Fisiopatologia Da Reprodução I - 3

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    Fisiopatologia da Reproduo I

    Transtornos Funcionais

    01-Anestro:

    -Definio:quadro caracterizado por ausncia de cios bem como de atividadecclica ovariana. Pode ocorrer em condies fisiolgicas ou patolgicas.

    -Tipos:

    -Anestro Fisiolgico: quadro de anestro que as fmeas domsticasapresentam normalmente sob determinadas condies.

    -Anestro Estacional:algumas fmeas domsticas caracterizam-sepor apresentar atividade sexual em perodos favorveis (mono e polistricasestacionais), permanecendo o restante do perodo em anestro. Ex.: gua, cadela, ovelha,cabra e bfala.

    -Anestro Lactacional:a atividade sexual durante a lactao ocorrede forma varivel dentro das espcies. Porca e vaca apresentam anestro lactacional,ovelha e cabra pode apresentar esta atividade. gua apresenta o cio do potro (9 a 14 dias

    ps pario) e anestro lactacional.

    -Anestro Ps-Parto: normalmente os animais apresentam umperodo de inatividade sexual no ps-parto (entre 30 e 35 dias ps parto), apresentando-se sobreposto ao anestro lactacional, que muito varivel dependendo da espcie e que

    pode sofrer influncia do manejo. Ex.: gado de corte com cria ao p, vacas compuerprio complicado e gua com cio do potro.

    -Anestro Patolgico: o quadro caracterizado por ausncia de cios e deatividade cclica ovariana, motivado por causas patolgicas.

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    -Causas orgnicas: defeitos genticos, hipoplasia, freemartin,tumores, castraes, reaes fibrticas e infeces (Ex.: piometra devido a

    permanncia do corpo lteo).

    -Causas hormonais: transtornos na produo e liberao de

    gonadotrofinas.

    -Causas nutricionais e de manejo: falhas qualitativas equantitativas na alimentao, minerais, estabulaes excessivas, falta de luminosidade,verminoses, doenas debilitantes e estresse.

    -Diagnstico:

    -Ausncia de manifestao do cio associada ao achado na palpao retalou ultrassonografia de ovrios pequenos, endurecidos e sem estruturas funcionais

    (lisos). Nas causas orgnicas pode-se encontrar as leses que determinaram o quadro(Ex.; massas tumorais, aderncias, fibroses, etc.).

    * importante estabelecer a etiologia.

    -Tratamento:(varivel de acordo com a etiologia);

    -Causas hereditrias ou orgnicas:descarte dos animais;

    -Causas hormonais:GnRH, estrgenos em pequenos doses ou bloqueiocom progesterona (implantes) e anlogos.

    -Causas nutricionais e de manejo:corrigir a deficincia. Deve-se lembrarque o restabelecimento lento. Pode-se tentar a adio de minerais (especialmente ofsforo) e gorduras poliinsaturadas. E correo de manejo como a luminosidade.

    *Pode-se fazer uso de massagens ovarianas e uterinas associadas ao uso de substnciasirritantes como o lugol. Ou estimulao ferormonal, como no caso da fmea suna na

    presena do cachao.

    02-Cistos Ovarianos

    -Definio:condio cstica ovariana a qual podem-se encontrar cistos simplesou mltiplos e mais raramente ocorrem degeneraes csticas de todo o ovrio.Acarretando em no ovulao e persistncia e aumento de volume do vulo. Os cistosovarianos so estruturas vesiculares com dimetro aproximado de 20mm e permanecemno ovrio cerca de 10 dias na ausncia de corpo lteo.

    *Cistos pequenos e numerosos geralmente no respondem ao tratamento.

    **O cisto pode se luteinizar e se comportar como corpo lteo.

    -Etiologia:distrbio na descarga de LH.

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    -Origem: hipotlamo (diminuio na produo e liberao de GnRH), hipfise(no produo ou no liberao de LH), ovrios (falha de mescanismos de feedback

    positivo do estrgeno ou pelo desenvolvimento anormal dos receptores paragonadotrofinas) e exgeno (estrgeno exgeno por aplicao de eCG ou corticides);

    -Fatores Predisponentes:deficincia de minerais, vitaminas e excesso de uso deconcentrados, opiides endgenos (os quais podem suprimir a liberao de GnRH),vacas leiteiras de boa produo, excesso de cortisol (baixa a liberao de LH), altosnveis de progesterona (impedem a descarga de LH e no h ovulao) e hereditrio.

