Final - Estudo de Viabilidade Econômica Fazenda Raiz

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS ESCOLA DE VETERINÁRIA PROJETO DE PESQUISA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM BOVINOCULTURA DE LEITE 1. TÍTULO : Projeto de Viabilidade Econômica em Bovinocultura- Estudo Técnico e Econômico de um Sistema de Cria de Gado F1 (Holandês-Zebu) 2. AUTORIA: Orientado : Isabela Maria Alves de Ávila Orientadores: Fabiano Alvim Barbosa Rafahel Carvalho de Souza 3. LINHA DE PESQUISA: Área: Administração de sistemas de produção animal Belo Horizonte – MG Agosto 2006

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Monografia de especializacao: Estudo da viabilidade economica de um sistema de producao de bezerras F1 girolando em sistema já implantado

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAISESCOLA DE VETERINÁRIA

PROJETO DE PESQUISA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM BOVINOCULTURA DE LEITE

1. TÍTULO :Projeto de Viabilidade Econômica em Bovinocultura- Estudo Técnico e Econômico de um Sistema de Cria de Gado F1 (Holandês-Zebu)

2. AUTORIA:Orientado : Isabela Maria Alves de ÁvilaOrientadores: Fabiano Alvim Barbosa

Rafahel Carvalho de Souza

3. LINHA DE PESQUISA:Área: Administração de sistemas de produção animal

Belo Horizonte – MGAgosto 2006

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CONTEÚDO

Resumo1 Introdução..................................................................................................................... 42 Revisão de Literatura..............................................................................................3 Parte – Descritivo Técnico........................................................ 53.1 Diagnóstico de situação:...................................................................................... 53.2 Planejamento nutricional:.................................................................................... 53.2.1 Manejo sustentado das pastagens:.............................................................. 53.2.2 Suplementação volumosa:.............................................................................. 53.2.3 Formulação de dietas:....................................................................................... 53.2.4 Nutrição mineral:................................................................................................. 53.3 Controle sanitário:.................................................................................................. 53.4 Planejamento anual das atividades de manejo:......................................... 63.5 Manejo reprodutivo:............................................................................................... 63.6 Treinamento da equipe de trabalho:............................................................... 63.7 Orientações gerais:................................................................................................. 63.8 Planejamento financeiro anual da empresa:................................................ 63.9 Avaliação de resultados:....................................................................................... 63.10 Relatórios:................................................................................................................ 63.11 Cronograma de atividades:............................................................................... 7

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INTRODUÇÃO

O trabalho realizado é direcionado pelo seguinte esquema:•Planejar–Definir metas–Determinar métodos para alcançar as metas•Fazer –Educar e treinar–Executar o trabalho•Checar–Verificar os efeitos do trabalho realizado.•Ação corretiva–Atuar no processo em função dos resultados.

Fonte: Falconi, 1998

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Revisão de literatura:

Tabela 1 – Índices zootécnicos médios do rebanho brasileiro.

ÍndicesMédia

BrasileiraSistema

MelhoradoSistema com

Tecnologia MédiaNatalidade 60% > 70% > 80%Mortalidade até a desmama 8% 6% 4%Taxa de desmama 54% 65% 75%Mortalidade pós-desmama 4% 3% 2%Idade à primeira cria 4 anos 3-4 anos 2-3 anosIntervalo de partos 21meses 18 meses 14 mesesIdade de abate 4 anos 3 anos 2,5 anosTaxa de abate 17% 20% 22%Peso da carcaça 200 kg 220 kg 230 kgRendimento da carcaça 53% 54% 55%Lotação 0,9 an./ha 1,2 an./ha 1,6 an./ha

Fonte: Zimer e Euclides Filho (1997). Observadas junto a produtores e experimentos em andamento.

As mudanças estruturais estão resultando em um inevitável processo de seleção dos produtores, e permanecerão na atividade somente aqueles que forem mais eficientes, minimizando seus custos de produção e maximizando sua receita, viabilizando assim seu negócio (Medeiros, 2001).

Além destes entraves econômico administrativos, a atividade leiteira no Brasil passou por consideráveis transformações em termos zootécnicos na última década, com uma marcada inserção de sangue holandês no rebanho com o objetivo de aumentar a produtividade (Faria e Corsi, 1988).

