Fisiologia Da Alma - Ramatis

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    2 Herclio Maes (pelo Esprito Ramats)

    FISIOLOGIA DA ALMA

    RamatsPsicografado por:Herclio Maes

    Editora do Conhecimento

    Verso digital 2010

    Brasil

    www.luzespirita.org.br

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    Sumrio

    Explicao preliminar pag. 4

    Introito pag. 8

    1. A alimentao carnvora e o vegetarianismo pag. 102. O vcio de fumar e suas consequncias futuras pag. 643. O vcio do lcool e suas consequncias pag. 894. A sade e a enfermidade pag. 1225. A evoluo da homeopatia pag. 1266. A teraputica homeoptica pag. 1337. O tipo do enfermo e o efeito medicamentoso pag. 1378. A homeopatia e a alopatia pag. 1489. As dinamizaes homeopticas pag. 15510. A homeopatia, a f e a sugesto pag. 163

    11. A homeopatia precaues e regime diettico pag. 16712. A medicina e o espiritismo pag. 17413. Consideraes gerais sobre o carma pag. 18014. Os casos teratolgicos de idiotismo e imbecilidade pag. 19315. A ao dos guias espirituais e o carma pag. 21016. O sectarismo religioso e o carma pag. 21517. A importncia da dor na evoluo espiritual pag. 21918. As molstias do corpo e a medicina pag. 230

    19. A influncia do psiquismo nas molstias digestivas pag. 25320. Consideraes sobre a origem do cncer pag. 26021. Aspectos do cncer em sua manifestao crmica pag. 27522. Consideraes sobre as pesquisas e profilaxia do cncer pag. 28223. Motivos da recidiva do cncer pag. 29424. Consideraes sobre a cirurgia e radioterapia no cncer pag. 29825. A teraputica dos passes e a cooperao do enfermo pag. 30826. Motivos do recrudescimento do cncer e sua cura pag. 317

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    Explicao Preliminar

    Estimado leitor:Creio que me cumpre darte algumas explicaes quanto recepo

    medinica e ao assunto desta obra, cujo contedo difere um tanto dasanteriores. O ttulo Fisiologia da Alma no comporta qualquer pedantismoacadmico; eu o escolhi porque o texto desta obra se refere particularmente aalguns vcios, paixes e desatinos humanos, que realmente afetam as funesdos rgos do perisprito e influem no processo teraputico de suareabilitao sideral.

    Desta vez, foi o prprio Ramats quem escolheu os assuntos a seremindagados, encadeando e disciplinando o curso de cada captulo, mas deixandonos a liberdade de efetuarmos toda e qualquer pergunta sobre as dvidas quefossem surgindo medida que ditava a obra. Ele preocupase muito emesclarecernos quanto aos prejuzos e sofrimentos que nos acometem aps adesencarnao quando ainda possumos leses no perisprito, que socomumente produzidas pelos vcios e desregramentos da vida carnal.

    Ramats no condena os viciados, nesta obra medinica, mas apenas osalerta quanto s situaes prejudiciais que resultam das prticas viciosas porferirem a delicadeza da vestimenta perispiritual.

    Referindose ao vcio do fumo, do lcool e alimentao carnvora, ele

    insiste bastante em aconselharnos a mais breve libertao dos costumesperniciosos que ainda prendem a alma e a fazem sofrer sob o magnetismodenso gerado pelo condicionamento vicioso. Referindose homeopatia,Ramats realizou um estudo progressivo e aprofundado para o melhoraproveitamento dessa teraputica to delicada, demonstrando que, atravs dasdoses infinitesimais, desprendemse energias que vitalizam a contextura doperisprito, renovam a rede eletrnica das clulas do corpo fsico e curam torapidamente quanto seja a eletividade do enfermo em relao aos valores

    espirituais elevados que j tenha conquistado. As suas consideraes sobre ocarma servemnos de importante advertncia e esclarecimento quanto justacolheita dos efeitos das boas ou ms aes que foram semeadas na vidapassada. Considerando a funo da dor e do sofrimento para evoluo do nosso

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    esprito, Ramats esclarecenos tambm sobre a questo das toxinaspsquicas, que se produzem durante o desregramento mental e emotivo, edepois subvertem a harmonia e o funcionamento do perisprito no Alm, oumesmo durante a sua encarnao no mundo fsico. Finalmente, alm do roteiro

    j delineado, ele ainda prestanos esclarecimentos sobre uma das molstiasmais controvertidas da poca, como seja o cncer, estendendo suasconsideraes at o limite permitido pela administrao sideral.

    E certo que, nesta obra, Ramats retorna algumas vezes ao mesmoassunto que ele j havia abordado e exemplificado, como no caso do cncer,quando respondenos a algumas perguntas, argumentando com algunsexemplos do contedo j exposto no captulo sobre a dor e o sofrimento,embora os tenhamos achado otimamente correlatos entre si. No entanto, como

    j nolo disse certa vez, as suas comunicaes medinicas no devem serencaradas como um motivo de entretenimento ou uma literatura atraente, sporque ditada por um esprito desencarnado, nem mesmo rigidamenteescravizada aos cnones acadmicos do mundo fsico. O essencial que o leitortire suas prprias ilaes dos temas que descrevem, tanto quanto possvel, aao do esprito e a consequente reao da matria.

    As repeties, insistncias ou martelamentos sobre um mesmo tematm por escopo auxiliar o leitor menos familiarizado com assuntos medinicos

    espirticos a assimilar mais facilmente o que pode clarearlhe a dvida.Embora possam existir nesta obra os senes naturais de minha

    insuficincia medinica, h nelas um sentido doutrinrio benfeitor, enquanto anatureza elevada das argumentaes de Ramats, sempre persistentes, cingemse necessidade de nossa renovao urgente e ao cultivo das virtudesexpressas por uma vida digna e sadia. As suas mensagens, embora respeitandose qualquer direito de crtica ou censura daqueles que no se afinem ao seucontedo ou modo de argumentao, tm a finalidade de nos demonstrar que a

    prtica da virtude compensa e beneficia a alma, enquanto o pecado prejuzo aprolongarse por muito tempo arraigado nossa vestimenta perispiritual.Ramats buscou todas as razes e exemplos possveis para nos explicar que,seja a virtude ou o pecado, ambos se expressam sob as fases tcnicas de ummecanismo cientfico e lgico, cujos resultados influem profundamente naespecificidade magntica do perisprito.

    Ramats lembranos, outrossim, que Jesus, ao expor a sua admirvelfilosofia evanglica, no foi apenas sublime legislador sideral ou profundo

    psiclogo senhor das artimanhas da alma humana mas, acima de tudo, umabalizado cientista que, ao indicarnos o caminho do Paraso ou advertirnosda senda do Inferno, aludia nossa movimentao voluntria sob o comandode leis cientficas e imutveis, derivadas do mecanismo csmico do prprio

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    Universo! Convidandonos renncia do mundo ilusrio da carne e do ciclotriste das reencarnaes sucessivas, a que nos algemamos to negligentemente,Ramats oferecenos princpios que, ao serem esposados, modificam tambm oprprio eletronismo do nosso perisprito e o tornam mais difano e fluente,

    susceptvel de ser atrado mais facilmente para os planos paradisacos.O objetivo principal do autor desta obra o de advertir a nossa mentepara que reflita com mais frequncia quanto aos prejuzos espirituais quedecorrem da constante negligncia humana, sempre propensa a matar otempo ou passar o tempo, que consumido geralmente no trato dasfutilidades, distraes banais, leituras tolas, vcios e paixes perigosas quefascinam, divertem e contemporizam a existncia humana, mas tambmfortalecem os laos crmicos e conservam a alma hipnotizada pela iluso da

    matria. Ele faz um convite para realizarmos com animo e sinceridade asexperimentaes espirituais no contato com a vida fsica, a fim de podermosampliar a conscincia humana em direo Conscincia Csmica do Pai.

    FISIOLOGIA DA ALMA no tem o propsito de semear discusses deordem tcnica, ou mesmo o de defender quaisquer teses cientficas muito aogosto acadmico do mundo material, pois apenas uma tentativadespretensiosa no sentido de auxiliar o leitor a despertar mais um pouco dagrande iluso proporcionada pelos vcios e paixes da vida fsica. Essa vida

    necessria para o nosso maior adiantamento espiritual, pelo que devemosaproveitla para buscar incessantemente o estado psquico que mais breve nosliberte do seio das foras agressivas que nos enlaam to vigorosamente!Embora as energias condensadas na matria sejam utilssimas para o espritodurante a sua educao encarnatria, devem elas ser dirigidas e nuncacomandarem, conforme frequente acontecer com as criaturas desavisadas darealidade imortal do esprito.

    Torno a dizer que as censuras ou crticas que possa merecer a

    exposio do pensamento de Ramatis, nesta nova obra intitulada Fisiologia daAlma, devem ser dirigidas exclusivamente a mim, o mdium, porquanto nopude transferir para o papel a contextura exata e a profundidade dopensamento do autor, nem mesmo aquilo que, em noites tranquilas e adistncia do corpo fsico, ele me fez ver, ouvir e sentir, para maior seguranados seus ditados medinicos. J expliquei ao leitor que no sou mdiumexcepcional ou algum fenmeno medinico de alta transcendncia espiritual,como felizmente j possumos alguns na seara esprita de nossa terra; na

    realidade, consegui disciplinar e desenvolver o mediunismo intuitivo, que mepe em contacto mais ou menos satisfatrio com os espritos desencarnados,mas que exige que eu efetue a vestimenta de suas ideias com o palavreado deminha capacidade singela e humana.

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    No entanto, sentirmeei bastante compensado e satisfeito, apesar dospossveis enganos em minha recepo medinica, se algum aflito, desanimadoou alimentando dvidas quanto ao objetivo santificado da vida material,encontrar nesta obra o conforto para a sua aflio, o estimulo para vencer o seu

    desnimo ou a soluo procurada em suas indagaes sobre a imortalidade daalma. O certo que Fisiologia da Alma, em seu texto arrazoado e focalizandoassuntos vrios sobre as relaes entre a vida espiritual e a fsica, semquaisquer pretenses acadmicas, estriba o seu valor no inatacvel eindiscutvel convite crstico para o Bem, haurido na fonte imortal e sublime dosensinamentos doados pelo inesquecvel Jesus!

    Que o leitor ansioso por melhor compreender os desgnios elevados deDeus e o sentido educativo de nossa vida humana ainda eivada de amarguras e

    desiluses, possa encontrar nas pginas desta obra um estmulo vigoroso paradinamizar a sua f absoluta no destino glorioso que nos espera tanto mais cedoquanto seja a nossa renncia s sedues do mundo transitrio, da matria.No me preocupa, ao editar esta obra, nenhuma exaltao pessoal, nem aobteno dos louros ou as veleidades literrias; apenas aceitei a incumbnciade transferir para a viso fsica aquilo que outros seres mais entendidos eelevados elaboram no mundo oculto do esprito para nos servir de orientaonos momentos confusos de nossa vida ainda to incompreendida em sua

    finalidade. Para mim, basta gozar dessa confiana do Alm, participandomodestamente de um servio que reconheo acima de minha capacidadecomum e endereado ao Bem, no me cabendo discutir o seu mrito oudemrito. Ainda no me considero a caneta viva, fiel e exata, capaz de servirsem defeitos nas tarefas medianmicas, pois isso conquista que s o tempo, odesinteresse material, o devotamento contnuo e o exerccio fatigante poderoaprimorar.

