificada

em alta, média e baixa, por exemplo.

Segundo Cervo e Bervian (2003) entre os tipos de variáveis destacam-

se por sua importância:

Variável independente (X): é o fator, causa ou antecedente que

determina a ocorrência do outro fenômeno, efeito ou consequência;

Variável dependente (Y): é o fator, propriedade, efeito ou resultado

decorrente da ação da variável independente;

Variável interveniente (W): é a que modifica a variável dependente

sem que tenha havido modificação na variável independente.

Exemplo: aluno de escola pública e de escola particular (X) obtém notas

diferentes no concurso vestibular (Y) pelo nervosismo de uns ou de outros (W).

O que geralmente o pesquisador busca é o estabelecimento de relações

assimétricas entre as variáveis. As relações assimétricas indicam que os

fenômenos não são independentes entre si (relações simétricas) e não se

relacionam mutuamente (relações recíprocas), mas que um exerce influência

sobre o outro (GIL, 2010).

Rosenberg citado por Gill (2010) classifica as relações assimétricas em

seis tipos, que são apresentados a seguir:

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a) associação entre um estímulo e uma resposta. Por exemplo:

“Adolescentes, filhos de pais viúvos ou divorciados, passam a ter autoestima

em menor grau quando seus pais se casam novamente”.

Estímulo: Resposta:

Novo casamento (x) (y) rebaixamento da autoestima

b) associação entre uma disposição e uma resposta. Essas disposições

podem ser construídas por atitudes, hábitos, valores, impulsos, traços de

personalidade etc. Por exemplo: “Pessoas autoritárias manifestam preconceito

em grau elevado”.

Disposição: Resposta:

autoritarismo (x) (y) preconceito radial

c) Associação entre uma propriedade e uma disposição. Essas

propriedades podem ser constituídas por sexo, idade, naturalidade, cor da pele,

religião, etc. Por exemplo: “Católicos tendem a ser menos favoráveis ao

divórcio que os protestantes.”.

Propriedade: Resposta:

religião (x) (y) favorabilidade ao divórcio

d) Associação entre pré-requisito indispensável e um efeito. Por

exemplo: “O capitalismo só se desenvolve quando existem trabalhadores

livres”.

Pré-requisito: Efeito:

existencia de desenvolvimento do

trabalhadores livres (x) (y) capitalismo

e) Relação imanente entre duas variáveis. Por exemplo: “Verifica-se a

existência de relação entre urbanização e secularização”. Não se afirma que

uma variável causa outra, mas que a secularização é imanente à urbanização.

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À medida que as cidades crescem e desenvolvem estilos urbanos de vida, as

explicações religiosas cedem lugar a explicações racionais.

urbanização (x) secularização (y)

f) Relação entre meios e fins. Por exemplo: “O aproveitamento dos

alunos está relacionado ao tempo dedicado ao estudo”.

Tempo dedicado: aproveitamento:

ao estudo (x) (y) dos alunos

2.8 OPERACIONALIDADE DAS HIPÓTESES

Supõe-se que Euclides aprendeu matemática em Atenas com discípulos

de Platão, tendo fundado uma escola em Alexandria por volta de 300 a. C,

onde poderia ter sido mestre em Arquimedes (MAGALHÃES, 2005). Este

estudioso copilou a obra que se tornou a de mais longa duração da história da

ciência, chamada de “Os elementos”, ou “Stoikheia”, para os gregos, que

designa os princípios que regem o saber como algo que se ordena e através da

luz (verdade) faz avançar e aponta para o conhecimento.

O livro de Euclides começa com 23 definições, 5 postulados e 9 noções

comuns. Todos esses podem ser considerados exemplos de hipóteses, pois

tudo o que será demonstrado se fundamenta nessas bases que, por serem

hipotéticas, não são demonstradas, mais que Euclides julgou necessário

explicar. Como exemplo pode-se citar: “Uma linha é um comprimento sem

largura”.

Muitas hipóteses deram origem a grandes descobertas. Algumas

hipóteses intuitivas resultaram em grandes descobrimentos como se segue:

Einstein: sua ideia de viajar montado sobre um raio de luz o levou a

pensar que a luz tem velocidade absoluta e não relativa a um sistema de

referência sem acelerações (“referencial inercial”).

Friedrich August Kekulé: seu sonho com uma cobra mordendo seu

próprio rabo lhe sugeriu como resolver o problema da estrutura da molécula de

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benzeno, dando-lhe a forma de um anel fechado, com seis átomos de carbono.

Esta hipótese foi fundamental para o desenvolvimento da química orgânica.

Há hipóteses que não podem ser comprovadas:

Teorias cosmológicas sobre a origem do Universo.

Charles Darwin: hipótese de que a evolução biológica se dá a partir

de mudanças abruptas ao acaso.

Hipóteses geradas de “experiências mentais”:

Galileu: demonstração feita do erro aristotélico de julgar que uma

pedra mais pesada cai mais depressa do que uma pedra mais leve.

Outros exemplos:

Louis Pasteur: hipótese lançada em 1848, sobre as substâncias

biologicamente ativas que desviavam a luz polarizada para a direita

(“dextrógiras”) ou esquerda (“levógiras”), ao contrário das substâncias inativas.

Embora não seja totalmente explicada, deu origem a muitos conhecimentos,

incluindo a descoberta da estrutura do código genético em 1952.

Teste de hipóteses

Teste de hipótese é uma regra de decisão utilizada para aceitar ou

rejeitar uma hipótese estatística com base em elementos amostrais. Sempre

teremos duas hipóteses, H0 (hipótese nula) e H1 (hipótese alternativa).

Geralmente a hipótese alternativa (H1) representa a suposição que o

pesquisador quer provar, sendo a hipótese nula (H0) formulada com o

expresso propósito de ser rejeitada. Conseguindo rejeitar H0, a hipótese

alternativa terá de ser aceita, conseguindo então o pesquisador provar o que

queria. A hipótese nula é sempre a hipótese a ser examinada. Se a aceitarmos,

implicitamente estaremos rejeitando H1 e se rejeitarmos H0, então não

podemos rejeitar H1, devendo esta ser aceita (GUJARATI, 2006).

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não há regras para descobrir as hipóteses, elas não surgem ao acaso e

sim pelo trabalho científico, tendo características como: é um enunciado de

redação clara, sem ambiguidades e em forma de sentença declarativa,

estabelece relações entre duas ou mais variáveis e ela sempre deverá ser

testável.

As hipóteses não podem ser produto nem de invenção arbitrária e nem

da pura constatação dos fatos. Deverão, isto sim, ser razoáveis, consistentes,

coerentes com o referencial teórico proposto e passíveis de teste empírico

através de suas conseqüências.

A teoria é interpretativa, enquanto a hipótese resulta em explicação por

meio de leis naturais, sendo que a teoria formula necessariamente hipóteses.

Estas hipóteses não são calculáveis, devendo ser testadas pelas suas

conseqüências, para serem confirmadas ou não num confronto com a

realidade, o que permitirá expandir ou aperfeiçoar o conhecimento.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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KOCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. 182 p.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia Cientifica. 2. ed. São Paulo: Editora Atlas. 1991. 242 p.

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