Filosofia e Mitologia

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Filosofia e Mitologia: O surgimento de novas ideias* José ítalo de Melo Oliveira** Resumo: O presente artigo visa expor algumas ideias relacionadas ao surgimento do mito ocasionado por ações da natureza, mostrando a necessidade que o homem possui em divinizar ações que facilmente não nos possibilitam uma fácil compreensão, analisando a importância que a religião desempenha na mente social e compreendendo através da filosofia algumas questões presentes em todas as segmentações da sociedade. Palavra – Chaves: Mito, Natureza, Religião, Mente, Filosofia. Summary: This article aims to present some ideas related to the emergence of myth caused by acts of nature, showing the need that man has to deify actions that do not easily allow an easy understanding, analyzing the importance that religion plays in the social mind and understanding through philosophy of the questions found in all the segmentations of society. Word - Keys: Myth, Nature, Religion, Mind, Philosophy. Introdução: IA fome, a desigualdade e a exclusão social constituem alguns dos fatores do crescimento da criminalidade. Todavia é necessário também afirmar que a dimensão e a continuidade da existência destes fatores revelam o quadro estrutural da violência. Este contexto provoca mudanças culturais que enfraquecem valores importantes para convivência em *Artigo Apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Metodologia do Trabalho Cientifico, ministrada pelo o Prof. Diego Filismino. ** Aluno do 1° Semestre do Curso de Graduação em Administração de Empresas Bacharelado da UVA- Universidade Vale do Acaraú.

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Filosofia e Mitologia: O surgimento de novas ideias*

José ítalo de Melo Oliveira**

Resumo:

O presente artigo visa expor algumas ideias relacionadas ao surgimento do mito ocasionado por ações da natureza, mostrando a necessidade que o homem possui em divinizar ações que facilmente não nos possibilitam uma fácil compreensão, analisando a importância que a religião desempenha na mente social e compreendendo através da filosofia algumas questões presentes em todas as segmentações da sociedade.

Palavra – Chaves: Mito, Natureza, Religião, Mente, Filosofia.

Summary:

This article aims to present some ideas related to the emergence of myth caused by acts of nature, showing the need that man has to deify actions that do not easily allow an easy understanding, analyzing the importance that religion plays in the social mind and understanding through philosophy of the questions found in all the segmentations of society.

Word - Keys: Myth, Nature, Religion, Mind, Philosophy.

Introdução:

IA fome, a desigualdade e a exclusão social constituem alguns dos fatores do crescimento da criminalidade. Todavia é necessário também afirmar que a dimensão e a continuidade da existência destes fatores revelam o quadro estrutural da violência. Este contexto provoca mudanças culturais que enfraquecem valores importantes para convivência em sociedade. De onde provém a terra? Como se formou o Universo? Muito antes das teorias científicas sobre a origem do mundo, todas as religiões, todas as culturas do planeta, tinham já dado resposta a estas perguntas.

Vivemos num mundo cercado por mitos que nos levam a compreender os acontecimentos atuais. Nossas vidas, embora muitas vezes não percebamos, sempre seguem os rumos destes mitos. Como então negar a sua importância no nosso dia-a-dia, uma vez que constantemente somos confrontados com eles? Os mitos estão por toda parte, seja num ato religioso, ou na origem e formação de um povo e nos seus costumes.

*Artigo Apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Metodologia do Trabalho Cientifico, ministrada pelo o Prof. Diego Filismino.** Aluno do 1° Semestre do Curso de Graduação em Administração de Empresas Bacharelado da UVA- Universidade Vale do Acaraú.

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Os mitos nos fazem pensar e refletir sobre a nossa origem e nos remetem ao caminho para chegarmos a uma possível verdade. Os mitos servem também de orientação para um entendimento, ou como explicação de alguns acontecimentos, para quais não conseguimos encontrar respostas. Então vamos procurar conhecer o que são eles.

O conhecimento filosófico surgiu aos poucos para substituir os mitos e às crenças religiosas, na tentativa de conhecer e compreender o mundo e os seres que habitam nele. A formação do pensamento filosófico se deu na passagem do mito para a razão.

Os deuses têm sua importância pela razão a partir dos elementos existentes na natureza estudados pelos pré-socráticos.

Considerando os pré-socráticos como os filósofos de um primeiro período do pensamento, o qual pode ser denominado como naturalista, eles tinham como objetivo descobrir a causa e o princípio do mundo natural.

