Fique de Olho

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Resoluções no site www.oangloresolve.com.br FIQUE DE OLHO ANGLO VESTIBULARES 1 apresentação Olá Entendimento de textos e expressão por escrito em Língua Portu- guesa são duas competências básicas para se obter sucesso profis- sional, seja qual for a carreira escolhida. As Comissões Examina- doras sabem disso e sabem, também, que suas provas servem de referência para o Ensino Médio. Por isso é crescente a incidência de provas discursivas nos exames seletivos de ponta. O Anglo, comprometido há muitas décadas com a preparação de candidatos aos vestibulares mais concorridos do país, oferece neste fascículo um pouco de sua experiência para ajudá-lo a elaborar res- postas a questões discursivas. Este material está dividido em 4 partes: 1 a Parte Damos sugestões para que você apresente, de forma adequada, as resoluções de questões discursivas. 2 a Parte Apresentamos exercícios resolvidos das várias disciplinas, pro- curando aplicar os ensinamentos contidos na 1 a Parte. 3 a Parte Dá orientações para você sair-se bem em provas de Redação. Apresentamos uma proposta da FUVEST, acompanhada de uma sugestão de encaminhamento. 4 a Parte Preparamos um conjunto de questões discursivas para você fa- zer em casa e conferir no nosso “site”. Bom proveito! Sucesso! Nicolau Marmo Coordenador Geral Sistema Anglo de Ensino FiqueOlho_FUV_10.indd 1 FiqueOlho_FUV_10.indd 1 11/3/09 7:54:59 PM 11/3/09 7:54:59 PM

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Anglo São Paulo

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Resoluções no site www.oangloresolve.com.br FIQUE DE OLHO • ANGLO VESTIBULARES 1

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Olá

Entendimento de textos e expressão por escrito em Língua Portu-guesa são duas competências básicas para se obter sucesso profi s-sional, seja qual for a carreira escolhida. As Comissões Examina-doras sabem disso e sabem, também, que suas provas servem de referência para o Ensino Médio. Por isso é crescente a incidência de provas discursivas nos exames seletivos de ponta.

O Anglo, comprometido há muitas décadas com a preparação de candidatos aos vestibulares mais concorridos do país, oferece neste fascículo um pouco de sua experiência para ajudá-lo a elaborar res-postas a questões discursivas.

Este material está dividido em 4 partes:

1a Parte

Damos sugestões para que você apresente, de forma adequada, as resoluções de questões discursivas.

2a Parte

Apresentamos exercícios resolvidos das várias disciplinas, pro-curando aplicar os ensinamentos contidos na 1a Parte.

3a Parte

Dá orientações para você sair-se bem em provas de Redação. Apresentamos uma proposta da FUVEST, acompanhada de uma sugestão de encaminhamento.

4a Parte

Preparamos um conjunto de questões discursivas para você fa-zer em casa e conferir no nosso “site”.

Bom proveito!

Sucesso!

Nicolau MarmoCoordenador Geral

Sistema Anglo de Ensino

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1. O desafi o da segunda faseConcluídas as provas de primeira fase, os candidatos

classifi cados para a segunda estão agora preocupados com as questões escritas, também chamadas de discur-sivas ou dissertativas. Querem (e precisam) saber que estratégias devem adotar para respondê-las com acerto e receber uma pontuação compensadora.

2. Uma resposta com dupla avaliaçãoNas provas de primeira fase, por mais complexas

que sejam, a resposta já vem elaborada, redigida pelo examinador. Cabe ao candidato apenas assinalar em que alternativa ela está situada.

Na segunda fase, as respostas devem ser elabora-das pelo candidato, o que implica dupla preocupação: com o que responder e de que modo. Não é apenas na prova de Redação que se avalia a competência escri-ta, pois cada questão discursiva avalia o conteúdo de verdade da resposta e o modo como as palavras foram escolhidas e organizadas para redigi-la.

3. Código e repertórioComo decorrência do que foi dito no item 2, a boa

resposta a uma questão discursiva depende de duas condições distintas e complementares:

• conhecimento do código;• posse de repertório.

Em termos mais compreensíveis, isso signifi ca que o candidato deve dominar a língua portuguesa (o código), tanto para compreender os dados da questão quanto para expressar-se de maneira precisa e adequa-da; e deve conhecer os vários tópicos do programa de cada disciplina. Fica então evidente que a maioria das questões discursivas é necessariamente interdiscipli-nar, pois aciona o conhecimento de, no mínimo, duas disciplinas: a língua portuguesa e o conteúdo posto em foco.

Obviamente, quando se trata de uma prova de língua estrangeira, o conhecimento do código exigido é o da língua sob consideração.

4. Resposta nota 10Uma boa resposta deve respeitar quatro máximas:

a) Objetividade: responda exatamente o que é per-guntado; não queira impressionar com erudição. Essa condição quer dizer que toda boa resposta começa com a leitura cuidadosa de cada item do enunciado da questão e dos textos (verbais ou vi-suais) propostos para análise.

b) Precisão: coloque na resposta apenas aquilo de que está seguro, usando os termos mais apro-priados para traduzir suas intenções. Não tente “enrolar”.

c) Clareza: escolha e organize as palavras de modo que o sentido do conjunto não exija desnecessário esforço de interpretação. Recomenda-se que você

faça um rascunho da resposta e que não deixe de revê-la antes de passá-la a limpo.

d) Correção: use o seu padrão de linguagem com o máximo capricho, mas sem artifi cialismos. Não é possível fazer bom uso de um dialeto que não é natural.

5. Apreensão e compreensão: duas instâncias de leitura

Costuma-se falar em duas formas de leitura:

• a apreensão, que consiste em captar os sentidos inscritos no interior do texto lido;

• a compreensão, que consiste em correlacionar os sentidos apreendidos num texto com outros depreendidos de outros textos já lidos ou ouvidos anteriormente.

Há questões discursivas que pressupõem domi-nantemente a apreensão do sentido do texto (ou dos tex-tos) proposto(s) como base; outras pressupõem tanto a apreensão quanto a compreensão; há ainda questões que exigem quase só compreensão.

EXEMPLOS:

I) Questões discursivas que são dominantemente de apreensão podem ser resolvidas quase só com as informações inscritas no texto proposto. É o caso da que vem a seguir, extraída de um exame de História da FUVEST:

“Tinha razão o camponês que declarou no VIII Congresso dos Soviets: tudo vai bem. Mas, se a terra é para nós, o pão é para vocês, isto é, para os comissá-rios; a água é para nós, mas o peixe para vocês; as fl orestas são para nós, mas a madeira para vocês.”

(“Izvestia” de Kronstadt, 25/3/1921,cit. In Henri Arvon - A Revolta de Kronstadt)

Em que sentido essa denúncia chocava-se com o projeto bolchevique de todo poder aos soviets?

Informações apreendidas da leitura do texto

A leitura do texto permite depreender os seguintes dados relevantes:

a) “tudo vai bem” é irônico;b) o texto opõe o que é para nós ao que é para

vocês (os comissários);c) essa oposição vem marcada pela conjunção mas,

que, além de estabelecer relação de oposição, in-dica que o argumento posterior tem mais peso do que o anterior;

d) tudo o que pertence à órbita do nós vem antes do mas; o que pertence à órbita do vocês vem depois.

Levando esses dados em conta, pode-se organizar o seguinte esquema:

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Emque ocódigquantda; e cada questnar, pdiscipfoco.

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Após essa análise, poderíamos esboçar uma respos-ta como esta:

A denúncia, carregada de ironia, chocava-se com o projeto bolchevique porque, na realidade, os soviets não desfrutavam dos bens a eles pro-metidos. O Estado (simbolizado pelos comissá-rios), segundo as palavras do camponês, estava cumprindo só na aparência a promessa feita pelo plano bolchevique. Aos camponeses era garantida a propriedade rural, mas lhes era negado o mais importante: os produtos da propriedade (o pão, o peixe, a madeira).

