Finalmente Central em obras - Rádio Dom Fuas –...

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6 outubro 2016 quinzenalmente às quintas feiras ano XXXIII n.º 825 Fundador: João Matias Diretor: Isidro Bento preço 0,80 € [email protected] 244 491 165 Medalha de Mérito Cultural, grau Ouro, do Municipio de Porto de Mós Milhares de pessoas rumaram à Barrenta para o 15º Encontro Nacional de Tocadores de Concertinas Pág.7 Finalmente Central em obras Multibanco destruído no Juncal Última Festival do Caracol atrai centenas Pág.22 Artur Trindade homenageado Um mar de gente “inunda” Barrenta

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6 outubro 2016

quin zen a lmen te à s qu in t a s f e i r a sano X X X I I I n .º 825

Fundado r : João Ma t i a sDi re to r : I s id ro Ben to

p reço 0,80 €

jo r na l @ opor tomosense.com24 4 491 165

Med a lh a de Mé r i to Cu l t u r a l , g r au Ou ro , do Mun ic ip io de Po r to de Mós

Milhares de pessoas rumaram à Barrenta para o 15º Encontro Nacional de Tocadores deConcertinas

Pág.7

Finalmente Central em obras

Multibancodestruído no Juncal

Última

Festival do Caracolatrai centenas

Pág.22

Artur Trindadehomenageado

Um mar de gente “inunda” Barrenta

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Deputados municipais e executivo socialista às voltas com os números

Assembleia Municipal de Porto de Mós

É comum ouvir-se dizer que cada um interpreta os núme-ros como bem quer, e se isso é assim para o cidadão “normal” mais se aplica aos polí�cos. Estes bem se esforçam para sublinhar que números são números e que nessa medida não há lugar a análises e conclusões alterna�vas mas a realidade demonstra precisa-mente o contrário.

Esta questão esteve bem presente na úl�ma sessão da Assembleia Municipal de Porto de Mós, realizada a 30 de setembro úl�mo, e em que ficaram expostas as diferenças de opinião e de interpretação da mesma realidade conforme se trate dos eleitos social de-mocratas ou socialistas.

De um lado, o PSD a pedir uma redução de impostos e a concessão de algumas “benes-ses” aos munícipes argumen-tando não só com a “justeza dessa medida” mas também com a “boa situação financeira da Câmara” que lhe permi�ria abrir mão de algum do dinhei-ro arrecadado por essa via, a

bem de toda a comunidade. Do outro um execu�vo

de maioria socialista (e um ou outro deputado “rosa”) a reconhecer que, de facto, “as finanças no seu conjunto estão bem e recomendam-se, mas que, em contrapar�da, as despesas são cada vez mais e as receitas cada vez menos”, daí que a autarquia “não possa prescindir de qualquer verba, por irrisória que possa parecer à oposição”.

Pontos de encontro? Não se poderá dizer que �vessem sido muitos mas, pelo menos o esgrimir de argumentos foi feito de forma cordata e no respeito pelas diferenças, com aqui e ali uma picardia própria do jogo polí�co.

No primeiro ponto da Or-dem de Trabalhos esteve em discussão a fixação do Imposto Municipal sobre Imóveis. Al-bino Januário, vice-presidente da Câmara e vereador respon-sável pela pelouro das finanças começou por dizer que o valor proposto (0,3 para os prédios urbanos) traduz a vontade do

execu�vo em não aumentar impostos lembrando também que o mesmo corresponde ao mínimo legal possível.

A proposta acabou aprova-da por unanimidade mas este foi o primeiro de vários mo-mentos em que as opções da autarquia quanto à manuten-ção, aumento ou diminuição de impostos foi ques�onada, nomeadamente com alguns deputados (do PS e PSD) a voltarem a dizer que no atual contexto faria todo o sen�do o municipio aderir ao chamado IMI familiar como já o fizeram 218 dos 308 municipios do país.

Município não pode abrir mão de receitas

Em resposta, Albino Januá-rio disse que o município não pode abrir mão de verbas des-te montante e explicou que só pela aplicação da regra que es�pula que as famílias con-sideradas carenciadas (con-soante os seus rendimentos) paguem menos imposto (de

acordo com a cons�tuição do agregado familiar), a câmara regista uma quebra de receita neste imposto, de cerca de 98 mil euros.

Do IMI passou-se para a Derrama e também aqui a aprovação foi por unânimida-de. Seguiu-se o IRS.

Albino Januário voltou a dizer que gostaria de poder contribuir para uma descida de impostos, no entanto, face ao nível de inves�mentos que a autarquia está a levar a cabo ou prevê iniciar a breve prazo, não será possível prescindir da parte que cabe ao município no que diz respeito ao IRS.

Opinião diferente foi apre-sentada e defendida com vários números por alguns deputados do PSD, havendo também quem do lado do PS reconhecesse que a prescindir-se de alguma receita municipal por via dos impostos, o mais lógico seria acontecer isso em sede de IRS e as pessoas que efe�vamente o pagaram, verem ser-lhe devolvida uma parte desse valor, no entanto, os argumentos não foram suficientes para convencer o vice-presidente que disse ter dúvidas de que alguém sen-�sse algo no seu bolso se lhe fosse devolvido um por cento do valor pago em IRS. Caso diferente será o da câmara que por cada um por cento que a Assembleia Municipal deliberasse “devolver” aos munícipes, teria de abrir mão de 165 mil euros, sublinhou.

Aquando da votação a una-nimidade que vinha desde o primeiro ponto, quebrou-se. A proposta foi aprovada mas por

maioria, com sete votos contra e quatro abstenções.

A apreciação, discussão e votação dos regulamentos dos serviços de saneamento, resí-duos urbanos e abastecimento público de água possibilitou nova troca de argumentos (e de números) sobre aquilo que pode ou não fazer uma autar-

quia que, como todos reco-nhecem, goza neste momento de boa saúde financeira, para que os munícipes também o sintam no seu bolso. Os três documentos foram aprovados por maioria.

Isidro Bento

Deputados municipais aprovam

Dois votos de louvor e um de pesar

A Assembleia Municipal de Porto de Mós aprovou na sua úl�ma sessão dois votos de louvor e um de pesar.

O primeiro voto de louvor foi proposto por Filipe Bap�sta, presidente da Junta do Alqueidão da Serra e foi atribuido a David Carreira e David Grachat, nadado-res paralímpicos com raízes famíliares em Porto de Mós “que dignificaram o concelho com a sua pres�giante par�cipação nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016”.

“O facto de terem conseguido alcançar resultados notáveis na compe�ção despor�va de maior pres�gio mundial, honrando e dignificando o desporto portu-guês ao mais alto nível, enchem de orgulho o nosso concelho”, pode ler-se no documento aprovado por unanimidade.

O louvor é ainda jus�ficado “pelo esforço, persistência, força de vontade e resilência para lutarem contra todas as adversidades, por serem, inequivocamente, um exem-plo para todos os jovens e população em geral”.

Por proposta do deputado municipal, António Pires, foi ainda aprovado por unanimidade um voto de lou-vor à Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós por ocasião da passagem dos seus 500 anos, reconhecendo a Assembleia a importância e o papel que a ins�tuição desempenhou e con�nua a desempenhar a nível con-celhio.

Os deputados municipais por proposta da Mesa, aprovaram, ainda, um voto de pesar pelo falecimento da esposa do presidente da Junta de Freguesia de Mira de Aire .

6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com2 ATUALIDADE

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Colóquio

Património eletrico em discussão

A esplanada das Piscinas Municipais de Porto de Mós recebeu no passado dia 1, um colóquio subordinado ao tema “Eletrificação e Património da Eletricidade”, a que presidiu Fá�ma Nunes, catedrá�ca e vice-presidente do Ins�tuto de História Contemporânea, Departamento de História da Universidade de Évora e contou com inves�gadores ligados ao tema proposto.

Com moderação de Fernan-da Sousa, técnica do Município, o colóquio iniciou-se com Luís Cruz, da Fundação EDP, que dis-sertou sobre a Rade de Museus de Eletricidade.

Seguiu-se a palestra de João Figueira, inves�gador colabo-rador do GHES (Gabinete de História Económica e Social), do ISEG (ins�tuto Superior de Economia e Gestão) da Univer-sidade de Lisboa, relacionada com o tema “A eletrificação do distrito de Leiria”.

Jorge Custódio, inves�gador do IHC (Ins�tuto de História Contemporânea) da Universida-de Nova de Lisboa e presidente da Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial, que defendeu o tema “Para uma salvaguarda e conservação do património energé�co e eléctri-co: o caso português”.

Encerrou a sessão Fá�ma Nunes que salientou o valor dos par�cipantes e dos temas escolhidos, enaltecendo a histó-ria da Central Termoelétrica de Porto de Mós.

Antiga Central Termoelétrica de Porto de Mós

Primeira pedra assinala arranque da obra

Finalmente a Central Termo-elétrica de Porto de Mós vai ser recuperada, depois de há cerca de quatro décadas fazer parte das promessas de todas as candidaturas à Câmara Municipal.

A cerimónia de lançamen-to da 1ª pedra da obra de requalificação da Central Termoelétrica de Porto de Mós teve lugar no passado dia 1 de outubro, com a presença de Maria Fernanda Rollo, se-cretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e de João Salgueiro, presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós.

Depois da assinatura do documento, procedeu-se à colocação do cimento que iria

segurar a pedra que assinala o início da obra que resultará num espaço museológico, que incluirá o museu e o ar-quivo histórico municipais e à bênção do local pelo pároco de Porto de Mós, padre José Alves.

Na altura, o presidente da Câmara referiu que a con-cre�zação desta obra será um cumprimento do sonho dos portomosenses que “nos úl�mos cinquenta anos passa-ram com tristeza pela estrada ao lado das ruínas da an�ga Central Elétrica, sem saberem se algum dia veriam a sua recuperação”, e adiantou “que esse sonho vai ser concre�za-do por este execu�vo”, apesar de outros anteriores terem

querido lançar a obra, mas “não foi possível por não es-tarem reunidas as condições, devido ao elevado volume de inves�mento, necessário para outros projetos prioritários”, com o saneamento básico.

Inves�mento não afeta normal funcionamento

João Salgueiro explicou ainda que o inves�mento não afetará “o funcionamento normal da Câmara Municipal, porque o planeamento, ao longo da úl�ma década per-mi�u poupar o suficiente para que a verba necessária esteja garan�da”, adiantando que “não é necessário recorrer a qualquer emprés�mo”.

O edil admi�u que os edi�-cios se encontram em “muito mau estado”, sendo que um deles “foi demolido devido ao seu estado de ruina”, pois era construído em ferro e “o carvão e os gases emi�dos du-rante a laboração, assim como o período de tempo decorrido se encarregaram de corroer”.

Uma parte dos materiais u�lizados na obra “são prove-nientes do concelho de Porto de Mós”, referiu Salgueiro, destacando-se “a fachada do novo edi�cio que incorporará nova tecnologia, desenvolvida por uma empresa do conce-lho, a Coelho da Silva”.

Obra compar�cipada

À margem da cerimónia, o presidente da Câmara adian-tou que a obra já decorre, “tem um período de execução de 27 meses e representa um inves�mento para a requalifi-cação de 2,2 milhões de euros, compar�cipado em cerca de 1,7 milhões de euros, por fundos comunitários”, cerca de 85 por cento do total. O au-tarca explicou ainda que “caso quinze por cento da obra se concre�ze até ao final do ano”, o inves�mento terá “uma bonificação entre os 10 e os 15 por cento, no âmbito do programa de Governo”, o que se transformará “num apoio de quase 100 por cento”.

Quanto à musealização do espaço, “dado não ser elegível

por fundos comunitários”, su-blinha o edil, “será totalmente suportado pela autarquia”, estando orçado em cerca de dois milhões de euros.

Salgueiro fez questão de salientar que a nova infraes-trutura de Porto de Mós será “incluída na rota turís�ca da região Centro”, considerando que “a obra vai alavancar em termos históricos a região”.

Memória histórica

Maria Fernanda Rollo, começou por lembrar que a Central de Porto de Mós “é um bem público nacional que não pode ficar só em Porto de Mós”, frisando que fez parte das equipas cien�ficas res-ponsáveis pela preparação do projeto para a requalificação do edi�cio.

Adiantou, contudo, que “es-te espaço tem uma memória histórica e um património que faz dele um protagonista económico e con�nua hoje com outros desafios”, mas com essa capacidade de adaptação, de “os transformar com algo que aqui está muito presente: ciência, tecnologia e o conhecimento”, razão por que tem de “ser ampliado e contado, sendo além de mui-tas coisas, um exemplo e uma referência”.

Armindo Vieira

Decorreu no passado dia 1, na esplanada das Piscinas Municipais de Porto de Mós, a apresentação do livro da autoria de José Manuel Bran-dão “História e Memória da Central Elétrica de Porto de Mós”.

A apresentação da obra, que relata a história da Cen-tral Termoelétrica e revela bastantes documentos, cou-

be a Maria Fernanda Rollo, se-cretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que começou por considerar o livro como “um documento que enaltece a região”, adian-tando que quando se pensa na sua construção, em 1929, vivia-se no país “um momento histórico e conturbado”.

O livro, editado pela Câmara Municipal de Porto de Mós e

prefaciado por Jorge Custódio, divide-se em seis capítulos que falam dos projetos, da ambição, do carvão, da tec-nologia, dos sobressaltos e da instabilidade, para encerrar com o desmantelamento.

A anteceder a apresenta-ção, João Salgueiro considerou a obra como excelente no âmbito técnico-cien�fico, e Albino Januário afirmou estar

muito sa�sfeito “como estará a maioria dos portomosenses, por se concre�zar um sonho”.

Por sua vez, José Manuel Brandão, a encerrar a sessão referiu que “à ‘pala’ do carvão, esta é a segunda vez em que Porto de Mós sai engalanado”, sendo que a primeira aconte-ceu “em 1930 com a chegada do comboio a Porto de Mós”.

Obra editada pela autarquia

História e memória da Central em livro

6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com3ATUALIDADE

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Fundador: João Matias

Foram directores: João Matias, Faustino Ângelo, João Neto e Jorge Pereira

Director: Isidro Bento (C. P. nº 6369)

Redacção: e-mail: [email protected] Bento, Armindo Vieira (C.P. 6771) Iolanda Nunes.Colaboradores e correspondentes: Ana Fernandes, António Alves, Baptista de Matos, Carlos Pinção, Eduardo Biscaia, Elisabete Ferreira, Filipa Querido, Fle-ming de Oliveira, João Neto, José Con-teiro, Júlio Vieira, Marco Silva, Maria Alice e Vitor Barros.

Dep. Comercial: Pedro [email protected]ção e Secretariado:Rua Mestre de Aviz nº1 R/c D • 2480-339 Porto de MósTel. 244 491165 - Fax 244 491037Contribuinte nº 502 248 904Nº de registo: 108885ISSN: 1646-7442Tiragem: 3.000 ex.

Propriedade, edição e composição:CINCUP - Cooperativa de Informação e Cul-

tura de Porto de Mós, C.R.L.

Impressão: Empresa do “Diário do Minho” Lda.