A raça Holandesa, reconhecidamente a maior em termos de produtividade, é também muito mais exigente que o gado zebuíno em manejo e principalmente em nutrição. Assim, a expectativa de aumento de produção nem sempre se confirma, uma vez que o animal não tem a necessária demanda nutricional e de manejo suprida de forma a expressar todo o seu potencial genético (Schiffler, 1998).

Genótipos mais especializados são mais produtivos, mas produção máxima não necessariamente é igual a lucro máximo (Reis, 2001). Portanto, manter uma atividade baseada em sistemas inadequados à realidade em uma atividade tão competitiva fatalmente se traduzirá em inviabilidade econômica. Surge então a necessidade de buscar um sistema que leve em conta a realidade do país. A utilização de vacas mestiças F1 (1/2 sangue Holandês - Zebu) para a produção de leite, em um sistema baseado em pastejo, apresenta-se como uma opção a ser considerada para produzir leite no Brasil (Moraes, 2004).

De modo geral, face às condições de clima tropical e baixo conhecimento técnico dos nossos produtores é necessário buscar um sistema que não seja tão exigente em termos de aperfeiçoamento genético do plantel, qualidade e especialização da alimentação e ainda investimentos em benfeitorias e equipamentos, ou seja, um sistema intermediário entre o sistema com gado zebu, de modo geral ainda não eficiente para produção de leite, com poucos genótipos especializados para tal, e o sistema com gado puro, muito exigente em manejo e nutrição.

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Por estar em uma posição intermediária em relação aos sistemas zebu e europeu, o sistema mestiço herdou características dos dois sistemas: é mais rústico e resistente que o gado europeu e mais produtivo e precoce que o gado zebu (Gomes, 1999). Temos também outra característica muito positiva do gado mestiço: sua flexibilidade, adequando-se tanto à produção de leite como à produção de animais para corte, o que permite ao produtor se ajustar com facilidade às mudanças do mercado (Gloria e Bergmann, 2003).

Em relação ao aproveitamento dos bezerros para produção de carne, os bovinos mestiços apresentam maior taxa de ganho de peso que espécimes de raça pura e o desempenho é superior ainda quando se trata de ganho de peso diário, diminuindo esta vantagem a medida em que aumenta o sangue holandês. Animais ½ sangue Holandê-Zebu apresentam melhor conversão alimentar que os animais Bos indicus puros (Lorenzoni et al). Naves (1008) afirma que a maioria dos experimentos tem mostrado uma superioridade média de 28,5% no ganho de peso de animais mestiços em relação ao nelore, e argumenta que o cruzamento entre Bos taurus e Bos indicus é uma alternativa que possibilitará a elevação do potencial genético para produção de carne nos trópicos, sendo a combinação holandês-Zebu uma das que apresentam maior potencial. Um dos fatores a ser apontado quando mencionados os resultados acima é a ocorrência de heterose. Segundo definição de Otto (1997), heterose é o fenômeno genético onde o cruzamento entre indivíduos de linhagens, raças ou espécies diferentes origina o híbrido, cujo valor fenotípico médio é superior ao de seus pais. De modo geral, a heterose é maior nos traços mais intimamente ligados à reprodução, e quanto maior a diversidade genética entre duas populações de animais, maior será a heterose nos cruzamentos entre elas (Nicholas 1999).

De acordo com Pires et al (2002), animais bem adaptados ao clima caracterizam-se pela manutenção ou perda mínima de desempenho produtivo em condições de estresse térmico, alta eficiência reprodutiva, alta resistência a doenças, longevidade e baixa taxa de mortalidade. Sob as condições climáticas nas quais se encontra a maior parte do país o gado mestiço leva vantagem em relação ao gado europeu puro na tolerância ao calor e na resistência a ectoparasitas. Estes aspectos que dizem respeito à resistência, rusticidade e adaptabilidade do gado mestiço às condições tropicais possuem considerável relevância no que concerne à eficiência econômica de um sistema de produção baseado nestes animais (Nicholas, 1999)

