Financas Corporativas

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  • FINANAS CORPORATIVAS

    JUROS SIMPLES - INTRODUO

    Juros

    Juros a remunerao do capital emprestado, podendo ser entendido, de forma simplificada, como sendo o aluguel pago pelo uso do dinheiro.

    Capital

    Entende-se por capital, do ponto de vista da matemtica financeira, qualquer valor expresso em moeda e disponvel em determinada poca.

    Taxa de Juros

    Taxa de juros a razo entre os juros recebidos (ou pagos) no final de um certo perodo de tempo e o capital inicialmente aplicado (ou emprestado).

    Matematicamente essa razo especificada como segue:

    Onde: i - a taxa de juros J - o valor dos juros P - e o valor do capital inicial, tambm chamado de principal, valor atual ou valor presente.

    Exemplo: Qual a taxa de juros cobrada num emprstimo de R$1.000,00 a ser resgatado no vencimento por R$1.400,00.

    Dados: Capital inicial = P = 1.000,00

    Juros = J = 1.400,00 1.000,00 = 400

    Taxa de juros = i

    400,00 Soluo: i = -------------- = 0,40 ou 40% 1.000,00

    J i = ----------

    P

  • 2

    Montante e Valor Atual

    Juros Simples

    O montante ou valor futuro, que vamos indicar por S, igual soma do capital inicial mais os juros referentes ao perodo da operao.

    S = P + J visto que J = P x i x n logo S = P + P x i x n Colocando P em evidncia,

    Temos

    Exemplo: Calcular o montante da aplicao de um capital de $8.000,00, pelo prazo de 12 meses, taxa de 3% ao ms.

    Soluo: S = P ( 1 + i x n )

    S = 10.880,00

    Valor atual ou valor presente, que vamos indicar por P, o valor do capital que, aplicado a dada taxa e a dado prazo, nos d um montante conhecido S. Assim, como S = P x ( 1 + i x n ), segue-se que:

    Exemplo: Determinar o valor atual de um ttulo cujo valor de resgate de $60.000,00, sabendo-se que a taxa de juros de 5% ao ms e que faltam quatro meses para o seu vencimento. S Soluo: P = ----------- 1 + ( i x n) P = 50.000,00

    S = P x ( 1 + i x n )

    S P = --- ----------

    1 +( i x n)

  • 3

    CAPITALIZAO COMPOSTA

    Montante e valor atual para pagamento nico

    Capitalizao composta aquela em que a taxa de juros incide sobre o valor do capital inicial, acrescido dos juros acumulados at o perodo anterior.

    Exemplo:

    Calcular o montante de um capital de $1.000,00, aplicado taxa de 4% ao ms, durante 5 meses.

    P = 1.000,00 N = 5 meses I = 4% ao ms ou 0,04 ao ms S = ?

    MS CAPITAL NO

    INCIO DO MS (Pt)

    JUROS CORRESPONDENTES AO MS (Jt)

    MONTANTE NO FINAL DO

    MS (St)

    1 1.000,00 1.000,00

    X

    0,04

    =

    40,00 1.040,00

    2 1.040,00 1.040,00

    X

    0,04

    =

    41,60 1.081,60

    3 1.081,60 1.081,60

    X

    0,04

    =

    43,26 1.124,86

    4 1.124,86 1.124,86

    X

    0,04

    =

    44,99 1.169,85

    5 1.169,85 1.169,85

    X

    0,04

    =

    46,79 1.216,64

    Frmula do montante em capitalizao composta

    Exemplo:

    Calcular o montante de uma aplicao de $15.000,00, pelo prazo de 6 meses, taxa de 3% ao ms.

    Dados: P = 15.000,00 N = 6 meses I = 3% ao ms ou 0,03 ao ms S = ?

    S = P x ( 1 + i )n

  • 4

    Soluo: S = P (1+i)n S = 15.000,00 x (1 + 0,03)6

    S = 15.000,00 x (1,03)6 S = 15.000,00 x 1,1940522 = 17.910,78 O valor atual ou valor presente de um pagamento simples, ou nico, em capitalizao composta cuja conceituao similar j definida para capitalizao simples, tem sua frmula deduzida da frmula do montante acima, como segue: S S = P x ( 1 + i )n P = ---------- (1 + i ) n Frmula do valor atual em capitalizao composta

    Onde a expresso chamada de Fator de Valor Atual para pagamento simples ou nico. Exemplo: No final de dois anos, o Sr. Joo dever fazer um pagamento de $200.000,00 referente ao valor de um emprstimo contrado nesta data, mais os juros devidos, correspondentes a uma taxa de 4% ao ms. Pergunta-se: Qual o valor emprestado? Dados: S = 200.000,00 n = 2 anos ou 24 meses i = 4% ao ms ou 0,04 ao ms P = ? Soluo: 1 P = 200.000,00 x ----------- (1,04 )24

    200.000,00 P = ----------------- = 78.024,29 2,5633042

    EQUIVALNCIA DE TAXAS

    Capitalizao Composta

    Diz-se que a taxa mensal im equivalente taxa anual ia quando:

    1 P = S x ---------- ( 1 + i )n

    1 ---------- ( 1 + i )n

    1 P = S x ---------- ( 1 + i )n

    1 P = 200.000,00 x -------------- 2,5633042

  • 5

    P x (1 + ia) = P x [(1 + im) x 12]

    Ou seja, duas ou mais taxas referenciadas a perodos unitrios diferentes so equivalentes quando produzem o mesmo montante no final de determinado tempo, pela aplicao de um mesmo capital inicial.

    Da ns podemos concluir que:

    ia = (1 + im)12 1 para determinar a taxa anual, conhecida a taxa mensal.

    im = (1 + ia)1/12 1 para determina a taxa mensal, quando se conhece a taxa anual.

    Exemplos:

    1) Determinar a taxa anual equivalente a 2,5% ao ms.

    34,4889% a.a.

    2) Determinar a taxa mensal equivalente a 60,00% ao ano.

    3,9944% a.m.

    3) Determinar a taxa anual equivalente a 0,1955% ao dia.

    102,0031% a.a.

    4) Determinar a taxa trimestral equivalente a 59,40% em dois anos.

    6,0013% a.t.

    5) Determinar a taxa anual equivalente a 2% quinzena.

    60,8437% a.a.

    Frmula genrica:

    ivou = (1 + iestou)vou/estou 1

    ivou = taxa para o prazo que eu vou

    iestou = taxa para o prazo que eu estou

    vou = prazo que eu vou

    estou = prazo que eu estou

    SRIE DE PAGAMENTOS UNIFORMES COM TERMOS VENCIDOS.

  • 6

    Fator de acumulao de capital FAC

    Clculo do valor futuro a partir das prestaes:

    FV = PMT x

    Exemplo:

    Calcular o valor do montante, ao final de cinco meses, de uma serie de cinco aplicaes iguais e consecutivas, de 100,00 cada, taxa de 4% a.m., sabendo-se que a primeira parcela aplicada no final do primeiro ms e a ltima, no final do 5 ms, momento que pedido o montante.

    Fluxo de caixa

    FV

    1 2 3 4 5

    100 100 100 100 100

    ( 1 + 0,04 )5 - 1 FV = 100 x -------------------- 0,04 FV + 100 x 5,4163226 FV = 541,63 HP 12c

    N I PV PMT FV

    Entrada 5 4 0 -100 ?

    Sada 541,63

    Fator de formao de capital FFC

    Clculo dos pagamentos necessrio para se atingir determinado valor futuro:

    PMT = FV x

    (1 + i )n 1

    i

    i

    (1+i)n -1

  • 7

    Exemplo:

    Quanto devo aplicar mensalmente em fundo de investimento, durante cinco anos, uma taxa de 0,80% ao ms, para que eu possa resgatar 200.000,00 no final de 60 meses.

    Fluxo de caixa

    FV=200.000,00

    1 2 3 ... 60

    pmt pmt pmt ... pmt

    0,0080 PMT = 200.000,00 x ----------------------- ( 1 + 0,0080 )60 - 1 PMT = 200.000,00 x 0,0130508 PMT = 2.610,15 HP 12c

    N I PV PMT FV

    Entrada 60 0,80 0 ? 200.000

    Sada -2.610,15

    Fator de valor atual FVA

    Clculo do valor atual de uma srie de pagamentos uniformes:

    PV = PMT x

    Exemplo:

    Qual o valor que, financiado taxa de 4% ao ms, pode ser pago ou amortizado em 5 prestaes mensais, iguais e consecutivas de 100 cada uma.

    Fluxo de caixa

    PV

    1 2 3 ... 5

    (1 + i)n -1

    (1+i)n x i

  • 8

    100 100 100 ... 100

    ( 1 + 0,04 )5 - 1 PV = 100,00 x ------------------------ ( 1 + 0,04 )5 x 0,04 PV = 100,00 x 4,4518223 PV = 445,18 HP 12c

    N I PV PMT FV

    Entrada 5 4 ? 100 0

    Sada -445,18

  • 9

    Fator de Recuperao de Capital FRC

    Clculo do valor das prestaes a partir do capital inicial ou valor presente:

    PMT = PV x

    Exemplo:

    Um emprstimo de 30.000,00 foi concedido para pagamento em 12 prestaes iguais, mensais e sucessivas. Sabendo-se que a taxa de 3,5% ao ms, calcular o valor da prestao.

    Fluxo de caixa

    PV=30.000,00

    1 2 3 ... 12

    pmt pmt pmt ... pmt

    ( 1 + 0,035)12 x 0,035 PMT = 30.000,00 x --------------------------- ( 1 + 0,035)12 - 1 PMT = 30.000,00 x 0,1034839 PMT = 3.104,52 HP 12c

    N I PV PMT FV

    Entrada 12 3,5 -30.000 ? 0

    Sada 3.104,52

    (1 + i)n x i

    (1+i)n - 1

  • 10

    AMORTIZAO DE EMPRSTIMOS

    No mundo dos negcios, bastante comum contrair-se uma dvida para sald-la a mdio e longo prazo. Considerando o fato de que o valor nominal de cada pagamento consiste em uma mescla de pagamentos de juros e de amortizao do principal, podem-se usar vrias metodologias para estabelecer a forma de liquidar-se uma dvida. Para efeito ilustrativo, lembramos que a crise pela qual vem passando o S.F.H. (Sistema Financeiro da Habilitao), aliada estabilizao da economia, implicou uma srie de alternativas de financiamentos, consrcios e cooperativas no ramo imobilirio. Tais situaes prticas constituem-se na aplicabilidade do assunto aqui tratado; sobremaneira nos sistemas utilizados com maior freqncia.

    Os sistemas de amortizao so desenvolvidos basicamente para operaes de emprstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos peridicos do principal e encargos financeiros.

    Uma caracterstica fundamental dos sistemas de amortizao a serem estudados a utilizao exclusiva do critrio de juros compostos, incidindo os juros exclusivamente sobre o saldo devedor (montante) apurado em perodo imediatamente anterior.

    Conceitos Iniciais

    Amortizao: o pagamento do principal ou capital emprestado que feito, normalmente, de forma peridica e sucessiva durante o prazo de financiamento.

    Juros: o custo do capital tomado sob o aspecto do muturio e o retorno do capital investido sob o aspecto do mutuante.