II) Há questões discursivas em que apreensão e com-preensão se equilibram. Tomemos por exemplo esta, de uma prova de História da Vunesp:

Num antigo documento egípcio, um pai dá o se-guinte conselho ao fi lho:

“Decide-te pela escrita, e estarás protegido do tra-balho árduo de qualquer tipo: poderás ser um magis-trado de elevada reputação. O escriba está livre dos trabalhos normais [...] é ele quem dá ordens [...]. Não tens na mão a palheta do escriba? É ela que estabelece a diferença entre o que és e o homem que segura o remo.”

(apud Luiz Koshiba, História – origens, estrutura e processos.)

A partir do texto, discuta o signifi cado da escrita nas sociedades antigas.

Informações apreendidas da leitura do texto

• poupa o escriba de qualquer trabalho árduo

Domínio

• abre a possibilidade de se tornar um alto

da escrita magistrado

• livra-o de trabalhos manuais

• coloca-o no comando

Em síntese, a escrita estabelece a diferença entre o comandante e o comandado.

Informações extraídas do conhecimentode mundo (compreensão)

A escrita foi a primeira invenção capaz de gravar o pensamento fora do corpo humano. Desde a origem, es-teve ligada aos segmentos de prestígio, confi gurando uma atividade sagrada.

Após essa análise, poderíamos esboçar uma respos-ta como esta:

A leitura do texto fornece pistas claras para se depreender que a escrita era considerada uma ati-vidade de grande importância. Prova disso eram os privilégios e o poder conferidos aos escribas.

III) Há questões em que o texto é um mero pretexto para perguntas. Exigem praticamente só o conhecimento de mundo dos candidatos. São dominantemente de compreensão.Como exemplo, pode-se citar a questão a seguir, ex-

traída de um vestibular da Unicamp, 1a fase:

“Cada marinheiro da esquadra de Cabral rece-bia mensalmente para suas refeições 15 kg de carne salgada, cebola, vinagre, azeite e 12 kg de biscoito. O vinagre era usado nas refeições e para desinfetar o porão, no qual, acreditava-se, escondia-se a mais temível enfermidade da vida no mar. A partir do sé-culo XVIII essa doença foi evitada com a introdução das frutas ácidas na dieta dos marinheiros. Hoje sabe-se que essa doença era causada pela defi ciência de um nutriente essencial na dieta.”

(Adaptado de: Bueno, E. A viagem do descobrimento.Rio de Janeiro. Objetiva, 1998.)

a) Que nutriente é esse?b) Que doença é causada pela falta desse nutri-

ente?c) Cite duas manifestações aparentes ou sinto-

mas dessa doença.

Eis a resposta esperada pela Banca da Unicamp, re-produzida literalmente do Caderno de Questões da Uni-camp 1999, p. 35:

a) Vitamina C ou ácido ascórbico.b) Escorbuto.c) Sangramento das gengivas; amolecimento e/ou

queda dos dentes; hemorragias cutâneas e/ou nasais; cicatrização lenta; problemas articulares; anemia; susceptibilidade às infecções.

(Quaisquer duas – 2 pontos; o item c não recebeu pontuação quando a resposta b estava errada).

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PARA NÓS (camponeses)

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PARA VOCÊS (comissários)

terra pão

água peixe

fl orestas madeira

propriedade rural produtos da propriedade rural

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reda

ção

teiras psicológicas, fronteiras do pensamento, da ciência, da lin-guagem, etc.

Com base nas idéias sugeridas acima, escolha uma ou até duas delas, como tema, e redija uma dissertação em prosa, utilizando informações e argumentos que deem consistência a seu ponto de vista.

Procure seguir estas instruções:— Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer

o uso da modalidade escrita culta da língua portuguesa.— Dê um título para sua redação, que deverá ter entre 20 e 30

linhas.

Passos para abordagem da proposta1. A questão posta em discussão

Tanto o texto visual quanto as defi nições dadas sob a forma de dicionário põem em discussão a pluralidade de sentidos da palavra fronteira. Isso sugere que essa palavra não designa um dado de realidade preciso, pos-sível de ser demarcado com rigor e objetividade.

2. A tomada de posição

Como se trata de um tema polêmico, é possível to-mar posição favorável à tese de que fronteira é marco divisório nítido, demarcável por meio de sinais precisos. Nesse caso, discorda-se da tese sugerida pelos textos da proposta, mais compatíveis com a tese de que, nos dias atuais, o conceito de fronteira está francamente relativi-zado e determinado mais pelo ponto de vista dos sujei-tos do que pelos dados concretos dos objetos.

Há então possibilidade de duas tomadas de posição diante da proposta em debate:

I. fronteira é marco divisório defi nível por marcas objetivamente observáveis;

II. fronteira é um conceito defi nido mais por força da interpretação do que por marcas da realidade.

3. Argumentos consistentes em favor da posição assumida

Há argumentos consistentes para justifi car tanto a proposta I como a proposta II.

Em defesa da proposta I, pode-se alegar que:• a conta bancária serve de fronteira bem marcada

para separar cidadãos que podem dos que não po-dem matricular o fi lho numa escola de alto padrão, fi nanciar viagem para conhecer outros países, ad-quirir um carro, etc;

• a incapacidade de ler textos escritos funciona co-mo barreira ao acesso de um cidadão à cultura de mais prestígio.

Em defesa da proposta II, um dos argumentos está na própria proposta: “As fronteiras geográfi cas são passíveis de contínua mobilidade…”, haja vista a frag-mentação de países em mais de um, como Iugoslávia e Tchecoslováquia.

Quando se concebe a fronteira em sentido fi gurado, os argumentos favoráveis à segunda tese são inúmeros: no domínio da psicologia, a fronteira entre um compor-tamento normal e outro anormal depende de critérios postulados por uma corrente ou por outra; no território dos códigos jurídicos, não são claras as fronteiras en-tre o crime e o ato heróico, entre invasão e ocupação de terra, etc.

Usando argumentos como esses, é possível defen-der uma posição ou outra e encaminhar o texto para a conclusão compatível. Tudo isso, exposto em linguagem clara e adequada, pode produzir uma dissertação de bom padrão.

4 FIQUE DE OLHO • ANGLO VESTIBULARES

Redação: uma prova diferenteI. Competências avaliadas pela redação

• A prova de redação não é aplicada para avaliar conhecimentos já construídos e aceitos como comprovados consensualmen-te. Isso é feito pelas provas das disciplinas específi cas.

• O que se quer com a redação é avaliar a competência de ex-plorar a bagagem de conhecimentos adquiridos e direcio-ná-los para ensaiar uma resposta sustentável para questões que ainda estão em fase de discussão.

• Em síntese, a redação não é prova que exige mera reprodu-ção de conhecimentos, mas a competência de gerenciá-los para atingir o resultado programado.

II. Como obter sucesso no vestibular

Embora não exista fórmula pronta que, aplicada, assegu-re automaticamente sucesso na elaboração de uma redação, é possível listar quatro exigências sem as quais não se obtém nota máxima.

O candidato deve:• Dar mostras de que apreendeu a questão posta para

discutir. Isso impõe a necessidade de uma leitura atenta dos textos e de todas as instruções da proposta.

• Assumir uma posição frente à questão colocada em deba-te. É a forma de mostrar-se como um cidadão participante da vida social, que está informado sobre o que se passa ao seu redor, tem visão crítica e propostas de atuação.