1.1 Mercado da F1

A produção de leite com vacas F1 Holandês x Zebu é uma tecnologia emergente que vem sendo adotada por um número crescente de produtores. Como a única forma de se obter mestiças F1 é cruzando raças puras, para aproveitar a superioridade deste cruzamento se faz necessário um esquema de reposição contínua com novilhas F1. Neste sentido, Madalena (1992 e 1993) propôs um esquema de cruzamento estratificado, no qual fazendas de um estrato criador se especializam na produção de fêmeas para reposição, tal como acontece na avicultura e na suinocultura. Utilizando esse esquema, o produtor de leite repõe continuamente seu rebanho com novilhas F1 compradas e vende sempre as suas, de forma que pode acasalar as F1 com a raça de melhor mercado, seja fazendo animais ¾ de Holandês ou Zebu ou ainda acasalando com raças européias, compostas ou adaptadas de corte para terminação.

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Hoje, existe mercado específico para este tipo de animal, que é atendido, em parte, por fazendas especializadas na produção de fêmeas F1 de reposição, que alcançam preços bem superiores aos recebidos por outros genótipos. Este esquema já é uma realidade comercial em várias regiões de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul sem, contudo, obedecer a um esquema organizado de produção e comercialização. Esforços neste sentido têm sido recentemente promovidos pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Machado, 2002).

Levantamentos conduzidos em Minas Gerais pela EPAMIG-MG em 2004 cadastraram 164 fazendas em 61municípios do estado produzindo fêmeas F1, que são vendidas para diversas bacias leiteiras, inclusive de outros estados. Nesse levantamento foram detectadas em torno de 30.000 matrizes das raças Gir (17.000 matrizes), Guzerá (1690 matrizes), Holandês (3100 matrizes) e azebuadas (7.000 matrizes) utilizadas para a produção das fêmeas F1.

O preço das novilhas F1 é da ordem de 2 a 2,5 vezes o preço por arroba do boi gordo e, por este motivo, a quase unanimidade dos produtores de F1 (98%) está satisfeita, considera essa atividade um bom negócio e pretende continuá-la (Silvestre et al., 1996; Madalena et al., 1996). Alem disso, os machos deste genótipo, desde que sob manejo razoável, têm maior crescimento ponderal e eficiência de conversão de alimentos que os zebuínos (Madalena, 1996, citando Paiva et al., 1992). Assim, a produção de F1 poderia ser uma alternativa vantajosa para o produtor de gado de corte.

A pecuária de leite está entre as principais atividades econômicas desenvolvidas na região(Anuário, 2002).

1.1.1 Análise econômica

Dentre os procedimentos utilizados para a avaliação da rentabilidade da atividade agropecuária, o custo de produção é um dos principais parâmetros, e pode ser definido como sendo a soma dos valores de todos os recursos (insumos e serviços) que são utilizados no processo produtivo de uma atividade (Frank, 1978; Reis, 2002). Estes recursos podem ser classificados em custos fixos e variáveis, como se segue:

Os custos fixos são aqueles correspondentes aos recursos que não são assimilados pelo produto no curto prazo. Assim, considera-se apenas a parcela de sua vida útil por meio de depreciação. Também se incluem neste grupo os recursos que não são facilmente alteráveis no curto prazo e que seu conjunto determina a capacidade de produção, ou seja, a escala de produção. Enquadram-se nesta categoria: terras, benfeitorias, máquinas, equipamentos, impostos e taxas fixas, etc.

Os custos variáveis são aqueles referentes aos insumos que se incorporam totalmente ao produto no curto prazo, não podendo ser aproveitados ou claramente aproveitados para outro ciclo. Aqueles que são alteráveis no curto prazo, ou seja, durante a safra podem ser modificados. Também os recursos que exigem dispêndios monetários de custeio durante a safra, enquadram-se nesta categoria: fertilizantes, agrotóxicos, combustíveis, alimentação, medicamentos, manutenção, mão-de-obra, serviços de máquinas e equipamentos, entre outros.

