Filosofia Da Religião

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Slides sobre a Filosofia da Religião, sua definição, sua importância.

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  • Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da ReligioProfessor Dr. Jos Maria da [email protected]

  • I - INTRODUO

    Filosofia da Religio Disciplina que constitui uma das divises da filosofia.

    Objetivo: Estudar a dimenso espiritual do homem numa perspectiva filosfica, indagando e pesquisando sobre a essncia do fenmeno religioso.

    Pergunta fundamenta: O que afinal, a religio?". Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Religio: Sentido etimolgico da palavra, religar, tornar real o que ficou solto, voltar a comunho, ligar o que foi desligado.

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  • Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

    FILOSOFIARELIGIOSaber procurado. Prope a construo de uma concepo lgica e puramente racional da realidade. No h f nem verdades reveladas mas apenas verdades a descobrir, a procurar.Saber revelado. Pressupe a f o desejo de salvao. A verdade religiosa foi revelada por Deus e encontra-se registrada nos textos sagrados (Exemplo: A Bblia).Saber crtico. No h, na filosofia, verdades inquestionveis. A filosofia um saber crtico e aberto.Saber dogmtico. As verdades da religio so (dogmas) inquestionveis, indiscutveis e definitivas.Predomnio da razo. A relao do filsofo com a realidade puramente racional, a filosofia uma viso desapaixonada da realidade.Predomnio da emoo. As relaes do homem com a divindade baseiam-se na emoo e no afeto.

  • Para o estudo da Filosofia da Religio so usados trs mtodos:

    1) Histrico crtico comparativo: Compara as vrias religies, busca aspectos comuns e suas diferenas, para verificar o que constitui a essncia do fenmeno religioso.

    2) O filolgico: Faz o estudo comparativo das lnguas, visando encontrar as palavras utilizadas para descrever e expressar o sagrado e suas razes comuns.

    3) O antropolgico: Procura reconstruir o passado religioso tendo por base a etnologia (estudo dos povos primitivos e atuais, suas instituies, crenas, rituais e tradies). Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • A Filosofia da Religio faz uma adequada conjugao desses mtodos "para obter a melhor soma de elementos para chegar concluso mais correta sobre a essncia da religio e suas caractersticas universais.

    Filosofia o conjunto de concepes, prticas ou teorias, acerca do ser, dos seres, do homem e do seu papel no universo; conjunto de toda cincia, conhecimento ou saber racional. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Filosofia: Estuda os problemas fundamentais relacionados existncia, ao conhecimento, verdade, aos valores morais e estticos, mente e linguagem.Filosofia da Religio:Investiga a esfera espiritual inerente ao homem, do ponto de vista da metafsica, da antropologia e da tica. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • II - DEFINIO

    FILOSOFIA: Etimologicamente o termo provm do grego (philein) amar (Sophia) sabedoria. Podendo, portanto, ser definida como amor da cincia, do saber, do conhecimento.

    A filosofia, segundo a tradio, comea historicamente no sculo VI a.C. com Aristteles, para quem ela seria a totalidade do conhecimento humano, bem como os modos de se chegar a esse conhecimento. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Para Aristteles, a filosofia fundamental seria a Teologia, que o princpio e as causas ultimas, o que incluiria a idia da divindade, que o principal de todos os princpios, a Causa de todas as causas.

    A filosofia na realidade seria uma religio, mediante a qual o indivduo aprende como buscar e obter a unio com o divino.Nenhum homem sbio, mas somente Deus. E as pessoas que tm interesse pelas coisas divinas so buscadoras de sabedoria. Pitgoras. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • A filosofia da religio teve o seu comeo como defesa da f religiosa, usando o raciocnio filosfico, defendendo de imediato, como exemplo da atividade a que se dedicava, a racionalidade da existncia da alma e de Deus.

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  • III PROPSITO DA FILOSOFIA DA RELIGIO

    Compreender as crenas religiosas descrevendo-as de forma mais exata e abrangente.

    Examinar minuciosamente as crenas religiosas possibilitando as diversas interpretaes da experincia e das atividades das mesmas.

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  • Distinguir a Filosofia da Religio da Apologtica, considerando que o filosofo pode se dedicar ao estudo da disciplina sem que seja um religioso praticante.

    Pesquisar a natureza e os fundamentos da f religiosa.

    Elaborar questes a respeito das crenas e suas prticas religiosas.

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  • Formular indagaes filosficas sobre o esprito humano, a justificao da f religiosa, a natureza de Deus e da alma, e perguntas ticas acerca do relacionamento entre Deus e os valores morais.