• Confi rmar a posição assumida com argumentos sus-tentáveis. Argumento não é prova de verdade, mas um recurso usado para tornar uma proposta mais aceitável que as suas concorrentes.Não se espera a resposta correta, mas a mais sustentável, isto é, aquela que está sujeita ao menor número de refu-tações.

• Demonstrar conhecimento da língua culta escrita, que afi nal é a variante linguística adequada para a par-ticipação nos debates que envolvem o cidadão e o exer-cício da cidadania.

EXEMPLO: proposta da Fuvest 2009

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Baarle-Nassau_

fronti%C3%A8re_caf%C3%A9.jpg, 30/06/2008.

fronteirasubstantivo feminino

1 parte extrema de uma área, região, etc., a parte limítrofe de um espaço em relação a outro. Ex.: Havia patrulhas em toda a f.

2 o marco, a raia, a linha divisória entre duas áreas, regiões, es-tados, países, etc.Ex.: O rio servia de f. entre as duas fazendas.

3 Derivação: por extensão de sentido. o fi m, o termo, o limite, especialmente do espaço. Ex.: Para a ciência, o céu não tem f.

4 Derivação: sentido fi gurado. o limite, o fi m de algo de cunho abstrato.Ex.: Havia chegado à f. da decência.

Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Adaptado.

As fronteiras geográfi cas são passíveis de contínua mobi-lidade, dependendo dos movimentos sociais e políticos de um ou mais grupos de pessoas.

Além do signifi cado geográfi co, físico, o termo “fronteira” é utilizado também em sentido fi gurado, especialmente, quando se refere a diferentes campos do conhecimento. Assim, existem fron-

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(2a fase da Unicamp 2001) A breve tira abaixo fornece um bom exemplo de como o contexto pode afetar a in-terpretação e até mesmo a análise gramatical de uma sequência linguística.

RADICAL CHIC/Miguel Paiva

Fonte: O Estado de S. Paulo, 24/09/2000..

a) Supondo que a fala da moça fosse lida fora do contexto dessa tira, como você a entenderia?

b) Se a fala da moça fosse considerada uma conti-nuação da fala do rapaz, poderia ser entendida como uma única palavra, de derivação não pre-vista na língua portuguesa. Que palavra seria e o que signifi caria?

c) As duas leituras possíveis para a fala da moça não estão em contradição; ao contrário, reforçam-se. O que signifi cará essa fala, se fi zermos simulta-neamente as duas leituras?

Leitura da questão1. O que se pode apreender da leitura tanto da lingua-

gem verbal quanto da visual:

• um rapaz está inclinado na direção de uma jovem mulher, fazendo calorosa declaração de amor;

• há sensualidade nos corpos, o que se nota pelos olhos arregalados, pela mão do rapaz tocando a moça, pela exposição de partes do corpo dela;

• a declaração é exagerada, o que se apreende pela repetição de advérbios (6) de sentido absoluto (in-condicionalmente, indiscutivelmente) e associado a sentimento de ardor (apaixonadamente, perdi-damente), alucinação (loucamente) e ternura (do-cemente);

• a moça não leva a sério a exaltada manifestação da paixão do rapaz, o que se apreende pelo sentido da resposta dada em linguagem verbal (Homem men-te!), pronunciada de maneira exclamativa (!) e pelo olhar oblíquo, de canto de olho;

• a frase “Homem mente!” parece ser também um advérbio, pela semelhança entre mente (do verbo mentir) e o sufi xo -mente, próprio de advérbio de modo. Nessa versão, “homemmente” (ou home-mente) está indicando um modo de proceder típi-co de homem: fazer galanteio exagerado, mas sem verdade, só da boca para fora;

• o rapaz fi ca com cara de decepção e de espanto ao perceber a reação da moça, o que se apreende pela imagem: olhos arregalados, sobrancelhas altas e cara torta.

2. O que se compreende com base no repertório cul-tural:

• na nossa cultura existe o seguinte estereótipo: para conquistar a mulher e possuí-la, o homem se transfi gura, sendo capaz de fazer promessas que depois não é capaz de cumprir.A mulher experimentada, conhecedora dessas ar-timanhas, não embarca na “cantada” e não leva a sério o delírio;

• o enunciado do item b traz à memória o dado de que o sufi xo -mente serve para formar advérbios (normalmente de modo), não a partir de substan-tivos, mas de adjetivos (claramente, loucamente, calmamente).

Feita uma leitura como essa (que nem precisa ser tão detalhada), a resposta vem como mera consequência: é só questão de organizar um esboço no rascunho e re-digir.

Sugestão de respostaa) Fora de contexto, a fala da moça seria interpre-

tada num único sentido (no sentido literal): o de que homem é mentiroso (ou os homens são fal-sos).

b) A palavra formada seria um presumível advérbio homemmente (letra a letra) ou homemente (com redução dos dois m). Signifi caria da maneira típi-ca do homem (ou dos homens).

c) Fazendo as duas leituras (homem mente e ho-memente), a fala da moça signifi cará algo como: declarações amorosas à maneira masculina são mentirosas (ou ainda: amar do modo como os ho-mens costumam é mentira).

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Para produzir respostas competentes, o candidato deve ter lido todos os livros da relação previamente divulgada pela FU-VEST, UNICAMP e PUC (e dos outros vestibulares que tam-bém fornecem listas). Após a leitura integral das obras, deve procurar recuperar o repertório de informações coletadas so-bre elas, juntando análises, anotações de aulas, aspectos impor-tantes explorados nos simulados, nas revisões e nas séries de exercícios propostos. Como sabe de antemão que as questões incidirão sobre as obras relacionadas, seguindo essas orien-tações, disporá do conteúdo necessário para redigir respostas articuladas e conscientes.

As questões de Literatura costumam basear-se em excertos de uma obra em prosa, ou em um poema, transcrito integral ou parcialmente. Lembre-se de que a primeira leitura de um texto sempre corre o risco de promover uma abordagem ingênua, meramente “lúdica”, pois serve somente para decifrar sinais, letras e palavras. Numa prova de 2a fase, que propõe questões analíticas, razoavelmente complexas, a leitura deve ser crítica e refl exiva. Para ultrapassar a percepção superfi cial do que está escrito, é necessário reler o texto algumas vezes, conforme o grau de difi culdade que ele traz. Essa leitura profunda, com olho de lince (ou de detetive...), conduz a uma espécie de imersão no universo das palavras. Ao voltar à tona, o leitor está sufi cien-temente habilitado para recolher todas as pistas ou índices possíveis. Nessa leitura crítica, percebem-se e decifram-se os signifi cados ocultos das palavras em sua rede de relações.

(FUVEST 2a fase – 2009) Leia o trecho de abertura de Memórias de um sargento de milícias e responda ao que se pede.

Era no tempo do rei.

Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvi-dor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo — O canto dos meirinhos —; e bem lhe as-sentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida: o extremo oposto eram os desembargadores.

(Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um sargento de milícias.)

a) A frase “Era no tempo do rei” refere-se a um perío-do histórico determinado e possui, também, uma conotação marcada pela indeterminação temporal. Identifi que tanto o período histórico a que se refere a frase quanto a mencionada conotação que ela tam-bém apresenta.

Roteiro para a resoluçãoPara responder ao item A, baseado no texto acima —

os dois parágrafos que abrem o romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida —, podem-se recolher alguns índices, sufi cientes para localizar a obra no espaço e no tempo: Rio de Janeiro, décadas iniciais do século XIX. Para isso, basta reunir as seguintes pistas, contidas em expressões como:

➢ “tempo do rei” — menção direta ao deslocamento do rei D. João VI e da Corte para o Brasil em 1807; chegaram aqui no ano seguinte e permaneceram até 1821. Isso se deu porque os exércitos de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal.