    Herclio Maes

    Curitiba, 13 de julho de 1959.

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    Introito

    Meus irmos:Reconhecemos que poderia ser dispensada qualquer introduo a esta

    obra, uma vez que, merc da bondade do Criador, ns mesmos a ditamos atravsda janela viva medinica que se entreabre para o mundo carnal e que ora nosatende no servio da boa vontade. Realmente, nada mais temos a acrescentar aoque j expusemos no texto principal, onde atuamos com a sinceridade e fidelidade

    pelas quais somos responsveis perante os seres mais dignos que ousaramconfiar-nos a oportunidade abenoada de servirmos por intermdio dos nossossingelos valores espirituais.

    Aqui nestas pginas ditamos algumas sugestes que nos parecem maissensatas e acertadas quando entrevistas pela nossa viso espiritual, a fim deconcorrermos para exortar-vos necessria vigilncia na travessia da hora

    proftica dos tempos chegados e vos preparardes para o severo exame dadireita ou esquerda do Cristo.

    Os nossos pensamentos foram vertidos para a linguagem humana, a fimde contribuirmos com a ptala da boa-vontade no roseiral do servio do SenhorCristo Jesus.

    Somos partcipes de algumas falanges de responsabilidade espiritualdefinida, nos crculos adjacentes ao vosso orbe; e, se no tem sido maior o xito

    dos trabalhadores invisveis, daqui, porque as teses elaboradas no Alm sofremhiatos e s vezes truncamentos quando precisam fluir pelas constituiesmedinicas ainda condicionadas s imagens do mundo material. Raros mdiunsesto capacitados para o servio exato, ou se colocam sob a diretriz definitiva doCristo e, se assim no fosse, de h muito tempo o intercmbio espiritual entre ovosso mundo e o Espao estaria solucionado.

    Quanto a ns, esperamos que a bondade do Pai permita podermoscumprir o mandato espiritual conforme o nosso humilde merecimento. Sabeis que

    as medidas do cientificismo humano aproximam-se de modificaes acentuadas ebastante compreensveis, nos prximos anos, pois algumas demarcaestradicionais e j consagradas nos compndios terrenos devero sofrer novasequiparaes, a fim de atender a novos padres especficos da Cincia em

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    evoluo. Em face do progresso da astrofsica e do alcance do homem alm de suavivncia planetria, do domnio dos teleguiados, satlites, naves interespaciais,obviamente ampliar-se-o todos os conceitos de estabilidade fsica e far-se-onovos ajustes no direito humano, focalizando novas propriedades aerogrficas,

    ante a competio aflita para conquista dos domnios extraterrqueos!Entretanto, apesar desses acontecimentos inslitos ou incomuns, que parecemmesmo ultrapassar as fronteiras do cognoscvel permitido por Deus, lembramo-vos que ainda se trata de assunto demarcado pela transitoriedade do mundomaterial, isto , admirveis realizaes porm provisrias e inerentes ao tempo dedurabilidade da massa planetria em que habitais. Deste modo, no poderamoscessar estas palavras sem insistirmos em vos dizer que a maior conquista dohomem ainda no a interplanetria, mas a vitria em si mesmo ao vencer suas

    paixes, vcios e orgulho, que demoram a afina na vestimenta da personalidadehumana.

    E destacando entre os mais vivos e febricitantes conhecimentos edescobertas atuais a frmula de matemtica sideral definitiva para a suprema

    glria do esprito, somos compelidos a vos afirmar que essa frmula ainda amesma enunciada pelo inolvidvel Jesus, quando preceituou que S pelo AMORser salvo o homem.

    Ramats

    Curitiba, 12 de julho de 1959

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    A Alimentao Carnvora e oVegetarianismo

    Pergunta Em vista das opinies variadas e por vezes contraditrias, tantoentre as correntes religiosas e profanas como at entre a classe mdica, quantoao uso da carne dos animais como alimento, gostaramos que nos dsseisamplos esclarecimentos a respeito, de modo a chegarmos a uiva concluso clarae lgica sobre se o regime alimentar carnvoro prejudica ou no o nossoorganismo ou influi de qualquer modo para que seja prejudicada a evoluo donosso esprito. Preliminarmente, devemos dizer que no Oriente como oafirmam muitas das pessoas antivegetarianas a absteno do uso da carne

    como alimento parece prenderse apenas a unia tradio religiosa, que osocidentais consideram como uma absurdidade, dada a diferena de costumesentre os dois povos. Que nos dizeis a respeito?Ramats A preferncia pela alimentao vegetariana, no Oriente,

    fundamenta-se na perfeita convico de que, medida que a alma progride, necessrio, tambm, que o vesturio de carne se lhe harmonize ao progressoespiritual j alcanado. Mesmo nos remos inferiores, a nutrio varia conforme adelicadeza e sensibilidade das espcies. Enquanto o verme disforme se alimenta

    no subsolo, a potica figura alada do beija-flor sustenta-se com o nctar dasflores.

    Os iniciados hindus sabem que os despojos sangrentos da alimentaocarnvora fazem recrudescer o atavismo psquico das paixes animais, e que os

    princpios superiores da alma devem sobrepujar sempre as injunes da matria.Raras criaturas conseguem libertar-se da opresso vigorosa das tendnciashereditrias do animal, que se fazem sentir atravs da sua carne.

    Pergunta Mas a alimentao carnvora, principalmente no Ocidente, j umhbito profundamente estratificado no psiquismo humano. Cremos queestamos to condicionados organicamente ingesto de carne, que sentirnosamos debilitados ante a sua mais reduzida dieta!

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    Ramats: J tendes provas irrecusveis de que podeis viver e gozar de timasade sem recorrerdes alimentao carnvora. Para provar o vosso equvoco,bastaria considerar a existncia, em vosso mundo, de animais corpulentos erobustos, de um vigor extraordinrio e que, entretanto, so rigorosamente

    vegetarianos, tais como o elefante, o boi, o camelo, o cavalo e muitos outros.Quanto ao condicionamento biolgico, pelo hbito de comerdes carne, deveiscompreender que o orgulho, a vaidade, a hipocrisia ou a crueldade, tambm soestigmas que se forjaram atravs dos sculos, mas tereis que elimin-losdefinitivamente do vosso psiquismo. O hbito de fumar e o uso imoderado dolcool tambm se estratificam na vossa memria etrica; no entanto, nem por issoos justificais como necessidades imprescindveis das vossas almas invigilantes.

    Reconhecemos que, atravs dos milnios j vividos, para a formao de

    vossas conscincias individuais, fostes estigmatizados com o vitalismo etrico danutrio carnvora; mas importa reconhecerdes que j ultrapassais os prazosespirituais demarcados para a continuidade suportvel dessa alimentaomrbida e cruel. Na tcnica evolutiva sideral, o estado psicofsico do homem atualexige urgente aprimoramento no gnero de alimentao; esta deve corresponder,tambm, s prprias transformaes progressistas que j se sucederam na esferada cincia, da filosofia, da arte, da moral e da religio.

    O vosso sistema de nutrio um desvio psquico, uma perverso do

    gosto e do olfato; aproximai-vos consideravelmente do bruto, nessa atitude desugar tutanos de ossos e de ingerirdes vsceras na feio de saborosas iguanas.Estamos certos de que o Comando Sideral est empregando todos os seus esforosa fim de que o terrcola se afaste, pouco a pouco, da repugnante preferncia

    zoofgica.

    Pergunta Devemos considerarnos em dbito perante Deus, devido nossaalimentao carnvora, quando apenas atendemos aos sagrados imperativos

    naturais da prpria vida?Ramats Embora os antropfagos tambm atendam aos sagradosimperativos naturais da vida, nem por isso endossais os seus cruentos festins decarne humana, assim como tambm no vos regozijais com as suas imundices

    guisa de alimentao ou com as suas beberagens repugnantes e produtos damastigao do milho cru!

    Do mesmo modo como essa nutrio canibalesca vos causa espanto ehorror, tambm a vossa mrbida alimentao de vsceras e vitualhas sangrentas,

    ao molho picante, causa terrvel impresso de asco s humanidades dos mundossuperiores. Essas coletividades se arrepiam em face das descries dos vossosmatadouros, charqueadas, aougues e frigorficos enodoados com o sangue dosanimais e a viso pattica de seus cadveres esquartejados. Entretanto, a

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    antropofagia dos selvagens ainda bastante inocente, em face do seu apoucadoentendimento espiritual; eles devoram o seu prisioneiro de guerra, na cndidailuso de herdar-lhe as qualidades intrpidas e o seu vigor sanguinrio. Mas oscivilizados, para atenderem s mesas lautas e fervilhantes de rgos animais,

    especializam-se nos caldos epicursticos e nos requintes culinrios, fazendo danecessidade do sustento uma arte enfermia de prazer. O silvcola oferece otacape ao seu prisioneiro, para que ele se defenda antes de ser modo por

    pancadas; depois, rompe-lhe as entranhas e o devora, famlico, exclusivamentesob o imperativo natural de saciar a fome; a vtima ingerida s pressas,cruamente, mas isso se faz distante de qualquer clculo de prazer mrbido. Ocivilizado, no entanto, exige os retalhos cadavricos do animal na forma desuculentos cozidos ou assados a fogo lento; alega a necessidade de protena, mas

    atraioa-se pelo requinte do vinagre, da cebola e da pimenta, desculpa-se com ocondicionamento biolgico dos sculos em que se viciou na nutrio carnvora,mas sustenta a lgubre indstria das vsceras e das glndulas animais enlatadas;

    paraninfa a arte dos cardpios da necrofagia pitoresca e promove condecoraespara os mestres-cucas da culinria animal!

    Os frigorficos modernos que exaltam a vossa civilizao, construdossob os ltimos requisitos cientficos e eletrnicos concebidos pela intelignciahumana, multiplicam os seus aparelhamentos mais eficientes e precisos, com o

    fito da matana habilmente organizada. Notveis especialistas e afamadosnutrlogos estudam o modo de produzir em massa o melhor presunto ou a maisdeliciosa salsicharia base de sangue coagulado!

    Os capatazes, endurecidos na lide, do o toque amistoso e fazem o convitetraioeiro para o animal ingressar na fila da morte; magarefes exmios e curtidosno servio fnebre conservam a sua fama pela rapidez com que esfolam o animalainda quente, nas convulses da agonia; veterinrios competentes examinamminuciosamente a constituio orgnica da vtima e colocam o competente

    sadio, para que o ilustre civilizado no sofra as consequncias patognicas doassado ou do cozido das vsceras animais!