    No terreno da religio, existe muitas preocupaes filosficas e a filosofia da religio se interessa por elas.

    Os quatro principais esforos filosficos so: Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • A crena em Deus. A imortalidade da alma. A natureza do milagre. O problema do mal.

    Esses quatro esforos filosficos, se constituem nos problemas clssicos da filosofia da religio. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • IV - CONTRIBUIES DE OUTRAS CINCIAS

    So as seguintes Cincias:

    1. Geologia e Geografia (Terra Santa Israel).2. Arqueologia (As pragas do Egito).3. Astronomia (Astrologia).4. Biologia (Ecologia).5. Antropologia (Estuda o fenmeno humano).6. Psicologia (Comportamento e processos mentais).7. Filosofia (O que e o Por que).De maneira global a juno de cincia e filosofia buscando o conhecimento humano se tornam antropolgicas. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Contribuies histricas

    Da Reforma Protestante: Foi importante para o cristianismo porque chamou a ateno para verdades (doutrinas) e prticas bblicas que haviam sido esquecidas ou distorcidas pela Igreja Medieval.

    Principais contribuies: Retorno s Escrituras; a centralidade de Cristo; a salvao vista como ddiva da graa de Deus, a ser recebida por meio da f; a Igreja no a instituio ou a hierarquia, mas o povo de Deus cada cristo um sacerdote. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Das cinco vias de So Toms de Aquino: O filsofo cristo distingue cinco vias para caracterizar o conhecimento e provar a existncia de Deus:

    1.Primeiro Motor imvel (quem move o universo).

    2. Primeira causa eficiente (Causa e efeito).

    3.Ser Necessrio e os seres possveis (seres possveis dependem de um ser necessrio).

    4.Graus de Perfeio (Ser perfeito).

    5.Governo Supremo (suprema inteligncia governa todas as coisas). Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Do argumento ontolgico de Santo Anselmo: Foi chamada, a partir de Kant, prova ontolgica - e tambm argumento ontolgico.Certamente aquilo de que no se pode falar nada de maior no pode estar s no intelecto. Porque, se estivesse s no intelecto, poder-se-ia pensar que tambm estivesse na realidade, ou seja, que fosse maior. Se, portanto, aquilo de que no se pode pensar nada de maior est s no intelecto, aquilo de que no se pode pensar nada de maior , ao contrrio, aquilo que se pode pensar algo de maior. Mas certamente isso impossvel. Portanto, no h dvida de que aquilo que no se pode pensar algo de maior existe tanto no intelecto como na realidade. Esse algo Deus. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Essas provas deixaram de ter ampla aceitao desde o sculo XVIII, embora ainda convenam muitas pessoas e alguns filsofos.

    Kant, um simpatizante da f religiosa, distinguiu vrias perverses das manifestaes populares da religio:

    a) Teosofia (Corpo de conhecimentos que sintetiza Filosofia, Religio e Cincia): Suprema sabedoria (baseada no ocultismo). Kant: Uso de concepes transcendentais que confundem a razo. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • b) Demonologia: o estudo sistemtico dos demnios. Kant: Favorecimento de concepes antropomrficas (atribui caractersticas e/ou aspectos humanos a Deus) do Ser Supremo.

    c) Teurgia: uma cincia que permite invocar os Seres Inefveis dos mundos superiores para deles receber sublimes ensinamentos. Kant: Iluso fantica de que esse ser pode nos comunicar sentimentos ou de que podemos exercer influncia sobre Ele. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • d) Idolatria: Dogregoeidolon (corpo)+latreia (adorao), representando mais adorao s aparncias corporais do que de imagens simplesmente. Kant: A engano supersticioso de que podemos nos tornar aceitveis perante o Ser Supremo atravs de outros meios que no o de ter a lei moral no corao.

    No entanto, essastendncias para o contato arrebatado tm se tornado cada vez mais importante na teologia moderna.Desde Feuerbach h uma tendncia crescente na filosofia da religio em se concentrar nasdimenses sociais e antropolgicas da crena religiosa , ou para a conceber como uma manifestaode vrias necessidades psicolgicas explicveis.SegundoImmanuel Kant, umaleique manda agir de acordo com o que a vontade quer que se torne uma lei vlida para todos. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • O cuidado da troca do espiritual para o material

    Muitos intelectuais foram conduzidos a Cristo por pregadores que usaram uma abordagem filosfica da f religiosa.