    Prestao: o pagamento da amortizao mais os juros relativos ao saldo devedor imediatamente anterior ao perodo referente prestao. A taxa de juros pode ser pr ou ps-fixada, dependendo de clusula contratual. Entende-se como taxa pr-fixada aquela cuja expectativa de inflao futura j est incorporada taxa, enquanto na ps-fixada existe a necessidade de apurar-se a desvalorizao ocorrida por conta da inflao, compensado-a atravs da correo monetria.

    Saldo devedor ou estado da dvida: o valor devido em certo perodo, imediatamente aps a realizao do pagamento relativo a este perodo.

    SISTEMA DE AMORTIZAO CONSTANTE (S.A.C)

    Este tipo de sistema, como o prprio nome sugere, consiste na amortizao constante do principal durante todo o prazo de financiamento. A prestao a ser paga ser decrescente, na medida em que os juros incidiro sobre um saldo devedor cada vez menor. O valor da amortizao calculado atravs da diviso entre o capital inicial e o nmero de prestaes a serem pagas.

    Exemplo:

    Fazer o quadro demonstrativo para um emprstimo no valor de $10.000, o qual ser amortizado em cinco prestaes trimestrais razo de 7% ao trimestre atravs do S.A.C.

    Para montagem da planilha, devemos inicialmente calcular o valor da amortizao:

  • 11

    n

    PA =

    Onde:

    A = Amortizao

    P = Principal

    n = nmeros de prestaes

    Resoluo:

    n

    PA =

    5

    10000=A A = $2.000,00

    Perodo Saldo Devedor

    Amortizao Juros Prestao Saldo Atual

    0 10.000

    1 10.700 2.000,00 700,00 2.700,00 8.000,00

    2 8560,00 2.000,00 560,00 2.560,00 6.000,00

    3 6420,00 2.000,00 420,00 2.420,00 4.000,00

    4 4.280,00 2.000,00 280,00 2.280,00 2.000,00

    5 2.140,00 2.000,00 140,00 2.140,00 0,00

    Totalizaes 10.000,00 2.100,00 12.100,00

    Observaes:

    Os juros so obtidos sobre o saldo devedor anterior ao perodo de apurao do resultado; A prestao a soma da amortizao aos juros calculados no perodo; O saldo devedor a soma dos juros ao saldo anterior; O saldo atual a diferena entre o saldo devedor e a prestao;

    SISTEMA DE AMORTIZAO FRANCS (PRICE) (S.A.F)

    Este sistema estabelece, ao contrrio do S.A.C, que as prestaes so iguais e sucessivas durante todo o prazo da amortizao. importante notar que, medida que as prestaes so realizadas, o saldo devedor diminudo implicando, dessa forma, uma concomitante diminuio dos juros apurados para o perodo em anlise. Porm, em funo de manter-se a uniformidade em relao ao valor da prestao, a amortizao aumenta de forma a compensar a diminuio dos juros.

    O clculo do valor da prestao feito, a partir do FATOR DE VALOR PRESENTE POR OPERAO MLTIPLA, atravs da frmula:

    1)1(

    1.)1(.

    +

    +=

    n

    n

    i

    iPR

  • 12

    Onde:

    R = valor das prestaes

    P = principal

    i = taxa de juros

    n = perodo

    Exemplo:

    Uma pessoa contraiu um emprstimo de $20.000,00 para ser pago ao longo de cinco anos com prestaes semestrais (sistema francs) taxa de 18% ao semestre. Monte a planilha financeira.

    Resoluo:

    1 Clculo do valor da prestao:

    1)1(

    .)1(

    .+

    +

    =n

    n

    i

    i

    PR 1)18,01(

    1.)18,01(.20000

    10

    10

    +

    +=R R = $4.4450,30

  • 13

    Perodo Saldo Devedor

    Amortizao Juros Prestao Saldo Atual

    0 - - - - 20.000,00

    1 23.600,00 850,30 3.600,00 4.450,30 19.149,70

    2 22.596,65 1.003,35 3.446,95 4.450,30 18.146,35

    3 21.412,69 1.183,96 3.266,34 4.450,30 16.962,39

    4 20.015,62 1.397,07 3.053,23 4.450,30 15.565,32

    5 18.367,08 1.648,54 2.801,76 4.450,30 13.916,78

    6 16.421,80 1.945,28 2.505,02 4.450,30 11.971,50

    7 14.126,36 2.295,43 2.154,87 4.450,30 9.676,06

    8 11,417,76 2.708,61 1.741,69 4.450,30 6.967,46

    9 8.2221,60 3.196,16 1.254,14 4.450,30 3.771,30

    10 4.450,13 3.771,47 678,83 4.450,30 0,00

    Totalizaes 20.000,00 24.502,83 44.502,83

    Observaes:

    Os juros incidem sobre o saldo atual. A amortizao a diferena entre a prestao e os juros. O saldo atual consiste na diferena entre o saldo atual anterior e a amortizao. O saldo devedor consiste na soma do saldo atual mais os juros.

    ANLISE COMPARATIVA S.A.C x S.A.F

    Visando comparar as duas metodologias aqui apresentadas, faremos um estudo em conjunto a partir de uma situao hipottica a seguir:

    Principal: $15.000,00

    Taxa de Juros: 10% a.p.

    Nmero de Perodos: 10

    1 Clculo da amortizao para o S.A.C

    n

    PA =

    10

    15000=A A = 1.500,00

    2 Clculo da prestao para o S.A.F.

    1)1(

    1.)1(.

    +

    +=

    n

    n

    i

    iPR

    1)10,01(

    10,0.)10,01(.15000

    10

    10

    +

    +=R R = 2.441,18

    S. A. C.

    Perodo Saldo Amortizao Juros Prestao Saldo Atual

  • 14

    Devedor

    0 15.000,00

    1 16.500,00 1.500,00 1.500,00 3.000,00 13.500,00

    2 14.850,00 1.500,00 1.350,00 2.850,00 12.000,00

    3 13.200,00 1.500,00 1.200,00 2.700,00 10.500,00

    4 11.550,00 1.500,00 1.050,00 2.550,00 9.000,00

    5 9.900,00 1.500,00 900,00 2.400,00 7.500,00

    6 8.250,00 1.500,00 750,00 2.250,00 6.000,00

    7 6.600,00 1.500,00 600,00 2.100,00 4.500,00

    8 4.950,00 1.500,00 450,00 1.950,00 3.000,00

    9 3.300,00 1.500,00 300,00 1.800,00 1.500,00

    10 1.650,00 1.500,00 150,00 1650,00 0,00

    Totalizaes 15.000,00 8.250,00 23.250,00

    S. A. F.

    Perodo Saldo Devedor

    Amortizao Juros Prestao Saldo Atual

    0 15.000,00

    1 16.500,00 941,18 1.500,00 2.441,18 14.058,82

    2 15.464,70 1.035,30 1.405,88 2.441,18 13.023,52

    3 14.325,87 1.138,83 1.302,35 2.441,18 11.884,69

    4 13.073,16 1.252,71 1.188,47 2.441,18 10.631,98

    5 11.695,18 1.377,98 1.063,20 2.441,18 9.254,00

    6 10.179,40 1.515,78 925,40 2.441,18 7.738,22

    7 8.512,04 1.667,36 773,82 2.441,18 6.070,86

    8 6.677,95 1.834,096 607,09 2.441,18 4.236,77

    9 4.660,45 2.017,50 423,68 2.441,18 2.219,27

    10 2.441,19 2.219,25 221,93 2.441,18 0,00

    Totalizaes 15.000,00 9411,81 24.411,81

    Como podemos constatar a partir da anlise das planilhas, as prestaes do S.A.C. so maiores do que as do S.A.F no incio do perodo, ficando menores no final. Evidentemente, existe um momento em que ocorre a igualdade dos pagamentos. Podemos calcular este instante atravs do seguinte raciocnio:

    Sendo j = P. i. n (juros)

    n

    PA = (amortizao)

    R = A + j (prestao)

    Ento:

    1..1 iPn

    PR +=

    De fato:

    R1 = 1.10,0.1500010

    15000+

  • 15

    R1 = $3000,00

    Atentando para a planilha do S.A.C. notamos, a partir do 2 perodo, que as prestaes apresentam valores aritmeticamente decrescentes, da podemos expor em termos matemticos:

    R2 = A + {j [(1/n . P). i]}

    n

    niP

    n

    PR

    )1.(.{2

    +=

    De fato:

    10

    )110.(10,0.15000{

    10

    150002

    +=R } = R2 = 2.850,00

    Podemos generalizar esta frmula da seguinte maneira:

    n

    kniP

    n

    PRk

    )1(.[.{

    += }

    Onde: K = perodo de anlise

    Exemplo:

    Calcule a prestao do S.A.C. em relao ao 7 perodo.

    Resoluo:

    10

    )17(10.[10,0.15000{

    10

    150007

    +=R

    R7 = $2.100,00

    VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO

    1.1. O papel do valor no tempo em finanas

    Uma vez que consideramos a continuidade de uma empresa, seu valor e as decises do administrador financeiro devem ser avaliados luz tanto dos fluxos de caixa presentes como futuros, tanto entradas como sadas. Uma vez que as empresas, assim como os indivduos, sempre se deparam com oportunidades para obter taxas de retornos positivas sobre seus fundos, isto , as taxas de juros so sempre maiores que zero, o timing dos fluxos de caixa tem importantes conseqncias econmicas. Ter uma viso de longo prazo requer que o administrador financeiro, de uma maneira explcita, reconhea o valor do dinheiro no tempo.

    1.1.1. Valor futuro versus valor presente

    Valores de decises podem ser avaliados, usando-se tanto tcnicas de valor futuro como de valor presente. Embora essas tcnicas, quando aplicadas corretamente, iro, resultar nas mesmas decises, as decises so tomadas

  • 16

    assumindo-se perspectivas diferentes. Tcnicas de valor futuro so utilizadas para encontrar valores futuros, os que so medidas tpicas do final da vida do projeto, enquanto que as tcnicas de valor presente so usadas para encontrar valores presentes, medidas do incio da vida do projeto (tempo zero).

    A linha do tempo, que uma reta horizontal sobre a qual o tempo zero est no ltimo ponto esquerda e os perodos futuros so apresentados medida que se movimenta da esquerda para a direita, pode ser usada para ilustrar os fluxos de caixa associados com um dado investimento. As linhas do tempo so freqentemente usadas em finanas para permitir ao analista uma total compreenso dos fluxos de caixa associados com dado investimento.

    Figura 01

    Uma vez que o dinheiro tem um valor no tempo (existem oportunidades para se obterem taxas de retorno positivas), os fluxos de caixa associados com um investimento, devem ser medidos no mesmo instante no tempo. Tipicamente, esse instante o final ou o incio da vida do investimento.

    A tcnica de valor futuro usa o valor composto para capitalizar e encontrar o valor futuro de cada fluxo de caixa no final da vida do investimento. Essa abordagem ilustrada na Linha do tempo (figura 02), pode ser visto que o valor futuro de cada fluxo de caixa medido ao final da vida do investimento de cinco anos.

    A tcnica do valor presente, outra abordagem muito conhecida, usa o desconto para encontrar o valor presente de cada fluxo de caixa no tempo zero e, ento, soma-os para encontrar o valor presente do investimento. A aplicao dessa abordagem ilustrada na linha do tempo (figura 02). Embora o valor futuro e o valor presente, quando aplicados corretamente, resultem nas mesmas decises, os administradores financeiros tm a tendncia de confiar, principalmente, em tcnicas de valor presente, uma vez que eles tomam decises no tempo zero.

