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Fisiologia do Sistema Neuromuscular e Exercício

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Fisiologia do Sistema Neuromuscular e Exercício

Professor Franscisco Navarro

Fisiologia do Sistema Neuromuscular e Exercício

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SUMÁRIO

O Sistema Nervoso: Uma Visão Geral 3Funções do Sistema Nervoso 3

Organização do Sistema Nervoso 3O Sistema Nervoso Periférico pode ser dividido em: 3

Neurônios: Atividade Elétrica 4Potencial de Repouso da Membrana 5

O Impulso Nervoso 5Potencial de Ação 5

Lei do TUDO ou NADA 5

Proprioceptores 6

Quimiorreceptores Musculares 6

Reflexo 7

Função Motora Somática 7AparelhoVestibulareEquilíbrio 7

COntrole Motor - Encéfalo 8Tronco Central 8

Cérebro 8

Cerebelo 8

Medula Espinhal 9Funções Motoras 9Sistema Nervoso Autônomo 9O Sistema Nervoso e o Músculo Esquelético 10Músculo Esquelético 10

Estrutura do músculo esquelético 10Unidade Funcional Muscular 11Junção Neuromuscular 11Contração Muscular 11Tipos de Fibra Muscular 12Exercício Físico e Alterações nas Fibras Musculares 12Exercício Físico e os Tipos de Fibras Musculares 13Envelhecimento e Alterações Musculares 13Ações Musculares 14Velocidade da Contração e do Relaxamento Muscular 14Regulação da Força 15Regulação da Força 15Visão Geral do Sistema Neuromuscular 16

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O SISTEMA NERVOSO: UMA VISÃO GERAL

Podemos pensar no sistema nervoso como uma

rede integrada, em constante funcionamento, capaz de

comunicar-se com extrema rapidez, e garantir a efetividade

e funcionamento de diversos sistemas, além de ofertar

ajustes necessários para a sobrevivência.

A estrutura desta rede possibilita o bom desempenho

dos sentidos, bem como da coordenação, leitura e

interpretação das informações que acontecem no meio,

isso porque um número grandiosos de células deste

sistema estão estruturalmente muito bem organizadas no

corpo humano a partir de um comando central.

Funções do Sistema Nervoso

- Controle do ambiente interno;

- Controle dos movimentos;

-Açãoreflexadamedulaespinhal;

- Compreensão / Assimilação / Memória / Aprendizado.

Dentre as funções do sistema nervoso, a capacidade

perceber acontecimentos nos ambientes internos e

externos, como a mudança de temperatura ou a dor, estas

informações, através de receptores que serão enviadas ao

Sistema Nervoso Central (SNC), garantem em grande parte

a sobrevivência, a capacidade de se adaptar ao meio. A

resposta deste estímulo dá-se com uma variedade grande

depossibilidades,emumatoreflexoouinfluirnosistema

endócrino para que determinado hormônio seja liberado.

Outra função importante é a capacidade de guardar a

experiências vividas, discernir sobre o fatos acontecidos e

desenvolver uma memória, estes fatos serão o repertório

que deverão estabelecer padrões e consequente

aprendizado.

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO

Para compreensão anatômica o sistema nervoso pode

ser dividido em central (SNC), e periférico (SNP).

O sistema nervoso central é o constituinte do crânio, o

encéfaloenamedulaespinhal(corlilásdafigura).

O sistema nervoso periférico constitui-se pelos

neurôniosqueestãoforadoSNC(corazuldafigura).

O Sistema Nervoso Periférico pode ser dividido em:

- Porção Sensorial, responsável pela transmissão dos

impulsos neuronais dos órgãos do sentido (receptores) ao

SNC,taisfibrasquerealizamtalconduçãodenominam-se

fibrasaferentes.

- Porção Motora, divide-se em:

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- Motora Somática responsável pela inervação da

musculatura esquelética.

- Motora Autônoma responsável pela inervação dos

órgãos efetores involuntários.

-Asfibrasnervosasmotorasqueconduzemimpulsos

doSNC,denominam-sefibraseferentes.