    Ex: Justino Mrtir Entendia que a melhor poro da filosofia grega atuava como mestre-escola para conduzir os pagos a Cristo, tal como a Lei (aio) assim fazia no caso dos judeus. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • " possvel acreditar em Deus usando a razo", afirma William Lane Craig.

    Ele usando a Filosofia e a Teologia defendeu:

    O cristianismo. A ressurreio de Jesus. A veracidade da Bblia.Craig discursando a partir de construo lgica e racional, se destaca em debates com pensadores ateus. Veja de 25/03/2012. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Quando o poder de Deus realmente se manifesta no h necessidade de dourar a mensagem com a habilidade retrica. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • V - A FILOSOFIA DA RELIGIO INVESTIGATIVA

    Ela levanta questionamentos fundamentais:

    O que a religio? Deus existe? H vida depois da morte? Como se explica o mal? Estas e outras perguntas, idias e postulados religiosos so estudados por esta disciplina. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • H uma infinidade de religies, compostas de distintas modalidades de adorao, mitologias e experincias espirituais, mas geralmente os estudiosos se concentram na pesquisa das principais vertentes espirituais, como:

    a) Judasmo Judeus

    b) Cristianismo Cristos

    c) Islamismo Mulumanos Torah - YHWHBblia - DeusAlcoro - Allah Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • As religies orientais normalmente se centram em uma determinada filosofia de vida.

    Os filsofos tm como objetivo descobrir se o olhar espiritual sobre o Cosmos realmente verdadeiro.Cosmooucosmos (do grego antigo ksmos, "ordem", "organizao","beleza","harmonia"). Termo que designa o universo em seu conjunto, toda a estrutura universal em sua totalidade, desde o microcosmoao macrocosmo.

    Pitgorasfoi o primeiro a utilizar o termo "cosmos" para referenciar o Universo. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Na pesquisa o filsofo da religio adota como instrumentos tericos a metodologia histrica-crtica comparativa (compara as vrias religies no tempo e no espao, busca os aspectos mais comuns as diferenas, e verifica o que constitui a essncia do fenmeno religioso).

    A filolgica: Realiza a investigao dos vrios idiomas, comparando-os e buscando expresses usadas para se referir ao sagrado, estabelecendo assim o que elas tm em comum.

    A antropolgica: Resgata o passado espiritual dos povos ancestrais e dos contemporneos, seus institutos, suas convices, seus ritos e seus valores. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Cabe Filosofia da Religio realizar uma correta associao destes distintos mtodos, para assim perceber claramente o que essencial nas religies.

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  • A f comum em Deus

    Em todas as religies vigentes no Ocidente h algo em comum, a f em Deus.

    A Divindade vista como um Ser sem corpo e eterno, criador de tudo que h, extremamente generoso e perfeito, todo poderoso (onipotente, onisciente, onipresente). Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Esta a imagem testa de Deus, aquela que proclama sua existncia.

    So Toms de Aquino defende pelo menos cinco argumentos a favor da presena de Deus no Universo:

    1. Ontolgico (defende aexistncia de Deusatravs da ideia de que Ele obrigatoriamente um ser perfeito e, portanto, deve existir). Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • 2. Cosmolgico (tenta provar a existncia de Deus atravs da observao do mundo que nos rodeia (o cosmos). Existe uma causa primeira).

    3. Desgnio (segundo o qual o mundo (significa todo o universo) se assemelha o bastante a uma mquina ou a uma obra de arte ou de arquitetura, de um arquiteto cujo intelecto responsvel por sua ordem e complexidade). Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • 4. Axiolgico (formas ou graus de perfeies, neste mundo existe muitos graus de perfeio. Ento existe um grau mximo de perfeio. Deus que o pice de todos os graus de perfeies.

    5. Eficcia da Razo (A razo humana apenas uma pequena demonstrao da razo divina. Deus o Intelecto Supremo). Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Uma das mais contundentes personalidades da filosofia Crist Santo Agostinho. Foi influenciado pelo pensamento de Aristteles/Plato. Prope a conciliao entre a tica greco-latina e a mensagem dos evangelhos. Obras mais conhecidas: Cidade de Deus e Confisses .a) Emergindo de profundos conflitos

    Emocionais caractersticas de sua infncia, Agostinho v-se atormentado quando aps a morte de sua me, busca sua converso ao Cristianismo. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Agora encontra-se em um abismo cultural e intelectual:

    Como conciliar o pensamento Helnico e o Cristo?

