filosofos clássicos e a educação

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 Método indutivo é aquele que parte de questões particulares até chegar a conclusões generalizadas. Este método está cada vez mais sendo abandonado, [carece de fontes] por não permitir ao autor uma maior possibilidade de criar novas leis, novas teorias.  Próprio das ciências naturais também aparece na Matemática através da Estatística. Utilizando como exemplo a enumeração, trata-se de um raciocínio indutivo baseado na contagem. [editar] Exemplos edutivo é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada(s) premissa(s). A indução normalmente se contrasta à dedução.  Essencialmente, os raciocínios dedutivos se caracterizam por apresentar conclusões que devem, necessariamente, ser verdadeiras caso todas as premissas sejam verdadeiras. Índice [esconder]  1 História  2 Na literatura  3 Aplicações  4 Exemplos  5 Sofismas [editar] História O método dedutivo surgiu na Grécia antiga, com o silogismo do filósofo Aristóteles. Entretanto, é importante frisar que a dedução (e, conseqüentemente, o método dedutivo) não oferece conhecimento novo, uma vez que sempre conduz à particularidade de uma lei geral previamente conhecida. A dedução apenas organiza e especifica o conhecimento que já se possui. Ela tem como ponto de partida o plano do inteligível (ou seja: da verdade geral, já estabelecida) e converge para um ponto interior deste plano. Sofismas Ao constituir uma observação lógica Aristotélica, deve-se tomar cuidado com o sofismo. Sofismo é um racionicio falso, mas com aparencia lógica. Exemplo:  As galinhas tem dois pés, homens tem dois pés, logo homens são galinhas.  Os nazistas eram nacionalistas, norte-americanos são nacionalistas, logo norte-americanos são nazistas. (Por que está errado?) A educação, para Aristóteles, é um caminho para a vida pública”, prossegue Carlota. Cabe à educação a formação do caráter do aluno. Perseguir a virtude significaria, em todas as atitudes, buscar o “justo meio”. A prudência e a sensatez se encontrariam no meio-termo, ou medida justa  “o que não é demais nem muito pouco”, nas palavras do filósofo. Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas têm uma finalidade. É isso que,

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Método indutivo é aquele que parte de questões particulares até chegar a conclusões generalizadas. Estemétodo está cada vez mais sendo abandonado,[carece de fontes] por não permitir ao autor uma maiorpossibilidade de criar novas leis, novas teorias. 

Próprio das ciências naturais também aparece na Matemática através da Estatística. Utilizando comoexemplo a enumeração, trata-se de um raciocínio indutivo baseado na contagem.

[editar] Exemplos

edutivo é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeitode determinada(s) premissa(s).

A indução normalmente se contrasta à dedução. 

Essencialmente, os raciocínios dedutivos se caracterizam por apresentar conclusões que devem,necessariamente, ser verdadeiras caso todas as premissas sejam verdadeiras.

Índice

[esconder] 

  1 História  2 Na literatura  3 Aplicações  4 Exemplos  5 Sofismas

[editar] História

O método dedutivo surgiu na Grécia antiga, com o silogismo do filósofo Aristóteles.

Entretanto, é importante frisar que a dedução (e, conseqüentemente, o método dedutivo) não oferececonhecimento novo, uma vez que sempre conduz à particularidade de uma lei geral previamenteconhecida. A dedução apenas organiza e especifica o conhecimento que já se possui. Ela tem como pontode partida o plano do inteligível (ou seja: da verdade geral, já estabelecida) e converge para um pontointerior deste plano.

Sofismas

Ao constituir uma observação lógica Aristotélica, deve-se tomar cuidado com o sofismo. Sofismo é um

racionicio falso, mas com aparencia lógica. Exemplo:

  As galinhas tem dois pés, homens tem dois pés, logo homens são galinhas.

  Os nazistas eram nacionalistas, norte-americanos são nacionalistas, logo norte-americanos sãonazistas. (Por que está errado?)

A educação, para Aristóteles, é um caminho para a vida pública”, prossegue Carlota. Cabe à educação a

formação do caráter do aluno. Perseguir a virtude significaria, em todas as atitudes, buscar o “justo

meio”. A prudência e a sensatez se encontrariam no meio-termo, ou medida justa – “o que não é

demais nem muito pouco”, nas palavras do filósofo. 

Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas têm uma finalidade. É isso que,

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segundo o filósofo, leva todos os seres vivos a se desenvolver de um estado de imperfeição (semente ouembrião) a outro de perfeição (correspondente ao estágio de maturidade e reprodução). Nem todos osseres conseguem ou têm oportunidade de cumprir o ciclo em sua plenitude, porém. Por terpotencialidades múltiplas, o ser humano só será feliz e dará sua melhor contribuição ao mundo sedesfrutar das condições necessárias para desenvolver o talento. A organização social e política, em geral,e a educação, em particular, têm a responsabilidade de fornecer essas condições.