    -Formas:

    -Ativo: so mais graves, levando a um quadro de alterao no ciclo estral(cios freqentes e irregulares) e causando ninfomania.

    -Inativo;-Evoluo:

    -Dominante por longo perodo;

    -Substitudo por novo cisto;

    -Substitudo por folculo normal (cura espontnea);

    -Sinais Clnicos:

    -Anestro ou cios freqentes e irregulares;

    -Ninfomania;

    -Masculinizao do animal (raro);

    -Relaxamento dos ligamentos plvicos;

    -Edema de vulva;

    -Secreo mucide, podendo ocorrer mucometra;

    -Tratamento:

    -Ruptura manual dos cistos (no aconselhvel);

    -Medicamentoso:

    -LH (hCG anlogo do LH);

    -GnRH (para estimular a liberao de LH caso no funcione oproblema esta localizado na hipfise e no no hipotlamo);

    *Aps a resoluo do quadro, deve-se utilizar um indutor de ovulao no momento dacobertura ou inseminao artificial.

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    03-Cistos Lutenicos

    -Definio: como o cisto folicular, se forma por falha no mecanismo deovulao. Entretanto, neste caso a falha se deve a nveis baixos de LH, que soinsuficientes para determinar a ovulao, porm produzem certo grau de luteinizao.

    Este tecido luteinizado produz progesterona que leva o animal a um quadro de anestro.

    *Pela palpao retal, o cisto apresenta-se com paredes espessadas (no rompefacilmente);

    -Diagnstico:

    -Palpao retal;

    -Diferenciao do cisto folicular feito pela ultrassonografia;

    -Tratamento:

    -Prostaglandina (se houver boa luteinizao);

    -hCG/GnRH (para induzir a luteinizao) + prostaglandina (5 a 7 diasaps);

    *Deve-se prevenir o aparecimento de um novo cisto no ciclo seguinte, sendoindispensvel a aplicao de um indutor de ovulao (GnRH, hCG ou LH) no primeirociclo aps o cisto.

    04-Cio Silencioso

    -Definio:quadro caracterizado por atividade cclica ovariana (ovulao) semmanifestaes dos sinais do cio. Comum em vacas leiteiras de alta produo no

    primeiro cio ps-parto, e sua etiologia nestas condies devido a falta de um corpolteo anterior.

    -Diagnstico:

    -Palpao retal ou ultrassonografias repetidas: verificando corpo lteo em

    lugares distintos;

    -Presena de hemorragia de metaestro sem a observao de sinais de cio;

    -Tratamento:

    -Prostaglandina (para sincronizao de cio);

    -Inseminao artificial em horrios pr-determinados (AITF);

    05-Cios Anovulatrios

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    -Definio: quadro que se caracteriza pela apresentao de um cio manifesto,porm no acompanhado de ovulao. Ocorre nos casos em que o folculo maduro sofreuma regresso no final do estro, no ocorrendo a ovulao. Os cios conservam

    praticamente seu ritmo normal porque os folculos no ovulados apresentamluteinizao.

    -Etiologia:disfuno na descarga de LH;

    -Diagnstico:

    -Palpaes retais repetidas: verifica-se em um momento folculo quaseovulando e em outro momento prximo verifica-se que no h corpo lteo.

    -Tratamento:

    -Inseminao Artificial em Tempo Fixo (IATF);

    -Utilizao de drogas que estimulam o desenvolvimento folicular (FSHou eCG) associados ao implante de progesterona.

    06-Cio Durante a Gestao

    -Em bovinos pode ocorrer cio durante a gestao, principalmente durante o 4 e5 ms de gestao. O quadro atribudo a uma queda na progesterona no momento detransio entre a produo ovariana e a placentria.

    *Conhecido vulgarmente como o cio do encabelamento (perodo em que o feto comeaa desenvolver plos);

    **Pode-se ter aborto ou no;

    -Cuidados:

    -Implante de progesterona (orelha) para manter a gestao e no ocorreraborto;

    07-Ovulao Retardada

    -Definio: quadro ocorre devido a permanncia do folculo alm do perodonormal da ovulao. Ocorre em ovelhas, guas e vacas leiteiras de alta produo noincio e final da estao reprodutiva.

    -Etiologia:disfuno endcrina na descarga ovulatria de LH, que no ocorre nomomento ideal.