    Figura 02

    Final do ano

    -10.000 3.000 5.000 4.000 3.000 2.000

    4 5

    LINHA DO TEMPO

    0 1 2 3

    CAPITALIZAO E DESCONTO

    4.000 2.000

    0 1 2 3 4

    3.000 5.000

    5

    -10.000

    Capitalizao

    3.000

    Desconto

    Valor

    futuro

    Valor

    presente

  • 17

    1.2. Valor futuro de um nico montante

    O valor futuro de um montante presente encontrado pela aplicao de juros compostos durante um perodo especfico de tempo. As instituies de poupanas promovem retornos de juros compostos a uma taxa de x% de juros de x% compostos em base anual, semestral, trimestral, mensal, semanal, diria e mesmo ininterrupta. Os princpios de valor futuro so bastante simples, independentemente do perodo de tempo envolvido.

    1.2.1 O conceito de valor futuro

    Falamos de juros compostos quando desejamos indicar que o montante ganho em um dado depsito tornou-se parte do principal, no final de um perodo especfico. O termo principal refere-se a uma quantia sobre a qual os juros so pagos.

    1.2.2 O clculo do valor futuro

    A equao a seguir pode ser generalizada para encontrar o valor futuro aps qualquer nmero de perodo.

    niVPVF )1.( +=

    VF = valor futuro no final do perodo n

    VP = principal inicial, ou valor presente

    i = taxa de juros

    n = nmero de perodos

    1.3. Taxas equivalentes

    Duas taxas so consideradas equivalentes se, quando aplicadas ao mesmo capital, pelo mesmo perodo de tempo, produzirem a mesma renda, ou seja, pelo mesmo perodo de tempo produzirem o mesmo volume de juros.

    Metodologia de clculo:

    100].1)1[( / += tqitIq Iq = Taxa para o prazo que eu quero

    it = Taxa para o prazo que eu tenho

    q = Prazo que eu quero

    t = Prazo que eu tenho

    1.3.1. Taxa de juros nominal, efetiva e real

  • 18

    importante que ambos, consumidores e empresrios, sejam capazes de fazer comparaes objetivas das taxas de juros. Para comparar o custo de um emprstimo ou os retornos de investimento em diferentes perodos de capitalizao, devemos distinguir entre taxa de juros nominal e a taxa de juros efetiva.

    a) Taxa de juros nominal

    A taxa de juros nominal ou declarada a taxa de juros contratual e cobrada por um fornecedor de fundos ou prometida pelo tomador de fundos, podemos afirmar que a taxa nominal incide sobre o valor nominal da aplicao ou do emprstimo, tendo em vista que leva em considerao o valor explicitado no ttulo ou no contrato.

    b) Taxa de juros efetiva

    A taxa efetiva de juros ou real a taxa de juros efetivamente paga ou ganha, ou seja, o valor colocado disposio do cliente, corrigida monetariamente pela inflao do perodo, contado desde o dia da aplicao ou do emprstimo at o dia do seu resgate ou vencimento.

    A taxa de juros efetiva difere da taxa de juros nominal por refletir o impacto da freqncia da capitalizao. Em termos de ganhos de juros, provavelmente interpretada mais adequadamente como a taxa de juros anual, que resultaria no mesmo valor futuro que aquele resultante da aplicao da taxa nominal usando-se a freqncia de capitalizao declarada.

    Em finanas pessoais a taxa efetiva, chamada de taxa porcentual anual (TPA), deve por lei ser claramente declarada aos tomadores de fundos e aos depositantes.

    1.4. Valor presente de um montante nico

    freqentemente til determinar o valor presente de um montante futuro de dinheiro. O valor presente o valor atual de um montante futuro em unidades monetrias, o montante de unidade monetria que poderia ser investido hoje a uma dada taxa de juros durante um perodo especificado para se igualar ao montante futuro. O valor presente, como o valor futuro, baseia-se na convico de que $ 1,00 hoje tem mais valor que $ 1,00 que ser recebido em alguma data futura. O valor presente efetivo de $ 1,00 depende muito das oportunidades de investimentos do recebedor e do instante no tempo no qual $ 1,00 est para ser recebido.

    1.4.1 O conceito de valor presente

    O processo que envolve a determinao dos valores presentes e freqentemente referido como desconto de fluxos de caixa. Esse processo geralmente o inverso de capitalizao de juros. Relaciona-se com a questo: Se eu ganho n% sobre o meu dinheiro, qual o mximo que eu estaria disposto a pagar agora por uma oportunidade de receber o valor futuro em n perodos, a contar de hoje?. Em vez de encontrar o valor futuro das unidades monetrias atuais investidos a uma dada taxa, o desconto determina o valor presente de um montante futuro, supondo que aquele que toma a deciso tem uma oportunidade para obter um certo retorno, i, sobre o dinheiro. Essa taxa de retorno anual diversamente referida como taxa de desconto, retorno exigido, custo de capital, ou custo de oportunidade.

    1.4.2 A expresso matemtica para o valor presente

    Podemos encontrar o valor presente de um montante futuro matematicamente solucionando a equao apresentada a seguir. Em outras palavras, simplesmente desejamos obter o valor presente, VP, de um montante futuro VF, a ser recebido em n perodos a partir de agora.

  • 19

    )1( i

    VFVP

    += ou ]

    )1(

    1.[

    nnVF

    +

    1.5 Valor presente de sries de fluxo de caixa

    Geralmente em finanas h a necessidade de se encontrar o valor presente de uma srie de fluxos de caixa a serem recebidos em vrios perodos futuros. Dois tipos bsicos de sries de fluxos de caixa so possveis: a srie mista e a anuidade. A srie mista de fluxos de caixa no reflete um padro preestabelecido, enquanto que, como foi demonstrado antes, uma anuidade um modelo de fluxos de caixa anuais e iguais. Uma vez que certos atalhos so possveis para se achar o valor presente de uma anuidade, a srie mista e as anuidades sero discutidas separadamente. Alm disso, o valor presente da srie mista, sendo inclusas anuidades e perpetuidades, ser considerado nesta seo.

    1.5.1 Valor presente de uma srie mista

    Para encontrar o valor presente de uma srie mista de fluxos de caixa, determine o valor presente de cada montante atravs da expresso:

    )1( i

    VFVP

    +=

    Some todos os valores presentes individuais para encontrar o valor presente total da srie. Exemplo: A Pezinho de Anjo, empresa fabricante de sapatos, tem a oportunidade de receber a seguinte srie mista de fluxos de caixa ao longo dos prximos cinco anos:

    Final do ano

    918,45

    4 5 6

    1.700

    Desconto

    0 1 2 3 7 8

  • 20

    Se a empresa pode obter 9%, no mnimo, sobre seus investimentos, qual o mximo que ela deve pagar por essa oportunidade?

    A Pezinho de Anjo no deve pagar mais que $ 1.904,60 pela oportunidade de receber esses fluxos de caixa, uma vez que pagando $1.904,60 poderia ter exatamente um retorno de 9%.

    Linha do tempo para o valor presente de uma srie mista (fluxos de caixa do final do ano, descontados a 9%, durante o correspondente nmero de anos)

    1.5.2 Valor presente de uma anuidade

    O valor presente de uma anuidade pode ser encontrado de maneira similar quela usada para uma srie mista, mas possvel um clculo mais rpido:

    Final do ano

    195,00

    Desconto

    366,80673,60386,00283,20

    4 5

    400 800 500 400 300

    0 1 2 3

    1.904,60

    AnoFluxo de

    caixa

    1 400,00

    2 800,00

    3 500,00

    4 400,00

    5 300,00

    Ano (n )Fluxo de caixa

    (1)FJVP 9%,n

    a

    (2)

    Valor presente[(1)x(2)]

    (3)1 400,00 0,917 366,80

    2 800,00 0,842 673,60

    3 500,00 0,772 386,00

    4 400,00 0,708 283,20

    5 300,00 0,650 195,00

    1.904,60Valor presente de uma srie mista

    VALOR PRESENTE DE UMA SRIE MISTA DE FLUXOS DE CAIXA

  • 21

    ].)1[(

    ]1)1[(.

    ii

    iPMTVP

    n

    n

    ++

    =

  • 22

    Exemplo:

    A Baby Brink, um pequeno produtor de brinquedos de plstico, est tentando determinar o mximo que pode pagar para comprar uma anuidade especfica. A empresa requer um retorno mnimo de 8% em todos os investimentos, e a anuidade consiste de fluxos de caixa de $ 700 por ano, durante cinco anos. O quadro a seguir apresenta um mtodo longo para encontrar o valor presente de uma anuidade, o qual o mesmo mtodo usado para uma srie mista. Este processo gera um valor presente de $ 2.795,10, que pode ser interpretado da mesma maneira como se fosse uma srie mista de fluxos de caixa no exemplo precedente.

    Linha do tempo para o valor presente de uma anuidade ($700 ao final dos anos dos fluxos de caixa, descontados a 8% durante cinco anos)

    1.5.3 Valor presente de uma srie mista com anuidade fixa

    Ocasionalmente, uma srie mista de fluxos de caixa ter uma anuidade embutida nela. Dependendo do nmero de anos na vida das anuidades e da vida da srie mista, voc poder efetuar um clculo eficiente, seguindo trs passos:

    Passo 1

    Encontre o valor presente da anuidade a uma taxa de desconto especfica, usando o procedimento descrito acima. (Nota: o valor presente resultante medido no incio da anuidade, o qual equivalente ao final do perodo imediatamente anterior ao incio da anuidade.)

    Passo 2

    Ano (n )Fluxo de caixa

    (1)FJVP 8%,n

    a

    (2)

    Valor presente[(1)x(2)]

    (3)1 700,00 0,926 648,15

    2 700,00 0,857 600,14

    3 700,00 0,794 555,68

    4 700,00 0,735 514,52

    5 700,00 0,681 476,41

    2.794,90

    MTODO LONGO PARA ENCONTRAR O VALOR PRESENTE DE UMA ANUIDADE

    Valor presente da anuidade

    476,41

    Desconto

    Final do ano

    648,15600,14555,68514,52

    3 4 5

    700 700 700 700 700

    0 1 2

    2.794,90

  • 23

    Adicione o valor presente calculado no Passo 1, a qualquer outro fluxo de caixa que esteja acontecendo no perodo imediatamente precedente ao incio da anuidade, e eliminar o fluxo de caixa individual de anuidades para determinar os fluxos de caixa revisados.

    Passo 3

    Realize o desconto do fluxo de caixa revisado, obtido no Passo 2, retornado ao tempo zero da forma normal com o uso da taxa de desconto especificada.

    A Sempre Vivo espera que um investimento gere o fluxo de caixa apresentado no quadro a seguir. Se a empresa deve obter 9% em seus investimentos, qual o valor presente do fluxo de caixa esperado?

    Linha do tempo do valor presente de uma srie mista com anuidade embutida (ao final do fluxo de caixa descontado a 9%, sobre o correspondente nmero de anos).

  • 24

    1.6 Aplicaes especiais do valor do tempo

    As tcnicas de valor futuro e valor presente tem inmeras aplicaes importantes. Trs delas so apresentadas nesta seo:

    1) O clculo dos depsitos necessrios para acumular uma soma futura; 2) O clculo de amortizao sobre emprstimos; 3) A determinao de juros ou taxas de crescimento.