    Como aceitar a arte dos gregos se eram politestas?

    E agora: Cincia (razo) ou Religio (f). Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Tambm j tinha rejeitado as enganadoras predies e os mpios delrios dos Astrlogos. Ainda nisto meu Deus, Vos quero confessar as vossas misericrdias, desde as fibras mais secretas da minha alma! (Trecho retirado da obra Confisses).

    Nesta passagem, Agostinho influenciado por dois amigos, confessa a Deus seu erro: a prtica da Astrologia.

    Segundo sua viso, a arte de prever o futuro era falsa, e com ela a Astrologia. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Somente Deus possuiria tal habilidade. A capacidade, por exemplo, de antever a uma futura doena pela medicina ou qualquer outra arte torna-se difcil de conciliar.

    b) O segmento inequvoco

    Agostinho bate de frente com o problema "o que torna uma pessoa um homicida? Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Isto no pode vir de Deus nem dos astros, e muito menos de um distrbio no Complexo Reptiliano de Eccles (o crebro reptiliano). Todos os assuntos sociais, bons ou ruins, so no fim dependentes do crebro rptil do homem. Chamado Complexo-R a regio mais velha e mais primitiva de nossa massa cinzenta.

    Se algum diz que agiu com o corao em vez da cabea. O que ele realmente quer dizer que concedeu o controle s suas emoes primitivas (que tm origem no crebro rptil), ao invs dos clculos da parte racional do crebro. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Isto abalaria toda a doutrina Romana crist que estava em vias de ser instituda. Para isto, seria necessrio expulsar toda espcie de interferncia (Astrologia e demnios).

    Para Agostinho no Verbo de Deus existem as verdades eternas, as idias, as espcies, os princpios formais das coisas, e so os modelos dos seres criados; e conhecemos as verdades eternas e as idias das coisas reais por meio da luz intelectual a ns participada pelo Verbo de Deus.

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  • VI AS CARACTERISTICAS FILOSFICAS DO CRISTIANISMO

    A Filosofia crist inicia-se por volta dosculo II. Ela surge atravs do movimento dacomunidade cristchamadaPatrstica, que tinha como principal objetivo adefesa da f.

    Esta parte, dedicada histria do pensamento cristo, ser, portanto, dividida do seguinte modo: Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • O Cristianismo, isto , o pensamento do Novo Testamento, enquanto soluciona o problema filosfico do mal.

    A Patrstica, a saber, o pensamento cristo desde o II ao VIII sculo, a que devida particularmente a construo da teologia, da dogmtica catlica; a Escolstica, a saber, o pensamento cristo desde o sculo IX at o sculo XV, criadora da filosofia crist verdadeira e prpria.

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  • Caracterstica do pensamento cristo

    Quem no se ilumina como esplendor de coisas to grandescomo as coisas criadas, cego, quem no desperta com tantos clamores, surdo, quem, com todas essas coisas, no se pes a louvar Deus, mudo, quem, a partir de indcios to evidentes no volta a mente para o primeiro princpio, tolo. (So Boa ventura).

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  • Foi conquistada a cidade que conquistou o universo. Assim definiu So Jernimo o momento que marcaria a virada de uma poca. Consequncias:

    Invaso de Roma pelos germanos e a queda do Imprio Romano.

    A Idade Mdia inicia-se com a desorganizao da vida poltica, econmica e social do Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos brbaros. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias.

    O cristianismo propaga-se por diversos povos.

    A diminuio da atividade cultural transforma o homem comum num ser dominado por crenas e supersties.

    O perodo medieval no foi, porm, a "Idade das Trevas", como se acreditava. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • A filosofia clssica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos.

    O aristotelismo dissemina-se pelo Oriente bizantino, fazendo florescer os estudos filosficos e as realizaes cientficas.

    No Ocidente, fundam-se as primeiras universidades, ocorre a fuso de elementos culturais greco-romanos,cristos e germnicos, e as obras de Aristteles so traduzidas para o latim. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Sob a influncia da Igreja, as especulaes se concentram em questes filosfico teolgicas, tentando conciliar a f e a razo.

    Nesse esforo que Santo Agostinho e Santo Toms de Aquino trazem luz reflexes fundamentais para a histria do pensamento cristo.

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  • A Filosofia Medieval e o Cristianismo

    Ao longo do sculo V d.C, o imprio Romano do Ocidente Sofreu ataques constantes dos" povos brbaros ".