Grafismo: Norberto AfonsoPaginação: Isidro Bento e Luís CarvalhoNº de Depósito Legal: 291167/09

Direcção da CINCUP:Pedro Nuno Coelho Vazão;Marco Paulo Abreu Pereira;João Carlos Jesus Moleano;José Carlos Dias Vinagre;Maria João Santos Neto.

Preços de Assinatura: (Portugal 15€ | Europa 30€ | Resto do Mundo 35€)IBAN: PT50004552404012585993180

Ficha Técnica

Os idosos do concelho andam há um mês em festa graças à Câmara Municipal de Porto de Mós, Ins�tui-ções Par�culares de Solidariedade Social (IPSS s) e Juntas de Fregue-sia, que à semelhança dos anos anteriores decidiram dar as mãos e promover um programa de a�vida-des genericamente designado como Mês do Idoso.

Este ano também O Portomosen-se e a Rádio Dom Fuas se juntaram ao projeto com uma rubrica de rá-dio emi�da ao longo de todo o mês e e um “especial” com “histórias de vida” de alguns utentes das 10 IPSS s

do concelho, e que é publicado, pre-cisamente, na edição de hoje.

As a�vidades arrancaram no dia 1 de setembro com passeios para idosos, passaram pelo Parque Ver-de, Polidespor�vo de Porto de Mós e Piscinas Municipais com a�vidades de índole despor�va e recrea�va, e �veram um dos seus pontos altos no almoço dos idosos, inicia�va de que lhe trazemos nesta página o registo fotográfico.

No início e durante vários anos a a�vidade des�nava-se, apenas, aos utentes dos lares e centros de dia, mas cedo se percebeu que faltava

uma resposta “social” do mesmo género mas desta vez direcionada à população sénior do concelho que não está ins�tucionalizada. Nasceu, então, o almoço dos idosos no qual qualquer pessoa com mais de 65 anos se pode inscrever gratuita-mente.

Dado o número de interessados e tendo em conta a extensão do con-celho, o almoço passou a ser feito em três locais dis�ntos (variando todos os anos) e com um programa globalmente comum, e que passa sempre por missa, almoço e tarde de convívio com animação musical

e foi isso que aconteceu este ano em São Bento, Alvados e São Jorge.

Par�ciparam cerca de 1200 ido-sos de todo o concelho, o que obri-gou a uma logís�ca algo pesada e à mobilização de quase uma centena de voluntários mas isso acabou por ser um pormenor para as en�dades promotoras e para quem se volunta-riou com o intuito de proporcionar aos mais velhos um dia de convívio e alegria, para alguns, pra�camente o único que têm durante o ano.

Este é também, habitualmente, o dia em que os autarcas convivem mais de perto, ouvem lamentos

e ajudam a animar e alguns até dão um pezinho de dança com os seus fregueses ou munícipes mais idosos. Desta vez com a realização quase em simultâneo da cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra da an�ga Central, a tarefa tornou-se bastante mais complica-da mas mesmo assim foram vários os que não quiseram prescindir desse momento também ele menos frequente.

Texto: Isidro BentoFotos: Isidro Bento/ Rita Cerejo/ ASSVSJ

Estiveram envolvidos cerca de 90 voluntários no apoio aos idosos

Dia do idoso mobiliza mais de um milhar de séniores

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A quinzena que hoje encerra foi rica em acontecimentos. Não sendo possível referir-me a todos com o tempo e o espaço que lhe seria devido, direciono a atenção para apenas um deles, quanto a mim, dos mais importan-tes: a homenagem ao senhor Eng. Artur Trin-dade, an�go presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós e durante quase 30 anos o “homem-forte” da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Confesso que este gesto de reconhecimento público para com o “senhor municipalismo português” me surpreendeu.

Como qualquer portomosense mínimamen-te informado �nha um conhecimento genérico do trabalho que o Eng. Trindade levou a cabo aquando da sua passagem pela Câmara de Porto de Mós.

Não ao pormenor e com conhecimento de causa porque nesses tempos de adolescente as minhas preocupações eram naturalmente outras, mas, achava eu, o suficiente.

Afinal, enganei-me e meia dúzia de discursos depois confirmei, envergonhado, que sabia muito pouco do homem que enquanto autarca muito contribuiu para o desenvolvimento do concelho e que teve o mérito acrescido de, com uma equipa cons�tuída por pessoas de cores polí�cas bem dis�ntas entre si e num tempo onde tudo estava por fazer, começar a

desbravar o caminho que os presidentes vin-douros, de uma forma geral (com um ou outro erro de maior dimensão) souberam aproveitar.

O sen�mento de algum embaraço acentuou-se ao confirmar o suposto conhecimento que devia ter e afinal não �nha da ação levada a cabo pelo Eng. Artur Trindade durante as qua-se três décadas em que foi Secretário-Geral da ANMP.

Novamente aqui, a diferença entre o que

achava saber e aquilo que ouvi nos discursos proferidos na noite de homenagem revelou-se significa�va e pôs-me a pensar que se isso é assim comigo, que é suposto ser uma pessoa minimamente bem informada e conhecedora da realidade que me cerca, o que acontecerá com muitos dos nossos conterrâneos a quem não assiste esta “obrigação profissional”?

Trago aqui o meu exemplo não porque tenha qualquer prazer pessoal em reconhecer esta falha mas para sublinhar algo bem mais impor-tante: Sem que a culpa seja especificamente

de A, B, ou C, a verdade é que con�nuamos a saber pouco e a valorizar ainda menos quem de forma empenhada e sem interesse par�cu-lar serve a causa pública e por vezes é preciso, vir o próprio Presidente da República, atuais e an�gos governantes, an�gos e atuais autarcas de norte a sul do país e até de Espanha, como foi o caso, mostrar-nos a obra e as qualidades dos filhos desta terra para que nós próprios finalmente as conheçamos e lhe comecemos a

dar o seu devido valor.Artur Trindade teve,

felizmente, o reconheci-mento público feito em vida mas quantos filhos desta terra já par�ram sem que a comunidade que serviram ou alguém

por ela lhe dissesse um sen�do e singelo, “Obrigado”? É aqui é que temos de trabalhar mais e melhor.

Como ficou comprovado na comunicação que o Eng. Trindade entendeu dirigir aos que o homenagearam, muitos dos que se dedicam de forma abnegada à comunidade não perdem tempo a falar de si mas das causas em que estão ou es�veram empenhados mas isto não nos iliba de lhe prestar o devido reconheci-mento.

Estão, então, de parabéns, os promotores

da inicia�va, entre eles o presidente da Câ-mara Municipal de Porto de Mós que a �tulo pessoal e ins�tucional se revelou um dos mais entusiastas desta justa homenagem.

Pena é que numa noite em que o concelho acolheu um ministro, an�gos secretários de Estado, presidentes de Câmara de norte a sul do país, nomes “sonantes” do municipalismo português, e em que até o próprio Presidente da República fez questão de enviar uma men-sagem onde começa por sublinhar o trabalho que Artur Trindade realizou na sua terra, a representação autárquica portomosense em-bora de valor, tenha sido, quanto a nós, mani-festamente escassa e com algumas ausências de peso.

Aliás, não era preciso vir qualquer perso-nalidade para que os da casa se sen�ssem desafiados a par�cipar. Valeu o testemunho e a presença daqueles que quiseram dar um abraço e mostrar o seu reconhecimento a Artur Trindade por toda uma vida dedicada ao municipalismo e entre eles es�veram desde o membro do Governo a an�gos e atuais funcio-nários da Câmara numa prova cabal de que a gra�dão (pessoal e ins�tucional) nada tem a ver com o estatuto socioprofissional ou polí�-co que cada um assume na sociedade.

Isidro Bento

A justa homenagem a Artur TrindadeEditorial

De todo o lado veio o reconhecimento a um portomosense ilustre...

Caminhada

A Comissão de Pais do Centro Escolar das Pedreiras leva a efeito, no próximo dia 16 pelas 08,30 horas, a 3ª Caminhada Centro Escolar das Pedreiras.

A partida efetua-se no Parque de Campismo das Pedreiras e o percurso apresenta-se com um grau de dificuldade de nível 3 e tem uma distância de cerca de 13 quilómetros. O percurso destinado aos mais pequenos tem à volta de 2000 metros.

Os interessados em participar no almoço, deverão fazer a respetiva inscrição até ao próximo dia 13, na Junta de Freguesia das Pedreiras, no Centro Escolar das Pedreiras ou junto dos elementos da Comissão de Pais.

Haverá animação com jogos tradicionais e pinturas faciais, com supervisão dos elementos da organização..

Dia do Diploma

Tal como tem acontecido em anos ante-riores também neste o Agrupamento de Escolas de Escolas de Porto de Mós, leva a efeito no próximo dia 7, pelas 21,00 horas, a Gala do Dia do Diploma.

A iniciativa tem lugar no Cineteatro de Porto de Mós e tem como finalidade atribuir o mérito aos alunos das Escolas deste Agru-pamento, que se distinguiram no ano letivo 2015/2016

Festa do Sagrado Coração de Jesus

A paróquia das Pedreiras leva a efeito a festa em honra do Sagrado Coração de Jesus, no próximo dia 9, com organização dos naturais e residentes na freguesia que este ano festejam cinquenta anos.

Do programa consta a celebração da missa solene seguida de procissão às 15,00 horas, antecedida da chegada do andor dos festeiros.

A abertura do arraial tem lugar pelas 17,00 horas, com a atu-ação do Grupo de Teatro Olaré de Serro Ventoso e do Grupo de Cavaquinhos do Rancho Folclórico das Pedreiras.

Pelas 20,00 horas o duo Zé Café e Guida animará o arraial.Durante os festejos haverá serviço de bar com petiscos, sopa

da pedra, porco no espeto, filhós e café da avó.

Pedreiras Porto de Mós Pedreiras

6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com5ESPAÇO PÚBLICO

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Com grande presença de público, teve lugar nos passados dias 16, 23, 24 e 25 de Setembro em dois locais dis�ntos da vila de Porto de Mós a segunda edição do Teatro de Rua.

Atendendo a que a primeira ses-são já mereceu destaque na nossa edição do dia 22, debruçamo-nos sobre as restantes representações que decorreram na praça da Repú-blica.

Como foi largamente anunciado o fes�val deste ano �nha como tema “As Invasões Francesas”e a segunda peça �nha como �tulo “Malaquias – O padre Jacobino”cuja represen-tação estava a cargo Teatro Olaré de Serro Ventoso.

É certo que a chegada das tropas de Napoleão Bonaparte assustava

as pessoas, mas Malaquias tentava convencer os paroquianos dos bene�cios da chegada daqueles estrangeiros. Contudo, começa a aperceber-se que as coisas não eram bem assim, começa a desenvolver um plano para proteger os popula-res dos invasores.

Com encenação de Luís Mouzi-nho, a peça foi bem interpretada por Adília Cipriano, Bruno Oliveira, Eliane Venda, Inês Santos, João Paulo, Márcia Venda, Mónica Sousa, Ta�ana Soares, Zé João e Zezinha Silva.

A peça representada na terceira sessão in�tulava-se “Estalagem Ma-rieta” e foi representada por Bruno Bap�sta, Diana Neves, Eugénia Viei-ra, Leandro Alves, Mariana Carreira,

Noé Rosa, Rafael Rodrigues, Susana Rodrigues e Vanessa Mendes, que formavam o elenco do grupo de tea-tro Um Par de Cinco de Mira de Aire. A encenação era de Sofia Neves.

Nesta estalagem vivia-se um clima inseguro e tenso devido à situação que se vivia, uma vez que a qual-quer momento poderiam chegar os franceses e destruir um negócio de família com muitos anos. Mas as proprietárias do estabelecimento hoteleiro não desistem e criam uma estratégia que levam de vencida os franceses que lá chegam.

O Juncateatro – Teatro Regional do Juncal foi o responsável pela quarta e úl�ma sessão do Teatro de Rua de Porto de Mós, com a peça “Senhora dos Mur�nhos”.

Em janeiro de 1811 um grupo de desconhecidos cria um movimento com vista a expulsar um exército invasor, que havia tomado o país de forma vergonhosa, absurda, liber-�na, imoral e irracional. Os Mur�-nhos, assim se denominava o grupo do tal movimento, definem o grupo francês como “cochon” e arranjam maneira de o abater.

Com encenação de Frédéric Pires, a responsabilidade da representa-ção coube a Anete Virgílio, António Agos�nho, Beatriz Iglésias, Carlos Mendonça, Cris�na Dionísio, Concei-ção Agos�nho Rosa, Emília Ferreira, Filomena Mar�ns, João Cruz, João Marques, João Rodrigues, Júlio Mar-�ns, Júlio Dinis, Nuno Henriques, Nuno Viegas, Maria de La Salete Sousa, Maria Rosa, Miguel Matos, Susana Rosa e Susete Virgílio.

Os encenadores pertenciam ao Leirena Teatro.

O Teatro de Rua de Porto de Mós resulta duma parceria do Leirena Te-atro – Grupo de Teatro de Leiria, com a Câmara Municipal de Porto de Mós e a colaboração dos grupos de teatro amador do concelho, ten-do no primeiro ano versado o tema dos 500 anos da atribuição do Foral Manuelino a Porto de Mós.

Recorde-se que a primeira edição deste fes�val teve lugar no ano pas-sado e versou um tema que �nha a ver com a comemoração dos 500 anos da atribuição do Foral Manue-lino a Porto de Mós.

Armindo Vieira

Teatro de Rua em Porto de Mós

Todas as sessões com “sala cheia”

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Porto de Mós

Santa Casa promove ciclo de

conferências

A Santa Casa da Miseri-córdia de Porto de Mós, no âmbito da comemoração dos 500 anos da sua fun-dação, leva a efeito a par�r de hoje, dia 6, o 1º Ciclo de Conferências, a decorrer na Ecoteca de Porto de Mós.

Assim, a primeira confe-rência, que se inicia pelas 14,30 horas, é subordinada ao tema “Crianças Felizes e Saudáveis” e, serão desen-volvidos sub temas como “Alimentação na Infância: Recomendações e algumas intervenções de sucesso em Portugal”, “Aumento da Prevalência da Obe-sidade Infan�l-Causas e Consequências”, “Educação Parental” e “Birras: Educar com regras e limites”.

A segunda tem lugar no próximo dia 13 à mesma ho-ra, e tem como tema prin-cipal “As UCC são o futuro? Como cuidar do cuidador informal?” e, depois das in-tervenções do Provedor da ins�tuição e do presidente da União das Misericórdias Portuguesas ao longo da tarde serão deba�dos os subtemas seguintes, “En-quadramento na RNCCI”, “A importância da equipa mul-�disciplinar”, “Fisioterapia – Con�nuação de Cuidados, Integração de Prá�cas” e “Cuidar do Cuidador”.

A terceira e úl�ma confe-rência deste ciclo, decorre no próximo dia 20, tal co-mo as outras a par�r das 14,30 horas, e tem como tema “Envelhecimento com futuro” e versará os sub temas “Estratégia de envelhecimento”, Evolução Demográfica”, “Demências na 3ª Idade” e “Comunicar é possível para todos”.

