Fisiologia e Desenvolvimento Da Planta

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ETEC Centro Paula Souza Produção vegetal

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Cultura da Cana-de-açúcar.

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  • ETEC Centro Paula Souza

    Produo vegetal

  • Tcnico em Acar e lcool

    Trabalho: botnica cana-de-acar, fisiologia e morfologia de cana-de-acar.

    1 semestre

    Professor: Daniel

    Aluno: Ivail Amrico

    FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DA PLANTA

  • A cana de acar pertence a vasta famlia das gramneas a qual inclui mais de 5000

    espcies. uma planta viva, que vive vrios anos, com talho areo, fibroso; atinge de 2

    a 5m de altura, de cor variado dividido em ns e entre-ns mais ao menos largo

    dependendo da variedade. O talho constitudo no seu interior por um tecido esponjoso

    muito rico em sumo aucarado que pode ser extrado de diversas maneiras.

    A planta de cana est constituda por 4 partes principais, que so: Razes, Talho,

    Folhas e Flores.

    RAIZES

    As razes tm a funo de absorver as substncias nutritivas do solo para servir de

    alimento para a planta

    As razes da cana so fibrosas (sistema radicular fasciculada). Quando se planta uma

    estaca de cana, se desenvolvem duas classes de razes:1 Razes transitrias; 2 Razes definitivas ou permanentes.

    ESTRUTURA DO COLMO (TALHO)

    O talho a parte mais importante da planta, constitui o fruto agrcola da mesma, nele se

    encontra armazenado o acar. Est formado por entre-ns que variam em longitude,

    grossura, forma e cor segundo a variedade. Os entre-ns esto unidos por ns, lugar

    onde se enxertam as folhas. Nos ns encontramos a gema que importante na

    propagao da planta.

    Se fazemos um corte transversal do talho, observa-se a medula ao centro formada por

    um tecido esponjoso que contem sumo rico em acar.

    FOLHAS

    Dos ns do talho brotam-se as folhas; estas so lancetadas, lineares, largas e agudas.

    Apresentam um nervo na veia central forte, dispostas no talho de forma alternada. A sua

    cor verde e vai variando de tonalidade de acordo com a variedade e as condies de

    desenvolvimento da planta.

    FLOR

    A florescncia da planta aparece em forma de panicular (guino) que se desenvolve a

    partir do ltimo entre-n. A forma da mesma caracterstica de cada variedade, pelo

    qual serve tambm para sua identificao.

    Sobre as espigas se desenvolve flores hermafroditas (que tem rgos feminino e

    masculinos) , as quais podem produzir sementes frteis, o que permite a obteno de

    novas variedades ou hbridos (plantas produtos de cruzamento de variedades) atravs

    dos trabalhos genticos que tem sido desenvolvido nas estaes experimentais.

    As variedades diferem em suas caractersticas de florao. Algumas so de florao

    mais cedo, outras de florao mais tardia; algumas so de florao abundante, outras

    no florescem.

  • EXIGNCIA ECOLGICA

    Para o cultivo de cana de acar, est limitada fundamentalmente por dois componentes

    ecolgicos: o clima e o solo. O primeiro comportando-se com bastante regularidade em

    todas reas de cultivo de cana do mundo e o segundo ou seja o tipo de solo que

    requerido para o bom desenvolvimento da planta, no se encontra com as mesmas

    caractersticas nas diferentes regies do mundo onde cultivada a cana. Isso resulta na

    diferenciao dos rendimentos.

    A cana de acar para o seu desenvolvimento requer um clima clido e hmido com

    uma temperatura de 23C, mesmo que o seu estado vegetativo mostre um bom

    desenvolvimento nos climas sub-tropicais, os melhores rendimentos so obtidos nos

    climas tropicais.

    VARIEDADES

    Todas as variedades de cana existente atualmente foram obtidas do produto de largos e

    minuciosos trabalhos de cruzamentos e seleces a partir de espcies e variedades

    progenitoras encaminhadas obteno de variedades melhor adaptadas, produtivas e

    resistentes pragas e doenas.

    Em Moambique, ainda no existem condies para se fazer trabalhos de cruzamentos e

    seleces de variedades por estes serem de elevados custos.

    Tipos de variedades conhecidas

    SP89-1115 (CP73-1547)

    conhecida tanto pela sua alta produtividade e tima brotao de soqueira (inclusive sob a

    palha), como pela sua precocidade e alto teor de sacarose. recomendada para colheita at o

    meio da safra, respondendo positivamente melhoria dos ambientes de produo. Apresenta

    hbito semi-ereto e baixa fibra, floresce freqentemente, porm com pouca isoporizao.

    resistente ao carvo, mosaico, ferrugem e escaldadura, sendo suscetvel broca.