Os neurônios pode ser divididos em:

Corpo Celular: centro de operação do neurônio

Dendritos: ramificaçõesestendidasdocorpocelular.Conduzem impulsos elétricos em direção ao corpo celular.

Axônio: transmite a mensagem elétrica do corpo

celular em direção a outro neurônio ou a um órgão efetor.

Sinapse é o ponto em que se encontra o contato e

sinalização entre os neurônios.

As células de Schwann, revestem os axônios. Seu

núcleo contem mielina e conferem proteção.

Entre as células de Schwann existe um espaço, estes

são os nódulos de Ranvier.

NEURÔNIOS: ATIVIDADE ELÉTRICA

Concentração de Íons através da Membrana Celular de um Neurônio Típico

Concentração (milimoles/litro)

Íon Extracelular Intracelular

Sódio (Na+) 150 15

Cloreto (Cl-) 110 10

Potássio (K+) 5 150

Estas células possuem propriedades especializadas de

irritabilidade e condutividade, a primeira é a capacidade

de resposta a um estímulo, e a segunda a condução do

impulso.

Os neurônios quando em repouso estão carregados

negativamente, causa de uma distribuição disforme de

íons carregados. Essa carga negativa é diferente da carga

externa e essa diferença confere seu potencial de repouso

da membrana.

Obs.: Impulso (iniciado por um estímulo) nervoso é o

sinal elétrico ao longo do axônio.

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A concentração de sódio no meio extracelular é

diferentemente do potássio.

Potencial de Repouso da Membrana

Fatores Determinantes:

A permeabilidade da membrana plasmática aos

diferentes íons;

A diferença da concentração iônica dos líquidos intra e

extracelular.

Os íons sódios, potássio e cloreto, intra e extracelulares,

estão em concentrações maiores, e com função mais

importante no potencial de repouso da membrana.

Um mecanismo que garante tal efetividade é a

permeabilidade da membrana neural à estes íons, esta é

regulada pelas proteínas da membrana, que funcionam

como reguladores, pensando na diferença de concentração

intra e extracelular e como observado na tabela, as

concentrações, o sódio deve entrar e o potássio deverá

sair. Assim uma quantidade de íons, mesmo pequena, se

movimenta continuamente através da membrana, porém

se tal fato continuar poderia ocasionar uma perda do

potencial negativo da membrana, mas a bomba de sódio/

potássio que a membrana celular possui, utiliza energia

da ATP para manter as concentrações intra e extracelular

bombeando o sódio para fora da célula e o potássio para

dentro, assim mantendo os gradientes de concentração

necessários para a manutenção.

O IMPULSO NERVOSO

Potencial de AçãoHá um sinal neural quando existe necessidade de

transmitir uma mensagem. Esta que é gerada quando um

quandoumestímuloésuficientementepotenteparaabrir

os canais de sódio, permitindo assim que os íons sódio

de difundam para dentro do neurônio, consequentemente

esta ação tornará o meio intra celular mais positivo, assim

as célula irá se despolarizar, esta que por sua vez atingirá

um ponto crítico (limiar), então os canais de sódio se abrem

e é criado um potencial de ação ou impulso nervoso.

A repolarização ocorre logo após a despolarização,

devolvendo o potencial de repouso da membrana, assim o

nervo estará pronto para uma nova ativação.

Lei do TUDO ou NADA

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A “Lei do Tudo ou Nada” recebe esta nomina devido

o fato de que quando há um estímulo neural, a atividade

elétrica que percorre o neurônio mantém sua voltagem

sem perder efetividade em nenhum momento ao percorrer

a extensão do axônio, mantendo a mesma tensão do ponto

de início do estímulo.

Nas junções das sinapses os neurônios se comunicam

através de um pequeno intervalo entre estes, tal

processo denomina-se transmissão sináptica, para que tal

transmissão exista é preciso que exista uma quantidade

necessária de neurotransmissores (mensageiro químico

utilizado pelos neurônios).

Os neurotransmissores são liberados das vesículas

sinápticas.

