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Instituto Politécnico de Coimbra Instituto Superior de Engenharia Auditoria Energética num Edifício Escolar AUDITORIA ENERGÉTICA NAS INSTALAÇÕES DA ESCOLA PROFISSIONAL DE TONDELA José Manuel Tourigo de Lemos Projecto para obtenção do Grau de Mestre em Automação e Comunicações em Sistemas de Energia COIMBRA Dezembro 2010

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Instituto Politécnico de Coimbra

Instituto Superior de Engenharia

Auditoria Energética num Edifício EscolarAUDITORIA ENERGÉTICA NAS INSTALAÇÕES DA ESCOLA PROFISSIONAL DE

TONDELA

José Manuel Tourigo de Lemos

Projecto para obtenção do Grau de Mestre em

Automação e Comunicações em Sistemas de Energia

COIMBRA

Dezembro 2010

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Instituto Politécnico de Coimbra

Instituto Superior de Engenharia

Auditoria Energética num Edifício EscolarAUDITORIA ENERGÉTICA NAS INSTALAÇÕES DA ESCOLA PROFISSIONAL DE

TONDELA

Orientadores:

Dulce Helena de Carvalho Coelho

Professora Adjunta, ISEC

Manuel Maria Abranches Travassos Valdez

Professor Adjunto, ISEC

José Manuel Tourigo de Lemos

Projecto para obtenção do Grau de Mestre em

Automação e Comunicações em Sistemas de Energia

COIMBRA

Dezembro 2010

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i

A Magnólia

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iii

Agradecimentos

Aos orientadores deste projecto, Engenheira Dulce Coelho e Engenheiro Manuel Valdez,

pela dedicação e disponibilidade assinaláveis, pela singular colaboração nos trabalhos de

desenvolvimento deste projecto.

À Direcção da Escola Profissional de Tondela, e a todos os colegas da instituição, pela

colaboração manifestada e acolhimento da execução do projecto como estudo de caso.

À minha família: Alda; Ana e Francisco, pela compreensão, pelo apoio incondicional e

pela solidariedade, imprescindíveis à concretização desta etapa académica e pessoal.

Aos colegas de curso, em particular a Eduardo Belo, Joaquim Jesus e Luís Marques,

exemplos de solidariedade espontânea, verdadeira e profícua.

Ao Luís Dias, grande amigo, pelo apoio e disponibilidade, sempre presente, com

empenho, pronto a ajudar, cabendo também aqui, o meu reconhecimento do colega de

trabalho, exemplarmente dedicado, com espírito de colaboração ímpar, valores de uma

personalidade íntegra e distinta.

Ao José Alberto Gomes, pela nossa amizade, também ela: motivo deste passo, factor de

motivação, forma de trabalho, razão deste projecto, causa também de estarmos, aqui…

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v

Resumo

A dependência energética de Portugal, relativamente aos mercados externos, bem como,

relativamente à energia primária derivada de combustíveis fósseis, obriga-nos a considerar as

questões energéticas como principal prioridade nas preocupações quotidianas e estruturais da

sociedade.

As políticas, ambiental e energética, impõem aos utilizadores importantes

responsabilidades, nomeadamente nos edifícios públicos ou de utilização de carácter público, no

cumprimento de objectivos de racionalização e utilização eficiente, particularmente nos

consumos de energia eléctrica. Neste tipo de edifícios, inserem-se aqueles que possuem

equipamentos afectos às comunidades ou com características institucionais comunitárias, sociais

ou administrativas.

As Escolas revestem-se de especificidades no seu modo de funcionamento que justificam

particular atenção no estudo dos consumos de energia.

O objectivo principal deste trabalho é a realização de uma auditoria energética às instalações

da Escola Profissional de Tondela que, com uma área útil superior a 1000 m2, pode ser

considerado um Grande Edifício de Serviços Existente.

Os trabalhos realizados devem permitir a aferição das condições de utilização, gestão e

consumo de energia no edifício, de forma a reunir as condições necessárias ao estudo do

desempenho energético das instalações, detectar eventuais ineficiências no sistema energético do

edifício e propor medidas de racionalização energética, identificando oportunidades de

racionalização de consumos e sugerindo trabalhos futuros de alteração, na concepção das

instalações para melhorar o seu desempenho.

Palavras-chave: Auditoria Energética; Edifícios de Utilização Pública; Eficiência

Energética; Escolas; Oportunidades de Racionalização de Consumos.

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vii

Abstract

The energy dependence of Portugal, relatively to the external markets, as well as, relatively

to the derived primary energy of fossil fuels, requires us to consider the energy subjects as main

priority in the everyday and structural concerns of the society.

Energy and environmental policies impose significant responsibilities for energy consumers,

particularly in public buildings or with public nature, to achieve the objectives of rationalization

and efficient use of energy, particularly in electricity consumption. In this type of buildings are

included those with equipments allocated for communities or with administrative, social and

communitarian institutional characteristics.

Schools have specific features regarding their operation mode that impose special attention

in the study of their energy consumption.

The main objective of this work is the conduction of an energy audit in the facilities of

Tondela’s Professional School.

With a usable area of more than 1000m2, the building may be considered as an Existing

Great Building of Services.

The energy audit aims at assessing the conditions of energy use, management and energy

consumption to find the best way to study the energetic performance of the school facilities, to

detect any casual leakage in its energetic system as well as to put forward rationalization

measures. It will also identify opportunities of rationalize consumptions and it will suggest future

changes concerning the building’s design in order to improve its energy efficiency.

Key words: Energy Audit; Energy Efficiency; Public Utility Facilities; Opportunities of

Consumption Rationalization; Schools.

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ix

Índice

Agradecimentos iii

Resumo v

Abstract vii

Índice ix

Lista de Figuras xi

Lista de Tabelas xiii

Nomenclatura xv

1 Introdução 1

1.1 Âmbito do Projecto 1

1.2 Metodologia 3

1.3 Organização do documento 4

2 Caracterização do Edifício 7

2.1 Localização 7

2.2 Caracterização da construção 8

2.3 Caracterização dos Espaços 9

3 Caracterização Energética do Edifício 13

3.1.1 Iluminação 183.1.2 Equipamento Informático 193.1.3 Climatização 203.1.4 Outras Cargas 20

3.2 Caracterização dos Consumos de Energia 20

3.2.1 Energia Eléctrica 203.2.2 Gás Propano 213.2.3 Água da Rede Pública de Abastecimento 22

3.3 Monitorizações 24

3.3.1 Quadro Geral de Entrada 253.3.2 Quadro Q.P. 6 – Alimentação Ala Norte 273.3.3 Quadro Refeitório e Cozinha 283.3.4 Quadro Sistema de Alojamento 293.3.5 Quadro Lavandaria 30

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x

3.4 Perturbações Detectadas na Instalação 31

4 Classificação Energética do Edifício 37

4.1 Indicadores Energéticos 37

4.1.1 Índice de Eficiência Energética 38

4.2 Simulação Dinâmica da Classificação Energética do Edifício 39

4.2.1 Programa de Simulação 40

4.2.2 Dados Nominais 40

4.2.3 Resultados da Simulação 43

4.2.4 Cálculo do IEE 46

5 Medidas de Melhoria do Desempenho Energético 51

5.1 Medidas sem Investimento 51

5.2 Medidas com Investimento 52

5.3 Substituição de Balastros Electromagnéticos por Electrónicos 53

5.4 Substituição de Lâmpadas TLD por TLD ECO 53

5.5 Substituição de Lâmpadas T8 por T5 54

5.5.1 Intervenção na Iluminação Exterior 555.6 Substituição de Lâmpadas de Vapor de Mercúrio 55

5.6.1 Quadro Resumo das Medidas com Investimento 56

5.7 Outras Medidas de Intervenção 57

5.8 Sugestões de Alteração de Utilização das Instalações 58

6 Conclusões 61

Referências 65

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xi

Lista de Figuras

Fig.2. 1 – Vista aérea da Escola Profissional de Tondela .............................................................7 Fig.2. 2 – Vista Ala Norte do Edifício .........................................................................................9 Fig.2. 3 - Vista do átrio interior e Ala Oeste do Edifício ..............................................................9 Fig.2. 4 – Oficina de Mecânica e Mecânica Automóvel.............................................................10 Fig.2. 5 - Planta do R.C. Edifício ..............................................................................................11 Fig.3. 1 - Quadro Geral de Entrada............................................................................................14 Fig.3. 2 – Quadro Parcial Q.P.6 Entrada Ala Norte....................................................................15 Fig.3. 3 - Distribuição de Cargas por Utilização ........................................................................18 Fig.3. 4 - Resultados do simulador da ERSE .............................................................................21Fig.3. 5 – Consumos de Gás Propano ........................................................................................22Fig.3. 6 – Consumos de Água - 2009.........................................................................................23 Fig.3. 7 - Quadros de Distribuição de Potência..........................................................................24 Fig.3. 8 - Diagrama de Carga QGE – Dia Útil – Julho ...............................................................26Fig.3. 9 – Diagrama de Carga QGE – Dia Útil - Setembro.........................................................26Fig.3. 10 – Diagrama de Carga QGE – Fim-de-semana – Setembro...........................................27 Fig.3. 11 - Diagrama de Carga Médio (Ala Norte).....................................................................28Fig.3. 12 - Diagrama de Carga – Cozinha (Dia Útil) ..................................................................29 Fig.3. 13 - Diagrama de Carga (Sistema de Alojamento) ...........................................................30Fig.3. 14 - Diagrama de Carga – Lavandaria .............................................................................31 Fig.3. 15 – Leitura de Potências (Julho) ....................................................................................32 Fig.3. 16 – Leitura de Potência (Setembro)................................................................................32 Fig.3. 17 - Potências - Sistema de Alojamento ..........................................................................33 Fig.3. 18 – Lâmpadas de Vapor de Mercúrio.............................................................................34Fig.3. 19 – Imagem Termográfica do QGE................................................................................34 Fig.3. 20 – Imagem Termográfica do QP6.................................................................................35Fig.3. 21 - Imagem Termográfica do QP Cozinha .....................................................................35Fig. 4. 1 - Índice de Eficiência Energética (método simplificado)..............................................39Fig.4. 2 - Perfil da densidade de ocupação – dia útil ..................................................................41Fig.4. 3 - Perfil da densidade de iluminação - dia útil ................................................................42Fig.4. 4 - Perfil da densidade de equipamento - dia útil .............................................................42Fig.4. 5 - Modelo computacional 3D do edifício........................................................................43Fig.4. 6 - Desagregação de consumos nominais - configuração actual .......................................44Fig.4. 7 - Desagregação de consumos nominais - com substituição de janelas ...........................45Fig.4. 8 - Consumos anuais com aquecimento...........................................................................45Fig.4. 9 - Desagregação do IEE do edifício – Configuração actual.............................................46Fig.4. 10 - Desagregação do IEE do edifício – Com substituição de janelas...............................47Fig.4. 11 - Classe energética dependente dos IEE e do “parâmetro S” .......................................48Fig.4. 12 - Classificação energética do edifício..........................................................................49Fig. 5. 1 - Sugestão de transferência de consumos .....................................................................51Fig. 5. 2 - Sugestão de transferência de consumos .....................................................................51Fig.5. 3 - Exemplo Folheto Sensibilização ................................................................................59Fig.5. 4 – Exemplo Folheto de Sensibilização ...........................................................................59

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xiii

Lista de Tabelas

Tabela 3. 1 - Cargas Eléctricas Cave .........................................................................................15 Tabela 3. 2 - Cargas Eléctricas 3.º Andar...................................................................................15 Tabela 3. 3 - Cargas Eléctricas Rés-do-chão..............................................................................16 Tabela 3. 4 - Cargas Eléctricas 2.º Andar...................................................................................17 Tabela 3. 5 - Cargas Eléctricas 1.º Andar...................................................................................17 Tabela 3. 6 – Localização e número de lâmpadas Tipo T8.........................................................19 Tabela 3. 7 – Localização e número de armaduras de iluminação ..............................................19 Tabela 3. 8 – Consumos e custos anuais de Gás Propano...........................................................22 Tabela 3. 9 - Valores de facturação de água no ano de 2009......................................................23Tabela 3. 10 – Quadro resumo dos consumos de energia de 2009..............................................24Tabela 4. 1 - Intensidade Carbónica ..........................................................................................38 Tabela 4. 2 - Consumos Nominais (Janelas originais)................................................................43 Tabela 4. 3 - Consumos Nominais (substituição de janelas).......................................................44Tabela 4. 4 - Valores referência.................................................................................................47Tabela 5. 1 – Substituição de Balastros Electromagnéticos por Electrónicos..............................53 Tabela 5. 2 – Substituição de TLD por TLD ECO.....................................................................54Tabela 5. 3 – Substituição de T8 por T5 com adaptador ............................................................54 Tabela 5. 4 – Intervenção na Iluminação Exterior......................................................................55Tabela 5. 5 – Substituição de Luminárias de Vapor de Mercúrio ...............................................56 Tabela 5. 6 – Quadro Resumo das Medidas...............................................................................56