    Turistas, aprendizes e estudantes, quando visitam os colossos modernosque so edificados para a indstria da morte, onde os novos sanses

    guilhotinam em massa o servidor amigo, pasmam-se com os extraordinriosrecursos da cincia moderna; aqui, os guindastes, sob genial operao mecnica,erguem-se manchados de rubro e despejam sinistras pores de vsceras erebotalhos palpitantes; ali, aperfeioados cutelos, movidos por eficaz

    aparelhamento eltrico, matam com implacvel exatido matemtica, acol,fervedores, prensas, esfoladeiras, batedeiras e trituradeiras executam a lgubresinfonia capaz de arrepiar os velhos caciques, que s devoravam para matar a

    fome! Em artsticos canais e regos, construdos com os azulejos da exigncia fiscal,

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    jorra continuamente o sangue rtilo e generoso do animal sacrificado para aglutonice humana!

    Mas o xito da produo frigorfica ainda melhor se comprova sob genialdisposio: elevadores espaosos erguem-se, implacveis, sobrecarregados de

    sunos, e os depositam docemente sobre o limiar de bojudos canos de alumnio,inclinados, na feio de montanha-russa. Rapidamente, os sunos soempurrados, em fila, pelo interior dos canos polidos e deslizam velozmente, em

    grotescas e divertidas oscilaes, para mergulharem, vivos, de sbito, nos tanquesde gua fervente, a fim de se ajustarem tcnica e sabedoria cientficamodernas, que assim favorecem a produo do melhor presunto da moda!

    Quantos sunos precisaro ainda desliza pela ttrica montanha-russa,criao do mrbido gnio humano, para que possais saborear o vosso delicioso

    presunto no lanche do dia!

    Pergunta Esses mtodos eficientes e de rapidssima execuo na matanaque se processa nos matadouros e frigorficos modernos, evitam osprolongados sofrimentos que eram comuns no tipo de corte antigo. No verdade?Ramats Pensamos que o senso esttico da Divindade h se sempre preferira cabana pobre, que abriga o animal amigo, ao matadouro rico que mata sob

    avanado cientificismo da indstria fnebre. As regies celestiais so paragensornadas de luzes, flores e cores, onde se casam os pensamentos generosos e ossentimentos amorveis de suas humanidades cristificadas. Essas regiestambm sero alcanados, um dia, mesmo por aqueles que constroem osttricos frigorficos e os matadouros de equipo avanado, mas que no selivraro de retornar Terra, para cumprir em si mesmos o resgate das torpezase das perturbaes infligidos ao ciclo evolutivo dos animais. Os mtodoseficientes da matana cientfica, mesmo que diminuam o sofrimento do animal,

    no eximem o homem da responsabilidade de haver destrudoprematuramente os conjuntos vivos que tambm evoluem, como so os animaiscriados pelo Senhor da Vida! S Deus tem o direito de extinguilos, salvoquando eles oferecem perigo para a vida humana, que um mecanismo maisevoludo, na ordem da Criao.

    Pergunta Surpreendemnos as vossas asseres algo vivas; muita gente nocompreende, ainda, que essa grave impropriedade da alimentao carnvora

    causanos to terrveis consequncias! Ser mesmo assim?Ramats O anjo, j liberto dos ciclos reencarnatrios, sempre um tipo desuprema delicadeza espiritual. A sua tessitura difana e formosa, e seu cnticoinefvel aos coraes humanos no so produtos dos fluidos agressivos e

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    enfermios dos pat de foie grs (pasta de fgado hipertrofiado), da famigeradadobradinha ao molho pardo ou do repasto albumnico do toucinho defumado!

    A substncia astral, inferior, que exsuda da carne do animal, penetra naaura dos seres humanos e lhes adensa a transparncia natural, impedindo os

    altos voos do esprito. Nunca havereis de solucionar problema to importantecom a doce iluso de ignorar a realidade do equvoco da nutrio carnvora e,qui, tarde demais para a desejada soluo.

    Expomo-vos aquilo que deve ser meditado e avaliado com urgncia,porque os tempos so chegados e no h subverso no mecanismo sideral. Emister que compreendais, com toda brevidade, que o veculo perispiritual

    poderoso m que atrai e agrega as emanaes deletrias do mundo inferior,quando persistis nas faixas vibratrias das paixes animais. E preciso que

    busqueis sempre o que se afina aos estados mais elevados do esprito, no vosesquecendo de que a nutrio moral tambm se harmoniza estesia do paladar

    fsico.Em verdade, enquanto os lgubres veculos manchados de sangue

    percorrerem as vossas ruas citadinas, para despejar o seu contedo sangrento nosglidos aougues e atender s filas irritadas procura de carne, muitasreencarnaes sero ainda precisas para que a vossa humanidade se livre dodeslize psquico, que sempre h de exigir a terapia das lceras, cirroses hepticas,

    nefrites, artritismo, enfartes, diabetes, tnias, amebas ou uremias!

    Pergunta Por que motivo considerais que o homem se inferioriza aoselvagem, na alimentao carnvora, se ele usa de processos eficientes, quevisam evitar o sofrimento do animal no corte? No concordais em que o homemtambm atende sua necessidade de viver e se subordina a um imperativonutritivo que lhe requer uma organizao industrial?Ramats O selvagem, embora feroz e instintivo, serve-se da carne pela

    necessidade exclusiva de nutrio e sem transform-la em motivos parabanquetes e libaes de natureza requintada; entre os civilizados, entretanto,revivem esses mesmos apetites do selvagem mas, paradoxalmente, de modo maisexigente, servindo de pretexto para noitadas de prazer, sob as luzes fulgurantesdos luxuosos hotis e restaurantes modernos. Criaturas ruidosas, lacres, e queapregoam a posse de genial intelecto, devoram, em mesas festivas, os cadveresdos animais, regados pelos temperos excitantes, enquanto a orquestra famosaexecuta melodias que se casam aos odores da carne carbonizada ou do cozido

    fumegante! Mas sabei que as poticas e sugestivas denominaes dos pratos,expostas nos cardpios afidalgados, no livram o homem das consequncias e daresponsabilidade de devorar as vsceras do irmo inferior!

    Apesar dos floreios culinrios e do cardpio de iguanas sui generis, que

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    tentam atenuar o aspecto repugnante das vitualhas sangrentas, os homenscarnvoros no conseguem esconder a realidade do apetite desregrado humano!

    Aqui, a designao de dobradinha moda da casa apenas disfara o repulsivoensopado de estmago de boi; ali, os sugestivos midos milanesa so apenas

    retalhos de vesculas e fgado, traindo o sabor amargo da blis animal; acol, osapetitosos rins no espeto no conseguem sublimar a sua natureza de rgosexcretores da albumina e da ureia, que ainda se estagnam sob o cutelo mortfero.Embora se queira louvar o esforo do mestre culinrio, o mocot europeia no

    passa de viscoso mingau de leo lubrificante de boi abatido; os frios americana no vo alm de vitualha sangrenta, e a feijoada completa apenasum nauseante charco de detritos cozidos na imundcie do chourio denegrido, dos

    ps, pelculas e retalhos arrepiantes do porco, que ainda se misturam ureia da

    banha gordurosa! evidente que se deve desculpar o bugre ignorante, que ainda se subjuga

    nutrio carnvora e perverte o seu paladar, porque a sua alma atrasada ignoraa soma de raciocnios admirveis que ao civilizado j dado movimentar naesfera cientfica, artstica, religiosa e moral. Enquanto os banquetes

    pantagrulicos dos Csares romanos marcam a decadncia de uma civilizao, afigura de Gandhi, sustentado a leite de cabra, sempre um estmulo para acomposio de um mundo melhor.

    Pergunta Deveramos, porventura, violentar o nosso organismo fsico, que condicionado milenarmente alimentao de carne? Certos de que a naturezano d saltos e no pode adaptarse subitamente ao vegetarianismo,consideramos que seria perigosa qualquer modificao radical nesse sentido. Onosso processo de nutrio carnvora j um automatismo biolgico milenrio.que h de exigir alguns sculos para uma adaptao to inslita. Quais as vossasconsideraes a esse respeito?

    Ramats No sugerimos a violncia orgnica para aqueles que ainda nosuportariam essa modificao drstica; para esses, aconselhamos

    gradativamente adaptaes do regime da carne de suno para o de boi, do de boipara o de ave e do de ave para o de peixe e mariscos. Aps disciplinado exerccioem que a imaginao se higieniza e a vontade elimina o desejo ardente de ingeriros despojos sangrentos, temos certeza de que o organismo estar apto para seajustar a um novo mtodo nutritivo de louvor espiritual. Mas claro que tudo isso

    pede por comear e, se desde j no efetuardes o esforo inicial que alhures tereis

    de enfrentar, bvio que ho de persistir tanto esse to alegado condicionamentobiolgico como a natural dificuldade para uma adaptao mais rpida. Mas intil procurardes subterfgios para justificar a vossa alimentao primitiva eque j inadequada nova ndole espiritual; tempo de vos asseardes, a fim de

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    que possais adotar novo padro alimentcio. Inegavelmente, o xito no seralcanado do modo por que fazeis a substituio do combustvel de vossosveculos; antes de tudo, a vossa alma ter que participar vigorosamente de umexerccio, para que primeiramente elimine da mente o desejo de comer carne.

    Muitas almas decididas, que j comandam o seu corpo fsico e osubmetem vontade da conscincia espiritual, tm violentado esse automatismobiolgico da nutrio de carne, do mesmo modo por que alguns seres extinguem ovcio de fumar, sob um s impulso de vontade. Tambm estais condicionados aovcio da intriga, da raiva, da clera, do cime, da crueldade, da mentira e daluxria; no entanto, muitos se libertam repentinamente dessas mazelas, sobhercleos esforos evanglicos.

    reconhecendo a debilidade da alma humana para as libertaes

    sbitas, e preparando-vos psiquicamente para repudiardes a carne, que temosprocurado influenciar o mecanismo do vosso apetite, dando-vos conselhoscruamente e de modo ostensivo, de modo a que mais facilmente vos liberteis dosexticos desejos de assados e cozidos, que, na realidade, no passam de rebotalhose cadveres que vos devem inspirar nuseas e averso digestivas. Da as nossas

    preocupaes sistemticas, em favor do vosso bem espiritual, para que ante aviso, por exemplo, de dobradinhas saborosas que recendem ao molho odorante,reconheais, na verdade, as ttricas cartilagens que protegem a regio bronco-

    pulmonar do boi, em cujo local se processam as mais repugnantes trocas dematria corrompida!