ProprioceptoresPrincipais Tipos:

- Terminações Nervosas Livres

- Receptores Tipo Golgi

- Corpúsculos de Pacini

As terminações nervosas livres são os

proprioceptores que mais existem no corpo humano, sendo

estas, sensíveis ao toque e à pressão, adaptam-se e se

ajustam aos estímulos mantendo constante a sinalização.

Os Receptores Tipo Golgi ( NÃO os “órgãos

tendinosos de Golgi”), estão localizados nos ligamentos ao

redor das articulações.

Os Corpúsculos de Pacini estão localizados nos

tecidos periarticulares e se adaptam e muito rápido ao

movimento, este fenômeno, auxilia na percepção da

amplitude da rotação articular.

Quimiorreceptores Musculares

Os quimiorreceptores musculares são sensíveis às

alterações do ambiente químico ao redor do músculo. Estas

alterações químicas são informações que serão enviadas

ao Sistema Nervoso Central (SNC). Íons de hidrogênio,

dióxido de carbono e de potássio estimulam fortemente

esses receptores.

Esses quimiorreceptores tem com função fundamental

informar ao SNC a taxa metabólica da atividade muscular.

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Reflexo

O arco reflexo é uma via onde um sinal é conduzido

por um receptor até o SNC e este sinal é devolvido de volta

ao órgão efetor da via motora.

Nocasodosmúsculosesqueléticos,oatoreflexopode

ocorrer em resposta a um estímulo sem que haja ativação

dos centros cerebrais superiores.

Omecanismodoreflexoémaisumdosdiversosque

garantem a sobrevivência do indivíduo, este tem o objetivo

de fornecer uma resposta rápida frente a uma situação de

risco, como no caso de um indivíduo se queimando ao

tocar involuntariamente uma chama acesa.

Oreflexoécontroladoporumnervosensorial(receptor

da dor), envia um impulso nervoso à medula espinhal,

interneurônios localizados na medula espinhal, que

excitados estimulam neurônios motores, e ainda provocam

despolarização de neurônios motores específicos, estes

que controlam os músculos flexores necessários para

realizar o movimento.

FUNÇÃO MOTORA SOMÁTICA

A porção motora somática do sistema nervoso periférico

é responsável pela transmissão de mensagens neurais da

medulaespinhalàsfibrasmuscularesesqueléticas.Essas

mensagens são os sinais para que a contração muscular

ocorra.

ONeurôniosomáticoque inervaasfibrasmusculares

esqueléticas é denominado motoneurônio, ou

motoneurônio alfa.

O corpo celular dos motoneurônios são encontrados

na medula espinhal. O axônio do motoneurônio deixa a

medula espinhal como um nervo espinhal até o músculo

que ele é responsável pela inervação que quando chega

a tal músculo se divide em ramos colaterais, cada ramo

que inerva apenas uma fibra muscular, quando um

motoneurônio é ativado, todas as fibras musculares

recebem estímulo para sua contração, porém, o número

de fibras inervadas por um motoneurônio não é igual,

havendo variação entre cada músculo.

Aparelho Vestibular e Equilíbrio

Localizado no ouvido interno o aparelho vestibular,

tem como função o equilíbrio, que se dá através através

de alterações da posição da cabeça, com isso receptores

sensíveis captam tais mudança, a interpretam e sinalizam

ao Sistema Nervoso Central.

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Os movimentos da cabeça geram um estímulo dos

receptores do aparelho vestibular, este será transmitido ao

cerebelo e aos núcleos vestibulares, que se localizam no

tronco cerebral.

Um indivíduo que apresente qualquer complicação no

aparelho vestibular estará comprometendo sua função

na prática esportiva, principalmente no desporto onde tal

capacidade seja bastante exigida.

CONTROLE MOTOR - ENCÉFALO

Tronco Central

- Bulbo

- Ponte

- Mesencéfalo

O Tronco Cerebral,

localizado no interior do

crânio, apresenta diversas

funções como o controle

cardiorrespiratório e

também por determinados

reflexos de alta

complexidade. Dentre

as estruturas do Tronco

Cerebral citamos o bulbo, a ponte e o mesencéfalo, como

as principais.

