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    Apresentao________________________________________________________4

    Mdulo I ______________________________________________________ 5 - 107

  • 4

    Caro aluno,

    Pretendo que a disciplina de Fsica seja um instrumento que oferea a voc os conceitos bsicos

    para compreender a maior parte dos trabalhos que ir executar em uma aeronave.

    Com ela voc ir ter a base terica do princpio de funcionamento dos motores a reao, das

    hlices, alavancas, do voo propriamente dito e muito mais.

    Vamos abordar os seguintes contedos: Caractersticas da matria, teoria cintica dos gases,

    sistema de foras dos gases, escalas de temperatura, leis fsicas relativas atmosfera e aerodinmica.

    Ao encerrar esta disciplina voc possuir condies de identificar os princpios e os elementos da

    Fsica e sua aplicao na aviao.

    Lembre-se que estarei ao seu lado, acompanhando-o, orientando-o e estimulando seus estudos.

    muito importante poder compartilhar esses contedos com voc.

    Bons estudos!

    Prof. Evandro Carlos Ferreira

  • 5

    Fonte: utexas.edu

    MDULO I

    FSICA

    INTRODUO

    Caro aluno,

    No decorrer deste modulo, voc perceber o quanto a disciplina de Fsica interessante e

    excitante, pois tanto para um tcnico como para uma pessoa comum que goste de

    manuteno por hobby, ela ir mostrar-se uma ferramenta de grande valor.

    Trataremos aqui dos principais conceitos tericos que daro suporte ao seu aprendizado

    tais como, teoria dos gases, tipos de alavancas, presso e aerodinmica.

    Portanto, ao final deste modulo voc dever entender, por exemplo, como funciona um

    torquimetro, o porqu uma aeronave voa, a importncia da troposfera na aviao e muito

    mais.

    A fsica o termo aplicado rea de conhecimento, relativo natureza bsica e

    fundamental da matria e energia. Ela no tenciona determinar o comportamento da

    matria e da energia na sua relao com o fenmeno fsico, mas to somente como se

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    comportam. As pessoas que cuidam de manuteno e reparo de aeronaves precisam ter

    conhecimentos de fsica bsica, que , s vezes, chamada de cincia da matria e energia.

    1.1 MATRIA

    Embora a matria seja a mais fundamental de todas as coisas contidas no campo da fsica e

    do mundo material, difcil de definir. Como no pode ser categoricamente definida, este

    captulo indicar aquelas caractersticas que so facilmente reconhecidas.

    A matria em si mesma no pode ser destruda, mas pode ser transformada de um estado

    para outro, por meios fsicos ou qumicos. Ela normalmente considerada pela energia que

    contm, absorve ou oferece. Sob certas condies controladas, o homem pode utilizar-se

    disto na sua vida diria.

    Matria qualquer substncia que ocupa espao e tem peso.

    Existem trs estados de matria: (1) slido (2) lquido e (3) gasoso. Slidos tm volume e

    forma definidos. Lquidos tem volume definido, mas tomam a forma do recipiente que os

    contm. Gases no tm volume nem forma definidos. Os gases no apenas tomam a forma

    do recipiente, no qual so contidos, como se expandem para complet-lo, seja qual for o

    seu volume.

    Fonte: http://www.infoescola.com

    Exemplo de um slido, lquido e gasoso.

    A gua um bom exemplo de transformao de matria de um estado para outro. Sob

    temperatura alta, ela est no estado gasoso, na forma de vapor. Sob temperatura moderada,

    permanece na forma lquida e, sob baixas temperaturas torna-se gelo, um estado slido.

    Neste exemplo, a temperatura o fator dominante na determinao do estado que a

    substncia assume.

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    Fonte: profpc.com.br

    A presso outro fator importante que produzir transformaes no estado da matria.

    Sob presses inferiores presso atmosfrica, a gua ferver, transformando-se em vapor,

    sob temperaturas abaixo de 100C. A presso um fator crtico na transformao de alguns

    gases em lquidos ou slidos. Normalmente, quando presso e resfriamento ao mesmo

    tempo so aplicados a um gs, ele assume o estado lquido. O ar lquido, que uma mistura

    de oxignio e nitrognio, produzido desta maneira.

    Caractersticas da Matria

    Toda matria possui certas caractersticas ou propriedades gerais. Estas propriedades so

    definidas de forma, elementar e superfcial e, mais especficamente, em aplicaes atravs

    do texto. Entre estas propriedades e circunstncias esto:

    a. Volume - significando ocupar espao, tendo algumas medidas como comprimento,

    largura e altura. Pode ser medido em polegadas cbicas, centmetros cbicos e semelhantes.

    Fonte: Prof. Evandro Ferreira

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    b. Massa - a medio de quantidade ou a medida da quantidade de matria num corpo. A

    massa no varia, mesmo que o estado se modifique.

    c. Atrao - uma fora agindo mutuamente entre partculas de matria, tendendo a

    agrup-las. Isaac Newton chamou-a de "Lei de Gravidade Universal". Ele demonstrou

    como cada partcula de matria atrai todas as outras, como as pessoas se mantm sobre a

    terra e como os planetas so atrados no sistema solar.

    Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

    d. Peso - a medida de gravidade universal. A fora de gravidade sobre um corpo

    chamada de peso do corpo e indica quo pesado o corpo est.

    Fonte: emporto.com.br

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    e. Densidade - a massa (peso) de uma substncia por unidade de volume. A densidade

    pode ser empregada para distinguir vrios tipos de matria. Se uma substncia muito

    densa, uma grande quantidade desta matria ir ocupar um pequeno volume.

    Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/densidade/densidade-2.php

    f. Inrcia - a oposio que um corpo oferece a qualquer mudana de movimento. A

    propriedade de inrcia comum a todas as matrias. mais bem conceituada atravs da

    primeira lei de Newton: "Um corpo em repouso permanece parado e um corpo em

    movimento continua a se mover em velocidade constante em linha reta, a menos que o

    corpo seja afetado, em ambos os casos, por uma fora externa".

    g. Porosidade - existncia de poros ou espaos vazios, onde partculas menores possam se

    ajustar quando ocorre mistura.

    h. Impenetrabilidade - significa que dois corpos no podem ocupar o mesmo espao ao

    mesmo tempo. Ento, duas pores de matria no podem ao mesmo tempo, ocupar o

    mesmo lugar no espao.

    A matria pode ser classificada como simples ou composta, dependendo da complexidade

    de sua estrutura. Matria simples (ou elemento) no pode ser reduzida quimicamente a uma

    substncia mais simples. Matria composta aquela formada por alguma combinao de

    elementos.

    Duas partculas bsicas, o tomo e a molcula, formam toda e qualquer matria. A molcula

    a menor partcula de uma substncia, que ainda conserva todas as propriedades da

    substncia original.

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    Em fsica, a molcula a unidade de matria. O tomo a menor partcula de um

    elemento, que pode combinar com outros tomos para formar molculas. Em qumica, o

    tomo a unidade de matria.

    Fonte: www.flickr.com

    Molcula de agua

    Embora o assunto possa parecer complexo, difcil conceber qualquer coisa mais simples

    do que a matria. Ela pode ser referida como "tudo que ocupa lugar no espao".

    Sistema de Medida

    Os dois sistemas de medio mais comumente usados so: o Sistema Ingls, que ainda ,

    geralmente, usado nos Estados Unidos e o Sistema Mtrico, usado na maioria dos pases

    europeus e, ento, adotado pelas Foras Armadas dos Estados Unidos. O Sistema Mtrico

    normalmente usado em todas as aplicaes cientficas.

    As trs unidades bsicas que requerem unidades de medio so: massa (peso),

    comprimento (distncia) e tempo.

    O sistema mtrico s vezes, chamado de Sistema CGS, porque utiliza, como unidades

    bsicas de medio, o centmetro (C) para medir comprimento; o grama (G) para medir

    massa; e o segundo (S) para medir tempo.

    O sistema ingls usa medidas diferentes para medir massa e comprimento. A "libra" a

    unidade de peso; o "p" a unidade para medir comprimento; e o "segundo" usado para

    medir tempo, como no sistema mtrico.

    As medidas de um sistema podem ser convertidas em unidades do outro, usando-se um

    fator de converso, ou por referncia a uma tabela semelhante mostrada na figura 7-1.

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    Nesta figura os sistemas, ingls e mtrico, so comparados. Adicionalmente includa uma

    coluna de equivalncia, que pode ser usada para converter unidades de um sistema para o

    outro.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-1 Comparao entre os Sistemas de medida mtrico e ingls.

    1.2 FLUIDOS

    Generalidades

    Lquidos e gases so chamados de fluidos, porque ambos fluem livremente. Um fluido

    definido como uma substncia que modifica sua forma facilmente e toma o espao do

    recipiente em que contido. Isto se aplica tanto aos lquidos quanto aos gases. As suas

    caractersticas podem ser agrupadas sob similaridades e diferenas. As caractersticas

    similares so as seguintes:

    1. Ambos no tm forma definida e acomodam-se na forma dos recipientes em que se

    encontram.

    2. Ambos prontamente transmitem presses.

    As caractersticas distintas so as seguintes:

    1. Os gases ocupam seus recipientes completamente;

    2. Os gases so mais leves do que os lquidos em iguais volumes;

    3. Os gases so altamente compressveis, mas os lquidos apenas um pouco.

    Estas diferenas sero descritas adiante, na discusso concernente s propriedades e

    caractersticas dos fluidos em repouso. Tambm sero abordados alguns dos fatores que

    afetam os fluidos em diferentes situaes.

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    Densidade e Gravidade Especfica

    A densidade de uma substncia o seu peso por unidade de volume. A unidade de volume

    selecionada para uso no sistema ingls para medio 1 p cbico. No sistema mtrico a

    unidade 1 centmetro cbico. Portanto, a densidade expressa em lb/ft (libras por p

    cbico) ou g/cm (gramas por centmetro cbico).

    Para encontrar a densidade de uma substncia, seu peso e volume precisam ser conhecidos.

    Seu peso ento dividido por seu volume, para encontrar o peso por unidade de volume.

    Por exemplo, o lquido que completa certo recipiente pesa 1.497,6 libras.

    Fonte: Matrias Bsicas, traduo do AC 65-9A do FAA

    Tabela com a gravidade espec fica de alguns tipos de materiais

    O recipiente tem 4 ps de comprimento, 3 ps de largura e 2 ps de altura. Seu volume de

    24 ps cbicos (4 x 3 x 2). Se 24 ps cbicos de um lquido pesa 1.497,6 libras, ento 1 p

    cbico pesa 1.497,6/24 ou 62,4 libras. Portanto a densidade do lquido 62,4 lb/ft.

    Esta a densidade da gua a 4C e normalmente usada para comparao de densidades de

    outras substncias. (No sistema mtrico, a densidade da gua de 1g/cm).