Outro custo que deve ser considerado na avaliação da rentabilidade é o alternativo ou de oportunidade. O custo de oportunidade, segundo Reis (2002), representa o retorno que o

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capital utilizado na atividade agrícola estaria proporcionando se fosse aplicado em outras alternativas. É possível, desta forma, verificar a viabilidade econômica do empreendimento, comparando o retorno financeiro desta com a de outras alternativas de uso do capital, como, por exemplo, a taxa de juros da caderneta de poupança ou a rentabilidade de outras atividades. O mais comum nestes casos é estabelecer uma taxa de juros e/ou aluguel.

De acordo com Frank (1978), um dos problemas mais árduos com respeito aos custos é a adoção de uma taxa de juros. Segundo ele, a taxa de juros vigente se deve a três fatores: a oferta e a demanda de capitais; o risco e; a duração do empréstimo. A demanda elevada aumenta as taxas de juros e uma grande oferta as reduz. As taxas de juros, no que se refere ao risco, são sempre proporcionais. O mercado entende que um investimento em terra está entre os mais seguros, enquanto os investimentos em capital de exploração fixo apresentam maiores riscos. No caso de capital circulante são, ainda, ampliados. Desta forma, as taxas de juros devem ser maiores para o capital circulante do que para o capital fundiário e intermediárias para o capital de exploração fixo.

A análise econômica é a comparação entre a receita obtida na atividade produtiva com os custos, incluindo, em alguns casos, os riscos, permitindo a verificação de como os recursos empregados no processo produtivo estão sendo remunerados e como está a rentabilidade da atividade comparada a outras alternativas de emprego de capital (Reis, 2002).

De acordo com Nix (1995) e Corrêa et al. (2000), para se fazer esta comparação podem ser utilizados os seguintes indicadores:

Margem bruta = receitas totais – custos variáveis. Renda líquida em dinheiro = receita total – desembolsos. Lucro operacional = renda líquida em dinheiro – depreciações. Resíduo para remunerar a administração (proprietário) = lucro operacional – juros.

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FAZENDA RAIZ

PROPRIETÁRIOS: FAMÍLIA ÁVILA

SANTANA DE PIRAPAMA, MG

Este projeto é o referencial da avaliação de viabilidade econômica de um programa deprodução de bezerras e bezerros F1 oriundas do cruzamento de matrizes da raça gir com reprodutor holandês, tendo como base o diagnóstico do sistema de produção atual, as condições socioeconômicas do proprietário, a disponibilidade de tecnologias e processos e a situação do mercado nacional.

DIAGNÓSTICO

IdentificaçãoFazenda: Raiz.Área total: 716 ha.Município: Santana de Pirapama – MG.

Caracterização Física da Propriedade

Propriedade localizada no município de Santana de Pirapama, na região central do estado de Minas Gerais.

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2.2.1 Clima: O clima da região é definido como tropical típico, com um período de estiagem de abril a novembro e um período de chuvas de novembro a abril.

2.2.2 Cobertura Vegetal

A fazenda possui uma área total de 716 hectares, divididos em três áreas distintas, separadas fisicamente: Raiz (519 ha, Olhos D’água (64,43 ha) e Matarraso (133 ha).

Área principal (Raiz): área de 519 hectares, dos quais 103.8 de reserva legal averbada. Divisão atual de pastagens:

Pasto dos Bezerros: 0.37 ha de brachiaria decumbens degradada Pastinho Elétrico: 7.6 hectares de topografia ondulada, cerrado fraco, divididos em

3 piquetes separados por cerca elétrica (Andropogon e Brachiaria decumbens. Pasto da Porta: 35 hectares de topografia suave divididos em 5 piquetes de

brachiaria brizantha separados por cerca elétrica. Pasto do Iló: 56 hectares de topografia suave divididos 5 piquetes menores em

brachiaria decumbens e brachiaria brizantha, separados por cerca elétrica, e 2 piquetes maiores a serem formados em brachiaria brizantha e divididos.

Região mal drenada entre a Porta e o Iló: 7 hectares (1 ha de capim tangola). Pasto do meio: 14.23 hectares pastagem nativa Jaraguá, com quantidade muito

grande de invasoras. Topografia acidentada em alguns pontos. Cercas de arame farpado.