    Do confronto desses povos invasores com os romanos desenvolveu-se uma nova estruturao da vida social europia, que corresponde ao perodo medieval. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Em meio ao esfacelamento do imprio Romano, decorrente, em grande parte, das invases germnicas, a Igreja catlica conseguiu manter-se como instituio social.

    Consolidou sua organizao religiosa e difundiu ocristianismo, preservando, tambm, muitos elementos da cultura greco-romana. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Apoiada em sua crescente influncia religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel poltico na sociedade medieval.

    Desempenhou, s vezes a funo de rgo supranacional, conciliador das elites dominantes, contornando os problemas das rivalidades internas da nobreza feudal. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Conquistou, tambm, vasta riqueza material, tornou-se dona de aproximadamente um tero das reas cultivveis da Europa ocidental, numa poca em que aterraera a principal base da riqueza.

    VII - CONFLITOS E CONCILIAO ENTRE A F E O SABER

    No plano cultural, a Igreja exerceu ampla influncia, traando um quadro intelectual em que af cristera o pressuposto da vida espiritual. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Em que consistia essa f? Consistia na crena irrestrita ou na adeso incondicional sverdades reveladaspor Deus aos homens. Verdades expressas nas SagradasEscrituras (Bblia)e interpretadas segundo a autoridade da Igreja.

    De acordo com a doutrina catlica, a f representa a fonte mais elevada das verdadesespecialmente aquelas verdades essenciais ao homem e que dizem respeito sua salvao. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Neste sentido, afirmavaSanto Ambrsio(340-397, aproximadamente)Toda verdade, dita por quem quer que seja, do Esprito Santo.

    Assim toda investigao filosfica ou cientfica no poderia, contrariar as verdades estabelecidas pela f catlica.

    Segundo essa orientao, os filsofos no precisavam se dedicar a busca da verdade, pois ela j havia sido revelada por Deus aos homens. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Restava-lhe, apenas, demonstrar racionalmente as verdades da f.

    Ento os religiosos desprezavam a filosofia grega, porque viam nessa forma pag de pensamento uma porta aberta para o pecado, a dvida, o descaminho e a heresia (doutrina contrria as estabelecidas pela igreja, em termos de f).

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  • Por outro lado, surgiram pensadores cristos que defendiam o conhecimento da filosofia grega, sentindo a possibilidade de utiliz-la como instrumento a servio do cristianismo.

    Conciliando a f crist, o estudo da filosofia grega permitiria igreja enfrentar os descrentes e derrotar os hereges com as armas racionais da argumentao lgica. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • O objetivo era convencer os descrentes, tanto quanto possvel, pela razo, para depois f-los aceitar a imensido dos mistrios divinos, somente acessveis f.

    Nesse contexto, a filosofia medieval pode ser dividida em quatro momentos principais:

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  • a)Pais Apostlicos,(sculo I e II), entre os quais se incluem os apstolos, que disseminavam a palavra de Cristo, sobretudo em relao aos temas morais. Entre estes se destaca a figura dePaulopelo volume e valor literrio de suasepstolas.

    b)Pais Apologistas,(sculos III e IV), que faziam aapologia do cristianismocontra a filosofia pag. Entre eles se destacavam Orgenes, Justino e Tertuliano.

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  • c)Patrstica(sculo IV ao sculo VIII), buscavam uma conciliao entre a razo e a f e se destacam a figura deSanto Agostinhoe a influncia dafilosofia de Plato.

    d) Escolstica,(sculo IX a XVI), buscou-se uma sistematizao da filosofia crist, sobretudo a partir da interpretao dafilosofia de Aristteles, e se destaca a figura deSanto Toms de Aquino.

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  • A caracterstica fundamental dessa filosofia medieval a nfase nas questes teolgicas, destacando-se temas como: o dogma da Trindade, a encarnao de Deus-filho, a liberdade e a salvao, a relao entre f e razo.

    "Tomai cuidado para que ningum vos escravize por vs e enganadoras especulaes da "filosofia", segundo a tradio dos homens, segundo os elementos do mundo, e no segundo Cristo." (So Paulo: Cl 2.8). Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • A Patrstica: "A f em busca de argumentos racionais a partir de uma matriz platnica.

    O Cristianismo tomou forma como instituio e era necessrio explicar as doutrinas fundamentais s autoridades romanas e ao povo em geral.

    As doutrinas e os Dogmas da Igreja Catlica estavam consolidados e no podiam simplesmente ser impostos pela fora. Eles tinham de ser apresentados de maneira convincente, mediante um trabalho de conquista espiritual. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Pensando assim, os primeiros Padres da Igreja se empenharam na elaborao de inmeros textos sobre a f e a revelao crists.

