Filosofia 2º bimestre -2ª série - viver e conviver

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1 2ª SÉRIE 2º BIMESTRE - EIXO TEMÁTICO: O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE VIVER E CONVIVER Viver não é nada fácil, cada um de nós possui nossas crenças, valores, interesses, diversos problemas e diversas dificuldades, que nos tornam um ser único. Somente a própria pessoa pode avaliar as suas razões para conduzir a vida da maneira que conduz. Acredita-se que quando o ser humano inventou essa coisa de viver em grupos, tenha sido para somar esforços em prol de um objetivo comum. Mas ele se deparou com o problema das diferenças individuais. Diferentes vontades, diferentes atitudes, deferentes opiniões, diferentes idéias, diferentes gostos. Descobriram-se então diferentes em quase todas as coisas. Então como fazer para dar certo essa vida em grupo que, se por um lado nos proporciona maior segurança, maior economia, nos possibilita travar conhecimento, aprender um com outro e nos ensina que cooperando fica mais fácil atingir nossos objetivos. Faz-se então, necessária a instituição de normas de conduta, leis e regulamentos que limitassem ou possibilitassem atitudes a todos, de forma que fosse mantida a individualidade de cada um. Descobriu-se, então que a vida em grupo poderia se tornar algo bastante prático e eficiente se fossem respeitadas as regras de convivência. Se organizado, o grupo pode fazer de seu convívio um aliado diante das dificuldades e perigos que o mundo representa. Valéria Achilles (2002) em www.paralerepensar.com.br A arte de viver e conviver: No meio do barulho e da agitação, caminhe tranquilo, pensando na paz que pode encontrar no silêncio. Procure viver em harmonia com as pessoas que estão à sua volta, sem perder a sua dignidade. Fale a sua verdade, clara e tranquilamente. Escute a verdade dos outros, eles também têm a sua própria história. Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito. Não se compare com os outros, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a si próprio: isso torna-o superficial e amargo. Viva intensamente os seus ideais e o que já conseguiu realizar. Mantenha o interesse no seu trabalho, por mais humilde que seja: ele é um verdadeiro tesouro na contínua mudança dos tempos. Seja prudente em tudo que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas. Mas não ignore o bem que sempre existirá. Há muita gente lutando por causas nobres. Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo. Assuma-se e sobretudo não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira. Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude. Cultive a força do espírito e estará preparado para enfrentar as surpresas da sorte quando ela for adversa. Não se desespere com os perigos imaginários: muitos medos têm a sua origem no cansaço e na solidão. A par de uma saudável disciplina, conserve, para consigo mesmo, uma imensa bondade. Somos filhos do Universo, irmãos das estrelas e das árvores, merecemos estar aqui.

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2ª SÉRIE – 2º BIMESTRE - EIXO TEMÁTICO: O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE

VIVER E CONVIVER

Viver não é nada fácil, cada um de nós possui nossas crenças, valores, interesses, diversos problemas e diversas

dificuldades, que nos tornam um ser único. Somente a própria pessoa pode avaliar as suas razões para conduzir a vida

da maneira que conduz. Acredita-se que quando o ser humano inventou essa coisa de viver em grupos, tenha sido para

somar esforços em prol de um objetivo comum. Mas ele se deparou com o problema das diferenças individuais.

Diferentes vontades, diferentes atitudes, deferentes opiniões, diferentes idéias, diferentes gostos. Descobriram-se então

diferentes em quase todas as coisas. Então como fazer para dar certo essa vida em grupo que, se por um lado nos

proporciona maior segurança, maior economia, nos possibilita travar conhecimento, aprender um com outro e nos

ensina que cooperando fica mais fácil atingir nossos objetivos. Faz-se então, necessária a instituição de normas de

conduta, leis e regulamentos que limitassem ou possibilitassem atitudes a todos, de forma que fosse mantida a

individualidade de cada um. Descobriu-se, então que a vida em grupo poderia se tornar algo bastante prático e eficiente se fossem respeitadas as regras de convivência. Se organizado, o grupo pode fazer de seu convívio um aliado diante das

dificuldades e perigos que o mundo representa.

Valéria Achilles (2002) em www.paralerepensar.com.br

A arte de viver e conviver:

No meio do barulho e da agitação, caminhe tranquilo, pensando na paz que pode encontrar no silêncio.