Ninguém nasce virtuoso

A virtude, para Aristóteles, é uma prática e não um dado da natureza de cada um, tampouco o meroconhecimento do que é virtuoso, como para Platão (427-347 a.C.). Para ser praticada constantemente, avirtude precisa se tornar um hábito. Embora não se conheça nenhum estudo de Aristóteles sobre oassunto, é possível concluir que o hábito da virtude deve ser adquirido na escola.

Grande parte da obra que originou o legado aristotélico se desenvolveu em oposição à filosofia de Platão,seu mestre e fundador da Academia ateniense, que Aristóteles freqüentou durante duas décadas.

Posteriormente, ele fundaria uma escola própria, o Liceu. Uma das duas grandes inovações do filósofo emrelação ao antecessor foi negar a existência de um mundo supra-real, onde residiriam as idéias. ParaAristóteles, ao contrário, o mundo que percebemos é suficiente, e nele a perfeição está ao alcance detodos os homens. A oposição entre os dois filósofos gregos  – ou entre a supremacia das idéias (idealismo)ou das coisas (realismo)  – marcaria para sempre o pensamento ocidental.

A verdade científica

A segunda inovação de Aristóteles foi no campo da lógica. De acordo com o filósofo, determinar umaverdade comum a todos os componentes de um grupo de coisas é a condição para conceber um sistemateórico. Para a construção de tal conhecimento, Aristóteles não se satisfez com a dialética de Platão,segundo a qual o caminho para chegar à verdade era a depuração dos argumentos e pontos de vista porintermédio do diálogo.

Aristóteles quis criar um método mais seguro e desenvolveu o sistema que ficou conhecido comosilogismo. Ele consiste de três proposições  – duas premissas e uma conclusão que, para ser válida,decorre das duas anteriores necessariamente, sem que haja outra opção. Exemplo clássico de silogismo éo seguinte. Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal. Isso nãobasta, porém, para que a lógica se torne ciência. Um silogismo precisa partir de verdades, como ascontidas nas duas proposições iniciais.Elas não se sujeitam a um raciocínio que as demonstre. Demonstram-se a si mesmas na realidade e sãochamadas de axiomas. A observação empírica  – isto é, a experiência do real  – ganha, assim, papel centralna concepção de ciência de Aristóteles, em contraste com o pensamento de Platão.

Imitação, o princípio do aprendizado

Aristóteles não era, como Platão, um crítico da sociedade e da democracia de Atenas. Ao contrário,considerava a família, como se constituía na época, o núcleo inicial da organização das cidades e aprimeira instância da educação das crianças. Atribuía, no entanto, aos governantes e aos legisladores odever de regular e vigiar o funcionamento das famílias para garantir que as crianças crescessem comsaúde e obrigações cívicas. Por isso, o Estado deveria também ser o único responsável pelo ensino. Naescola, o princípio do aprendizado seria a imitação. Segundo ele, os bons hábitos se formavam nascrianças pelo exemplo dos adultos. Quanto ao conteúdo dos estudos, Aristóteles via com desconfiança osaber "útil", uma vez que cabia aos escravos exercer a maioria dos ofícios, considerados indignos doshomens livres.

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Para pensar

Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para viver bem  – e issoqueria dizer, entre outras coisas, viver uma vida prazerosa. No mundo atual, nem sempre se vêcompatibilidade entre a virtude e o prazer. Ainda assim, você acredita que seja possível desenvolver emseus alunos uma consciência ética e, ao mesmo tempo, a capacidade de apreciar as coisas boas da vida?

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Pensadores da Educação

PEDAGOGIA

Platão

O filósofo grego previu um sistema de ensino que mobilizava toda a sociedade para formar sábios eencontrar a virtude

Há mais de 2 mil anos, Platão já defendia instrução igual para meninos e meninas

de Platão: 

"A educação deve propiciar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza que podem ter"

"Ao longo dos anos, os antigos encontraram uma boa receita para a educação: ginástica para o corpo emúsica para a alma"

Platão nasceu por volta de 427 a.C. em uma família aristocrática de Atenas. Quando tinha cerca de 20anos, aproximou-se de Sócrates, por quem tinha grande admiração. Como a maioria dos jovens de suaclasse, quis entrar na política. Contudo, a oligarquia e a democracia lhe desagradaram. Com a condenaçãode Sócrates à morte, Platão decidiu se afastar de Atenas e saiu em viagem pelo mundo. Numa de suasúltimas paradas, esteve na Sicília, onde fez amizade com Dion, cunhado do rei de Siracusa, Dionísio I. Devolta a Atenas, com cerca de 40 anos, Platão fundou a Academia, um instituto de educação e pesquisafilosófica e científica que rapidamente ganhou prestígio. Três décadas depois, ele foi convidado por Diona viajar a Siracusa para educar seu sobrinho Dionísio II, que se tornara imperador. A missão foi frustradapor intrigas políticas que terminaram num golpe dado por Dion. Platão morreu por volta de 347 a.C. Jáera um homem admirado em toda Atenas.