    Pergunta Porventura os cuidadosos exames a que so submetidos osanimais, antes do corte, no afastam a possibilidade de contaminarem o homemcom qualquer enfermidade provvel?Ramats Essa profilaxia de ltima hora no identifica os resduos daenfermidade que possa ter predominado no animal destinado ao corte e que,

    evidentemente, no deixou vestgios identificveis vossa instrumentao delaboratrio. Apesar dos extremos cuidados de higiene e das medidas de prevenonos matadouros, ainda desconheceis que a maioria dos quadros patognicos dovosso mundo se origina na constituio mrbida do porco! O animal noraciocina, nem pode explicar-vos a contento as suas reais sensaes dolorosasconsequentes de suas condies patognicas. O veterinrio criterioso enfrentaexaustivas dificuldades para atestar a enfermidade do animal, enquanto que o serhumano pode relatar, com riqueza at de detalhes, as suas perturbaes, o que

    ento auxilia o diagnstico mdico. Assim mesmo, quantas vezes a medicina nodescobre a natureza exata dos vossos males, surpreendendo-se com a ecloso deenfermidade diferente e que se distanciava das cogitaes familiares!

    s vezes, um simples exame de urina, requerido para fins de somenos

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    importncia, revela a diabete que o mdico desconhecia no seu paciente; umhemograma solicitado sem graves preocupaes pode atestar a leucemia fatal! Asenfermidades prprias da regio abdominal, embora explicadas com riqueza dedetalhes pelos enfermos, muitas vezes deixam o clnico vacilante quanto a situa

    uma colite, uma lcera gastroduodenal ou um surto de ameba histoltica!Uma vez que no ser humano to difcil visualizar com absoluta precisoa origem dos seus males, requerendo-se mltiplos exames de laboratrio para odiagnstico final, muito mais difcil ser conhecer-se o morbo que, no animal, nose pode focaliza na sintomatologia comum. Quantas vezes o suno abatido nomomento exato em que se iniciou um surto patognico, cuja virulncia ainda no

    pde ser assinalada pelo veterinrio mais competente, salvo o caso de rigorosaautpsia e meticuloso exame de laboratrio! Para isso evitar, a matana de

    porcos exigiria, pelo menos, um veterinrio para cada animal a ser sacrificado.Os miasmas, bacilos, germes e coletividades microbianas famlicas, que

    se procriam no caldo de cultura dos chiqueiros, penetram na vossa delicadaorganizao humana, atravs das vsceras do porco, e debilitam-vos as energiasvitais. Torna-se difcil para o mdico situar essa incurso patognica, inclusive asua incubao e o perodo de desenvolvimento; por isso, mais tarde, h deconsiderar a enfermidade como oriunda de outras fontes patolgicas.

    Pergunta Julgais, porventura, que a alimentao carnvora possa trazerprejuzos fsicos, de vez que a criatura j est condicionada, h milnios, a essaforma nutritiva? Qual a culpa do homem em ser carnvoro, se desde a suainfncia espiritual ele foi assim condicionado, de modo a poder sobreviver nomundo fsico?Ramats Repetimo-vos: nem todas as coisas que serviram para sustentar ohomem, nos primrdios da sua vida no plano fsico, podem ser convenientes, no

    futuro, quando surgem ento novas condies morais ou psicolgicas e a criatura

    humana pode cultuar concepes mais avanadas. Antigamente, os ladrestinham as suas mos amputadas, e arrancava-se a lngua aos perjuros. Desde quevos apegais tanto ao tradicionalismo do passado, por que aos maledicentesmodernos no aplicais essas disposies punitivas, brutais e impiedosas? Osantigos trogloditas comiam sem escrpulo os retalhos de carne impregnados dosdetritos do cho; no entanto, atualmente, usais pratos, talheres, e lavais oalimento. Certamente, alegareis a existncia, agora, de um senso esttico mais

    progressista, e que tambm tendes mais entendimento das questes de higiene

    humana; mas no concordais, no entanto, em que esse senso esttico avanadoest a pedir, tambm, a eliminao da carne de vossas mesas doentias!

    Quando o homem ainda se estribava na ingesto de vsceras de animais,a fim de sobreviver ao meio rude e agressivo da matria, a sua alma tambm era

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    compatvel com a rudeza do ambiente inspito mas, atualmente, o espritohumano j alcanou noes morais to elevadas, que tambm lhe competeharmonizar-se a uma nutrio mais esttica. No se justifica que, aps a suaverticalizao da forma hirsuta da idade da pedra, o homem prossiga nutrindo-se

    to sanguinariamente como a hiena, o lobo, a raposa ou as aves de rapina!Alm de brutal e detestvel para aqueles que desejam se libertar dosplanos inferiores, a carne contnuo foco de infeco tessitura magntica edelicada do corpo etreo-astral do homem.

    Pergunta E que dizeis, ento, daqueles que so avessos ingesto da carnede porco e que a consideram realmente doentio e repugnante, devido formanauseante de engorda dos porcos nos chiqueiros?

    Ramats Embora essa averso partcula pela carne de porco seja um passo afavor da prpria sade astrofsica, nem por isso desaparecem outros nefastosprocessos nutritivos, que preferem, e que lhes anulam a primeira disposio. Osmrbidos cuidados tcnicos e as exigncias cientficas continuam noutros setoresonde se procura o bem exclusivo do homem e o mximo sacrifcio do animal. Aqui,mrbidos industriais criam milhes de gansos sob regime especfico,desenvolvendo-lhes o fgado de tal modo, que as aves se arrastam pelo solo emmacabros movimentos claudicantes, a fim de que a indstria do pat de foie

    gras obtenha substncia mais rica para o enlatamento moderno; ali, peritoshumildes batem apressadamente o sangue do boi, para transformarem-no emttricos chourios de substncia animal coagulada; acol, no perdeis, sequer, osrgos excretores do animal, embora os saibais depsitos de venenos e detritosrepugnantes; raspados e submetidos gua fervente, os transformais em quitutes

    para a mesa festiva! A panela terrcola absorve desde o miolo do animal at ossulcos carcomidos de suas patas cansadas!

    E, no satisfeitas da nutrio mrbida da semana, algumas criaturas

    escolhem o mais belo domingo de cu azul e sol puro para, ento, praticar a caadestruidora s aves inofensivas, completando cruelmente a carnificina dasemana! Os bandos de avezitas, de penas ensanguentadas, vm para seus laresonde, ento, se transformam em novos pitus epicursticos, a fim de que o caadorde aves obtenha alguns momentos lbricos enquanto tritura a carne tenra dos

    pssaros inofensivos. Quantas vezes a prpria Natureza se vinga da ignomniahumana contra os seus efeitos vivos! Sbito, o caador tomba agonizante junto aocano assassino de sua prpria arma, no acidente imprevisto, ou do disparo

    imprudente do companheiro desavisado!Alhures, a serpe, a bactria infecciosa ou o inseto venenoso termina

    tomando vingana contra a caada inglria!Que importa, pois, que muitos sejam avessos ingesto da carne do boi

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    ou do suno, quando continuam requintando-se noutros repastos carnvoros eigualmente incoerentes para com o sentimento espiritual que j devia

    predominar no homem!

    Pergunta Que dizeis dos novos recursos preventivos, nos matadourosmodernos, em que se aplicam antibiticos para se evitar a deterioraoprematura da carne? Essa providncia no termina extinguindo indo qualquerperigo na sua ingesto?Ramats Trata-se apenas de mais um requinte doentio do vosso mundo, e querevela o deplorvel estado de esprito em que se encontra a criatura humana. Ohomem no se conforma com os efeitos daninhos que provm de sua alimentao

    pervertida e procura, a todo custo, fugir sua tremenda responsabilidade

    espiritual. Mas no conseguir ludibriar a lei expiatria; em breve, novascondies enfermias se faro visveis entre os insaciveis carnvoros protegidos

    pela profilaxia dos antibiticos. Alm do efeito deletrio da carne, que seintoxica cada vez mais com a prpria emanao astral e mental do homemdesregrado, encontrar-vos-eis s voltas com o preciosismo tcnico de novasenfermidades situadas no campo das alergias inespecficas, como produtosnaturais das reaes antibiticas nos prprios animais preparados para o corte!

    Espanta-nos a contradio humana, que principalmente, produz a

    enfermidade no animal que pretende devorar e em seguida aplica-lhe a profilaxiado antibitico!

    Pergunta Podeis darnos um exemplo dessa contradio?Ramats Pois no! A vossa medicina considera que o homem gordo, obeso,hipertenso, um candidato angina e comoo cerebral; classifica-o como umtipo hiperalbuminoide e portador de perigosa disfuno crdio-hpato-renal. Ateraputica mais aconselhada um rigoroso regime de eliminao hidrossalina e

    dieta redutora de peso; ministra-se ao homem alimentao livre de gorduras epredominantemente vegetal, e o mdico alude ao perigo da nefrite, ao gravedistrbio no metabolismo das gorduras e indefectvel esteatose heptica.Cremos que, se os velhos pajs antropfagos conhecessem algo de medicinamoderna e pudessem compreender a natureza mrbida do obeso e sua provveldisfuno orgnica, de modo algum permitiriam que suas tribos devorassem os

    prisioneiros excessivamente gordos! Compreenderiam que isso lhes poderiacausar enfermidades inglrias, em vez de sade, vigor e coragem que buscavam

    na devora do prisioneiro em regime de ceva!Mas o homem do sculo XX, embora reconhea a enfermidade das

    gorduras, devora os sunos obesos, hipertrofiados na engorda albumnica, paraconseguir a prodigalidade da banha e do toucinho: primeiro os enferma em

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    imundo chiqueiro, onde as larvas, os bacilos e microrganismos, prprios doscharcos, fermentam as substncias que alimentam os oxiros, as lombrigas, astnias, as amebas colis ou histolticas. O infeliz animal, submetido nutrio

    putrefata das lavagens e dos detritos, renova-se em suas prprias dejees e

    exsuda a pior cota de odor nauseante, tomando-se o transformador vivo deimundcies, para acumular a detestvel gordura que deve servir s mesasfnebres. Exausto, obeso, letrgico e suarento, o porco tomba ao solo com asbanhas fartas e fica submerso na lama nauseante; massa viva de ureia

    gelatinosa, que s pode ser erguida pelos cordames, para a hora do sacrifcio nomatadouro. Que adianta, pois, o convencional beneplcito de sadio, que cumpreao veterinrio, na autorizao para o corte do animal, quando a prpria cinciahumana j permitiu o mximo de condies patognicas! De modo algum essa

    ttrica profilaxia antibitica livrar-vos- da sequncia costumeira a que soissubmetidos implacavelmente; continuareis a ser devorados, do mesmo modo, pelacirrose, a colite, a lcera, a tnia, o enfarte, a nefrite ou o artritismo; cobrir-vos-eis, tambm, de eczemas, urticrias, pnfigo, chagas ou crostas sebceas;continuareis, indubitavelmente, sob o guante da ictercia, da gota, da enxaqueca edas infeces desconhecidas; cada vez mais enriquecereis os quadros da

    patogenia mdica, que vos classificaro como casos brilhantes na esferaprincipal das sndromes alrgicas.