Sabe-se que o início da filosofia se deu no momento em que o homem passou a buscar explicações de forma racional para os fenômenos da natureza, e não mais na mitologia.

Os primeiros gregos que passaram a buscar respostas através da racionalidade foram os pré-socráticos. Postos estes elementos, objetiva-se com o presente estudo analisar a importância desta evolução até os dias atuais.

A filosofia ao nascer, teve definida a sua busca: uma explicação racional sobre a origem do mundo. Os primeiros filósofos se ocuparam principalmente de indagações a respeito do mundo ao seu redor, que também envolviam a percepção do lugar do homem nele. Essa busca trouxe à luz uma divergência entre a ciência e o senso comum.

Conforme Reale (1993), antes do nascimento da filosofia os educadores dos gregos foram os poetas, principalmente Homero. Nos poemas homéricos, estes buscaram alimento espiritual e extraíram “modelos de vida, matéria de reflexão, estímulo à fantasia e, portanto todos os elementos essenciais à própria educação e formação espiritual”. Neste sentido:

“Pode-se dizer que, para o homem homérico e para o homem grego filho da tradição homérica, tudo é divino, no sentido de que tudo o que acontece é obra dos deuses. Todos os fenômenos naturais são promovidos por numes: os trovões e os raios são lançados por Zeus do alto do Olimpo, as ondas do mar são levantadas pelo tridente de Posseidon, o sol é carregado pelo áureo carro de Apolo, e assim por diante.” (REALE, 1993, p. 21)

*Artigo Apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Metodologia do Trabalho Cientifico, ministrada pelo o Prof. Diego Filismino.** Aluno do 1° Semestre do Curso de Graduação em Administração de Empresas Bacharelado da UVA- Universidade Vale do Acaraú.

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Até então, o homem tinha como herança cultural a crença de que tudo - desde as quatro estações até a morte - era relacionado a um deus ou um mito. Surge então uma nova mentalidade, que passa a substituir as antigas construções mitológicas pela forma intelectual, expressa por meio de especulação livre sobre a natureza do mundo e as finalidades da vida.

Neste espírito houve o desenvolvimento da matemática, da ciência e da filosofia. O primeiro a levantar essas questões foi Tales de Mileto.

O que é Mito?

“Mito (do grego antigo μυθος, transli. "mithós") é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada a uma dada cultura. O mito procura explicar à realidade, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semideuses e heróis.” (Wikipédia, 2010)

Antes do surgimento da filosofia, tudo era explicado através de mitos. O homem sempre necessitará divinizar ações que facilmente não se encontra resposta, tendo em vista isso, ele agarra-se a tais ações como se fossem deuses ou ações geradas por divindades espirituais, em alguns casos, o homem ver essas ações como castigo ou presente dos deuses, elas seriam uma forma de avaliar como estaria o comportamento dele diante da natureza, se o ser permanece comportado e obedecendo aos mandamentos dos devidos deuses, dava-se ao humano uma boa safra, invernos bons, colheita, mas se eles se mantiverem contra os mandamentos da divindade, era lhes oferecido castigos em forma de tempestades, secas severas, violência ou pragas nas plantações, e assim era atribuído a um deus tudo aquilo que parecia estranho diante da realidade.

Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder, etc.).

Todas as culturas ao longo da história da humanidade, que desenvolveram uma visão de mundo baseada em mitos, que por sua vez estão intimamente relacionados com a religião.

Os mitos, por culturas indígenas são parte de sua história sagrada. O que seria um cristão para representar a Bíblia ou um muçulmano Alcorão.São princípios que regem a conduta, a fé ea moral do povo.Esses mitos que existem em todas as culturas antigas, não uma mera ficção, mas é geralmente entendida como uma realidade viva, algo que realmente aconteceu no início da civilização.

As antigas religiões que atualmente não mais existem, foram grandes reguladoras do sagrado, pois, constantemente, estava em contato com as

*Artigo Apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Metodologia do Trabalho Cientifico, ministrada pelo o Prof. Diego Filismino.** Aluno do 1° Semestre do Curso de Graduação em Administração de Empresas Bacharelado da UVA- Universidade Vale do Acaraú.

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forças invisíveis através de sacrifícios que possuíam a sua ritualização própria. O mito é um dispositivo utilizado pelos antigos, para contar os fatos acontecidos em relação a sua vivência cotidiana, utilizando-se da linguagem simbólica. 