    A temperatura padro de 4C usada para medir-se a densidade de lquidos e slidos.

    Mudanas na temperatura no modificaro o peso de uma substncia, mas modificaro seu

    volume por expanso e contrao, modificando, ento, seu peso por unidade de volume.

    O procedimento para achar a densidade aplica-se a todas as substncias. Todavia

    necessrio considerar a presso, quando procurando a densidade de gases.

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    A temperatura mais crtica quando se mede a densidade dos gases do que as de outras

    substncias. A densidade de um gs aumenta na proporo direta da presso exercida sobre

    ele. As condies padro para medio da densidade foram estabelecidas em 0C de

    temperatura a uma presso de 76 cm de mercrio (esta a presso mdia da atmosfera ao

    nvel do mar).

    A densidade para todos os gases calculada com base nestas condies. Frequentemente

    necessrio comparar a densidade de substncias diferentes. Por este motivo, o padro

    necessrio.

    A gua o padro que os fsicos escolheram na comparao da densidade de todos os

    lquidos e slidos. Para os gases, o padro mais comumente usado o ar. Entretanto o

    hidrognio s vezes usado como padro para os gases.

    Em fsica a palavra "especfico" denota uma proporo.

    Ento, a gravidade especfica calculada, por comparao do peso de um volume definido,

    de uma dada substncia, com o peso de igual volume de gua.

    Os termos "peso especfico" ou "densidade especfica" so s vezes usados para expressar

    essa proporo.

    As seguintes frmulas so empregadas para encontrar a gravidade especfica de lquidos e

    slidos:

    As mesmas frmulas so usadas para achar a densidade dos gases, substituindo gua por ar

    ou hidrognio.

    A gravidade especfica no expressa em unidades, mas por nmeros puros.

    Por exemplo, se certo lquido hidrulico tem uma gravidade especfica de 0,8, 1 p cbico

    do lquido pesa 0,8 vezes o que pesa 1 p cbico de gua: 62,4 vezes 0,8 ou 49,92 libras.

    No sistema mtrico, 1 cm cbico de uma substncia com gravidade especfica de 0,8 pesa 1

    vez 0,8 ou 0,8 gr. (observe que no sistema mtrico a gravidade especfica de um lquido ou

    slido tem o mesmo valor numrico que sua densidade.

    Como o ar pesa 1,293 gramas por litro, a gravidade especfica de gases no igual s

    densidades mtricas).

    Gravidade especfica e densidade so independentes do tamanho da amostra sob

    considerao e, depende apenas da substncia de que ela seja feita. Ver na figura 7-2, os

    valores de gravidade especfica relativos a vrias substncias.

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    Um dispositivo chamado densmetro utilizado para medir a gravidade especfica de

    lquidos. Tal medidor consiste de uma boia de vidro com forma tubular, contida num tubo

    de vidro maior (ver figura 7-3).

    O tubo de vidro o recipiente para o lquido, tendo na parte superior um bulbo de

    borracha para succionar o lquido para o interior do recipiente.

    preciso haver lquido bastante para erguer a boia de vidro, mantendo-a afastada do fundo

    do recipiente. A boia tem um determinado peso e possui uma escala graduada

    verticalmente.

    Fonte: Matrias Bsicas, traduo do AC 65-9A do FAA

    Figura 7-3 Densmetro.

    Para determinar a gravidade especfica, a escala deve ser lida na superfcie do lquido em

    que est imersa.

    A indicao 1000 lida quando se tratar de gua pura. Quando imersa em lquido de maior

    densidade, a boia eleva-se, indicando maior gravidade especfica.

    No caso de lquidos de densidade mais baixa, a boia afunda, indicando uma menor

    gravidade especfica.

    Um exemplo de uso do densmetro a medio da densidade especfica do eletrlito

    (soluo de bateria) em baterias de aeronaves.

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    Fonte jet.com.br

    Quando a bateria est descarregada a boia indicadora imersa na soluo cida indicar

    aproximadamente 1150. A indicao da bateria carregada fica entre 1275 e 1310.

    Flutuabilidade

    Um corpo slido pesa menos submerso num lquido ou num gs do que em espao livre,

    por causa da fora para cima que qualquer fluido exerce sobre um corpo nele submerso.

    Um objeto flutuar, caso a fora para cima (chamada flutuao) do fluido seja maior do que

    o peso do objeto.

    Fonte: Matrias Bsicas, traduo do AC 65-9A do FAA

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    Objetos mais densos do que o fluido afundaro prontamente, ainda que paream perder

    parte do seu peso quando submersos. Uma pessoa pode erguer maior peso dentro d'gua

    do que fora dela.

    A experincia seguinte est ilustrada na figura 7-4. Um recipiente para transferncia de

    lquido completado com gua at o nvel da torneira.

    Um cilindro de metal macio primeiro pesado fora d'gua e depois, quando

    completamente submerso, dentro dela.

    A diferena entre os dois pesos a fora de flutuao da gua. O cilindro mergulhado no

    recipiente de transferncia, e a gua que se esgota atravs da torneira colhida no outro

    recipiente.

    O volume da gua transferida igual ao volume do cilindro mergulhado.

    O volume de objetos de forma irregular pode ser medido por este mtodo.

    Se esta experincia for feita cuidadosamente, o peso da gua deslocada pelo cilindro

    metlico ser exatamente igual fora de flutuao da gua.

    Experincias similares foram realizadas por Arquimedes (287-212 A.C.). Ele descobriu que

    a fora de flutuao que um fluido exerce sobre um corpo submerso igual ao peso do

    fluido que o corpo desloca.

    Esta afirmao referida como "princpio de Arquimedes".

    Este princpio aplica-se a todos os fluidos, gases e lquidos.

    Assim como a gua exerce uma fora de flutuao em objetos, o ar tambm a exerce em

    objetos nele mergulhados.

  • 17

    Fonte: Matrias Bsicas, traduo do AC 65-9A do FAA

    Figura 7-4 Medio da fora de flutuao.

    1.3 TEMPERATURA

    A temperatura um fator predominante que afeta as propriedades de fluidos.

    Particularmente quando calculando mudana no estado fsico dos gases.

    As trs escalas de temperaturas largamente usadas so: a centrgrada, a Fahrenheit e a

    absoluta ou Kelvin. A escala centgrada feita usando-se os pontos de congelamento e de

    fervura da gua, sob condies padro, com pontos fixos de 0 a 100, com 100 divises

    iguais intermedirias. A escala Fahrenheit usa 32 como o ponto de congelamento da gua e

    212 como ponto de fervura e, tem 180 divises intermedirias iguais. A escala absoluta ou

    Kelvin montada com o seu ponto zero estabelecido como -273C ou -459,4F. abaixo do

    ponto de congelamento de gua.

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    Fonte: www.mundoeducacao.com.br

    O zero absoluto, uma das constantes fundamentais da fsica, comumente usado no

    estudo dos gases.

    expresso normalmente na escala centgrada. Se a energia calorfica de um determinado

    gs pudesse ser progressivamente reduzida, seria atingida uma temperatura na qual o

    movimento das molculas cessaria completamente. Se cuidadosamente determinada, esta

    temperatura poderia ento ser tomada como uma referncia natural ou como um

    verdadeiro valor do "zero absoluto". Experincias com hidrognio indicaram que em um

    gs resfriado a -273,16C (-273, na maior parte dos clculos), todo o movimento molecular

    cessaria e nenhum calor adicional poderia ser extrado da substncia.

    Quando temperaturas so medidas considerando a referncia de zero absoluto, elas so

    expressas como zero na escala absoluta ou Kelvin. Ento, o zero absoluto pode ser

    expresso como 0K, como -273C ou como -459,4F (na prtica, -460 na maioria dos

    clculos).

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    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-5 (A) Escala Rankine, usada para converter Fahrenheit para absoluto.

    (B) Comparao das temperaturas Fahrenheit, Centgrado e Kelvin.

    Ao trabalhar com temperaturas, certifique-se, sempre, quanto ao sistema de medio que

    est sendo usado e, saiba como converter as temperaturas.

    As frmulas de converso so mostradas na letra B da figura 7-5. Para fins de clculos, a

    escala Rankine, ilustrada na figura 7-5 comumente usada para converter Fahrenheit em

    absoluta. Para leituras Fahrenheit acima de zero, adicionar 460.

    Desta forma 72F igual a 460 mais 72 ou 532 absolutos. Se a leitura Fahrenheit for

    abaixo de zero, subtrair de 460. Assim, 40F igual a 460 menos 40, ou 420 absolutos.

    necessrio destacar que a escala Rankine no indica leitura de temperatura absoluta de

    acordo com a escala Kelvin, mas estas converses podem ser usadas para clculos de

    modificaes no estado fsico dos gases.

    As escalas Kelvin e Centgrada so usadas mais efetivamente em trabalhos cientficos,

    portanto muitos manuais tcnicos usam estas escalas quando tratando de orientaes e

    instrues de operao.

    A escala Fahrenheit comumente usada nos Estados Unidos e a maioria das pessoas est

    familiarizada com ela. Portanto a escala Fahrenheit usada em muitas partes deste texto.

  • 20

    1.4 PRESSO

    O termo "presso", conforme usado em todo este captulo, definido como uma fora

    por unidade de rea. A presso , normalmente, medida em p.s.i. (pounds per square inch,

    ou libras por polegada quadrada). s vezes a presso medida em polegadas de mercrio

    ou, para presses muito baixas, em polegadas de gua.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-6 Presso exercida.

    A presso pode estar em uma direo, vrias direes ou em todas as direes (Veja a

    figura 7-6). Gelo (um slido) exerce presso apenas para baixo. gua (um fluido) exerce

    presso em todas as superfcies com as quais entra em contato. Gs (um fluido) exerce

    presso em todas as direes, porque ele ocupa completamente o recipiente que o contm.

    1.5 PRESSO ATMOSFRICA

    A atmosfera a massa total de ar que circunda a terra. Embora ela se estenda acima de

    900Km (500 milhas), a seo de interesse principal a poro do ar que fica sobre a

    superfcie da terra e se estende em torno de 14 Km (7,5 milhas). Esta camada chamada de

    troposfera e quanto maior for a altura, menor ser a presso. Isto devido ao peso do ar.

    Se uma coluna de ar de uma polegada quadrada que se estenda por todo o caminho at o

    topo da camada atmosfrica fosse pesada, ela teria aproximadamente 14,7 libras ao nvel do

    mar. Deste modo, a presso atmosfrica ao nvel do mar de aproximadamente 14,7 p.s.i.