Procure viver em harmonia com as pessoas que estão à sua volta, sem perder a sua dignidade.

Fale a sua verdade, clara e tranquilamente.

Escute a verdade dos outros, eles também têm a sua própria história.

Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito.

Não se compare com os outros, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a si próprio: isso torna-o superficial e

amargo.

Viva intensamente os seus ideais e o que já conseguiu realizar.

Mantenha o interesse no seu trabalho, por mais humilde que seja: ele é um verdadeiro tesouro na contínua mudança dos

tempos.

Seja prudente em tudo que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas.

Mas não ignore o bem que sempre existirá.

Há muita gente lutando por causas nobres. Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.

Assuma-se e sobretudo não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira.

Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.

Cultive a força do espírito e estará preparado para enfrentar as surpresas da sorte quando ela for adversa.

Não se desespere com os perigos imaginários: muitos medos têm a sua origem no cansaço e na solidão.

A par de uma saudável disciplina, conserve, para consigo mesmo, uma imensa bondade.

Somos filhos do Universo, irmãos das estrelas e das árvores, merecemos estar aqui.

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Mesmo se não conseguir entender esta verdade, a terra e o Universo continuarão a cumprir o seu destino.

Procure estar em paz com DEUS, seja qual for o nome que lhe der.

No meio dos seus trabalhos e aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do ser, a harmonia

e a paz.

Apesar de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.

Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade.

www.fontedeluz.com.br

INDIVÍDUO E SOCIEDADE

A vida em sociedade sempre e originaria de problemas, onde os indivíduos têm que ter a capacidade de administrar os

conflitos próprios e os sociais, bem como saber lhe dar com as frustrações e sonhos. A grande questão é que o

problema, dentro de uma sociedade sempre se renova, como os problemas são originados nos seres sociais e como todo

ser social é transitório e mutável, é lógico que os problemas dentro de uma sociedade também sejam móveis e se

renovem a cada momento em um constante vim a Ser heracletiano, as crises , mesmo sendo colocadas de forma

repetitivas , dá ao indivíduo a idéia que é sempre a mesma , que é uma repetição, uma reinvenção incessante da roda,

mas toda crise é nova e tem sua própria dinâmica, e só uma mente aberta e fresca é capaz de perceber o dinamismo das

crises sociais.

O que podemos mencionar a partir desta colocação é que a sociedade é fruto das intenções internas são individuais de

cada ser social, que os conflitos e lutas de cada Ser, são desencadeados e se desenrolam no campo de batalha que se

chama sociedade, a sociedade é fruto destes conflitos individuais, sem os conflitos e sonhos dos indivíduos qualquer

sociedade está fadada ao esquecimento e ao fracasso. Todos os grandes impérios quando alcançaram o máximo que

buscavam , quando as necessidades de seus SERES SOCIAIS, já estavam, plenamente satisfeita , onde os indivíduos

não precisavam mais se preocuparem com sua sobrevivência , a sociedade se tornou estática e sem dinamismo social.

Levando estes grupos ao total esquecimento e destruição, podemos dizer que temos aqui um argumento plausível sobre

a ascensão, apogeu e queda dos grandes grupos sociais. O que nos leva a outro ponto de vista, a sociedade não cria o

indivíduo ou molda este, na verdade o comportamento do indivíduo é que molda uma sociedade, uma sociedade é fruto

de comportamentos individuais, de sonhos decepções de seus indivíduos, por exemplo, a ascensão de Hitler ao poder na

Alemanha, levou toda uma nação a se comportar mediante seu comportamento individual, um único homem, com seus

sonhos, loucura e frustrações moldaram uma realidade social que encaixasse em seu sonho de poder, de sociedade, e até

de indivíduo, mas não só Hitler, a história está cheia de exemplos, Jesus, Maomé, Napoleão Bonaparte, Sócrates e

Alexandre o grande, são exemplos de que o comportamento do indivíduo pode determinar o estado social de um grupo,

ou até mesmo de uma nação, o mundo seria fruto de nossos próprios pensamentos, um indivíduo que seu interior é um

local de conflito, sofrimento e desesperança, não existe nenhum lugar na terra que fará ele enxergar um paraíso, ele

reproduz no mundo exterior nada mais nada menos que seu mundo interior, antes de sermos afetado pela sociedade

somos afetados por nos mesmo.

