FIlosofia Aflita

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Paloma Kliss + Maysa Martin

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Page 1: FIlosofia Aflita

FILOSOFIA AFLITAPaloma Kliss e Maysa Martin

Page 2: FIlosofia Aflita

Toda a filosofia aflita acabara. Se libertara de todo apreço pela literatura póstuma. A Luz alaranjada invadia seu quarto, libertando-a, finalmente, da sensação de luto tardio.

Ritualizou o novo início....Queimou todos os livros de autores mortos.

Quis terminar logo esse serviço, enfiar toda a vida umbigo adentro, para que os deuses pudessem descansar.

Deitou embaixo da janela de modo que o feixe de Luz laranja atingisse o meio da testa.

Abriu a boca e engoliu um pássaro vivo, engoliu o fim de todas as coisas, engoliu todo ar sujo do seu quarto, abarcou toda a vida em três suspiros.

A luz ricocheteou, seu corpo estremeceu em pequenas convulsões e espamos internose acariciou e adentrou gentilmente cada orifício de seu corpo.

- Tem-se mesmo que morrer para renascer?Uma mosca pousou no bico do seu peito.Sentiu uma dor de amor muito languida.

Tem agora que experimentar o sabor das vidas com língua nova.Respirou profundamente. Tapou com as mãos o nariz e a boca. Fechou os olhos. Abriu as pernas ....

.... flagrou-se entregue a estímulos sensoriais que não passam pelas vias racionais que tudo explicam e resolvem.

o agora é onde ela estánem depois,nem antesJÁAGORAa cada gestolá está ela

elade novacapanum lugarque não existia antes - nem depois durante a deriva em sensações cujas tentativas de transmissão e contágio não desprezam recursos narrativos,imagens aleatórias lhe invadiam na imprecisão do lapso.

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ela deixava passar, como dizem que se deve fazerem estado de meditação e/ou pretensão de.em planos secundários pré-verbais, notava a coexistência embora contraditóriada fantasia de queimar coleções inteiras de dicionários etmológicos com o desejo quase romântico e sem dúvida pueril, de exumar linguas mortas.só porque farejou o silêncio das oralidades ancestrais que jazzz...sem ou 100(?) memórias.

contradições coexistem e habitam.

na des contrução da corporalidade rotineira, trocou de olhos,boca,cabelos e ouvidos. foi trocando-se a partir das mãos e braços que lhe saiam das pernas abertas e das cores que lhe escorriam das pálpebras cerradas, sem dar muita atenção a aparente impossibilidade de experimentar tamanha sinestesia.

...

Nunca mais grunhiria sem dor pensando naquelas mais fundas imagens gravadas ou pecaria tentando repetir aq-uilo que nunca quis dizer nada.Quis tocar todas as coisas. Todas essas novas velhas coisas, agora com novas formas, novos cheiros, texturas out-ras. Ocultou-se daquele estado de semi-sono e com insana e cruel alegria chorou seu tempo. Tão pequeno, tão amargo, tão sem fim e sem meio.Desovou seus pudores nas águas do banho e nos reversos da vida, acordou de um sonho. ...

Até virar um grunido