    Quando a altitude aumenta, a presso atmosfrica diminui aproximadamente 1,0 p.s.i. a

    cada 2.343 ps. No entanto, abaixo do nvel do mar, a presso atmosfrica aumenta. As

    presses sob a gua diferem daquelas somente sob o ar, porque o peso da gua deve ser

    adicionado ao peso do ar. A presso atmosfrica, os efeitos da temperatura sobre ela e os

  • 21

    meios utilizados para medi-la sero discutidos com maiores detalhes em outra seo deste

    captulo.

    Presso Absoluta

    Como afirmado anteriormente, a temperatura absoluta usada nos clculos de mudanas

    no estado dos gases. Tambm necessrio o uso da presso absoluta para esses clculos.

    A presso absoluta medida da presso zero absoluta, preferivelmente, do que da normal

    ou da presso atmosfrica (aproximadamente 14,7 p.s.i.).

    A escala de presso usada normalmente em todos os medidores e indica a presso que

    excede a atmosfrica.

    Por esta razo, a presso absoluta igual a presso atmosfrica mais a presso do indicador.

    Por exemplo, 100 p.s.i.g. (libras por polegada quadrada indicada) igual a 100 p.s.i. mais

    14,7 p.s.i. ou 114,7 p.s.i.a. (libras por polegada quadrada absoluta).

    Incompressibilidade e Expanso dos Lquidos

    A compresso dos lquidos, que a reduo do volume que eles ocupam, mesmo sob

    extrema presso, to pequena, que pode ser considerada desprezvel.

    Se uma presso de 100 p.s.i. for aplicada a uma quantidade substancial de gua, o seu

    volume decrescer somente 3/10.000 do seu volume original. Seria necessria uma fora de

    64.000 p.s.i. para reduzir o seu volume em 10%. Como os outros lquidos se comportam da

    mesma maneira, os lquidos so, usualmente, considerados incompressveis.

    Os lquidos geralmente se expandem quando aquecidos. Esta ao normalmente

    conhecida como expanso trmica. Todos os lquidos no se expandem na mesma

    quantidade para certo aumento de temperatura.

    Se dois frascos forem colocados em um recipiente aquecido e se um deles estiver cheio de

    gua e o outro de lcool, a expanso do lcool ser maior do que a da gua pela mesma

    razo de temperatura.

    A maioria dos leos se expande mais do que a gua. Os sistemas hidrulicos das aeronaves

    contm meios de compensar esse aumento de volume, de modo a evitar danos ao

    equipamento.

  • 22

    1.6 COMPRESSIBILIDADE E EXPANSO DE GASES

    As duas maiores diferenas entre gases e lquidos so suas caractersticas de

    compressibilidade e expanso. Embora os lquidos sejam praticamente no compressveis,

    os gases so altamente compressveis. Os gases preenchem totalmente qualquer recipiente

    fechado que os contenham, mas os lquidos enchem um recipiente somente na extenso de

    seu volume normal.

    1.7 TEORIA CINTICA DOS GASES

    A estrutura dos gases os torna rapidamente adaptveis a anlise matemtica, da qual surgiu

    a teoria detalhada do comportamento dos gases, chamada teoria cintica dos gases. A teoria

    pressupe que a massa do gs composta de molculas idnticas que se comportam como

    esferas elsticas pequenas, separadas relativamente longe entre si e continuamente em

    movimento.

    O grau do movimento molecular depende da temperatura do gs, uma vez que as

    molculas esto frequentemente batendo umas nas outras e contra as paredes do recipiente;

    um aumento na temperatura, com o consequente aumento no movimento molecular, causa

    um aumento correspondente no nmero de colises entre as molculas. O nmero

    aumentado de colises resulta num nmero maior de molculas que colidem nas paredes

    do recipiente numa certa unidade de tempo.

    Se o recipiente fosse um vaso aberto, o gs se expandiria e transbordaria. Contudo, se o

    recipiente selado e possui elasticidade (tal qual uma bola de borracha), a presso

    aumentada determinaria a expanso do recipiente.

    Por exemplo, ao fazer uma longa viagem num dia quente, a presso nos pneus de um

    automvel aumenta e o pneu, que parecia ser algo macio numa manh fresca, pode parecer

    normal numa temperatura maior ao meio dia.

    Tais fenmenos como esses so explicados por leis concernentes a gases e tendem a

    corroborar a teoria cintica.

    A qualquer momento, algumas das molculas do gs se movem numa dada direo,

    algumas em outra direo. Algumas viajam rapidamente, outras lentamente. Algumas no

    se movem. O efeito combinado dessas velocidades corresponde temperatura do gs. Em

    qualquer quantidade considervel de gs, existem tantas molculas presentes que, de acordo

    com "as leis da probabilidade" uma velocidade mdia pode ser encontrada. Se essa

  • 23

    velocidade mdia existisse em todas as molculas do gs, produziria o mesmo efeito numa

    dada temperatura como resultante das vrias velocidades.

    Lei de Boyle

    Como afirmado anteriormente, a compressibilidade uma caracterstica marcante dos

    gases. O cientista ingls Robert Boyle estava entre os primeiros a estudar essa caracterstica

    que ele chamou "espalhamento do ar". Pela medio direta ele descobriu que, quando a

    temperatura de uma amostra combinada de gs era mantida constante e a presso dobrava,

    o volume era reduzido a metade do valor anterior, medida que a presso aplicada

    diminuia, o volume aumentava. Dessas observaes, ele concluiu que para uma

    temperatura constante, o produto do volume e a presso para um gas preso permanece

    constantes. A lei de Boyle estabelecida: "o volume de um gs seco enclausurado varia

    inversamente com sua presso, permanecendo constante a temperatura".

    Essa lei pode ser demonstrada aprisionando uma quantidade de gs num cilindro, que tem

    um pisto firmemente posicionado. Uma fora ento aplicada ao pisto, de modo a

    comprimir o gs no cilindro de algum volume especfico. Quando a fora aplicada no

    pisto dobrada, o gs comprimido metade do seu volume original, como indicado na

    Figura 7-7.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-7 Metade do volume pelo dobro da fora.

    Na equao, a relao pode ser expressa por:

    Onde, V e P so volume e presso iniciais, e V e P so volume e presso posteriores.

  • 24

    Exemplo da Lei de Boyle: 4 ps cbicos de nitrognio esto sob uma presso de 100 p.s.i.g.

    Ao nitrognio permitida uma expanso para um volume de 6 ps cbicos.

    Qual a nova presso indicada?

    Frmula ou equao:

    Um gs que se comporta de acordo com a lei de Boyle, considerado um gs ideal.

    Quando a presso aumenta sobre o gs, seu volume diminui proporcionalmente e sua

    densidade aumenta. Dessa forma, a densidade do gs varia diretamente com a presso, se a

    temperatura permanecer constante como no caso de um gs ideal. A densidade tambm

    varia com a temperatura, uma vez que os gases se expandem quando aquecidos e se

    contraem quando esfriados.

    As aplicaes teis da lei de Boyle so muitas e variadas. Algumas aplicaes mais comuns

    na aviao so:

    1. Garrafas de dixido de carbono (CO2) usadas para inflar botes e coletes salva-vidas;

    2. Garrafas de oxignio sob presso e de acetileno usados em soldagem;

    3. Freios e amortecedores de choque a ar comprimido;

    4. Garrafa de oxignio para voos a grandes altitudes e para uso em emergncia.

    Lei de Charles

    O cientista francs Jacques Charles colaborou muito na fundao da teoria cintica

    moderna dos gases.

    Ele descobriu que todos os gases se expandem e contraem numa proporo direta

    mudana na temperatura absoluta, permanecendo a presso constante. Na forma de

    equao, essa parte da lei pode ser expressa.

    A equao significa que, com um volume constante, a presso absoluta do gs varia

    diretamente com a temperatura absoluta.

  • 25

    Exemplos da lei de Charles:

    Um cilindro de gs sob uma presso de 1.800 p.s.i.g. a 70F mantido sob o sol tropical e a

    temperatura sobe para 130F. Qual a nova presso dentro do cilindro? A presso e a

    temperatura devem ser convertidas para absolutas.

    Frmula ou equao:

    Usando o sistema Rankine:

    70F = 530 absolutos

    130F= 590 absolutos

    Substituindo:

    Convertendo a presso absoluta para a presso indicada:

    Bales livres voando na estratosfera, os gases de aeronaves a jato e os efeitos das nuvens e

    do tempo nos instrumentos de registro, podem ser explicados pelo uso da lei de Charles.

    Aqui esto aplicaes prticas da lei de fsica que ajuda o piloto, o controlador de ar e o

    aergrafo nos seus servios. Voar se torna mais seguro quando os humanos so capazes de

    aplicar essa lei no manuseio dos dados de tempo, to vital para a aviao.

    Lei Geral dos Gases

    Os fatos referentes aos gases discutidos nas sees anteriores so resumidos e ilustrados na

    figura 7-8. A lei de Boyle expressa em "A" da figura, e os efeitos das mudanas de

    temperatura na presso e volume (lei de Charles) so ilustradas em "B"e "C",

    respectivamente. Ao combinar as leis de Boyle e Charles, uma expresso nica pode ser

    encontrada, estabelecendo todas as informaes contidas em ambas. Essa expresso

    chamada "a lei geral dos gases", uma frmula muito til a partir da qual dada a equao

    que se segue. (Nota: o P e T maisculos significam presso absoluta e temperatura

    absoluta, respectivamente).

  • 26

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-8 Lei geral dos gases.

    Um exame da figura 7-8 revela que as trs equaes so casos especiais da equao geral.

    Portanto, se a temperatura permanecer constante, T igual a T, ambas podem ser

    eliminadas da frmula geral, que ento se reduz para a forma mostrada em "A". Quando o

    volume permanecer constante, V igual a V, reduzindo a equao geral para a forma dada

    em "B". Similarmente P igual a P pela constante presso e a equao toma a forma dada

    em "C".

    A lei geral dos gases aplica-se com exatido somente para gases perfeitos ou "ideais", em

    que as molculas so assumidas para serem perfeitamente elsticas. Ainda que a lei descreva

    o comportamento atual dos gases, com exatido suficiente para a maioria dos propsitos

    prticos.

    A seguir, dois exemplos da equao geral:

    1 - Dois ps cbicos de um gs a 75 libras por polegada quadrada e a 80F. So

    comprimidos para um volume de 1 p cbico e, ento, aquecido a uma temperatura de

    300F. Qual a nova presso indicada?

  • 27

    Formula ou equao:

    Usando o sistema Rankine:

    80F = 540 ABSOLUTO

    300F = 760 ABSOLUTO

    Substituindo

    P = 252,5 p.s.i.a.

    Convertendo presso absoluta para presso indicada:

    2 - Quatro ps cbicos de um gs a 75 p.s.i.g. e 80F. so comprimidos a 237,8 p.s.i.g. e

    aquecidos para uma temperatura de 300F. Qual o volume de gs resultante desta

    operao?