Na história das idéias, Platão foi o primeiro pedagogo, não só por ter concebido um sistema educacionalpara o seu tempo, mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política. O objetivofinal da educação, para o filósofo, era a formação do homem moral, vivendo em um Estado justo.

Platão foi o segundo da tríade dos grandes filósofos clássicos, sucedendo Sócrates (469-399 a.C.) eprecedendo Aristóteles (384-322 a.C.), seu discípulo. Como Sócrates, Platão rejeitava a educação que sepraticava na Grécia em sua época e que estava a cargo dos sofistas, incumbidos de transmitirconhecimentos técnicos - sobretudo a oratória - aos jovens da elite, para torná-los aptos a ocupar asfunções públicas. "Os sofistas afirmavam que podiam defender igualmente teses contrárias, dependendodos interesses em jogo", diz Sérgio Augusto Sardi, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio

Grande do Sul. "Platão, ao contrário, pensava em termos de uma busca continuada da virtude, da justiça eda verdade."

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Para Platão, "toda virtude é conhecimento". Ao homem virtuoso, segundo ele, é dado conhecer o bem e obelo. A busca da virtude deve prosseguir pela vida inteira - portanto, a educação não pode se restringiraos anos de juventude. Educar é tão importante para uma ordem política baseada na justiça - como Platãopreconizava - que deveria ser tarefa de toda a sociedade.

O ideal da escola pública

Baseado na idéia de que os cidadãos que têm o espírito cultivado fortalecem o Estado e que os melhoresentre eles serão os governantes, o filósofo defendia que toda educação era de responsabilidade estatal -um princípio que só se difundiria no Ocidente muitos séculos depois. Igualmente avançada, quasevisionária, era a defesa da mesma instrução para meninos e meninas e do acesso universal ao ensino.

Contudo, Platão era um opositor da democracia - há estudiosos que o consideram um dos primeirosidealizadores do totalitarismo. O filósofo via no sistema democrático que vigorava na Atenas de seutempo uma estrutura que concedia poder a pessoas despreparadas para governar. Quando Sócrates, queconsiderava "o mais sábio e o mais justo dos homens", foi condenado à morte sob acusação de corromper

a juventude, Platão convenceu-se, de uma vez por todas, de que a democracia precisava ser substituída.Para ele, o poder deveria ser exercido por uma espécie de aristocracia, mas não constituída pelos maisricos ou por uma nobreza hereditária. Os governantes tinham de ser definidos pela sabedoria. Os reisdeveriam ser filósofos e vice-versa. "Como pode uma sociedade ser salva, ou ser forte, se não tiver àfrente seus homens mais sábios?", escreveu Platão.

Estudo permanente

A educação, segundo a concepção platônica, visava a testar as aptidões dos alunos para que apenas osmais inclinados ao conhecimento recebessem a formação completa para ser governantes. Essa era afinalidade do sistema educacional planejado pelo filósofo, que pregava a renúncia do indivíduo em favorda comunidade. O processo deveria ser longo, porque Platão acreditava que o talento e o gênio só se

revelam aos poucos.

A formação dos cidadãos começaria antes mesmo do nascimento, pelo planejamento eugênico daprocriação. As crianças deveriam ser tiradas dos pais e enviadas para o campo, uma vez que Platãoconsiderava corruptora a influência dos mais velhos. Até os 10 anos, a educação seria predominantementefísica e constituída de brincadeiras e esporte. A idéia era criar uma reserva de saúde para toda a vida. Emseguida, começaria a etapa da educação musical (abrangendo música e poesia), para se aprender harmoniae ritmo, saberes que criariam uma propensão à justiça, e para dar forma sincopada e atrativa a conteúdosde Matemática, História e Ciência. Depois dos 16 anos, à música se somariam os exercícios físicos, com oobjetivo de equilibrar força muscular e aprimoramento do espírito.

Aos 20 anos, os jovens seriam submetidos a um teste para saber que carreira deveriam abraçar. Osaprovados receberiam, então, mais dez anos de instrução e treinamento para o corpo, a mente e o caráter.

No teste que se seguiria, os reprovados se encaminhariam para a carreira militar e os aprovados para afilosofia - neste caso, os objetivos dos estudos seriam pensar com clareza e governar com sabedoria. Aos35 anos, terminaria a preparação dos reis-filósofos. Mas ainda estavam previstos mais 15 de vida emsociedade, testando os conhecimentos entre os homens comuns e trabalhando para se sustentar. Somenteos que fossem bem-sucedidos se tornariam governantes ou "guardiães do Estado".