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xv

Nomenclatura

Abreviaturas

ADENE Agência para a Energia

AQS Águas Quentes Sanitárias

BT Baixa Tensão

CIE Comissão Internacional de Iluminação

CO2 Dióxido de Carbono

ERSE Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos

IEE Indicador de Eficiência Energética

INE Instituto Nacional de Estatística

ISEC Instituto Superior de Engenharia de Coimbra

LU Longas Utilizações

ORCs Oportunidades de Racionalização de Consumos

P3E Programa Nacional para a Eficiência Energética nos Edifícios

PT Posto de Transformação

QGE Quadro Geral de Entrada

RCCTE Regulamento das Características de Comportamento Térmico em Edifícios

RSECE Regulamento dos Sistemas Energéticos e Climatização em Edifícios

SGCIE Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia

Letras e símbolos

A ampere

factor de potência

m2 metros quadrados

m3 metros cúbicos

mA mili ampere

kVA quilo Volt ampere

kW quilo Watt

kWh quilo Watt hora

kgep quilograma equivalente de petróleo

tep tonelada equivalente de petróleo

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xvi

W watt

Caracteres gregos

Ohm (unidade de resistência eléctrica)

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1

1 Introdução

1.1 Âmbito do Projecto

“Portugal apresenta indicadores de utilização racional de energia que não são

compatíveis com um nível apropriado de qualidade ambiental e com a competitividade

económica, sendo necessário tomar medidas de fundo, inclusive para respeitar compromissos

internacionais assumidos, entre outros os que resultam do Protocolo de Quioto”1.

Não pode deixar de causar preocupação a forte dependência do País, em termos energéticos

e, principalmente a dependência de energia proveniente de combustíveis fosseis. O Plano

Nacional de Acção Para a Eficiência Energética define duas grandes áreas de intervenção, a área

das tecnologias e a área dos comportamentos. Os edifícios de serviços são, provavelmente, locais

de consumo de energia onde as intervenções possíveis para a melhoria da eficiência terão um

assinalável impacto.

Os edifícios são responsáveis pelo consumo de 40% da energia final, no espaço da união

europeia [BCSD Portugal, 2010]. O programa E4 (Eficiência Energética e Energias Endógenas),

traça objectivos “...pela promoção da eficiência energética e da valorização das energias

endógenas, contribuir para a melhoria da competitividade da economia portuguesa e para a

modernização da nossa sociedade, salvaguardando simultaneamente a qualidade de vida das

gerações vindouras pela redução de emissões, em particular de CO2, responsável pelas

alterações climáticas.” [E4 2001]. Com especial atenção no sector dos edifícios residenciais e de

serviços, este programa fomentou a criação de diversas medidas visando promover a melhoria da

eficiência energética nos edifícios e o recurso às energias endógenas. A eficiência energética está

directamente relacionada com a utilização racional de energia em, por exemplo, instalações de

iluminação, pequenos receptores domésticos, sistemas de climatização e no aquecimento de

águas sanitárias.

A utilização de energias endógenas nos edifícios está directamente relacionada com o

aproveitamento de energias renováveis, como sejam o solar térmico ou solar fotovoltaico, bem

1 Resolução do Conselho de Ministros n.º 63 de 2003, Orientações da politica energética Portuguesa.

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2

como, a micro geração de outras formas de energia renovável, com a possibilidade de ligação de

pequenas produções à rede BT.

A política energética promoveu a publicação de dois textos legais que procuram enquadrar a

eficiência energética dos edifícios com as suas características de utilização e concepção, o

RCCTE (Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios, 1991),

[DL79, 2006] que estabelece as características técnicas mínimas exigíveis à qualidade da

envolvente do edifício e o RSECE (Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em

Edifícios, 1998) [DL80, 2006] que estabelece regras de concepção dos sistemas energéticos de

climatização.

Surge então o P3E (Programa Nacional para a Eficiência Energética nos Edifícios), [P3E,

2003] abrangendo os edifícios residenciais e de serviços, estabelecendo condições técnicas

especificas com requisitos mínimos relativos à construção, à eficiência dos equipamentos

energéticos e ao integral cumprimento da regulamentação do estabelecido no RCCTE e no

RSECE.

Os edifícios de serviços, nas mais variadas utilizações, são objecto de consumos de energia,

na grande maioria dos casos, pouco eficiente. As razões poderão estar relacionadas com um

conjunto de factores, dependente do tipo de utilização, dos próprios utilizadores e dos seus

hábitos de consumo e, naturalmente, da natureza e estado de funcionamento das próprias

instalações. Atendendo à área, o edifício da Escola Profissional de Tondela é classificado como

um grande edifício de serviços, de utilização pública.

O objectivo deste trabalho é a realização de uma Auditoria Energética ao edifício da Escola

Profissional de Tondela. Envolverá a caracterização energética do edifício, com o levantamento

de comportamento das cargas e respectivos consumos, análise ao desempenho dos equipamentos

e instalações eléctricas, visando a recolha de informação, no sentido de estudar eventuais

melhorias na eficiência energética das instalações. Envolve a identificação de oportunidades de

racionalização de consumos e ainda a sugestão de eventuais intervenções em trabalhos futuros,

para a optimização do comportamento das instalações, reduzindo assim a factura energética e

contribuindo para as metas de eficiência legitimamente pretendidas.

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3

1.2 Metodologia

Além da metodologia inerente e aconselhável na realização de uma auditoria energética,

neste trabalho de projecto foram cumpridas algumas etapas de desenvolvimento, que poderemos

elencar segundo uma ordem temporal de execução:

Fase 1: Análise de documentação existente e pesquisa de informação sobre auditorias

energéticas, metodologias e formas de acção. Nesta fase do projecto, foi feito um levantamento

de documentação útil ao decurso dos trabalhos, como seja a leitura de relatórios de auditorias

energéticas publicados, com particular atenção à informação existente sobre estudos semelhantes

em edifícios de serviços, onde se inserem as escolas, nomeadamente, Auditoria Energética ao

Instituto Pedro Hispano, [Cardoso, 2008], Análise dos Consumos de Energia nas Escolas na

Zona Centro de Itália, [L. Barelli, 2004], Brochura da Direcção Geral de Energia, Eficiência

Energética nos Edifícios, [DGGE 2002]. Simultaneamente foi recolhida e analisada legislação

em vigor sobre o conteúdo do projecto, salientando-se o RCCTE e o RSECE.

Fase 2: Planeamento e preparação dos trabalhos da auditoria e análise das instalações e

características de edifício. Nesta fase do trabalho, realizou-se o levantamento das características

do edifício e das instalações, analisando a distribuição dos espaços de utilização da escola,

nomeadamente a natureza e classificação das cargas eléctricas, bem como a localização e

constituição dos quadros eléctricos, definindo um plano de monitorização de consumos em

função do espaço e da distribuição dos circuitos eléctricos. Foi também realizada a recolha de

dados de consumo de energia, nomeadamente a facturação de energia eléctrica e de gás propano

relativa ao ano de 2009. Procedeu-se à elaboração de questionários para aferir hábitos de

consumo e utilização das instalações e equipamentos, por parte dos alunos, professores,

funcionários e elementos dos órgãos directivos e de gestão.

Fase 3: Caracterização de cargas e monitorização. Nesta fase, podendo ser considerada

como trabalho de campo, foram recolhidas informações da constituição das cargas eléctricas em

todos os espaços de utilização, nomeadamente as cargas de iluminação e respectivos níveis de

intensidade, bem como leituras do comportamento das instalações, em função de consumos de

energia e com vista à elaboração de diagramas de carga. Analisou-se também as características

de comportamento das instalações, em termos técnicos, considerando dados de leitura e

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4

verificação como: o factor de potência; distribuição de fases; segregação de circuitos; valores de

intensidade de corrente e tensão; potências e harmónicas da rede eléctrica.

Fase 4: Análise e tratamento de dados. Com os dados de facturação de energia e consumos

de gás foi calculado o Índice de Eficiência Energética (IEE) da instalação, pelo método do factor

global de conversão, método simplificado. Com os valores da facturação de energia,

considerando potências e factor de potência (cos ), foi utilizado o simulador ERSE, para

determinação da melhor opção tarifária e enquadramento de sugestões de deslocalização horária

de consumos. Da recolha de informação acerca das características das cargas e respectivos

espaços, foram analisados os níveis de iluminância segundo o estabelecido na norma EN12464-1

[EN 12464, 2001]. A caracterização das cargas foi também utilizada na determinação de alguns

indicadores, úteis à interpretação do desempenho dos equipamentos das instalações e sua

utilização. Da monitorização dos consumos de energia resultaram os respectivos diagramas de

carga, objecto de análise exaustiva para determinação de indicadores importantes e reflexões

sobre as características do perfil de utilização.

Fase 5: Análise global e elaboração de relatório. Do trabalho de campo e estudo das

instalações e seu comportamento, surge o estudo final da auditoria com a elaboração das

conclusões finais do processo onde se incluirá caracterização do edifício e instalações, a

identificação de oportunidades de racionalização de consumos e as alterações a introduzir, no

sentido de melhorar a eficiência energética, deixadas como sugestão de alteração de

comportamentos e pequenas modificações consideradas importantes ou intervenções em

trabalhos futuros para melhorar o desempenho energético das instalações da Instituição.

1.3 Organização do documento

Este documento encontra-se dividido em seis capítulos:

No primeiro capítulo, “Introdução”, é apresentado o âmbito do trabalho, os objectivos do

projecto e a metodologia seguida para a sua concretização, como também um resumo dos

trabalhos realizados segundo a metodologia definida.

No capítulo dois, “Caracterização do Edifício”, é desenvolvida informação relativa às

características de funcionamento e utilização dos espaços, bem como a natureza da construção e

sua influência no estudo abordado relativo à energia consumida. Os espaços de utilização

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5

específica, tratando-se de uma escola, serão objecto de uma caracterização mais pormenorizada

conforme a sua relação com a função Ensino, Educação.

No capítulo três, “Caracterização das instalações”, apresenta-se parte significativa do

trabalho, englobando: uma caracterização resultante da observação e análise das instalações

eléctricas, da sua utilização e do seu desempenho; monitorizações de consumo; a análise de

eficiência e a determinação de factores determinantes na avaliação de desempenho e optimização

das instalações com vista à eficiência energética.

No capítulo quatro, “Classificação Energética do Edifício” serão apresentados os índices de

eficiência energética do edifício com obtenção de indicadores de eficiência em função da

tipologia, cálculo do índice de eficiência pelo método simplificado e uma simulação dinâmica

para determinação da classificação energética.

No capítulo cinco, “Medidas de Melhoria do Desempenho Energético” serão identificadas

oportunidades de racionalização de consumos e justificadamente apresentadas sugestões para

trabalhos futuros com as respectivas estimativas de custo e relação custo benefício com simples

análise de viabilidade económica, como também possíveis alterações nos comportamentos dos

utilizadores que directamente influenciem os consumos de energia.

No capítulo seis, “Conclusões”, foi desenvolvida a conclusão deste trabalho de projecto na

perspectiva da componente académica e no balanço final da concretização do projecto “Auditoria

Energética”.