6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com6 NEGÓCIOS

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Encontro Nacional de Tocadores de Concertinasatrai milhares de pessoas à Barrenta

Milhares de pessoas vindas dos mais variados pontos do país par�cipa-ram no passado dia 24 de setembro, no 15º Encontro Nacional de Tocadores de Concer�na que teve lugar na pequena aldeia da Bar-renta, Alvados.

A inicia�va promovida pelo Centro Cultural da Bar-renta voltou a ser um êxito, atraindo, uma mul�dão que invadiu esta aldeia meio perdida na serra e onde, em permanência residem, apenas, 42 pessoas.

À semelhança dos anos anteriores a festa fez-se dentro e fora do palco unin-do diferentes gerações. De

acordo com a organização foram mais de 350 os toca-dores de concer�na que, a solo ou em grupo animaram o local. Já quanto ao público não há dados oficiais, até porque o Encontro decorre em espaço aberto e é de entrada gratuita, mas várias pessoas ouvidas pelo nosso jornal no local, apontavam para um impressionante (e aproximado) número de 4000 visitantes desde o início da tarde às primeiras horas da noite.

Apesar do esforço que foi feito no sen�do de minorar os impactos de tamanha enchente, estacionar ou, sequer, sair da aldeia, tor-

nou-se tarefa bastante di�-cil em terra de ruas rela�va-mente estreitas e onde não abundam os espaços para estacionar (pelo menos que consigam dar resposta a tão grande afluência), mas mesmo assim, isso não foi o suficiente para perturbar a boa disposição dos foras-teiros e todos aqueles com quem falámos prometeran voltar no próximo ano e, se possível, trazer mais gente consigo.

Mas nem só de acessos automóveis algo mais complicados se fez este Encontro. Embora com a missão claramente facili-tada quando comparada

com a dos condutores, quem caminhava pelas ruas da aldeia, mesmo assim encontrava várias áreas de “resistência” não só ao en-volver-se na mole humana em movimento, mas por-que muitos paravam a as-sis�r às atuações informais dos tocadores concer�na e cantadores ao desafio que são uma das imagens de marca do Encontro, já que o “aquecimento” para a atuação no palco, se faz em qualquer recanto da rua principal.

O Encontro, como dis-semos, foi semelhante aos anteriores mas este ano houve algo que marcou

posi�vamente pela diferen-ça. Com a construção dos campos de badminton no espaço próximo do local onde está instalado o palco a organização ganhou ou-tras condições e pôde ofe-recê-las aos visitantes mas igualmente aos tocadores e ainda aos artesãos e pe-quenos comerciantes que aproveitam a oportunidade e o elevado número de espetadores para mostrar e vender os seus produtos. Tornou-se um espaço agra-dável e o público claramen-te gostou.

Pôr de pé e manter toda esta estrutura e garan�r a respe�va logís�ca não

é coisa fácil mas o Centro Cultural da Barrenta tem-no conseguido, sempre com a compreensão e até o aplauso do público. Há muito que a equipa inicial se alargou e hoje são de-zenas de pessoas, vindas desde Mira de Aire à Fonte do Oleiro, passando por ou-tras terras do concelho, que ali estão durante muitas horas a assegurar o traba-lho nos diversos bares, no restaurante, em palco e em outros locais onde a sua colaboração anónima e gra-tuita contribui para o êxito, ano após ano.

Isidro Bento

Evento já vai na 15ª edição

VILIPER - CONSTRUÇÔES METÁLICAS, LDA.Pretende admi�r:

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6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com7ATUALIDADE

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Espaço SocialO Espaço Social é um recurso criado no âmbito da Rede

Social do concelho de Porto de Mós e tem como principal obje�vo, dar resposta às necessidades das famílias caren-ciadas residentes no Concelho de Porto de Mós, ao nível dos bens de primeira necessidade. Atualmente benefi-ciam mensalmente deste apoio, cerca de 82 indivíduos.

Quem procura o Espaço Social também pode usufruir de outros bens como vestuário, calçado, brinquedos, e outros bens u�litários, doados principalmente por par�-culares.

O tempo doado pelas voluntárias na organização e manutenção deste espaço é fundamental para a concre-�zação do projeto.

Ginás�ca SéniorO projeto envolve 150 idosos das freguesias de Alca-

ria, Juncal, São Jorge, Mendiga, Serro Ventoso, São Ben-to, Mira de Aire e Alqueidão da Serra, com mais de 60 anos de idade e tem por obje�vo aumentar os níveis de a�vidade �sica da 3ª idade, desenvolvem-se a�vidades de ginás�ca geriátrica e hidroginás�ca em que os idosos são encorajados para o aumento do movimento no geral e diminuição do sedentarismo e ina�vidade �sica.

Desenvolvem-se também outras a�vidades em con-junto como dança, caminhadas, encontros de exercício e saúde na 3ª idade, dias dedicados ao movimento em gru-po, deslocações á praia, festas e outros intercâmbios.

Like SaúdeO Projeto “Like Saúde” promovido no âmbito da Rede

Social, é um programa de prevenção em comporta-mentos adi�vos e dependências. Tem como obje�vos, contribuir para melhorar o estado de saúde dos jovens, contribuir para a definição de polí�cas em matéria de consumos de substâncias psicoa�vas e prevenir o consu-mo de substâncias em meio escolar.

A equipa de trabalho é cons�tuída por representantes das seguintes en�dades: Centro de Respostas Integradas de Leiria, Município de Porto de Mós, Agrupamento de Escolas de Porto de Mós, Ins�tuto Educa�vo do Juncal, UCC Dom Fuas Roupinho, GNR Leiria- Secção de Pro-gramas Especiais, Centro de Competências Entre Mar e Serra, CLA da Universidade Aberta.

As estratégias de intervenção têm públicos-alvo dis-�ntos, diretores das escolas, coordenadores de saúde das escolas, diretores de turma, família/ encarregados de educação, assistentes operacionais, alunos. O proje-to teve inicio no ano le�vo 2015-2016.

Programa ApoioO Programa de Apoio à Compar�cipação de Medica-

mentos permite aos idosos residentes no concelho com 65 e mais anos, ou dependentes, beneficiar de uma compar�cipação na compra de medicamentos.

Os beneficiários deste apoio têm um cartão de iden-�ficação, válido durante o período de um ano, podendo ser u�lizado nas farmácias aderentes, do concelho.

O Município compar�cipa 50% do valor, sendo o limi-te da compar�cipação anual de 100 euros. No corrente ano beneficiam deste apoio 19 beneficiários.

Projeto 10 Mil Vidas A Câmara Municipal de Porto de Mós através de uma

parceria com a Associação Nacional de Cuidado e Saúde, vai avançar com o projeto piloto “10 mil vidas”, que irá apoiar 50 idosos do concelho de Porto de Mós, com o serviço de teleassistência/Telesaúde.

O projeto “10 mil vidas” enquadra-se nos obje�vos do Município em proporcionar aos seus idosos uma vida longa, saudável e feliz. Além do apoio em situações de emergência, o sistema permite controlar à distância, indicadores de saúde, como tensão arterial ou o nível de açúcar no sangue.

Gabinete de Ação Social e Juventude do Município de Porto de Mós

JuventudeO Gabinete da Juventude apresenta-se como um

recurso fundamental para a consolidação e efe�vação das polí�cas municipais delineadas para a Juventude e também como um importante motor de apoio, desen-volvimento e capacitação dos jovens do concelho de Porto de Mós.

O Gabinete da Juventude realizou no ano 2016, o Fes�val da Juventude no decorrer do qual foi realizada a conferência “Jovens , Poli�ca e Cidadania”, a palestra de Acesso ao Ensino Superior des�nado aos alunos do 12º ano do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós, o Pro-grama OCUPA(MOS) nas férias de Verão, para os jovens com idades compreendidas entre os 12 e 18 anos, no qual par�ciparam 35 jovens.

Mês do IdosoO Município de Porto de Mós em parceria com as

IPSS’s, promovem anualmente, um conjunto de a�vida-des dirigidas à população idosa. Este ano as a�vidades �veram início a 1 de setembro com os passeios dos ido-sos que frequentam as ins�tuições e terminarão a 6 de outubro com um especial sobre as “Histórias de Vida” a�vidade realizada em parceria com a Cincup.

No decorrer do mês houve também lugar a a�vidades despor�vas, como o encontro de Boccia, hidroginás�ca, almoços de comemoração, histórias de vida contadas na primeira pessoa …

A VI edição do “Almoço dos idosos” que decorreram no dia 1 de outubro em Alvados, São Bento e São Jor-ge, foram organizados em parceria com as Juntas de Freguesia. Par�ciparam aproximadamente 1200 idosos e cerca de 90 voluntários aos quais agradecemos toda

a disponibilidade, dedicação e empenho na realização deste evento.

6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com8 HISTÓRIAS DE VIDA / MÊS DO IDOSO

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Relatos na Primeira Pessoa

Maria Celestede AlmeidaCarvalho CorreiaIdade: 53Profissão: Administrativa SMAS/LeiriaNatural: Leiria

”...ganhei confiança em mim mesma.”

Nasci em Leiria mas moro no Alqueidão da Serra, sou administra-�va reformada da função autárquica. Fiz o 12º ano e casei-me logo a seguir, com vinte anos. Tive uma filha aos 22 anos, o meu marido morreu quando a minha filha �nha 11 anos.

Comecei a trabalhar aos 20 anos, e sempre trabalhei nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Leiria. O meu serviço foi sempre o mesmo, a faturação de água e ramais.

Vim morar para o Alqueidão da Serra por questões de saúde, onde estou há quatro anos. Casei-me segunda e não tenho filhos do segun-do marido.

Tenho �do altos e baixos na minha vida, por exemplo em termos de saúde sou muito doente. Já tenho 3 stents nas artérias, dois AVC (Aci-dentes Vasculares Cerebrais) e tenho uma colite ulcerosa.

Reformei-me há um ano, �ve de vir para o Centro de Dia porque �ve um surto psicó�co por estar em casa sozinha, fechada, e aqui no Centro de Dia tenho companhia para conversar. Fui encaminhada para aqui pela minha psiquiatra.

Gosto de aqui estar, gosto da companhia, gosto das pessoas e recu-perei totalmente de várias coisas: eu não me mexia, não me ves�a, não me despia, e agora já consigo fazer isso tudo, ganhei confiança em mim mesma.

Tenho a minha filha a viver em Leiria com o namorado. Somos mais que mãe e filha, somos como duas amigas, visito-a frequentemente, ela visita-me a mim, tenho os meus pais que os visito regularmente, um tem 89 outro tem 85 anos.

”Andei lá quase descalço a abrir valas...”

Toda a vida trabalhei duramente. Trabalhei muito tempo como pe-dreiro, trabalhei no alcatrão e fui chefe de equipa.

Com 16 anos fui para Lisboa, onde fiz vários trabalhos. Trabalhava no Areeiro e vinha a pé para perto do Aeroporto, onde �nhamos o nosso acampamento. Estávamos debaixo dum pinheiro e a nossa barraca era feita de fardos de palha. Es�ve em Lisboa até aos 25 anos, andei por Sintra, São Domingos de Rana, Praia das Maçãs e Praia do Magoito.

Depois vim, fiz uma casita, casei e fui para Mira de Aire, porque a minha esposa trabalhava em lá. Ali eu fazia a escrita, ia buscar fio em cru e levava-o �nto, e no fim do ano fazia as pesagens das �ntas, e fazia o balanço.

Trabalhei em Mira de Aire até ao úl�mo dia do ano de 1964, no dia 2 de janeiro de 1965 emigrei para França e só cá vim em dezembro de 65. Estava cá, trabalhava no campo e em março arrancava outra vez para França, e quando chegava lá, o meu patrão que foi muito malan-dro para mim, porque nunca recebi o abono de família.

Andei lá quase descalço a abrir valas para os tubos de água. Depois fui para uma fábrica, mas logo que pude fui para as obras, porque ga-nhava-se mais. Então fui pedir trabalho a uma empresa onde estava outro homem do Alqueidão, e fui para lá, ele fazia de pedreiro e eu de servente.

Um dia o outro foi embora e eu fiquei a fazer o trabalho dele. O patrão disse-me para arranjar uns homens e eu arranjei outros do Al-queidão, talvez uns quinze ou vinte, e eu fui fazer de chefe do alcatrão. Ele mandava-os trabalhar e eles não sabiam nada e eu �nha que lhes explicar.

Então trouxe a minha família e �nha sete filhos e não recebia nada deles. Corri cinco empresas e nunca conheci nenhum homem que me mandasse para lado nenhum, nunca disse mal de colega nenhum, nem que o trabalho era pouco nem que era muito, e hoje não tenho pro-blemas nenhuns.

Toda a gente vem ter comigo e agora estou aqui no Centro de Dia e estou contente de aqui estar e quando saio daqui levo a minha coisa e muitas vezes à meia noite estou a rezar o terço sozinho na minha cama.

Idade: 82Profissão: Trabalhou em estradasNatural: Alqueidão da Serra

Centro de Dia da Casa do Povo do Alqueidão da Serra

Inocêncioda SilvaGomes

Aquando da sua estadia em França, Inocência Gomes, explica que andou “quase descalço a abrir valas para os tubos de água e depois fui para uma fábrica, mas logo que pude fui para as obras, porque ganhava-se mais”. Celeste Correia diz gostar das pessoas de Alqueidão e de estar na ins�tuição porque “recuperei totalmente de várias coisas (…) e agora já consigo fazer tudo, ganhei confiança em mim mesma”.

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Leonorde Jesus

Idade: 88Profissão: Operária FabrilNatural: Fátima

”Passeei por Portugal de norte a sul...”

Nasci em Fá�ma e fui criada no casal Farto, com mais cinco irmãos, cresci e diver�-me enquanto fui rapariga. Depois casei e �ve os filhos, criei-os e trabalhei numa fábrica e no campo a ceifar, a sachar e a fa-zer tudo no campo.

Depois de casada e de criar os filhos e do meu marido falecer, fui passear e foi com o que fiquei. Passeei muito e estou aqui na associa-ção já há 20 anos.

Quando era nova gostava muito dançar, só que os meus pais não me deixavam dançar, senão em casamentos e ba�zados, mas nisso eu �nha sorte porque eles eram padrinhos de muitos casamentos, e eu aproveitava-me.

Passeei por Portugal de norte a sul, fui aos Açores e à Madeira e fui ao sul de Espanha e a Andorra; todas estas viagens foram feitas com colegas amigas no Inatel. Também ia à praia todos os anos, mas deixei de ir porque as minhas pernas não aguentavam.

Tenho cinco raparigas e um rapaz, a Virtuosa, a Alda, a Filomena, o António, a Maria da Conceição e a Paula Cris�na. Tenho duas netas enfermeiras, um neto engenheiro, outro serralheiro, todos os outros têm trabalho, graças a Deus. São doze netos e oito bisnetos.

Tive várias profissões, tanto trabalhei no campo como trabalhei na fábrica, a apanhar malhas, na máquina, em costureira, no coze e corte, passar a ferro, era pano para toda a obra, porque sabia fazer tudo. Por isso é que o meu patrão me disse, quando saí para me casar, que se alguma vez quisesse voltar era só bater à porta e isso aconteceu, fui lá falar com ele e ele mandou-me vir logo de caminho, vim para cá para a fábrica com 18 anos.