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  • A ESCOLSTICA: Mtodo de aprendizagem que nasceu nas escolas monsticas crists visando conciliar a f com o pensamento racional.

    Os caminhos de inspirao aristotlica levam at Deus.

    No sculo VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu imprio e fundar escolas ligadas s instituies catlicas. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • A cultura greco-romana, guardada nos mosteiros at ento, voltou a ser divulgada, passando a ter uma influncia mais marcante nas reflexes da poca. Era a renascena carolngia).

    Tendo a educao romana como modelo, comearam a ser ensinadas as seguintes matrias:

    Trivium: Gramtica, retrica e dialtica.

    Quadrivium: Geometria, aritmtica, astronomia e msica.

    Todas essas matrias estavam submetidas teologia. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • O Quadrivium engloba o ensino do mtodo cientfico por meio de quatro ferramentas relacionadas matria e quantidade. O Trivium.As Sete Artes Liberais Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • A fundao dessas escolas e das primeiras universidades do sculo XI fez surgir uma produo filosfico teolgica denominada escolstica (de escola). Mtodo: Maiutica.

    A partir do sculo XIII, o aristotelismo penetrou de forma profunda no pensamento escolstico, marcando-o definitivamente. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Isso se deveu descoberta de muitas obras de Aristteles, descobertas at ento, e traduo parao latim de algumas delas, diretamente do grego.

    A busca da harmonizao entre a f crist e a razo manteve-se, no entanto, como problema bsico de especulao filosfica. Nesse sentido, o perodo escolstico pode ser dividido em trs fases:

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  • Primeira fase (sculo IX ao fim do sculo XII): Caracterizada pela confiana na perfeita harmonia entre f e razo.

    Segunda fase (sculo XIII ao princpio do sculo XIV): Caracterizada pela elaborao de grandes sistemas filosficos, merecendo destaques nas obras de Toms de Aquino. Nesta fase, considera-se que a harmonizao entre f e razo pde ser parcialmente obtida.

    Terceira fase (sculo XIV at o sculo XVI): Decadncia da escolstica, caracterizada pela afirmao das diferenas fundamentais entre f e razo. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • As Questes Universais

    O que h entre as palavras e as coisas.

    O mtodo escolstico de investigao, segundo o historiador francs Jacques Le Goff, privilegiava o estudo da linguagem (o trivium) para depois passar para o exame das coisas (o quadrivium). Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Desse modo surgiu a seguinte pergunta: qual a relao entre as palavras e as coisas?

    Exemplo: Rosa, o nome de uma flor. Quando a flor morre, a palavra rosa continua existindo.

    Nesse caso, a palavra fala de uma coisa inexistente, de uma idia geral. Mas como isso acontece?

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  • O grande inspirador da questo foi o pensador neoplatnico Porfrio, em sua obra Isagoge:

    "No tentarei enunciar se os gneros e as espcies existem por si mesmos ou na pura inteligncia, nem, no caso de subsistirem, se so corpreos ou incorpreos, nem se existem separados dos objetos sensveis ou nestes objetos, formando parte dos mesmos".

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  • Esse problema filosfico gerou muitas disputas.

    Era a grande discusso sobre a existncia ou no das idias gerais (os chamados universais de Aristteles).

    Lgica Aristotlica: O princpio primeiro no deve provir de algo j formado, pois, se assim fosse, no seria mais primeiro.

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  • Aristteles deduz que h um princpio primeiro do qual derivam todas as outras coisas.

    O princpio primeiro no deve provir de algo j formado, pois, se assim fosse, no seria mais primeiro.

    Para Aristteles, a idia de vir-a-ser no aceita situao de oposio, dado que uma coisa provm da outra. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio

  • Aristteles exemplifica:

    O gnero com o conceito de animal e a espcie ou essncia com a forma de cavalo.

    O gnero com o conceito de vegetal e a espcie ou essncia com a forma de flor.

    H umuniversal indeterminado- O Ser Uno (isto , incriado, no nascido, no gerado).

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  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    B. R. TILGHMAN. Introduo Filosofia da Religio. So Paulo: Vozes, 2004.

    ZILLES, Urbano. Filosofia da Religio. 5 Ed. So Paulo: Paulus, 2002. Faculdade Teolgica de Cincias Humanas e Sociais Logos - FAETELMdulo II: Integralizao - Filosofia da Religio