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6

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7

2 Caracterização do Edifício

2.1 Localização

A Escola Profissional de Tondela ocupa as antigas instalações do Colégio Tomás Ribeiro,

instituição de ensino que operou nas décadas de 1950 e 1960, tornando-se depois Escola

Secundária e acolhendo o funcionamento da Escola Profissional desde o ano de 1993. A Fig.2.1

apresenta uma vista aérea do edifício da Escola Profissional de Tondela, hoje em pleno centro da

cidade, sede de concelho com vinte e seis freguesias, cobrindo uma área de 373,25 Km2 com

31380 habitantes, segundo os sensos publicados em 1995 pelo INE.

Fig.2. 1 – Vista aérea da Escola Profissional de Tondela

O concelho possui três zonas industriais municipais: Adiça; Lagedo e Vilar de Besteiros,

relativamente próximas da sede de concelho e com rápidos e regulares acessos aos eixos

rodoviários Figueira da Foz – Vila Real e Aveiro – Vilar Formoso, com vias que se cruzam em

vários pontos nos concelhos de Tondela e Viseu. Nas zonas industriais referidas, instalaram-se

empresas de grande, média e pequena dimensão de sectores como: Farmacêutico; Componentes

para indústria automóvel; Confecção têxtil; Componentes para indústria avícola e pecuária;

Reciclagem de equipamentos eléctricos e electrónicos e Mobiliário. Este tecido industrial

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motivou também a criação da Escola Profissional com os cursos de Técnico de Manutenção

Electromecânica e Técnico de Electrónica de Comando, no primeiro ano lectivo de

funcionamento 1993 – 1994.

2.2 Caracterização da construção

Com algumas intervenções de remodelação, adaptou-se o edifício ao ensino técnico e

profissional estando assim dividido:

Serviços administrativos e financeiros;

Serviços de direcção executiva e pedagógica;

Salas de aula comuns;

Cozinha e refeitório;

Biblioteca;

Arquivo;

Pavilhão desportivo;

Salas de informática e desenho técnico;

Laboratórios de electricidade e electrónica;

Oficinas de tecnologia;

Sistema de alojamento para internos;

Lavandaria.

O edifício construído em alvenaria tem uma configuração com três alas em forma de “U”

com quatro pisos e uma cave, apenas utilizada na ala este, apresenta mau isolamento térmico,

essencialmente devido aos materiais construtivos de portas e janelas em contacto directo com o

exterior. De forma a melhorar o isolamento térmico e, necessariamente baixando os consumos de

combustível do sistema de aquecimento, 80% das janelas do rés-do-chão possuem caixilharia de

alumínio com vidro duplo, melhorando o isolamento térmico e, baixando os consumos de

combustível do sistema de aquecimento.

Todo o edifício está abrangido por sistema de aquecimento de circulação de água aquecida

por caldeira a gás. O arrefecimento é assegurado por elementos de ar condicionado, cargas

eléctricas, somente em seis espaços: Sala de direcção, direcção pedagógica, serviços financeiros,

serviços administrativos, sala de equipamentos da rede informática (servidores) e sala técnica do

curso de Técnico de Restauração.

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Ilustra-se na Fig.2.2 e na Fig.2.3, o tipo de construção do edifício da Escola Profissional de

Tondela.

Fig.2. 2 – Vista Ala Norte do Edifício

Fig.2. 3 - Vista do átrio interior e Ala Oeste do Edifício

2.3 Caracterização dos Espaços

Fisicamente separado das instalações administrativas da escola, funciona um pavilhão

oficinal dedicado à formação prática das áreas de mecânica e mecânica automóvel, Fig.2.4. Este

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espaço, localizado na zona industrial de Adiça, não foi objecto de estudo, pois sendo um imóvel

completamente separado do edifício analisado, requer um estudo próprio independente.

Fig.2. 4 – Oficina de Mecânica e Mecânica Automóvel

A Escola oferece formação nas áreas de Electricidade e Electrónica; Metalomecânica

Manutenção Industrial; Informática; Restauração - Turismo e Intervenção Social e Comunitária.

Estas áreas de formação requerem, para a componente prática, um conjunto de estruturas com

características particulares que influenciam os consumos de energia do edifício, embora a sua

utilização seja esporádica em função das taxas de utilização relativas aos horários semanais das

diferentes turmas ou grupos de formação.

Para além das estruturas directamente relacionadas com a actividade de formação, o edifício

possui ainda sistema de alojamento, cozinha, refeitório e lavandaria, que constituem um conjunto

de equipamentos de apoio à actividade quotidiana desenvolvida no edifício sede da escola.

Com uma área útil de 3936 m2, o edifício suporta diariamente uma ocupação média de 310

pessoas em horário laboral, sendo sazonalmente ocupado em regime nocturno por 80 pessoas em

actividade de formação e por 36 alunos em regime de alojamento.

Funcionam em regime frequente de utilização os serviços administrativos, os serviços de

formação e qualificação para adultos, os serviços directivos e financeiros e a ocupação de salas

de aula, laboratórios e oficinas, pavilhão desportivo, biblioteca e espaços de apoio. A cozinha e

refeitório serve pequeno-almoço e jantar aos alunos utentes do sistema de alojamento e almoço a

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toda a comunidade escolar. A lavandaria tem uma utilização considerada esporádica, pelo regime

não permanente do funcionamento dos equipamentos de maior potência.

Nas instalações da Escola funciona um Centro de Novas Oportunidades, dedicado à

formação, reconhecimento e certificação de competências para adultos. Este serviço funciona em

horário alargado, embora com uma utilização reduzida de espaço, ocupa o equivalente a quatro

salas de aula, podendo em média, estar com ocupação laboral entre as 9:00 e as 23:00 horas,

durante a semana e toda a manhã de sábado.

São apresentadas no Anexo I peças desenhadas das plantas de arquitectura do edifício, bem

como esquemas eléctricos dos quadros da instalação.

Fig.2. 5 - Planta do R.C. Edifício

Na Fig.2.5, pode-se observar o espaço de utilização do Rés-do-chão edifício, sendo a

distribuição da utilização dos espaços a seguinte:

Cave – Laboratório de máquinas eléctricas, sala de aula e sala técnica de instalações

eléctricas;

Rés-do-chão – Salas de aula, serviços administrativos, laboratório de pneumática e

hidráulica, sala de automação e robótica, pavilhão desportivo, parque de manutenção e caldeiras

com depósitos enterrados de gás, sala da direcção, sala direcção pedagógica, cozinha refeitório e

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sala técnica de restauração, serviços financeiros, sala de reuniões, sala de professores e gabinete

técnico de informática (manutenção da rede) e instalações sanitárias masculinas;

Piso 1 – Salas de aula, sala de psicologia e orientação, salas de informática, serviço técnico

de centro novas oportunidades, biblioteca, arquivo, auditório e instalações sanitárias femininas

(duas);

Piso 2 – Salas de aula, sala de informática e desenho técnico, sala de tecnologia aplicada,

laboratórios de electrónica (dois), sala de formadores de reconhecimento e validação de

competências, sistema de alojamento e laboratório de física e química;

Piso 3 – Salas de arquivo, sistema de alojamento;

(Nos sistemas de alojamento existem instalações sanitárias com duche)

Cobertura – Sobre o pavilhão desportivo estão instalados quatro colectores solares

térmicos para aquecimento de águas sanitárias.

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3 Caracterização Energética do Edifício

O edifício da Escola Profissional de Tondela, consome energia eléctrica, gás propano a

granel e água da rede pública de distribuição.

Embora o edifício esteja dividido em três alas, a instalação de energia eléctrica contempla

uma divisão em duas zonas distintas na alimentação de circuitos e uma alimentação

independente para o pavilhão desportivo, que anteriormente funcionou como oficina de

mecânica.

Do Quadro Geral de Entrada (QGE), deriva a alimentação para a ala onde este se encontra,

com um quadro parcial em cada piso e a alimentação para a ala norte, que, para além de um

quadro parcial em cada piso, possui um quadro a funcionar como entrada daquela ala (ver

Fig.3.7, página 24).

Nos espaços de utilização específica, existem quadros de entrada com órgãos de protecção e

comando. São exemplos disso na ala sul: Laboratório de máquinas eléctricas; Sala de automação

e robótica; Lavandaria; Laboratório de electrónica; Sala de tecnologias aplicadas; Salas de

informática; Sala de desenho técnico e Sistemas de alojamento.

Na ala norte, alimentados do quadro do piso, ao nível do rés-do-chão, encontra-se a

instalação de utilização dos serviços administrativos e a dos servidores de informática, para além

dos quadros de piso e dos específicos de cozinha, refeitório e sala técnica de restauração. A

Biblioteca e Auditório possuem quadro de entrada, sendo alimentados pelo quadro parcial do

piso 1.

As instalações eléctricas de utilização são alimentadas em baixa tensão embora com

potência contratada superior a 50 kVA, com ramal de alimentação directo do PT mais próximo,

propriedade do distribuidor de energia. O QGE, ilustrado na Fig.3.1, está equipado com

interruptor de corte geral de 250 A e o quadro de entrada da ala norte, ilustrado na Fig.3.2, está

equipado com interruptor de corte geral de 125 A, assim como para o quadro do pavilhão

desportivo. Os quadros parciais dos pisos possuem a funcionar como corte geral um interruptor

diferencial de 63 A, assim como os quadros do refeitório, da cozinha e da sala técnica de

restauração. Os restantes quadros das salas de utilização específica estão equipados com

interruptores diferenciais de 40 A.

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A sensibilidade da protecção diferencial destes interruptores é de 300 mA, considerada

ajustada pois a resistência de terra do circuito de protecção é de 22

Fig.3. 1 - Quadro Geral de Entrada

O edifício não utiliza energia eléctrica no sistema de aquecimento ambiente. São, no

entanto, consideradas neste documento, as facturações de gás propano que é utilizado nas

caldeiras de aquecimento e nos fogões da cozinha. O processo de arrefecimento é suportado por

elementos compactos de ar condicionado, tendo sido considerada a sua potência eléctrica no

levantamento realizado para cada espaço do edifício. Foram desprezadas potências de receptores

amovíveis de funcionamento esporádico e foram consideradas de utilização esporádica as

potências de equipamentos oficinais ou laboratoriais que não configurem um carácter

permanente ou frequente de utilização. Existem cargas instaladas cuja oportunidade do

funcionamento das várias turmas de formação ou os programas curriculares dos vários cursos

não exigem a sua utilização frequente e, consequentemente, a sua entrada em serviço como

receptores de consumo das instalações eléctricas de utilização não foram consideradas.

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Fig.3. 2 – Quadro Parcial Q.P.6 Entrada Ala Norte

As cargas eléctricas presentes no edifício, apresentadas nas Tabelas 3.1 a 3.5, foram objecto

de estudo separado, considerando o espaço onde são utilizadas e a sua natureza, bem como se

são de utilização frequente, esporádica ou específica.

São apresentados no Anexo II, esquemas dos quadros eléctricos da instalação e sua

localização em esquema de distribuição de alimentação das instalações.