Mito e Religião:

Os mitos são, geralmente, histórias baseadas em tradições e lendas feitas para explicar o universo, a criação do mundo, fenômenos naturais e qualquer outra coisa a que explicações simples não são atribuíveis. Mas nem todos os mitos têm esse propósito explicativo. Em comum, a maioria dos mitos envolvem uma força sobrenatural ou uma divindade, mas alguns são apenas lendas passadas de geração em geração.

Pessoas de muitas religiões tomam como ofensa a caracterização de sua fé como um conjunto de mitos, pois isso é afirmar que a religião em si é uma mentira. Mesmo assim, muitas pessoas concordam que cada religião tem um grupo de mitos os quais se desenvolveram somados às escrituras.

A Religião pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural divino e sagrado, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças.

A importância do Mito:

O mito expressa o mundo e a realidade humana, mas cuja essência é efetivamente uma representação coletiva, que chegou até nós através de várias gerações. E, na medida em que pretende explicar o mundo e o homem, isto é, a complexidade do real, o mito não pode ser lógico: ao revés, é ilógico e irracional. Abre-se como uma janela a todos os ventos; presta-se a todas as interpretações. Decifrar o mito é, pois, decifrar-se. E, como afirma Roland Barthes, o mito não pode, consequentemente, "ser um objeto, um conceito ou uma ideia: ele é um modo de significação, uma forma". Assim, não se há de definir o mito "pelo objeto de sua mensagem, mas pelo modo como a profere". 

Ao longo da história, o ser humano sempre manifestou vontade de conhecer Deus e a natureza. Na Antiguidade, havia várias formas de procurar conhecer a natureza, mas algumas delas estavam vinculadas os cultos de essência espiritual, cultos a divindades, rituais místicos e mitologia. A idolatria babilônica, suméria, egípcia e posteriormente a grega, consistiam em adorar elementos da natureza, invocando-os enquanto deuses para que eles trouxessem o que necessitavam ou desejavam. Assim, a adoração ao deus sol, por exemplo, consistia na invocação de espíritos, acompanhada de oferendas para que se obtivesse a condição climática favorável para uma boa colheita.

Na idolatria, a manifestação de espíritos sobre aquele elemento da natureza dava a bênção desejada pelo adorador. Trata-se de uma visão

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animista, onde os elementos da natureza ganham "vida" através da invocação da divindade e manifestação de espíritos. O conhecimento, na Antiguidade, desenvolveu-se em função da agricultura, que era administrada por sacerdotes que efetuavam os cultos aos deuses, que eram muitas vezes elementos da natureza. Observar resultados ao nível da natureza estava, portanto, muito vinculado à prática da idolatria. Essa forma de conhecer a natureza era associada à invocação de espíritos, com exceção da civilização hebreia, a única que adorava o Deus Criador e confiava nele para as suas provisões, não adorando as coisas criadas.

Ao lado da idolatria grega, surgiram pensadores na Antiguidade grega que queriam estudar a natureza sem evocar espíritos. A dialética e o discurso ganharam muita força nessa época onde as verdades instituídas eram ganhas com base no raciocínio lógico, indução, dedução e na capacidade de persuasão do estudioso. Surgiram as primeiras escolas racionalistas gregas, das quais as mais famosas são atribuídas a Platão e a Aristóteles.

Surge também o racionalismo, um movimento filosófico que crê que a razão é instrumento para se achegar à Verdade Absoluta. Ganhou força com as visões platônicas (Platão) de que o mundo das ideias seria um mundo perfeito onde se encontra a realidade.

O primeiro homem:

Na história da humanidade, existem várias teorias e mitos sobre a origem do homem.

Diversas civilizações vivem à procura de sua origem e de como se deu a formação dos primeiros humanos. Até mesmo povos que vivem isolados e que jamais tiveram contato com outra civilização, possuem uma estória primordial (ou mito), que os ajuda a se compreenderem, e lhes traz um significado à sua existência.