    Pergunta Uma vez que os animais e as aves so inconscientes e de fcilproliferao, a sua morte, para nossa alimentao, deve ser considerada crimeto severo, quando se trata de costume que j nasceu com o homem? Cremosque Deus foi quem estabeleceu a vida assim como ela , e o homem no deveser culpado por apenas seguir as suas diretrizes tradicionais, cumpria a Deus,na sua Augusta Inteligncia, conduziras suas criaturas para outra forma denutrio independente da carne: no verdade?

    Ramats A culpa comea exatamente onde tambm comea a conscinciaquando j pode distinguir o justo do injusto e o certo do errado. Deus no condenasuas criaturas, nem as pune por seguirem diretrizes tradicionais e que lhes

    parecem mais certas; no existe, na realidade, nenhuma instituio divinadestinada a punir o homem, pois a sua prpria conscincia que o acusa, quandodesperta e percebe os seus equvocos ante a Lei da Harmonia e da Beleza Csmica.

    J vos dissemos que, quando o selvagem devora o seu irmo, para matar a fome eherdar-lhe as qualidades guerreiras, trata-se de um Esprito sem culpa e sem

    malcia perante a Suprema Lei do Alto. A sua conscincia no capaz de extrairilaes morais ou verificar qual o carter superior ou inferior da alimentaovegetal ou carnvora. Mas o homem que sabe implorar piedade e clamar por Deus,em suas dores; que distingue a desgraa da ventura; que aprecia o conforto da

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    famlia e se comove diante da ternura alheia; que derrama lgrimas compungidasdiante da tragdia do prximo ou de novelas melodramticas; que possuisensibilidade psquica para anotar a beleza da cor, da luz e da alegria; que sehorroriza com a guerra e censura o crime, teme a morte, a dor e a desgraa; que

    distingue o criminoso do santo, o ignorante do sbio, o velho do moo, a sade daenfermidade, o veneno do blsamo, a igreja do prostbulo, o bem do mal, essehomem tambm h de compreender o equvoco da matana dos pssaros e damultiplicao incessante dos matadouros, charqueadas, frigorficos e aouguessangrentos. E ser um delinquente perante a Lei de Deus se, depois dessaconscincia desperta, ainda persistir no erro que j condenado no subjetivismoda alma e que desmente um Ideal Superior!

    Se o selvagem devora o naco de carne sangrenta do inimigo, o faz

    atendendo fome e ideia de que Tup quer os seus guerreiros plenos deenergias e de herosmos; mas o civilizado que mata, retalha, coze e usa a suaesclarecida inteligncia para melhorar o molho e acertar a pimenta e a cebolasobre as vsceras do irmo menor, vive em contradio com a prescrio da LeiSuprema. De modo algum pode ele alega a ignorncia dessa lei, quando a galinha torcida em seu pescoo e o boi traumatizado no choque da nuca; quando o

    porco e o carneiro tombam com a garganta dilacerada; quando a malvadezhumana ferve os crustceos vivos, embebeda o peru para amaciar a carne ou

    ento satura o suno de sal para melhorar o chourio feito de sangue coagulado.Quantas vezes, enquanto o cabrito domstico lambe as mos do seu

    senhor, a quem se afinizara inocentemente, recebe o infeliz animal a facadatraioeira nas entranhas, apenas porque vspera do Natal de Jesus! A vaca selamenta e lambe o local onde matam o seu bezerro; o cordeiro chora na ocasiode morrer! S no matais o rato, o co, o cavalo ou o papagaio, para as vossasmesas festivas, porque a carne desses seres no se acomoda ao vosso paladarafidalgado; em consequncia, no a ventura do animal o que vos importa, mas

    apenas a ingesto prazenteira que ele vos pode oferecer nas mesas lgubres.

    Pergunta Como poderamos vencer esse condicionamento biolgico emesmo psquico, em que a nossa constituio orgnica hereditariamentepredisposta alimentao carnvora? A cincia mdica afirma que, simplesideia de nos alimentarmos, o sistema endcrino j produz sucos e hormnios desimpatia digestiva carne, e dessa sincronia perfeita entre o pensamento e ometabolismo fisiolgico, achamos que fica demonstrada a fatal necessidade de

    nutrio carnvora. Em compensao, muitos vegetarianos ho revelado alergiaa frutas ou hortalias! No isso bastante para justificar a afirmativa de que onosso organismo precisa evidentemente de carne, a fim de podersedesenvolver sadia e vigorosamente?

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    Ramats O cigarro tambm no foi criado para ser fumado fanaticamente pelohomem; este que imita a estultice dos bugres descobertos por Colombo etermina transformando-se num escravo da aspirao de ervas incineradas. Asimples lembrana do cigarro, o vosso sistema endcrino, num perfeito trabalho

    psicofsico, de preveno, tambm produz antitoxinas que devem neutralizar oveneno da nicotina e proteger-vos da introduo da fumaa ftida nos pulmesdelicados. A submisso ao desejo de ingerir a carne igual submisso do

    fumante inveterado para com o seu comando emotivo, pois ele mais vtima desua debilidade mental do que mesmo de uma invencvel atuao fisiolgica. Oviciado no fumo esquece-se de si mesmo e, por isso, aumenta progressivamente ouso do cigarro, acicatado continuamente pelo desejo insatisfeito, criando, ento,uma segunda natureza, que se torna implacvel e exigente carrasco.

    Comumente fumais sem notar todos os movimentos preliminares que voscomandam automaticamente, desde a abertura da carteira at a colocao docigarro nos lbios descuidados; completamente inconscientes dessa realidadeviciosa, j no fumais, mas sois fumados pelo cigarro, guiados pelo instintoindisciplinado. No vcio da carne ocorre o mesmo fenmeno; viveis distanciadosda realidade de que sois escravos do habito de comer carne. Se o sistemaendcrino produz sucos e hormnios simples ideia de ingerirdes carne, nem porisso se comprova que fostes especificamente criados para a nutrio carnvora. E

    apenas um velho hbito, que atendeu s primeiras manifestaes da vidagrosseira do homem das cavernas trogloditas e que, pelo vosso descuido, aindavos comanda o mecanismo fisiolgico, submetendo-o sua direo.

    As providncias preventivas, no metabolismo humano, devem sertomadas em qualquer circunstncia; o hindu que se habituou ingesto de frutossazonados e vegetais sadios, tambm fabrica os seus hormnios e sucos digestivos simples ideia da alimentao com que est acostumado. A diferena est em queele carece de hormnios destinados nutrio puramente vegetal, enquanto que

    vs tendes que produzi-los para a cobertura digestiva dos despojos da nutriocarnvora.

    Alegais que muitas pessoas se tornam enfermias, ao se devotarem alimentao vegetariana; em verdade, comprovais, assim, que sois toestratificados pelo mau hbito de alimentao carnvora, que o vossometabolismo fisiolgico j no consegue assimilar a contento os frutos sadios e osvegetais nutritivos, manifestando-se em vs os pitorescos fenmenos de alergia.No entanto, desde que disciplinsseis a vontade e vigisseis mentalmente o desejo

    mrbido, despertando da inconscincia imaginativa da nutrio zoofgica, logosentir-vos-eis mais libertos do indefectvel condicionamento biolgico carnvoro.

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    Pergunta Quais alguns exemplos que nos possam fazer compreender essainconscincia imaginativa diante da carne?Ramats E que h mais invigilncia mental do que condicionamento biolgico,de vossa parte, no tocante alimentao carnvora, e isso podeis verificar pela

    contradio do vosso gosto e paladar, que se pervertem sob a falsa imaginao.Quantas vezes, diante de cadveres de animais vtimas de um incndio ou de umaexploso, costumais sentir nuseas e repugnncia devido ao fato de vscerascarbonizadas exalarem o odor ftido de carne queimada! Entretanto, momentosdepois, atrados pelo aspecto da churrascaria pitoresca, excitai-vos, dominados

    pelo mrbido apetite, esquecendo-vos de que o churrasco tambm carne deanimal queimada a fogo lento, diferindo apenas pela natureza dos molhos que selhe acrescentam. A contradio flagrante: ali, a repugnncia vos domina diante

    do cadver assado na exploso; acol, o condicionamento biolgico ou anegligncia de raciocnio produz sucos e hormnios que ativam o apetitedegenerado. Tudo isso ocorre, no entanto, s porque ainda alimentais a iluso deum prazer nutritivo, que sugerido por igual resto mortal, porm ao molhoexcitante.

    A fumaa repulsiva, que se exala do cadver de um boi carbonizado noincndio, a mesma que ondula sobre as grades gordurosas da churrascaria, emque as vsceras do animal vertem albumina com vinagre e suco de cebola. O

    pedao de carne recortado dos despojos cadavricos da vitela assada ao fogo daestrebaria pode ser to macio e gostoso quanto o filet mignon que o garomde camisa engomada vos oferece sobre o prato de porcelana. A lngua arrancadado bovino crestado, na plvora da exploso inesperada, pode ser to apetitosaquanto a que vos oferecida em luxuoso restaurante e sob as ondulaesmelodiosas da festiva orquestra!

    Enquanto vos deixardes comandar discricionariamente por essa vontadedbil e pela imaginao deformada, ou inconscincia imaginativa, sereis sempre

    as vtimas dos vcios tolos do mundo e da alimentao perniciosa da carne. Eevidente que no h condicionamento de espcie alguma, quando se trata dessadisposio infantil, em que a vossa imaginao ora se torna lcida, lobrigando arealidade da carne queimada, ora se ilude completamente vendo um suculento

    petisco naquilo que antes era uma realidade repugnante.

    Pergunta Alm da enfermidade que pode ser transmitida pelo animalhipertrofiado na engorda e da culpa do homem quanto sua morte, a ingesto

    de carne causa tambm prejuzos diretos alma?Ramats O animal possui o duplo-astral, que revestido de magnetismoastral; esse veculo etreo-astral, sobrevive dissoluo do corpo fsico e serve dematriz para que, no futuro, o animal se integre novamente na sua espcie

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    particular. Embora esse duplo-astral seja ainda destitudo de substncia mental,que lhe permitiria alguns reflexos de razo, poderosamente receptivo senergias existentes no meio em que vive o animal. Conforme a vida deste ltimo, oseu invlucro sobrevivente tambm revela a natureza melhor ou pior da espcie a

    que o animal pertence, Em consequncia, a aura do porco, por exemplo, sumamente grosseira, instintiva e letrgica, em comparao com a aura do co,do gato ou do carneiro, os quais j se situam num plano mais afetivo e revelamalguns bruxuleios de entendimento racional.