A manutenção do tônus postural é de fundamental

importância para a locomoção, sendo esta uma das

principais funções desta região do sistema nervoso,

conferindo responsividade contra a ação da gravidade,

influenciandonaposturaeretanormal.

Cérebro

O cérebro é

fonte de diversos

estudos com

objetivo de

compreender seu funcionamento, integração e resposta.

Divido em hemisfério direito e esquerdo, e com a camada

mais externa denominada “córtex cerebral”, apresenta

uma rede de extrema complexidade de neurônios.

A organização de movimentos complexos, o

armazenamento das experiências aprendidas e a recepção

de informações sensoriais são funções do córtex.

O córtex motor depende da interação com regiões

subcorticais como o cerebelo para que o controle e

processamento das informações relacionadas ao movimento

coordenado ocorra de

forma qualitativa.

Cerebelo

- Movimento

- Coordenação

- Monitoração

L o c a l i z a d o

posteriormente à

ponte e do bulbo,

desempenha importante

papel no controle do

movimento, coordenação

e monitoração dos

movimentos complexos.

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É responsável por movimentos balísticos, o que é

conferido pela interação com o córtex motor, mediada por

determinadas conexões.

Quando lesionado o cerebelo gera déficit motor,

havendo perda de controle dos movimentos e tremores

abruptos nos movimentos que exigem velocidade.

MEDULA ESPINHAL

A função motora normal sofre influência do

reflexos medulares. Esta estrutura influi diretamente e

significamente no controle dosmovimentos ao preparar

os centros medulares para a realização do movimento

desejado.

A medula é responsável por refinar os movimentos,

oferece qualidade e perfeição para tal.

Contudo para que o movimento seja realmente

qualitativo é preciso que haja interação entra a medula e

outros centros de controle superiores.

FUNÇÕES MOTORAS

Para que um indivíduo desempenhe em gesto motor

específico,umasériedecomandoeintegradosdosistema

nervoso são exigidos. Contudo a prática, e o treinamento

deverão ofertar coordenação destes estímulos conferindo

maior qualidade no movimento.

O gesto motor voluntário tem início nas áreas de

associação do córtex (não o motor), este que gera um

sinal,semrefinamentoeprecisão,domovimentoplanejado

à partir de um estoque de sub-rotinas armazenadas, tal

informação é enviada ao cerebelo e aos gânglios da base,

destes o sinal é enviado através do tálamo até o córtex

motor, que envia um sinal ao neurônios medulares e em

seguida ao músculo esquelético.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Tal sistema é de fundamental importância para o

controle do ambiente interno.

Os nervos motores autônomos inervam órgãos efetores,

como a musculatura lisa e a cardíaca, além de apresentar

responsividade à emoções.

O sistema Nervoso Autônomo é dividido em: Simpático,

em geral tende a inervar um órgão, como no caso do

sistema cardíaco, estimulando-o e, Parassimpático, em

geral inerva um órgão, referindo-se ao mesmo sistema

citado, inibindo-o.

Obs.: A maioria dos órgãos são inervados por órgãos

simpáticos e parassimpáticos.

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O SISTEMA NERVOSO E O MÚSCULO ESQUELÉTICO

A relação do sistema nervoso com os músculos

esqueléticos, além de fundamental é de caráter direto,

pois as características desta inervação, e a efetividade

neuromuscular garantem o trabalho, este manifestado em

maiores ou menores magnitudes.

No exercício físico esta relação sofrerá adaptações de

acordo com as características estabelecidas no programa

de treinamento conferindo maior resposta.

Músculo Esquelético

- Quantidade: mais 400 em todo o corpo humano.

- Representam 40 a 50% do peso total do organismo.

- Função: produção de calor, produção de força para a

locomoção, respiracão e manutenção postural.

Existem mais de 400 músculos esqueléticos no corpo

humano, e estes representam 40 a 50% do peso corporal

total do organismo. Tem como função a produção de calor,

produção de força para a locomoção, respiração e, alem

disso, também são responsáveis pela manutenção da

postura do individuo.