A origem do homem segundo algumas religiões:

À comunidade indígena dos Kamaiurás, que habitam na região centro-oeste do Brasil. Em seu relato mítico, eles contam que a origem do primeiro homem aconteceu da seguinte maneira:

“No princípio só existia Mavutsinim que vivia sozinho na região do Morená. Não tendo família nem parentes, possuía apenas para si o paraíso inteiro. Um dia sentiu-se muito, muito só. Usou então de seus poderes sobrenaturais, transformando uma concha em uma linda mulher e casou-se com ela. Tempos depois nasce seu filho. Mavutsinim sem nada explicar levou a criança à mata, de onde não mais retornaram. A mãe desolada voltou para a lagoa transformando-se novamente em concha. Apesar de ninguém ter visto a criança, os índios acreditam que do filho de Mavutsinim tenham se originado

*Artigo Apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Metodologia do Trabalho Cientifico, ministrada pelo o Prof. Diego Filismino.** Aluno do 1° Semestre do Curso de Graduação em Administração de Empresas Bacharelado da UVA- Universidade Vale do Acaraú.

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todos os povos indígenas. Foi também Mavutsinim quem criou de um tronco de árvore a mãe dos gêmeos Sol-Kuat e Lua-Iaê, responsáveis por vários acontecimentos importantes na vida dos xinguanos, antes de se tornarem astros.” (VÉLEZ-RODRÍGUEZs, 2004, p. 12.)

Na tradição cristã, que hoje é acessível a todos de forma simples e clara. Essa tradição diz que:

“No principio, criou Deus os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas, e disse Deus haja luz; e houve luz” (Gen. 1:1-3).”

Cada religião nos propõe uma origem em relação ao nosso distante passado, ela vem para nos nortear em consequência das nossas atitudes, vendo isso, ela faz explicação de alguns fatos dando origem a eles as nossas atitudes carnais ou divinas.

 Egito: A terra surgiu do Nilo: 

“Havia no Egipto Antigo vários mitos sobre a criação, contam-se pelo menos 10 divindades criadoras”. Antes de todas as coisas não havia senão trevas e “água primordial”, o Nun (oceano à semelhança do Nilo que continha todos os germes da vida). Surgiu o senhor todo-poderoso Atum, que se criou a si próprio a partir do Num, por ter pronunciado o seu próprio nome, depois teve 2 gêmeos, um filho Chu (que representava o ar seco) e uma filha Tefnut (ar húmido). Estes separaram “o céu das águas e geraram Geb – a terra seca e Nut – o céu.” (Carlos Magma, 2009, p.20)

Grécia: A união do Céu e da Terra:

“Para os Gregos, o início da criação era o Caos, e este gerou Érebo (a parte mais profunda dos infernos) e Nyx (a noite). Estes fizeram nascer Éter (o ar) e Hémera ( o dia). Depois Gaia (terra) tornou-se a base em que todas as vidas têm a sua origem. Úrano (céu) casou-se com Gaia (terra). Todas as criaturas provêm desta união do céu e da terra (titãs, deuses, homens).” (Carlos Magma, 2009, p.20)

O mito narra à origem do mundo através da intuição. Diferentemente de uma explicação racionalista que utiliza abstração nos seus argumentos, tais como a lógica e a matemática o mito se utiliza de imagens, por isso suas explicações tornam-se mais afeitas à arte. Por isso um mito será mais bem compreendido se ao mesmo tempo ele estiver relacionado a um tipo de imagem, ou seja, de um personagem, seja na representação através de uma pintura, de uma escultura, de uma poesia, da música de modo geral. Nesse sentido, os gregos antigos eram mestres na forma de expressar seus mitos. As religiões também se baseiam em mitos para narrar a origem do mundo, escrevendo-os em livros que se tornam

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sagrados como é o caso da Bíblia Judaica e cristã, do Corão muçulmano, dos Vedas na Índia, etc.

O ser humano não deve guiar-se por questões mitológicas ligadas a um fator espiritual e divino, o obvio tem que ser observado de acordo com um olhar critico gerado através de métodos científicos, a ciência vem para nos direcionar a verdade, cabe a cada ser decidir andar sobre o caminho da ciência.

O bem e o Mal

“Medéia era uma mulher apaixonada. Tanto que, quando teve que optar entre

ser fiel ao pai, o rei Aeetes, e ajudar Jasão, o destemido guerreiro que chegara

ao reino para tomar posse do Velocino de Ouro e, com ele, salvar sua cidade

da dominação de Pelias, a moça escolheu o herói, a quem amara desde a

primeira vista. Perdidamente apaixonada por Jasão, Medéia fez uso de todos

os artifícios de que dispunha para salvá-lo dos males aos quais o rei pretendia

submeter-lo. Tanto que seus conhecimentos em magia foram usados para trair

o próprio pai e garantir ao amado a guarda do velocino que tanto almejava.