Aqui na associação estou há 20 anos. Fiz sempre tudo aquilo que me pediam e que sabia, agora toco reco reco, gosto muito música e gostava muito de cantar e dançar

Idade: 84Profissão: Operária FabrilNatural: Mira de Aire

Associação de Amparo Familiar de Mira de Aire“Casei aos 16 anos”, diz Amélia Sereno e, depois de contar os seus desgostos, diz que entrou para o Coro, onde está há 30 anos, e “onde tenho

passado o meu tempo, arranjado camaradagem e passeado”. Leonor de Jesus diz que trabalhou no campo, conta que também trabalhou na fábrica, “a apanhar malhas, na máquina, em costureira, no coze e corte, passar a ferro, era pano para toda a obra, porque sabia fazer tudo”.

Maria Améliados SantosSereno

”Já estou no Coro há 30 anos...”

Lembro-me de ter andado na escola até à terceira classe; depois trabalhei numa fábrica dez anos. Casei-me aos 16 anos e aos 17 já era mãe, vivemos sempre pobres e com uma vida apertada, que era a vida que havia dantes.

Fomos andando, os meus filhos casaram e estava tudo muito bem quando me morreu um filho com 40 anos. Depois morre o meu marido e mais tarde morre o outro meu filho, foram só desgostos.

Foi uma vida tão dura que quando cheguei à reforma, não sabia o que havia de fazer da minha vida, porque ainda era nova e não sabia para onde ir.

Quando abriu esta associação, pensei logo em vir para cá. “Vou para lá passar os meus tempos”, pensei eu e aqui estou desde o princípio e é aqui que tenho passado o meu tempo com as minhas colegas e este convívio tem-me valido muito, tem-me avaliado muito o desgosto e a solidão.

Comecei na Sociedade Industrial, depois passei pela Fiandeira, pelas Penhas Douradas e também es�ve na Lani�cia. Acabei nos Moinhos Velhos. Na fábrica fazia de tudo que pertencia à mulher, só tecedeira é que não fui.

Depois da morte do meu marido, o meu filho ainda era vivo e eu, como não sabia o que havia de fazer, fui para o Coral Gaudia Vitae. Já estou no Coro há 30 anos e é onde tenho passado o meu tempo, arranjado camaradagem e passeado, porque se não fosse o Coro também nunca �nha ido a tantos lados. Fui ao Brasil duas vezes, fui à Alemanha, fui à Checoslováquia, fui a França e a Espanha. Portanto já fiz umas viagens boas que eu não pensava fazer.

Ainda lá estou, mas não sei quanto mais tempo lá poderei estar; en-quanto puder, lá estarei.

Na ins�tuição fiz sempre a mesma coisa, acompanhava as pessoas porque o senhor Eugénio achou que precisava de alguém para fazer companhia às pessoas que estavam no salão, porque �nha as mulheres para trabalhar. Fiz sempre companhia. Dava água, ia levá-las, ia buscá-las, cantava com elas e é o que ainda faço hoje.

Relatos na Primeira Pessoa

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”...concorri ao alistamento da GNR...”

“Nasci no Vale de Santarém, freguesia de Santarém, em 12 de se-tembro de 1924. Aos 14 anos fui-me empregar na Fonte Boa, na Esta-ção Zootécnica Nacional onde tratava de seis cavalos.

Es�ve lá três anos. Tratava dos cavalos, montava-os. Depois fui trabalhar na agricultura. Fui depois para uma escola de

equitação, na Rua Alexandre Herculano em Lisboa, onde es�ve até fazer 20 anos e ir para a tropa.

Depois de cumprir o serviço militar, concorri ao alistamento da GNR onde es�ve trinta anos. Reformei-me em 1976. Antes disso, em 1961, viuvei. Tinha dois filhos.

Voltei a casar quatro anos depois. Em 1976 vim para o Juncal onde construi uma casa e vivi até vir para

o Lar da Cruz da Légua, onde estou hoje”.

JoãoGasparForteIdade: 91Profissão: GNRNatural: Vale de Santarém

”Primeiro comprámos uma burra...”

Eu sou dos Casais do Chão, o meu marido era empregado e eu tra-balhava na fazenda com os meus sogros. Passados uns anos a minha irmã, perguntou-me se eu queria ir vender peixe pelas portas, mas a minha dificuldade era não saber ler nem escrever.

À noite, quando o meu marido veio eu disse-lhe: ‘a minha irmã per-guntou-me se eu queria ir vender peixe e ele respondeu que não me queria pelas portas’. Então eu disse-lhe que �nha dito que ia, e ele res-pondeu que não voltava com a palavra atrás.

Comecei a vender peixe, e alguns dias depois já vendia outras coisas, porque o meu marido ia a Lisboa e trazia garfos, colheres, tabaco e outras coisas que eu podia vender. Entretanto comecei a apanhar ca-racóis à noite, que o meu marido levava para Lisboa e vendia-os aos es�vadores. O meu marido era muito meu amigo.

Mais tarde começaram a chegar os viajantes à minha porta. Como não havia nada no Casal, as vizinhas diziam-me para vender outras coi-sas. Um dia fui a Alcobaça a um armazém, levava quinhentos escudos e disse que só �nha aquele dinheiro e queria umas coisinhas. Como eu não sabia bem o que queria e o dinheiro era pouco, o senhor vendeu-me umas coisitas e escreveu num papel quanto custava e como podia vender. O meu marido fez-me uma escrita que eu percebia, porque eu percebia a escrita feita por ele, e comecei a vender fiado.

Não vale a pena contar mais nada porque estava aqui muito tempo para contar tudo. Mas ainda digo que corri as melhores fábricas do pa-ís de louças, de vidros, de faqueiros, de móveis e de tudo. Agora está tudo entregue ao meu filho que tomou conta do negócio.

Primeiro comprámos uma burra, depois vendemos a burra e comprá-mos uma mula e uma carroça, até que um dia soubemos que estava uma carrinha à venda no Porto e fomos lá comprá-la.

O meu marido trabalhava na firma Narciso Alves, de Porto de Mós e esteve lá 24 anos; aos sábados e feriados saia comigo na carrinha e, depois de sair do sair da empresa ia comigo durante a semana. Nessa altura já chegava a Porto de Mós e à Corredoura, a Valverde, Cabeça Veada e Bemposta, com uma escrita feita pelo meu marido que era o meu amor.

Agora estou no lar da Cruz da Légua, e durante seis anos ajudei na lavandaria, agora vou fazendo o que posso com muito gosto.

Idade: 89Profissão: Vendedora ambulanteNatural: Casais so Chão

Associação de Bem Estar de Cruz da LéguaA vendedora ambulante Alice Morgado, conta como começou a sua a�vidade. “Comecei a vender peixe e, dias depois já vendia outras coisas, como

garfos, colheres, tabaco e outras coisas que eu podia vender. Comecei também a apanhar caracóis à noite e o meu marido vendia-os em Lisboa”. João Forte foi em jovem tratador de cavalos e depois do serviço militar alistou-se na GNR “onde es�ve 30 anos”.

AliceAmadoMorgado

Relatos na Primeira Pessoa

6 de outubro de 2016

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HernâniAugustoGonçalvesIdade: 90Profissão: OsteopataNatural: Candoso (Trás-os-Montes)

”...empenhei-me em vinte e tal contos...”

Sou natural de Candoso, Vila Flor, Trás-os-Montes. Comecei a traba-lhar aos 12 anos e foi assim até aos 80.

Fui para a Venezuela, onde es�ve uns seis anos. Aprendi a profissão de consertar pessoas e trabalhei aqui trinta e oito anos nessa profissão.

Ainda em novo, andava aqui por Porto de Mós, namorei e casei por cá. Ela ficou cá e eu fui para a Venezuela e regressei, mas ela nunca foi comigo.

Tive lá um cliente que me disse que eu �nha valores, e que se quises-se me arranjava condições para governar a minha vida em Portugal.

Então vim para cá e comecei a trabalhar na profissão e �ve muitos clientes, de cá e de fora. Chegaram a vir aqui mais de quinze pessoas por dia, vinham de Trás-os-Montes, do Alentejo, de Lisboa e do Porto, eu era muito conhecido. Ainda agora me telefonam a perguntar se eu trabalho, mas deixei de trabalhar há cinco anos. Tenho um filho que faz qualquer coisa, mas não tem os valores que eu �nha.

Passou-se assim a vida e comprei algumas terras e criei os filhos.Fiz a viagem de barco para a Venezuela, demorou dez dias para cada

lado, passei pelo Brasil e pela América do Sul, mas aquilo já foi Venezue-la. Quando eu lá es�ve era muito bom, foi lá que arranjei a minha vida. Para ir para a Venezuela empenhei-me aqui em vinte e tal contos e fui para lá, fiz a minha vida e vim para cá depois, e paguei o que devia.

Ainda fui para lá outra vez, até chamei um irmão meu, que já morreu. Depois, como já �nha um filho e uma filha, vim para cá e o meu irmão ficou com um negócio que �nhamos lá.

O que marcou mais a minha vida foi o que lá aprendi, e aqui con�-nuei, porque quando aqui cheguei a primeira vez mataram-me a fome e deram-me trabalho e por isso aqui fiquei.

”Fui no barco 22 dias...”

Sou de Trás-os-Montes, concelho de Murça, fui para Lisboa com um primo para casa de uma �a. o meu primo “deitou” um anúncio no jornal e apareceu uma senhora, que me viu e me levou para sua casa, onde es�ve dois anos. Fazia limpeza, servia à mesa e geria os dinheiros. Um dia per-guntou-me se queria ir com ela e a família para a África, �nha eu 14 anos. Foram à minha terra, no tempo da Páscoa, a minha mãe estava a fazer o folar, e pediram-lhe autorização para me levarem para Africa. A mi-nha mãe autorizou e fomos para a África em 1962. Fui no barco 22 dias e quando cheguei lá, eles não �nham casa própria para ir. Passados eis meses fui para junto deles e es�ve cinco anos com eles em Lourenço Marques, Moçambique, que hoje é Maputo.

Conheci lá uma prima da parte do meu pai que queria que eu fosse para a África do Sul para casa de uma filha e eu não quis. Fui então trabalhar para uma cabeleireira, onde es�ve dois anos, mas as mãos começaram a infetar com as �ntas, e o médico disse-me que não podia mais trabalhar lá. Mas a senhora disse para ficar com ela como se fosse sua filha.

Passados dois ou três anos conheci o meu marido. Namorámos uns quatro ou cinco meses e casámos em 1970. Depois rebentou o paiol no aeroporto e foi então que começou a guerra. Nessa altura o meu ma-rido �nha concorrido para a polícia do aeroporto. Es�vemos ali quatro dias num pavilhão, a comer só ração de combate. Depois arrendámos lá uma casa e em 1976 viemos a Portugal e ficámos cá, oito meses depois voltou porque ele contrato com a Frelimo.

Vim para esta aldeia, São Bento, onde eu não conhecia ninguém, nem os meus cunhados. Então disse ao meu cunhado que me levasse a Ser-ro Ventoso, para apanhar um autocarro para ir para Lisboa ter com os meus primos. Ainda fui trabalhar para casa de uma senhora para Alma-da e ao fim de oito meses fui ter com o meu marido a África.

Ao fim de seis meses regressei e o meu marido ainda ficou la mais um mês. Chegou e foi então que vim aqui para esta terra. Tive aqui três anos, o meu marido foi para Lisboa como guarda prisional, mandaram-no depois para Coimbra onde esteve seis meses. Fiquei aqui sozinha com batatas, feijão e tudo para semear.

Como eu não tenho filhos, ele pediu para ir para Leiria. Aqui es�ve 13 anos, fui trabalhar para restaurantese para casa de senhoras. Aos 60 anos mandaram o meu marido embora.

Idade: 72Profissão: DomésticaNatural: Murça (Trás-os-Montes)

Centro de Apoio Social de Serra de Aire e Candeeiros - CASSACMaria Alice Ferraria natural do concelho de Murça, mora em São Bento mas não gosta da aldeia. Casou em 1970 em Moçambique e, pouco depois

“rebentou o paiol no aeroporto e foi então que começou a guerra”. Natural de Vila Flor, Hernâni Gonçalves esteve emigrado na Venezuela e, “empe-nhei-me aqui em vinte e tal contos e fui para lá, fiz a minha vida e vim para cá depois, e paguei o que devia”.

MariaAliceFerraria

Relatos na Primeira Pessoa

6 de outubro de 2016

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Mariado RosárioGil RodriguesIdade: 88Profissão: ModistaNatural: Lisboa

”...pão com quê? Respondi, com dentes...”

Nasci em Lisboa e comecei a aprender a costurar com onze anos, com uma senhora. O meu pai meteu-me numa escola par�cular. Eramos du-as irmãs e eu a mais velha. Aprendemos a coser, aprendemos ginás�ca e outras coisas. Hoje igualo a minha quarta classe, a minha criação, com dois bisnetos que tenho; eles têm tudo, mesmo tudo, não lhe falta nada, mas têm a falta desse estudo, a começar pelo amor, pela compreensão, e até a começar pela vida.

Eu para ir comprar o pão para a minha mãe, em que o pão era pesado na balança, e eu �nha de pedir à minha mãe se consen�a que comesse aquele bocadinho, do chamado contrapeso, até a casa, e então vinha toda contente. O senhor dizia-me por exemplo “pão com quê? E eu res-pondia, com dentes, e ficava contente na mesma.

Fui criada com muito amor de parte a parte. Quando eu me zangava com a minha irmã, achava que estávamos a mais na família, entre o meu pai e a minha mãe, porque eles eram muito educados. A minha mãe era daqui, da Calvaria. O meu pai veio de Lisboa. O meu pai nasceu aqui na serra, Vale Travelho, e foi criado com a bisavó dele, que ainda cheguei a conhecer.

Fomos criados todos muito unidos, era tudo num. Houve um senhor, que ainda hoje não sei quem é, o padrinho de bap-

�smo que levou o meu pai para Lisboa. Fez lá a quarta classe e arran-jou-lhe trabalho na Carris, então aproveitou tudo para ser uma pessoa educada e boa. O meu pai, depois veio de Lisboa, já todo finório buscar a minha mãe à terra, a uma família boa que é dos Brogueiras , pobres também, claro.

Aí já havia o hábito rezarmos à mesa, o irmos para a cama rezando. Fui modista de bairro como hoje se diz. Costurei quase 60 anos. Era para noivas, era para as madrinhas, era tudo para grandes festas de casamento.

O 25 de abril foi, para mim, um abrir daquele aperto em que parece que estávamos. O meu pai saía de casa e deixava logo o recado: o que se diz em casa, não se diz lá fora e não se traz para casa o que se ouve lá fora, porque também não interessa.

Mas sen�amo-nos bem uns com os outros.

”...a assentar carris do caminho de ferro...”

Fui para a Azambuja fazer uma abóbada numa vacaria e para uma fábrica de tomate, depois quando deixei o trabalho nas Indústrias Lena, fui para França em 1979.

Desci a serra dos Pirinéus toda e, quando lá cheguei não faziam do-cumentos. Es�ve lá três dias e �ve de vir-me embora porque não podia estar lá sem documentos. Algum tempo depois tornei a ir salto, mas já com patrão.