    1.6.1 Depsitos para acumular uma soma futura

    Geralmente, um indivduo pode querer determinar o depsito necessrio para acumular um certo montante de dinheiro em vrios anos, a partir de agora. Suponha que uma pessoa deseja comprar uma casa daqui a cinco anos e estima que um pagamento inicial relativo entrada de R$ 20.000, ser exigido na ocasio. Ela deseja fazer depsitos anuais iguais, no fim cada ano, em uma conta que paga juros anuais de 6%; ento, deve determinar o montante da anuidade que resultar em uma soma global de R4$ 20.000, no final do ano 5. A soluo para esse problema est estreitamente relacionada ao processo de encontrar o valor futuro de uma anuidade.

    Podemos encontrar o depsito peridico exigido para acumular um valor monetrio no futuro, dada um taxa de juros especfica, i, e um certo nmero de perodos, n, pela resoluo da equao a seguir:

    ]1)1[(.

    +=

    ni

    iVFPMT

    1.6.2 Amortizao de emprstimos

    A expresso de amortizao de emprstimos refere-se determinao dos pagamentos peridicos, em parcelas iguais, necessrios para dar a um credor um retorno especificado e reembolsar o principal do emprstimo dentro de um perodo estabelecido, o processo de amortizao de emprstimos envolve a determinao dos pagamentos futuros (dentro do prazo do emprstimo), cujo valor presente taxa de juros do emprstimo iguala-se exatamente ao principal inicial do emprstimo.

    A amortizao de um emprstimo envolve, na realidade, a criao de uma anuidade a partir de um montante atual. Por exemplo, um individuo pode tomar emprestado R$ 6.000, a 10% e concordar em efetuar pagamentos anuais iguais, no final do ano, durante quatro anos, que descontada a 10% tenha um valor presente de R$ 6.000,00. o processo , na realidade, o inverso daquele usado para se encontrar o valor presente de uma anuidade.

    ]1)1[(

    ].)1[(.

    +

    +=

    n

    n

    i

    iiVPPMT

    Substituindo na equao dada, so necessrios pagamentos anuais iguais, no final de cada ano, de R$ 1.892,74

  • 25

    Fluxo de Caixa

    O fluxo de caixa um esquema que representa as entradas e sadas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo. Em um fluxo de caixa deve existir pelo menos uma sada pelo menos uma entrada (ou vice-versa). Podemos ter fluxos de caixa de empresas, de investimentos, de projetos, de operaes financeiras, etc.

    A elaborao do fluxo de caixa indispensvel na anlise de rentabilidades e custos de operaes financeiras, e no estudo de viabilidade econmica de projetos e investimentos.

    A representao do fluxo de caixa feita por meio de tabelas e quadros, ou conforme o esquema abaixo:

    (-) (+) (-)

    (-)Pagamento (+)Recebimento

    0 1 2 3 ... n

    Principais convenes:

    a) a escala horizontal representa o tempo, dividido em perodos descontnuos, expresso em dias, semanas, meses, trimestres, semestres ou anos. Os pontos 0,1,2,3, ..., n substituem as datas de calendrio, e so estipulados em funo da necessidade de indicarem as posies relativas entre as diversas datas. Assim, o ponto 0 representa a data inicial (hoje), o ponto 1 indica o final de 1 perodo e assim por diante;

    b) os intervalos de tempo de todos os perodos so iguais; c) os valores monetrios s podem ser colocados no incio ou no final de cada perodo, dependendo da conveno

    adotada. Nenhum valor pode ser colocado ao longo dos perodos, uma vez que eles no so contnuos. Assim, quando os perodos correspondem a trimestres, no h condio de se indicar um valor ao longo do trimestre. Uma soluo possvel, nesse caso, diminuir a unidade de tempo dos perodos, por exemplo, para meses;

    d) sadas de caixa correspondem aos pagamentos, tm sinais negativos e so representadas por setas apontadas para baixo;

    e) entradas de caixa correspondem aos recebimentos, tm sinais positivos e so representadas por setas apontadas para cima.

    VALOR PRESENTE LQUIDO - VPL

    O valor presente lquido (VPL) uma tcnica de anlise de fluxos de caixa que consiste em calcular o valor presente de uma srie de pagamentos (ou recebimentos) iguais ou diferentes a uma taxa conhecida, e deduzir do fluxo o seu valor inicial (valor do investimento, do emprstimo ou financiamento).

    Frmula:

  • 26

    FCj FC1 FC2 FCn VPL = j=1 a n ------ - FC0 = ------- + ------- + ... + ------- - FC0 (1+i)j (1+i)1 (1+i)2 (1+i)n FCJ representa os valores dos fluxos de caixa de ordem j, sendo j= 1, 2, 3, ..., n; FCO representa o fluxo de caixa inicial. i a taxa de juros da operao financeira ou a taxa de retorno do projeto de investimentos. VPL positivo = significa que o investimento deve ser realizado. VPL negativo = significa que o investimento no deve ser realizado. Exemplo: Uma empresa da rea de sade est analisando a convenincia da compra de uma mquina no valor de R$103.000,00. Segundo os analistas desta empresa, o uso desta mquina nos prximos 5 (cinco) anos dever gerar receitas lquidas estimadas em R$30.000,00, R$35.000,00, R$32.000,00, R$28.000,00 e R$20.000,00. Estima-se tambm que no final deste prazo ela ser vendida por R$17.000,00. Verificar qual a deciso da empresa para as taxas de retorno, fixadas em 15% e 18% ao ano. 35 32 37 30 28 1 2 3 4 5 103 Obs.: o fluxo de caixa do 5 ano a soma da receita gerada mais o preo de venda da mquina.

    a) Soluo para taxa de retorno de 15% ao ano.

    30.000 35.000 32.000 28.000 37.000 VPL = ----------- + - ----- ---- + ---- ------- +------------ + ----------- - 103.000 (1+0,15)1 (1+0,15)2 (1+0,15)3 (1+0,15)4 (1+0,15)5

    VPL = 26.086,96 + 26.465,03 + 21.040,52 + 16.009,10 + 18395,54 -103.000

    VPL = 107.997,15 103.000

    VPL = 4.997,15

    Concluso: Como o valor presente lquido positivo, isso significa que a taxa efetiva de retorno superior taxa mnima de atratividade fixada em 15%. Portanto, o investimento dever ser realizado.

    b) Soluo para taxa de retorno de 18% ao ano.

    30.000 35.000 32.000 28.000 37.000 VPL = ----------- + - ----- ---- + ---- ------- +------------ + ----------- - 103.000

  • 27

    (1+0,18)1 (1+0,18)2 (1+0,18)3 (1+0,18)4 (1+0,18)5

    VPL = 25.423,73 + 25.136,46 + 19.476,19 + 14.442,09 + 16.173,04 -103.000

    VPL = 100.651,51 - 103.000

    VPL = -2.348,49

    Concluso: Como o valor presente lquido negativo, isso significa que a taxa efetiva de retorno inferior taxa mnima de atratividade fixada em 18%. Portanto, o investimento no dever ser realizado.

  • 28

    Clculo utilizando a calculadora financeira HP12c.

    Variveis visor Teclas Teclas

    103.000 CHS g Cfo

    30.000 G Cfj

    35.000 G Cfj

    32.000 G Cfj

    28.000 G Cfj

    37.000 G Cfj

    18 I

    f NPV

    -2.348,49

    TAXA INTERNA DE RETORNO

    A taxa interna de retorno a taxa que iguala o valor presente de um ou mais pagamentos (sadas de caixa) com o valor presente de um ou mais recebimentos (entradas de caixa). Normalmente temos um fluxo de caixa inicial no momento zero que representa o valor do investimento, ou do emprstimo ou do financiamento, e diversos fluxos futuros representando os valores das receitas, ou das prestaes.

    Frmula:

    FCj FC1 FC2 FCn FC0 = j=1 a n ------ = FC0 = ------- + ------- + ... + ------- (1+i)j (1+i)1 (1+i)2 (1+i)n De onde se deduz que: FCj FC0 - j=1 a n ------ = 0 (1+i)j FCJ representa os valores dos fluxos de caixa de ordem j, sendo j= 1, 2, 3, ..., n; FCO representa o fluxo de caixa inicial. i a taxa de juros da operao financeira ou a taxa de retorno do projeto de investimentos. Exemplo: Determinar a taxa interna de retorno correspondente a um emprstimo de R$100.000,00 a ser liquidado em trs pagamentos mensais de R$30.000,00, R$50.000,00 e R$40.000,00. O fluxo de caixa desta operao, do ponto de vista do doador dos recursos representado como segue: 50.000 40.000 30.000 1 2 3

  • 29

    100.000,00

    30.000 50.000 40.000 100.000 = ----------- + - ----- ---- + ---- ------- (1+i)1 (1+i)2 (1+i)3

    A soluo deste problema consiste em achar uma taxa i que torne verdadeira esta equao, ou seja, que faa com que ambos os lados sejam iguais. Esta taxa i denominada taxa interna de retorno (TIR). Esta soluo somente ser possvel pelo processo iterativo ou tentativa e erro. Inicialmente vamos escolher uma taxa qualquer que julgamos prxima da taxa procurada, digamos 6%. Calculando o fluxo com 6%

    30.000 50.000 40.000 100.000 = -------------- + - ------- ---+ ----- ------- (1+0,06)1 (1+0,06)2 (1+0,06)3

    100.000 = 28.301,89+ 44.499,82+ 33.584,77

    100.000 = 106.386,48

    Como o valor presente dessa srie de pagamentos superior a 100.000,00, deduz-se que a TIR maior que 6%. Vejamos ento 11%.

    Calculando o fluxo com 11%

    30.000 50.000 40.000 100.000 = -------------- + - ------- ---+ ----- ------- (1+0,11)1 (1+0,11)2 (1+0,11)3

    100.000 = 27.027,03+ 40.581,12+ 29.247,66

    100.000 = 96.855,81

    Como o valor presente dessa srie de pagamentos inferior a 100.000,00, deduz-se que a TIR menor que 11%. Ou seja, est entre 6% e 11%.

    Agora vamos conferir nossos clculos utilizando a calculadora financeira HP12c. Para encontrar a TIR siga o seguinte roteiro:

    Variveis visor Teclas Teclas

    100.000 CHS g Cfo

    30.000 G Cfj

    50.000 G Cfj

    40.000 G Cfj

    F IRR

    9,2647

  • 30

    Resultado = 9,2647% a.m.

    PAYBACK

    A regra do perodo do PayBack consiste em determinar o prazo do retorno do capital investido em um projeto. Vejamos o exemplo de um projeto de investimento no valor inicial de $50.000,00. Os fluxos de caixa estimados para os trs anos seguintes so respectivamente, $30.000,00, $20.000,00 e $10.000,00, conforme esquema abaixo:

  • 31

    30.000

    20.000 10.000

    1 2 3 -50.000 Neste caso, o investimento inicial de $50.000,00 foi recuperado em 2 anos, sendo $30.000,00 no primeiro ano e $20.000,00 no segundo ano. Ou seja, o perodo de payback do projeto foi de dois anos. A regra simples. Se a estratgia da empresa de recuperar o capital investido em 2 (dois) anos, todo projeto que satisfizer esta condio ser escolhido. Caso o prazo de retorno seja maior, o projeto ser rejeitado. Este mtodo muito utilizado em grandes empresas para projetos de pequeno valor, cujo administrador precisa tomar vrias decises ao longo do ms. Para projetos de maior valor, o mtodo mais indicado o do VPL, j estudado. Embora muito utilizado este mtodo apresente algumas limitaes que valem a pena serem comentadas.

    a) Os fluxos de caixa posteriores ao perodo do payback no so considerados;

    b) O perodo de payback escolhido de forma aleatria;

    c) No leva em considerao o valor do dinheiro no tempo, ou seja, a taxa de juros do mercado.