    SP90-3414 (SP80-1079 x SP82-3544)

    Destaca-se pelo seu porte ereto, por no florescer, isoporizar pouco e pela sua alta produo,

    sendo recomendada para colheita do meio para o final da safra. Nos ambientes de alto potencial

    de produo, responde positivamente melhoria deles e apresenta teor de sacarose e de fibra

    mdios. Com relao s doenas e pragas, suscetvel escaldadura e intermediria ao carvo e

    broca.

    SP91-1049 (SP80-3328 x SP81-3250)

    Seu diferencial a precocidade e alto teor de sacarose, sendo recomendada para colheita no

    incio da safra. Foi mais produtiva que a RB72454 nos ambientes de produo desfavorveis.

    Apresenta hbito semi-ereto, mdio teor de fibra; floresce pouco, mas isoporiza. Caractersticas:

    resistente s principais doenas e pragas, sendo considerada de suscetibilidade intermediria ao

    carvo e cigarrinha.

    SP90-1638 (SP78-4601 x ?)

    conhecida pelo timo perfilhamento e brotao de soqueira (inclusive sob a palha), por no

    florescer, isoporizar pouco e pela sua alta produo, sendo recomendada para colheita do meio

  • para o final da safra, nos ambientes com alto potencial de produo. Apresenta hbito semi-

    ereto e baixa fibra, teor de sacarose e precocidade mdios. Nos testes de doenas e nas

    avaliaes s pragas, apresentou suscetibilidade apenas escaldadura.

    SP80-185

    Destaca-se pela produtividade agrcola e sanidade, alm do porte ereto que lhe confere boa

    adaptabilidade ao corte mecanizado; o teor de fibra alto, com florescimento mdio e pouca

    isoporizao; responde bem maturadores qumicos e reguladores de crescimento; a exigncia

    em fertilidade do solo mdia e a brotao de soqueira tima; possui desenvolvimento inicial

    lento e hbito foliar ereto que prejudicam o fechamento de entrelinha no incio do ciclo;

    resistente ferrugem, mosaico e escaldadura, e tem reao intermediria ao carvo; no

    apresenta sintomas de amarelecimento; possui reao intermediria para suscetvel broca.

    SP80-1816

    Se diferencia pela brotao de soqueira, rpido desenvolvimento vegetativo e porte ereto, sendo

    excelente opo para o corte mecanizado de cana crua; apresenta boa resposta na aplicao de

    maturadores qumicos; o perfilhamento excelente, assim como o fechamento de entrelinhas;

    no floresce, o teor de fibra alto, no apresenta tombamento e a exigncia em fertilidade do

    solo mdia; possui sensibilidade mdia a herbicidas; a maturao semi-precoce na cana-

    planta e um pouco mais precoce na soca, atingindo altos teores de sacarose; tem resistncia

    intermediria broca e boa sanidade s outras principais doenas; no tem mostrado os

    sintomas de amarelecimento.

    SP80-3280

    reconhecida pelo alto teor de sacarose e produtividade em soqueira; o seu perfilhamento

    intermedirio e o fechamento das entrelinhas bom, devido ao crescimento inicial vigoroso;

    floresce, no entanto apresenta pouca isoporizao; seu teor de fibra alto, o tombamento

    regular e a exigncia em fertilidade do solo mdia; tem boa brotao de soqueira; apresenta

    sensibilidade mdia a herbicidas e resistncia ao carvo, mosaico e ferrugem e tolerante

    escaldadura; no tem mostrado sintomas da sndrome do amarelecimento; apresenta

    suscetibilidade broca.

    SP83-5073

    Caracteriza-se principalmente pela alto teor de sacarose e precocidade; apresenta boa brotao

    de soqueira com perfilhamento mdio, exigncia mdia em fertilidade do solo, sendo que no

    floresce e no isoporiza; seu teor de fibra alto; no apresenta sensibilidade a herbicidas;

    apresenta respostas significativas em acrscimos de pol % cana aplicao de maturadores

    qumicos; resistente broca dos colmos, ao mosaico e escaldadura, sendo intermediria ao

    carvo e ferrugem; tem apresentado sintomas de amarelecimento no incio e final do ciclo em

    condies de estresse hdrico. .

    EFICINCIA FOTOSSINTTICA

    A cana de acar muito eficiente na converso da energia solar (radiao) em acar e

    fibra. Isto requer adequada quantidade de gua para fazer isso eficientemente.