Andávamos a assentar carris do caminho de ferro, íamos limpar a estação todas as semanas, es�ve a viver em casa dum cunhado meu, que está nas Alcanadas e ainda é vivo, em Volver. Levantava-me por volta das quatro horas da manhã, vinha de “autobus”, passava no me-tro debaixo da terra, embarcava no comboio em direcção ao local onde trabalhava.

Quando deixei de trabalhar na arte de pedreiro saí e vim viver para as Alcanadas. Fui então ajudar a fazer muros e casas de banho na Fá�ma, só aquela casa que está por detrás da Basílica de Fá�ma tem setenta e oito aros.

Quando era criança cheguei a ir com duas vacas, naquele tempo, re-�rado da Fá�ma uns 4 quilómetros; levantava-me cedo de madrugada para tratar das vacas do meu pai, íamos na direcção de Fá�ma, pas-sávamos para lá de São Mamede, sempre na estrada de Fá�ma e aí é que o meu pai subia para cima do carro carregado e, eu e o meu irmão, dávamos-lhe braças de pinho, que trazíamos para a minha mãe cozer o comer, porque a minha mãe cozia o pão com vides.

Idade: 86Profissão: AgricultorNatural: Calvaria de Cima

Centro de Dia da Casa do Povo da Calvaria de CimaAntónio Franco esteve em França onde assentou carris de caminho de ferro e, para isso “levantava-me por volta das quatro horas da manhã, vinha

de ‘autobus’, passava no metro debaixo da terra, embarcava no comboio em direção ao local de trabalho”. Também Maria do Rosário Rodrigues conta que costurou durante 60 anos “para noivas e madrinhas, era tudo para grandes festas de casamento”.

AntónioBatistaFranco

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6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com13HISTÓRIAS DE VIDA / MÊS DO IDOSO

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ClementinaSilvaVieiraIdade: 86Profissão: EscrituráriaNatural: Porto de Mós

”...tenho lutado muito...”

Vou contar um pouco da minha história de vida, nomeadamente a luta que tenho feito para encontrar cura para o meu problema de vista.

Desde garota que tenho miopia, foi avançando; fiz tratamentos, mas naquele tempo era só a comprimidos e fui operada. Depois da opera-ção fiquei boa.

Cinco anos depois de fazer a operação, devido a uma cons�pação �-nha um ouvido a criar e fui à médica, que me disse que estava muito doente, então deu-me um an�bió�co, me fez mal. Tomei dois dias e fui de novo ao médico. Aqui já �nha perdido a visão e daí para a frente comecei a piorar até cegar. Há quatro anos que ceguei por completo.

Não parei, fiz a minha vida, vi que não podia parar e então lutei. Fui à Índia para ver se podia ser operada novamente mas já não podia ser. Tinham-me que se lá fosse talvez pudesse ser operada e não pôde ser.

Tenho con�nuado a lutar e agora estava à espera que os americanos descobrissem, para a menina do olho, que é onde está o meu proble-ma, eles disseram que se houvesse evolução que me chamavam e como ainda não me chamaram é por que ainda não há.

E tenho lutado muito, tenho ido aos médicos e pedido para fazer tratamentos, mas já não há solução, a não ser que os americanos a en-contrem. Vou fazendo a minha vida normal, faço a minha cama, arrumo a minha roupa no guarda ves�dos, faço a minha higiene toda, tomo banho sozinha e era capaz de fazer mais coisas, não tenho problemas e tenho dias que nem me lembro que não vejo.

Nunca desis�, porque pensei que uma pessoa não podia parar, se parasse é como se costuma dizer, parar é morrer, e eu pensei que não podia parar e então segui e não podia estar parada à espera dos outros e tenho seguido conforme tenho podido, e assim tenho feito.

”...dedico a minha vida a ajudar os outros”

Tive várias profissões ao longo da sua vida: agricultor, empregado de comércio e industrial.

Sempre gostei de ajudar o próximo, ainda hoje pertenço à Confe-rência de São Vicente de Paulo, onde dou um pouco de mim. No lar colaboro nas a�vidades, ajudo alguém que precisa dentro das minhas possibilidades.

Um dia, andava com a minha mulher a distribuir mercadorias, quando a Drª Claudia me telefonou a dizer que havia uma vaga para o casal no nosso lar. O meu coração deu-me logo sinal.

Como não estava preparado para tal, pois �nha projectos de vida lo-cais, refle� sobre o assunto. Entretanto resolvemos vir e em boa hora o fizemos.

Para muita gente, falar no lar é pensar que se está para morrer. Sim, temos de morrer, tudo morre.

Aqui temos assistência 24 horas sobre 24 horas, o que falta a muitas pessoas que estão sozinhas em casa. Quando dissemos a alguns familia-res que estávamos no lar, até choraram, coitadinhos estão no lar.

Em boa hora, a minha mulher faleceu cá. Agora faço a minha vida cá, tenho pessoas amigas com quem posso confidenciar, tenho cá o meu carro, saio quando quero, vou a minha casa quando quero, mas sinto-me integrado e gosto de aqui estar.

Aqui sinto-me feliz e realizado. Gosto do ambiente, gosto das pessoas que estão aqui, também dou um bocadinho de mim, comunico com as pessoas e brinco com todo o respeito. Por vezes vou a minha casa mas, lá estou sozinho e então estou deserto para vir para aqui, porque aqui tenho companhia e gosto de estar com elas.

Sou voluntário, gosto muito de ajudar o próximo, tanto na Confe-rência como aqui. Gosto de ajudar alguém que precisa. Dentro do lar, transporto ou levo a cadeira para baixo, já ajudei a dar de comer a uma pessoa que só comia pela minha mão, encaminho as pessoas que preci-sam de ajuda por uma coisa qualquer, por vezes dementes não sabem onde é que é o quarto e eu encaminho-os para lá.

Tenho um familiar que tem um trator e eu ajudo-o noutras tarefas.Quando vem cá o ministro extraordinário da comunhão, eu é que pre-

paro os cân�cos e o altar. Quando o padre vem cá celebrar a missa eu é que preparo isso tudo.

Idade: 85Profissão: Agricultor / IndustrialNatural: Corredoura - Porto de Mós

Santa Casa da Misericórdia de Porto de MósEnquanto Clemen�na Vieira fala da sua luta para o problema de saúde que a afeta, a falta de vista, pois “há quatro anos ceguei por completo” e ago-

ra encontra-se “à espera que os americanos encontrem a solução”; já Joaquim Matos faz grandes elogios aos serviços da Santa Casa da Misericórdia e adianta que ajuda naqueles serviços e também pessoas e outras ins�tuições.

Joaquimda SilvaMatos

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6 de outubro de 2016

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Maria PreciosaNogueiraNetoIdade: 81Profissão: Doméstica / Vida no CampoNatural: Juncal

”Nunca andei zangada com ninguém...”

Nasci e fui bap�zada no Juncal. Es�ve uns meses a servir em Lisboa, em casa de uma senhora, depois

voltei para o Juncal, onde casei e �ve os filhos. Depois de casar fiquei a morar no Juncal. Tenho quatro filhos, seis netos e cinco bisnetos.

Passei a minha mocidade toda no campo a trabalhar, menos o tempo que es�ve em Lisboa.

Quando os filhos começaram a crescer andei a trabalhar para eles irem para a escola, para irem estudar alguma coisa e, quando chega-ram à idade, casaram-se.

Agora estou viúva e, como já não posso trabalhar nem fazer nada, vim aqui para o lar do Solar do Povo.

Vim para o lar também porque estava sozinha, os meus filhos estão todos empregados e, como não podiam tomar conta de mim e fazer-me companhia, vim para a ins�tuição para estar acompanhada.

Toda a vida gostei de trabalhar e gostei sempre de me dar com toda a gente. Nunca andei zangada com ninguém, nem nunca �ve discus-sões com outras pessoas, �ve sempre pessoas amigas.

Desde que os meus netos nasceram, �ve-os em minha casa até eles fazerem o 12º ano e só quando começaram a trabalhar é que deixa-ram a minha casa. Fiz isso para ajudar as minhas filhas e para poderem trabalharem e não estarem a pagar a creche, “que era um dinheirão”, e como não as podia ajudar de outra maneira, ajudei-as assim.

”Depois dos 50, comecei a estudar a Bíblia...”

Nasci na Póvoa e sou natural da Castanheira, freguesia de Cós. Trabalhei muitos anos construção civil, porque o ordenado que ga-

nhava no campo não chegava para o meu filho poder estudar. Fui trabalhar nas obras por esse mundo fora, trabalhei como carpin-

teiro de cofragens, fazendo muitas horas de dia e de noite e assim con-segui arranjar dinheiro para o meu filho estudar.

Quando trabalhava em Cascais, estava a montar uma grua e �ve um acidente na coluna, em que es�ve sete meses de cama, mas quando melhorei con�nuei a trabalhar.

Queriam-me reformar aos cinquenta anos e eu rejeitei, porque a reforma que me davam não chegava para as despesas e então só me reformei aos 60 anos.

Depois da reforma con�nuei a amanhar fruta e vinha, um bocadinho de cada coisa para os filhos comerem.

Em 1986, como nem eu nem a minha esposa podíamos trabalhar, pen-sámos em vir para o lar do Solar do Povo do Juncal, onde estou muito es�madinho, como se fosse num hotel; aqui toda a gente me trata bem e toda a gente me conhece. Agora com a idade avançada aqui estou nesta casa de repouso.

Depois dos 50 anos, comecei a estudar a Bíblia e faço as pregações das boas novas do reino de Deus, porque é isso que dá felicidade às pessoas, porque se acreditarmos em Deus somos muito felizes por isso, a palavra de Deus tem de ser pregada em todo o mundo e antes de vir o novo Mundo.

Idade: 96Profissão: Carpinteiro de cofragemNatural: Alqueidão Coz / Alcobaça

Solar do Povo do JuncalPreciosa Neto passou a “mocidade toda a trabalhar no campo” e, mais tarde tomou conta dos netos “para ajudar as minhas filhas e para poderem

trabalhar e não estarem a pagar a creche, ‘que era um dinheirão’”. Por sua vez Francisco Florindo trabalhou muito para o “filho estudar” e, depois dos 50 anos começou a estudar a Bíblia e “faço as pregações das boas novas do reino de Deus, porque é isso que dá felicidade às pessoas.

FranciscoLopesFlorindo

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6 de outubro de 2016

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EmiliaRodriguesFariaIdade: 93Profissão: TecedeiraNatural: Mira de Aire

”O porco não queria sair do faval...”

“Passei a minha infância a trabalhar para ajudar nas despesas da casa dos meus pais. Mas não era só eu, era também a minha irmã Rosa.

Ia buscar lenha ao Chaparral para a minha mãe aquecer o forno, pois cozia um alqueire de farinha de milho todas as semanas, e era esse o nosso principal alimento, o pãozinho de milho.

Uma vez, o meu pai quis que a gente levasse um porco, que �nhamos lá no pá�o, para o mato para comer por lá. Só que o porco fugiu para um faval.

E para o �rar de lá, como era? O porco não queria sair do faval e a gente não podia ir para casa

sem ele. Nós chorávamos, o dono do faval não deixava a gente ir lá, porque pisava as favas, o porco não vinha porque estava no meio das favas e nós chorávamos cada vez mais. Depois de tanto chorarmos lá nos deram o porco; então voltámos para casa com ele e fechámo-lo na cortelha.

Depois do porco engordar, o meu pai matava-o. Para o matar, deram-lhe uma cacetada e o porco caiu, como pensavam que estava morto, puseram-lhe os tojos a arder por cima e o porco, com o calor abalou a fugir; o meu pai correu atrás dele e deu-lhe com o machado no presun-to e cortou-o. O porco ficou logo desmanchado da parte de trás.

O meu pai fazia cantarias em pedra para as casas e quando chegava a casa estávamos todos “assentadinhos”, ele entrava e a gente levantava o cu lá do banquinho e íamos pedir-lhe a bênção e beijar-lhe a costa da mão, ele respondia Deus te abençoe e pronto. Foi assim que o meu pai ensinou a gente, e era esta a nossa educação e este pedido de bênção era feito todos os dias.

Eu trabalhei nos Ba�stas a fazer carpetes. A minha madrinha era lá encarregada. Quando as carpetes iam a dar a mais, a gente �nha de bater com muita força para ficarem na medida; os fios eram me�dos à mão e �nhamos que nos despachar, e se por acaso a gente se enganava a minha madrinha ditava uma lenga lenga, e �nhamos que pôr como ela dizia e despacharmo-nos, senão ficávamos para trás. E se a carpete ficava errada na lã, �nhamos que fazer tudo aquilo em fios de lã.

O meu marido era serralheiro na fábrica dos Ba�stas, onde eu tra-balhava, e foi assim que nos conhecemos. Ele perguntou-me se queria namorar com ele, eu gostei dele e ficámos a namorar até casarmos.

”...começou a guerra e �vemos que fugir...”

“Sou natural de Mira de Aire, sou filha única e fui domés�ca.Passei toda a minha infância em Mira de Aire, onde fiz a 4ª classe. Os

meus pais �nham um talho e um matadouro e toda a minha infância se passou a ajudá-los. O meu pai era o Zé da Baluna.

Eu era muito gulosa e gostava de ir à gaveta buscar umas moedinhas, quando ia para a escola, para comprar uns chocolates, sem a minha mãe saber.

Eu ajudava-os no trabalho do matadouro e na venda da carne.Na minha adolescência, conheci um rapaz que era irmão de uma ami-

ga minha, e começámos a namorar. Ele escreveu-me, mas eu não lhe respondi logo. Mas, ele ia todos os meses a Mira de Aire ver os pais e queria uma resposta. Então começámos a namorar durante talvez um ano e meio. No fim casámos a 28 de fevereiro de 1954, �vemos dois filhos, a mais velha Marilita e o mais novo Helder. Tinham diferença de dois anos um do outro.

O meu marido trabalhava em Beja, nos caminhos de ferro, mas rece-beu uma carta de um �o que �nha em Malange (Angola), a convidar para ir para lá e que levasse a mulher e os filhos. Assim aconteceu.

“Es�vemos lá 18 anos, depois começou a guerra e �vemos de fugir, mas o meu marido não esperou e comprou as passagens para o Brasil; passagens essas que demoraram oito dias lá a chegar. Perdemos tudo.

Graças a Deus que �nhamos uma pessoa amiga no Brasil, que nos ofereceu uma casa já mobilada. Prosseguimos a vida no Brasil e lá es-�vemos mais de 12 anos, eu trabalhava de costureira e o meu marido num escritório.

Os meus filhos cresceram, fizeram a vida deles e então regressámos a Portugal.

Tenho cinco netos, cinco bisnetos. Fui casada 48 anos, muito feliz, era muito meu amigo o meu marido e ainda hoje sinto saudades dele. Já sou viúva há 16 anos. Fazia-me tudo, nunca �nha um não para me dizer, acho que não há mais nenhum igual aquele.

Para não ficar sozinha arranjei uma senhora que esteve comigo 10 anos, depois como ela já �nha uma certa idade, �ve a oportunidade de vir para o lar de São José onde estou muito feliz até à data e espero estar cá até morrer”.