Tabela 3. 1 - Cargas Eléctricas Cave

Cave Iluminação(W)

Lux Climatiza.(W)

Informática(W)

Outros(W) Utilização P (W)

001 288 270 - 400 - Esporádica 688001 -

Laboratório 288 300 - 2800 4400 Esporádica 7488002 288 280 - 400 - Esporádica 688

Total Parcial 864 - 0 3600 4400 - 8864

Tabela 3. 2 - Cargas Eléctricas 3.º Andar

3.º Andar Iluminação(W)

Lux Climatiza.(W)

Informática(W)

Outros(W)

Utilização P (W)

Alojamento 720 320 - 1200 4800 6720Arquivo 580 180 - - - Esporádica 580

Total Parcial

1300 - 0 1200 4800 - 7300

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Tabela 3. 3 - Cargas Eléctricas Rés-do-chão

Rés-do-chão Iluminação (W)

Lux

Climatiza.(W)

Informática(W)

Outros (W)

Utilização P (W)

101 –Associação

116 310 - 400 - Esporádica 516

102 464 290 - 1600 500 Esporádica 2516103 360 290 - 3200 500 Esporádica 4060104 464 340 - 400 - Esporádica 864

Corredor Grande

464 380 - - - 464

W.C. Masculino

116 210 - - - 116

Corredor Ala Norte

464 280 - - - 416

Refeitório 432 420 - - - 432Cozinha 288 370 - 800 15600 Horas

Confecção 16688

Secretaria 312 480 1200 4000 4800 Frequente 10312Departamento

Finanças232 350 1200 800 - 2232

Sala Direcção 232 270 1200 800 - Esporádica 2232Direcção

Pedagógica232 380 1200 800 - Frequente 2232

Sala Rede Informática

116 270 - 3200 - Frequente 3316

Sala Reuniões 288 270 - - - Esporádica 288Sala

Professores288 360 - 1600 2000 Frequente 3888

Serviço ADERETON

144 340 - 1200 1000 Frequente 2344

Pavilhão desportivo

116

1116 530 1200 - - Esporádica 2316

Sala T.R.B. 464 310 1200 - - Frequente 1616Instalações

Técnicas TRB288 280 1200 800 2800 Frequente 5088

Iluminação Exterior

900 180 Noite 900

Total Parcial 7780 - 8400 19600 27200 - 62836

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Tabela 3. 4 - Cargas Eléctricas 2.º Andar

2.º Andar Iluminação (W)

Lux Climatiza.(W)

Informática (W)

Outros (W)

Utilização P (W)

Alojamento 576 360 - Frequente 576 Lavandaria 144 410 6200 Esporádica 6344

303 464 290 800 - 1264304 464 280 800 - 1264305 288 240 - 288306 720 320 7200 1200 9120308 464 360 800 - 1264309 464 350 800 - 1264310 288 240 - 288311 288 240 - 288 312 288 260 - 288313 696 420 - 800 - 1496314 696 380 - 800 - 1496

W.C. Masculino

116 190 - 116

Total Parcial

5928 - 0 12000 7400 - 25356

Tabela 3. 5 - Cargas Eléctricas 1.º Andar

1.º Andar Iluminação(W)

Lux Climatiza.(W)

Informática(W)

Outros(W)

Utilização P (W)

201 464 340 - - - 464202 464 320 - 4800 - 5216 203 464 340 - 4800 - 5216204 464 310 - - - 416205 288 280 - - - 288

CNO 1 288 340 - 2000 - Frequente 2288CNO 2 144 290 - 800 - Frequente 944

Psicologia 144 260 - 800 - Frequente 944W.C. Feminino Sul 116 220 - - - 116

W.C. Feminino Norte

116 220 - - - 116

Auditório 1160 410 - - 3600 Esporádica 4760208 464 280 - 400 - 864209 464 270 - 400 - 864210 288 260 - 400 - 688211 288 290 - 400 - 688214 288 310 - 3200 800 4288

Biblioteca 464 420 - 400 - 864Arquivo 116 180 - - - 116

Total Parcial 6484 - 0 18400 4400 - 29140

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Não foi considerada a potência dos balastros nas cargas de iluminação, sendo estas quase na

sua totalidade do tipo fluorescente.

As cargas de iluminação são consideradas de utilização frequente. As cargas de informática

poderão ser consideradas de utilização esporádica em função da ocupação dos espaços de

trabalho. No caso dos computadores e monitores, a utilização de potência raramente é

considerada total, devido ao período em que aqueles se encontram ligados. Esporádica é também

a utilização das cargas das salas técnicas e laboratórios.

As cargas de energia eléctrica existentes encontram-se distribuídas conforme se mostra na

Fig.3.3, considerando somente quatro categorias e tendo em conta que: as cargas de receptores

de informática terão um coeficiente de utilização em simultâneo e de potência disponível

sensivelmente de 50%; as cargas eléctricas de climatização só funcionam em regime de

arrefecimento.

Fig.3. 3 - Distribuição de Cargas por Utilização

3.1.1 Iluminação

As cargas de iluminação, em quase todos os espaços do edifício, são constituídas por

lâmpadas fluorescente TLD, tipo T8, de 18, 36 ou 58 W, montadas em armaduras metálicas de 4

lâmpadas no caso de 18 W ou 2 lâmpadas nos casos de 36 ou 58 W. A iluminação exterior, com

comando por interruptor crepuscular, é assegurada por armaduras equipadas com lâmpadas de

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vapor de sódio de 150 W. O pavilhão desportivo possui armaduras industriais equipadas com

lâmpadas de vapor de mercúrio de 300 W.

A maioria das cargas de iluminação possui comando local, nos espaços de utilização,

através de órgão de comando interruptor ou comutador, incluindo as instalações sanitárias, os

corredores e espaços de circulação e refeitório. O auditório e pavilhão desportivo possuem os

comandos nos respectivos quadros.

Embora a potência instalada para iluminação seja de 37% das cargas totais, a

simultaneidade deste tipo de receptores faz com que a iluminação seja, neste edifício, a carga

eléctrica mais importante e de maior influência no consumo total das instalações.

Sendo as armaduras com lâmpadas fluorescentes TLD tipo T8 o grande volume das cargas

de iluminação em todo o edifício, apresenta-se nas Tabela 3.6 e Tabela 3.7 um resumo

elucidativo das quantidades de armaduras de iluminação presentes em cada piso.

Tabela 3. 6 – Localização e número de lâmpadas Tipo T8

Pisos Lâmpadas 18 W Lâmpadas 36 W Lâmpadas 58 W Cave 0 24 0

Rés-do-chão 64 72 701.º Andar 32 46 742.º Andar 32 52 603.º Andar 0 20 10

Totais 128 214 214

Tabela 3. 7 – Localização e número de armaduras de iluminação

Pisos Armaduras 4 x 18 W Armaduras 2 x 36 W Armaduras 2 x 58 WCave 0 12 0

Rés-do-chão 16 36 351.º Andar 8 23 372.º Andar 8 26 303.º Andar 0 10 5

Totais 32 107 107

3.1.2 Equipamento Informático

Neste capítulo são consideradas, essencialmente, as cargas dos equipamentos de informática

e os equipamentos dos laboratórios e salas de formação técnica específica das diferentes áreas de

formação, uma vez que o efeito do consumo de energia eléctrica nos receptores de climatização

reflecte apenas 6% das cargas eléctricas do edifício.

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Os valores de potência dos receptores do tipo equipamento informático terão uma incidência

nos consumos de energia global em função da utilização das salas de aula específicas e dos

espaços com computadores instalados. A sua taxa de utilização só é considerada nos serviços

directivos e administrativos, sala de gestão da rede, onde se encontram os servidores e na sala de

professores, onde a utilização será praticamente constante durante o dia. Os restantes espaços

também equipados com computadores e/ou impressora têm uma utilização esporádica.

3.1.3 Climatização

As cargas eléctricas de climatização existentes no edifício resumem-se aos equipamentos de

ar condicionado utilizados para arrefecimento, sete elementos de 1200 W cada. Uma caldeira de

circulação de água, utilizando gás propano para combustão garante o aquecimento do edifício.

3.1.4 Outras Cargas

Os equipamentos da lavandaria, máquinas de lavar, máquinas de secar e engomadoras têm

uma utilização que deverá rondar as 20 horas semanais.

As cargas eléctricas associadas à cozinha e refeitório, utilizadas todos os dias úteis, deverão

estar em funcionamento equivalente à plena carga, sensivelmente 4 horas por dia, excluindo-se

os equipamentos de frio e conservação, ligados 24 horas e com controlo automático de

manutenção de frio.

Os equipamentos dos laboratórios e oficinas de tecnologia terão um coeficiente de utilização

variável e esporádico.

3.2 Caracterização dos Consumos de Energia

Com base nas facturações relativas ao ano de 2009, foram analisados os consumos de

energia eléctrica, de gás propano e de água da rede pública, procurando confrontar os padrões de

consumo com o conhecimento do funcionamento das instalações e, desta forma, detectar

eventuais inconformidades nos procedimentos de utilização ou no desempenho das instalações

que possam ser corrigidas ou eliminadas.

3.2.1 Energia Eléctrica

Para analisar as condições de contratação e consequente facturação verificadas no último

ano, procedeu-se à “Simulação das Facturas de Energia Eléctrica em 2009” para um consumidor

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BTE, disponibilizada pela ERSE [ERSE, 2009] e obtiveram-se os resultados indicados na

Fig.3.4, que reúnem toda a informação contida nas facturas, nomeadamente:

Os consumos e custos de energia activa;

A potência de Horas de Ponta e contratada, e respectivos custos.

Fig.3. 4 - Resultados do simulador da ERSE

Como se pode verificar, a opção tarifária Longas Utilizações (LU), ciclo semanal, é a

adequada às instalações em estudo e é também a opção em utilização pelo cliente Escola

Profissional de Tondela.

Com base nos dados de facturação do ano de 2009, verifica-se a existência de facturação da

Energia Reactiva não sendo, no entanto, os valores de facturação significativos, tendo em conta o

consumo global de Energia Activa.

O Factor de Potência da Instalação, segundo os valores de energia reactiva facturada pelo

distribuidor apresenta valores bastante razoáveis (0,85).

3.2.2 Gás Propano

Os consumos anuais de gás propano a granel e respectivos custos estão apresentados na

Tabela 3.8. Deve realçar-se o facto de as datas da facturação poderem não coincidir

necessariamente com as data do de consumo.

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22

Tabela 3. 8 – Consumos e custos anuais de Gás Propano

Data Consumo (kg) Valor (€) 24.01.2009 2699 2.880,0711.03.2009 1788 1.907,9512.03.2009 1707 1.821,5228.09.2009 2163 2.198,4707.12.2009 983 1.050,60

Fig.3. 5 – Consumos de Gás Propano

A Fig.3.5 mostra a evolução da facturação de gás propano durante o ano de 2009. Esta

forma de energia é consumida nos equipamentos da cozinha, no sistema de aquecimento

ambiente, em circulação de água, por duas caldeiras de queima e no aquecimento de águas

sanitárias dos balneários, cozinha e instalações sanitárias.

O aquecimento ambiente consome este tipo de energia, num ano típico, durante os meses de

Novembro a Abril, nas instalações da actividade lectiva durante o dia e no sistema de alojamento

no período nocturno.

3.2.3 Água da Rede Pública de Abastecimento

São apresentados na Tabela 3.9, os consumos e custos anuais de água relativos ao ano de

2009, com base nos dados de facturação.

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Tabela 3. 9 - Valores de facturação de água no ano de 2009

Período Consumo (m3) Valor (€) 05.01.2009 A 06.02.2009 192 239,3 07.02.2009 A 06.03.2009 162 206,83 07.03.2009 A 07.04.2009 346 235,01 08.04.2009 A 01.06.2009 340 432,68 02.06.2009 A 08.08.2009 300 394,15 07.08.2009 A 06.10.2009 169 234,97 07.10.2009 A 11.12.2009 405 515,58

Fig.3. 6 – Consumos de Água - 2009

Da análise dos dados de facturação de água, apresentados na Fig.3.6, resulta um conjunto de

observações, merecendo particular destaque as seguintes:

O consumo relativo ao mês de Março é demasiado elevado, merecendo ser verificada

alguma situação particular que o justifique;

Os meses de Junho e Julho apresentam também consumos relativamente elevados, podendo,

no entanto, este facto estar relacionado com actividades de limpeza e manutenção,

particularmente relevantes em período final de ano lectivo;

O acréscimo significativo verificado nos meses de Outubro e Novembro poderá estar

directamente relacionado com o aumento do número de turmas e consequentemente o número de

utilizadores diários das instalações do edifício.

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24

Apresenta-se na Tabela 3.10, o quadro resumo dos consumos de energia no ano de 2009

com os valores de energia primária utilizados, de acordo com os “Factores de conversão para

tonelada equivalente de petróleo (tep)”, [Despacho 17313, 2008].

Tabela 3. 10 – Quadro resumo dos consumos de energia de 2009

3.3 Monitorizações

Foram realizadas monitorizações com recurso a um analisador de redes de energia eléctrica,

“CHAUVIN ARNAUX, Qualistar 8334B”. O tratamento dos dados obtidos, permitiu determinar

os diagramas de carga global da instalação e dos principais sectores de utilização de energia

eléctrica, analisar a possível desagregação de consumos dos principais sectores, bem como a

avaliação e quantificação do potencial de economias de energia e a análise da viabilidade das

principais Oportunidades de Racionalização de Consumos (ORCs) eventualmente encontradas.

A Fig. 3.7, apresenta um diagrama ilustrativo da desagregação dos circuitos das instalações

eléctricas através dos quadros parciais de comando e protecção.