    O chiqueiro de um clima repulsivo e repleto de energias deletrias, queatuam tanto no campo fsico como na esfera astral. Quando o suno sacrificado,a sua carne reflui sob o impacto violento, febricitante e doloroso da morte; ochoque que lhe extingue a existncia, ainda plena de vitalidade fsica, tambm

    exacerba-lhe o duplo-etreo astral, e que est sob o comando geral do esprito-grupo. Essa matana prematura, que interrompe de sbito a corrente vitalenergtica, irrita furiosamente as foras de todos os planos interpenetrantes noanimal; os demais veculos se contraem e se confrangem, ao mesmo tempo,atritando-se num turbilho de energias contraditrias e violentas, que se libertamcomo verdadeiros explosivos etricos. H completa coagulao fsio-astral; osangue, que a linfa da vida e o portador dos elementos mais poderosos domundo invisvel, estagna em seu seio o quantum de energia inferior do mundo

    astral e que o prprio porco carreia para o seu corpo fsico.No instante da morte, as energias deletrias, que flutuam na aura do

    suno e lhe intercambiam o fenmeno da vida inferior, coagulam-se na carnesacrificada e combinam-se com o tnus-vital degradante, que provm daengorda e do sofrimento do animal no charco de albumina e ureia. A carne do

    porco fica verdadeiramente gomosa, pela substncia astral que se coagula ao seuredor e se fixa viscosamente nas fibras cadavricas.

    Os espritas e demais estudiosos da alma sabem que todas as coisas e

    seres so portadores de um veculo etreo-astral, o qual absorve as energiasambientais e expele as que so gastas nas trocas afins aos seus tipos psquicos ou

    fsicos. Quando ingeris retalhos de carne de porco, absorveis tambm sua parteastral inferior e que adere coagulao do sangue; essa energia astraldesregrada e pantanosa agressiva e nauseante nos planos etricos; assim que ossucos gstricos decompem a carne fsica no estmago humano, liberta-se, ento,esse visco astral, repelente e pernicioso. Sob a lei de atrao e correspondnciavibratria nos mesmos planos, a substncia gomosa, que exsudada pela carne

    digerida no estmago, incorpora-se, ento, ao corpo etreo-astral do homem eabaixa as vibraes de sua aura, colando-se delicada fisiologia etrica invisvel, semelhana de pesada cerrao oleosa e adstringente. O astral albuminoso do

    porco, que tambm ingerido com o delicioso petisco assado, transforma-se em

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    densa cortina fludica no campo urico do homem demasiadamente carnvoro.Deste modo, dificulta-se o processo normal de assistncia espiritual daqui, pois osEspritos Guias j no conseguem atravessar a barreira viscosa do baixomagnetismo, a fim de formularem a intuio orientadora aos seus pupilos

    carnvoros. A aura se apresenta suja das emanaes do astral inferior e ofuscante,que se exsuda da carne do suno.Os homens glutnicos e excessivamente afeioados carne de porco

    afirmam-se dotados de invejvel vigor sexual, enquanto que as criaturasexclusivamente vegetarianas so algo empalidecidas, letrgicas e distanciadas davirilidade costumeira do mundo das paixes humanas. Esse fato comprova que oaumento da nutrio de carne acarreta tambm o aumento da sensao deordem mais primitiva. Mas, em sentido oposto, a preferncia pela alimentao

    vegetariana poderoso auxiliar para o Esprito se libertar do jugo material.Os antigos banquetes pantagrulicos, dos romanos e babilnicos, em

    cujas mesas lautas se amontoavam assados e cozidos cadavricos, terminavamsempre nas mais lbricas orgias, que ainda mais se superexcitavam com ainfluncia do astral inferior dos animais devorados. Ainda hoje, o excesso dealimentao carnvora, que preferida pelos aldees, estigmatiza muitos delescom o fcies sunico ou o estigma bovino, que lhes d um ar pesado eletrgico, caracterizando fisionomias que lembram vagamente o temperamento

    dos animais devorados. E a excessiva carga astral que lhes interpenetra operisprito e transforma a configurao humana, fazendo transparecer oscontornos do tipo animal inferior.

    Nos planos errticos do Alm, muito comum encontrarmos Espritosque se afeioaram to fanaticamente aos despojos dos animais, que passam areproduzir certas caricaturas circenses, com visveis aspectos animalescoscaldeados pelo astral inferior!

    Pergunta Os orientais, que so absolutamente vegetarianos, tmconhecimento completo dos efeitos que nos relatais, sobre a carne?Ramats O mestre hindu, meditativo e mstico, que procura continuamente ocontato com os planos mais delicados, evita a ingesto de carne, que lhecontamina a aura com o astral inferior. Os guias, muito conhecidos na tradioesprita, sempre lutam com dificuldade quando desejam intuir-vos aps os lautosbanquetes de vsceras engorduradas, que digeris para atender ao sofisma das

    protenas. Principalmente nos trabalhos de materializaes, os delicados

    fenmenos so imensamente prejudicados pela presena de assistentes com osestmagos saturados de carne, e que identificam o clima repulsivo do necrotrioonde esto se decompondo vsceras.

    esse, tambm, um dos motivos por que a maioria dos mdiuns,

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    obcecados pelas churrascadas e pelos banquetes opparos onde se abusa da carne,estaciona em improdutivo animismo e mantm s apagados contatos com os

    planos mais altos. Alguns mdiuns glutes e exageradamente carnvoros ironizame subestimam as prticas e os ensinamentos esoteristas, destinados a apurar a

    sensibilidade psquica atravs do regime vegetariano. Essas criaturas pensam queas foras sutis dos planos anglicos podem-se casar discricionariamente serutaes fludicas da digesto provinda dos retalhos cadavricos!

    Raras so as que compreendem que, nos dias de trabalhos medinicos,passes ou radiaes, a carne deve ser eliminada de suas mesas. Outras h queignoram que o xito de operaes fludicas distncia no dependeabsolutamente de protenas animais mas, principalmente, da exsudaoectoplasmtica de um sistema orgnico limpo de impurezas astrais.

    Pergunta Qual o processo mais eficiente para o discpulo eliminar de suaaura ou perisprito os fluidos deletrios que so exsudados pela carne animal?Ramats E a teraputica do jejum o processo que melhor auxilia o Esprito adrenar as substncias txicas que provm do astral inferior pois, devido aodescanso digestivo, eliminam-se os fluidos perniciosos. A Igreja Catlica, aorecomendar o jejum aos seus fiis, ensina-lhes inteligente mtodo de

    favorecimento inspirao superior. As figuras etreas dos frades trapistas, dos

    santos ou dos grandes msticos, sujeitos a alimentao frugal, comprovam o valorteraputico dessa alimentao. O jejum aquieta a alma e a libera em direo aomundo etreo; auxilia a descarga das toxinas do astral inferior, que se situam naaura humana dos civilizados. Alis, j existem no vosso mundo algumasinstituies hospitalares que tm podido extinguir gravssimas enfermidades sobo tratamento do jejum ou pela alimentao exclusivamente base de suco de

    frutas. Jesus, a fim de no reduzir o seu contato com o Alto, ante o assdio tenaz evigoroso das foras das trevas, mantinha a sua mente lmpida e a governava com

    absoluta segurana graas aos longos jejuns, em que eliminava todos os resduosastrais, perturbadores dos veculos intermedirios entre o plano espiritual e o

    fsico. O Mestre no desprezava esse recurso teraputico para a tessitura delicadado seu perisprito; no se esquecia de vigiar a sua prpria natureza divina,situada num mundo conturbado e agressivo, que atuava continuamente como

    poderoso viveiro de paixes e detritos magnticos a forarem-lhe a fisiologiaanglica. Evitava sempre a alimentao descuidada e, quando sentia pesar emsua organizao as emanaes do astral inferior, diminua a resistncia material

    ao seu esprito, praticando o jejum, que lhe favorecia maior libertao para o seumundo celestial.

    Nunca vimos Jesus partindo nacos de carne ou oferecendo perfis de porcoaos seus discpulos; ele se servia de bolos feitos de mel, de fub e de milho,

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    combinados aos sucos ou caldos de cereja, morangos e ameixas.

    Pergunta Na hora da desencarnao, a alimentao carnvora podeprejudicar o desprendimento do esprito?

    Ramats A Lei imutvel em qualquer setor da vida; o xito liberatrio nadesencarnao depende, acima de tudo, do tipo de vibraes boas ou ms na horaem que o desencarnante submetido tcnica espiritual desencarnatria. O

    perverso que se lanou num abismo de crueldade, na vida fsica, ser sempre umcampo de energias trevosas e impermeveis ao dos espritos benficos; mas osanto, que se d todo em amor e servio ao prximo, torna-se uma fonte receptivade energias fulgentes, que lhe abrem clareiras para a ascenso radiosa.

    Justamente aps o abandono do corpo fsico que o campo energtico do

    perisprito revela, no Alm, mais fortemente, o resultado do metabolismo astralque entreteve na Terra. Em consequncia, o homem carnvoro, emboraevangelizado, sempre h de se sentir mais imantado ao solo terrqueo do que ovegetariano que, alm de ser espiritualizado, incorpore energias mais delicadasem seu veculo perispiritual. Reconhecemos que, enquanto o facnora vegetariano

    pode ser um oceano de trevas, o carnvoro evangelizado ser um campo de Luz;no entanto, como a evoluo induz harmonia completa no conjunto psicofsico,entre o homem carnvoro e o vegetariano, que cultuem os mesmos princpios de

    Jesus, o ltimo sempre haver de lograr mais xito na sua desencarnao.A ausncia de carne no organismo livra-o do excesso de toxinas; na

    desencarnao, a alma se liberta, assim, de um corpo menos denso e menosintoxicado de albumina e ureia, que provocam sempre o abaixamento dasvibraes do corpo etrico. O boi ou o porco entretm a sua vida em regioexcessivamente degradante, cuja substncia astral pode aderir aura humana,no s retardando o dinamismo superior como ainda reduzindo a fluncia dasemoes anglicas.

    Pergunta Porventura, o homem evangelizado, que se alimenta de carne,contraria ainda as disposies divinas? No existem tantos vegetarianos de mconduta e at pervertidos?Ramats No temos dvida em afirmar que mais vale um carnvoroevangelizado do que um vegetariano anticrstico. Mas no estamos cogitandoagora das qualidades espirituais que devem ser alcanados por todos os enteshumanos, mas sim considerando se procede bem ou no a criatura evangelizada

    que ainda coopera para o progresso dos matadouros, charqueadas, frigorficos oumatanas domsticas. A alma verdadeiramente evangelizada plena de ternura,compassividade e amor; o esprito essencialmente anglico no se regozija emlamber os dedos impregnados da gordura do irmo inferior, nem se excita na

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    volpia digestiva do lombo de porco recheado ou da costela assada, com rodelasde limo por cima.

    profundamente vergonhoso para o vosso mundo que o boi generoso,cuja vida inteiramente sacrificada para o bem da humanidade e o prazer

    glutnico e carnvoro do homem, seja mais inteligente que ele em suaalimentao, que exclusivamente vegetariana! No se compreende como possa ohomem julgar-se um ser adiantado, ante o absurdo de que o animal irracional

    prefere alimento superior ao do seu prprio dono, que dotado do discernimentoda razo!