Idade: 87Profissão: Costureira e DomésticaNatural: Mira de Aire

Abrigo Familiar da Casa de São José - Mira de AireEmília Faria recorda o respeito que havia ao dizer: “… ele [pai] entrava e a gente levantava o cu lá do banquinho e íamos pedir-lhe a bênção e beijar-

lhe a costa da mão, ele respondia Deus te abençoe”. Por sua vez Natalina Ricardo conta que “era muito gulosa e gostava de ir à gaveta buscar umas moedinhas, para comprar uns chocolates, sem a minha mãe saber”.

NatalinaGaspar RamosRicardo

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6 de outubro de 2016

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HISTÓRIAS DE VIDA / MÊS DO IDOSO

MiguelSantosCunhaIdade: 80Profissão: FogueteiroNatural: São Jorge

”...envelope com quase o dobro do ordenado.”

Comecei a arte de fogueteiro com o meu pai, mas eu gostava de ou-tras coisas e um dia disse ao meu pai que não trabalhava mais nos fo-guetes, mas ele não gostou da conversa dizendo que eu era o seu braço direito, mas eu respondi-lhe que o ajudava na mesma.

As cerâmicas que havia aqui à volta andavam a desafiar-me. Então fui para uma cerâmica e onde trabalhei mais tempo foi nas Indústrias Lena, onde es�ve 46 anos. Aqui fui forneiro, chefe de forno e fiz outros ser-viços na mesma firma, porque eu “encarrilava com todos os trabalhos”. Fui ainda para a carpintaria.

Entretanto foram-lhe dizer que estava ali um rapaz que era uma es-pecialidade a fazer fornos de pez, que era eu. Então falaram comigo e fiz lá dois fornos e vinha muita gente que não me largava e então, o patrão, o sócio Dr. Roque e o engenheiro Charters perguntava onde é que eu �nha �rado o curso.

Primeiro fazia pirotecnia, depois serviços de cerâmica e então dis-seram-me que eu passava a ser o chefe de tudo e que ia ganhar mais ordenado. Vai trabalhar com a garlopa, com a topia, com a roçadeira e com a plaina, se não te importares, disseram eles.

Quando acabei de fazer os fornos de pez vi que a lenha era de cepos já a desfazerem-se, que vinham dum pinhal já muito velho. Eu disse-lhes que estavam a trabalhar mal porque o carvão produzido, não valia nada porque a lenha desfazia-se com facilidade e não dava pez. Então eu fazia uns quadrados, punha-lhes uns sacos, parecidos com os sacos de cimento, e quando o forno estava cheio de alcatrão lançava-lhe o fogo e então sim. Aquilo servia para os sapateiros fortalecerem o fio com cosiam o calçado.

Um dia o patrão chegou ao pé de mim, colocou-me as mãos nos olhos e disse “apalpe lá o seu bolso”, era um envelope com quase o dobro do ordenado. A gente recebia à quinzena, e então ele disse, “mestre Mi-guel, o que diz a respeito do pez, você nem queira saber as encomendas que temos, até para o estrangeiro, não há pintura que rebata o pez”.

”...já na segunda classe a professora ba�a...”

Eu �nha mais três irmãos e era a mais velha na altura. O meu pai �nha vinte anos a mais que a minha mãe e pensou sempre que ficava só com estes filhos, em que eu era a única rapariga. Chamo-me assim porque o meu sempre disse que a primeira filha que �vesse, �nha de se chamar Maria Alice.

O meu pai era construtor e �nha os operários todos, pedreiros, car-pinteiros e isso, mas o que ele fazia mais eram pontes sobre rios.

No primeiro ano do Colégio vacinaram-me e correu mal, porque eu es�ve com a perna em cima dum tabuleiro, até pensavam que �nham de ma cortar; no outro ano, já na segunda classe, a professora ba�a, ou melhor, mandava chamar um rapaz da escola dos rapazes e ele é que nos ba�a.

O meu pai dava o dinheiro da mensalidade à rapariga, que era a cria-da, que me ia levar à escola. Um dia eu disse para me dar o dinheiro, ela respondeu que não, e eu disse-lhe para mo dar que era só para andar com ele, que depois lho dava.

A criada então deu-me o dinheiro, e eu com outras, fomos comprar rebuçados, chocolates e tudo o que nos veio à memória e que quería-mos, mas o meu pai não sabia. A professora chamou-me e disse para ler a lição tal. Como eu não �nha lição nenhuma, fiquei muito calada. A professora disse para lhe levar o livro e quando ela o viu e viu que es-tava tudo riscado e não se conhecia nada, chamou a outra professora, para que mandasse um menino com força.

Enquanto ela foi à outra escola, a Maria Alice viu que havia uma jane-la aberta, saltou por ela e fugiu para a rua. O meu pai estava no café e nada sabia, mas a professora foi ao café falar com ele e disse-lhe, “olhe que a sua filha fez isto assim assim e contou-lhe”. Então, quando o meu pai chegou a casa, foi um sarilho.

Mandou a minha mãe para a cozinha, que não ficava junto à casa, nas sim noutra parte do quintal, e bateu-me tanto tanto, que eu gritava, os meus irmãos gritavam e a criada também gritava. Disse então “já sei o que te hei-de fazer, vais conhecer Portugal que é a minha terra”.

Idade: 87Profissão: Professora aposentadaNatural: Benguela

Associação Serviço Socorro Voluntário de São JorgeMiguel Cunha foi fogueteiro e trabalhou nas Indústrias Lena a construir “fornos de pez”, de que era especialista, sendo que também trabalhou na

serração de madeiras da mesma empresa. Também Maria Alice Guerra, natural de Angola, conta que por fugir da escola “pela janela”, levou tal tareia que tanto ela como os irmãos e a criada gritavam e, foi a par�r daí que veio para Portugal.

MariaAliceGuerra

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6 de outubro de 2016

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ElisaAmado

Idade: 91Profissão: DomésticaNatural: Tourões - Porto de Mós

”Eu caí no desastre da Escola em 1936.”

Nasci nos Tourões e estou a morar no Pé da Serra, para onde vim depois de casar.

Eu caí no desastre da Escola em 1936. Quando a gente estava a dizer Cristo Rei e quando estávamos a dar estas palavras juntamente com o padre aquilo foi «bruummm». Não se ouviu mais nada.

Eram gritos por todo o lado. Eu calhei a cair ao lado do buraco e o es�cador feriu esta perna. Com uma alavanca �raram-me do meio do ferro. Não �nha sangue.

Um doutor de Leiria tratou-me. Eu não �nha uma ponta de sangue ou ferida, �nha era a carne pisada do ferro e de estar ali à espera que me �rassem. Tive coragem para enfrentar isso tudo.

Houve um vizinho que me perguntou se �nha visto a sua Bia e eu disse-lhe que estava naquele buraco. Então ele espreitou e conheceu-a pelo ves�do, mas para salvar a filha, se calhar matou gente, porque teve de andar por cima das pessoas, porque o que matou mais gente naquele desastre, foram as pessoas que iam à procura dos filhos e na busca dos filhos não se importavam com quem lá estava.

A escola �nha lá um grande buraco para baixo e então quem lá estava tentava acudir à família. Estava um ao meu lado, que estava de barriga para o ar, mas a esse também aconteceu pouca coisa. Eu es�ve muito tempo doente porque �ve a pouca sorte de me mandarem para casa porque os médicos, como eram poucachinhos e o povo era muito e ha-via bastantes que estavam ali com feridas, por caírem naquelas pedras. A escola abateu para baixo e estava ali muita gente, porque era em frente à porta e se não fosse aquele buraco não morria tanta gente.

Era uma festa da Cruzada Eucarís�ca. Nós, que pertencíamos à Cru-zada, usávamos um fa�nho branco e todos os meses íamos à missa e comungávamos; a senhora Josefina, uma senhora muito magrinha, era quem cuidava da gente.

A festa era para ser na praça, mas depois resolveram ir para ali. Era uma festa onde havia tantas raparigas como rapazes, era a festa da fa-mília. Eu não fazia conta de ir a essa festa, porque os meus pais nesse dia mataram um porco mas a minha avó obrigou-me a ir, porque eu era da Cruzada e �nha de cumprir o dever.

Eu fui muito chateada e com o fato da cruzada debaixo do braço, por não o querer ves�r, mas a minha avó dizia que levava “porrada” se não ves�sse o fato. A “porrada” nessa altura era mais frequente que agora, porque os tempos eram outros e a maneira de ser também.

”...quando �nha catorze já gostava dela.”

Nasci no Pé da Serra e aqui moro, mesmo depois de casar. Fiz aqui uma casa e fiquei aqui.

Conheci a minha mulher ainda em pequenina, pois o meu pai �nha uma propriedade perto da casa do pai dela.

Eu andava por lá a guardar o gado e ela andava por ali, mais tarde ela andava muitas as vezes, a trabalhar no campo para o meu pai.

Um dia eu andava lá sozinho e ela veio ter comigo e pediu-me se lhe podia apanhar umas moitas, para fazer uma vassoura para a varrer a casa. Naquele tempo era assim, não havia aspiradores e essas coisas todas, e eu apanhei as moitas, porque �nha pena dela.

Depois de ela voltar costas com as moitas, formou-se-me a ideia de que ela seria a rapariga com quem eu havia casar um dia, e aconteceu. Eu tenho 92 anos mas quando �nha catorze já gostava dela.

Ela nasceu nos Tourões e os seus avós eram, um da Reixida, Cortes, Leiria, e o outro das Chãs de Leiria. O endireita era da Corredoura, o seu avô vivia na Corredoura e a sua avó vivia na Reixida. Um dia ele foi a casa dela curá-la e apaixonou-se por ela e casaram.

Idade: 92Profissão: Empregado FabrilNatural Pé da Serra - Porto de Mós

Associação Coração Amarelo - BouceirosVí�ma do desastre da escola, Elisa Amado refere que “o que matou mais gente naquele desastre, foram as pessoas que iam à procura dos filhos e

na sua busca não se importavam com quem lá estava”. João Fonseca, natural do Pé da Serra, fala do amor da sua vida (a esposa), ainda sem sequer namorar, dizendo “ela veio ter comigo e pediu-me para lhe apanhar umas moitas, para fazer uma vassoura, e eu apanhei as moitas”.

Joãoda ConceiçãoFonseca

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6 de outubro de 2016

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Comemorar a vida...

6 de outubro de 2016

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Festival do Caracol atrai centenas ao Grupo Desportivo do Tojal

Primeira iniciativa do género promovida pelo clube

O Fes�val do Caracol pro-movido pelo Grupo Despor�vo do Tojal nos dias 24 e 25 de se-tembro, revelou-se um êxito. Números oficiais não há, até porque o evento decorreu em espaço aberto (no largo con-�guo à sede do clube), o que torna a contabilidade bastante mais di�cil mas Élio…., o presi-dente da cole�vidade não tem

dúvidas de que durante os dois dias passaram por lá algumas centenas de pessoas (há quem aponte mesmo para meio mi-lhar mas o responsável prefere não arriscar um número).

Mais fáceis são as contas rela�vas à quan�dade de cara-cóis consumidos. A associação comprou 120 quilos de cara-cóis e no final sobraram-lhe

cerca de dez, portanto como diria o português atualmente mais nas bocas do mundo (depois de Cris�ano Ronaldo, claro), basta fazer as contas…

A centena (e mais uns tro-cos) de quilos de caracóis foi repar�da por cinco pratos: caracol de cebolada, caracol à Bulhão Pato, Feijoada de caracol, caracol grelhado e o

incontornável caracol à GDT, um dos pratos emblemá�cos do clube do Tojal em cada edi-ção das tasquinhas das Festas de São Pedro, em Porto de Mós.

O conhecido e apreciado molusco atraiu, assim, muita gente ao Tojal, na maioria filhos da terra mas também vindos de vários pontos do concelho e até de concelhos vizinhos.

Os pe�scos começaram a ser servidos ao início da tarde de sábado e prolongaram-se madrugada dentro. No do-mingo repe�u-se o cenário com uma pequena diferença; o encerramento foi mais cedo mas ainda assim já noite cer-rada.

No sábado, a acompanhar os pitéus foi servida música variada, bem ao gosto das três gerações que passaram por lá. Primeiro atuou o organista Pedro Nobre, depois a banda de Nélito e seus pares, N-P´S e o Fes�val encerrou com Dj Buzz n´Bass

“Este ano foi uma experiên-cia. Queríamos ver se o públi-co aderia à inicia�va e a forma como a nossa “máquina” respondia a mais este desafio. Como se pôde ver a resposta foi duplamente posi�va por isso, embora a decisão ainda não esteja formalmente to-mada, é pra�camente certo que no próximo ano haverá a segunda edição do Fes�val do Caracol”, refere Élio

Ainda é cedo para dizer co-mo vai ser mas o presidente do GDT avança com algumas hipóteses: “talvez apostemos num número maior de pratos, quem sabe, até fazer �po de tasquinhas. É natural também que convidemos uma banda ainda mais conhecida. Enfim, está tudo em aberto, a única certeza é que queremos que o evento cresça mas de uma forma sustentada”, conclui.

Isidro Bento

Do sopé do Castelo ao largo do Cruzeiro

XVIII

E, chegando da colina ao sopé, Vem-nos triste desapontamento,

Porque o largo cuidado não é, Para receber ordenado estacionamento.

XIX

E também acesso ao Castelo Mais ligação ao caminho de Nordeste

Que, para ficar assaz belo, Urge haver ali obra que preste.

XX

Seguindo de Nordeste o caminho Que liga à estrada da Fonte dos Marcos,

Há muito devia estar reconver�do Para boa u�lização dos povoados.

XXI

E a urgência de ser em tua conver�do, Esse desprezado caminho, Decorre de ser alterna�va

À estreita rua D. Fuas Roupinho.

XXII

Seguindo para Leste na estrada, Entramos na via de acesso ao Alqueidão

E o cruzamento, à entrada É, para quem chega, uma desconsolação.

XXIII

Em tempos, aí deixaram construir, Tornando a via mais estreita,

Agora, só bons técnicos a descobrir, Farão a entrada, na vila, mais perfeita.

XXIV

Do lado direto, quem chega, Vindo da Fonte dos Marcos, Com grande tristeza enxerga Um casebre desconjuntado.

XXV

No belo largo do Cruzeiro, Para que o encontro de vias Deixe de ser uma barafunda,

Não será possível, em primeiro, Construir ali uma rotunda?

C.C.

A vila de Porto de Mós (3)O nosso parecer da actualidade

6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com20 ATUALIDADE

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FORNECIMENTOS

FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA PARA AS INSTALAÇÕES ALIMENTADAS EM MÉDIA TENSÃO, BAIXA TENSÃO ESPECIAL E BAIXA TENSÃO NORMAL – AUTORIZAÇÃO DOS ENCARGOS PLURIANUAIS PARA OS ANOS DE 2017 E 2018 – Deliberado submeter à aprovação da Assembleia Municipal a assunção dos compromissos plurianuais propostos para o Fornecimento de Energia Elétrica para as Instalações Alimentadas em Média Tensão, Baixa Tensão Especial e Baixa Tensão Normal, nos termos da alínea c) do n.º 1 do ar�go 6.º da Lei n.º 8/12, de 21 de fevereiro.