    Ano A B C

    0 -110 -110 -110

    1 20 60 60

    2 30 30 30

    3 60 20 20

    4 60 60 50

    Payback (anos) 3 3 3

  • 32

    ESTRUTURA DE CAPITAL

    Sabe-se que a funo essencial da administrao em uma organizao refere-se maximizao da riqueza dos proprietrios, e neste sentido, o planejamento e o controle de resultados justificam-se pela produo de resultados relevantes diretamente relacionados execuo efetiva das responsabilidades primordiais da administrao, como bem mostra WELSCH (1983). Dentre os diversos tipos de planejamento, o planejamento financeiro constitui-se em um dos mais importantes aspectos para o adequado funcionamento e sucesso da empresa no longo prazo, medida que facilita o desempenho do processo de administrao; a definio da estrutura de capital a ser adotada pela empresa decisiva para uma maior eficincia na consecuo dos objetivos estabelecidos a priori.

    Desse modo, fica clara a necessidade de se esclarecer os conceitos de capital e suas fontes e respectivos custos, para que se compreenda a importncia da busca de uma estrutura de capital condizente com as necessidades e peculiaridades da empresa e do setor em que atua.

    Custo de Capital

    Capital refere-se soma de todo o caixa investido nos ativos da empresa, no importando a forma de financiamento, classificao contbil ou propsito. Custo de capital , por sua vez, o mnimo retorno sobre o investimento aceitvel, sendo a linha divisria entre a boa e a m performance corporativa; refere-se taxa de retorno esperada exigida pelo mercado para financiar determinado investimento. Assim, o custo de capital reflete as expectativas dos investidores, as quais esto relacionadas a: taxa real de retorno que os investidores esperam obter (em troca de deixar outras pessoas utilizarem o dinheiro deles com um dado nvel de risco), inflao esperada (ou seja, depreciao esperada do poder de compra enquanto o capital est empatado, de modo a refletir o custo de capital em termos nominais) e risco (isto , incerteza quanto quando e de que modo o fluxo de caixa se dar).

    De acordo com PRATT (1998), tal custo pode ser utilizado de quatro maneiras:

    1- Como taxa de desconto para trazer fluxos de caixa (ou EVAs) futuros projetados ao valor presente; 2- Como taxa mnima de retorno para aceitao de novos projetos; 3- Como taxa da despesa financeira para o clculo do EVA; e 4- Como referncia para taxas de retorno sobre capital empregado.

    O custo de capital da companhia pode ser visto ainda como um custo de oportunidade, um que iguala o retorno total que os investidores desta companhia esperam ganhar investindo o mesmo montante em um portiflio de aes e ttulos de risco semelhante; ou seja, o custo de capital deriva da relao entre risco e retorno de certo investimento.

    Quanto estrutura de capital da companhia, pode-se dividi-la em capital de terceiros e capital prprio.

    Capital de Terceiros

    O capital de terceiros representa o endividamento contrado pela empresa junto a fontes de financiamento que no os acionistas da empresa.

    H diversas formas atravs das quais o endividamento pode incrementar a performance da companhia elevando o seu valor intrnseco. Uma dessas formas refere-se ao benefcio fiscal oriundo do uso de capital de terceiros em detrimento ao capital prprio para financiar investimentos/projetos. Suponha, por exemplo, uma empresa que decide substituir parte do seu capital prprio por capital de terceiros. A quantidade total de capital empregada no negcio no ir mudar e o retorno exigido pelos investidores (acionistas e outros financiadores) tambm no se alterar (j que o risco assumido o mesmo), todavia, o custo de capital prprio implcito substitudo por uma despesa financeira explcita, a qual dedutvel do imposto de renda. O resultado desta deciso uma adio de valor s aes da empresa, em quantia equivalente ao valor presente da economia de impostos (ou benefcio fiscal).

  • 33

    Alm do benefcio fiscal, o uso de capital de terceiros em detrimento do capital prprio pode criar valor das seguintes formas:

    - A obrigao de repagar o endividamento inibir os investimentos de excesso de caixa em negcios no-merecedores ou em aquisies sobrevalorizadas; uma forte disciplina em relao ao pagamento da dvida favorece a criao de valor, visto que valor criado porque o mercado espera que haja poucos erros na alocao de capital, dado que o capital escasso;

    - O uso de endividamento facilita a concentrao da propriedade nas mos das pessoas mais capazes de afetar o valor: os gerentes e os empregados; isso benfico no sentido que diminui a presso sobre estas pessoas para criar muito mais valor, j que o custo de capital prprio (retorno exigido pelos acionistas) maior que o custo de capital de terceiros (juros de dvida);

    - Outra vantagem do endividamento reside no fato de que o desejo de pagar a dvida freqentemente estimula a venda de ativos ou negcios, os quais normalmente no so os melhores destinos a empregar capital. Desse modo, os recursos so dirigidos ao seu melhor uso; e

    - A ltima razo de origem psicolgica; endividamento cria a iluso de stress financeiro, muito embora seja essencial e saudvel para o negcio. Desse modo, cria-se, conseqentemente, um senso de urgncia benfico para criar valor, direcionando eficientemente os recursos disponveis.

    Capital Prprio

    O mtodo mais utilizado para estabelecer o custo do capital prprio o CAPM (Capital Asset Pricing Model ou Modelo de Precificao de Ativos de Capital); um modelo que associa o risco e o retorno para determinado ativo e que pode ser calculado atravs da seguinte equao:

    kj = Rf + [bj x (km - Rf)]

    Onde,

    kj = retorno exigido sobre o ativo j (ou ke, custo do capital prprio)

    Rf = taxa de retorno livre de risco (medida geralmente pelo retorno sobre o Ttulo do Tesouro)

    bj = coeficiente beta do ativo j ( um ndice do grau de movimento do retorno do ativo j em resposta mudana no retorno do mercado)

    O coeficiente beta funo da relao entre o retorno exigido sobre determinado ativo e o retorno exigido pelo mercado, ou seja, uma medida da sensibilidade da variao dos retornos de determinada ao em resposta a variaes do retorno de alguma medida do mercado; segundo ROSS, WESTERFIELD E JAFFE (1995), tal coeficiente abarca o risco sistemtico, , portanto, qualquer risco que afeta um grande nmero de ativos, e cada um deles com maior ou menor intensidade) no modelo CAPM. H muitas variaes no modo como o beta medido, dependendo da fonte que publica os betas, portanto, o beta de um ativo calculado por uma fonte pode ser diferente do beta calculado para o mesmo ativo por uma outra fonte.

    Este coeficiente beta para determinado ativo pode ser interpretado da seguinte maneira:

    - se beta > 1,0: um coeficiente beta maior do que 1 significa que, quando a taxa de retorno do mercado move-se, seja para cima ou para baixo, a taxa de retorno exigida sobre determinado ativo tende a se mover no mesmo

  • 34

    sentido, porm em maior magnitude. Por exemplo, para determinada ao com beta igual a 1,5, se o retorno do mercado aumenta em 10%, o retorno exigido sobre esta ao aumentar em 15%;

    - se beta = 1,0: um coeficiente beta igual a 1 significa que, quando a taxa de retorno do mercado varia, a taxa de retorno exigida sobre determinado ativo tambm varia no mesmo sentido na mesma proporo;

    - se 1 < beta 0: um coeficiente beta menor do que 1 e maior ou igual a 0 significa que, quando a taxa de retorno do mercado move-se, seja para cima ou para baixo, a taxa de retorno exigida sobre determinado ativo tende a se mover no mesmo sentido, porm em menor magnitude. Por exemplo, para determinada ao com beta igual a 0,8, se o retorno do mercado aumenta em 10%, o retorno exigido sobre esta ao aumentar em 8%;

    - se beta < 0: neste raro caso, um coeficiente beta menor do que zero significa que, quando a taxa de retorno de mercado move-se, seja para cima ou para baixo, a taxa de retorno exigida sobre determinado ativo tende a se mover no sentido contrrio.

    O modelo CAPM pode ser melhorado atravs da incorporao de mais dois elementos: o prmio de risco por menor tamanho e o prmio de risco associado a uma companhia especfica.

    O prmio de risco por menor tamanho se deve a estudos empricos (estudos da Ibbotson Associates e estudos da Price Waterhouse1) que indicam que os retornos totais de companhias menores tm sido significativamente maiores em um longo do tempo do que a frmula original do CAPM indicava.

    A Ibbotson Associates, uma firma de consultoria norte-americana, explicou em uma das edies da Stocks, Bonds, Bills and Inflation Yearbook (SBBI), uma publicao anual com dados histricos, comentrios e outras informaes estatsticas, que todas as companhias americanas, exceto as maiores, exigiam um ajuste para mais em seu custo de capital. Este estudo analisou aes da New York Stock Exchange (NYSE) desde 1926 at 1997, baseando-se nos dados do Center for Research in Security Prices (CRSP) da Universidade de Chicago. As empresas foram ordenadas em dez grupos distintos, segundo sua capitalizao; foram ento calculados os coeficientes beta para cada grupo (considerando o horizonte de tempo 1926-1997) e, posteriormente, calcularam-se os retornos para cada grupo, dado o coeficiente beta encontrado. Verificou-se assim que os retornos calculados para tal coeficiente beta eram menores do que os retornos verdadeiros (exceto para as maiores empresas), denotando que pode ser adicionado um prmio pelo risco de menor tamanho quando do clculo do custo de capital da empresa.

    Os estudos da Price Waterhouse foram similares aos da Ibbotson Associates, divergindo apenas no perodo de tempo coberto (1963-1997), no nmero de grupos formados (25, ao invs dos 10 grupos formados pela Ibbotson Associates) e no nmero de critrios de tamanho utilizados. Apesar dessas diferenas, as concluses foram idnticas.

    O prmio de risco associado a uma companhia especfica refere-se a uma parcela de risco diversificvel (ou no-sistemtico) que determinada empresa apresenta e que ser considerado se no houver diversificao da carteira (isso porque o risco diversificvel ou no-sistemtico refere-se parcela de risco de um ativo que est associada a causas randmicas e, portanto, pode ser eliminado por meio de uma diversificao da carteira de ativos). Tal ajuste se d baseado em determinadas caractersticas da empresa; PRATT (1998) enumera algumas:

    - Risco da Indstria: a indstria na qual uma companhia opera pode ter mais ou menos risco do que a mdia das outras companhias na mesma categoria de tamanho. Esse diferencial de difcil mensurao, todavia, se a empresa est obviamente em uma indstria risco muito baixo ou muito alto, um ou dois pontos de ajuste, para baixo ou para cima, seria adequado.

    -

    1 Estudos realizados por firmas de consultoria norte-americanas acerca dos verdadeiros retornos das companhias abertas da New York Stock

    Exchange. Para maiores informaes, consultar: PRATT, Shannon P., Cost of Capital. Nova Iorque: Editora Wiley Frontiers in Finance,

    1998. pp.89-95

  • 35

    - Volatilidade dos Retornos: a alta volatilidade do retorno (geralmente medido pelo desvio-padro do histrico dos retornos em dado perodo) outro fator de risco. Entretanto, sem dados comparveis da mdia de outras companhias de mesma categoria de tamanho e indstria, no possvel realizar tal comparao. Se, quando do clculo do custo de capital, se perceber que os retornos da empresa em questo esto extraordinariamente estveis ou extraordinariamente volteis em comparao com outras empresas de mesma categoria e indstria, algum ajuste deve ser feito para este fator.