O aprendizado como reminiscência

Platão defendia a idéia de que a alma precede o corpo e que, antes de encarnar, tem acesso aoconhecimento. Dessa forma, todo aprendizado não passaria de um esforço de reminiscência - um dos

princípios centrais do pensamento do filósofo. Com base nessa teoria, que não encontra eco na ciênciacontemporânea, Platão defendia uma idéia que, paradoxalmente, sustenta grande parte da pedagogia atual:não é possível ou desejável transmitir conhecimentos aos alunos, mas, antes, levá-los a procurar

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respostas, eles mesmos, a suas inquietações. Por isso, o filósofo rejeitava métodos de ensino autoritários.Ele acreditava que se deveria deixar os estudantes, sobretudo as crianças, à vontade para que pudessem sedesenvolver livremente. Nesse ponto, a pedagogia de Platão se aproxima de sua filosofia, em que a buscada verdade é mais importante do que dogmas incontestáveis. O processo dialético platônico - pelo qual,ao longo do debate de idéias, depuram-se o pensamento e os dilemas morais - também se relaciona com aprocura de respostas durante o aprendizado. "Platão é do mais alto interesse para todos que compreendem

a educação como uma exigência de que cada um, professor ou aluno, pense sobre o próprio pensar", diz oprofessor Sardi.

Para pensar

Platão acreditava que, por meio do conhecimento, seria possível controlar os instintos, a ganância e aviolência. O acesso aos valores da civilização, portanto, funcionaria como antídoto para todo o malcometido pelos seres humanos contra seus semelhantes. Hoje poucos concordam com isso; a causaprincipal foram as atrocidades cometidas pelos regimes totalitários do século 20, que prosperaram até empaíses cultos e desenvolvidos, como a Alemanha. Por outro lado, não há educação consistente sem

valores éticos. Você já refletiu sobre essas questões? Até que ponto considera a educação um instrumentopara a formação de homens sábios e virtuosos?

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Pensadores da Educação

EDAGOGIA

Santo Agostinho

O sábio cristão afirmava que o homem só tem acesso ao conhecimento quando iluminado por Deus

Santo Agostinho criou uma filosofia que deu suporte racional ao cristianismo

Frases de Santo Agostinho: 

"Não se deve esperar da criança inteligência nem aspirar a ela. O mais importante é a consciência, adisciplina"

"Não se aprende pelas palavras, que repercutem exteriormente, mas pela verdade, que ensinainteriormente"

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Aurelius Augustinus, que passaria para a história como Santo Agostinho, nasceu em 354, em Tagaste(hoje na Argélia), sob o domínio romano. Embora sua mãe fosse cristã, Agostinho não se interessou porreligião quando jovem. Sentia-se atraído pela filosofia romana. Antes dos 20 anos já tinha um filho, deuma relação não formalizada. Em pouco tempo, abriu uma escola na sua cidade natal.Tornou-se professor de retórica, lecionando depois em Cartago, Roma e Milão. Nesta cidade, tomoucontato com o neoplatonismo e, aos 32 anos, converteu-se ao cristianismo. De volta a Tagaste, decidido a

observar a castidade e a austeridade, vendeu as propriedades que herdara dos pais e fundou umacomunidade monástica, onde pretendia se isolar. Mas, sem que planejasse, foi nomeado sacerdote daigreja de Hipona, função que manteve até a morte, em 430. Suas obras principais são Confissões, Cidade

de Deus e Da Trindade.

Embora tenha vivido nos últimos anos da Idade Antiga - que se encerrou com a queda do ImpérioRomano, no ano de 476 -, Santo Agostinho foi o mais influente pensador ocidental dos primeiros séculosda Idade Média (476-1453). A ele se deveu a criação de uma filosofia que, pela primeira vez, deu suporteracional ao cristianismo. Com o pensamento de Santo Agostinho, a crença ganhou substância doutrináriapara orientar a educação, numa época em que a cultura helenística (baseada no pensamento grego) haviaentrado em decadência e a nova religião conquistava cada vez mais seguidores, mesmo se fundamentandoquase que exclusivamente na fé e na difusão espontânea.

Outros pensadores já haviam se dedicado à revisão da cultura clássica (greco-romana) para adaptá-la aosnovos tempos. Havia nisso algo de estratégico, já que o paganismo ainda continuava vivo na Europa e emregiões vizinhas. Era uma forma de mostrar aos indecisos que a conversão ao cristianismo não seriaincompatível com maneiras de viver e de pensar a que estavam acostumados. Entre os pensadores gregos,o que mais se prestavaà construção de uma filosofia cristã era Platão (427-347 a.C.), e a escola de pensamento hegemônica nosprimeiros séculos da Idade Média ficou conhecida como neoplatonismo.