➢ “ruas do Ouvidor e da Quitanda” — nomes de vias lo-calizadas no centro histórico do Rio de Janeiro, cidade elevada à condição de capital do império português.

➢ “meirinhos” — ofi ciais de justiça, que pareciam des-frutar, nas décadas iniciais do século XIX, de certo prestígio, perdido na passagem da 1a para a 2a meta-de do século.

Sugestões de respostasResposta ideal: Memórias de um sargento de milí-

cias foi publicado pela primeira vez como folhetim, em capítulos semanais no suplemento dominical A Pacoti-lha, do jornal Correio Mercantil, no Rio de Janeiro, entre 1852-53. O “tempo do rei” a que o narrador faz menção no início do livro é o período joanino (1808-1821). Além da utilização dessa época específi ca como pano de fundo do romance, a expressão “era no tempo do rei” contribui para criar uma atmosfera de envolvimento afetuoso, que remete o leitor à fórmula tradicional da abertura de histórias infantis ou folclóricas (“Era uma vez...”). Ao inserir a narrativa numa espécie de tempo mágico, o autor procura estabelecer um efeito de cum-plicidade com o imaginário do leitor.

Resposta concisa: A frase “Era no tempo do rei” remete ao intervalo de 1808 a 1821, período em que D. João VI e a Corte portuguesa transferiram-se para o Rio de Janeiro. Ela recupera também a tradicional aber-tura das histórias infantis ou das lendas do tempo da carochinha.

b) No trecho aqui reproduzido, o narrador compara duas épocas diferentes: o seu próprio tempo e o tem-po do rei. Esse procedimento é raro ou frequente no livro? Com que objetivos o narrador o adota?

Roteiro para a resoluçãoO relato apresentado é conduzido por um narrador

onisciente, centrado na 3a pessoa, que não participa da ação como personagem. Ele sabe tudo sobre todas as personagens, tanto que promove um jogo temporal en-tre o passado — período joanino, o “tempo do rei”, entre 1808 e 1821, quando o Brasil se tornou sede da monarquia portuguesa — e o presente — época em que o livro foi escrito, na 1a metade da década de 1850, já, portanto, no II Reinado, em que governava o imperador Pedro II, neto de D. João VI.

Sugestões de respostasResposta ideal: O procedimento utilizado pelo

narrador de comparar o seu tempo com o “tempo do rei” é muito frequente no livro. Tal comparação revela o quanto certos membros da sociedade carioca, como os meirinhos, à época da publicação do romance já não eram tão temidos ou respeitados como o foram na época joanina. Em outras funções, mantinham-se rela-tivamente os mesmos costumes (fossem eles hábitos ou vícios) do passado. O sucesso do livro pode ser expli-cado pela proximidade do leitor com a obra, estimulada pelo narrador. Por outro lado, a evocação do passado provoca o distanciamento, deixando o autor livre para tecer comentários sobre a sociedade de seu tempo, sem se comprometer diretamente.

Resposta concisa: Tanto no passado como no pre-sente, nota-se a permanência de certas funções públi-cas, como a dos meirinhos. Essa persistência de hábitos é constantemente referida no romance.

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Na fi gura, temos o triângulo ABC, com AB = 15,AC = 14 e BC = 13.A circunferência de diâmetro AB intersecta AC em D e BC em E.

A B

ED

C

Obtenha:

a) ADb) sen α, em que α é a medida do ângulo ∠CÂE.

Roteiro para a resolução

A B

ED

C

fig. 1

A B

ED

C

fig. 2

Para fi guras que envolvem circunferência, ângulos e segmentos de reta, temos um conceito que constitui uma ferramenta útil: ângulo inscrito.

Sabemos que CA = 14 e CB = 13, mas precisamos ti-rar mais informações da fi gura para podermos prosse-guir. Para isso, uma sugestão é considerar o segmento BD (ou o segmento AE ). Note que ∠AD̂B é um ângulo reto, pois é inscrito numa semicircunferência. Assim, temos dois triângulos retângulos ΔADB e ΔCDB. Des-se fato temos, pelo teorema de Pitágoras, duas infor-mações: AD2 + BD2 = AB2 e BD2 + CD2 = BC2. SendoAD = x, temos CD = 14 – x. Note que AB = 15 e BC = 13.

Dessas igualdades, com BD = y, resulta o sistema

x2 + y2 = 152

(14 – x)2 + y2 = 132

12

3

Subtraindo membro a membro, resulta uma equa-ção simples e apenas na incógnita x.

Assim, podemos responder ao item a.Para responder ao item b, podemos usar o fato de os

lados dos ângulos inscritos ∠CÂE e ∠CB̂D determina-rem o mesmo arco da circunferência: DE.

Logo, esses dois ângulos têm, ambos, a mesma me-dida α, a metade da medida de D�E. Como ΔCDB é um triângulo retângulo, o seno de α é dado pela razão da medida do cateto oposto CD pela medida da hipotenusa

BC: sen α = CD

BC.

Sugestão de respostaa) ∠AD̂B é reto (inscrito numa semicircunferência).

A B

E13D

C

14 – x

y

15

x

Nos triângulos retângulos ∆ADB e ΔCDB,

x2 + y2 = 152 e (14 – x)2 + y2 = 132.

Subtraindo membro a membro:

x2 – (14 – x)2 = 152 – 132

[x + (14 – x)][x – (14 – x)] = (15 + 13)(15 –13)

14(2x – 14) = 28 ⋅ 2 ∴ x – 7 = 2

x = 9 ∴ AD = 9

Resposta: 9

b) Os lados dos ângulos inscritos ∠CÂE e ∠CB̂D de-terminam, ambos, o arco D�E.

A B

ED

C

Logo, α = med (∠CÂE) ⇔ α = med (∠CB̂D)

AC = 14 e AD = 9 ⇒ CD = 5

ΔCBD: sen α = CD

BC ∴ sen α =

5

13

Resposta: 5

13

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mat

emát

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Page 8: Fique de Olho

físic

a

8 FIQUE DE OLHO • ANGLO VESTIBULARES

Na situação (2), que acontece imediatamente após o choque, o projétil está alojado no bloco, e o conjunto as-sim formado está a uma velocidade V’. Na situação (3), o conjunto bloco-projétil está a uma altura h. A altura h pode ser determinada como esquematizado na fi gura 3. Para a resolução do item a, temos de distinguir duas fases do problema: o choque, que se constitui em siste-ma isolado, e a subida do pêndulo, que se constitui em sistema conservativo. Para a resolução do item b, preci-samos aplicar o Princípio Fundamental da Dinâmica

R = m ⋅ γLembrando que:

1o) As únicas forças que agem no conjunto bloco-projétil são o peso (do conjunto) e a força de tra-ção no fi o.

2o) No instante em que o fi o retorna à posição ver-tical, a componente tangencial da aceleração é nula. Logo:γ = ac

Sugestão de respostaa) Durante o choque, a quantidade de movimento é

constante:

mV = (m + m)V’0,01 ⋅ V = (0,01 + 0,990)V’

Durante a subida do pêndulo, a energia mecâni-ca é constante:12

(M + m)V’2 = (M + m) ⋅ g ⋅ h

V’2 = 2 ⋅ g ⋅ hDa fi gurah = L – L ⋅ cos θ = L(1 – cos θ)h = 0,8 m

Logo:V’ = 4 m/sV = 400 m/s

ac T

v’

P

b) T – P = (M + m)acT = (M + m) (g + ac)T = (M + m) (g + V’2/r)T = 18 N

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O pêndulo balístico mostrado na fi gura é utilizado para determinar a velocidade de um projétil. É constituído de um corpo (massa pendu-lar), inicialmente em repouso, preso por um fi o bem fl exível a um pon-to fi xo. O projétil é disparado horizontalmente contra esse corpo de modo a fi car alojado nele, causando um movimento pendular. Sendo θ o máximo valor do ângulo formado entre o fi o e a vertical e conhe-cendo-se as massas do corpo (M) e do projétil (m), o comprimento do fi o (L) e a aceleração local da gravidade (g), é possível determinar a velocidade do projétil.