Osmúsculossefixamnosossosatravésdostendões,

que são tecidos conjuntivos bastante resistentes. Cada

músculo e ligado através de um tendão a umosso fixo

(origem) e sua extremidade oposta a outro osso que se

movimenta durante a contração muscular (inserção).

Durante a contração muscular ocorre aumento ou

diminuição dos ângulos articulares, caracterizando então

aextensãoeaflexão,respectivamente.

ESTRUTURA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

A estrutura dos músculos esqueléticos e composta por

vários tipos de tecido, como células musculares (também

chamadasdefibrasmusculares),tecidoconjuntivo,tecido

nervoso e sangue.

Iniciaremos nossa abordagem pelo tecido conjuntivo, o

qual separa cada músculo, mantendo-os em sua posição

e recebe o nome de fazia muscular. Mais internamente

circundaumfeixedefibrasmusculares(fascículo)erecebe

o nome de perimísio, e mais internamente ainda, circunda

cadafibramuscular, recebendoonomedeendomísio.E

abaixo deste ainda existe mais uma camada de tecido

conjuntivoenvolvendocadafibra,denomidacomolamina

externa ou membrana basal.

- Sarcolema

- Sarcoplasma:

- Organelas

- Reticulo Sarcoplasmatico

-Miofibrilas->Actina

->Miosina

** Celulas Satélites

O músculo esquelético contem muitas organelas

que estão presentes nos outro tipos de células, como

mitocôndrias, lisossomos, entre outras. Mas tem uma

diferença bastante importante quanto a sua estrutura, que

e o fato da célula muscular ser multinucleada. Alem disso

tem a forma estriada, devido a alternância de bandas

claras e escuras ao longo da fibra. Estas bandas fazem

parte da unidade funcional do músculo, e vai ser abordada

mais tarde.

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Amembranaplasmáticadacélulamuscularficaabaixo

da lamina externa e é denominada de sarcolema, enquanto

e o citoplasma de sarcoplasma. Este contem as organelas

já comentadas, as proteínas contrateis e também o

reticulo sarcoplasmático, que e uma rede de canais que

correm paralelamente ao sarcomero e armazenam cálcio

(estrutura muito importante na contração muscular).

Asmiofibrilassãoestruturasfiliformes,estãopresentes

no sarcoplasma e contem as proteínas contrateis: miosina

(filamentoespesso)eactina(filamentofino).Asmiofibrilas

podem ainda ser subdivididas em segmentos menores

chamados de sarcomero que são a unidade funcional

do músculo esquelético. As células satélites são células

indiferenciadas e localizam-se entra a lamina externa e o

sarcolema.

Apos a lesão muscular estas células se diferenciam em

célulasmuscularesafimde reporascélulas lesionadas.

Alem disso, durante o exercício de forca estas células

se dividem e contribuem comos núcleos para as fibras

musculares existentes, o que aumenta a capacidade destas

fibras em produzir proteínas, auxiliando no crescimento

muscular.

UNIDADE FUNCIONAL MUSCULAR

Os sarcomeros são a unidade funcional do músculo

esquelético, pois e a estrutura que contem as proteínas

responsáveis pela contração muscular.

Este são separados entre si por uma fina camada

de tecido conjuntivo denominada linha Z e contem os

filamentosdemiosina,queselocalizamprincipalmentena

porção escura do sarcomero, denominada de banda A, e

osfilamentosdeactina,quese localizamprincipalmente

na porção clara, denominada banda I.

No sarcomero existe ainda uma região da miosina que

não e sobreposta pela actina, denomida de zona H.

JUNÇÃO NEUROMUSCULAR

-Medulaespinhal->Neurôniosmotores

- Neurônios Motores + Células Musculares = Unidade

Motora

- Fenda neuromuscular

- Junção Neuromuscular

- Placa Motora

Da medula espinhal saem os neurônios motores que vão

em direção as células musculares. Os neurônios motores

e as células musculares inervadas por eles formam o que

denominamos de unidade motora. O neurônio motor não

entraemcontatodiretocomasfibrasmusculares,existe

um espaço chamado de fenda neuromuscular e a região

deste encontro entre as fibrasmusculares e o neurônio

motor e denominado junção neuromuscular.