Fig.3. 7 - Quadros de Distribuição de Potência

Forma de Energia

Consumo de Energia Custo Energético

Quantidade Unid. kgep % Custo % €/Unid. €/kgepEnergia Eléctrica

143.444,00 kWh 41.598,76 79,6 18.218,00 64,9 0,13 0,44

Gás Propano

9.340,00 kg 10.647,75 20,4 9.858,61 35,1 1,06 0,93

Total 52.246,51 28.076,61 0,537

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QP 1 – Cave Ala Sul e Laboratório de Máquinas Eléctricas

QP 5 – Pavilhão Desportivo e Balneários

QP 2 – Piso 1 Ala Sul

QP 3 – Piso 2 Ala Sul

QP 4 – Piso 3 Ala Sul e Sistema de Alojamento

QP 3.1 – Laboratório Física e Química

QP 3.2 – Laboratório Electrónica

QP 3.3 – Oficina Tecnologias Aplicadas Electricidade e Electrónica

QP 6 – Entrada Ala Norte

QP 6.1 – Piso 0 Ala Norte

QP 6.2 – Piso 1 Ala Norte

QP 6.3 – Piso 2 Ala Norte

QP 6.4 – Piso 3 Ala Norte

QP 6.1.1 – Serviços Administrativos

Para além do Quadro Geral, realizaram-se monitorizações de consumos nos Quadros:

Parcial Ala Norte; Refeitório e Cozinha; Sistema de Alojamento e Lavandaria.

3.3.1 Quadro Geral de Entrada

O Quadro Geral de Entrada foi monitorizado durante uma semana em dois períodos distintos:

no mês de Julho, com uma ocupação do edifício substancialmente reduzida, relativamente à sua

ocupação plena habitual em período lectivo e no mês de Setembro, já com a Escola em

funcionamento normal, com total ocupação e utilização das suas instalações.

Nas Fig.3.8 e Fig.3.9, apresentam-se os diagramas de carga médios, de dia útil, obtidos para

os dois períodos de monitorização considerados.

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Fig.3. 8 - Diagrama de Carga QGE – Dia Útil – Julho

Fig.3. 9 – Diagrama de Carga QGE – Dia Útil - Setembro

As diferenças existentes quer nos padrões quer nos montantes de consumo são justificadas

pelo número de utilizadores em cada um dos meses considerados. Enquanto em Setembro a taxa

de ocupação das instalações é a habitual dos períodos lectivos, em Julho 50% dos alunos

encontravam-se em actividade exterior à Escola, em formação em contexto de trabalho e estágios

curriculares.

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O padrão de consumos de dia útil em funcionamento normal aproximar-se-á do que se obteve

para o mês de Setembro. Os consumos verificados no período nocturno devem-se,

essencialmente, às cargas de frio e iluminação exterior. O aumento de consumo verificado entre

as 8:20 horas e as 18:20 horas reflecte o horário lectivo da Escola. Os consumos existentes entre

o final da actividade lectiva e as 23:00 horas, que ultrapassam os verificados durante o período

nocturno, são os efectuados nas instalações do sistema de alojamento.

A Fig.3.10 apresenta o diagrama de carga médio de fim-de-semana, obtido para o mês de

Setembro.

Fig.3. 10 – Diagrama de Carga QGE – Fim-de-semana – Setembro

Relativamente ao fim-de-semana, os perfis e níveis de consumo são semelhantes nos dois

meses considerados e com variações muito menos acentuadas do que as que se verificavam nos

diagramas de carga de dia útil. Os consumos de fim-de-semana referem-se aos consumos

efectuados nas instalações do sistema de alojamento, preparação de refeições e iluminação

exterior.

3.3.2 Quadro Q.P. 6 – Alimentação Ala Norte

O Quadro Parcial (Q.P.6), Entrada Ala Norte foi monitorizado no período de uma semana,

durante o mês de Setembro. Neste quadro encontram-se ligadas as cargas instaladas nos serviços

administrativos, instalações dos órgãos directivos e secretariado, cerca de 50 % das salas de aula,

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auditório, biblioteca, cozinha e refeitório, sala técnica de restaurante – bar e instalações

sanitárias.

A Fig.3.11 apresenta o diagrama de carga obtido para dia útil neste quadro parcial.

Nesta ala do edifício estão colocadas as cargas permanentes, influenciando o perfil de

consumos durante a noite e fim-de-semana, exceptuando o sistema de alojamento, lavandaria e

aquecimento eléctrico de águas sanitárias. Por este facto, o padrão de consumo deste quadro

parcial é em tudo semelhante ao padrão obtido para o QGE.

Fig.3. 11 - Diagrama de Carga Médio (Ala Norte)

Analisando os diagramas da Fig.3.9 e da Fig.3.11, é possível, comparando os níveis de

consumo, verificar que as cargas eléctricas do edifício instaladas na ala norte são responsáveis

por mais de 60% do consumo total do edifício. Verifica-se, também, que nos períodos nocturnos

e de fim-de-semana essa percentagem decresce ligeiramente, explicando-se este facto pela carga

de iluminação exterior do edifício se encontrar agregada ao quadro geral de entrada.

Contribuirá também para o resultado observado a maior ocupação regular nesta ala, visto

que as salas de formação técnica e laboratórios se encontram na ala sul e terão uma utilização

menos intensiva que os espaços da ala norte.

3.3.3 Quadro Refeitório e Cozinha

O Quadro do Refeitório e Cozinha foi monitorizado durante 24 horas, pois considerou-se

relevante observar o período de funcionamento de serviço de refeições e noite permitindo, desse

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29

modo, analisar as cargas de frio. O diagrama de carga de dia útil obtido neste quadro parcial é

apresentado na Fig.3.12.

Fig.3. 12 - Diagrama de Carga – Cozinha (Dia Útil)

O perfil de consumos do diagrama da Fig.3.12, revela-se adequado às potências instaladas

no sector, bem como à utilização das cargas. Verifica-se nítida separação entre períodos de

laboração efectiva e períodos de actividade reduzida ou inexistente, sendo a preparação,

confecção e serviço de refeições as actividades mais consumidoras de energia eléctrica.

No período nocturno, os consumos verificados, devem-se essencialmente a cargas de frio

industrial de conservação de alimentos.

3.3.4 Quadro Sistema de Alojamento

As instalações da Escola possuem um sistema de alojamento para acolher alunos, do sexo

masculino, com residência fora da zona limítrofe do concelho, não abrangida por sistema de

transportes adequados à actividade. O espaço constituído por quartos duplos e individuais,

instalações sanitárias com duche e sala de estar, está instalado nos pisos superiores da ala sul,

não contribuindo, portanto, para os consumos nocturnos da ala norte, cujo quadro de entrada foi

monitorizado. O aquecimento de águas sanitárias neste sector é assegurado por termoacumulador

eléctrico em paralelo com sistema solar térmico.

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30

O Quadro do Sistema de Alojamento e o Quadro da Lavandaria, foram monitorizados

durante 24 horas, em regime de plena utilização. O diagrama de carga obtido é apresentado na

Fig.3.13.

Fig.3. 13 - Diagrama de Carga (Sistema de Alojamento)

Observando a Fig.3.13, consideram-se regulares os consumos de energia do sector,

atendendo à utilização do espaço e ao carácter que assume no conjunto das instalações. Os

horários de maior e menor consumo, estão de acordo com o esperado, tratando-se do alojamento

dos alunos e considerando os equipamentos instalados. O pico de potência verificado entre as

9:00 e as 11:00 horas, quando este está naturalmente desocupado, explica-se pela entrada em

serviço do aquecimento de água para instalações sanitárias após total utilização, bem como pela

intervenção para limpeza e arrumação diária que se opera com equipamentos amovíveis.

3.3.5 Quadro Lavandaria

Os serviços de lavandaria da instituição executam trabalhos de lavagem, secagem e

preparação de têxteis utilizados, essencialmente, no sistema de alojamento e refeitório, sendo

esporadicamente requisitados para a manipulação de uniformes e outras peças de tecido inerentes

ao serviço de pessoal auxiliar e da formação do curso de Restaurante Bar da área de turismo.

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31

Fig.3. 14 - Diagrama de Carga – Lavandaria

A alimentação deste sector efectua-se em regime de tensão monofásica, apresentando-se na

Fig.3.14 o diagrama de carga deste quadro parcial. A análise deste diagrama revela total

coerência com a utilização e regime de consumo de energia eléctrica esperados. Deve-se, no

entanto, implementar um sistema de controlo automático, se o serviço o permitir, para colocação

de máquinas em serviço durante o período da noite, ou seja, em horas de vazio e super vazio.

3.4 Perturbações Detectadas na Instalação

Os valores de potência apresentados na Fig.3.15 foram obtidos no QGE durante o mês de

Julho, num período em que o edifício da Escola estaria com uma ocupação aproximada de 50%,

dado que algumas turmas estariam a realizar formação em contexto de trabalho, fora das

instalações do edifício sede da Escola.

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Fig.3. 15 – Leitura de Potências (Julho)

Verifica-se um desequilíbrio nas potências fornecidas pelas diferentes fases, particularmente

nos períodos de fim-de-semana e nocturnos. Este facto explica-se pelos receptores em carga

nestes períodos, essencialmente: Iluminação exterior; Servidores e Frio industrial. A distribuição

dos circuitos destas cargas não se equilibrou pelas três fases.

Os valores de potência apresentados na Fig.3.16 foram obtidos no QGE durante o mês de

Setembro.

Fig.3. 16 – Leitura de Potência (Setembro)

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33

Também neste diagrama se pode verificar o desequilíbrio de fases relativamente à potência

fornecida nos períodos de fim-de-semana e durante a noite. A ocupação das instalações, à data da

recolha desta informação, era a correspondente à sua utilização plena sendo no entanto

semelhantes os níveis de consumo nos períodos em que se verifica o desequilíbrio de fases,

justificado, como nos valores obtidos em Julho, pelo conjunto de receptores potencialmente em

carga nos períodos referidos.

A Fig.3.17 refere-se à leitura de consumos realizada no quadro do sistema de alojamento.

Fig.3. 17 - Potências - Sistema de Alojamento

O diagrama corresponde à obtenção de valores de consumo durante um período de 24 horas,

sendo notório o desequilíbrio de fases durante todo o período. A distribuição de circuitos de

utilização, neste quadro, não está equilibrada pelas três fases. Dever-se-ia proceder à

redistribuição dos circuitos de alimentação no sentido de equilibrar as cargas.

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34

A Fig.3.18 mostra uma imagem da iluminação do pavilhão desportivo constituída por

luminárias com lâmpadas de vapor de mercúrio de 400 W.

Fig.3. 18 – Lâmpadas de Vapor de Mercúrio

As lâmpadas de vapor de mercúrio estão já descontinuadas no mercado sendo a sua

comercialização e instalação proibida. Estas lâmpadas da iluminação do pavilhão desportivo

deverão ser substituídas por outro tipo de equipamento.

Foram captadas imagens termográficas nos quadros QGE, QP6 e QP da cozinha, que se

apresentam nas Fig.3.19 a Fig.3.21. Não foram detectadas temperaturas consideradas elevadas

para o regular funcionamento dos circuitos e respectivas protecções.

Fig.3. 19 – Imagem Termográfica do QGE

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35

Fig.3. 20 – Imagem Termográfica do QP6

Fig.3. 21 - Imagem Termográfica do QP Cozinha

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36

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37

4 Classificação Energética do Edifício

4.1 Indicadores Energéticos

São apresentados alguns indicadores energéticos considerados úteis e pertinentes, tendo em

conta as características do edifício, a actividade que nele se desenvolve e o modelo de

financiamento a que se submete. Será feita uma primeira análise, com base nos consumos

obtidos nos dados de facturação e, posteriormente, será repetida a análise com base nos

consumos monitorizados.

Dados: Área útil do edifício - 3936 m2; utilizadores médios diários - 310 pessoas.

Com base nos dados de facturação relativos ao ano de 2009, podemos concluir que ocorreu:

um consumo de água de 6,17 m3 por pessoa e de 0,49 m3 por m2 de área útil de ocupação; um

consumo de 30,1 kg de gás propano por pessoa e de 2,36 kg por m2 de área útil de ocupação e

um consumo de 462,7 kWh de energia eléctrica por pessoa e de 36,2 kWh por m2 de área útil de

ocupação.