Determinar, desprezando-se eventuais dissipações de energia duran-te a oscilação do pêndulo e utilizando-se os dados a seguir:

a) A velocidade do projétil disparado contra esse pêndulo.b) A intensidade da força de tração no fi o no instante em que este

retorna à posição vertical.

m = 10 g; M = 990 g; g = 10 m/s2;cos θ = 0,6; L = 2 m

Roteiro para a resoluçãoCom base no texto e na fi gura, chegamos ao esquema a seguir, que ilustra o funcionamento do pêndulo balístico:

na situação (1) está o projétil de massa m, representado por uma pequena elipse, movimentando-se horizontalmente com uma velocidade V, e um corpo de massa M, em repouso, representado por um retângulo.

(1) (2) (3)

L

v’v

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Page 9: Fique de Olho

A reação representada a seguir produz compostos que podem ter atividade antibiótica:

R — C ——— + H2N — NO

H

——

H

R’C —— —

N

R

H——

H

R’

N

— + H2O

Tal tipo de reação pode ser empregado para prepa-rar 9 compostos, a partir dos seguintes reagentes:

— BrN ——

H2N

H

N — C ———

H2N

H

NH

NH2

—O2NCHO

A1

——O2N CHOO

A2—

—NO2

CHOA3

B1

— CN ——

H2N

H

———N

B2 B3

Esses 9 compostos não foram sintetizados separa-damente, mas em apenas 6 experimentos. Utilizando-se quantidades corretas de reagentes, foram então prepa-radas as seguintes misturas:

M1 = A1B1 + A1B2 + A1B3M2 = A2B1 + A2B2 + A2B3M3 = A3B1 + A3B2 + A3B3M4 = A1B1 + A2B1 + A3B1M5 = A1B2 + A2B2 + A3B2M6 = A1B3 + A2B3 = A3B3

Dessas misturas, apenas M2 e M6 apresentam ativi-dade antibiótica.

a) Qual o grupo funcional, presente nos compostos do tipo A, responsável pela formação dos 9 com-postos citados? Que função orgânica é defi nida por esse grupo?

b) Qual a fórmula estrutural do composto que apre-sentou atividade antibiótica?

Roteiro para a resolução1. Pré-requisito (conhecer)

Grupos funcionais

álcool — C — OH

—— aldeído (— CHO)— C—

——O

H

cetona ácido carboxílico (— COOH)— C—

——O

OH— C — OH

— —

2ário

O

éster aminas R — NH2 R — NH — R— C

——O

—O —

amida nitrocomposto— C

——O

—N —

R — NO2

R — N — R

R

2. Observar a reação representada pela equação des-crita e perceber a saída da água (H2O)

R — C ———

O

HH2N — N

——

H

R’R — C

——

H

R’—— N — N—

H

+ H2O

aldeído

3. Da informação do texto, tem-se:Misturas M2 e M6 apresentaram atividade antibiótica.Conclusão: essas misturas devem apresentar uma composicão diferente da das demais misturas, logo devemos comparar a composição das misturasM1 = A1B1 + A1B2 + A1B3M2 = A2B1 + A2B2 + A2B3M3 = A3B1 + A3B2 + A3B3M4 = A1B1 + A2B1 + A3B1M5 = A1B2 + A2B2 + A3B2M6 = A1B3 + A2B3 = A3B3

Analisando-se as duas misturas que apresentam ati-vidade antibiótica:M2: A2B1 + A2B2 + A2B3M6: A1B3 + A2B3 + A3B3

Verifi camos que o composto comum é formado pela união de A2 com B3, só encontrada nas misturas com atividade antibiótica.

4. A equação que representa a reação entre A2 e B3 deve seguir o modelo apresentado.

O + H2N ——— N — + H2O——

a) O grupo funcional presente nos compostos A1, A2 e A3, responsável pela formação dos compostos cita-

dos, é o grupo — C———

H

O, característico da função

aldeído.

b) Analisando-se as duas misturas que apresentaram atividade antibiótica:

M2: A2B1 + A2B2 + A2B3M6: A1B3 + A2B3 + A3B3

Verifi camos que o composto comum é formado pela união de A2 com B3 e que este último não aparece em nenhuma das misturas sem atividade antibiótica.

A sua fórmula estrutural pode ser determinada pela reação entre A2 e B3, conforme o modelo:

— C——HO2N

A2

——O

O

+ H2N — N — C—NH2

——NH

HB3

— C——H

O2N

A2B3

——N — N — C

O

+ H2O—NH2

——NH

H

Sugestão de respostaa) O grupo funcional nos compostos A1, A2 e A3 é

— C———

H

O

= aldeído

b) A fórmula que apresentou atividade antibiótica A2B3

— C—O2N

——

O

H — N — C—NH2

——NH

+ H2O

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quím

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biol

ogia

10 FIQUE DE OLHO • ANGLO VESTIBULARES

(UNICAMP) Ao estudar para o vestibular, um candidato percebeu que ainda tinha dúvidas em relação aos processos de difusão simples, transporte passivo facilitado e transporte ativo através da membrana plasmática e pediu aju-da para outro vestibulando. Este utilizou a fi gura abaixo para explicar os processos. Para testar se o colega havia compreendido, indicou os processos como A, B e C e solicitou a ele que os associasse a três exemplos. Os exem-plos foram: (1) transporte iônico nas células nervosas; (2) passagem de oxigênio pelas brânquias de um peixe; (3) passagem de glicose para o interior das células do corpo humano.

CBA

Membranaplasmática

12

3

Proteínacarreadora

Gradiente deconcentração

Energia

(fi gura adaptada de Alberts, B. et. al. Molecular Biology of the cell. 4º ed., New York: Gerland Publ. Inc., 2002, p. 618.)

a) Indique as associações que o candidato deve ter feito corretamente. Explique em que cada um dos processos difere em relação aos outros.

b) Em seguida, o candidato perguntou por que a alface que sobrou do almoço, e tinha sido temperada com sal, tinha murchado tão rapidamente. Que explicação correta o colega apresentou?

Roteiro para a resoluçãoA questão trata do transporte de substâncias atra-

vés da membrana plasmática.São citados três tipos de transporte através da mem-

brana (difusão simples, transporte passivo facilitado e transporte ativo). O esquema descreve, sem identifi cá--las, três modalidades de transporte (A, B e C). A questão dá ainda três exemplos efetivos de transporte (íons nos neurônios, oxigênio nas brânquias e glicose nas células humanas), sem esclarecer a que tipo cada um pertence.

No item a, é preciso relacionar de forma correta os mecanismos descritos pelo esquema, o nome do trans-porte e a identifi cação do tipo de transporte, nos três exemplos citados. No item b, deve-se analisar o motivo pelo qual alface temperada com sal murcha rapidamen-te.

É necessário ter conhecimento prévio dos conceitos de difusão simples, difusão facilitada e transporte ativo, além de recordar alguns exemplos de fi siologia (animal e vegetal) em que cada um deles se aplica.

No item a: vamos relacionar os tipos de transporte do esquema com o nome do mecanismo. Na parte di-reita do esquema, uma informação: a concentração de substâncias é maior na parte “de cima” do que na infe-rior. Assim, A é uma difusão: a substância se desloca do local de maior concentração para o de menor — a favor do gradiente —, não consome energia e não uti-liza proteína carreadora. B é um transporte passivo fa-cilitado, a favor do gradiente, não gasta energia e tem a participação de um carreador. C é um transporte ativo, porque se dá contra o gradiente, consome energia e ne-cessita de proteína carreadora.