DIVERSOS

SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO – Presente uma informação do Assistente Técnico, Senhor Luís Santos, no seguinte teor:

“Dando seguimento ao despacho de Vossa Exa. referente a um pedido da Loja do Condomínio Nobre Fração, Lda., para que se sinalizasse a Rotunda existente na Travessa da Bela Vista na localidade da Corredoura, informação do seguinte.Após análise a propriedade da zona onde está instalada a rotunda, verifiquei que esta é pública e como tal poderá sofrer intervenção do Município no que diz respeito à sinalização, como esta não existe e segundo informações que recolhi no local o trânsito é feito sem cumprir as regras do Código da Estrada, penso que deveremos colocar a sinalização que indico em anexo para reforçar e disciplinar a circulação rodoviária nessa zona e com isso minimizar os riscos de

acidente.Assim sendo e se Vossa Exa. entender por bem esta sugestão, teremos que comprar a respe�va sinalização, já que não existe em armazém e por sua vez deverá levar a reunião de execu�vo esta proposta para que os sinais que estão em anexo sejam homologados comprovando assim que foram colocados pela Município.”Deliberado aprovar a sinalização.

ATA N.º 7 DA COMISSÃO DE ANÁLISE PARA VENDA DO LOTE 6B, DA ZONA INDUSTRIAL DE PORTO DE MÓS À EMPRESA RUI SILVA & IRMÃO, LDA. - Deliberado homologar.

PROJETO DE EXPANSÃO DA REDE DE FIBRA ÓTICA DA VODAFONE – ISENÇÃO DE TAXAS – Deliberado emi�r a nota de crédito no montante de treze mil oitocentos e sessenta e quatro euros e quarenta cên�mos a favor da empresa Vodafone Portugal – Comunicações Pessoais, S.A..Mais foi deliberado não isentar as taxas solicitadas.

DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DA UAC - AGÊNCIA PARA A PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOS CENTROS URBANOS DE LEIRIA, BATALHA E PORTO DE MÓS – Presente uma proposta do Vereador com os Pelouros de Economia e Finanças, Cultura e Turismo, Dr. Albino Pereira Januário, no seguinte teor:

“A UAC – Agência para a Promoção e Desenvolvimento dos Centros Urbanos de Leiria, Batalha e Porto de Mós, contribuinte nº 508093473, com sede em Leiria, foi cons�tuída em Fevereiro de 2007, por vontade dos seus sócios fundadores: municípios de Leiria, Batalha e

Porto de Mós e, ainda, a ACILIS – Associação de Comerciantes e Industriais de Leiria, Batalha e Porto de Mós. A par�cipação do Município de Porto de Mós como sócio fundador desta Organização obteve aprovação na Reunião do Execu�vo Municipal, realizada em 08 de Fevereiro de 2007 e na Assembleia Municipal ordinária ocorrida em Fevereiro do mesmo ano. Esta Associação desenvolveu a sua missão, inscrita nos respe�vos estatutos, tendo em 2012 começado a experimentar algumas dificuldades ao nível da implementação e conclusão de alguns projetos antes iniciados e enquadrados em programas cofinanciados, nomeadamente o MODCOM, o SIAC e outros. A par�r dessa data, a Associação esteve ina�va, tendo sido preocupação da sua Direção, cons�tuída pelo Presidente, em representação da Câmara Municipal de Leiria, pelo Vice-Presidente, em representação da Câmara Municipal de Porto de Mós, e por outro Vice-Presidente, em representação da Câmara Municipal da Batalha, solucionar compromissos assumidos e regularizar situações pendentes com En�dades Oficiais externas e com fornecedores correntes da a�vidade, entretanto paralisada.A Assembleia Geral da Associação, reunida em 13 de setembro do corrente ano de 2016, considerou estarem reunidas as condições para se proceder à dissolução e liquidação da sociedade, dado que a missão e os obje�vos da Agência se esgotaram. Pelas razões supra mencionadas, proponho que o Execu�vo Municipal delibere concordar com a dissolução da Agência, prevista

na alínea c), do ar�go 21º dos seus estatutos, e remeta com proposta de igual concordância à próxima Assembleia Municipal, a realizar em 30 do mês em curso.”Deliberado aprovar a proposta e submeter à aprovação da Assembleia Municipal a dissolução da Agência para a Promoção e Desenvolvimento dos Centros Urbanos de Leiria, Batalha e Porto de Mós.

MINUTA DO ACORDO DE GESTÃO PARA A EXECUÇÃO ENTRE A INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL, S.A. E O MUNICÍPIO DE PORTO DE MÓS DA ROTUNDA AO KM 105+000 NA EN1 – Deliberado aprovar o Acordo de Gestão com as seguintes alterações:1- No n.º 3 da cláusula 4.ª onde diz “…Com IVA autoliquidação…” deverá dizer, “ e com IVA incluído…”2 – No n.º 2 da Cláusula 6.ª onde diz que “A consignação da empreitada referente à obra mencionada na cláusula 1.ª deverá ocorrer no período de 2 anos…” deverá ser corrigido para 1 ano.

PROPOSTA PARA AQUISIÇÃO DE UMA OBRA DE ARTE “QUADRO CASTELO DE PORTO DE MÓS E PAISAGEM URBANA” – Devido à limitação orçamental a Câmara Municipal deliberou não adquirir a obra de arte.

EDIÇÃO DO LIVRO “HISTÓRIA E MEMÓRIA DA CENTRAL ELÉTRICA DE PORTO DE MÓS” – Presente uma proposta do Vereador com os Pelouros de Economia e Finanças, Cultura e Turismo, Dr. Albino Pereira Januário, no seguinte teor:

“A Câmara Municipal, por

intermédio do Pelouro da Cultura, entendeu ser necessário e per�nente editar um livro sobre a Central Elétrica de Porto de Mós. Esta obra histórica é da autoria do Professor Doutor José Manuel Brandão e aborda a temá�ca da exploração do carvão nesta zona, desde os finais do século IXX, e a sua evolução que jus�ficou a opção de construir a Central Termo Elétrica em Porto de Mós, na primeira metade do século XX, sem esquecer o contexto social, económico e polí�co em que a extração e transformação do carvão surgiu no Concelho de Porto de Mós.Foi deliberado editar 500 livros, nesta primeira edição, com des�no à oferta e à venda, razão por que Proponho que o Execu�vo Municipal delibere:a) Afetar 250 Exemplares do livro à oferta, sendo que esta deverá ocorrer em momentos e quan�dades a definir posteriormente.b) Des�nar os restantes 250 livros à venda nos locais habituais, ao preço unitário de (PVP) 10,00€ (dez euros).”Deliberado fixar o preço unitário de venda em quinze euros.

FINANÇAS MUNICIPAIS

TESOURARIA – A Câmara tomou conhecimento do movimento dos fundos, por intermédio do Resumo Diário da Tesouraria.

NOTIFICAÇÃO DO RESULTADO DA AÇÃO DE INSPEÇÃO – ARTIGO 62ª DO REGIME COMPLEMENTAR DO PROCEDIMENTO DE INSPEÇÃO TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA (RCPITA) – Deliberado tomar conhecimento e submeter a conhecimento da Assembleia Municipal.

ATA N.º 18/2016 DA REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO DE MÓS, REALIZADA EM 22 DE SETEMBRO DE 2016

CONSERVE A SUA TERRA LIMPADEITE O LIXO EM SACOS PLÁSTICOS, DEVIDAMENTE FECHADOS, NO CONTENTOR

OBRIGADO

MARAVILHASNATURAISDEPORTUGALg ru ta s e ca ve rn a s

6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com21ATUALIDADE MUNICIPAL

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Sede: Rua 5 de Outubro, 13A - 2480-326 PORTO DE MÓSTelefone permanente 244 402090

Telemóvel 91 9941707-Telef. Escritório 244 491650

Agência Funerária de Alcaria

de Maria Teresa Fernandes de Sousa, Lda.

Ana Coelhode Almeida

Ana Coelho de Almeida faleceu no dia 17 de setembro, com 80 anos. Era natural de Pedreiras e residente em Marinha das Ondas, Figueira da Foz.Foi sepultada no cemitério de PedreirasSeus filhos, nora, netos e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agrade-cer de forma muito especial, a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar.A todos, o nosso muito obrigado.

ManuelRamos Sousa

5ºAniversário do seu falecimento 23/09/2016

Estarás sempre no nosso pensamento e no nosso coração

Maria CelestinaMadureira Amaral

1º Aniversário do seu falecimento

29/09/2016

Avó...Mãe …Mulher…À um ano que partiste…Contudo durante toda a vida a luz dos nossos caminhos iluminaste,e nos nossos corações lembranças lindas dei-xaste,que nunca iremos esquecer…Obrigada por tudo o que fizeste por nós! Saudades... Netos, Nora, Filhos, Marido.

Marisa EleanorCaseiro Carvalho7-10-2006/7-10-2016

Já são 10 anos...Não estás longe. Diria que ainda ontem esti-vemos juntos, porque estás sempre no nosso pensamento.Não te vemos, mas sabemos que estás sempre no meio de nós, a dar-nos força para não esque-cermos que “DEUS É AMOR”De todos que te trazem no coração.Será celebrada Missa por sua intenção, na igreja de São Pedro, sábado dia 8/10, às 19:00.

O Portomosense 6/10/2016 – 9323/825CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA

Notária: Sónia Marisa Pires ValaCertifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas trinta e quatro a folhas trinta e cinco verso, do Livro Duzentos e Dezasseis - B, deste Cartório.Joaquim Luis Beato, NIF 110 176 812, e mulher Maria da Silva Beato, NIF 110 176 820, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia de Pedreiras, concelho de Porto de Mós, onde residem na Rua Vítor Beato Pires, nº.2, Pedreiras, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios:UM - prédio rústico, composto de cultura arvense, macieiras e oliveiras, com a área de dois mil novecentos e sessenta metros quadrados, sito em Morgado, freguesia de Pedreiras, concelho de Porto de Mós, a confrontar de norte com regueira, de sul com cemitério das Pedreiras, de nascente com Herdeiros de Hélder Manuel Belo e de poente com Joaquim Luis Beato e caminho, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Porto de Mós, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 288 da secção 005, com o valor patrimonial para efeitos de IMT e atribuído de €481,00;DOIS – prédio rústico, composto de cultura arvense, olival e cultura arvense sob coberto olival, com a área de mil cento e noventa metros quadrados, sito em Barroa, freguesia de Pedreiras, concelho de Porto de Mós, a confrontar de norte com Herdeiros de Teresa da Silva, de sul com Tiago José Fino Vitorino, de nascente com Leonel Santos Alves Beato e de poente com estrada, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Porto de Mós, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 143 da secção 004, com o valor patrimonial para efeitos de IMT e atribuído de €223,93;TRÊS – prédio rústico, composto de olival, e cultura arvense sob coberto olival, com a área de mil novecentos e cinquenta metros quadrados, sito em Carvalhal, freguesia de Pedreiras, concelho de Porto de Mós, a confrontar de norte com caminho publico, de sul com Elsa Maria Ferreira Bispo, de nascente com serventia e de poente com Elsa Maria Ferreira Bispo e José Alves Cordeiro, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Porto de Mós, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 299 da secção 004, com o valor patrimonial para efeitos

de IMT e atribuído de €211,89;QUATRO – prédio rústico, composto de cultura arvense, oliveiras e pereiras, com a área de mil setecentos e vinte metros quadrados, sito em Barroco, freguesia de Porto de Mós – São João Batista e São Pedro, anterior freguesia de Porto de Mós (São Pedro) (extinta), concelho de Porto de Mós, a confrontar de norte com caminho, de sul com Regueira, de nascente com Joaquim dos Santos Gaspar e de poente com Natacha Amado Neto, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Porto de Mós, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 118 da secção A006, com o valor patrimonial para efeitos de IMT e atribuído de €322,07.Que adquiriram o prédio da verba um, no ano de mil novecentos e sessenta e três, por compra verbal a Carlos da Silva e mulher Maria Vitorino Louro da Silva, residentes que foram na Estrada da Damaia, em Lisboa; os prédios das verbas dois e três, foram adquiridos pela justificante mulher no ano de mil novecentos e trinta um por partilha verbal por óbito de José Lourenço da Silva e mulher Teresa Gomes, seus avós, residentes que foram em Corredoura, Porto de Mós; e o prédio da verba quatro, foi adquirido pela outorgante mulher, no ano de mil novecentos e cinquenta e seis por compra verbal a José Nogueira Lage e mulher Maria do Rosário Coelho, residentes em Pedreiras, Porto de Mós, não dispondo os justificantes de qualquer título formal para os registar na Conservatória, mas desde as referidas datas estão na posse e fruição dos mesmos.Que em consequência daquelas compras e partilha verbais, possuem os identificados prédios em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, durante aquele período de tempo, adquiriram os identificados prédios por usucapião.Batalha, vinte e três de setembro de dois mil e dezasseis.

A funcionária com delegação de poderesLiliana Santana dos Santos

O Portomosense 6/10/2016 – 9324/825Cartório Notarial de Alcobaça a cargo do notário Rui

Sérgio Heleno FerreiraExtracto de Justificação

Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de vinte e sete de setembro de dois mil e dezasseis, iniciada a folhas cinquenta e sete do Livro de Notas para Escrituras Número noventa A deste Cartório:Joaquim Silva Ascenso e mulher Maria Alice dos Santos, casados sob o regime da comunhão de geral de bens, naturais ele da freguesia de Juncal e ela da freguesia de Pedreiras ambas do concelho de Porto de Mós, residentes na Rua do Painel, nº6, Tremoceira, Pedreiras, Porto de Mós, Nif 160121280 e 158774140, justificaram a posse sobre os seguintes bens, todos sitos na freguesia de Juncal, concelho de Porto de Mós e omissos na Conservatória do Registo Predial de Porto de Mós:Um-Prédio rústico sito em Bogalhal, composto de cultura arvense sob coberto, com área de mil e quarenta metros quadrados, confronta a norte com herdeiros de Manuel Alexandre Casimiro, a sul com herdeiros de Alzira Calado, a nascente com herdeiros de José Virtudes e a poente com caminho público, inscrito sob o artigo 294.º, secção 016, com o valor patrimonial e atribuído de 233,96€.Dois-Prédio rústico sito em Bogalhal, composto de cultura arvense, com a área de mil e quatrocentos metros quadrados, confronta a norte com herdeiros de Manuel Alexandre Casimiro, a sul com herdeiros de Alzira Calado, a nascente com herdeiros de José Virtudes e a poente com caminho público, inscrito sob o artigo 292.º, secção 016, com o valor patrimonial e atribuído de 247,38€.Três-Prédio rústico sito em Carrascas, composto de pinhal manso e vinha, com a área de mil e trezentos e vinte metros quadrados, confronta a norte com Américo Augusto Vieira Santos, a sul com João Rosa Ruivo, a nascente com caminho público e a poente com Luís Coelho de Sousa, inscrito sob o artigo

262º secção 016, com o valor patrimonial e atribuído de 245,98€.Que o bem identificado em Um veio à posse dos justificantes no ano de mil novecentos e oitenta e quatro por venda verbal feita a Ana Paula Coimbra Fino Vieira e marido António Rogério de Oliveira Vieira, casados que foram na comunhão geral, residentes que foram em Corredoura, S. João, Porto de Mós, doação essa que não lhes foi nem é agora possível titular por escritura pública.Que os bens identificados em Dois e Três vieram à posse dos justificantes no ano de mil novecentos e oitenta e dois por doação verbal feita por Manuel Coelho Ascenso e mulher Maria da Silva Carreira, casados que foram na comunhão geral,residentes que foram em Juncal, Porto de Mós, doação essa que não lhes foi nem é agora possível titular por escritura pública por falecimento dos doadores.Que, deste modo, não têm eles justificantes, título formal de aquisição dos bens acima identificados. Certo é porém e do conhecimento geral, que os vêm possuindo desde há mais de vinte anos, sem interrupção, ostensivamente e sem oposição de ninguém, na convicção, que sempre tem sido também a das outras pessoas, de serem eles os seus únicos e verdadeiros donos. Na verdade, foram os justificantes e mais ninguém que durante todo este tempo têm desfrutado os ditos bens e têm praticado neles os atos normais de conservação e de defesa da propriedade.Que assim, na falta de melhor título, os justificantes adquiriram os bens por usucapião, que aqui invocam por não lhes ser possível provar a sua aquisição pelos meios extrajudiciais normais.Alcobaça, vinte e sete de setembro de dois mil e dezasseis.