Os consumos específicos, em função do consumo de energia eléctrica, gás e água, podem

ser estabelecidos tomando os valores de energia primária consumida, reduzindo energia eléctrica

e gás à unidade quilograma equivalente de petróleo. Com os valores da Tabela 3.10,

considerando uma ocupação média de 310 pessoas e uma área útil de utilização de 3936 m2, o

consumo de energia primária foi, no ano de 2009, de 168,54 kgep por utilizador e de 13,27 kgep

por m2de área útil.

Com a informação relativa aos consumos facturados das formas de energia, seja energia

eléctrica, seja quantidade de gás propano, procedeu-se ao cálculo da Intensidade Carbónica (IC)

da energia consumida, através da expressão (1) com base nos índices de emissão de cada uma

das formas de energia considerada [Despacho 17313, 2008] e descrita na Tabela 4.1.

e/tep][kgCOC

ekgCOIC 22 (1)

Sendo: C - Consumo total de energia (kgep/ano)

kg CO2 – Emissão anual de CO2 (kg/ano)

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Tabela 4. 1 - Intensidade Carbónica

Forma de Energia

Consumos Gases de Efeito de Estufa

Intensidade Carbónica

Quantidade Unidades kgep kgCO2e kgCO2e/tep Eléctrica 143.444,00 kWh 41.598,76 67.418,68 1,62

Gás Propano 9.340,00 kg 10.647,75 28.085,57 2,64 Total 52.246,51 95.504,25 1,83

4.1.1 Índice de Eficiência Energética

Foi utilizado um simulador de determinação do Índice de Eficiência Energética (IEE), por

aplicação de um método simplificado de cálculo deste índice, considerando a natureza e

utilização do edifício e a sua localização, cujo resultado se apresenta na Fig.4.1. Consultando a

divisão do País em zonas climáticas, observou-se que à localidade de Tondela correspondem os

indicadores I2 para a zona climática de inverno e V2N para a zona climática de verão.

Considerando que o consumo global de energia no ano de 2009 foi de 52.246,36 kgep/ano e

a área útil do edifício é de 3.936,00 m2, obtemos um consumo específico de energia de 13,27

kgep/m2.ano, conduzindo a um IEE de 12,47 kgep/m2.ano.

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39

Fig. 4. 1 - Índice de Eficiência Energética (método simplificado)

Segundo o RSECE, [DL80, 2006], o valor máximo do IEE para Escolas a funcionar em

edifícios já existentes é de 15 kgep/m2.ano, pelo que, de acordo com o método simplificado

usado, a Escola Profissional de Tondela cumpre o regulamentado.

4.2 Simulação Dinâmica da Classificação Energética do Edifício

A fim de se obter a Classificação Energética do Edifício foi realizada uma simulação

dinâmica, utilizando a metodologia do RCCTE [DL79, 2006], e do programa utilizado para o

cálculo do IEE.

A simulação dinâmica tem como objectivo representar o funcionamento do edifício, quer

em termos de características físicas (pela caracterização da sua envolvente e do seu equipamento

de climatização), quer considerando a ocupação e o respectivo horário de funcionamento.

Utilizando os perfis nominais, é determinado o IEE [DL79, 2006].

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40

Os perfis nominais determinam as condições padrão que permitem comparar os edifícios,

dado que serão todos simulados para as mesmas condições de referência e nestas condições a

classificação obtida será a mais equilibrada.

A legislação em vigor, quando aplicada em todos os seus requisitos, é mais abrangente do

que a simulação dinâmica, dado que intervêm ao nível da verificação das condições de conforto

térmico e de qualidade do ar interior dos edifícios, nomeadamente pela exigência de caudais de

ar mínimo nos espaços. Exige também características mínimas de qualidade para os

equipamentos a instalar, quer em termos de concepção, quer em instalação ou manutenção dos

mesmos. Ao criar limites máximos para o consumo de energia dos edifícios, implementa

medidas de utilização racional de energia e de utilização de materiais e tecnologias adequados e

economicamente viáveis [DL79, 2006].

Esta legislação surge para dar cumprimento à Directiva Europeia nº2002/91/CE, de 4 de

Janeiro de 2003, relativa ao desempenho energético de edifícios, e que, entre outros requisitos,

impõe a cada estado membro o estabelecimento e actualização periódica de regulamentos para

reduzir o consumo energético dos edifícios novos e reabilitados.

4.2.1 Programa de Simulação

Para edifícios com área útil superior a 1000 m2, o programa utilizado no cálculo do IEE terá

de ser de simulação dinâmica, e, segundo exigências do próprio RSECE [DL80, 2006], cumprir

com a norma ASHRAE 140-2004. Foi neste estudo utilizado o programa DesignBuilder, que é

um interface gráfico para o motor de cálculo EnergyPlus.

O programa de simulação EnergyPlus agrega capacidades e características de dois

programas, o BLAST e o DOE-2.1E. Este simulador calcula as cargas e as respostas de

aquecimento e arrefecimento do sistema bem como de sistemas complementares, como a

iluminação ou as águas quentes sanitárias. Consegue-se, desta forma, uma previsão da

temperatura nos espaços, essencial para o projecto de sistemas de climatização, bem como para a

avaliação de conforto térmico dos ocupantes.

Foram utilizados os dados climáticos da zona de Tondela, que são obtidos a partir do

programa “Solterm”, e que permitem assim uma simulação mais real do edifício.

4.2.2 Dados Nominais

A simulação nominal do edifício é baseada em padrões de referência, de acordo com o

RSECE. Neste caso, foi utilizado o de Estabelecimentos de Ensino, cujos perfis variáveis

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utilizados na simulação dinâmica são de 10 m2/ocupante e 5 W/m2 para equipamentos. A

iluminação é a real, obtida a partir do levantamento de cargas realizado no edifício, onde também

são utilizados os perfis constantes:

Iluminação exterior - 5400 horas de funcionamento;

Cozinha, com 1560 horas de funcionamento; 250 W/m2 para o equipamento e 8

W/m2 para a ventilação.

Os perfis são utilizados para um período de ocupação considerado que vai de 2 de Janeiro a

31 de Julho e de 15 de Setembro a 20 de Dezembro.

Os perfis dinâmicos considerados para efeitos de simulação estão representados nas Fig.4.2,

Fig.4.3 e Fig.4.4.

Percentagem de Ocupação

5

90

100 100 100

90 90

100 100 100

80

10

0

20

40

60

80

100

120

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Horas

Fig.4. 2 - Perfil da densidade de ocupação – dia útil

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42

0 0 0 0 0 0 0 0

15

95100 100

95

80 80

100 100

90

70

15

0 0 0 00

20

40

60

80

100

120

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Fig.4. 3 - Perfil da densidade de iluminação - dia útil

Fig.4. 4 - Perfil da densidade de equipamento - dia útil

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43

4.2.3 Resultados da Simulação

Apresenta-se na Fig.4.5 o modelo computacional gerado pelo programa de simulação para o

edifício.

Fig.4. 5 - Modelo computacional 3D do edifício

Foram realizadas duas simulações considerando dois cenários complementares, um com as

características actuais do edifício e outro considerando as actuais janelas com caixilharia de

madeira substituídas por janelas com caixilharia de alumínio de vidro duplo, com corte térmico.

Na Tabela 4.2 e na Tabela 4.3, são apresentados os consumos nominais dos dois cenários.

Tabela 4. 2 - Consumos Nominais (janelas originais)

Consumos kWh/anoEquipamentos 41687Iluminação 70363Ventiladores 16925Bombas 1283Calor 68994Frio 1Iluminação Exterior 4860AQS 3297Cozinha 24270

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44

Tabela 4. 3 - Consumos Nominais (substituição de janelas)

Consumos kWh/anoEquipamentos 41687Iluminação 70363Ventiladores 16925Bombas 1283Calor 51020Frio 1Iluminação Exterior 4860AQS 3297Cozinha 24270

A Fig.4.6 e a Fig.4.7 apresentam a desagregação de consumos de energia eléctrica (nominal)

no edifício contemplando os dois cenários referidos.

Fig.4. 6 - Desagregação de consumos nominais - configuração actual

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45

Fig.4. 7 - Desagregação de consumos nominais - com substituição de janelas

Através da Fig.4.8 pode-se observar a diferença de consumo em energia proveniente de gás

para aquecimento, comparando o consumo, na configuração actual do edifício (1), com o

consumo estimado após a substituição das actuais janelas com caixilharia de madeira por janelas

com caixilharia de alumínio de vidro duplo (2).

Fig.4. 8 - Consumos anuais com aquecimento

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46

4.2.4 Cálculo do IEE

Com os valores obtidos através da simulação dinâmica, é possível calcular o valor de IEE

nominal do edifício.

Para além dos perfis variáveis utilizados no programa de simulação dinâmica, foram

também considerados os perfis constantes: iluminação exterior - 4.860 kWh; AQS - 3.297 kWh e

cozinha - 24.270 kWh.

Fig.4. 9 - Desagregação do IEE do edifício – Configuração actual

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47

Com os valores apresentados na Fig.4.9, e considerando a configuração actual do edifício,

obtém-se o IEE de 13,00 kgep/m2.ano.

Fig.4. 10 - Desagregação do IEE do edifício – Com substituição de janelas

A Fig.4.10 apresenta a desagregação dos índices de eficiência considerando o cenário da

substituição de janelas, obtendo-se um IEE de 12,69 kgep/m2.ano.

Tabela 4. 4 - Valores referência

IEE SEstabelecimentos de Ensino 15 10

Cozinhas 121 5

O cálculo de IEE e “S” de referência foram obtidos a partir dos valores ponderados das

áreas respectivas e do IEE das duas tipologias (estabelecimentos de ensino e cozinhas) existentes

no edifício, cujos valores de referência se apresentam na Tabela 4.4, tendo-se obtido os valores

de referência para o edifício em estudo: IEE de 16,81 kgep/m2.ano e “S” de 9,91 kgep/m2.ano.

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Fig.4. 11 - Classe energética dependente dos IEE e do “parâmetro S”

Considerando o IEE de referência 16,81 kgep/m2.ano, o IEE nominal 13,00 kgep/m2.ano, o

parâmetro S de 9,91 e os intervalos definidos na Fig.4.11, conclui-se que deve ser atribuído a

este edifício a Classe Energética B, como se mostra na expressão (2).

(2)

Para a configuração do cenário de substituição das janelas de madeira existentes por janelas

de vidro duplo com caixilharia de alumínio, o IEE nominal é de 12,69 kgep/m2.ano, que conduz

à classificação da Classe Energética B, como se mostra na expressão (3).

(3)

Nas duas configurações aplicadas na simulação, utilizando valores nominais de consumo,

meramente indicativos, foi obtida a Classe Energética B para o edifício da Escola Profissional

de Tondela, como se ilustra na Fig.4.12.

16,1400,1368,1125,05,0 min SIEEIEESIEE referênciaalnoreferência

16,1469,1268,1125,05,0 min SIEEIEESIEE referênciaalnoreferência

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49

Fig.4. 12 - Classificação energética do edifício

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5 Medidas de Melhoria do Desempenho Energético

É sempre possível melhorar o desempenho energético de uma instalação eléctrica.

Neste capítulo apresentam-se as medidas de racionalização de consumo identificadas

durante a realização da auditoria e classificadas em medidas sem investimento e medidas com

investimento. A implementação destas medidas contribuirá para uma redução dos consumos

energéticos, respectivos custos e aumentará o desempenho energético das instalações.

5.1 Medidas sem Investimento

Da simulação realizada, com base nos consumos de energia eléctrica, relativos ao ano de

2009, verificou-se ser a actual opção tarifária a mais vantajosa, LU, com as sugestões

complementares exibidas nas Fig.5.1 e Fig.5.2.

Fig. 5. 1 - Sugestão de transferência de consumos

Fig. 5. 2 - Sugestão de transferência de consumos

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Tomando as sugestões resultantes do simulador da ERSE, relativo ao ano de 2009,

admitimos ser possível aplicar uma redução dos consumos de ponta, transferindo para as horas

de vazio 20% do consumo de ponta. Isto pode ser conseguido transferindo o funcionamento de

máquinas de lavar e secar roupa exclusivamente para o período da noite, entre as 00:00 horas e

as 07:30 horas. Esta medida proporcionaria, com dados de 2009 e conseguindo transferir o

volume de consumos sugerido, uma redução de €1.251,00 no valor anual da facturação,

correspondendo a uma poupança de 6,87% no valor da factura.