Ensino e catequese

À medida que a Igreja se tornava a instituição mais poderosa do Ocidente, a filosofia de Santo Agostinhodefinia a cultura de seu tempo. Educação e catequese praticamente se equivaliam - as escolas eramorientadas para a formação de membros do clero, ficando em segundo plano a transmissão dos conteúdostradicionais. O conhecimento tinha lugar central na filosofia de Santo Agostinho, mas ele se confundiacom a fé. Diante disso, a educação daquela época - conhecida como patrística, em referência aos padresque a ministravam - estimulava acima de tudo a obediência aos mestres, a resignação e a humildadediante do desconhecido. O objetivo era treinar o controle das paixões para merecer a salvação numasuposta vida após a morte. Não é por acaso que a obra principal de Santo Agostinho seja Confissões, emque narra a própria conversão ao cristianismo depois de uma vida em pecado. Trata-se de uma trajetóriade redefinição de si mesmo à luz de Deus, culminando com a redenção. O livro descreve a busca dasalvação, ao mesmo tempo psicológica e filosófica. Tal procura se transformaria numa espécie deparadigma da vida terrena para os cristãos e vigoraria durante séculos como princípio confessional. Todaa reflexão de Santo Agostinho parte da indagação sobre o conhecimento, introduzindo a razão, o

pensamento e os sentidos humanos no debate teológico. Segundo o filósofo, os sentidos nunca seenganam e, portanto, o que eles captam é, para o ser humano, a verdade. Dizer que essa verdade constituia verdade do mundo, no entanto, pode ser um erro.

Acesso ao eterno

O pensamento não se confunde com o mundo material - ele é simultaneamente a essência do ser humanoe a fonte dos erros que podem afastá-lo da verdade. O conhecimento seria a capacidade de concluirverdades imutáveis por meio dos processos mentais. Um exemplo de verdade imutável seriam as regrasmatemáticas. Como o homem é inconstante e sujeito ao erro, uma verdade imutável não pode provir delemesmo, mas de Deus, que é a própria perfeição. Assim, o ser humano tem pensamento autônomo e acessoà verdade eterna, mas depende, para isso, de iluminação divina.

Se o bem vem de Deus, o mal se origina da ausência do bem e só pode ser atribuído ao homem, porconduzir erroneamente as próprias vontades. Se o fizesse de modo correto, chegaria à iluminação. A

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ausência do bem se deve também a uma quase irresistível inclinação do ser humano para o pecado aofazer prevalecer os impulsos do corpo, e não a alma. Santo Agostinho tratou o tema da educação mais deperto em duas obras, De Doctrina Christiana e De Magistro, na qual apresenta a doutrina do mestreinterior. A idéia é que o professor não ensina sozinho, mas depende também do aluno e, sobretudo, deuma verdade comum aos dois. Simplificando, o professor mostra o caminho e o aluno o adota; assim, osaber brota de seu interior. "A pessoa que ensina não transmite, mas desperta", diz Eliane Marta Teixeira

Lopes, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. "Para SantoAgostinho, é desse modo que se conquista a paz da alma, e esse é o objetivo final da educação."

Para pensar

A filosofia de Santo Agostinho está condicionada à fé religiosa e, especificamente, à ética cristã. Aeducação moderna, no entanto, é laica, mesmo nas escolas administradas por organizações religiosas,porque a cultura ocidental evoluiu para a separação clara entre razão e fé. Mesmo assim, o pensamentoagostiniano permite um diálogo interessante com concepções pedagógicas contemporâneas. Você já deveter ouvido críticas às concepções de ensino segundo as quais

o professor apenas transmite conhecimentos para um aluno passivo. Que semelhanças e diferençaspercebe entre as correntes atuais que fazem essas críticas e o princípio agostiniano de que o mestre indicao caminho, mas só o aluno constrói (ou não) a informação?

EDAGOGIA

Santo Agostinho

O sábio cristão afirmava que o homem só tem acesso ao conhecimento quando iluminado por Deus

Santo Agostinho criou uma filosofia que deu suporte racional ao cristianismo

Frases de Santo Agostinho: 

"Não se deve esperar da criança inteligência nem aspirar a ela. O mais importante é a consciência, adisciplina"

"Não se aprende pelas palavras, que repercutem exteriormente, mas pela verdade, que ensinainteriormente"

Aurelius Augustinus, que passaria para a história como Santo Agostinho, nasceu em 354, em Tagaste(hoje na Argélia), sob o domínio romano. Embora sua mãe fosse cristã, Agostinho não se interessou porreligião quando jovem. Sentia-se atraído pela filosofia romana. Antes dos 20 anos já tinha um filho, deuma relação não formalizada. Em pouco tempo, abriu uma escola na sua cidade natal.Tornou-se professor de retórica, lecionando depois em Cartago, Roma e Milão. Nesta cidade, tomoucontato com o neoplatonismo e, aos 32 anos, converteu-se ao cristianismo. De volta a Tagaste, decidido aobservar a castidade e a austeridade, vendeu as propriedades que herdara dos pais e fundou umacomunidade monástica, onde pretendia se isolar. Mas, sem que planejasse, foi nomeado sacerdote daigreja de Hipona, função que manteve até a morte, em 430. Suas obras principais são Confissões, Cidade

de Deus e Da Trindade.