O NotárioRui Sérgio Heleno Ferreira

O Portomosense

apresenta às

famílias enlutadas

sentidas

condolências

6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com22 DIVERSOS

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Para um foi “a experiência de uma vida”, para outro meia decepção. David Carreira e David Grachat, nadadores paralimpicos portomosenses (por nascimento ou afinição familiar), fazem balanços dis-�ntos da sua par�cipação nos Jogos do Rio de Janeiro.

Já quando nada o fazia prever, David Carreira foi con-vocado a integrar a comi�va que iria representar Portugal

nos Jogos Paralimpicos, a mais importante compe�ção a nível mundial para atletas portadores de deficiência, e à qual, de imediato, o jovem do Alqueidão da Serra disse presente.

Neste caso não se pode aplicar o dito popular “o azar de um, foi a sorte do outro”, porque não é suposto a bato-ta despor�va ser considerada azar, mas obje�vamente o

facto do Comité Paralímpico ter chumbado a par�cipação de atletas russos devido a uma situação de “dopping” cole�vo patrocinado pela própria Federação Russa foi a “sorte” que faltava a David Carreira para poder entrar no lote dos convocados.

Apesar de ter feito mínimos para os Jogos, até a um mês do início da compe�ção, a par�cipação esteve-lhe ve-

dada por força do sistema de quotas que atribuiu a Portugal a possibilidade de levar a esta compe�ção internacional, apenas três nadadores mas-culinos.

Como David Carreira é o quarto nadador português melhor classificado no ranking mundial tudo indicava que o sonho de uma vida teria de ficar adiado por mais quatro anos. Com a “ajuda” dos rus-

sos, a injus�ça de ter de ficar à porta quando afinal se a�n-giram as metas despor�vas determinadas foi ultrapassada e David apesar de ter �do menos tempo que os colegas para se poder preparar fez uma estreia bastante posi�va nos seus primeiros Jogos Para-limpicos.

David começou a compe�r no dia 9 de setembro, em 100 metros mariposa classe S8, a prova da sua eleição e onde obteve o 10º tempo (01:07:43). No dia 16, conse-guiu a melhor prestação nos Jogos ao estabelecer novo recorde pessoal e nacional em 50 metros livres classe S8, com o tempo de 0:29:32. A sua terceira e úl�ma par�cipação foi no dia 17 de setembro, na prova de 200 metros es�los classe SM8 onde obteve o 13º melhor tempo mundial (02:45:23).

Perante tudo isto, o nada-dor do Alqueidão da Serra não tem dúvidas de que foi uma jornada de êxito mas, acima de tudo, a experiência de uma vida, como sublinha no depoi-mento que reproduzimos, na íntegra, em baixo.

David Grachat, o nadador paralímpico português me-lhor posicionado no ranking mundial teve nos Jogos Pa-ralimpicos do Rio de Janeiro, a sua par�cipação nesta compe�ção mundial em tudo idên�ca aos Jogos Olímpicos e levava fundadas esperanças de conseguir melhorar os já bons resultados conquistados nas edições anteriores mas a sorte não esteve do seu lado sendo claro nas declarações que prestou ao nosso jornal, um certo sen�mento de de-cepção.

“Os Jogos não correram como eu queria, especial-mente a prova em que incidi a minha preparação. De manhã na eliminatória fiz um bom resultado ficando apenas a

0.95 segundos do meu me-lhor tempo (que é também recorde nacional), já na final as coisas correram muito mal e acabei por ficar em oitavo”, diz o jovem de Loures, filho de um portomosense, reconhe-cendo que “estar entre os oito melhores do mundo é bom mas as minhas expecta�vas eram maiores e infelizmente não alcancei o obje�vo a que me propus”.

Nos 100 metros livres, Da-vid Grachat fez o seu melhor resultado desde 2008, (57.90s) ficando a seis centésimas da final que fechou a 57.84s. A tristeza de não conseguir che-gar à final por tão pouco aca-bou, em parte, “compensada” pelo tempo ob�do. Já nos 50 metros livres, o nadador reconhece que não se sen�a rápido, �nha treinado para os 400 metros, logo seria muito di�cil alcançar a final nesta prova. Obteve o oitavo lugar. “Tanto a classificação como o tempo não foram do meu agrado mas foi o possível”, afirma.

Em suma, “não foram os melhores Jogos da minha vida como era meu desejo”, diz com algum desalento mas deixando claro que em vez de se deixar abater, empenhar-se-á ainda mais para melhorar a performance e con�nuar a representar o seu clube em compe�ções nacionais, e o país, em provas internacionais, sempre em alto nível e com o sen�do do dever cumprido.

Isidro Bento

David Carreira faz balanço bastante positivo dos Jogos

David Grachat esperava melhores resultados

A experiência de uma vida”

“Começo este meu relato daquela que eu chamei “a experiência de uma vida” com uma palavra que se adequa tanto aos Jogos Paralímpicos como à cidade que os acolheu: “MARAVILHOSA”.

E foi maravilhosa em todos os sen�dos!!!! Maravilhosa

porque par�cipei no maior evento despor�vo do Mundo para pessoas com deficiência, maravilhosa porque conheci e compe� com os melhores atletas Paralímpicos do Mundo e maravilhosa porque, como esperava, o Rio de Janeiro e os “cariocas” são também eles incríveis.

Foram 19 dias passados no Rio de Janeiro, com um grupo de atletas e treinadores fantás�co e que permi�u que tudo corres-se bem, sem sobressaltos.

Depois de um mês de Agosto de preparação intensa e des-gastante, apenas “caí na realidade” e percebi que ia mesmo par-�cipar nos Jogos quando, no dia 1 de Setembro, aterrei no Rio de Janeiro e entrei na Aldeia Paralímpica pela 1ª vez. A Aldeia Paralímpica, uma espécie de condomínio fechado, foi a casa dos quase 5000 atletas presentes na compe�ção.

O ambiente foi sempre incrível, de par�lha de ideias, convívio com pessoas dos 4 cantos do mundo, de boa disposição e claro, de grande compe��vidade.

E o primeiro grande momento foi quando, no dia 7 de Setem-bro, eu e a restante comi�va portuguesa, entramos no estádio Maracanã para a Cerimónia de Abertura e recebemos um aplau-so de nos deixar arrepiados!! Foi uma sensação única ver acender a Chama Paralímpica, sinal do inicio oficial da compe�ção. Teria depois oportunidade de lá voltar para a Cerimónia de Encerra-mento que se tornou uma enorme festa de todos os atletas.

A minha estreia no Complexo Aquá�co Olímpico ocorreu no dia 9 de Setembro, e logo para nadar a minha prova de eleição, os 100m mariposa. Entrar na piscina e ouvir 6000 pessoas a apoiar os atletas foi, nos primeiros instantes, arrepiante; depois e, assim que é dado a sinal de par�da, tudo se esquece e o único obje�vo é nadar bem e o mais rápido possível. Foi uma estreia bastante posi�va (ob�ve um 10º lugar), tendo em conta todas as (já conhecidas) con�ngências da minha preparação.

Tive oportunidade de par�cipar em mais duas provas: nos 200m es�los fui 13º; nos 50m livres fui 14º classificado mas consegui, acima de tudo, obter um recorde pessoal e nacional que me deixou muito sa�sfeito.

Ficam agora as recordações de quase três semanas inesquecí-veis, numa cidade belíssima, (como �ve, ainda, oportunidade de comprovar), onde todos os momentos foram vividos com gran-de intensidade. E fica o orgulho de ter representado o meu país, o meu concelho e a minha terrinha numa grande compe�ção, toda ela memorável!”.

◘ David Carreira em discurso direto

6 de outubro de 2016

www.oportomosense.com23DESPORTO

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HISTÓRIAS DA MINHA BURRA

568 S.N.

LIGADOS À CORRENTE

Ora aí está. Miquelina, no fim de semana passado, mais um cheio de tanta coisa, enquanto outros navegam em coisa nenhuma, andou muito preocupada com o lançamento da primeira pedra do novo museu de Porto de Mós, ao que sei, ainda sem nome… ou será mesmo isto: Museu de Porto de Mós. Vai daí, lá apareceu, na central, a horas pouco comuns, por força de agenda. Estava por lá uma centena de pessoas, das quais para aí metade não afetas ao poder ou a trabalhar. Dizia a propósito, num dos círculos que por ali se formaram:

- Eh pá… tão pouca gaijada para coisa de tão grande monta… para primeiro ato da peça deste teatro

do futuro museu, parece pouco… muito pouco. E o seu ator princi-pal, o Super Bino, nem por um mi-nuto saiu do palco das atenções…. Foi bom vê-lo a passear o lencinho vermelho, dobrado à maneira no bolso do casaco, como que a ostentar a subida vaidade de recém-nomeado para a sucessão do Salgueirinho…

A malta conversava por ali, entre jornalistas, com o Velharias a reclamar mais dinheiro para os bons ventos alqueidoeiros e a minha burra sempre rodeada de gente a querer novidades:

- O pedregulho que tem a placa só pode ter vindo das pedras ne-gras…e é grande… como a coisa já não é nova, não enterraram a

pedra… até para poupar os rins da secretária de Estado e do próprio Salgueirinho…

Jeito para pedreiro não terá muito a governante…, mas o Sal-gueirinho espalhou a massa com pinta de grande classe. Quem não perdeu a oportunidade de meter uma colherada foi o Super Bino… e não lhe caiu o laço…. Foi fofinho ver o Salgueirinho a querer pôr a ne�nha na coisa…, mas ela não es-tava virada para o penacho… vem longe a sucessão… pelo menos por ali, uma vez que bem pode já estar assegurada por outro lado. Certo, certo é que o Super Bino ganhou a corrida ao poleiro e que o Salgueirinho vai apostar na cadeira do Geadas… coisas de

patriarca!!!! Miquelina tem mordido no

assunto museológico, mas diz que vai enterrar esse machado de guerra. Quem parece querer, pelo contrário, desenterrar o machado de guerra são os alaranjados que fizeram uma reentrada polí�ca, num jantar no Pedras Alvas: pouca coisa ou…. mais do mesmo.

Dizia a concluir Miquelina:- Está tudo elétrico, tudo ligado

à corrente… há curtos circuitos por todo o lado – até o Pragas Marito parece incomodado - e não me parece que o Calvárias Eléctrico, que também por aí anda, venha a ser chamado como eletricista…

Cerca de centena e meia de pessoas, na sua maioria atuais ou an�gos autarcas,marcaram presença no jantar de homenagem a Artur Trindade, presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós entre 1978 e 1985 e Secretário-Geral da Associa-ção Nacional de Municípios Portugueses entre 1986 e 2013.

O jantar realizado nu-ma unidade hoteleira da freguesia de Pedreiras foi promovido por um grupo de colegas, amigos, compa-nheiros e camaradas daquele que durante muitos anos foi o homem-forte da ANMP, juntando na mesma sala per-sonalidades bem conhecidas da vida polí�ca nacional e autarquica nacionais, entre elas o ministro-adjunto do Primeiro-Ministro, Eduardo Cabrita, e amigos e an�gos colaboradores do homena-geado, vindos de norte a sul do país.

A esta homenagem asso-ciou-se também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que numa extensa mensagem escrita, lida na

altura por Artur Trindade (fi-lho), recordou o percurso do an�go autarca começando precisamente pelo tempo em que foi presidente da Câmara de Porto de Mós, até ao período de quase 30 anos durante o qual foi Secretá-rio- Geral da ANMP. Na sua missiva, Marcelo Rebelo de Sousa evocou os tempos em que os percursos de ambos se cruzaram de forma direta e não poupou no elogio às qua-lidades pessoais, profissionais e polí�cas de Artur Trindade (pai), enaltecendo o muito que fez enquanto autarca local e depois na ANMP.

À mensagem do Presidente da República juntaram-se outras, duas delas vindas de autarcas espanhóis, e o mo-mento foi também aprovei-tado por outros para, de viva voz e na sua presença, teste-munharem a Artur Trindade o apreço pessoal e ins�tucio-nal pelo muito que fez pelo municipalismo português, a amizade, e a solidariedade neste momento de maior debilidade �sica; palavras e gestos seguidos com emoção e um sorriso nos lábios pelo homenageado.

Fazendo juz ao perfil que dele traçaram os vários ora-

dores, na mensagem dirigida a todos os presentes e mais uma vez lida por um dos seus filhos, Artur Trindade pra�-camente não falou de si, pre-ferindo direcionar todos os holofotes para a “menina dos seus olhos”, o municipalismo, causa a que dedicou parte substancial da sua vida.

Por manifesta falta de espaço a reportagem alar-gada deste momento de homenagem a este ilustre portomosense será publicada na próxima edição

Isidro Bento

Artur Trindade homenageadoAntigo presidente da Câmara de Porto de Mós e ex- Secretário-Geral da ANMP

A caixa mul�banco da de-pendência bancária do BIC, na vila do Juncal foi assalta-da na madrugada do dia 21 de setembro, com recurso a explosivos.

Segundo fonte da GNR, o assalto ocorreu cerca das 04h00. O estrondo causado pela explosão chegou para acordar alguns moradores da vila, que ainda consegui-ram ver um veículo de cor escura a sair do local.

A explosão destruiu não só o terminal mul�banco, mas também parte do pró-prio edi�cio.

Esta ocorrência elevou para cinco o número de assaltos semelhantes na região de Leiria em apenas um mês. Desde os úl�mos dias de agosto e até finais de setembro, que foram registados assaltos, nomea-damente em Ferrel, Peniche (dia 20 de setembro), na Benedita, Alcobaça (dia 16), em Embra, Marinha Gran-de (dia 15) e na Maceira, Leiria (dia 30 de agosto). A inves�gação está sob a alçada da Polícia Judiciária de Coimbra.

Multibanco assaltado

Dependência do BIC, no Juncal

6 de outubro de 2016

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