Porém, o esquema foi descoberto e o casal teve que fugir do reino. Estava

pronto o cenário ideal para a revelação de um dos lados mais cruéis da moça.

Para atrasar o pai, que perseguia a embarcação na qual escapavam de sua

fúria, Medéia matou e esquartejou o próprio irmão, que os acompanhava,

jogando seus pedaços ao mar. O rei, então, parou para recolher os pedaços do

filho e decretou que a moça acabara de perder a família. Já em local seguro,

ela acreditava que teria uma vida invejável ao lado de Jasão. Puro engano. O

herói voltou atrás na promessa de ser o seu marido, abandonando-a para

casar-se com a filha do rei Creonte – união muito mais vantajosa para suas

ambições políticas. Medéia não suportou a desilusão, nem os risos de sua

nova inimiga. Foi então que, por vingança, matou os dois filhos que teve com

Jasão, deixando-o desolado. E não parou por aí. Utilizando novamente seu

conhecimento em magia, envenenou a futura mulher do amado e também o

seu pai, o rei Creonte. A Antiguidade foi marcada pelo silêncio de mulheres

como Medéia, que só não foi perpetuado porque, na arte, eram abertos

espaços para contar suas histórias. Nas mãos de Eurípedes, a narrativa dessa

tragédia mitológica ganhou nova forma e expôs dimensões impressionantes da

fascinante personagem, que viveu a dualidade do amor e ódio e levou às

últimas consequências a dor de uma traição.” (Renata de Salvi, 2010, P.12)

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Assim como alguns mitos explicam a origem do homem, ele também mostra-

nos uma possível explicação de como surgiu o bem e o mal, cada Cléo

religioso expõe a sua ideia em relação ao surgimento dos mesmos.

Considerações finais

Conclui-se então que os mitos, por mais estranhos e confusos que possam parecer, são as únicas referências que temos para nos darmos explicações acerca do nosso passado. Eles nos fazem entender o nosso presente e nos conduzem até o futuro. Não se pode, em hipótese alguma, desconsiderar um mito, pois ele sempre estará indicando uma possível verdade sobre nossa origem e formação. Um homem sem passado é um homem sem futuro.

Muito embora nem todos busquem a fundo saber sobre os acontecimentos primordiais, existem aqueles que procuram e buscam uma resposta, e é por esta razão que hoje temos esta infinidade de mitos, que nos auxiliam para termos uma melhor compreensão de nós mesmos. Devemos, pois, estudar muito e pesquisar os mitos, por acreditar que neles pode estar a chave para a compreensão do grande mistério do cosmo.

Portanto, a religião, tradição e mito explicavam todos os enigmas que o homem não podia explicar, mas suas argumentações, já não mais satisfaziam aos que interrogavam a respeito de respostas mais concretas, sobre a criação do mundo e tudo o que nele há. Por ter perdido sua força explicativa, não convencendo e nem satisfazendo, o mito cedeu lugar a filosofia, que buscou dar lugar a razão para explicar a origem de todas as coisas, porém essa também não resistiu à grande inquietude do homem, que logo se viu com necessidades de buscar por algo mais concreto e palpável, nasceu então o método cientifico que traria respostas “verídicas” para as argumentações humanas. Porém, não podemos deixar de lado todos os feitos que o mito trouxe e ainda traz para a vida do homem, e que é através desses feitos que o homem foi disciplinado em questão de respeito, confiança, perseverança, fé etc. Como podemos comprovar em Lusíadas, de Camões.

Referências Bibliográficas:

ELIADE, Mircea. Aspectos do mito. Rio de Janeiro: Edições 70, 1989. (Coleção perspectivas do homem ; 19).

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______. Mito e realidade. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2002. (Coleção debates. Filosofia; 52).

HESIODO. Teogonia: a origem dos deuses. 4. Ed. São Paulo: Iluminuras, 2001.

MEUNIER, Mário. A legenda dourada: nova mitologia clássica. São Paulo:

IBRASA, 1961. (Biblioteca histórica; 10).

VERNANT, Jean Pierre. Mito e sociedade na Grécia antiga. Rio de Janeiro: J.

 

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