5.2 Medidas com Investimento

São apresentadas sugestões de intervenção nas instalações com o objectivo de reduzir os

consumos de energia eléctrica. Constituindo a iluminação 37% das cargas eléctricas das

instalações, as medidas propostas passarão, fundamentalmente, pela alteração dos circuitos de

iluminação.

A avaliação das medidas apresentadas é feita tomando em consideração: Custo da

Intervenção; Redução de Custos com Manutenção; Redução Anual de Consumo; Redução de

Custos com Energia; Tempo de Retorno do Investimento e Redução de Emissão de Gases de

Efeito de Estufa.

O custo do equipamento a substituir será, obviamente, objecto de consulta no mercado. O

custo estimado com a execução da alteração será proporcional, percentualmente, ao custo do

equipamento, prática comum na concessão de trabalhos de execução de instalações eléctricas,

nomeadamente na orçamentação e elaboração de caderno de encargos. Os custos com

manutenção têm em consideração a vida útil dos equipamentos.

Uma das características mais influente na menor eficiência energética do edifício, prende-se

com o défice de isolamento térmico da construção. Sendo obviamente impensável uma

intervenção profunda nas características de construção do mesmo, sugere-se no entanto a

substituição de caixilharia de portões e janelas, no sentido de melhorar o isolamento térmico,

ainda que com relevante rendimento no isolamento acústico. Estas medidas tornarão o edifício

mais eficiente, em termos de consumo de energia, melhorando a sua classificação energética e

naturalmente as condições de conforto na utilização. Comportaria esta medida, na totalidade do

edifício, a substituição de 132 janelas de madeira com vidro simples, com um custo médio

unitário de € 350,00. Com a implementação desta medida, estimando o rendimento da caldeira

em 85%, a redução de consumo de gás propano seria de 1595 kg/ano, o que corresponde, a

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preços de 2009, a uma redução de custos, com este combustível, de € 1.701,87. O tempo de

retorno do investimento desta medida seria de 27,15 anos.

5.3 Substituição de Balastros Electromagnéticos por Electrónicos

Os balastros electromagnéticos apresentam consumos significativamente superiores aos

balastros electrónicos. Estes últimos permitem a regulação de fluxo e comando instantâneo como

forma de utilização da iluminação fluorescente, constituindo um meio de eficiência e redução de

consumos na iluminação de descarga.

Sendo a iluminação do edifício constituída na totalidade por luminárias fluorescentes, a

colocação de balastros electrónicos constituirá uma medida importante na diminuição de

consumos de energia. Nos três tipos de armaduras instaladas: 4x18W; 2x36W e 2x51W, com

luminárias TLD T8, poderão ser substituídos os balastros electromagnéticos por electrónicos.

Para a avaliação desta medida, apresentada na Tabela 5.1, foi considerada uma utilização

média diária de 7 horas durante 225 dias por ano.

Tabela 5. 1 – Substituição de Balastros Electromagnéticos por Electrónicos

Armaduras 18 W

Armaduras 36 W

Armaduras58 W

Custo Tecnologia a Instalar (Euro) 160,00 535,00 535,00

Custo da instalação (Euro) 12,80 42,80 42,80

Manutenção anual (Euro) 16,80 56,18 56,18

Redução anual em manutenção (Euro) 0,84 2,81 2,81

Redução anual de consumo (kWh) 806,40 3.033,45 3.876,08

Redução anual de custos (Euro) 103,26 388,07 495,09 TIR - Tempo de retorno do investimento (Anos) 1,7 1,5 1,2Redução de emissão de GEE (kgCO2e/ano) 379,01 1.425,72 1.821,76

Como podemos verificar o tempo de retorno do investimento obtido para os três tipos de

lâmpadas considerado é semelhante, sendo inferior a dois anos.

5.4 Substituição de Lâmpadas TLD por TLD ECO

A substituição das lâmpadas existentes por lâmpadas mais eficientes, sem a substituição das

armaduras, constitui uma opção vantajosa para redução efectiva de consumos de energia

eléctrica. Sugere-se a substituição das luminárias tipo TLD pela equivalente TLD ECO, com

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potência inferior mas mantendo a restituição cromática e rendimento na iluminação. A Tabela

5.2 ilustra a medida de substituição das luminárias de 36 e 58 W, para uma utilização média

diária de 7 horas durante 225 dias por ano.

Tabela 5. 2 – Substituição de TLD por TLD ECO

Lâmpadas 36 W

Lâmpadas 58 W

Custo Tecnologia a Instalar (Euro) 1.819,00 1.904,60

Custo da instalação (Euro) 181,90 190,46

Manutenção anual (Euro) 240,11 251,41

Redução anual em manutenção (Euro) 145,95 134,65

Redução anual de consumo (kWh) 3.389,76 2.966,04

Redução anual de custos (Euro) 563,51 500,01 TIR - Tempo de retorno do investimento (Anos) 3,6 4,2

Redução de emissão de GEE (kgCO2e/ano) 1.593 1.394

Como se verifica, quer o investimento quer o tempo de retorno desse investimento são

menores para a substituição das lâmpadas de 36 W.

5.5 Substituição de Lâmpadas T8 por T5

É possível, pela oferta no mercado de equipamento de lâmpadas fluorescentes T5 com

adaptador, a substituição directa de lâmpadas T8 por lâmpadas T5. Esta substituição evita custos

de modificação da estrutura ao nível das armaduras e constitui uma medida viável de redução de

consumos, como se mostra na Tabela 5.3.

Tabela 5. 3 – Substituição de T8 por T5 com adaptador

Lâmpadas 18 W

Lâmpadas36 W

Lâmpadas 58 W

Custo Tecnologia a Instalar (Euro) 1.254,40 2.782,00 4.237,20 Custo da instalação (Euro) 250,88 556,40 847,44 Manutenção anual (Euro) 98,78 219,08 333,68 Redução anual em manutenção (Euro) 40,32 104,49 3,37 Redução anual de consumo (kWh) 1.411,20 3.707,55 7.752,15Redução anual de custos (Euro) 219,55 575,36 987,93 TIR - Tempo de retorno do investimento (Anos) 6,9 5,8 5,1Redução de emissão de GEE (kgCO2e/ano) 663,26 1.742,55 3.643,51

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Foi considerada a substituição de lâmpadas T8 por T5 para as potências de 18, 36 e 58 W. O

tempo de retorno do investimento para qualquer uma das potências consideradas é superior a

cinco anos.

5.5.1 Intervenção na Iluminação Exterior

Na área envolvente do edifício existem 6 pontos de luz com armadura equipada com

lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão de 150 W. O funcionamento anual médio destas

luminárias é de 9 horas por dia, nos 365 dias do ano.

Sugerem-se duas possibilidades de intervenção: Substituição por luminária LED de 80 W,

com a necessária substituição do conjunto armadura, luminária e “driver” e a substituição

exclusiva da lâmpada por lâmpadas de iodetos metálicos de 100 W, sem a necessidade de

substituir armadura e reactância. Na Tabela 5.4 apresenta-se a avaliação das duas medidas

relativas à intervenção na iluminação exterior.

Tabela 5. 4 – Intervenção na Iluminação Exterior

Urbanled Iodetos Metálicos Custo Tecnologia a Instalar (Euro) 1.740,00 420,00 Custo da instalação (Euro) 348,00 42,00 Manutenção anual (Euro) 95,27 43,12 Redução anual em manutenção (Euro) 23,00 16,01 Redução anual de consumo (kWh) 1.379,70 985,50Redução anual de custos (Euro) 192,95 137,41 TIR - Tempo de retorno do investimento (Anos) 10,8 3,4Redução de emissão de GEE (kgCO2e/ano) 648 463

5.6 Substituição de Lâmpadas de Vapor de Mercúrio

O pavilhão desportivo da Escola, anteriormente oficina de mecânica, possui iluminação de

vapor de mercúrio de 400 W em 6 armaduras colocadas a uma altura de 8,5 m do solo. Estando

esta tecnologia a ser obrigatoriamente descontinuada, sugere-se a substituição das luminárias

sem remoção das armaduras, por lâmpadas de iodetos metálicos de 250 W, com uma potência

suficiente para iluminar o espaço de utilização para a actividade desenvolvida. Estima-se que o

pavilhão seja utilizado com recurso à iluminação artificial durante 6 horas diárias em 225 dias no

ano. Apresenta-se na Tabela 5.5 a avaliação da medida de alteração a executar.

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Tabela 5. 5 – Substituição de Luminárias de Vapor de Mercúrio

Iodetos MetálicosCusto Tecnologia a Instalar (Euro) 318,00 Custo da instalação (Euro) 31,80 Manutenção anual (Euro) 33,02 Redução anual em manutenção (Euro) 0,73 Redução anual de consumo (kWh) 1.215,00Redução anual de custos (Euro) 150,39 TIR - Tempo de retorno do investimento (Anos) 2,3Redução de emissão de GEE (kgCO2e/ano) 571

5.6.1 Quadro Resumo das Medidas com Investimento

No quadro da Tabela 5.6 apresenta-se um resumo das medidas de racionalização de

consumos analisadas e que podem vir a ser implementadas no edifício.

Tabela 5. 6 – Quadro Resumo das Medidas

Oportunidades de Racionalização de Consumos

Investimento(€)

Redução €/ano

"Payback" (Anos)

Redução kWh/ano

Redução GEE (kgCO2e/ano)

Substituição de Balastros 18 W 172,80 103,26 1,7 806,40 379,01Substituição de Balastros 36 W 577,80 388,07 1,5 3.033,45 1.425,72Substituição de Balastros 58 W 577,80 495,09 1,2 3.876,08 1.821,76Substituição de TLD 36 por ECO 2.000,90 563,51 3,6 3.389,76 1.593,00Substituição de TLD 58 por ECO 2.095,06 500,01 4,2 2.966,04 1.394,00Substituição de 18 por T5 1.505,28 219,55 6,9 1.411,20 663,26Substituição de 36 por T5 3.338,40 575,36 5,8 3.707,55 1.742,55Substituição de 58 por T5 5.084,64 987,93 5,1 7.752,15 3.643,51Iluminação Exterior LED 2.124,00 192,95 10,8 1.379,70 648,00Iluminação Exterior I. M. 442,00 137,41 3,4 985,50 463,00Substituição Vapor de Mercúrio 349,80 150,39 2,3 1.215,00 571,00

Considerando as medidas que envolvem a substituição das lâmpadas actuais de 36 e 58 W

pelas equivalentes lâmpadas ECO e a substituição da iluminação exterior por lâmpadas de

iodetos metálicos (por serem as medidas que apresentam um investimento e um tempo de retorno

do investimento mais baixos), a substituição de balastros ferromagnéticos por balastros

electrónicos e a substituição de luminárias permitiria, no seu conjunto, uma redução de consumo

anual de energia eléctrica de 15.057,23 kWh, correspondendo a uma redução de emissão de

Gases de Efeito de Estufa de 7.076,49 kgCO2e/ano.

As medidas de intervenção sugeridas, como oportunidades de racionalização de consumos

em iluminação, podem ser enquadradas no Plano Nacional de Acção para a Eficiência

Energética, [PNAEE 2015], Tem também enquadramento no programa sectorial “Residencial e

Serviços” que consigna sistemas de eficiência energética nos edifícios, e que proporciona

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medidas de financiamento de programas de troca de lâmpadas e desincentivo à instalação de

balastros electromagnéticos.

Podem ainda ser inseridas no Plano de Promoção da Eficiência no Consumo, [PPEC 2011],

estabelecido pela ERSE, o regulamento tarifário do sector eléctrico que tem como objectivo a

implementação de medidas que visam a adopção de hábitos de consumo e de equipamentos mais

eficientes por parte dos consumidores de energia eléctrica. A Instituição, de forma isolada, não

poderá propor qualquer plano de promoção da eficiência no consumo, podendo, no entanto, fazê-

lo em parceria com entidades promotoras com as quais directamente se relaciona: Município,

Associação Empresarial e Empresa distribuidora de energia.