Pasto do Curral Velho: 43.6 hectares com pequena quantidade de Brachiaria Brizantha e Jaraguá, topografia ondulada. Cercas de arame farpado.

Pasto do Capão do Urubu: 40 hectares com certa quantidade de capim Jaraguá e capim do campo, muito tomado por invasoras. Topografia muito acidentada. Cercas de arame farpado.

Pasto da Cafua de Baixo:26.3 hectares de pastagens nativas (capim Jaraguá) com grande quantidade de invasoras. Cercas de arame farpado.

Pasto da Cafua: 24.3 hectares de pastagens nativas (capim Jaraguá, com grande quantidade de invasoras. Cercas de arame farpado.

Pasto da Palhada: 13.4 hectares de terreno de cultura, formados em sua maior parte por Brachiaria Brizantha cultivar MG5 (oriunda de plantio consorciado com milho) e em menor parte por capim jaraguá. Cercas de arame farpado.

Pasto do Sobradinho: 40 hectares de cerrado misto nativo. Sem água. Destinado para programa de plantio de eucaliptos.

Pasto da Serra: 73.6 hectares de pastagens nativas, capim Jaraguá. Topografia muito acidentada, com exceção de 5 hectares bem planos na baixada da serra. Foi feita a marcação de local para divisão em 2 piquetes com cerca de arame liso mas o processo encontra-se interrompido.

Área atual para produção de volumoso:3,5 hectares de cana de açúcar2,0 hectares de capim elefante (Cameroon )

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Olhos D’água:

Área de 64,43 hectares (separada da Raiz por uma faixa de terceiros de aproximadamente 50 hectares). Reserva legal ainda não averbada. Divisões:

21.2 hectares de Brachiaria decumbens : 2 piquetes de 12 e 9.2 hectares - cerca de

arame liso 4 hectares de região mal drenada 7 hectares de pasto nativo degradado com grande quantidade de invasoras 25 + 8.2 hectares de cerrado

Matarraso

Área de 132 hectares localizada a 2 kms da área principal da fazenda, dos quais 82 hectares de cerrado e 50 hectares de pastagens nativas com grande presença de invasoras. Área de reserva ainda não averbada.

Quase todos os pastos possuem aguadas naturais; em alguns poucos piquetes são necessárias aguadas artificiais. A fazenda conta com três nascentes principais dentro de seu perímetro, uma na região do Pasto do Capão do Urubu, outra na região do Pasto do Meio e uma terceira na região da Serra, além de afloramentos de água em alguns locais. Há quatro represas maiores e 12 barragens secas de contenção de enxurradas.

Considerando uma taxa de lotação de 0,4 UA/ha para pastagens nativas e de 1,0 UA/ha para pastagens cultivadas não adubadas e sem manejo intensivo, a capacidade de lotação da fazenda hoje é em torno de 140 UAs. Hoje o estoque de rebanho da fazenda contabiliza 492 cabeças em diversas categorias etárias, correspondendo a 300 UAs, taxa excessiva, o que explica o estado de degradação das pastagens.

2.3 Histórico, Sistema de Produção Atual e Análise

2.3.1 Sistema de produção atual

Sistema atual da fazenda: pecuária de leite e pecuária de corte, praticadas de forma extensiva, com matrizes girolando, gir padrão, indubrasil, nelore e mestiças.

Efetivo atual de rebanho:

FÊMEAS: 339Fêmeas mamando 28Fêmeas em recria - 1º lote 31Fêmeas em recria - 2º lote 78Novilhas em Serviço .....................61Matrizes ..................................... 141

MACHOS: 154 Touros............................. ..7Rufiões ..............................1Bois carreiros.................... 2Machos mamando............34Machos recria - 1º lote .... 19Machos recria - 2º lote .....57Machos engorda ............. 34

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Total do rebanho...............................................493 cabeças

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2.3.2 Benfeitorias, Máquinas e Equipamentos

Benfeitorias:

Casa Secundaria + Casa de Maquinas 15000,0000Casa Principal 20000,0000Cocheira + Currais 24000,0000Casa Vaqueiro Proxima 1000,0000Casa Ilo 10000,0000Casa Palhada 2000,0000Barragens Menores 7200,0000Barragens Maiores Capao Urubu 10000,0000Cerca Eletrica 1750,0000Cerca Arame Liso Olhos D'agua 625,0000Cerca Arame Liso Serra 2500,0000Cercas Arame Farpado 24000,0000Brete-balanca 5000,0000Moinho 500,0000