    Louvamos incondicionalmente o homem evangelizado, ainda quecarnvoro, mas o advertimos de que, enquanto mantiver no ventre um cemitrio,h de ser sempre um escravo preso roda das reencarnaes retificadoras, at

    acertar as suas contas crmicas com a espcie animal! Se ele um evangelizado,deve saber que o ato de sugar tutano de osso e devorar bifes o retm ainda bem

    prximo dos seus antepassados silvcolas, que se devoravam uns aos outros devido sua profunda ignorncia espiritual. A ingesto de vsceras cadavricas e o atode matar o irmo inferior tanto distanciam a fronteira entre o anjo e o homem,como agravam o fardo crmico para os futuros ajustes espirituais.

    Pergunta Mas no nos estamos referindo ao de matar, isto , de tirar a

    vida, porquanto muitssimas criaturas carnvoras, mas cuja bondade e piedadeconhecemos, no so capazes de matar um simples inseto, quanto mais dedestruir uma ave ou animal!Ramats Os coraes integralmente bondosos e piedosos no s evitam mataro animal ou ave, como ainda no tm coragem para devorar-lhes as entranhassob os temperos de cebola, sal e pimenta... Aquele que mata o animal e o devoraainda pode ser menos culpado, porque assume em pblico a responsabilidade doseu ato. No entanto, o que no mata, por piedade ou receio de remorso, mas

    devora gostosamente a carne do animal ou da ave, trucidados por outros, agemanhosamente perante Deus e a sua prpria conscincia. A piedade distnciano identifica o carter bondoso, pois muita gente foge aflita, quando o cutelo

    fere o infeliz animal, mas retorna satisfeita logo que a panela pra de ferver e asvsceras se apresentam apetitosas. Isso lembra o clssico sbado de Aleluia, emque os fiis se mantm em estoico jejum de carne, na Quaresma preceituada pelaIgreja, mas esto aguardando ansiosamente que o relgio marque o meio-dia,

    para ento se atirarem famintos sobre os retalhos fumegantes, que se cozem na

    moderna panela de presso! O homem piedoso, que se recusa a assistir matana do animal, quase sempre o mais exigente quanto ao assado e aotempero destinado carne sacrificada distncia.

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    Pergunta A recusa em matar o animal ou ave j no um protesto contra aexistncia de matadouros e charqueadas? Isso no comprova a posse de umaalma com melhor aprimoramento espiritual?Ramats As criaturas que matam a ave ou o animal no fundo do quintal, ou

    que obtm o seu salrio no trabalho dos matadouros, podem ser almas primitivas,que no avaliam o grau de sua responsabilidade espiritual junto coletividade domundo fsico. Mas aqueles que fogem na hora cruel do massacre do irmo bemdemonstram compreender a perversidade do ato e o reconhecem como injusto ebrbaro. Em consequncia, ratificam o conhecimento de sua responsabilidade

    perante Deus, recusando-se a assistir quilo que em sua mente significa severaacusao ao esprito. Confirmam, portanto, ter conhecimento da iniquidade de sematar o animal indefeso e inocente. E bvio que, se depois o devoram cozido ou

    assado, ainda maior se lhes torna a culpa, porque o mesmo ato que condenam,com a ausncia deliberada, fica justificado pessoal e plenamente na hora famlicada ingesto dos restos mortais do animal.

    Os fujes pseudamente piedosos no passam, alis, de vulgarescooperadores das mesmas cenas ttricas do sacrifcio do animal; o consumidor decarne tambm no passa de um acionista e incentivador da proliferao deaougues, charqueadas, matadouros e frigorficos.

    O vosso cdigo prev, na delinquncia do vosso mundo, penas severas

    tanto para o executor como para o mandante dos crimes de coparticipaomental, pois a responsabilidade pesa sobre ambos. Os que no matam animais ouaves, por piedade, mas digerem jubilosamente os seus despojos, tornam-secoparticipantes do ato de matar, embora o faam distncia do local dosacrifcio; so, na realidade, cooperadores annimos da indstria de carnes, vistoque incentivam o dinamismo da matana ao consumirem a carne que mantm ainstituio fnebre dos matadouros e do trucidamento injusto daqueles que Deustambm criou para a ascenso espiritual.

    Pergunta Cremos que muitos seres divinizados, que j viveram em nossomundo, tambm se alimentaram de carne; no verdade?Ramats Realmente, alguns santos do hagiolgio catlico, ou Espritosdesencarnados considerados hoje de alta categoria, puderam alcanar o cu,apesar de comerem carne. Mas o portador da verdadeira conscincia espiritual,isto , aquele que, alm de amar, j sabe por que ama e por que deve amar, nodeve alimentar-se com a carne dos animais. A alma efetivamente santificada

    repudia, incondicionalmente, qualquer ato que produza o sofrimento alheio;abdica sempre de si mesma e dos seus gozos em favor dos outros seres,transformando-se numa Lei Viva de contnuo benefcio e, na obedincia a essa Leibenfica, assemelha-se fora que dirige o crescimento da semente no seio da

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    Pergunta E se o homem teimar em se alimentar de carne, quais os recursosque os Mestres podero empregar para afastlo dessa nutrio?Ramats Sabeis que os excessos nas mesas pantagrulicas, principalmente naalimentao carnvora, quando atestam a negligncia e a teimosia do esprito

    humano para com a sua prpria felicidade, so sempre corrigidos com ateraputica das admirveis vlvulas de segurana espiritual, que a no vossomundo funcionam sob a terminologia clssica da cincia mdica com assugestivas denominaes de lceras, cnceres, cirroses, nefrites, enterocolites,chagas, inclusive a criao de condies favorveis para habitat das amebas coliou histolticas, girdias ou estrongiloides, tnias, ou irrequietos protozorios de

    formas exticas. Sob a ao desses recursos da natureza, vo-se acentuando,ento, as trocas exigveis entidade espiritual, e a compulsria frugalidade vai

    agindo para a transformao exaustiva, mas concretizvel, do animal na figurado anjo. As excrescncias anmalas e mrbidas, que se disseminam pelo corpo

    fsico, funcionam na prodigalidade de sinais de advertncia, que regulamharmnica e equitativamente o trfego digestivo. Elas obrigam a dietasespartanas ou substituies por nutries mais delicadas, ao mesmo tempo que seretificam impulsos glutnicos e se aprimoram funes que purificam o astral emtorno e na intimidade da tessitura etrica. Quantas vezes o teimoso carnvoro sesubmete a rigorosa abstinncia de carne, devido lcera gstrica que surge para

    obrig-lo a se ajustar a uma nutrio mais sadia!

    Pergunta Podemos pressupor que a Divindade tudo far para que no futurosejam extintos os matadouros, frigorficos ou aougues da Terra?Ramats No temos dvida alguma a esse respeito! Em virtude de no terceiromilnio no deverem existir mais as instituies que se mantm custa daindstria da morte, elas devero desaparecer, pouco a pouco, tanto por motivosde ordem econmica, epidmica ou acidental, como pelo repdio humano e a

    melhoria nutritiva do homem. Sabeis que o repdio carne um dos principaisfundamentos das doutrinas do Oriente, em que se destacam o hermetismo, ohindusmo, o budismo, a ioga, o esoterismo e a teosofia, alm de milhares deoutras seitas que vicejam sua sombra.

    A proverbial negligncia do ocidental para com a absteno da carne,que lhe favoreceria um carma suave para o futuro, termina envolvendo-odemoradamente na engrenagem melanclica das enfermidades, que obrigam adietas angustiosas e despesas com mdico e farmcia.

    Pergunta Visto que a indstria da carne oferece trabalho a milhes decriaturas, cremos que a sua paralisao sbita representaria um desastreeconmico para o nosso mundo. Uma vez que se multiplicam aougues,

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    charqueadas, frigorficos e indstrias de carne enlatada, porque a Divindade opermite no assim?Ramats Quando apareceram no vosso mundo os primeiros automveis, osantigos cocheiros e construtores de veculos de trao animal tambm se

    apavoraram ante a iminncia de terrvel desastre econmico, pois temiam pelofechamento das ferrarias, das fbricas de viaturas, e mais os prejuzos doscriadores de cavalos, dos seleiros, dos artesos, pintores e estofadores. No entanto,a sabedoria da vida transformou tudo isso em oficinas mecnicas, em postos de

    gasolina, de lavagem de autos, surgindo ento os artfices da borracha, osgaragistas, os petroleiros, os fiscais de trnsito, niqueladores, toldistas,fabricantes de para-brisa, pintores, e extensa indstria de tambores, latas,frascos, enfeites, e de tecidos adequados fabricao de automveis. Em lugar da

    falncia prevista com angustioso pessimismo, desenvolveu-se uma das maispoderosas atividades que tm enriquecido os pases operosos. Do mesmo modo, aparalisao da fnebre indstria da carne, alm de se tornar inefvel bnopara a vossa humanidade, h de favorecer a edificao do mais rico parqueindustrial de produtos frugvoros, vegetais e seus derivados, capaz de atender ao

    paladar mais exigente, e que atualmente se encontra deformado pela nutriocadavrica. A qumica e a botnica sero chamadas a contribuir decisivamente

    para a nova riqueza, produzindo os mais variados tipos de frutas, que ho de se

    transformar em bocados paradisacos!A suposio de que a Divindade est de acordo com a manuteno de

    aougues e matadouros consequente de interpretao falsa dos desgnios deDeus; reparai como se tornam atualmente mais dificultosas as aquisies decarne por parte dos pobres, que se veem obrigados, por isso, a recorrer a outras

    fontes de alimentao. Ignorais que, medida que aumenta a dificuldade para ohomem ingerir carne, atrofia-se o mecanismo psquico do desejo carnvoro, que

    pouco a pouco vai desaparecendo com a abstinncia compulsria.

    Ante a comprovao cientfica de que a carne do animal cansado, ou como seu metabolismo perturbado, provoca tambm perturbaes nos que ingerem,

    porque ficam aumentadas as toxinas que circulam no sangue, j deveis terpercebido que todas as vezes em que ingerirdes carne estareis absorvendo umpouco do veneno do animal. Os mdicos estudiosos podero notar que orecrudescimento de surtos amebisacos e das infeces inespecficas do clonintestinal, inclusive as ulceraes e fstulas retais, eventos hemorroidrios eaumento de viscosidade sangunea, so causados, em parte, pelo uso imoderado

    da carne de porco. Em vista do aumento constante dos indivduoshiperproteinizados, cujos cadveres povoam os cemitrios, em consequncia desncopes, enfartes e derrames cerebrais, em breve ouvireis o grito alarmante davossa cincia mdica: evitem a carne de porco!

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    Pergunta Mas, deixando de lado a indstria da carne, propriamente dita,no considerais os vultosos prejuzos que decorreriam da extino dosmatadouros ou charqueadas, devido falta de matriaprima para o fabrico deartefatos de couro?