Sabemos sobre tudo que o homem vive em uma preocupação perpétua, estamos apenas sobrevivendo neste inferno

dantesco e não é difícil notar estas verdades , estamos sempre preocupados com nossas dívidas , buscando adquirir mais

conforto, mais amor, mais beleza, nosso trabalho, o que nos lança a um presente perpétuo, não estamos vivendo no

presente, mas estamos sempre vivendo ou no passado, ou no futuro, a sociedade de consumo que vivemos nos levou a

esta loucura, a este presente perpétuo, estamos sempre buscando algo que nunca iremos atingir, principalmente nós que

vivemos na era do avanço tecnológico, nunca teremos uma paz. Pois invertemos a lógica que por séculos moveu a

humanidade, aparecendo a nescessidade se cria o produto, nos dias de hoje é o contrário, crie o produto e depois

estimule o desejo, a nescessidade não é importante, se olharmos em nossas casas veremos que 80% do que acumulamos

foi fruto de nossa insatisfação temporária com nos mesmo.

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Podemos nos perguntar: se as sociedades socialistas que pregavam que todos os indivíduos devem ter seus desejos

igualmente atendidos, por que não deram certo? Por um motivo simples, os socialistas poderiam entender muito bem de

economia e política, mas não entediam nada de psicologia humana, pois desde que o mundo é mundo, sabemos que o

que move um grupo social e o que grande parte das religiões tentam apagar no ser humano, ou seja, o nosso traço de

inveja. Qualquer um que tiver um pouco de atenção com o comportamento humano verá que o que move a sociedade e

a inveja, em qualquer grupo social a inveja é o motor de evolução, em uma igreja, no trabalho, no amor, no esporte, o

que todos estão querendo? Chegar aonde o outro chegou, tomar o que o outro conquistou, possuir um objeto melhor que

o de seu oponente, obter uma perfeição estética melhor que o outro. Mas isto é importante em qualquer sociedade, sem

a inveja o indivíduo se torna estático e sem vida, consequentemente a sociedade se torna apática e esta fadada ao

fracasso, estimular a inveja nos indivíduos em um grau saudável e importante e fundamental para qualquer grupo social.

Pois, sem a inveja os indivíduos deixam de ser criativos, deixam de buscar a suas próprias superações se dão por

satisfeito com sua situação atual, a inveja e que leva o indivíduo a superar suas limitações, e que faz nascer sistemas

políticos e ideológicos, religiosos e econômicos. O que acontece quando deixamos de ser criativos? A sociedade passa a

ser formada por indivíduos copistas, passamos a copiar outros indivíduos que já copiaram de outros tantos, desta forma

a originalidade morre a criatividade desaparece, pois ao copiar não somos nada nem ninguém este é um fenômeno que

denominasse mimetismo, uma sociedade mimética em breve deixara de ser uma sociedade para ser apenas um

aglomerado de pessoas. Mas, vale ressaltar que uma pequena dose de imitação é importante quando se trata de

pequenos grupos sociais, por exemplo, a família, formamos nosso caráter nossos valores imitando os membros de nossa

família, um grupo religioso só tem coerção devido o fenômeno mimético, o que prova que o mimetismo só é fatalístico

para a grande sociedade, mas é fundamental aos pequenos grupos sociais.

A grande característica das sociedades miméticas é a velocidade que as crises surgem, o homem moderno cria o

problema e depois se pergunta o que fazer com ele, por exemplo, criamos o automóvel, nos tornamos homens sapiens

motorizados, e não paramos para pensar que ao ver um indivíduo andar de carro o outro também quis, e o próximo

também se achou no direito de ter um automóvel, e o mimetismo foi sendo reproduzido socialmente, agora estamos

diante dos problemas ambientais provocado em parte pela queima dos combustíveis fósseis, e não sabemos como

resolver esta crise. O problema e que nossas ações diante de uma crise são determinadas pela nossa ideologia, pelas

nossas crenças, um homem que foi criado dentro dos valores materialistas economicista, não estará preocupado com a

questão ambiental, ai esta a prova que o indivíduo age sobre a sociedade, que o eu do indivíduo em certas questões é