    Usando o sistema Rankine:

    80F. = 540 absoluto

    300F. = 760 absoluto

    Substituindo:

  • 28

    Lei de Avogadro

    Avogadro, um fsico italiano, conceituou a teoria que "na mesma temperatura e presso,

    volumes iguais de diferentes gases, contm iguais nmeros de molculas". Esta teoria foi

    provada por experincias e, comprovada com a teoria cintica, tanto que ela foi mostrada

    como "a lei Avogadro.

    Lei de Dalton

    Se a mistura de dois ou mais gases que no combinam quimicamente colocada em um

    recipiente, cada gs se expande atravs do espao total e a presso absoluta de cada gs

    reduzida para um pequeno valor, chamado de presso parcial. Esta reduo est de acordo

    com a lei de Boyle. A presso dos gases misturados igual soma das presses parciais.

    Este fato foi descoberto por Dalton, um fsico ingls e determinada como a quarta lei de

    Dalton: "a mistura de vrios gases que no reagem quimicamente, exerce uma presso igual

    soma das presses que os vrios gases exercero separadamente se, a cada um, for

    permitido ocupar o espao interior sozinho a uma dada temperatura".

    Transmisso de Foras Atravs de Fludos

    Quando a extremidade de uma barra forada, a fora principal da pancada transportada

    diretamente atravs da barra para o outro extremo (veja "A" da figura 7-9). Isto acontece

    porque a barra rgida. A direo da pancada determina quase inteiramente a direo da

    fora transmitida.

  • 29

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-9 Transmisso de fora: (A) Slido; (B) Fludo.

    Quanto mais rgida a barra, menor a fora perdida dentro da barra, ou transmitida para

    fora, em ngulos retos na direo da pancada.

    Quando uma fora aplicada na extremidade da coluna de um lquido confinado ("B" da

    figura 7-9), esta transmitida diretamente atravs do outro final e, tambm, igualmente sem

    diminuir em todas as direes atravs da coluna, para frente, para trs e para os lados, de tal

    modo que o recipiente seja literalmente ocupado com a presso.

    Se um gs for usado em lugar de um lquido, a fora ser transmitida da mesma maneira.

    A nica diferena que, o gs sendo compressvel, fornece uma fora rgida muito menor

    do que o lquido, que incompressvel. (Esta a principal diferena na ao de lquidos e

    gases nos sistemas de fora de fluidos).

    Lei de Pascal

    Os fundamentos da hidrulica e pneumtica moderna foram estabelecidos em 1653,

    quando Pascal descobriu que a presso em cima de um fluido, atua igualmente em todas as

    direes.

  • 30

    Fonte: Matrias Bsicas, traduo do AC 65-9A do FAA

    Esta presso atua em ngulos retos para as superfcies do recipiente.

    Uma das consequncias da lei de Pascal que a forma interior do recipiente altera a relao

    de presso. Portanto na figura 7-11, se a presso devida para o peso do lquido em um

    ponto na linha horizontal "H" de 8 p.s.i., a presso ser de 8p.s.i., em qualquer lugar do

    nvel "H" no sistema.

    A presso, devido ao peso de um fluido, depende em qualquer nvel, da altura do fluido a

    partir da superfcie. A distncia vertical entre dois nveis horizontais em um fluido

    conhecida como a cabea do fluido.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-11 Relacionamento da presso com o formato do reservatrio.

  • 31

    Na figura 7-11 est indicada a cabea do lquido de todos os pontos no nvel "H"com

    relao superfcie.

    A presso devida para a cabea do fluido tambm depende da densidade desse mesmo

    fluido. A gua, por exemplo, pesa 62,4 libras/p cbico ou 0,036 libras/polegada cbica,

    mas certos leos fortes pesam 55 libras/p cbico, ou 0,32 libras/polegada cbica. Para

    produzir uma presso de 8 p.s.i., ele tomaria 222 polegadas de altura usando gua, e 252

    polegadas de altura usando o leo (veja figura 7-12).

    Fora e Presso

    Para que possamos entender como a lei de Pascal aplicada para fora de um fluido, uma

    distino deve ser feita entre os termos "fora" e "presso". Fora pode ser definida como

    um "empurrar" ou "puxar", exercido contra a rea total de uma determinada superfcie, que

    expressa em libras. Como colocado anteriormente, presso uma quantidade de fora em

    uma unidade de rea da superfcie representada acima. Em hidrulica e pneumtica, a

    presso expressa em libras por polegada quadrada. Portanto presso a quantidade de

    fora atuando sobre a rea de uma polegada quadrada.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-12 Relao entre presso e densidade.

  • 32

    Calculando Fora, Presso e rea

    Uma frmula, semelhante s usadas com a lei do gs, usada calculando fora, presso e

    rea no sistema de fora do fluido. Embora paream ser trs frmulas, ela somente uma,

    escrita em trs variaes, onde "P" refere-se a presso, "F" indica fora e "A" representa

    rea.

    Fora igual presso vezes a rea. Assim, a frmula ser escrita: F. = P x A

    Fonte: Matrias Bsicas, traduo do AC 65-9A do FAA

    Figura 7-13 Dispositivo para determinar a relao entre Fora, Presso e rea.

    Presso igual fora dividida pela rea. Recompondo a frmula, esta afirmao

    considerada em:

    Como a rea igual fora dividida pela presso, a frmula ser escrita: 358,8 X 760.

    A figura 7-13 ilustra um artifcio para relembrar estas frmulas. Qualquer letra no tringulo

    pode ser expressa como o produto ou quociente das outras duas, dependendo da posio

    dela dentro do tringulo.

    Por exemplo, para acharmos a rea, consideramos a letra "A" como destaque, seguida por

    um sinal de igual. Agora, olhamos para as outras duas letras.

    A letra "F" est sobre a letra

    De maneira similar, para achar a fora, consideramos a letra "F" como sendo destaque. As

    letras "P" e "A" esto lado a lado, logo, F = P x A.

  • 33

    s vezes a rea no pode ser expressa em polegadas quadradas. Se ela uma superfcie

    retangular, a rea pode ser achada multiplicando-se o comprimento (em metros ou

    polegadas) pela largura (em metros ou polegadas). A maioria das reas consideradas nestes

    clculos circular.

    Tanto o dimetro como o raio (metade do dimetro) pode ser dado. O raio em polegadas

    deve ser conhecido para achar a rea. Ento, a frmula para achar a rea de um crculo

    usada.

    Ela escrita A = r, onde A a rea, 3,1416 (3,14 ou 3 1/7 para a maioria dos

    clculos), e r indica raio ao quadrado.

    Fonte: Prof. Evandro Ferreira

    Presso e Fora em um Fluido num Sistema de Potncia

    De acordo com a lei de Pascal, alguma fora aplicada para um fluido preso transmitida,

    igualmente, em todas as direes e, por todas as partes atravs do fluido independente da

    forma do recipiente. O efeito disto est no sistema mostrado na figura 7-14, que uma

    modificao de "B" da figura 7-9. A coluna do fluido curvada para cima para o seu nvel

    original, com um segundo pisto neste ponto.

    Est claro que quando o pisto entra (1) empurrado para baixo, a presso gerada atravs

    do fluido, o qual age igualmente em ngulos retos para as superfcies em todas as partes do

    recipiente.

    Referente figura 7-14, se a fora (1) 100 libras e a rea do pisto de 10 polegadas

    quadradas, ento a presso no fluido 10 p.s.i. (100/10). Esta presso age no pisto (2),

    para que cada polegada quadrada da sua rea seja empurrada para cima, com a fora de 10

    libras. Neste caso, uma coluna de fluido de seo uniforme considerada, de modo que a

    rea do pisto de sada (2) a mesma que a do pisto de entrada (1), ou 10 polegadas

    quadradas. Ento, a fora para cima, no pisto de sada (2) de 100 libras, a mesma que

  • 34

    aplicada no pisto de entrada (1). Tudo que se executou neste sistema foi para transmitir a

    fora de 100 libras ao redor de uma curva.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-14 Fora transmitida atravs dos fluidos.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-15 Transmitindo fora atravs de um pequeno tubo.

  • 35

    Entretanto, este princpio fundamenta praticamente toda aplicao mecnica da potncia

    do fluido.

    Este detalhe deve ser observado, pois a lei de Pascal independente da forma do

    recipiente, no sendo necessrio que o tubo que conecta os dois pistes tenha a mesma

    rea dos pistes.

    Uma conexo de qualquer tamanho, forma ou comprimento, far o controle se a passagem

    no estiver obstruda. Da, o sistema mostrado na figura 7-15, no qual um pequeno tubo

    em curva conecta os dois cilindros, que agiro exatamente da mesma maneira, como

    mostrado na figura 7-14.

    Multiplicao de Foras

    Nas figuras 7-14 e 7-15, os sistemas contm pistes de rea iguais, os quais a fora de sada

    igual fora de entrada.

    Considerando-se a situao na figura 7-16, onde o pisto de entrada muito menor que o

    pisto de sada.

    Suponhamos que a rea do pisto (1) de entrada seja de 2 polegadas quadradas.

    Empurrando o pisto (1) com uma fora de 20 libras, produziremos 10 p.s.i. (20/2) no

    fluido.

    Embora esta fora seja muito menor do que a fora aplicada nas figuras 7-14 e 7-15, a

    presso a mesma. Isto porque a fora est concentrada numa rea relativamente

    pequena.

    Esta presso de 10 p.s.i. age em todas as partes do fluido no recipiente, incluindo a base do

    pisto (2) de sada.

    A fora para cima, no pisto (2) de sada , portanto, 10 libras para cada 20 polegadas

    quadradas de rea, ou 200 libras (10 x 20).

    Neste caso, a fora original foi multiplicada por dez, enquanto a mesma presso usada no

    fluido anterior.

    Obviamente, o sistema trabalhar da mesma maneira para outras foras e presses. Assim,

    a razo da fora de sada para a fora de entrada sempre a mesma.

    O sistema trabalha da mesma forma, na situao contrria.

    Considerando o pisto (2) na figura 7-16 como de entrada, e o pisto (1) como o de sada,

    vemos que a fora de sada ser sempre 1/10 da fora de entrada. s vezes tais resultados

    so desejados.

  • 36

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-16 Multiplicao de foras.

    Ento, se dois pistes so usados em um fluido num sistema de potncia, a fora que atua

    em cada um diretamente proporcional a sua rea e a magnitude de cada fora o produto

    da presso pela sua rea.

    reas Diferenciais

    Eis a situao especial mostrada na figura 7-17. Aqui, um pisto individual em um cilindro

    tem uma haste ligada a um dos lados do pisto, ela se estende para fora do cilindro em uma

    extremidade. O fluido sob presso entra para ambas as extremidades do cilindro, atravs de

    tubos. As duas faces do pisto permanecem como se dois pistes estivessem agindo um

    contra o outro.