    Ramats Dificilmente conseguis compreender as divinas mensagens que Deusvos envia, solicitando-vos a modificao de velhos hbitos perniciosos eoferecendo, em troca, outros meios mais valiosos e que atendem substituiodesejada. De h muito que proliferam no vosso orbe as indstrias abenoadas donylon e de outros produtos de manufatura plstica, capazes de substituir comxito a mrbida fabricao de artefatos de couro arrancado ao infeliz animal. Noterceiro milnio no sero mais preferidos o sapato, a bolsa, a carteira ou o trajeconfeccionado com a matria-prima sangrenta, que estimula hoje a indstria da

    morte.Hoje mesmo, no tocante aos acessrios de vossa alimentao, o azeite e a

    banha de coco j substituem a repulsiva gordura cultivada no chiqueiro e nocharco de albumina do porco.

    Pergunta Quer isso dizer que o terrcola, no futuro, tornarseexclusivamente vegetariano, no assim?Ramats No tenhais dvida alguma. Esse um imperativo indiscutvel para a

    humanidade futura. O progresso econmico base da indstria da morte, nofabrico do presunto enlatado, do pat de foie gras, que pasta de fgadohipertrofiado de ganso ou galinha, dos cozidos de vsceras saturadas de ureia doboi pacfico, ou dos repulsivos chourios de sangue coagulado, tudo sob invlucrosatrativos, no consta dos planos siderais para atender s necessidades do mundono terceiro milnio!

    Assim como vos horrorizais ante a antropofagia dos selvagens, quedevoram msculos e trituram nos dentes as tbias dos seus adversrios o que,

    sob o vosso cdigo penal, seria considerado crime horroroso no futuro, quandoimperarem as Leis ureas de Proteo s Aves e aos Animais, tambm sero

    processados criminalmente os virtuosos civilizados que tentarem devorar osseus irmos menores para adquirir as famosas protenas!

    Pergunta Mas j existem, em nosso mundo, algumas sociedades de proteoaos animais e s aves, o que nos parece provar j haver sido dado um grandepasso para o estabelecimento do regime vegetariano na Terra. Que dizeis a esse

    respeito?Ramats Consideramos louvvel tal empreendimento, mas a maioria dessassociedades s se preocupa, por enquanto, com a regulamentao da caa ouapenas com os maus tratos para com os animais de carga e de transportes. A

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    verdadeira sociedade de proteo ao animal e ave, que pretenda realmente seenquadrar nos cnones divinos, ter que lutar tenazmente para que se evite amorte do infeliz ser que ainda sacrificado para atender s mesas dos civilizados.

    Paradoxalmente, muitos dos vossos contemporneos que superintendem

    as sociedades de proteo aos animais so comedores de carne e, portanto,cooperadores para que prossigam a carnificina nos matadouros e as chacinas nascharqueadas, onde o sentido utilitarista desconhece a mansuetude, a piedade e oamor!

    No duvidamos de que possais chegar, um dia, ao ridculo mesmo decomemorardes os aniversrios das instituies terrenas, de proteo aos animaise s aves, sob festiva e suculenta churrascada de carne de boi sacrificado navspera, e onde os brilhantes oradores ho de proferir discursos sobre a Lei da

    Caa ou o amor ao animal, enquanto o magarefe prepara o apetitoso fil noespeto, ao tempero da moda.

    A questo de se restringir a caa a uma poca determinada do ano, longedo perodo de procriao da ave ou do animal, no identifica proteo alguma ou

    prova de piedade para com esses seres; apenas extremoso cuidado para no seextinguirem prematuramente as espcies reservadas destruio peloscaadores, em tempo oportuno. A piedade e a proteo aos pssaros ou animaisdas selvas, s as demonstrareis com a absoluta recusa ou proibio de mat-los

    em qualquer perodo do ano. A oficializao de poca apropriada para a matanade pssaros e de animais indefesos apenas um subterfgio, que no vos eximir,

    perante as leis da vida, da responsabilidade de matar. Apesar de a utilizao dacadeira eltrica e os fuzilamentos oficiais serem considerados, por um grupo de

    juristas sentenciosos, como medida perfeitamente legal, perante Deus um crimeoficializado e muito pior do que o homicdio a que o indivduo foi impelido por ummau sentimento, pelo amor, pela fome, ou num momento de clera ou mesmodesejo incontrolvel de vingana. O criminoso, embora useiro e vezeiro na

    delinquncia, no avalia, comumente, a extenso do seu delito a que, quasesempre, instigado por feroz egosmo do instinto de conservao; mas oscriadores de leis que autorizam assassinatos premeditados sero responsveis

    pelo delito de matarem por clculo, embora aleguem que assim o fazem emdefesa das instituies sociais.

    Pergunta Como poderamos lograr desfazer esse condicionamento biolgicoda alimentao carnvora, sem sofrermos a violncia de uma substituio

    radical?Ramats Alhures j vos temos dito que os peixes, os mariscos e os crustceosso corpos coletivos, correspondentes a um s esprito-grupo, que lhes dirige oinstinto e gera-lhes uma reao nica e igual em toda a espcie. Um peixe, fora

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    perniciosos e deprimentes, as churrascadas e os banquetes carnvoros tambmdevem ser repelidos, porque vos afastam das vibraes delicadas das almassuperiores. Estranhamos que, para o xito da festividade esprita, o cadver doirmo inferior tenha que ser torrado no braseiro da detestvel churrascaria

    viciosa do mundo profano!Do lado de c perambulam espritas desencarnados, to condicionados,ainda, aos banquetes pantagrulicos e carnvoros, que rogam a bno de umcorpo fsico em troca dos prprios bens do ambiente celestial! Outros h queainda no se compenetraram do papel ridculo que representam recitando,compungidos, versculos evanglicos em festividades fraternas do Espiritismo, aomesmo tempo em que o confrade servial assa o cadver do irmo inferior, para ocemitrio do ventre!

    Pergunta Muitos espritas afirmam que a alimentao nada tem que ver como Espiritismo, pelo qual motivo vossas consideraes a esse respeito soimprodutivas e mesmo censurveis. Que dizeis?Ramats sabido que todas as filosofias do Oriente que pregam a libertaodo Esprito do jugo da matria, sempre ho preceituado que a primeira conquistade virtude do discpulo consiste no abandono definitivo da nutrio carnvora.Como Allan Kardec, ao codificar a Doutrina Esprita, tambm se inspirou nos

    postulados da filosofia espiritualista oriental, no devem os espritas considerarimprodutivo e at censurvel recomendar-lhes que no se alimentem com a carnedos animais. Isso equivale a louvar e defender a alimentao carnvora, no queKardec nunca pensou. Todo esforo moderno, de espiritualizao do mundo,nunca pde fugir de situar as suas razes iniciticas no experimento milenrio doOriente, cuja tradio religiosa, de templos dignos de respeito, traz por

    fundamento essencial a doutrina vegetariana. Nada estranharamos, se essacensura proviesse de membros de religies sectaristas, que no compreendem

    ainda o que seja a evoluo do esprito e no acreditam que o animal possa teralma, nem que os prejuzos que causais ao corpo carnal se refletem no corpoespiritual; mas sempre contraditrio que o esprita advogue a prtica daingesto do cadver do seu irmo inferior, quando j portador de umaconscincia mais ampla e desenvolvida sob a alta pedagogia de amadurecidosvalores iniciticos do passado. E provvel que as nossas cogitaes sobre ovegetarianismo sejam consideradas improdutivas e ostensivas, por parte de certa

    porcentagem de espritas; no entanto, as suas censuras contra aquele sistema e os

    seus louvores nutrio carnvora implicam em se considerar que Deus fracassoulamentavelmente quanto criao de recursos para nutrir os seus filhos e teve,

    por isso, de lanar mo do execrvel recurso de criar cabritos, coelhos, porcos,bois e carneiros, destinados exclusivamente ao sacrifcio cruel das mesas

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    humanas!Se os animais pudessem falar, que diriam eles a respeito dessa gentil

    disposio de muitos espritas de os devorarem sob festivos cardpios erequintados molhos que deixariam boquiabertos muitos zulus antropfagos?

    estranhvel, portanto, que ainda se faam censuras s solicitaesseguintes, em que temos situado o nosso principal labor:1. Que no coopereis para o aumento de matadouros, charqueadas e

    aougues;2. Que no promovais as efusivas churrascadas sangrentas, ria

    confraternizao esprita;3. Que eviteis que penetre na vossa aura o visco nauseante e aderente

    do astral inferior, que se liberta do animal sacrificado;

    4. Que vos distancieis, o mais depressa possvel, dos velhosantepassados caiaps ou tamoios que, devido ignorncia dos

    postulados espritas, se entredevoravam em gapes repugnantes;5. Que, se no encontrar eco em vossos espritos tudo quanto vimos

    solicitando, pelo menos tenhais piedade do animal inocente, que vosso irmo menor perante Deus!

    Deste modo, podereis integrar-vos nos preceitos amorosos de Jesus ecorresponder ddiva generosa do Criador, que veste o solo terrqueo de

    hortalias, legumes e rvores pejadas de frutos, na divina e amorosa oferta vivapara uma nutrio sadia!

    Pergunta H quem conteste as vossas opinies, alegando que Allan Kardecno censurou, em suas obras, a alimentao carnvora, nem a considerouindigna ou imprpria de espritas. Que dizeis?Ramats Allan Kardec viu-se compelido a adaptar os seus sensatos postuladosao esprito psicolgico da poca, evitando conflito no s com a mentalidade

    profana ainda bastante acanhada devido escravido ao dogma religiosocomo tambm com as instituies responsveis pela economia em que a indstriada carne representava uma de suas bases fundamentais. Dado que ovegetarianismo era doutrina praticada por pequeno nmero de iniciados que seaproximavam das fontes espiritualistas do Oriente, seria prematuro einconsequente que o nobre codificador firmasse esse postulado no espiritismorecm-exposto ao pblico, e que bem poderia se tornar ridculo para os nefitosda doutrina. Naquela poca a simples recomendao da abstinncia completa da

    carne, como princpio de uma doutrina codificada para a massa comum,acarretaria o fracasso incontestvel dessa doutrina. O espiritismo, em seu incio,

    foi encarado mais como revelao de preceitos esotricos do que mesmo comodoutrina de ordem moral e disciplina evanglica, cujas virtudes ainda eram

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    cadavricos, se apresentam s mesas espritas, os guias sentem-se tolhidos emsuas faculdades espirituais, semelhana do homem que tenta se orientar sob

    pesada neblina ou intensa nuvem de fumaa asfixiante.O que prejudica o trabalho do mdium no apenas a dilatao do

    estmago, consequente do excesso de alimentao, ou os intestinos alteradosprofundamente no seu labor digestivo, ou pncreas e fgado em hiperfuno paraatenderem carga exagerada da nutrio carnvora, mas a prpria carne que,impregnada de parasitas e larvas do animal inferior, contamina o perisprito domdium e o envolve com os fluidos repugnantes do psiquismo inferior.

    Os centros nervosos e o sistema endcrino da criatu