mais forte que o eu da sociedade, milhares de seres humanos são reféns dos conflitos e desejos de um pequeno grupo de

homens animais. Esta realidade nos leva a uma questão fundamental, por que existe dinstiçao de homem – homem? Por

que sou alemão, e ele italiano? Por que sou europeu e ele africano? Por que nos fomos os únicos animais que criamos

distinções entre nos mesmo? Esta divisão é que tem levado o homem a guerras e mortes, pois se sou europeu ou norte

americano tenho o direito divino de poluir de conquistar de fazer matanças legalizadas, mas se sou sul americano ou

africano tenho o direito divino de aceitar os desígnios dos escolhidos de deus. A sociedade está cega , estes valores

ideológicos são errados, são inexistentes, pois um indivíduo maduro e de mente aberta perceberá que antes de todos

estes títulos devemos respeitar o título de ser humano, uma vez que americano, brasileiro , católico, mulçumano, judeu

ou árabe, são apenas títulos ideológicos que tem levado o homem a guerras e mortes, precisamos repensar esta divisão

de homem – homem, ou aprendemos a viver todos como irmão ou morreremos todos juntos como animais, a divisão

leva a conflitos.

As questões levantadas no texto nos levam a perguntar será que o indivíduo é mesmo determinante na sociedade? Sim

podemos dizer que sim, o grande problema e que os indivíduos vivem no campo do IDEAL e esquecem de viver no

campo do REAL, nossa realidade só pode ser alterada quando tomamos consciência de nossa vida verdadeira, quando

criamos um diálogo com nos mesmo, quando temos o que Sócrates chamou de auto cuidado, quando nos tornamos

responsáveis por nos mesmo quando assumimos o destino de nossas vidas em nossa própria mão, quando somos

capazes de pensar por nos mesmo, e não pensar a partir do pensamento de outro indivíduo, líderes são importante em

uma sociedade, mas o líder mais importante somos nós mesmos, só quando obtemos vitórias sobre nós mesmo é que

somos grandes e que somos heróis. O início e o fim está em nos mesmo, buscar coisas e sentimentos fora , nos leva a

ilusão, a solidão e ao sofrimento.

Palestra de Krishnamurti realizada em Ojai, Califórnia, EUA, 1944

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O Ser Humano como Ser Social

O homem sempre viveu em grupos, se realizamos uma pesquisa sobre a história humana desde os tempos mais remotos,

verificaremos esta proposição. É a vida em grupo que transforma o animal homem em um ser humano. Sem contato

com o grupo social, o homem dificilmente pode desenvolver as características que chamamos humanas.

Conseqüentemente, podemos afirmar que o grupo social, a sociedade, precede o indivíduo, sendo o ser humano um

produto da interação social.

Seja por um ou por outro motivo, pode-se dizer que a socialização é um processo de aprendizagem, ou mais

precisamente: “SOCIALIZAÇÃO, que é o processo pelo qual, ao logo da vida, a pessoa aprende e interioriza os

elementos socioculturais de seu meio, integrando-os na estrutura de sua personalidade sob influência de experiências e

agentes sociais significativos, e adaptando-se assim ao ambiente social em que vive” (Lakatos apud Bernardes, 1995)

A IMPOSIÇÃO SOCIAL SOBRE O INDIVÍDUO

A grosso modo, a interação social é a ação recíproca de idéias, atos ou sentimentos entre pessoas, entre grupos ou entre

pessoas e grupos. A base de toda vida social é a interação social. A interação implica modificações do comportamento

das pessoas ou grupos que dela participam. Sendo ela responsável pela socialização dos indivíduos e também pela

formação da personalidade. Para que a interação social se processe é necessário que haja contato social entre os

indivíduos. O simples contato físico não basta. Importante é que como resultado desse contato e da comunicação que se

estabelece entre eles, ocorre uma modificação de comportamento das pessoas envolvidas.

As diferentes formas que a interação social pode assumir nós denominamos de relação social. Que podem ser de vários

tipos: culturais, econômicas, religiosas, políticas, pedagógicas, familiares e etc.

Os processos sociais são as interações repetitivas de padrões de comportamento comumente encontrados na vida social.