    A rea de uma das faces a rea completa do cilindro, por exemplo, 6 polegadas quadradas.

    A rea da outra face a rea do cilindro menos a rea da haste do pisto a qual de 2

    polegadas na face direita do pisto. A presso em ambas as faces a mesma, neste caso, 20

    p.s.i. Aplicando a regra j estabelecida, a fora empurrando o pisto para a direita, a sua

    rea vezes a presso, ou 120 libras (20 x 6). Similarmente, a fora empurrando-o para a

    esquerda, a sua rea vezes a presso, ou 80 libras.

    Ento existe uma fora desequilibrada de 40 libras agindo para a direita e o pisto se

    mover naquela direo. O efeito resultante o mesmo como se o pisto e o cilindro

  • 37

    fossem do mesmo tamanho da haste do pisto, desde que todas as outras foras estejam

    em equilbrio.

    Fatores de Volume e Distncia

    No sistema ilustrado nas figuras 7-14 e 7-15, os pistes tm reas de 10 polegadas

    quadradas cada. Ento, se um destes pistes empurrado 1 polegada, 10 cu. in. de fluido

    sero deslocadas.

    Desde que o lquido seja realmente incompressvel, este volume deve ir para algum lugar.

    No caso de um gs, ele se comprimir momentaneamente, mas se expandir eventualmente

    para seu volume original.

    Assim, este volume se move para o outro pisto. Visto que a rea deste pisto tambm de

    10 polegadas quadradas, ele se mover 1 polegada com o fim de acomodar as 10 cu. in. do

    fluido.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-17 reas diferenciais em um pisto.

    Os pistes so de reas iguais e, portanto, se movero distncias iguais, embora em

    direes opostas.

    Aplicando-se esse raciocnio para o sistema na figura 7-16, bvio que se o pisto (1) de

    entrada empurrado 1 polegada, somente 2 cu. in. do fluido sero deslocadas.

    Com o propsito de acomodar estas 2 cu. in. do fluido, o pisto (2) de sada ter que se

    mover somente 1/10 de uma polegada porque sua rea 10 vezes daquela do pisto (1) de

    entrada.

  • 38

    Isto nos leva para a segunda regra bsica para dois pistes no mesmo sistema de potncia

    de fluido, de que, as distancias percorridas so inversamente proporcionais as suas reas.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-18 Efeitos da presso atmosfrica.

    Efeitos da Presso Atmosfrica

    A presso atmosfrica, descrita anteriormente obedece, a lei de Pascal, igual ao estabelecido

    para presso nos fluidos. Como ilustrado na figura 7-14, presses devidas para uma cabea

    de lquido so distribudas igualmente em todas as direes. Isto tambm verdadeiro para

    a presso atmosfrica. A situao a mesma se essas presses agirem de lados opostos de

    alguma superfcie, ou atravs de fluidos. Em "A" na figura 7-18 uma folha de papel

    suspensa no puxada pela presso atmosfrica, como ela seria por uma fora

    desequilibrada, devido presso atmosfrica atuar igualmente em ambos os lados do papel.

    Em "B" da figura 7-18, a presso atmosfrica atuando na superfcie de um lquido

    transmitida igualmente atravs do liquido para as paredes do recipiente, mas equilibrada

  • 39

    pela mesma presso, atuando diretamente no exterior das paredes do recipiente. Em "C" da

    figura 7-18, presso atmosfrica atuando na superfcie de um pisto equilibrada pela

    mesma presso atuando na superfcie do outro. As diferenas de reas de duas superfcies

    no fazem diferena, desde que para uma unidade de rea, as presses estejam equilibradas.

    Princpio de Bernoulli

    O princpio de Bernoulli foi originalmente estabelecido para explicar a ao de um lquido

    fluindo atravs de tubos de reas de corte seccional diferentes.

    Na figura 7-19 um tubo mostrado com o corte seccional diminuindo gradualmente a rea

    para um dimetro mnimo na sua seo central. Um tubo construdo desta forma

    chamado um "Venturi" ou "Tubo de Venturi".

    Quando um lquido (fluido) flui atravs do tubo de Venturi, os trs tubos verticais agem

    como indicadores de presso, enchendo com lquido at que a presso deste em cada tubo

    se iguale presso do liquido movendo-se no Venturi.

    O Venturi na figura 7-19 pode ser usado para ilustrar o princpio de Bernoulli, o qual

    estabelece que a presso de um fluido (lquido ou gs) diminui no ponto onde a velocidade

    do fluido aumenta. Na seo larga do Venturi (pontos "A" e "C" da figura 7-19), o lquido

    se move a baixa velocidade, produzindo uma alta presso, como indicado pela altura do

    lquido nos tubos verticais nestes dois pontos. A parte central do tubo, mais estreita, deve

    conter o mesmo volume de fluido das duas reas extremas.

    Nesta seo estreita, o lquido se move em alta velocidade, produzindo uma presso menor

    que nos pontos "A" e "C", como indicado pela altura da coluna do lquido no tubo vertical

    acima do ponto "B" da figura 7-19.

    Fonte: Matrias Bsicas, traduo do AC 65-9A do FAA

    Figura 7-19 Presses e velocidades em um tubo de Venturi.

  • 40

    O princpio de Venturi, em diversas formas e medidas, usado em sistemas de aeronaves.

    Eles podem ser aplicados como restries ou orifcios. Por exemplo, como orifcio

    geralmente instalado em uma linha hidrulica para limitar a velocidade do fluxo do fluido.

    O trem de pouso de uma aeronave operado hidraulicamente, quando comandado para

    baixar, tender a descer com uma boa velocidade devido ao peso dos mecanismos. Se uma

    restrio for instalada na linha de retorno hidrulico a extenso do trem ser mais lenta,

    evitando desta forma, um possvel dano estrutural.

    1.8 ATMOSFERA

    Geral

    A aviao quase to dependente dessa categoria de fluidos chamada gases e do efeito de

    foras e presso agindo sobre esses gases, que uma discusso sobre o tema atmosfera

    importante para as pessoas da manuteno e reparo de aeronaves.

    Dados disponveis sobre a atmosfera podem determinar se um voo ter xito ou se ele

    ficar no solo. Os vrios componentes do ar em volta da terra, as mudanas na temperatura

    e presso em diferentes nveis acima da terra, as peculiaridades do tempo encontradas pela

    aeronave no voo e muitos outros dados detalhados so considerados pela aeronave no voo

    e muitos outros dados detalhados so considerados na preparao do plano de voo.

    Pascall e Torricelli pesquisaram com desenvolvimento o barmetro e os instrumentos para

    medir a presso atmosfrica. Os resultados de seus experimentos continuam sendo usados

    hoje com poucas melhorias no projeto ou no conhecimento. Eles determinam que o ar tem

    peso, o qual varia quando a altitude mudada com relao ao nvel do mar. Cientistas

    atuais tambm esto interessados em como a atmosfera afeta a performance da aeronave e

    seus equipamentos.

    Composio da Atmosfera

    A atmosfera uma mistura complexa e em constante mudana. Seus ingredientes variam de

    local para local e de dia para dia. Alm dos inmeros gases, ela contm matrias estranhas

    como plen, poeira, bactrias, fuligem, cinza de vulco, esporos e poeira do espao

    exterior.

  • 41

    A composio do ar permanece quase constante desde o nvel do mar at seu mais alto

    nvel, mas sua densidade diminui rapidamente com a altitude. A seis milhas acima, por

    exemplo, ele muito rarefeito para se manter a respirao e 12 milhas acima no existe

    oxignio bastante para suportar a combusto.

    O oznio filtra uma poro dos raios letais ultravioleta, permitindo somente a passagem

    bastante para dar um bronzeado ao homem, matando bactrias e prevenindo o raquitismo.

    Estudos de atmosfera tm revelado que a temperatura no diminui uniformemente com o

    aumento da altitude, ao contrrio, ela obtm um frio constante em alturas de 7 milhas,

    onde a razo de mudana da temperatura diminui abruptamente e fica quase constante em

    -55C (218K) a cerca de 20 milhas. Abaixo segue um trfico que demostra a variao da

    temperatura x altitude.

    Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

    A atmosfera est dividida em cinco concntricas camadas ou nveis. A transio entre estes

    nveis gradual e sem definio de limites severos.

  • 42

    Fonte: professor buriti.blogspot.com

    Para melhor explicao, as cinco camadas so: troposfera, estratosfera, mesosfera,

    termosfera e exosfera.

    Troposfera - a camada mais baixa da atmosfera, estende-se at cerca de 15 km de

    altitude. nessa camada que ocorre a maioria dos fenmenos atmosfricos.

    Estratosfera - vai da troposfera at cerca de 50 km de altitude. Nela, aproximadamente a

    22 km de altitude, encontra-se a camada de gs oznio (O), responsvel pela filtrao dos

    raios ultravioleta emitidos pelo Sol.

    Mesosfera - se estende da estratosfera at aproximadamente 80 km. a camada da

    atmosfera com as temperaturas mais baixas (pode chegar a - 90C).

    Termosfera - vai da mesosfera at cerca de 500 km de altitude. uma camada muito

    importante para a comunicao humana, porque contm grande quantidade de gases

    ionizados que refletem alguns tipos de ondas de rdio.

    Exosfera - ltima das camadas atmosfricas, a exosfera se estende da termosfera at o

    espao exterior. a camada na qual, em geral, posicionam-se os satlites artificiais.

  • 43

    A troposfera vai desde a superfcie da terra at 35.000 ps nas mdias latitudes, mas varia

    de 28.000 ps nos polos at 54.000 ps no equador. A troposfera caracterizada por uma

    grande mudana de temperatura e umidade e, geralmente, por condies de turbulncia.

    Quase todas as formaes de nuvens esto dentro da troposfera e no limiar desta camada

    que voam normalmente os avies comerciais a reao.

    Aproximadamente 3/4 do total de peso da atmosfera est dentro da troposfera.

    Presso Atmosfrica

    O corpo humano est sob presso devido massa de ar que o engloba. Esta presso se

    deve ao peso da atmosfera. A presso que a atmosfera aplica em uma polegada quadrada de

    rea, igual ao peso de uma coluna de ar de uma polegada quadrada no corte seccional, o

    qual se estende desde essa rea at a rea superior da atmosfera.

    Desde que a presso atmosfrica, em alguma altitude, devido ao peso do ar sobre ela, a

    presso diminui com o aumento da altitude.

    Fonte: Prof. Evandro Ferreira

    A presso atmosfrica , frequentemente, medida por um barmetro de mercrio, que

    um tubo de vidro com cerca de 30 polegadas de comprimento, selado em uma das

    extremidades e enchido com mercrio (Hg.). Ele ento invertido e a abertura da

    extremidade colocada em um prato de mercrio. Imediatamente, o nvel de mercrio no

    tubo invertido diminui uma pequena distncia, deixando um pequeno volume de vapor de

    mercrio, prximo do zero absoluto de presso no tubo, acima do nvel mximo do lquido

    da coluna de mercrio.