O mecanismo da contração muscular inicia-se quando

o impulso nervoso chega ao neurônio motor, o qual libera

acetilcolina na junção neuromuscular. Esta se liga aos

receptoras de acetilcolina na placa motora (bolsa formada

pelo sarcolema na junção neuromuscular), aumentando

a permeabilidade ao sódio na membrana, resultando na

despolarização desta e inicio do processo de contração

muscular. Lembrando que esta despolarização e chamada

depotencialdaplacamotoraeesempresuficientemente

grande para ultrapassar o potencial de repouso e iniciar a

contração muscular.

CONTRAÇÃO MUSCULAR

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Nos filamentos de miosina existem pontes cruzadas

que se estendem como braços em direção a actina. Essa

ligação pode ser fraca (repouso muscular) ou forte, porem

a contração só ocorre no estagio de ligação forte, e é

devida ao deslizamento do filamento de actina sobre o

filamentodemiosina.

Esse deslizamento promove o encurtamento da fibra

muscular e também a geração de forca, caracterizando a

contração muscular.

A energia para que ocorra contração muscular e

proveniente da degradação do ATP pela enzima miosina

ATPase, esse processo energiza as pontes cruzadas da

miosinaparaqueocorraodeslizamentodasfibras.

E importante dizer que um ciclo de contração simples

encurta um músculo somente em 1% de seu comprimento

em repouso, portanto, para que os músculos que tem seu

encurtamento em ate 60% e necessário que esse ciclo

seja repetido diversas vezes.

Já foi dito anteriormente que a contração muscular

ocorre devido ao deslizamento da actina sobre a miosina.

Agora vamos explicar mais a fundo este mecanismo.

O filamento de actina e formado por tropomiosina

e troponina. Quando o músculo esta em repouso a

tropomiosina bloqueia os sítios ativos da actina, impedindo

a ligação forte entre a actina e a miosina.

A despolarização da célula muscular atinge o reticulo

sarcoplasmático, o qual libera cálcio para se unir a

troponina, assim ocorre uma mudança de posição da

tropomiosina com exposição dos sítios ativos da actina,

possibilitando uma ligação forte entre a actina e miosina e

consequente contração muscular.

O ciclo de contração pode ser repetido enquanto houver

cálcio disponível para se ligar a troponina e ATP para gerar

energia.

A falha em um destes mecanismos gera distúrbio na

homeostasia muscular e fadiga.

A interrupção da contração ocorre com ausência

do impulso nervoso na junção neuromuscular, com

consequente remoção do cálcio para dentro do reticulo

sarcoplasmático e assim na haverá mais disponibilidade

dos sítios ativos na actina para ligações fortes.

TIPOS DE FIBRA MUSCULAR

As fibras musculares são classificadas com base na

histoquímica ou bioquímica. A maioria dos músculos

esqueléticos e composta por uma combinação equilibrada

defibras,entretantoessacomposiçãopodeserinfluenciada

pela genética, níveis hormonais no sangue, e exercícios

físicos.Eimportantelembrarqueestacomposiçãoinfluencia

no desempenho de atividade de forca e endurance.

Tipo I – Estas também são denominadas fibras decontração lenta, contem grande volume de mitocôndrias,

altas concentrações de mioglobina e são envolvidas

pormais capilares do que qualquer outro tipo de fibra.

Estas características conferem grande capacidade de

metabolismo aeróbio e alta resistência a fadiga.

Tipo IIa –Tambémdenominadafibra intermediaria,embora sejam de contração rápida, pois possui

características de contração e fadiga que se encontram

entre as fibras tipo IIb e Tipo I. São extremamente

adaptáveis e com o treinamento físico podem elevar sua

capacidade oxidativa.