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Máquinas e equipamentos:

DESCRICAO VALORTrator New Holland Tracao 90000,0000Trator Nao Tracado+lamina Dianteira + Pa 33000,0000Pulverizador Jacto 600 Lts 4500,0000Plantadeira Vence-tudo Plantio Direto-sa11500 14000,0000PicadeiraDebulhadeira de MilhoTanque de Expansao Etscheid 1280 Lts 12000,0000Arado Reversivel 0,0000Grade 1500 KgDistribuidor de SementesLamina TraseiraPa Traseira 0,0000Carroca Roda PneuCarroca Roda MadeiraCapinadeiraOrdenhadeira Balde Ao Pe 3 Conjuntos Delaval 6800,0000Roda D'agua 1200,0000Equipamento de Irrigacao 6000,0000Conjunto Motobomba Diesel 10hp 1800,0000Conjunto Motobomba Eletrico 10hp 1000,0000Geladeira do Leite 600,0000Desintegrador Nogueira 1500,0000

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2.3.3 Avaliação patrimonial

1. Valor atual da propriedade: R$1.400.000,00 (R$ 2000,00 / ha).2. Valor de compra em junho de 2004: R$ 850.000,00 3. Máquinas e equipamentos: R$180.000,004. Valor atual do rebanho: R$249.000,00.

Parte do rebanho atual será vendida e utilizada como caixa inicial do projeto. Será vendido todo o efetivo de corte da raça nelore (touros, matrizes solteiras e com bezerro ao pé, novilhas, bezerras e bezerros em recria e cria), equivalente a cabeças, totalizando um capital de R$ ,00.

PROJETO

3.1 Objetivo Geral

O presente projeto apresenta uma análise econômica de um sistema de produção paraformação de um rebanho de matrizes gir leiteiro para cruzamento com reprodutores holandês e posterior venda de fêmeas F1 desmamadas e recria de machos F1.

3.2 Objetivos Específicos

O objetivo geral pode ser desmembrado nos seguintes objetivos específicos:• venda de bezerras F1 à desmama;• recria de machos F1;• manutenção da capacidade de suporte do sistema, preservando o meio ambiente;• racionalização do uso da terra; e• aumento da renda do proprietário e da eficiência econômica do sistema.

3.3 Metas

As metas propostas para o projeto são as seguintes:• elevar a receita bruta anual para R$ por hectare;• elevar o lucro operacional para R$ por hectare.

Visando atingir os objetivos e metas acima expostos, foram propostas as seguintesações, envolvendo a adoção de tecnologias e/ou processos gerenciais:

(a) aumentar a capacidade de suporte do sistema por meio de renovação e recuperação depastagens;(b) adotar o sistema de manejo rotacional em algumas áreas e a adubação de manutenção nas pastagens recuperadas e renovadas;(c) utilizar suplementação alimentar (cana-de-açúcar e uréia) para as matrizes em lactação durante os períodos críticos do ano (transição água-seca e seca);(d) adotar práticas de manejo e de controle sanitário de rebanho;(e) ajustar o rebanho à capacidade de suporte das pastagens, evitando o super pastejo e adegradação das pastagens.

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3.4 Sistema de Produção Proposto

Formação de um rebanho de matrizes gir leiteiro inseminadas com reprodutores holandês, com venda de fêmeas F1 desmamadas, recria de fêmeas gir leiteiro para reposição e recria de machos F1 em sistema intensivo pastejo rotacionado. O rebanho será estabilizado com 400 matrizes, com 80% de taxa de desmama. 20% das matrizes serão inseminadas com reprodutores gir leiteiro para reposição.

Área disponível para sistema de cria (produção de F1) e recria de novilhas gir leiteiro para reposiçao: Raiz + Olhos d’água = 400 hectares disponíveis (descontando-se áreas de reserva, APP, áreas construídas e área reservada para o plantio de eucalipto (40 has).