São maneiras diversas que os indivíduos e/ou os grupos se relacionam. Os principais processos sociais básicos são:

Cooperação: que consiste sempre numa ação comum para realizar determinado fim. É uma forma de interação, em que

diferentes indivíduos e/ou grupos trabalham juntos para um fim comum. A divisão do trabalho é uma forma importante

de cooperação, e pressupõe que cada indivíduo e/ou grupo realiza um trabalho diferente para manutenção da sociedade.

Competição: é um processo social que ocorre com os indivíduos e/ou grupo social, e que consiste na disputa consciente

ou inconsciente por determinado objetivo ou por bens e vantagens sociais limitadas em número e oportunidade (bens

escassos). Na sociedade vigente – a capitalista – os indivíduos são estimulados a competir em todas as suas atividades,

seja na família, na escola, no emprego, no lazer e etc. Entretanto, quando a competição se torna altamente consciente, e

há hostilidade deliberada, a mesma se torna rivalidade. Da rivalidade pode ser gerado o conflito.

Conflito: é um processo pelo qual indivíduo(s) e/ou grupos procuram recompensas pela eliminação ou enfraquecimento

dos competidores. Na sua forma mais extrema o conflito leva à eliminação total dos oponentes. Os indivíduos e/ou

grupos em conflito têm consciência de suas divergências, existindo entre eles rivalidade, crítica fortemente carregada de

emoção, muitas vezes o ódio e apresentam como primeiro impulso a destruição do adversário.

Acomodação: é um processo pelo qual o individuo e/ou grupo se ajustam a uma situação conflitiva sem terem admitido

mudança importantes nos motivos que deram origem ao conflito. Consiste em criar acordos temporários entre os

oponentes. A acomodação pode ter vida curta ou pendurar durante séculos. Na realidade a acomodação só encobre ou

provoca a diminuição do conflito, não o elimina. Somente com a assimilação desaparece a situação de conflito.

Assimilação: é um processo que implica que os indivíduos ou grupos alterem profundamente suas maneiras de pensar,

sentir e agir. É um processo longo e complexo, que garante uma solução permanente para os conflitos. A assimilação é

o processo que surge se a acomodação teve êxito e perdurou, o que acabará afetando, além do comportamento exterior,

os hábitos e costumes daqueles que se acomodaram. A assimilação é um processo profundo e durável, no qual os

valores e as atitudes são partilhados por pessoa e/ou grupos que eram diferentes, e que se tornam semelhantes.

O Processo de Socialização

Ao nascer o indivíduo possui apenas potencialidades de tornar-se humano. Ao interagir com outros, passa por várias

experiências, e vai sendo socializado. Conforme Dias (2004), esse processo, através do qual o ser humano vai

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aprendendo o modo de vida de sua sociedade, desenvolvendo a capacidade de funcionar como indivíduo e como

membro do grupo é que denominamos socialização.

Podemos definir a socialização como sendo a aquisição das maneiras de agir, pensar e sentir próprios dos grupos, da

sociedade ou da civilização em que o indivíduo vive. A socialização do indivíduo numa dada sociedade permite que ele

adquira uma personalidade própria, que o diferencia dos demais e ao mesmo tempo o identificará com do seu grupo

social. Assim, cada indivíduo é socializado de tal modo que sua personalidade é ao mesmo tempo muito parecida com

dos outros em sua sociedade e em outro sentido possui diferenças que o torna único. A personalidade é o sistema de

tendências do comportamento total de uma pessoa.

O processo de socialização é um processo profundamente cultural. Tudo que é socialmente aprendido e partilhado pelos

membros de uma sociedade é cultura. Essa definição ampla inclui os conhecimentos, as crenças, a arte, a moral, os

costumes e outras capacidades e hábitos adquiridos em sociedade, e essa aquisição é obtida pelo processo de

socialização. Aprendemos os costumes, as crenças, hábitos de nosso povo através da socialização. Adquirimos cultura

através da socialização.

Regulamentação e Controle Social

Os Valores

Em toda sociedade há certo consenso entre seus membros do que é feio e bonito bem ou mal, agradável e desagradável,

honrado e vergonhoso. Os valores variam com as civilizações e, no interior de uma mesma civilização, com os grupos,

camadas e classes sociais. Do mesmo modo os valores variam com o tempo numa mesma civilização e nos mesmos

grupos sociais. Os valores é que determinam numa civilização aquilo para o qual vale a pena viver e, eventualmente,

morrer. Os valores organizam-se num “ideal” que a sociedade impõe aos seus membros. Tal ideal orienta os

pensamentos e os atos dos indivíduos.