Vamos relacionar, agora, cada exemplo com o tipo de transporte. Íons que transitam através da membra-na de células nervosas (1) representam um caso clássico de transporte ativo. O oxigênio penetra nas brânquias do peixe (2) por difusão. A passagem da glicose para as células do corpo (3) é uma difusão facilitada (ou trans-porte passivo facilitado).

No item b: a alface murcha por perder água por os-mose, já que a solução externa (tempero com sal) é mais concentrada (em soluto) do que a solução interna das células da alface.

Sugestão de respostaa) Processo A: exemplo 2 — O oxigênio passa pelas

brânquias por difusão simples, a favor do gradien-te, sem consumo de energia e sem a participação de uma proteína carreadora.

Processo B: exemplo 3 — A glicose entra nas célu-las humanas por transporte passivo facilitado, a favor do gradiente, sem gasto de energia e usa uma proteí-na carreadora.

Processo C: exemplo 1 — Íons atravessam a mem-brana do neurônio por transporte ativo, contra o gra-diente, com consumo de energia e com a participa-ção de proteína carreadora.

b) A alface murcha porque células perdem água para o meio salino, hipertônico. É um caso de osmose, em que o solvente (água) passa por membrana semiper-meável da solução de menor concentração em soluto (a solução da célula) para a de maior concentração (o meio externo).

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Page 11: Fique de Olho

Questão 1(Fuvest 2008) Durante o século XVIII, na Europa, cons-

tituíram-se dois polos dinâmicos: um de dimensões cul-turais, representado pela França, e outro de dimensões econômicas, representado pela Inglaterra. Descreva as-pectos referentes ao:

a) primeiro polo.b) segundo polo.

Roteiro para a resoluçãoTrata-se de uma questão de contextualização, em que

o examinador realiza recortes no tempo (século XVIII) e no espaço (Inglaterra e França), para aferir conheci-mentos dos candidatos sobre duas esferas (a cultural e a econô mica). Dessa forma, identifi cam-se dois “polos” que devem ser descritos:

a) Século XVIII — França — Cultura;b) Século XVIII — Inglaterra — Economia.

O uso do termo “polo” faz pensar em centro de ir-radiação ou em algo que dirige ou encaminha. De fato, no século XVIII a Inglaterra foi centro de um modelo econômico, fundado na industrialização e no liberalismo econômico. Quanto à França, sabemos que no fi nal da-quele século ela foi o centro de irradiação de um modelo político, a partir do sucesso da Revolução Francesa. To-davia, a questão pede a ligação entre França e Cultura (e não Política). A chave da questão encontra-se no Ilu-minismo, movimento cultural que encontrou grande ex-pressão na Filosofi a Política.

Sugestão de respostaa) Durante o século XVIII, a França foi um dos

prin cipais centros de desenvolvimento do Ilu-minismo, servindo como centro de irradiação das idéias liberais burguesas que condenavam o Antigo Regime. Foi justamente na França que o Iluminismo encontrou seu sucesso mais espeta-cular no fi nal do século, com a grande Revolução de 1789. O modelo político francês seria seguido por outros países, disseminando o sistema liberal por todo o mundo.

b) O desenvolvimento econômico da Inglaterra no fi nal do século XVIII criou condições propícias para o início da Revolução Industrial, que acabou consolidando o país como polo dinâmico do capi-talismo. Assim como o modelo político francês, o modelo econômico inglês acabaria por se expan-dir, levando à consolidação do liberalismo econô-mico e sua adoção generalizada.

Questão 2Leia o texto a seguir:

É comum afi rmar-se que no tempo do Império a eco-nomia brasileira era dominada por fazendeiros escravo-cratas, a sociedade era rural e o povo nem sequer podia se informar sobre o que acontecia no País, pois, mesmo na cidade de São Paulo, capital da província mais rica, a maioria da população era analfabeta.

Parece uma verdade absoluta, mas não é. Em 1822, o setor mais próspero da economia era dominado por fa-zendeiros escravocratas e, em 1889, por fazendeiros: a população, que era quase exclusivamente rural, passou a ser predominantemente rural; a província de São Pau-lo era a mais rica do País só no fi nal do Império, pois no início era uma das mais pobres; durante todo o Império a maioria dos paulistanos realmente não sabia ler nem escrever, mas, em 1835, isso era válido para 95% deles e, em 1887, somente para 55%…

Com base em seus conhecimentos e nas afi rmações feitas no texto, explique, na mesma ordem em que nele são citadas, as mudanças socioeconômicas ocorridas no Brasil na época do Império.

Roteiro para a resoluçãoPara responder corretamente à questão, é necessário:

1o) perceber que não há contradição entre os dois parágrafos do texto, ou seja, o segundo não nega o primeiro, apenas o relativiza;

2o) conhecer o processo de modernização conserva-dora ocorrido a partir da década de 1840, devido à expansão da economia cafeeira;

3o) ordenar sua resposta de acordo com o que pede o enunciado: “na mesma ordem em que nele são citadas”.

Sugestão de respostaEm 1822, o setor mais próspero da economia era a

atividade açucareira do Nordeste, controlada por se-nhores de engenho que utilizavam apenas mão de obra escrava. Em 1889, tal setor era a cafeicultura do Sudes-te, baseada em mão de obra assalariada, formada prin-cipalmente por imigrantes.

Durante o século XIX, a população urbana cresceu de maneira lenta porém constante. Por isso, embora não tenha chegado a ocorrer um processo de urbanização, a população, que era “quase exclusivamente rural, passou a ser predominantemente rural”.

O êxito da cafeicultura fez com que o eixo econômico do País se deslocasse do Nordeste para o Sudeste, fazen-do com que uma província extremamente pobre — São Paulo — se transformasse na mais rica do Brasil.

Como a modernização foi conservadora, a educação jamais foi uma prioridade. No entanto, a exigência de mão de obra mais qualifi cada — na região cafeeira — le-vou a um relativo alargamento da rede de ensino, o que se refl etiu, por exemplo, na redução do índice de analfa-betismo na cidade de São Paulo.

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Page 12: Fique de Olho

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12 FIQUE DE OLHO • ANGLO VESTIBULARES Resoluções no site www.oangloresolve.com.br

(UNESP-SP Adaptada) De acordo com os conceitos de epidemia, endemia e pandemia, e considerando a localização dos focos (mapa), a ocorrência de gripe aviária pode ainda ser considerada uma doença em situação endêmica. Analise as informações do esquema, onde estão três importantes conceitos geográfi cos, relacionando-os ao mapa de focos de gripe aviária em 2005.

• Focos do vírus H5N1 em 2005.

FOCOS DE GRIPE AVIÁRIA EM 2005

OMS, 2005.

2005

6 bilhões

Populaçãomundial

1900

1,65 bilhão

2005

25

Cidades com mais de 10milhões de habitantes

1900

0

2005

2 dias

Tempo médio para o homemdar uma volta ao mundo

1900

100 dias+ +

Indonésia

TailândiaVietnã

Taiwan

China

Mongólia

Rússia

Casaquistão

Romênia

Turquia

ItáliaCroácia

Inglaterra

OCEANOÍNDICO

a) Quais são os três conceitos geográfi cos contidos no esquema?b) De que maneira os conceitos geográfi cos analisado poderão contribuir para que a gripe aviária se transfor-

me numa pandemia, caso seja comprovado que o virus H5N1 sofre mutações e pode ser transmitido direta-mente entre os seres humanos?