  • 44

    A presso atuando por cima da extremidade do tubo, sobre o nvel de mercrio no prato

    a presso atmosfrica. A presso, atuando embaixo, no mesmo ponto, o peso da coluna

    de mercrio. Ento, a altura da coluna de mercrio indica a presso exercida pela

    atmosfera.

    Este meio de medio da presso atmosfrica, d lugar prtica de expressar a presso

    atmosfrica em polegadas de mercrio (in. Hg), melhor do que em libras por polegada

    quadrada (p.s.i.). Pode ser visto, entretanto, que um simples relacionamento existe entre a

    presso medida em P.S.I. e em polegadas Hg. Uma polegada cbica de mercrio pesa 0,491

    libras. Portanto, a presso de 30 polegadas de mercrio ser equivalente a:

    0,491 x 30 = 14,73 p.s.i.

    Fonte: Prof. Evandro Ferreira

    Uma segunda maneira de medir a presso atmosfrica com um barmetro aneroide. Este

    instrumento mecnico pode ser usado em avies muito mais adequadamente do que o

    barmetro de mercrio. Barmetros aneroides (altmetros) so usados para indicar a

    altitude do voo.

  • 45

    Fonte: www.free-online-private-pilot-ground-school.com

    Fonte: www.free-online-private-pilot-ground-school.com

    As calibragens so feitas em milhares de ps, melhor do que em p.s.i. Por exemplo, a

    presso padro ao nvel do mar 29,92 polegadas de mercrio, ou 14,69 p.s.i. A 10.000 ps

    acima do nvel do mar, a presso padro de 20,58 polegadas de mercrio ou 10,10 p.s.i.

    Os altmetros so calibrados, de tal modo, que a presso de 20,58 in. Hg. exercida pela

    atmosfera, causar a indicao de 10.000 ps.

    Em outras palavras, o altmetro calibrado para indicar a altitude na qual a presso

    atmosfrica predominante considerada presso padro. Assim, a altitude lida no altmetro,

    sendo dependente da presso atmosfrica superior, chamada presso de altitude (Hp).

    Realmente, um altmetro indicar a presso de altitude somente quando o ajuste do

    altmetro estiver selecionado para 29,92 polegadas Hg.

  • 46

    Uma terceira expresso , ocasionalmente, usada para indicar a presso atmosfrica. A

    presso atmosfrica pode ser expressa em atmosferas. Por exemplo, um teste pode ser

    conduzido em um compartimento pressurizado abaixo da presso de seis atmosferas. Isto

    simplesmente significa que a presso seis vezes maior do que a presso padro ao nvel

    do mar.

    Densidade Atmosfrica

    Desde que, tanto a temperatura como a presso diminuem com a altitude, pode parecer

    que a densidade da atmosfera permanecer mais ou menos constante com o aumento da

    altitude. Isto no verdade para a presso que diminui mais rapidamente com o aumento

    da altitude do que com o da temperatura. O resultado que a densidade diminui com o

    aumento da altitude. No uso da lei geral dos gases, estudado anteriormente, pode-se

    mostrar que para um gs em particular, presso e temperatura determinam a densidade.

    Desde que o padro de presso e temperatura tem sido associado com cada altitude, a

    densidade do ar deve tambm ser considerada padro. Ento, uma densidade atmosfrica

    particular est associada com cada altitude. Isto d lugar expresso "densidade de

    altitudes", simbolizada por Hd.

    A densidade de altitude de 15.000 ps a altitude na qual a densidade a mesma que a

    considerada padro para 15.000 ps. Relembre, entretanto, que a densidade de altitude no

    necessariamente a altitude verdadeira. Por exemplo, em um dia onde a presso

    atmosfrica mais elevada do que a padro e a temperatura mais baixa que a padro, a

    densidade, a qual padro a 10.000 ps, pode ocorrer a 12.000 ps. Neste caso, em uma

    altitude real de 12.000 ps, ns temos ar, que tem a mesma densidade do ar padro em

    10.000 ps. Densidade de altitude uma altitude calculada, obtida pela correo da presso

    de altitude pela temperatura.

    A gua contida no ar tem um pequeno efeito na densidade dele. Deve ser lembrado que o

    ar mido, a uma determinada temperatura e presso, mais leve do que o ar seco, na

    mesma temperatura e presso.

    gua Contida na Atmosfera

    Na troposfera, raramente o ar completamente seco, nela o vapor de gua tem duas

    formas: (1) neblina ou (2) vapor de gua. A neblina consiste de diminutos pingos de gua

  • 47

    em suspenso no ar. As nuvens so compostas de neblina. A altura para a qual algumas

    nuvens se estendem, uma boa indicao da presena de gua na atmosfera,

    aproximadamente acima da estratosfera.

    Como resultado da evaporao, a atmosfera s vezes contm algumas misturas em forma

    de vapor de gua. A mistura chamada de umidade do ar. A mistura no consiste de

    minsculas partculas de lquidos mantidos em suspenso no ar, como no caso da neblina,

    mas um vapor verdadeiramente invisvel como o gs no ar.

    Tanto a neblina como a umidade afeta o desempenho de uma aeronave. Em voo, durante a

    potncia de cruzeiro, os efeitos so pequenos, no merecendo considerao. No entanto,

    durante a decolagem, a umidade tem um importante efeito, que pode ser compensado de

    duas maneiras. Como o ar mido menos denso do que o ar seco, o peso de decolagem

    previsto para uma aeronave, deve ser reduzido para a operao em reas de umidade

    constante.

    Como a sada de potncia dos motores convencionais diminuda pela umidade, a presso

    de admisso ter que ser aumentada para um valor acima do que recomendado, para se

    obter a mesma potncia de sada, em uma decolagem sob condies de umidade, porque a

    potncia fornecida por um motor calculada para condies de ar seco.

    Uma vez que o vapor de gua incombustvel, sua presso na atmosfera em nada contribui

    para a potncia de sada. A mistura do vapor de gua e ar sugada pelo carburador e o

    combustvel medido por ele, como se aquela mistura fosse somente de ar.

    A mistura sada do carburador composta de vapor de gua, ar e combustvel entra na

    cmara de combusto onde queimada. Como o vapor de gua no ser queimado, a

    relao efetiva combustvel/ar estar enriquecida e o motor ir operar como se ele estivesse

    com uma mistura excessivamente rica.

    A perda de potncia resultante, sob condies de umidade, pode ser atribuda perda de

    eficincia volumtrica devido ao ar deslocado e a combusto incompleta, devido a mistura

    combustvel/ar excessivamente rica.

    A reduo na potncia, que pode ser esperada da umidade, usualmente fornecida em

    tabelas contidas no Manual de voo. Existem vrios tipos de cartas em uso, sendo que

    algumas apenas apresentam a esperada reduo da potncia devido umidade. Outras

    mostram o reforo necessrio na presso de admisso, para restabelecer a potncia de

    decolagem.

    O efeito da neblina no desempenho de um motor muito perceptvel, particularmente em

    motores de alta razo de compresso. Normalmente alguma detonao ocorrer durante a

  • 48

    acelerao, devido alta BMEP (Presso Mdia Efetiva no Freio) desenvolvida. No

    entanto, em um dia de muita neblina, muito difcil a ocorrncia da detonao.

    A explicao deste fato que, sendo a neblina composta por partculas de gua no

    vaporizadas, quando essas partculas entram nos cilindros elas absorvem uma tremenda

    quantidade de energia calorfica no processo de evaporao. A temperatura , ento,

    reduzida o suficiente para evitar a detonao.

    A neblina geralmente causar uma diminuio na potncia de sada. Entretanto, nos

    motores com super compresso, ser possvel usar alta presso de admisso sem o perigo

    da detonao.

    Umidade Absoluta

    Umidade absoluta a quantidade real de vapor de gua em uma mistura de ar e gua. Ela ,

    algumas vezes, expressa em gramas por metro cbico (g./cu.m.) e outras vezes em libras

    por p cbico (lbs/cu.ft.).

    A quantidade de vapor de gua que pode estar presente no ar, depende da temperatura e da

    presso.

    A mais alta temperatura e a maior quantidade de vapor de gua que o ar capaz de manter,

    assumindo uma presso constante. Quando o ar tem todo o vapor de gua que ele pode

    manter a uma determinada temperatura e presso, ele considerado ar saturado.

    Umidade Relativa

    Umidade relativa a razo da quantidade de vapor de gua realmente presente na

    atmosfera, para a quantidade que deveria apresentar se o ar estivesse saturado, a uma

    determinada temperatura e presso. Essa razo , normalmente, multiplicada por 100 e

    expressa como uma porcentagem. Suponhamos, por exemplo, que uma previso do tempo

    informe que a temperatura de 75F e a umidade relativa do ar de 56%. Isto indica que o

    ar mantm 56% de vapor de gua necessrios para satur-lo a 75F. Se a temperatura baixar

    e a umidade absoluta permanecer constante, a umidade relativa aumentar. Isto acontece,

    porque menos vapor de gua necessrio para saturar o ar na temperatura mais baixa.

  • 49

    Fonte: www.grx.com.br

    Figura 7-20 Termmetro de bulbo molhado.

    1.9 PONTO DE ORVALHO

    O ponto de orvalho a temperatura para a qual o ar mido deve ser resfriado, a uma

    constante presso, para tornar-se saturado. Se a temperatura cai abaixo do ponto de

    orvalho acontece a condensao.

    Pessoas que usam culos j tiveram a experincia, ao sarem do frio para uma sala aquecida,

    de terem umidade coletada rapidamente nos seus culos. Isto aconteceu, porque os culos

    estavam abaixo do ponto de orvalho para a temperatura de ar dentro da sala. O ar em

    contato com os culos foi imediatamente resfriado para uma temperatura abaixo do ponto

    de orvalho e algum vapor de gua foi condensado por fora. Este princpio aplicado na

    determinao do ponto de orvalho. Um recipiente resfriado at que o vapor da gua

    comece a condensar na sua superfcie.

    A temperatura na qual isto ocorre, o ponto de orvalho.

    Presso de Vapor

    A presso de vapor a poro da presso atmosfrica que exercida pela umidade do ar

    (expressa em dcimos de uma polegada de mercrio). O ponto de orvalho para uma

    determinada condio depende da quantidade de presso de gua presente. Por

  • 50

    conseguinte, existe um relacionamento direto entre a presso de vapor e o ponto de

    orvalho.