Embora tenha vivido nos últimos anos da Idade Antiga - que se encerrou com a queda do ImpérioRomano, no ano de 476 -, Santo Agostinho foi o mais influente pensador ocidental dos primeiros séculosda Idade Média (476-1453). A ele se deveu a criação de uma filosofia que, pela primeira vez, deu suporte

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racional ao cristianismo. Com o pensamento de Santo Agostinho, a crença ganhou substância doutrináriapara orientar a educação, numa época em que a cultura helenística (baseada no pensamento grego) haviaentrado em decadência e a nova religião conquistava cada vez mais seguidores, mesmo se fundamentandoquase que exclusivamente na fé e na difusão espontânea.

Outros pensadores já haviam se dedicado à revisão da cultura clássica (greco-romana) para adaptá-la aos

novos tempos. Havia nisso algo de estratégico, já que o paganismo ainda continuava vivo na Europa e emregiões vizinhas. Era uma forma de mostrar aos indecisos que a conversão ao cristianismo não seriaincompatível com maneiras de viver e de pensar a que estavam acostumados. Entre os pensadores gregos,o que mais se prestavaà construção de uma filosofia cristã era Platão (427-347 a.C.), e a escola de pensamento hegemônica nosprimeiros séculos da Idade Média ficou conhecida como neoplatonismo.

Ensino e catequese

À medida que a Igreja se tornava a instituição mais poderosa do Ocidente, a filosofia de Santo Agostinho

definia a cultura de seu tempo. Educação e catequese praticamente se equivaliam - as escolas eramorientadas para a formação de membros do clero, ficando em segundo plano a transmissão dos conteúdostradicionais. O conhecimento tinha lugar central na filosofia de Santo Agostinho, mas ele se confundiacom a fé. Diante disso, a educação daquela época - conhecida como patrística, em referência aos padresque a ministravam - estimulava acima de tudo a obediência aos mestres, a resignação e a humildadediante do desconhecido. O objetivo era treinar o controle das paixões para merecer a salvação numasuposta vida após a morte. Não é por acaso que a obra principal de Santo Agostinho seja Confissões, emque narra a própria conversão ao cristianismo depois de uma vida em pecado. Trata-se de uma trajetóriade redefinição de si mesmo à luz de Deus, culminando com a redenção. O livro descreve a busca dasalvação, ao mesmo tempo psicológica e filosófica. Tal procura se transformaria numa espécie deparadigma da vida terrena para os cristãos e vigoraria durante séculos como princípio confessional. Todaa reflexão de Santo Agostinho parte da indagação sobre o conhecimento, introduzindo a razão, opensamento e os sentidos humanos no debate teológico. Segundo o filósofo, os sentidos nunca se

enganam e, portanto, o que eles captam é, para o ser humano, a verdade. Dizer que essa verdade constituia verdade do mundo, no entanto, pode ser um erro.

Acesso ao eterno

O pensamento não se confunde com o mundo material - ele é simultaneamente a essência do ser humanoe a fonte dos erros que podem afastá-lo da verdade. O conhecimento seria a capacidade de concluirverdades imutáveis por meio dos processos mentais. Um exemplo de verdade imutável seriam as regrasmatemáticas. Como o homem é inconstante e sujeito ao erro, uma verdade imutável não pode provir delemesmo, mas de Deus, que é a própria perfeição. Assim, o ser humano tem pensamento autônomo e acessoà verdade eterna, mas depende, para isso, de iluminação divina.

Se o bem vem de Deus, o mal se origina da ausência do bem e só pode ser atribuído ao homem, por

conduzir erroneamente as próprias vontades. Se o fizesse de modo correto, chegaria à iluminação. Aausência do bem se deve também a uma quase irresistível inclinação do ser humano para o pecado aofazer prevalecer os impulsos do corpo, e não a alma. Santo Agostinho tratou o tema da educação mais deperto em duas obras, De Doctrina Christiana e De Magistro, na qual apresenta a doutrina do mestreinterior. A idéia é que o professor não ensina sozinho, mas depende também do aluno e, sobretudo, deuma verdade comum aos dois. Simplificando, o professor mostra o caminho e o aluno o adota; assim, osaber brota de seu interior. "A pessoa que ensina não transmite, mas desperta", diz Eliane Marta TeixeiraLopes, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. "Para SantoAgostinho, é desse modo que se conquista a paz da alma, e esse é o objetivo final da educação."