Tipo IIb –Sãofibrasdecontraçãorápida,apresentammetabolismo aeróbio limitado e menos resistência a fadiga.

Porem tem uma grande capacidade anaeróbica, maior

eficiênciaaomanifestarforca,bemcomomenortempode

contração para este.

EXERCÍCIO FÍSICO E ALTERAÇÕES NAS FIBRAS MUSCULARES

Estímulo (Treinamento Físico)

- Alteração do Tamanho

- Alteração da Composição Bioquímica

- Alterações na Resposta

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Oexercíciofísicoécapazdealterarotamanhoeacomposiçãobioquímicadeumafibramuscularesquelética,assim

como a inatividade também pode alterar tais características em função da ausência de estímulos.

As primeiras adaptações ao treinamento de força é o aumento da força e do tamanho da musculatura, devido ao

aumentodafibramuscular,eàsadaptaçõesneurais.

EXERCÍCIO FÍSICO E OS TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES

Estudosdemonstramqueosexercíciosfísicopodealterarostiposdefibrasmuscularesesqueléticas,sejaotreinamento

de endurance como o resistido (trabalho com pesos).

Asalteraçõesdoexercíciofísiconostiposdefibrassãopequenasenãoresultamemumconversãocompletadefibras

doTipoIIbparaotipoI,notreinamentoresistidogerareduçãodaporcentagemdasfibrastipoIIbeumaumentoda

porcentagemdefibrastipoIIa.

EstudosapontamqueotreinamentoadaptaçõesemfibrasdoTipoIIbparaTipoIprecisaantesserconvertidaem

Tipo IIa o que demonstra a progressão desta alterações.

Atletasdepotênciapossuemaltaporcentagemdefibrasrápidas,jáosdeendurancepossuemaltaporcentagemde

fibraslentas.

ENVELHECIMENTO E ALTERAÇÕES MUSCULARES

de 10% na massa muscular: 25-50 anos

de 40% na massa muscular: 50-80 anos

Composição de Fibras Musculares

Esporte % de Fibras Lentas (tipo I) % de Fibras Rápidas (Tipo IIb e IIa)

Corredores de Distância 70-80 20-30

Corredores de Curta Distância 25-30 70-75

Halterofilistas 45-55 45-55

Não Atletas 47-53 47-53

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O envelhecimento é fortemente associado a perda de

força muscular (sarcopenia), essa diminuição ocorre com

uma perda mais lenta em que 10% da massa muscular é

perdida entre os 25 e os 50 anos, e uma diminuição rápida,

com perda de 40% do 50 aos 80 anos, essa diminuição

ocorreprincipalmenteemfibrasmuscularesrápidasmais

notável naquelas do Tipo IIb, consequentemente perda

de tamanho e força também são observados, tal quadro

é bastante característico nos idosos sedentários, causa da

inatividade, da carência de estímulos que possam geram

aumento ou manutenção da massa muscular.

Contudo mesmo que seja observada sarcopenia no

envelhecimento, a capacidade do músculo esquelético de

responder ao treinamento físico não é alterada.

AÇÕES MUSCULARES

O termo ação muscular é utilizado para descrever o

“trabalho”, e precede os tipos de contrações musculares.

A ação isométrica ocorre em detrimento da contração

muscular sem que haja aumento ou diminuição do ângulo

articular,ouseja,otrabalhoéestático,oquenãosignifica

que seja mais ou menos intenso, tal característica é

dependente de demais variáveis.

Diferente desta tipo de contração citamos o ação

isotônica, ou dinâmico, pois neste caso existe variação do

ângulo articular na ação muscular, este trabalho pode ser

concêntrico ou excêntrico.

Uma ação muscular que acarreta encurtamento

muscular com movimento de uma parte do corpo é

denominada ação concêntrica. Uma ação excêntrica

ocorre quando um músculo é ativado e produz força, mas

o músculo alonga

1) Isométrica

2) Isotônia- Concêntrica- Excêntrica

VELOCIDADE DA CONTRAÇÃO E DO RELAXAMENTO MUSCULAR

Um contração simples ocorre, após um estímulo, este

por exemplo, o resultado de um descarga em um nervo

queatendetalfibramuscular.