    Temperatura de Bulbo Seco e de Bulbo Molhado

    A presso de vapor e a umidade podem ser determinadas por tabelas baseadas na

    temperatura de bulbo seco e na de bulbo molhado (fig 7-20). A temperatura de bulbo seco

    obtida por meio de um termmetro comum. A temperatura de bulbo molhado obtida

    de um termmetro que tem o seu bulbo coberto com uma fina pea de tecido molhado.

    Devido evaporao da umidade, o bulbo molhado indicar uma temperatura mais baixa

    do que a do bulbo seco. Quanto mais rpida for evaporao, maior ser a diferena na

    leitura. A razo de evaporao depende do grau de saturao do ar. Ao usar o termmetro

    de bulbo molhado, ele dever ser movimentado atravs do ar a uma razo de

    aproximadamente 1.200 ps por minuto para uma leitura correta. Isto pode ser executado,

    montando-se ambos os termmetros, o de bulbo molhado e o de bulbo seco, em uma

    moldura, a qual dever ser girada com a mo em torno de um eixo, at que a desejvel

    velocidade de 1.200 ps por minuto seja alcanada.

    Se o ar estiver saturado, nenhuma evaporao acontecer e as temperaturas dos bulbos

    secos e molhados sero as mesmas. Assim, essas duas temperaturas coincidiro com o

    ponto de orvalho.

    Leis Fsicas Relativas Atmosfera

    Apesar de o ar ser um composto de vrios gases e ter que ser considerado como uma

    mistura para certas finalidades, para os clculos de aerodinmica ele considerado como

    um gs uniforme.

    O ar um fluido, uma vez que ele tem a propriedade de fluir e tambm um gs, porque

    sua densidade rapidamente varivel.

    Como usual em trabalhos de engenharia, so feitas certas suposies simplificadas. Uma

    suposio considerada padro a que no ar seco no existe vapor de gua presente.

    As tabelas de voo e decolagem podem ser corrigidas para a presso de vapor, mas o voo

    subsnico no considera a presso de vapor como um fator importante. Outra suposio

    padro que o atrito ou "efeito da viscosidade" pode ser negligenciado quando se trata de

    fluxo de ar.

  • 51

    O ar ento, considerado como sendo um fluido perfeito. No entanto, algumas excesses

    podem ser feitas, particularmente, no caso da fina camada limite, do lento movimento do ar

    prximo a um corpo em movimento.

    Teoria Cintica dos Gases Aplicada ao Ar

    A teoria cintica estabelece que um gs composto de pequenas e diferentes partculas

    chamadas molculas. O tamanho das molculas pequeno, comparado com a distncia

    mdia entre elas.

    Alm disso, as molculas esto se movendo a uma alta razo de velocidade, sem direo

    definida e, devido a isso, elas esto constantemente colidindo umas com as outras e com as

    paredes do recipiente em que esto contidas.

    A presso produzida por um gs o resultado desses contnuos impactos de encontro

    superfcie e, como os impactos so essencialmente em nmero infinito, uma constante

    presso efetuada.

    Logo que a presso produzida pelo impacto das molculas contra a superfcie, ela

    tambm transmitida pelo impacto molecular. Supondo que as molculas so

    perfeitamente elsticas (que nenhum atrito existe entre elas), uma onda de presso, uma vez

    iniciada, continuar indefinidamente.

    Para a maioria das finalidades, essa teoria adequada. Entretanto ela no completamente

    correta.

    Por exemplo, o som representa uma srie de fracas ondas de presso, para as quais o

    ouvido sensvel. Se a energia que o som representa no for perdida, o som continuar

    indefinidamente.

    Desse modo ento, a elasticidade imperfeita pode ser, de algum modo, associada com o

    atrito dos fluidos ou viscosidade, uma vez que a presena da viscosidade tambm uma

    fonte de perda de energia.

    Com base na teoria cintica, a presso pode ser aumentada de duas maneiras: a primeira,

    aumentando o nmero de molculas em um determinado espao, o que o mesmo que

    aumentar a densidade. A segunda, pelo aumento da velocidade das molculas, que pode ser

    feito pelo aumento da temperatura, pois o aumento da temperatura produz um aumento na

    velocidade molecular.

  • 52

    Uma anlise da teoria cintica nos leva a um relacionamento definido entre a temperatura,

    presso e densidade de um gs, quando este gs est sujeito a um determinado conjunto de

    condies.

    Este relacionamento conhecido como equao de estado.

    Equao de Estado

    Com a condio de que a temperatura e a presso de um gs no so excessivamente

    diferentes daquelas normalmente experimentadas na superfcie da terra, a seguinte equao

    verdadeira:

    PV = RT

    Onde: P = presso em lbs./sq.ft.

    V = volume especfico

    R = uma constante para um determinado gs (para o ar R = 53,345).

    T = temperatura absoluta (Rankine = F. + 459,4)

    Se a temperatura e a presso so aquelas em que o gs se torna um lquido ou se a presso

    cai para aquele valor em que no exista igualdade de presso, a equao perder a validade.

    Na prtica de trabalhos aeronuticos, esses extremos so encontrados somente em um

    supersnico tnel de vento ou em camadas externas da atmosfera. Esta frmula deve ser,

    alm disso, melhorada para a engenharia prtica, pela introduo da densidade do ar.

    Atmosfera Padro

    Se o desempenho de uma aeronave for computado ou atravs de testes de voo ou testes no

    tnel de vento, alguns padres de referncia devem ser determinados em primeiro lugar,

    para que possam ser comparados os resultados com aqueles de testes semelhantes.

    As condies atmosfricas variam continuamente e, geralmente, no possvel obter-se

    exatamente as mesmas condies em dois dias diferentes, ou semelhana em dois voos

    sucessivos.

    Consequentemente, deve ser estabelecido um grupo de condies padro, que pode ser

    usado arbitrariamente como referncia.

    O conjunto de condies padro atualmente usado nos Estados Unidos da Amrica

    conhecido como "U.S. Standard Atmosphere".

  • 53

    A atmosfera padro aproxima-se das condies mdias existentes a 40 de latitude e

    determinado baseado nos seguintes dados.

    As condies padro ao nvel do mar so:

    Presso na altitude zero (Po) = 29,92 polegadas de mercrio.

    Temperatura na altitude zero (To) = 15C. = 59 F.

    Gravidade na altitude zero (Go) = 32,174 ps/segundo quadrado.

    O U.S. Standard Atmosphere tem um acordo com a Organizao da Aviao Civil

    Internacional (ICAO) diviso de Standard Atmosfere, sobre os seus comuns limites de

    altitude. A atmosfera padro da ICAO foi adotada como padro pela maioria das principais

    naes do mundo.

    Variaes do Dia Padro

    Como pode ser esperado, a temperatura, presso, densidade e contedo de vapor de gua

    do ar, varia consideravelmente na troposfera. A temperatura a 40 de latitude pode alcanar

    de 50C em baixas altitudes, durante o vero, a 70C a grandes altitudes, durante o inverno.

    Conforme estabelecido anteriormente, a temperatura usualmente diminui com o aumento

    da altitude. As excees dessa regra ocorrem quando o ar frio fica preso prximo da terra,

    por uma camada aquecida. Isso chamado de inverso da temperatura, comumente

    associada com um movimento frontal das massas de ar.

    A presso tambm varia em um determinado ponto da atmosfera.

    Em um dia padro, ao nvel do mar, a presso ser 29,92 polegadas de mercrio (in Hg).

    Nos dias fora das condies padro, a presso ao nvel do mar variar consideravelmente,

    acima ou abaixo desse valor.

    A densidade do ar determinada pela presso e temperatura atuando sobre ela. Uma vez

    que a atmosfera nunca pode ser considerada "padro", um mtodo conveniente de calcular

    a densidade foi idealizado.

    Uma vez que a presso medida em termos inconvenientes, como recurso deve-se utilizar

    o altmetro aneroide como um indicador e referncia para o termo "presso de altitude"

    no lugar de presso atmosfrica.

  • 54

    Presso de Altitude

    Presso de altitude a altitude na atmosfera padro correspondente a um particular valor

    de presso do ar.

    O altmetro da aeronave , essencialmente, um barmetro sensitivo, calibrado para indicar a

    altitude em uma atmosfera padro.

    Com o altmetro da aeronave selecionado para 29,92 in, Hg, o mostrador indicar o

    nmero de ps acima ou abaixo do nvel, onde existe 29,92 in. Hg, no sendo

    necessariamente acima ou abaixo do nvel do mar, a menos que existam as condies de

    um dia padro. Em geral, o altmetro indicar a altitude na qual a presso existente ser

    considerada presso padro. O smbolo Hp usado para indicar presso de altitude.

    1.10 PRINCPIO DE BERNOULLI

    Geral

    Em uma discusso anterior sobre fluidos, o princpio de Bernoulli foi introduzido para

    explicar o relacionamento entre a velocidade e a presso de um lquido fluindo atravs de

    um venturi.

    Desde que o princpio de Bernoulli se aplica aos fluidos, que pela definio inclui gases e

    lquidos, sua aplicao aos gases (ar) est includa neste ponto da explanao sobre o

    relacionamento entre a velocidade do ar e a presso na superfcie de um aeroflio.

    Como Uma Asa de Aeronave Reage com a Atmosfera

    Um aeroflio qualquer superfcie projetada para obter reao do ar, atravs do qual ele se

    movimenta. Asas, ailerons, profundores, estabilizadores, ps de hlice e rotores de

    helicpteros, todos so aeroflios.

    A reao para a qual as asas so projetadas chamada de sustentao. A asa produz

    sustentao por causa de uma diferena de presso e com o aumento desta diferena, maior

    sustentao ser desenvolvida.

    Se a presso de ar sobre a asa for a mesma que a sob a asa, no haver sustentao. Mas se

    a presso sobre a asa reduzida e a sob a asa for aumentada, ento a sustentao ser

    produzida.

  • 55

    A forte presso de ar sob a asa a move para cima de encontro fraca presso sobre a asa.

    Portanto, o que causa essas presses desiguais?

    Um exame do formato de uma asa de aeronave revela que ela foi projetada para criar uma

    diferena de presso. Se uma asa for cortada, do bordo de ataque para o bordo de fuga, a

    viso final do corte ser um perfil com a seo semelhante ao mostrado na figura 7-21. A

    parte dianteira do perfil do aeroflio arredondada e chamada de bordo de ataque. A

    parte traseira, estreita e afilada, chamada de bordo de fuga.

    Uma linha de referncia, frequentemente usada em discusses sobre aeroflio, a corda,

    uma linha reta imaginria unindo as extremidades do bordo de ataque ao de fuga. A

    superfcie curva da parte superior do aeroflio chamada de "cambra". A superfcie

    inferior normalmente reta ou ligeiramente curvada.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-21 Seco de um aeroflio.

    Um aeroflio muito semelhante ao formato da metade de uma seo de venturi. Em "A"

    da figura 7-22, a garganta ou poro restrita de um venturi est ilustrada.