Para pensar

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A filosofia de Santo Agostinho está condicionada à fé religiosa e, especificamente, à ética cristã. Aeducação moderna, no entanto, é laica, mesmo nas escolas administradas por organizações religiosas,porque a cultura ocidental evoluiu para a separação clara entre razão e fé. Mesmo assim, o pensamentoagostiniano permite um diálogo interessante com concepções pedagógicas contemporâneas. Você já deveter ouvido críticas às concepções de ensino segundo as quaiso professor apenas transmite conhecimentos para um aluno passivo. Que semelhanças e diferenças

percebe entre as correntes atuais que fazem essas críticas e o princípio agostiniano de que o mestre indicao caminho, mas só o aluno constrói (ou não) a informação?

Conteúdo relacionado:O método dialético de Sócrates está ligado à sua descoberta da essência do homem como alma (psyché) etendo o modo consciente a despojar a alma da ilusão do saber. Como sistema de ensinamento usava odialogo em sintonia com a razão para levar o interlocutor ao encontro da sua alma, fundamentalmente denatureza ética e educativa.Pode-se dizer que o método de Sócrates é dividido em duas partes; na primeira, feita a pergunta, eleprocura mostrar ao interlocutor a insuficiência da resposta dada e mostra que estas são semprepreconceitos recebidos, opiniões subjetivas e não a definição buscada. A isto, dá-se o nome de ironia; porisso ele não era bem visto. A forma de levar o ouvinte a dar conta de que não sabe aquilo que julgavasaber e para melhor entender a si mesmo, era posta como finalidade de quebrar a solidez existente na

própria pessoa.Então na segunda parte, ele vai sugerir caminhos para que o interlocutor seja capaz de encontrar aresposta procurada a em si mesmo.ertamente você já ouviu a célebre expressão "Penso, logo existo", não ouviu? A origem dessa expressãoestá na obra do filósofo francês René Descartes (1595-1650). Por essa expressão, no entanto, é difícilavaliar a revolução iniciada por Descartes na história da filosofia. René Descartes foi o maior expoente dochamado racionalismo clássico - movimento que deu ao mundo filósofos tão brilhantes como FrancisBacon, Blaise Pascal, Thomas Hobbes, Baruch Spinoza, John Locke e Isaac Newton. 

O século 17 assistiu a grandes inovações no campo da ciência e do pensamento. Marcado peloabsolutismo monárquico (concentração de todos os poderes nas mãos do rei) e pela Contra-Reforma(reafirmação da doutrina católica em oposição ao crescimento do protestantismo), essa época viu nascer ométodo experimental e a possibilidade de explicação mecânica e matemática do universo, que deu origema todas as ciências modernas.

Discurso do Método

O "Discurso do Método" foi a obra em que Descartes lançou as bases do pensamento que viria modificartoda a história da filosofia. Alguns anos depois suas idéias foram retomadas nas "Meditações". O filósofoestava disposto a encontrar uma base sólida para servir de alicerce a todo conhecimento. Na época, afilosofia não se distinguia das outras ciências e o livro deveria ser uma introdução para três escritoscientíficos, voltados para a meteorologia, a geometria, e o estudo do corpo humano.

Ao buscar um alicerce novo para a filosofia, Descartes rompeu com a tradição aristotélica e com opensamento escolástico, que dominou a filosofia no período medieval. A separação entre sujeito e objeto

do conhecimento tornou-se fundamental para toda a filosofia moderna. 

No "Discurso do método", publicado em 1637, Descartes elaborou uma espécie de autobiografiaintelectual, em que conta em primeira pessoa os fatos e as reflexões que o fizeram buscar um princípioseguro para edificar as ciências. Descreve também os passos que o levaram à fundação de seu método - opercurso que vai da dúvida sistemática à certeza da existência de um sujeito pensante.

Dúvida metódica

Para fundamentar o conhecimento, o filósofo deve rejeitar como falso tudo aquilo que possa ser posto emdúvida. A dúvida é, portanto, um momento necessário para a descoberta da substância pensante, darealidade do sujeito que pensa. Através da dúvida metódica, o filósofo chega à descoberta de sua própria

existência enquanto substância pensante. A palavra cogito (penso) deriva da expressão latina cogito ergosum (penso logo existo) e remete à auto-evidência do sujeito pensante . O cogito é a certeza que o sujeitopensante tem da sua existência enquanto tal.

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No fragmento abaixo, podemos observar como o filósofo explica o percurso que o levou à descoberta docogito (a certeza que o sujeito pensante tem de sua própria existência) - base todo seu pensamentofilosófico.