Área disponível para recria dos bezerros meio-sangue em sistema intensivo (pastejo rotacionado em brachiaria brizantha):Matarraso - 100 hectares disponíveis (descontando-se áreas de reserva e APP dos 82 hectares de cerrado e 50 hectares de pastagens nativas degradadas)

SISTEMA DE CRIA – FAZENDAS RAIZ E OLHOS D’ÁGUA

Áreas formadas em braquiária decumbens/ brizantha: 75 has Áreas de pastagem nativa capim jaraguá: 150 has

Área atual para produção de volumoso:3,5 hectares de cana de açúcar2,0 hectares de capim elefante (Cameroon )

Área a ser formada com brachiaria brizantha: 325 hasÁrea de canavial a ser formada: 6 has

SISTEMA DE RECRIA – FAZENDA MATARRASO

Área de pastagem a ser formada: 100 hectares

3.4.1. Alimentação

Período das águas:Pastagens de Braquiarão: um sistema intensivo de produção com pastejo rotacionado para as fêmeas gir em recria para reposição.

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Período da seca:No período da seca, quando a capacidade de suporte das pastagens é menor, a taxa de lotação empregada será um quarto (1 UA / ha) da utilizada no período das águas. Algumas categorias serão suplementadas com cana-de-açúcar e uréia para atender as suas necessidades nutricionais.

Distribuição dos animais nas pastagens (taxa de lotação) de acordo com a estação do ano.

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3.4.2 Forrageiras

Recuperação, renovação e manutenção das forrageiras: considerando a necessidade de aumento da taxa de lotação na propriedade, o projeto demanda a formação das seguintes áreas:

3.4.3. RebanhoO rebanho inicial será constituído por 60 vacas, das quais 20 com bezerro ao pé, 40 novilhas, 40 fêmeas em recria, 4 touros, 4 rufiões, 2 bois carreiros, totalizando 170 cabeças.

- Venda (imediata ou médio prazo) de 60 vacas e novilhas F1 (9 paridas com bezerro ao pé) a um valor de R$1.250,00 por cabeça = R$ 78.000,00

- Venda de 20 bezerras F1 desmamadas, a um valor de 400,00 por cabeça = R$8.000,00

- Venda de 240 cabeças de corte, com valor aproximado de R$105.000,00

Este montante de 190.000,00 será utilizado como caixa para o projeto

ESTOQUE E EVOLUÇÃO DO REBANHO – VER PLANILHA Excel

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ALIMENTAÇÃO:

3.4.3.1. MatrizesNa época das águas, as matrizes receberão pasto mais suplemento mineral com 90 g defósforo/kg de produto. Na época da seca, receberão pasto mais cana-de-açúcar com uréia esuplemento mineral com 90 g de fósforo/kg de produto. 3.4.3.2. Recria e engordaOs bezerros desmamados na época das águas, receberão pasto mais suplemento mineral com 60 g de fósforo/kg de produto. Na época da seca, receberão pasto mais sal proteinado, com 30% de proteína. Após a desmama todos os machos de recria serão alocados para a fazenda Matarraso, onde permanecerão em pastejo rotacionado em brachiaria brizantha até o momento de saída da fazenda.As fêmeas para reposição serão recriadas com pastejo rotacionado em brachiaria brizantha.As fêmeas F1 serão vendidas após a desmama.

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Manejo reprodutivoInseminação artificial após período de espera de 45 dias.

3.4.4. Controle sanitário

Serão adotadas as seguintes vacinações e medidas profiláticas de rotina:

a) febre aftosa e raiva: março e setembro, conforme o calendário do Departamento de Inspeção e Defesa Agropecuária de Minas Gerais (IMA) (em setembro, somente vacinar para aftosa animais até 30 meses).b) carbúnculo sintomático e gangrena gasosa, botulismo: administração de vacinapolivalente em março e setembro nos animais até um ano de idade.c) leptospirose: administração de vacina polivalente semestralmente (março e setembro?) nas fêmeas em reprodução. Será feita uma coleta de sangue com amostragem viciada (animais abortivos) para detecção do sorovar de leptospira endêmico na fazenda e subseqüente escolha da vacina adequada;d) desverminação: serão feitas duas aplicações de vermífugo de largo espectro(Ivermectina/ Abamectina), em março e setembro;e) controle de ectoparasitos: O carrapato será controlado quando necessário.f) compra dos animais: os animais que entrarem na fazenda devem estar livres de brucelose e tuberculose (atestado) e receber as vacinas e vermífugos quando chegarem na fazenda.Tratamento para infestação da orelha do gado gir pelo RHABDITIS: em todo o gado da raça gir, uma vez ao ano, durante a estação seca: assepsia local + aplicação de fórmula própria.