Símbolos Sociais

São instrumentos que a sociedade ou grupos sociais utilizam para promover a conformidade da maioria dos seus

membros aos seus padrões de valor e comportamento. Símbolos Sociais são fenômenos físicos, pessoas ou atos, pelos

quais os membros de uma sociedade identificam valores e padrões sociais.

Normais e Costumes

Quando os valores que apresentamos na seção anterior se transformam em normas e costumes asseguram a

regulamentação da vida dos indivíduos e dos grupos de uma sociedade. Entendemos uma norma como uma obrigação

social a que o indivíduo está submetido. Podemos dizer que as normas são ideias muito fortes do que é certo e do que é

errado, as quais exigem dos indivíduos certos atos e proíbem outros. Há duas categorias importantes de normas.

Aquelas que estão codificadas no Direito e sancionadas pelo Poder Público e aquelas que estão ritualizadas nos

costumes e comportamentos costumeiros.

Diferença entre Opinião Comum e Norma

A opinião comum pode ser objeto de discussão num grupo, enquanto a norma não. Exemplificando, se uma opinião

comum torna-se cada vez mais forte, todos se compenetram de que é preciso tomar alguma providência para fazer com

que ela seja respeitada, é nesse momento ela se torna uma norma.

Desvio Social

É preciso que se entenda que não é possível que uma sociedade consiga fazer com que todos os seus membros ajam da

forma esperada durante o tempo todo. Quando isso não ocorre temos o desvio social, e que portanto poderá ser

caracterizado como qualquer falha na conformidade às normas existentes. Ou seja, é um comportamento qualquer que

não corresponde às expectativas da sociedade, ou de um grupo determinado dentro da sociedade. Quando o

comportamento adere pouco às normas e as contradiz nitidamente, ou por uma razão qualquer o indivíduo situa-se fora

ou à margem do grupo, denominamos a esse fenômeno social de marginalidade.

Desvio Social e Crime

O desvio social diz respeito ao comportamento que viola as normas de uma sociedade determinada. A maior parte dos

estudos de desvio social feito pelos sociólogos está centrada nas investigações criminais. Há vários tipos de crime e

comportamento criminosos, alguns exemplos são: aqueles que envolvem violência contra as pessoas; de apropriação

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indébita; crimes ocupacionais; políticos; contra a ordem pública; de delinqüência juvenil e etc. Os sociólogos

apresentam várias explicações sobre a motivação dos atos de criminosos e o aumento da criminalidade. Por exemplo:

ele pode ser o produto da desigualdade social extrema, ou de um desenvolvimento econômico rápido acompanhado de

mudanças sociais.

Controle Social

Nenhuma sociedade pode funcionar com êxito se, na maior parte do tempo, o comportamento das pessoas não puder ser

previsto de modo confiável. Chamamos a isso de ordem social, ou seja, um sistema de pessoas, relacionamentos e

costumes que opera para a realização do trabalho de uma sociedade. Tudo que ocorre numa sociedade e principalmente

numa grande cidade e que é indispensável para a nossa sobrevivência acontece porque milhares de pessoas cumprem o

seu papel social, interagindo constantemente e mantendo a ordem social. A ordem de uma sociedade apóia-se numa

rede de papéis, nos quais cada pessoa aceita certos deveres em relação aos outros e deles reivindica certos direitos.

Uma sociedade exerce controle social sobre seus membros de três maneiras principais, a socialização, a pressão do

grupo e através da força e punição. As Sanções, que é um sistema de recompensas e punições utilizadas para o controle

social, que podem ser positivas ou negativas:

a) positivas – quando se referem-se a recompensas para estimular determinado comportamento;

b) negativas – quando referem-se à punição para reprimir um tipo de comportamento.