“A partir do momento em que desejava dedicar -meexclusivamente à pesquisa da verdade, pensei que deveriarejeitar como absolutamente falso tudo aquilo em que pudessesupor a menor dúvida, com a intenção de verificar se, depoisdisso, não restaria algo em minha educação que fosseinteiramente indubitável.Desse modo, considerando que nossos sentidos às vezes nosenganam, quis supor que não existia nada que fosse tal comoeles nos fazem imaginar. Por haver homens que se enganam aoraciocinar, mesmo no que se refere às mais simples noções degeometria (...), rejeitei como falsas, julgando que estava sujeito ame enganar como qualquer outro, todas as razões que eu tomaraaté então por demonstrações. (...)Logo em seguida, porém, percebi que, enquanto eu queria pensarassim que tudo era falso, convinha necessariamente que eu, quepensava, fosse alguma coisa. Ao notar que esta verdade penso,logo existo, era tão sólida e tão correta (...), julguei que podiaacatá-la sem escrúpulo como o primeiro princípio da filosofia queeu procurava.” 

René Descartes, “Discurso do Método” 

Charles-Louis de Secondat, barão de Montesquieu, foi um dos grandes filósofos políticos do Iluminismo. 

Curioso insaciável, tinha um humor mordaz. Ele escreveu um relatório sobre as várias formas de poder, 

em que explicou como os governos podem ser preservados da corrupção.

Nobre, de família rica, Charles-Louis formou-se em direito na Universidade de Bordeaux, em 1708, e foi

para Paris prosseguir em seus estudos. Com a morte do pai, cinco anos depois, voltou à cidade natal, LaBrède, para tomar conta das propriedades que herdou.

Casou-se com Jeanne Lartigue, uma protestante. O casal teve duas filhas. Em 1716 ele herdou de um tio

o título de Barão de La Brède e de Montesquieu, além do cargo de presidente da Câmara de Bordeaux,

para atuar em questões judiciais e administrativas da região. Pelos próximos onze anos ele esteve

envolvido em julgamentos e aplicações de sentenças, inclusive torturas. Nessa época também participou

de estudos acadêmicos, acompanhando os desenvolvimentos científicos e escrevendo teses.

Em 1721, Montesquieu publicou as "Cartas Persas", um sucesso instantâneo que lhe trouxe a fama

como escritor. Inspirou-se no o gosto da época pelas coisas orientais para fazer uma sátira das

instituições e dos costumes das sociedades francesa e européia, além de fazer críticas fortes à religião

católica e à igreja: foi a primeira vez que isso aconteceu no século 18. O livro tem um estilo divertido,mas também é desanimador: apresenta a virtude e o autoconhecimento como impossíveis de serem

atingidos.

Montesquieu começou dividir seu tempo entre os salões literários em Paris, os estudos em Bordeaux, o

cargo na Câmara e a atividade de escritor. Logo, ele deixaria a função pública para se dedicar aos livros.

Foi eleito para a Academia Francesa em 1728. Viajou pela Europa e decidiu morar na Inglaterra, onde

ficou por dois anos. Estava muito impressionado com o sistema político inglês e decidido a estudá-lo. Na

volta a La Brède, escreveu sua obra-prima, "O Espírito das Leis": foi outro grande sucesso, e também

bastante criticada, como haviam sido as "Cartas Persas".

Montesquieu quis explicar as leis humanas e as instituições sociais: enquanto as leis físicas são regidas

por Deus, as regras e instituições são feitas por seres humanos passíveis de falhas. Definiu três tipos de

governo existentes: republicanos, monárquicos e despóticos, e organizou um sistema de governo que

evitaria o absolutismo, isto é, a autoridade tirânica de um só governante. Para o pensador, o despotismo

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era um perigo que podia ser prevenido com diferentes organismos exercendo as funções de fazer leis,

administrar e julgar.

Assim, Montesquieu idealizou o Estado regido por três poderes separados, o Legislativo, o Executivo e o

Judiciário. Essa é a teoria da separação de poderes e teve enorme impacto na política, influenciando a

organização das nações modernas. O pensador levou dois anos escrevendo "Em defesa do Espírito das

Leis", para responder ao vários críticos.

Apesar desse esforço, a Igreja católica colocou "O Espírito das Leis" no seu índice de livros proibidos, o

Index Librorum Prohibitorum. Mas isso não impediu o sucesso da obra, que foi publicada em 1748, em

dois volumes, em Genebra, na Suíça, para driblar a censura. Seus livros seguintes continuaram a ser

controvertidos, desagradando protestantes (jansenistas), católicos ordodoxos, jesuítas e a Universidade

Sorbonne, de Paris.

Montesquieu morreu, aos 66 anos, de uma febre. Estava quase cego. Deixou sem concluir um ensaio

para a Enciclopédia, de Diderot e D'Alembert.