Para compreender os períodos de uma contração

podemos entender que em primeiro lugar, imediatamente

após o estímulo, existe um período de latência breve

(com duração de alguns milissegundos) antes do início do

encurtamento muscular.

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A segunda fase da contração é a fase de contração, a

qual dura aproximadamente 40 milissegundos. Finalmente,

o músculo retorna ao seu comprimento original durante

a fase de relaxamento, o qual dura aproximadamente 50

milissegundos e, portanto, é a mais longa das três fases.

Contudoparaquehajacontração,umafibramuscular

individual deve receber uma quantidade adequada de

estimulo.Asfibrasrápidascontraemduranteumperíodo

detempomenorqueasfibraslentas.

A explicação para essa observação é a seguinte: a

velocidade de encurtamento é maior nas fibras rápidas

que nas fibras lentas porque o retículo sarcoplasmático

dasfibrasrápidas liberaCa++numamaiorvelocidadee

porqueasfibrasrápidaspossuemumamaioratividadede

ATPaseemcomparaçãocomasfibraslentas.

A maior atividade de ATPase resulta numa maior

metabolização do ATP e numa liberação mais rápida de

energia necessária para a contração.

REGULAÇÃO DA FORÇA

A quantidade de força gerada estabelece relação com

o número de pontes cruzadas de miosina que entram em

contato com a actina. A quantidade de força exercida

durante a contração muscular de um grupo de músculos

depende de três fatores principais:

(1) número e tipos de unidades motoras recrutadas

(2) comprimento inicial do músculo

(3) natureza da estimulação neural das unidades

motoras

A – Comprimento abaixo do ideal – Poucas interações

das pontes cruzadas = desenvolvimento de tensão

reduzida

B – Comprimento ideal – Interação máxima das pontes

cruzadas = desenvolvimento de tensão máxima

C – Comprimento acima do ideal – Não ocorrem

interações das pontes cruzadas = não há desenvolvimento

de tensão

REGULAÇÃO DA FORÇA

- Quimiorreceptores

- Fuso Muscular

- Órgãos Tendinosos de Golgi

Os receptores musculares, quimiorreceptores, fusos

musculares e órgão tendinosos de Golgi.

As alterações do pH muscular, do potássio extracelular,

e das tensões de O2 e de CO2, são enviadas ao Sistema

Nervoso Central pelos quimiorreceptores.

Os fusos musculares contêm terminações nervosas que

respondem às dinâmicas do comprimento muscular e sobre

o comprimento estático do músculo. Estas resposta são

medidas por terminações nervosas sensoriais primárias e

secundárias.

A estrutura e disposição anatômica dos fusos musculares

conferemeficácianestasrespostas.

Fisiologia do Sistema Neuromuscular e Exercício

16

Localizados nos tendões os órgãos tendinosos de Golgi

monitoram a tensão produzida pela contração muscular,

essa informação é enviada à medula óssea através de

neurônios sensoriais. Tal mecanismo confere segurança

na ação muscular.

VISÃO GERAL DO SISTEMA NEUROMUSCULAR

O Sistema Nervoso, é organizado a fim de garantir

efetividade nos estímulos frente às respostas do organismo

ao meio, bem como ofertar sinais para administrar

milhares de processos e informações que são recebidas a

todo tempo.

Uma série de órgão e células interagem e garantem

tal funcionamento, de forma efetiva, cada qual, com

determinada função, estas executadas através de vias

específicas,organizadaseintegradas.

Assim estabelece relação com os músculos esqueléticos,

tal integração garante uma série de movimentos bem

estabelecidos e coordenados, sendo estes realizados em

maior ou menor manifestação das capacidades frente a

magnitude e necessidade do devido estímulo.

As características da resposta deste podem ser

influenciadaspelotreinamentofísico,atravésdealterações

que conferem adaptações biopositivas ou mesmo

bionegativas, contudo é importante lembrar que para todo

estímulo haverá resposta.