Papel Social

Definimos papel social como sendo o comportamento esperado de uma pessoa que detém um certo status. Marshall,

baseando-se na obra de Newcomb, ao conceituar papel e seu relacionamento com o status (usando a palavra posição),

indica que “as maneiras de se comportar que se esperam de qualquer indivíduo que ocupe certa posição constituem o

papel associado com aquela posição. Papéis prescritos, portanto, não são conceitos que se referem ao comportamento

real de qualquer indivíduo considerado. O comportamento do papel, por outro lado, refere-se ao comportamento real de

indivíduos específicos, à medida que assume os papéis. Dessa maneira, papel é compreendido como “comportamento

do papel” (Lakatos, 1999).

Segundo Vila Nova (2000), a cada status ocupado pelo indivíduo corresponde um papel social. Sendo que o mesmo é

um conjunto de expectativas de comportamento padronizado em relação a cada uma das posições (status) existentes em

uma dada sociedade, ou em outras palavras, o papel é, portanto, a expressão comportamental do status, a sua

concretização em ações.

A socialização é na maior parte um processo de aprendizagem dos papéis sociais que o indivíduo ocupará ao longo da

sua vida. Os indivíduos precisam aprender a preencher os papéis. A aprendizagem dos papéis envolve pelo menos dois

aspectos:

a) aprendemos a desempenhar os deveres e a reivindicar os privilégios do papel,

b) precisamos adquirir as atitudes, sentimentos e expectativas apropriadas do papel, não estaremos satisfeitos no

cumprimento de um papel sem ter havido uma socialização capaz de nos levar a aceita-lo como um papel de valor,

satisfatório e adequado.

Status

É o lugar ou posição que o indivíduo ocupa na estrutura social, de acordo com o julgamento coletivo ou consenso de

opinião do grupo. Portanto, o status é a posição em função dos valores sociais correntes na sociedade. “Toda sociedade

compreende um sistema de status ou posições. Que é a localização do indivíduo na hierarquia social, de acordo com sua

participação na distribuição desigual da riqueza, do prestígio e do poder” (Vila Nova, 2000).

A origem do status remonta os primeiros agrupamentos humanos, em que determinadas funções eram caracterizadas por

prestígios e direitos diferentes dos demais. Com a aplicação da coletividade, uma série de posições passou a ter um

conjunto de direitos e deveres, privilégios e obrigações, defendidos sustentado juridicamente. Os status são de dois

tipos: os atribuídos pela sociedade não importando as qualidades ou esforços da pessoa, e os que são atribuídos através

do esforço pessoal. Ou em outras palavras, status legal e social.

Status Legal – é uma posição caracterizada por direitos (reivindicações pessoais apoiadas por normas) e obrigações

(deveres prescritos por normas), capacidades e incapacidades, reconhecidos pública e juridicamente importantes para a

posição e as funções ma sociedade. Exemplos: status de professor, empresário, juiz, presidente da republica e etc.

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Status Social – abrange características da posição que não são determinadas por meios legais. É o comportamento

socialmente esperado e/ou aprovado de ocupante do status, assim com o comportamento adequado dos outros em

relação a ele. Exemplo: status de amigo é tipicamente social. Os fatores principais na atribuição deste status é o sexo, a

idade, parentesco, classe social etc.

O SENSO COMUNITÁRIO

O senso comunitário, também conhecido de consciência coletiva seja semelhante às crenças e sentimentos, tem a forma

dos indivíduos de “substrato social”, como e qual as maneiras eles se associem para sobreviver. Durkheim (1984), diz

que a consciência coletiva nasce do substrato social, das consciências particulares, ganhando vida própria existindo fora

das consciências particulares e impondo norma de conduta sobre elas.

Entende que o senso comunitário forma-se fora do individuo possuindo poder de coagir as conseqüências individuais.

Neste sentido, é significativa a noção do senso comunitário (consciência coletiva) elaborada por Durkheim (1984): “É

fato social (senso comunitário) toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é igual na extensão de uma sociedade dada, aparentando uma existência própria,

independente das manifestações individuais que possa ter.”

Os elementos da consciência coletiva presente a consciência particular, formam consciência de indivíduos, explicando

sensações e preocupações individuais.

REFERÊNCIAS

ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1993.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. 7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 1999.

SILVA, José Otacílio da. Elementos da Sociologia Geral: Marx, Durkheim, Weber, Bourdieu. 2. ed. Cascavel:

Edunioeste, 2006.