    - Alavancagem: se a estrutura de capital da empresa em questo difere significativamente da mdia das empresas de mesma categoria e indstria, algum ajuste, para cima ou para baixo, no custo de capital seria adequado.

    - Outros fatores especficos da companhia a serem considerados: concentrao da base de clientes, dependncia de uma pessoa-chave, dependncia de um fornecedor-chave, processos legais pendentes, entre outros.

    Desse modo, o modelo CAPM expandido apresenta-se da seguinte maneira:

    kj = Rf + [bj x (km Rf)] + RPs + RPu

    Onde,

    RPs = Risk Premium for Small size ou prmio de risco por menor tamanho

    RPu = Risk Premium attributable to the especific company ou prmio de risco associado a uma companhia especfica

    Segundo PRATT (1998), este mtodo implica em 8 suposies (podendo variar de acordo com a peculiaridade do negcio, do risco associado, do tipo de projeto, etc.):

    1. Investidores tm averso risco;

    2. Investidores racionais procuram manter portiflios diversificados;

    3. Todos os investidores tm expectativas semelhantes em relao a certas variveis como taxas de retorno esperadas;

    4. Todos os investidores tm horizontes idnticos acerca da maturidade do investimento;

    5. No h custos de transao;

    6. No h taxas relacionadas ao investimento;

    7. A taxa recebida por emprestar recursos igual ao custo de captao de recursos; e

    8. O mercado tem perfeita divisibilidade e liquidez, isto , os investidores podem comprar ou vender rapidamente seus ttulos de dvida ou propriedade.

    WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL (WACC)

    Quando se quer avaliar o custo de capital de uma companhia, cuja estrutura de capital formada tanto por capital prprio quanto de terceiros, o melhor mtodo a ser empregado o WACC (Weighted Average Cost of Capital ou Custo Mdio Ponderado de Capital). O WACC baseia-se no custo lquido de cada componente, ou seja, os efeitos decorrentes de impostos so considerados (por exemplo, como foi visto anteriormente, os juros oriundos de

  • 36

    emprstimos contrados junto a terceiros reduzem o imposto de renda, medida que reduzem o resultado da empresa), pois constituem uma despesa de caixa para a empresa.

    Este mtodo especialmente apropriado para seleo de projetos/investimentos quando do oramento de capital; isso porque as propores de capital prprio e de terceiros que iro financiar diferentes projetos podem diferir e o custo de capital deveria ser baseado no investimento especfico.

    O WACC pode assim ser calculado:

    WACC = kd x (1 - T) x (D/C) + ke x (E/C)

    Onde,

    kd = (cost of debt) custo de capital de terceiros aps impostos em dlares

    ke = (cost of equity) custo de capital prprio em dlares americanos

    D/C = Capital de Terceiros/Capital Total (a valores de mercado)

    E/C = Capital Prprio/Capital Total (a valores de mercado)

    T = imposto; efeito deduo de Imposto de Renda

    ESTRUTURA DE CAPITAL E USOS

    A estrutura de capital, portanto, refere-se forma como a empresa financia os seus ativos e investimentos, isto , composio de seu financiamento, entre capital prprio e capital de terceiros. A deciso do modo como a empresa se financia de relevncia vital para a firma, visto que tal deciso tem impactos em diversas aes da empresa. Alguns importantes usos relacionados:

    - Valor da empresa: a estrutura de capital pode contribuir para o incremento de valor na empresa, atravs dos benefcios mencionados anteriormente pela utilizao de capital de terceiros; e

    - Planejamento: a deciso de financiamento, ou seja, os custos de capital e prazos associados a determinado projeto ou perodo de exerccio, essencial para que o planejamento e previso dos fluxos de caixa envolvidos sejam executados mais facilmente;

    Estrutura de Capital tima

    Se os custos de capital (prprio e de terceiros) permanecessem constantes, e considerando o benefcio fiscal oriundo de endividamento, o ideal seria compor a estrutura de capital da empresa apenas com capital de terceiros, isto , financiar todos os ativos da empresa com dvidas. Entretanto, isto no possvel na realidade. Assim, imprescindvel, quando do uso crescente de capital de terceiros em detrimento de capital prprio, recordar a proposio II de Modgliani-Miller2, que argumenta que o retorno esperado do capital prprio diretamente associado ao endividamento, pois o risco do capital prprio se eleva com o endividamento. Isto facilmente verificado atravs da seguinte equao:

    2 Para maiores informaes, consultar: ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., e, JAFFE, Jeffrey F., Administrao Financeira

    Corporate Finance. So Paulo: Editora Atlas, 1995. p. 307-308

  • 37

    ke = k0 + DE ( k0 - kd)

    Onde,

    k0 = custo do capital de uma empresa sem capital de terceiros

    Nota-se que a equao acima mostra que o retorno exigido do capital prprio uma funo linear do quociente entre capital de terceiros e capital prprio. Examinando a equao, percebe-se ainda, que se k0 for superior taxa de juros k(ou custo de capital de terceiros), ento o custo do capital prprio crescer na mesma proporo do quociente capital de terceiros/capital prprio, D/E. Isso ocorre porque a possibilidade de falncia exerce um efeito negativo sobre o valor da empresa, apesar de que no o risco de falncia em si que reduz o valor, mas sim, os custos associados falncia que produzem perda valor, ou mais genericamente, os custos de dificuldades financeiras3. Tais custos englobam custos diretos de dificuldades financeiras (como as despesas judiciais e administrativas de liquidao ou concordata), custos indiretos de dificuldades financeiras (como a reduo da capacidade de operao) e custos de agency (aqui, referemaos custos associados aos conflitos de interesses entre acionistas e credores).

    Estes custos contribuem para a elevao do custo de capital da empresa e portanto, h um estmulo para que a empresa elimine tais custos; porm, pode-se somente reduzi-los e no elimin-los, por meio de clusulas protetoras, consolidao das dvidas ou outro instrumento de garantia de idoneidade dos administradores financeiros, j que a eliminao por completo destes necessitaria de diversos outros instrumentos que por

    Portanto, uma estrutura tima de capital no composta simplesmente somente por capital de terceiros e seu clculo tampouco tarefa fcil, devido dependncia de diversas variveis; o que percebido na prtica que as empresas geralmente assumem montantes moderados de dvida, sendo que esse montante moderado varia para cada setor econmico, devido s suas particularidades.

    Uma representao grfica auxilia na compreenso da chamada estrutura tima de capital:

    3 Para maiores informaes, consultar: ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., e, JAFFE, Jeffrey F., Administrao Financeira

    Corporate Finance. So Paulo: Editora Atlas, 1995. p. 325-326

    Nvel timo de capital de terceiros

    = Valor da empresa,

    segundo MM, com

    imposto de renda de

    pessoa jurdica e

    dvidas

    V = Valor efetivo da empresa

    Valor da Empresa (V)

    Valor mximo da

    empresa

    VU = Valor da empresa sem dvidas

    VL = VU + T x kd

    VPL 1

    VPL 2

  • 38

    kd*

    Capital de Terceiros (kd)

    Fonte: ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., e, JAFFE, Jeffrey F., Administrao Financeira Corporate Finance adaptado.

  • 39

    Onde:

    VPL1 = Valor presente do benefcio fiscal com a utilizao de capital de terceiros

    VPL2 = Valor presente dos custos de dificuldades financeiras

    Graficamente, percebe-se ento que o benefcio fiscal, oriundo do financiamento com capital de terceiros, eleva o valor da empresa, entretanto, a possibilidade de dificuldades financeiras reduz o valor da mesma, assim, os dois fatores se compensam produzindo um nvel timo de endividamento. Esse nvel timo porm, de determinao impossvel, visto que a quantidade de informaes necessrias para tal no compensaria o menor custo de capital dessa estrutura tima.

    FAM, BARROS e SILVEIRA (2001) demonstraram, por meio de pesquisa emprica, que a estrutura de capital relevante, obtendo resultados similares aos obtidos por WESTON (1963), todavia, afirmam que, embora a combinao entre capital prprio e capital de terceiros seja relevante, a identificao de pontos nos quais esta combinao seria tima no foi possvel.

    GITMAN (1997) apresenta alguns fatores a serem considerados quando do estabelecimento da estrutura de capital da empresa:

    - Risco operacional: a estabilidade da receita e o fluxo de caixa apresentados pela empresa influenciam na escolha da estrutura de capital adequada para a mesma, medida a capacidade para cumprir com as obrigaes assumidas com o uso de recursos de terceiros ser mais facilmente calculada;

    - Custos de agency: obrigaes contratuais, preferncias da administrao e instrumentos de controle limitam o tipo de financiamento e a quantidade envolvida, afetando, portanto, a estrutura de capital da organizao; e

    - Informaes assimtricas: referentes avaliao externa do risco e o timing, afetam a captao de recursos de terceiros, medida que as classificaes de risco podem variar de credor para credor, alm do contexto econmico que pode prejudicar a obteno de financiamento junto a fontes de recursos de terceiros.

    Outras Dificuldades Relacionadas Estrutura de Capital tima

    Nota-se que a definio de uma estrutura de capital tima demanda diversas informaes, as quais anulariam o menor custo proporcionado por essa estrutura de capital; h um aspecto observado em empresas no-americanas que pode dificultar ainda mais o estabelecimento dessa estrutura: o custo do capital prprio.

    O clculo do custo do capital prprio normalmente envolve a frmula CAPM, o qual utiliza um coeficiente beta que obtido atravs das variaes nos preos das aes da empresa em resposta a variaes de uma carteira representativa de todos os ativos do mercado; este clculo, em empresas brasileiras, por exemplo, feito de maneira errnea e simplista. Geralmente, quando da necessidade do conhecimento do capital prprio de determinada firma brasileira, faz-se um paralelo com empresas norte-americanas similares para a

  • 40

    obteno do coeficiente beta adequado para a firma em questo, com os devidos ajustes, claro, porm, p resultado viesado.

    SANVICENTE e MINARDI (1999) propem uma outra forma de clculo do beta:

    Beta = ___________ Sendo os trs betas no numerador estimados por mnimos quadrados ordinrios, a saber: k = -1, quando o beta estimado com a regresso linear simples entre os retornos Ri,t e Rm,t-1 k = 0, quando a regresso envolve os retornos Ri,t e Rm,t k = +1, quando a regresso envolve os retornos Ri,t e Rm,t+1

    e, = coeficiente de correlao entre Rm,t e Rm,t-1, sendo i a ao analisada, e m o ndice criado pelo IBMEC em seminrio realizado em 1997. Este ndice foi criado a partir de uma amostra de 67 aes includas no ndice Bovespa, sendo que as aes receberam peso igual na composio deste ndice; a taxa de retorno deste ndice, em um ms qualquer, igual mdia aritmtica dos retornos das aes que o compem. Assim, percebe-se que esta metodologia mais adequada do que a utilizada na maioria dos clculos do custo de capital, j que a realidade da empresa brasileira torna-se melhor representada4.