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3.5 Custos de produção3.5.1Custo de produção de alimentosTabela 4: Custos de formação/reforma de um hectare de pastagem.

Braquiarão Sorgot.MO/ha 40,0 210,0 70,0 150,0 160,0 90,0 55,0% MS 33,0 22,5 30,0 22,0 22,0 23,0 33,0R$/ha 905,51 1.322,27 1.366,10 847,52 851,72 762,42 858,47R$/t.MO 22,63 6,29 19,51 5,65 5,32 8,47 15,60R$/t.MS 68,59 27,98 65,05 25,68 24,19 36,83 51,71

MO – Matéria Original         MS – Matéria Seca        t. – Toneladas 

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1.2 Custos e receitas

Os custos e receitas foram computados de forma a gerar o fluxo de caixa sobre o qual foi calculado o parâmetro econômico de valor presente líquido. O modelo calculou, ainda, anualmente a participação percentual de cada item do custo e da receita.

Tabela 18 – Estrutura de custos dos sistemas N, AN e HG.

Item HGValor (R$) %

Custos FixosDepreciações 12.328,00 10,40Reparo e Manutenção 2.419,30 2,04Imposto sobre a terra (ITR) 1.000,00 0,84

Subtotal 15.747,30 13,28Custos Variáveis

Mão-de-obra 10.800,00 9,11Encargos 3.899,00 3,29Vacinas - Brucelose 138,20 0,12 - Aftosa 2.799,20 2,36 - Carbúnculo 481,90 0,41Vermífugo 1.301,00 1,10Sal Mineral 11.810,63 9,96Medicamentos 1.852,67 1,56Adubo 55.000,00 46,38Inseminação Artificial 12.830,00 10,82Funrural 906,50 0,76Manutenção de Veículo 1.008,00 0,85

Subtoal 102.827,10 86,72Total 118.574,40 100

Custos operacionais anuais - R$(Fixos e variáveis)

DESPESAS GERAIS – R$

MÃO DE OBRA

3.5.3. Receitas e Análise econômicaTabela 9: Receita bruta anual do projeto – R$

3.5.4. Análise Econômico-financeiraResumo de custos, receitas totais e lucro.

Tabela 11: Orçamento de caixa

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Este orçamento de caixa é um fluxo de caixa computando desde o investimento inicial do projeto até o final do décimo ano, sendo que ao final decada ano o resultado (positivo ou negativo) torna-se o saldo inicial do ano subseqüente.O Saldo Parcial é a soma das Receitas menos custos (investimentos mais desembolsos operacionais). Ao final de cada ano sobre o resultado (positivoou negativo) é aplicado a uma taxa de juros anual de 18,0%. O resultado desta aplicação será somado à receita ou despesa para o obter-se o Saldo Final do ano.

3.6 Análise do Orçamento de Caixa

3.7 Viabilidade econômica do projetoO projeto apresenta uma margem bruta de R$, um lucro operacional de R$, gerando uma lucratividade (lucro operacional dividido pela margem bruta) de%, e um retorno do capital investido (terras, animais, benfeitorias, máquinas,equipamentos, e desembolsos) da ordem de % ao ano. A receita gerada no projeto paga oscustos variáveis (desembolsos) e os custos fixos (depreciação dos bens de produção) e ainda gera uma receita para remunerar o capital investido a uma taxa acima de mercado (Taxa Selic).Observa-se que é uma atividade de boa lucratividade e rentabilidade, em se tratando de uma atividade de pecuária

3.8 Comparação com outro sistema.

Belo Horizonte, 22 de agosto de 2006.