Informações apreendidas da leitura dos textosa) A leitura do enunciado, a observação do mapa e a análise do esquema permitem depreender os seguintes con-

ceitos geográfi cos:

— acelerado crescimento da população (População mundial) entre 1900 e 2005;— surgimento das megacidades (Cidades com mais de 10 milhões de habitantes) em algum momento entre

1900 e 2005;— aceleração dos meios de transportes (Tempo médio para o homem dar uma volta ao mundo) entre 1900 e 2005.

Informações extraídas do conhecimento de mundo (compreensão)b) Os conceitos citados no enunciado cujo conhecimento é importante para a resolução da questão são os seguintes:

• Endemias — doenças localizadas em espaços geográfi cos limitados, ou seja, manifestam-se em áreas restri-tas, com causa local (não se espalham para outras regiões) e duração contínua. Exemplo: dengue.

• Epidemias — doenças infecciosas e transmissíveis que ocorrem em determinados espaços geográfi cos, mas que podem se espalhar para outros lugares rapidamente. Exemplo: gripe aviária.

• Pandemias — doenças epidêmicas que atingem proporções mundiais, atingindo todos os continentes, ou seja, não estão restritas a um espaço geográfi co. Exemplo: gripe suína.

Sugestão de respostaDe posse da análise feita na parte a da questão e do conhecimento prévio dos conceitos acima, poderíamos

esboçar para o item b uma resposta como esta:

Nos últimos anos, o mundo científi co discute a possível ocorrência de uma epidemia da gripe aviária, o que provocaria grandes prejuízos a determinados países, além de um enorme número de mortes, caso o vírus H5N1 sofresse uma mutação e passasse a ser transmitido de mamífero para mamífero. Muitas ca-racterísticas do mundo atual, como as destacadas no esquema da questão, facilitariam a ocorrência de tal quadro, tais como: o aumento da velocidade da propagação do vírus devido à diminuição do tempo gasto nos deslocamentos humanos pela superfície terrestre; a ampliação do número de indivíduos que podem ser contaminados devido à ocorrência de uma população absoluta muito grande e a existência de megacidades, onde a transmissão de doenças é facilitada pela aglomeração urbana.

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Page 13: Fique de Olho

Leia o texto atentamente e responda em português à questão que o segue.

Brazil’s oil policy

Preparing to spend a “millionaire ticket”from offshore

Sep 3rd 2009 | SÃO PAULOFrom The Economist print edition

The government has unveiled plans to give the state the lion’s share of the money from vast new

oil discoveries. Will this wealth be invested or wasted?

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BY TRADITION Brazil invests little and saves less. Brazilians like to borrow and spend, and ao infernowith the future. This may be a legacy of stubbornly high infl ation for most of the second half of the20th century. It may also be an inheritance from further back. Eduardo Giannetti, an economist and philosopher, thinks that the Brazilian ethnic mixture of indigenous nomads, Portuguese settlers seeking a quick fortune and Africans brought to the country in chains left an entrenched habit of spending now and saving some other time. Whatever the cause, the discovery in 2007 of potentially vast new offshore oil deposits deep beneath the Atlantic seabed willbe a crucial test of Brazil’s moral fi bre: depending onhow it is used, this new wealth could help the countryovercome poverty and underdevelopment or exaggerate its spendthrift ways.

After almost two years in which his government has pondered the question, on August 31st President Luiz Inácio Lula da Silva unveiled four new bills setting out how the windfall should be gathered and spent. His rhetoric on what he called “independence day” was triumphalist. The oil deposits were “a gift from God”, “a millionaire ticket” and “a passport to thefuture”. But he also pointed to the problems that oil has caused some economies, and explained howBrazil plans to avoid them. The bills, which have to beapproved by Congress, will not affect existingexploration and development contracts held byPetrobras, the state-controlled oil company, and fi veforeign oil companies. These contracts govern parts of the Tupi fi eld, which contains between 5 billion and 8 billion barrels of oil. But plenty of oil and gas would fall under the new laws. Offi cials believe that in all, there may be up to 50 billion barrels of oil and gas offshore — enough to turn Brazil into an oil giant.

Questãoa) De acordo com o economista e fi lósofo Eduardo

Giannetti, a que se deve o hábito enraizado na cultura brasileira de “gastar agora” e “poupar no futuro”?

Informações apreendidas daleitura do texto

Para responder adequadamente a esse item, o can-didato deveria identifi car no texto o trecho que trata disso, “Eduardo Giannetti” (…) thinks that the Brazilian ethnic mixture of(…) and saving some other time”, e in-cluir na resposta as três etnias que constituem o povo brasileiro: índios, portugueses e africanos.

Sugestão de respostaDeve-se à mistura de etnias na formação do povo

brasileiro: os nômades nativos (os índios); os coloniza-dores portugueses, que vieram em busca de fortuna rá-pida; e os africanos, que vieram como escravos.

b) O presidente Lula tem usado algumas expressões para se referir às reservas petrolíferas do pré-sal. Cite duas delas mencionadas no texto.

Informações apreendidas daleitura do texto

O texto menciona três expressões usadas por Lula para se referir às reservas petrolíferas do pré-sal: “a gift from god”; “a millionaire ticket” e “a passport to the futu-re” (linhas 23-25).

A resposta completa a esse item deve contemplar pelo menos duas delas. Mesmo que o candidato desco-nheça o signifi cado da palavra gift, seu conhecimento de mundo poderia ajudá-lo a responder a esse item, pois os meios de comunicação têm divulgado recorrente-mente esses comentários do presidente.

Sugestão de respostaO candidato poderia escolher duas das seguintes:— um(a) presente do(s) céu(s) /dádiva/presente de Deus/— um bilhete premiado (um bilhete milionário)— um passaporte para o futuro.

c) A que se refere a cifra 50 bilhões mencionada no texto, e o que isso signifi ca?

Informações apreendidas daleitura do texto

A resposta completa deve incluir o “referente” dos 50 bilhões (número de barris de petróleo e gás na cos-ta marítima do Brasil) e o “signifi cado” disso (o Brasil pode se tornar um gigante do petróleo).

Sugestão de respostaRefere-se ao volume total, em barris, de petróleo e

gás que pode existir na costa marítima do Brasil. Isso signifi ca que o Brasil poderá vir a ser um dos maiores produtores mundiais de petróleo.

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14 FIQUE DE OLHO • ANGLO VESTIBULARES

Gramática e Texto

questão(Fuvest 2009) Leia o seguinte texto, extraído de uma bio-grafi a do compositor Carlos Gomes.

No ano seguinte [1860], com o objetivo de consoli-dar sua formação musical, [Carlos Gomes] mudou-se para o Rio de Janeiro, contra a vontade do pai, para iniciar os estudos no conservatório da cidade. “Uma idéia fi xa me acompanha como o meu destino! Tenho culpa, porventura, por tal cousa, se foi vossemecê que me deu o gosto pela arte a que me dediquei e se seus es forços e sacrifícios fi zeram-me ganhar ambição de glórias futuras?”, escreveu ao pai, afl ito e cheio de remorso por tê-lo contrariado. “Não me culpe pelo passo que dei hoje. […] Nada mais lhe posso dizer nesta ocasião, mas afi rmo que as minhas intenções são puras e espero desassossegado a sua bênção e o seu perdão”, completou.

http://musicasclassica.folha.com.br

a) Sobre o advérbio “porventura”, presente na car-ta do compositor, o dicionário Houaiss informa: usa-se em frases interrogativas, especialmente em perguntas delicadas ou retóricas.

Aplica-se ao texto da carta essa informação? Jus-tifi que sua resposta.

b) Cite duas palavras, também empregadas pelo com-positor, que atestem, de maneira mais evidente, que, daquela época para hoje, a língua portugue-sa sofreu modifi cações.