    ESTRUTURA DAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS

    ESTRUTURA DO ATIVO

    O ativo representa os bens e direitos que a empresa possui.

    Na legislao brasileira, o Ativo dividido em 3 grupos.

    Cada um dos 3 grupos do Ativo definem prazos diferentes para a realizao de cada

    Ativo. Realizar um ativo significa transforma-lo em dinheiro.

    O ativo representa as aplicaes ou usos dos recursos.

    4 Para maiores informaes, consultar: SANVICENTE, Antnio Zoratto, MINARDI, Andrea Maria

    Accioly Fonseca, Problemas de Estimao do Custo de Capital no Brasil. So Paulo, IBMEC, Relatrio

    de Pesquisa, junho de 1999.

    k = -1

    1+ 2

  • 41

    Normalmente, temos ativos quando se aplica recursos na sua compra ou aquisio.

    O Balano mostra qual o volume de recursos que a empresa utilizou para manter ou

    aumentar seus ativos. O Balano tambm mostra como os recursos sero distribudos

    dentro do Ativo e, de forma muito genrica, em quanto tempo tais recursos iro ser

    recuperados ou novamente transformados em dinheiro.

    Essencialmente, a anlise do ativo deve ser feita observando-se quando h de recursos

    de curto prazo (Circulante) e quanto h de longo prazo (Realizvel e Permanente).

    O ativo mais importante o de curto prazo, que normalmente tem maior liquidez e

    que utilizado para garantir o pagamento de despesas e dividas. Dentro deste grupo,

    certamente as contas mais relevantes so Duplicatas a Receber e os Estoques.

    O ativo imobilizado mostra somente o volume de recursos que permanece mais tempo

    na empresa. Uma anlise mais profunda exige informaes adicionais que devem ser

    buscadas diretamente com a empresa, pois o Balano pobre para mostrar como est

    composta a capacidade produtiva da empresa, como so suas instalaes e mquinas

    e se no h riscos envolvidos na rea de produo.

    ESTRUTURA DO PASSIVO

    O Passivo representa as dividas e obrigaes que a empresa possui.

    O Passivo tambm divido em 3 grupos.

    Cada um dos 3 grupos do Passivo definem prazos diferentes para o pagamento das

    dividas. Para efeito de anlise, o Passivo se divide essencialmente em: Recursos de

    Terceiros (que so dividas efetivas) e Recursos Prprios (que so recursos que

    pertencem aos scios, mas que so utilizados pela empresa).

    O passivo representa as fontes ou origens dos recursos.

    Todos os recursos que a empresa tm em seus ativos so financiados por recursos do

    Passivo. Por esta razo o Ativo sempre igual ao Passivo.

  • 42

    No Balano, identificamos como a empresa est financiando seus ativos e qual o

    volume total deste recursos.

    As fontes que financiam a empresa so:

    Recursos de Terceiros Passivo Circulante (curto prazo) e

    Exigvel Longo Prazo (longo prazo)

    Recursos Prprios Capital integralizado pelos scios e Lucros

    A relao entre Recursos de Terceiros e Recursos Prprios que vai definir quanto a

    empresa depende de terceiros. Recursos de terceiros so fontes que provm de

    empresas ou pessoas que no tm vnculo societrio com a empresa.

    Quanto maior o volume de recursos de terceiros (fornecedores, impostos, salrios,

    emprstimos, etc.) representa maior risco financeiro, pois a empresa passa a trabalhar

    muito mais com recursos de outros que com seus prprios recursos.

    ESTRUTURA DA DEMONSTRAO DE RESULTADOS

    A Demonstrao de Resultado mostra:

    Receita so FONTES de recursos

    Despesas e Custos so APLICAES de recursos

    Diferentemente do Ativo e Passivo, que mostram os saldos de cada conta, a

    Demonstrao de Resultados mostra a soma dos valores do perodo (no caso de

    Balanos, o perodo anual).

    A Demonstrao de Resultados feita com o objetivo de mostra os resultados, isto ,

    lucro ou prejuzo. Para isto, somam-se as receitas e diminuem-se as despesas ou

    custos, obtendo assim os resultados.

    A informao importante da Demonstrao , sem dvida, o resultado final.

  • 43

    Quanto maior os lucros que uma empresa puder obter, maior sua capacidade de

    investir em seus ativos, utilizando seus recursos prprios.

    Muitas empresas no conseguem sobreviver ou expandir suas atividades exatamente

    porque geram lucros muito baixos ou at prejuzos.

    Empresas que tm prejuzos constantes exigem maior ateno. O prejuzo exige uso de

    recursos para pag-los e as alternativas que uma empresa tm para isso desfazer-se

    de ativo ou buscar recursos de terceiros, aumentando assim suas dvidas.

    Podemos dividir as demonstraes financeiras da seguinte forma :

    a) Demonstraes Financeiras Primrias: Balano Patrimonial e Demonstrao de

    Resultado;

    b) Demonstraes Financeiras Secundrias: principalmente a Demonstrao de

    Origens e Aplicao dos Recursos;

    c) Mtodos de Anlise: Horizontal e Vertical; e

    d) ndices: grandezas relativas construdas a partir dos nmeros (Demonstrao

    Primria)

    O objetivo da anlise pode ser variado e depender do ponto de vista e necessidade do

    gestor financeiro, podendo referir-se ao passado, presente ou futuro em termos de

    situao e desempenho da empresa em referncia. Importante salientar que, ainda

    que os dados contbeis se refiram a eventos passados, pode-se valer dos mesmos para

    uma projeo futura.

    CONCEITOS BSICOS DE ANLISE

    CAPITAL DE GIRO:

    o Ativo Circulante. O capital de giro um fluxo constante de recursos utilizado para aquisio de

    estoques, financiamento de vendas aos clientes (duplicatas a receber) e, em caso de

    sobras, utilizado em aplicaes financeiras temporrias.

  • 44

    com estes recursos que a empresa ir manter sua situao de liquidez, pois eles

    sero utilizados no pagamento de dvidas e, uma vez pagos os credores, eles voltam a

    conceder crditos e, assim manter o fluxo de capitais de terceiros na empresa.

    O fluxo de capital de giro no constante. Ele varia ao longo dos meses do ano.

    Empresas com caractersticas sazonais so um exemplo. Esta variao pode ser dar em

    funo dos volumes, que aumentam ou diminuem, como tambm em funo dos

    prazos, que podem se alongar ou estreitar ao longo do ano.

    CAPITAL DE TERCEIROS

    Recursos de terceiros so as dvidas de curto e longo prazos mostradas no Passivo

    (Circulante Exigvel).

    Os recursos de terceiros tm origem sob duas formas:

    Recursos Naturais ou Operacionais: so aqueles provenientes da atividade normal e

    operacional da empresa;

    Exemplos: fornecedores (todos concedem um prazo para pagamento),

    salrios,encargos sociais e impostos a pagar (a lei e o Governo concedem um prazo

    para recolhimento ou pagamento), conta a pagar (luz, gua, etc. que sempre so

    enviadas com prazo para pagamento).

    A empresa se utiliza estes crditos de forma normal (no por atrasos de pagamento)

    pode obter excelente forma de se financiar sem depender excessivamente de outros

    recursos.

    Fonte operacional (mas que no capital de terceiros): o lucro. uma fonte diria de

    recursos e a mais importante de todas.

    Recursos No Operacionais: So recursos adicionais que a empresa busca para suprir

    suas necessidades de financiar ativos ou pagar despesas, uma vez que suas fontes

    naturais no foram suficientes para faz-lo. Os exemplos mais comuns so:

    emprstimos ou financiamentos bancrios, emprstimos de coligadas ou scios,

    atrasos ou parcelamento de impostos ou de outras dvidas;

    Os recursos no operacionais so chamados tambm de recursos onerosos. O termo

    oneroso nem sempre correto tecnicamente, pois leva a crer que estes recursos tm

    um custo, enquanto os crditos naturais no contm custos.

    Sabemos que os fornecedores, quando vendem a prazo, embutem em seus preos os

    custos financeiros.

    LIQUIDEZ

    a rapidez ou o tempo com que os ativos se transformam em dinheiro.

  • 45

    Quanto mais rpido, maior a liquidez daquele ativo. Diz-se que um ativo tm elevado

    grau de liquidez quando ele se transforma em dinheiro rapidamente.

    O grau de liquidez determinado pela natureza ou utilidade de um ativo. Ativos

    procurados por muitas pessoas tm maior liquidez, porque ele tem utilidade para

    muitas pessoas. Uma aplicao financeira tem liquidez pela sua natureza. Um direito

    de recebimento imediato.

    No Balano, as contas do Ativo Circulante esto ordenadas pela ordem de liquidez.

    Caixa e Bancos, mais Aplicaes Financeiras, formam o conjunto de maior liquidez,

    pois so recursos j sob domnio da administrao da empresa que pode utiliza-los

    imediatamente. Duplicatas a Receber compem o segundo bloco de melhor liquidez.

    Por fim, estoques vendidos a prazo so os menos lquidos, pois originam duplicatas.

    Eventualmente, deve ser considerar de boa liquidez os estoques vendidos vista,

    sobretudo em alguns setores de comrcio, onde a quase totalidade das vendas feita

    vista. Neste caso, importante conhecer o prazo mdio com que a empresa gira seus

    estoques.

    CAPITAL PROPRIO

    representado pelo Patrimnio Lquido. So recursos que pertencem aos scios e que esto sendo utilizados na empresa. O Patrimnio Lquido representa apenas o registro dos recursos. Este recursos, em verdade, esto sendo utilizados no ATIVO. Os recursos so fornecidos pelos scios (capital social) mas nem todo o valor do capital necessariamente recursos que os scios integralizam. O capital pode ser aumentado com a Correo Monetria e com os lucros.

    Da mesma forma, os lucros acumulados representam o montante de lucros gerados em vrios anos e que ainda no foram utilizados para aumentar o capital, para aumentar as Reservas de Lucros ou para distribuir aos scios, como dividendos.

    Na anlise financeira, deve-se concentrar a ateno no total do Patrimnio Lquido e no em cada uma de suas contas individuais. Quanto maior for o volume de recursos prprios, menor ser a dependncia de capital de terceiros e maior a possibilidade da empresa ter recursos para financiar todo seu Ativo Permanente e ainda sobrar recursos para financiar seu Capital de Giro, aumentado assim sua liquidez e capacidade de pagar dvidas.

  • 46

    ESTRUTURA DE CAPITAL

    Entende-se por estrutura de capital a relao entre os volumes de fontes e aplicaes

    de recursos. Alm disso, relaciona-se as fontes e as aplicaes de LONGO PRAZO

    como forma de ver como so financiados os 3 grupos principais do Ativo. De uma

    forma geral, ativos de longo prazo (Permanente e Realizvel) devem ser financiados

    por fontes de longo prazo.

    TIPOS DE BALANO

    LEGISLAO SOCIETRIA

    o tipo utilizado por todas as empresas LTDA. e S.A. de Capital Fechado.

    o tipo mais comum e o mais encontrado.

    Estas empresas apresentam seus Balanos com VALORES NOMINAIS DE CADA

    PERODO DO BALANO. Assim, se o Balano da empresa de Dezembro de 1994, os

    saldos apresentados estaro em valores de R$ em Dezembro de 1994. Se o Balano

    apresentado for de Dezembro de 1995, os saldos estaro apresentados com valores

    em R$ de Dezembro de 1995.