  • O clima aparece como um factor muito importante para todo o ciclo da vida da planta

    principalmente por causa das funes que este desempenha na fotossntese nas folhas da

    planta de cana. Com o calor e chuvas e raios solares, todo processo da fotossntese e

    direccionado para o crescimento da planta e pouco fabrico e conservao de acar.

    Com pouco calor, poucos raios solares e pouca chuva, o processo fotossinttico

    direccionado para a fabricao dos aucares no colmo. Vejamos como isso acontece:

    O peso total da planta de cana de aproximadamente 99% dos elementos ( O )

    Oxignio, ( H ) Hidrognio e ( C ) Carbono. Destes 99% quase 75% gua e o

    resto composto por matria seca. A gua absorvida dos solos, o dixido de carbono

    (CO2) sintetizado pela planta, no processo em que a gua e o dixido de carbono se

    combina para formar os carbohidratos, este processo complicado pode se representar de

    forma simplificada de seguinte maneira:

    12 CO2 + 11 H2 O = C12 H22 O11 + 12 O2

    Dixido de carbono + gua = sacarose + oxignio

    Este processo denominado por (Foto:luz; sintesis: unio), j que na lamina da folha de

    cana se sintetizam substncias orgnicas (neste caso acar) a partir de gua e dixido

    de carbono e parte de energia da luz do sol absorvida pela clorofila (pigmento verde

    da folha). Esta considera se como a acumulao de energia

    O acar formado nesta reaco qumica conservado no colmo principalmente na

    epoca de pouca luz, calor e chuva (Inverno). O acar pertence ao grupo qumico

    conhecido por Carbohidratos.

    O processo inverso na reaco qumica acima indicada, liberta energia:

    C6 H12 O6 + 6 O2 = 6 O2 + H2 O+ENERGIA

    Este processo acontece no perodo de muita luz, calor e chuvas (Vero) , tendo a maior

    quantidade dos acares na base do colmo do que no topo do colmo.

    A COMPOSIO MDIA DO COLMO MADURO

    A cana de acar constitudo por: Fibra e sumo das seguintes maneira:

    Cana de acar = Fibra + Sumo

    Sumo = Agua + Slidos Solveis ou Brix

    Brix = Sacarose e Impurezas

    Impurezas = Aucares redutores + sais

  • Ou por outras palavras na cana de acar temos:

    Humidade % = 70

    Fibra % = 14,7 Matria seca = a30%

    Aucares (pol) % = 13

    No - acares % = 2,3

    Total ( que a cana ) = 100

    A cana-de-acar classificada, botanicamente, da seguinte maneira:

    Diviso: Embryophita siphonogama;

    Sub-diviso : Angiospermae;

    Classe : Monocotyledoneae;

    Ordem: Glumiflorae;

    Famlia: Poaceae Tribu : Andropogonae;

    Subtribu : Saccharae;

    Gnero: Saccharum;

    Espcies: Saccharum officinarum, S.spontaneum, S. barberi, etc.

    A espcie S. officinarum, tambm chamada vulgarmente de "cana nobre", serviu de

    material para cruzamentos devido sua maior riqueza sacarinos; por outro lado, possui

    baixa resistncia s doenas. As variedades atualmente em cultivo constituem-se no

    resultado de cruzamentos entre as mesmas. Cruzamentos interespecficos, tambm so

    realizados visando obter plantas resistentes s doenas. Neste caso, so usadas plantas

    do gnero Miscanthus spp e Erianthus spp. , afins com a cana-de-acar.

    Tais variedades so codificadas pela origem de sua obteno e pelo ano do cruzamento

    e pelo nmero do indivduo assim obtido. Exemplos: IAC 52-326 (Instituto

    Agronmico de Campinas, ano de 1952, "seedling" n0 326); RB 72-454 (Repblica do

    Brasil, ano de 1972, "seedling" n 454). Esta variedade foi obtida pelo

    PLANALSUCAR, Programa de Melhoramento da Cana-De-Acar do extinto Instituto

    do Acar e do lcool e continuado pelo Centro de Cincias Agrrias, da UFSCar, em

    Araras; SP 80-1842 (So Paulo, ano de 1980, obtida pelo Centro de Tecnologia

    Copersucar, "seedling n. 1842).

    As variedades obtidas no mundo canavieiro, por via de regra, so codificadas pela sua

    origem. Exemplos: Co = Coimbatore, lndia; POJ = Proofstation Oost Java; CP = Canal

  • Point, EUA; NA = Norte Argentina; B = Barbados; V = Venezuela; F = Flrida, EUA;

    TUC = Tucumn, Argentina.

    As antigas plantas cultivadas, da espcie Sacharum officinarum recebiam nomes

    vulgares, como Riscada, Roxinha, Kassoer, Black Cheribon, etc, atualmente extintas.