    O fluxo do ar atravs do venturi indicado pelas linhas de fluxo. Em "B" da figura 7-22, a

    metade de uma restrio do venturi mostrada, junto com o fluxo de ar sobre a sua

    superfcie curva. Observamos que esta poro de um venturi tem o mesmo perfil de um

    aeroflio.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-22 Fluxo de ar nas sees de um Venturi.

  • 56

    Para entender como a sustentao produzida pelas asas de uma aeronave, o princpio de

    Bernoulli aplicado para um aeroflio. Esse princpio revela que a presso do fluido

    (lquido ou gs), diminui nos pontos onde a velocidade do fluido aumenta. Em outras

    palavras, a alta velocidade est associada com a baixa presso e a baixa velocidade com a

    alta presso. A asa ou aeroflio de uma aeronave projetada para aumentar a velocidade do

    fluxo de ar sobre a sua superfcie, diminuindo por isso, a presso sobre o aeroflio.

    Simultaneamente, o impacto do ar na superfcie inferior do aeroflio, aumenta a presso

    por baixo dele. Esta combinao da diminuio da presso sobre o aeroflio e aumento

    por baixo dele, produz a sustentao.

    1.11 MQUINAS

    Geral

    Vulgarmente, uma mquina imaginada como um dispositivo complexo, tal como um

    motor de combusto interna ou uma mquina de escrever.

    Estas so mquinas, mas o so tambm, o martelo, a chave de fenda ou uma roda.

    Uma mquina qualquer dispositivo com o qual pode ser realizado um trabalho. Mquinas

    so usadas para transformar energia, como no caso de um gerador, transformando energia

    mecnica em energia eltrica.

    Fonte: www.corsateam.com.br

    Gerador eltrico

    Mquinas so usadas para transferir energia de um lugar para outro, como, por exemplo, as

    hastes de ligao, eixos, e engrenagens de reduo, transferindo energia do motor da

    aeronave para a sua hlice.

  • 57

    Fonte: www.victorinfo.com.br

    Engrenagens

    Outro uso das mquinas na multiplicao de fora, por exemplo, um sistema de polias

    pode ser usado para erguer uma carga pesada. O sistema de polias permite a elevao de

    uma carga, exercendo uma fora bem menor do que o peso da carga.

    Fonte: pt.wikipedia.org

    Polias

    Mquinas so tambm usadas para a multiplicao de velocidades. Um bom exemplo a

    bicicleta, pela qual pode se ganhar velocidade, exercendo uma grande quantidade de fora.

    Finalmente, as mquinas podem ser usadas para mudar a direo de uma fora.

    Um exemplo deste uso o hasteamento de uma bandeira. Uma fora descendente de um

    lado da corda exerce uma fora ascendente do outro lado, levando a bandeira na direo do

    topo do mastro.

    Existem somente seis mquinas simples. So elas: a alavanca, a polia, a roda e o eixo, o

    plano inclinado, o parafuso e a engrenagem. Porm, os fsicos reconhecem somente dois

    princpios bsicos em mquinas: a alavanca e o plano inclinado.

  • 58

    A roda e o eixo, a talha e o conjunto de polias e a engrenagem podem ser considerados

    como alavancas.

    A cunha e o parafuso usam o princpio do plano inclinado.

    Um entendimento dos princpios das mquinas simples proporciona um fundamento

    necessrio para o estudo das mquinas compostas, as quais so combinaes de duas ou

    mais mquinas simples.

    A Alavanca

    A mquina mais simples e talvez a mais familiar, a alavanca. A gangorra um familiar

    exemplo de alavanca, na qual um peso equilibra o outro.

    Existem trs partes bsicas em todas as alavancas so elas: o apoio "F", a fora ou esforo

    "E" e a resistncia "R".

    Na figura 7-23, esto mostrados o ponto de pivotamento "F"(apoio), o esforo "E", o qual

    est aplicado a uma distncia "A" do apoio e uma resistncia "R", que atua a uma distncia

    "a" do apoio. As distncias "A" e "a" so os braos da alavanca.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-23 Uma alavanca simples.

    Classes de Alavancas

    As trs classes de alavancas esto ilustradas na figura 7-24.

    A localizao do apoio (o ponto fixo ou eixo) com relao resistncia (ou peso) e o

    esforo determinam a classe da alavanca.

  • 59

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-24 Trs classes de alavancas.

    Alavancas de Primeira Classe

    Nas alavancas de primeira classe ("A" da figura 7-24), o apoio est localizado entre o

    esforo e a resistncia. Como mencionado anteriormente, a gangorra um bom exemplo

    de alavanca de primeira classe. A quantidade de peso e a distncia do apoio podem ser

    variadas para uma adaptao s necessidades. Outro bom exemplo so os remos de um

    bote. O pescador na figura 7-25 aplica o seu esforo nos punhos dos remos. O apoio de

    remo funciona como o apoio da alavanca e a gua atua como a resistncia a ser superada.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-25 Os remos so alavancas.

  • 60

    Nesse caso, como em "A" da figura 7-24, a fora est aplicada em um lado do apoio e a

    resistncia a ser superada est aplicada no lado oposto. Portanto esta uma alavanca de

    primeira classe.

    Alavancas, tesouras e alicates, so exemplos comuns dessa classe de alavancas.

    Alavancas de Segunda Classe

    A alavanca de segunda classe ("B" da figura 7-24) tem o apoio em uma das extremidades,

    na outra, o esforo.

    A resistncia, algumas vezes est entre esses pontos. O carrinho de mo, na figura 7-26,

    um bom exemplo de uma alavanca de segunda classe.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-26 Alavanca de segunda classe.

    Tanto as alavancas de primeira como as de segunda classe so comumente usadas para

    auxiliar e vencer grandes resistncias, com um esforo relativamente pequeno.

    Alavancas de Terceira Classe

    Existem ocasies em que desejvel acelerar o movimento da resistncia, mesmo quando

    uma grande quantidade de esforo tenha que ser usada.

    As alavancas que auxiliam na execuo disso so as de terceira classe.

  • 61

    Conforme mostrado em "C" da figura 7-24, o apoio est em uma das extremidades e o

    peso ou resistncia a ser superado, na outra extremidade, com o esforo sendo aplicado em

    algum ponto entre os dois.

    As alavancas de terceira classe so facilmente reconhecidas, porque o esforo aplicado

    entre o apoio e a resistncia. Isto est ilustrado pelo diagrama da figura 7-27.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-27 Alavanca de terceira classe.

    Enquanto o ponto "E" est se movimentando a uma pequena distncia "e", a resistncia

    "R" movimenta uma grande distncia "r". A velocidade de "R" deve ser maior do que "E",

    uma vez que "R" cobre uma distncia maior, no mesmo espao de tempo.

    O brao humano (Figura 7-28) uma alavanca de 3 classe. A ao desta alavanca torna

    possvel a rpida flexo dos braos.

    Observamos que o cotovelo o ponto de apoio. Os biceps, os quais esto no antebrao,

    abaixo do cotovelo, aplicam o esforo, enquanto a mo a resistncia.

    As alavancas de 3 classe devem ser usadas para dar velocidade, ao invs de mover cargas

    pesadas.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-28 O brao uma alavanca de terceira classe.

  • 62

    As foras requeridas para operarem as mquinas, bem como as foras que elas exercem,

    podem ser facilmente determinadas. Uma barra de ferro utilizada como alavanca de 1

    classe na figura 7-29. A barra tem 9 (nove) ps de comprimento e est sendo usada para

    levantar um peso de 300 (trezentas) libras. Um mximo de 100 libras est disponvel para

    levantar o peso.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-29 Calculando as foras em uma alavanca de primeira classe.

    Se um ponto de apoio "F", est colocado a 2 (dois) ps do centro do peso, um

    comprimento de 6 (seis) ps da barra, fica sendo o brao de fora. O comprimento de 6

    (seis) ps 3 vezes mais longo que a distncia do ponto de apoio ao centro do peso. Com

    um esforo de 100 libras de "E" o peso de 300 libras pode ser levantado, uma vez que o

    comprimento do brao de esforo foi multiplicado 3 (trs) vezes. Este um exemplo do

    relacionamento direto entre os comprimentos do brao da alavanca e a fora atuando neste

    brao.

    Esse relacionamento deve ser enunciado em termos gerais:

    O comprimento do brao de esforo o mesmo nmero de vezes maior que o

    comprimento do brao da resistncia, uma vez que a resistncia que foi vencida maior

    que o esforo que deve ser aplicado.

    A equao matemtica para este relacionamento :

    Onde: L = Comprimento do brao da alavanca

    l = distncia do brao da resistncia

    R = Resistncia do peso ou fora

    E = Fora de esforo

  • 63

    Devemos lembrar que todas as distncias devem estar na mesma unidade e todas as foras

    tambm tm que ter as mesmas unidades.

    Na figura 7-30 outro problema de alavanca de 1 classe ilustrado: levantar a tampa de

    uma lata de tinta com uma barra de 6 (seis) polegadas, quando a fora mdia que segura a

    tampa, possa ser de 50 libras.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 7-30 Um problema de alavanca de primeira classe.

    Se a distncia da borda da lata at a borda da tampa 1 (uma) polegada, que fora deve ser

    aplicada extremidade da barra ?

    De acordo com a frmula:

    Aqui, L = 5 polegadas, l = 1 polegada;

    R = 50 libras e E desconhecida.

    Substituindo os nmeros nos seus devidos lugares, ento

    A fora requerida de 10 libras.

    A mesma frmula geral aplica-se para alavancas de 2 classe, mas importante medir os

    comprimentos adequados do brao de esforo e do brao de resistncia. Referindo-se a

    figura 7-26, os comprimentos das hastes do carrinho de mo, medidos a partir do eixo da

    roda (que o ponto de apoio), at onde esto segurando (at o punho) de 4 ps. Este

    brao de esforo de 4 (quatro) ps de comprimento. O centro da carga de areia est a 1

    (um) p do eixo. Assim, o comprimento do brao da resistncia de 1 (um) p.

  • 64

    Substituindo na frmula:

    Um problema de alavanca de 3 classe ilustrado na figura 7-28. Com uma das mos, um

    peso de 10 libras deve ser levantado. Se o bceps est fixo ao brao, uma polegada abaixo

    do cotovelo e a distncia do cotovelo at a palma da mo de 18 polegadas, que esforo

    deve o msculo exercer para que segure o peso e flexione o brao at o cotovelo?

    Substituindo a frmula:

    O msculo deve exercer um esforo de 180 libras para segurar o peso de 10 libras. Isto

    ilustra que o msculo, bceps, no foi projetado para levantamento ou puxo e tambm

    ilustra que as alavancas de 3 classe devem ser usadas prima