    Sabendo disto, fcil concluir que os valores de 1995 carregam valores

    aproximadamente 20% maiores que os de 1994 em funo de inflao ocorrida

    durante o ano de 1995. Isto quer dizer que diferenas em torno de 20% foram

    causadas mais em funo da inflao que por aumentos ou redues reais.

    CORREO INTEGRAL ou MOEDA CONSTANTE

    a forma obrigatria para S.A. de Capital Aberto (empresas com aes negociadas em

    Bolsa de Valores ou com debntures emitidas). Este tipo de Balano regulamentado

    pela CVM (Comisso de Valores Mobilirios).

    Estas empresas publicam seus Balanos atualizando todos os valores para a moeda da

    data do ltimo Balano.

  • 47

    Assim um Balano de Dezembro de 1994, ter todos os valores, incluindo os da

    Demonstrao de Resultados, atualizados para Dezembro de 1995 em R$.

    Como ela deve publicar, lado a lado, o Balano de 1994 e de 1995, tais valores podem

    representar diferenas reais entre eles, uma vez que foi eliminada a inflao. Qualquer

    variao entre os valores j ser uma variao real.

    NENHUM TIPO

    As micro-empresas no so obrigadas a manter escriturao contbil normal. Esto,

    portanto, desobrigadas de apresentar Balanos na forma da legislao. So

    consideradas micro empresas as que tenham auferido, no ano-calendrio, receita

    bruta igual ou inferior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais).

    Empresa de Pequeno porte a pessoa jurdica que tenha auferido, no ano calendrio,

    receita bruta superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte reais) e igual e inferior a R$

    720.000,00 (setecentos e vinte mil reais).

    As empresas com lucro presumido podem ou no apresentar Balano. Caso no

    tenham Balano so obrigadas a fazer fluxo de caixa mensal, onde registrado

    tambm, o movimento bancrio. As empresas com lucro presumido pagam Imposto

    de Renda com taxas que variam de 2% a 8% sobre o valor total do faturamento,

    independente dos lucros ou prejuzos obtidos. Para ser tributada com base em lucro

    presumido a empresa deve ter feito esta opo e ter, no mximo, faturamento anual

    de 12.000.000 UFIRs por ano.

    As firmas individuais enquadram-se no conceito de micro empresas ou lucro

    presumido de acordo com o valor de seu faturamento anual. Firma individual uma

    empresa com um nico scio e cujo nome sempre igual ao nome do dono.

    NDICES FINANCEIROS CONCEITO:

  • 48

    A anlise por ndices financeiros uma das ferramentas mais utilizadas no mercado

    financeiro. Mas uma anlise feita somente com ndices financeiros uma anlise fraca

    e pobre, e certamente poder conter inmeras falhas.

    ndices financeiros no so suficientes para um julgamento adequado e uma deciso

    correta. ndices financeiros aliados anlise vertical j mostram de forma melhor a

    situao financeira da empresa.

    Os ndices financeiros dividem-se em 4 grupos:

    NDICES DE LUCRATIVIDADE

    NDICES DE ENDIVIDAMENTO

    NDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL

    NDICES DE LIQUIDEZ E DE PRAZOS MDIO

    Os ndices Financeiros poder ficar iguais ou ter variaes, de acordo com a mudana

    no valor de qualquer um dos componentes de sua frmula.

    Se consideramos como exemplo a frmula acima, poderemos ter as seguintes

    variaes no ndice:

    O ndice ficar IGUAL

    a) Se o Numerador aumentar e a Base aumentar em igual proporo (por exemplo:

    10% para ambos).

    NDICES FINANCEIROS Exemplos de Variao nos ndice

    0,83 200.1

    000.1

    Base

    Numerador==

  • 49

    0,83 320.1

    100.1=

    b) Se o Numerador diminuir e a Base diminuir em igual proporo (por exemplo: 20%

    para ambos).

    0,83 960

    800=

    O ndice ir AUMENTAR

    a) Se o numerador aumentar (30%) e a Base ficar igual

    1,08 200.1

    300.1=

    b) Se o Numerador aumentar (15%) e a Base aumentar (5%)

    0,91 260.1

    150.1=

    c) Se o Numerador aumentar (20%) e a Base diminuir (-10%)

    1,11 080.1

    200.1=

    d) Se o Numerador ficar igual e a Base diminuir (-50%)

    1,67 600

    100.1=

    NDICES FINANCEIROS Exemplos de Variao nos ndice

    0,83 200.1

    000.1

    Base

    Numerador==

  • 50

    e) Se o Numerador diminuir (-10%) e a Base diminuir (-20%)

    0,94 960

    900=

    O ndice ir DIMINUIR

    a) Se o Numerador diminuir (-5%) e a Base aumentar (10%)

    0,72 320.1

    950=

    b) Se o Numerador diminuir (-30%) e a Base ficar igual

    0,58 200.1

    700=

    c) Se o Numerador diminuir (20%) e a Base diminuir (-5%)

    0,70 140.1

    800=

    d) Se o Numerador ficar igual e a Base aumentar (10%)

    0,76 320.1

    000.1=

    e) Se o Numerador aumentar (20%) e a Base aumentar (50%)

    0,67 800.1

    200.1=

  • 51

    Tipos de ndices financeiros

    ndices financeiros fornecem ao analista uma ferramenta muito til para recolher

    informaes das demonstraes financeiras de uma empresa. O ndice, ou ndices

    selecionados para uso pelo analista dependem da razo pela qual se faz a anlise. Por

    exemplo, um funcionrio da rea de emprstimos comerciais analisando uma

    solicitao de emprstimo estaria interessado em determinar a habilidade do

    requerente em pagar o emprstimo quando devido. Neste caso, o analista estaria

    preocupado com o nvel de fluxo de caixa da empresa em relao ao seus nveis

    propostos e existentes de pagamentos do principal e dos juros. H um nmero quase

    ilimitado de ndices financeiros concebveis que podem ser projetados. Para dar uma

    ordem a nossa discusso deste ndices, geralmente so classificados em categorias,

    conforme faam referncia e liquidez, eficincia, alavancagem, lucratividade, etc.

    Neste ponto deveramos comentar como os ndices financeiros deveriam ser utilizados

    numa anlise financeira. Como mencionamos anteriormente, ndices so

    simplesmente ferramentas para se juntar informao. Eles podem oferecer informao

    num senso absoluto, como no caso do ndice de Liquidez Seca onde o ndice igual a 1

    indica solvncia. Adicionalmente, ndices podem ser analisados num senso relativo

    atravs da comparao com os ndices da mesma empresa em outros exerccios, ou

    ainda atravs da comparao dos ndices da empresa em anlise com padres do

    ramo, ou ndices alvo. Esses ndices alvo podem ser determinados a partir de um

    exame de ndices similares de outras empresas ou pelo exame do mesmo ndice para a

    empresa em anlise, mas em um perodo anterior. Um dado importante para anlise

    dos ndices so os ndices ou coeficientes-padres mdios das outras empresas do

    mesmo ramo de atividade.

    ANLISE VERTICAL E HORIZONTAL

    Uma ferramenta til para detectar tendncias so as anlises vertical e horizontal.

    Apresentamos estes recursos a seguir.

    ANLISE VERTICAL

  • 52

    Tem por objetivo determinar a relevncia de cada conta em relao a um valor total.

    No Balano Patrimonial calcula-se a participao relativa das contas, tomando-se como

    base o seu capital total. J na Demonstrao de Resultados, o referncial passa a ser o

    valor da Receita Operacional Lquida.

    Ela alcanada determinando-se o que cada item da demonstrao financeira

    representa como porcentagem de uma dada base. A base geralmente o total dos

    ativos no caso do balano patrimonial, e vendas lquidas, no caso de demonstrao do

    resultado do exerccio. Ela envolve olhar para cima e para baixo nas colunas do

    balano patrimonial e fazer comparaes. Para demonstraes de resultado do

    exerccio, isto representa estabelecer vendas lquidas de 100% e ento calcular a

    porcentagem de vendas lquidas para cada custo, despesa ou outra categoria.

    ANLISE TCNICA:

    A anlise vertical a tcnica mais simples e tambm a mais completa para anlise de

    Balano. Ela mede PROPORES entre valores, ajudando-nos a determinar quais as

    contas de maior importncia e relevncia para a anlise.

    Na anlise do Ativo, ela mede com a empresa distribui ou usou seus recursos dentro

    do Ativo. importante comear esta anlise pelos principais grupos (Circulante,

    Permanente e Realizvel L. Prazo) e s depois ver cada conta isoladamente (Duplicatas

    a Receber, Estoques, Imobilizado, etc).

    Na anlise do Passivo, ela mede como a empresa obteve os recursos que esto

    ajudando a financiar seus ativos. importante comear a anlise pelo Patrimnio

    Lquido (a principal fonte de recursos) e depois os dois grupos de dvidas (Circulante e

    Exigvel L.Prazo) e s ento cada conta isoladamente. No se deve, porm, analisar as

    contas dentro do Patrimnio Lquido (analise apenas o total dele).

    ANLISE VERTICAL CONCEITOS

  • 53

    Na anlise da Demonstrao de Resultados, ela mede quanto cada custo ou despesa

    consumiu das receitas e, no fim, se houve sobras (lucros) ou faltas (prejuzos).

  • 54

    FORMULA DE CLCULO

    Anlise Vertical 100 Base

    conta davalor x

    Arredonde os resultados dos clculos.

    No use casas decimais.

    O Total do Ativo a base de clculo para todas as contas do Ativo.

    O Total do Passivo a base de clculo para todas as contas do Passivo (que sempre

    tem o mesmo total que o Ativo).

    A Receita Lquida de Vendas ou Vendas Lquidas a base de clculo para todas as

    contas de Demonstrao de Resultados.

    ATIVO Ano 1 % Ano 2 %

    Disponvel 230 1 420 1

    Duplicatas a Receber 10.508 27 13.285 29

    Estoques 7.848 20 11.015 24

    Outros Crditos 428 1 587 1

    CIRCULANTE 19.014 48 25.307 55

    Depsitos Judiciais 311 1 385 1

    REALIZVEL L. PRAZO 311 1 385 1

    Investimentos 1.015 3 1.015 2

    Imobilizado 19.119 48 19.152 42

    PERMANENTE 20.134 51 20.167 44

    TOTAL DO ATIVO 39.459 100 45.859 100

    PASSIVO Ano 1 % Ano 2 %

    Financiamentos 2.522 6 5.392 12

    Fornecedores 14.611 37 10.685 23

    Contas a Pagar 1.182 3 541 1

    Salrios, Tributos, Contr. 1.025 3 980 2

    ANLISE VERTICAL EXEMPLO DE CLCULO

  • 55

    CIRCULANTE 19.340 49 17.598 38

    Financiamentos 1.535 4 3.223 7

    EXIGVEL LONGO PRAZO 1.535 4 3.223 7

    Capital 12.000 12.000

    Lucros Acumulados 6.584 13.038

    PATRIMNIO LQUIDO 18.584 47 25.038 55

    TOTAL DO PASSIVO 39.459 100 45.859 100

    Para calcular a Anlise Vertical (AV) de cada conta do Balano acima utilizado a

    calculadora HP 12 C e a frmula da pagina anterior, faa o seguinte:

    Para clculo na HP 12C

    CLCULO DA AV DAS CONTAS DE ATIVO E PASSIVO

    1) Tecle f e 0 para eliminar casas decimais.

    2) Introduza