Também estabelece o PNAEE, no sector “Residencial e Serviços”, medidas a executar no

parque de edifícios a necessitar de remodelação, a medida “Janela Eficiente” que institui

incentivo à instalação de janelas eficientes (vidro duplo com corte térmico) e colocação de

isolamentos.

5.7 Outras Medidas de Intervenção

Nos espaços de circulação e instalações sanitárias, poderão ser instalados dispositivos de

comando automático por detecção de presença, evitando a colocação em serviço de cargas de

iluminação sem necessidade de utilização. Como a iluminação é do tipo fluorescente, esta

medida necessita de instalação de balastros electrónicos nas luminárias.

Não sendo estudado o impacto económico da medida, sugere-se também neste ponto, a

instalação de válvulas temporizadas nos lavatórios de todas as instalações sanitárias e duche, no

sentido de evitar desperdício de água.

Sendo o edifício frequentado diariamente por considerável número de utilizadores e

utilizando as instalações sanitárias a água da rede pública, será de considerar a instalação de um

reservatório de aproveitamento de águas pluviais para utilizações sanitárias.

Será também de ponderar a instalação de um comando automático temporizado de corte de

alimentação dos circuitos com cargas susceptíveis de permanecer em modo de espera. O hábito

de não desligar equipamentos pode, no caso da instituição em estudo, reflectir grande quantidade

de receptores e períodos longos em modo de espera, que se reflectirá em consumos

desnecessários.

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58

5.8 Sugestões de Alteração de Utilização das Instalações

A Escola é por definição, um dos pilares estruturantes da sociedade, enquanto agente de

promoção da cidadania, do conhecimento e da valorização individual e comum de uma

comunidade.

A educação ambiental e preocupação com a energia e recursos do planeta devem constituir

valores da sociedade civil, pois só assim será também uma prioridade de decisores e agentes da

gestão do bem público.

Antes de determinar e sugerir intervenções que conduzam a efectiva redução de consumos e

racionalização com vista à melhoria da eficiência energética, foi entretanto implementada uma

medida de sensibilização para o controlo das cargas desnecessárias eventualmente ligadas sem

utilização de potência e com reflexo, ainda que habitualmente considerado irrelevante, no

consumo global da instalação.

Foram já publicitados, aos utilizadores das instalações, pequenos hábitos considerados

importantes na racionalização de consumos de energia, como forma de sensibilização para a

importância de cuidados de rotina que se poderão revestir de particular incidência na possível

racionalização de custos inerentes à utilização de energia. Da comunidade escolar fazem parte

vários agentes que em conjunto constituem a base de funcionamento de uma instituição de

educação. É óbvio e assumido que o centro da estratégia de operacionalidade e rentabilidade do

trabalho desenvolvido é o aluno enquanto indivíduo e enquanto utente de um serviço que, com

particularidades específicas, se pretende rentável e cumpridor nos seus objectivos fundamentais:

Educar; Formar; Instruir. A acção, cujo efeito se pretenda reflectir exclusivamente na economia

de recursos, deverá começar a ser trabalhada pelos responsáveis de gestão e direcção,

repercutindo-se posteriormente nos diversos utilizadores dos espaços. Quando se trata de

objectivos comuns em defesa de uma causa pública, a implementação da prática deve ser

assumida e implementada por todos.

Tratando-se de um estabelecimento de ensino, onde os espaços são habitualmente utilizados

por vários agentes durante um só dia de funcionamento, serão colocados folhetos informativos

nas portas dos espaços mais utilizados.

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59

Fig.5. 3 - Exemplo Folheto Sensibilização

Na Fig.5.3, é apresentado um exemplar da brochura informativa colocada no plano interior

das portas das salas de aula, laboratórios e espaços de utilização comum em actividade lectiva ou

administrativa, como forma de sensibilização para a alteração de comportamentos conducentes à

redução de consumos desnecessários de energia eléctricas.

Fig.5. 4 – Exemplo Folheto de Sensibilização

A Fig.5.4 ilustra a acção complementar e integrada na sensibilização, exemplo das

brochuras colocadas no plano exterior das portas como “interrogação de confirmação” no acto de

saída do espaço utilizado.

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6 Conclusões

Este projecto, cujos objectivos comportaram componente técnica e académica permitiu o

enriquecimento pessoal e profissional do seu autor nas vertentes do conhecimento e experiencia,

dificilmente alcançáveis sem a sua concretização.

O trabalho desenvolvido, para além do objectivo académico a que fundamentalmente se

destina, influenciou também a abordagem dos responsáveis da instituição e dos seus utentes, aos

problemas da energia e sua utilização, com preocupações de eficiência e sustentabilidade.

Isto ficou comprovado através da decisão dos órgãos executivos em diminuir a factura

energética e a sensibilização dos utilizadores das instalações para este objectivo.

Para a realização deste trabalho, Auditoria Energética às Instalações da Escola Profissional

de Tondela, foi efectuado o levantamento das condições de utilização da energia, com vista à

detecção de oportunidades de racionalização de consumos, através de medidas de intervenção

executáveis e economicamente viáveis em concordância com a dimensão e natureza da

instituição que utiliza o edificio, realizando-se:

Caracterização dos consumos de energia eléctrica, através da análise de facturação

relativa ao ano de 2009, possibilitando confirmar que a opção tarifária contratada é a

mais vantajosa e que é possível distribuir consumos por períodos horários mais

económicos;

Levantamento das características dos equipamentos receptores de energia eléctrica,

desagregando a sua contribuição para o consumo segundo a sua localização e

utilização;

Monitorização dos quadros eléctricos considerados significativos, com o objectivo

de interpretar os comportamentos em termos de consumo de energia eléctrica, e

analisar a sua incidência no consumo total de energia do edifício;

Determinação dos Indicadores de Eficiência Energética, IEE, com o objectivo de

obter a classificação energética do edifício;

Identificação de Oportunidades de Racionalização de Consumos, com e sem

investimento.

Relativamente ao consumo energético do edifício, com base na facturação de energia

relativa ao ano de 2009, este apresenta um consumo de 143.444,00 kWh de energia eléctrica e

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9.340,00 kg de gás propano, o que corresponde a um consumo total, em termos de energia

primária de 52.246,51 kgep.

Do consumo total de energia eléctrica, considerando a configuração dos circuitos de

utilização, 37% correspondem a alimentação de cargas de iluminação e 41% a receptores de

informática (computadores, monitores, servidores). Os servidores serão naturalmente de

funcionamento permanente, os computadores e respectivos monitores terão um coeficiente de

simultaneidade na utilização consideravelmente reduzido, em função das actividades de

formação que decorrem nos respectivos espaços onde se encontram instalados. São, no entanto,

equipamentos susceptíveis de, por procedimentos de utilização, consumirem energia quando não

utilizados e permanecendo em modo de espera. Tornar mais eficiente o consumo de energia

destes equipamentos, poderá passar pela implementação de procedimentos de utilização ou de

comando automático no sentido de evitar o prolongado funcionamento em modo de espera.

A iluminação dos espaços interiores do edifício, pelo valor relativo à carga eléctrica total e

pelo grau de utilização inerente à actividade desenvolvida, constitui um consumo de energia

particularmente significativo. As medidas de intervenção sugeridas para a iluminação, têm

relevante significado no desempenho energético do edifício estudado.

A implementação de todas as medidas analisadas para a iluminação (com a selecção das

medidas que apresentam um investimento e um tempo de retorno do investimento mais baixos),

traduzir-se-ia numa redução anual de consumo de energia eléctrica de 15.057,23 kWh,

correspondendo a uma redução de emissão de Gases de Efeito de Estufa de 7.076,49

kgCO2e/ano.

Do comando automático da iluminação dos espaços de circulação e instalações sanitárias,

através de detectores de movimento, poderá resultar uma redução de consumo de energia

eléctrica. Embora de difícil quantificação, a implementação desta medida, sem órgãos de

comando acessíveis aos utilizadores, é também importante em termos comportamentais, dado o

carácter da utilização dos espaços.

Os consumos de água potável da rede de pública de distribuição deverão ser optimizados

através da substituição de válvulas com regulação de caudal e tempo de abertura, nos lavatórios e

duches, proporcionando redução nos consumos desnecessários, não alterando condições de

conforto aos utilizadores. O número de utilizadores do edifício poderá justificar no futuro, como

sugerido nas medidas de intervenção apresentadas, a alteração da rede de água para saneamento,

instalando sistema de aproveitamento de águas pluviais na utilização das instalações sanitárias.

As características de construção condicionam a eficiência energética do edifício,

particularmente ao nível do isolamento térmico, reflectindo-se concretamente no consumo de gás

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propano para aquecimento. A substituição das actuais janelas de madeira por alumínio com vidro

duplo de corte térmico conduziria à redução de consumo de gás propano de 1595 kg/ano.

Na possibilidade da implementação das medidas de racionalização de consumos indicadas,

deve a Escola Profissional de Tondela, proceder no sentido de avaliar o seu impacto nos

consumos energéticos e na classe energética do edifício.

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Referências

[BCSD Portugal, 2010] – “Eficiencia Energética em Edificios. Realidades Empresariais e Oportunidades. “Relatório Sintese. www.bcsdportugal.org, (2010)

[Cardoso, 2008] - “Auditoria Energética ao Instituto Pedro Hispano”, David Cardoso e Pedro Cardoso, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, Departamento de Engenharia Electrotécnica.

[DL71, 2008] - DL71/2008 de 15 de Abril, “Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia”, Diário da República, I Série-A. Nº74, p. 2222-2226.

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66

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Anexos

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Anexo I Plantas do Edifício

Anexo II Esquemas Quadros Eléctricos

Anexo III Diagramas de Carga

Anexo IV Folhetos de Sensibilização

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Anexo I

Plantas do Edifício

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Anexo II

Esquemas dos quadros eléctricos

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V 3x16+10+T

V 4x6+T

V 3x25+16+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

V 3x25+16+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

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V 2x1,5+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

V 2x2,5+T

V 2x1,5+T

V 2x1,5+T

V 2x1,5+T

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VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 4x10+T

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VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 4x4+T

VV 4x6+T

VV 4x4+T

VV 4x4+T

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Vv 2x2,5+T

Vv 2x2,5+T

Vv 2x2,5+T

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VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

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V 4x6+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

V 3x16+10+T

V 3x2,5+T

V 3x16+10+T

V 3x2,5+T

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VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

V 3x16+10+T

V 3x16+10+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

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VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

VV 4X4+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

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VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 4X4+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

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VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

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VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

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VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x1,5+T

VV 2x2,5+T

VV 2x1,5+T

VV 4X6+T

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Anexo III

Diagramas de carga

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0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

Diagrama de Carga QGE - Setembro 2010

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

Diagrama de Carga QGE - Sábado

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0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

QGE - Diagrama de Carga - Domingo

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

QGE - Setembro - Cargas Separadas

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Julho

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

QGE - Diagrama de Carga - Média semanal

0

5000

10000

15000

20000

25000

W1

W2

W3

W Total

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0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

Média Sexta a Terça (Julho)

0

5000

10000

15000

20000

25000

Diagrama de Carga - Julho

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0

5000

10000

15000

20000

25000

QP 6 - Diagrama de Carga - Média Semanal

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

QP 6 - Diagrama de Carga - Segunda - Feira

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0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

Comp_3.ª Feira - Reactiva - 24 Horas - QP 6 (Norte)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

QP 6 - Diagrama de Carga Domingo

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0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

QP 6 - Diagrama de Carga Sábado

0

5000

10000

15000

20000

25000

QP 6 - Diagrama de Carga Sexta - Feira

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0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

QP 6 - Diagrama de Carga Quinta - Feira

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

QP 6 - Diagrama de Carga Quarta-Feira

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0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

QP 2 - Diagrama de Carga - Terça - Feira

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Equilibrio de Fases

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0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

Diagrama de Carga - Cozinha e Refeitório

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

Potência Reactiva - Cozinha e Refeitório

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0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Diagrama de Carga - Lavandaria - 24 Horas

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Equilibrio de Fases - Alojamento (24 Horas)

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0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Diagrama de Carga - Alojamento - 24 Horas

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Anexo IV

Folhetos de Sensibilização

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