Literatura

questãoTexto para a questão seguinte

A um passarinho

Para que vieste

Na minha janela

Meter o nariz?

Se foi por um verso

Não sou mais poeta

Ando tão feliz!

Se é para uma prosa

Não sou Anchieta

Nem venho de Assis.

Deixa-te de histórias

Some-te daqui!(Vinicius de Moraes, Antologia Poética.)

Responda aos itens seguintes:

a) Qual a concepção de poesia implícita nos versos acima?

b) A partir da leitura do texto, identifi que o signifi -cado das expressões “meter o nariz” (verso 3) e “prosa” (verso 7).

Matemática

questãoConsidere a função dada por

f(x) = log10(x + 1) + log10(5 – 2x), com – 1 � x � 2,5.

a) Calcule o valor de f(1,5), com 5 casas decimais, su-pondo que log10 2 = 0,30103.

b) O valor de x, para o qual f(x) é máximo.

Física

questãoOndas de pequena amplitude e que se propagam em superfícies da água têm sua velocidade de desloca-mento regida pela equação v = � g

⋅ h , em que g é

a aceleração gravitacional local e h é a profundidade da região. A fi gura a seguir ilustra a vista superior e a vista lateral, ao longo do eixo XY, de um tanque de formato circular, preenchido por água. Esse tanque apresenta duas regiões A e B, em que a região A é mais rasa que a região B. A linha tracejada mostra a fronteira de separação entre as duas regiões. Acima do ponto P, centro de curvatura do tanque, uma tor-neira goteja com frequência constante f.

P

60 cm 120 cm 60 cm

P

A

B

X Y

Vista superior

Vista lateral

Nessas circunferências, ondas circulares são forma-das na superfície da água e se encaminham de P para as bordas do tanque.

a) Na folha de respostas, represente com linhas con-tínuas as ondas que se propagam da região A para a região B. Nessa representação, indique por λA e λB os comprimentos de onda nas regiões A e B, respectivamente. Não considere a parcela de on-das refl etidas por ocasião da refração. Justifi que sua resposta.

b) Considerando hA = 40 cm, hB = 90 cm e as dimen-sões do tanque apresentadas na fi gura, deter-mine o intervalo de tempo (Δt) gasto para que a primeira linha de onda, originada em P, refl ita na parede do tanque e retorne ao ponto P. (Adoteg = 10 m/s2).

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Química

questão(Unicamp) Na construção do Centro Olímpico de Tianjin, onde ocorreram os jogos de futebol [nas Olimpíadas de Pequim], o teto foi construído em policarbonato, um po-límero termoplasmático menos denso que o vidro, fácil de manusear, muito resistente e transparente à luz so-lar. Cerca de 13.000 m2 de chapas desse material foram utilizados na construção.

a) A fi gura abaixo ilustra a separação de uma mis-tura de dois polímeros: policarbonato (densidade 1,20 g/cm3) e náilon (densidade 1,14 g/cm3). Com base na fi gura e no gráfi co identifi que os políme-ros A e B. Justifi que.

b) Qual deve ser a concentração mínima da solu-ção, em gramas de cloreto de sódio por 100 gra-mas de água, para que se observe o que está re-presentado na fi gura abaixo?

H2OSolução de

cloreto de sódio

A

A

BB

1,20

1,16

1,12

1,08

1,04

1,000,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0

Concentração NaCl (mol/L)

Den

sid

ade

(g/c

m3 )

Biologia

questão(UNESP) Uma equipe de futebol iria disputar uma partida em uma cidade atingida por epidemia de dengue. A diretoria do clube, após uma breve visita às dependências do hotel da cidade, tomou algumas providências para preservar a saúde dos membros da delegação, que iria se instalar dois dias antes do jogo naquela cidade.As instruções previamente transmitidas à gerência do hotel foram:

1. instalação de telas em toda as janelas.

2. desinfecção de todos os vasos sanitários.

3. instalação de ventiladores nos quartos, para disper-sar os agentes patogênicos da dengue.

4. remoção dos vasos de bromélias da área verde e dos corredores do hotel.

5. colocação de fl úor nos reservatórios de água.

a) Quais foram as instruções corretas para a preven-ção da dengue? Justifi que.

b) Que outras doenças, além da dengue, poderiam ser evitadas com as medidas indicadas na respos-ta a?

História

questão(Fuvest 2008) Dentre as Revoluções ocorridas na Améri-ca Latina, no século XX, duas sobressaem: a mexica-na de 1910 e a Cubana de 1959. Pode-se afi rmar que o traço distintivo da primeira é seu caráter camponês e o da segunda, seu caráter socialista. Explique o signi-fi cado desses traços distintivos em relação à:

a) Revolução Mexicana.

b) Revolução Cubana.

Geografi a

questão(UFSCar-SP Adaptada) Observe as informações sobre o Brasil:

SOBRE QUATRO RODAS

200 milhõesÉ a quantidade de litros de combus-tível desperdiçados por ano nos con-gestionamentos

240 milhõesÉ o número de horas que o conjunto dos brasileiros perde preso em con-gestionamentos

33 milhõesNúmero de veículos que circula no país, dos quais mais de 23 milhões são carros

6%É a parcela do PIB gasta devido aos engarrafamentos nas metrópoles bra-sileiras

14%Foi a porcentagem de passageiros que os ônibus perderam nos últimos cinco anos

Fonte: Adaptado de Vitale & Oliveira. Correio Braziliense, 22.05.2002. Apud Lucci, Branco & Mendonça

Geografi a Geral e do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 277.

a) Quais problemas no sistema de transporte, sobre-tudo das grandes metrópoles, explicam a ocorrên-cia de tantos congestionamentos?

b) Indique dois problemas ambientais agravados pela adoção do modelo de transporte evidenciado pelos dados da tabela.

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FIQUE DE OLHO • ANGLO VESTIBULARES 15

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Inglês

questãoLeia o texto atentamente e responda em português à questão a seguir.

SustainabilitySep 1st 2009

From Economist.com

Consumers and employees have a strong business case for fi rms to adopt sustainability

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The concept of sustainability came to thecorporate agenda via the UN World Commission onEnvironment and Development (more commonly known as the Brundtland Commission after the name of its chairman, Gro Harlem Brundtland, a former Norwegian prime minister). The commission, set up in 1983 to address growing concern about “the accelerating deterioration of the human environment and natural resources, and the consequences of that deterioration for economic and social development”, introduced the idea of sustainable development, which it famously defi ned as development that “meets the needs of the present without compromising the ability of future generations to meet their own needs”.

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The commission recognised that this was a global issue which required global solutions. As the engines of much global economic growth, corporations were inevitably at the heart of any solution. They have a major impact on the human environment, not just through headline-grabbing accidents such as those at the Union Carbide factory in Bhopal, India, in 1984, which killed thousands and whose horrible consequences continue to this day, but also through the way they design their offi ce buildings or run their fl eets of vehicles. Moreover, corporations are, above all, consumers of natural resources, ever hungry for raw materials that can be manufactured into products and profi ts.

As consumers have become more aware ofenvironmental issues, they have begun to put pressure on companies to inject more sustainability into their strategic thinking. “Talent” too does not want to work for fi rms that destroy forests or fi sheries, so it has also put pressure on fi rms to change. Consumers and employees have made a strong business case for sustainability.

Questão

a) Identifi que e explique a que se refere o termo this no trecho “The commission recognised that this was a global issue…” (linha 15).

b) O texto afi rma que as empresas têm sofrido pres-sões em favor da sustentabilidade. Descreva a procedência e os motivos de tais pressões.

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