    -Problema: ocorre ento o envelhecimento do vulo e o bloqueio dapoliespermia deficiente e pode-se ter produo de clulas 3n ou 4n (no tem produode feto);

    -Diagnstico:

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    -Palpao retal: depois de 12 horas do cio e verifica-se se h folculo;

    -Observa-se cio prolongado;

    -Tratamento:

    -Indutor de ovulao (GnRH ou hCG);

    -IATF;

    08-Vacas Repetidoras de Cio

    -Definio:so vacas que clinicamente no apresentam qualquer alterao e queretornam ao cio aps coberturas por vrias vezes antes de desenvolverem uma gestao.Geralmente a maioria das vacas tidas como repetidoras de cio, so na verdade animais

    portadores de patologias no diagnosticadas.

    *Vacas Santa Gertrudes so propensas;

    09-Ninfomania

    -Definio: uma sndrome neuro-endcrina traduzida por prolongamento docio, por cios freqentes e irregulares, podendo chegar ao cio permanente. Ocorre commaior freqncia em vacas e guas.

    -Etiologia:pouco entendida e pode ser mltipla

    -Doses de estrgenos mal empregadas;

    -Degenerao cstica do ovrio ou tumores da granulosa;

    -Transtornos de adrenais (freqente em guas);

    -Desequilbrio da produo FSH/LH;

    -Sinais Clnicos:

    -Vaca inquieta;

    -Efetua mmica coital;

    -Aceita o macho a todo momento;

    -Relaxamento dos ligamentos pelvianos;

    -Presena de muco;

    -Emagrecimento;

    -Tratamento:

    -Descarte do animal;

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    10-Virilismo

    -Definio: um estado de inverso sexual tardia que ocorre principalmente emvacas.

    -Etiologia: excesso de substncias andrognicas (origem: crtex adrenal outumores ovarianos);

    *Testosterona no convertida em estradiol no estgio final de produo.

    -Sinais Clnicos:

    -Morfologia semelhante ao macho: pescoo grosso, plos speros,anterior desenvolvido;

    -Psiquismo sexual masculino;

    -Agressivo;

    -Mudana no timbre de voz;

    -Mmica prpria de touro;

    -Tratamento:

    -Normalmente os animais no se recuperam e podem ser usados comorufies;

    11-Morte Embrionria

    -Definio: morte do zigoto recm fecundado ou do embrio nos primeirosestgios de desenvolvimento, antes de chegar no estado de feto (no bovino: at aos 50dias de gestao).

    *Fase crtica para o embrio: passagem da fase de 8 clulas e na ecloso (rompimentoda zona pelcida);

    -Etiologia:

    -Integridade dos gametas (vulos e espermatozides velhos);

    -Fatores genticos (translocaes cromossmicas do cromossomo 1 pelo29 ou em DUMPSque a deficincia da uridina monofosfato sintetase que a enzimaresponsvel pela formao de DNA e RNA);

    -Fatores nutricionais (magro ou obesos);

    -Distrbios hormonais (deficincia de progesterona);

    -Fatores climticos (estresse trmico por frio ou calor);

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    -Fatores imunolgicos;

    -Alteraes no trato genital (infeces uterinas, tubricas, fibroses,diminuio no nmero de carnculas e doenas viraisleucose);

    -Fechamento imperfeito da vulva;-Estresse lactacional (pela alta produo de leite);

    -Efeitos txicos da uria e/ou nitrognio;

    -Sinais Clnicos:

    -Retorno ao cio aps a cobertura;

    -Reduo da ninhada (em gestao mltipla);

    -Preveno:

    -Obteno de corpo lteo com alta produo de progesterona;

    -Diminuio ou eliminao do estrgeno pelo folculo dominante;

    -Diminuir efeitos luteolticos do tero;

    -Maximizar efeito anti-luteoltico do concepto;

    -Controlar variveis ambientais relacionadas com estresse;

    12-Morte Fetal

    -Definio:o indivduo considerado feto quando apresenta as caractersticas daespcie. A morte fetal pode ter trs destinos: mumificao, macerao ou aborto.

    12.1-Mumificao Fetal

    -Caractersticas:

    -Freqente em multparas (especialmente porcas);

    -Condio bsica para que ocorra a mumificao a ausncia decontaminao bacteriana;

    -Os lquidos placentrios so reabsorvidos e as membranas fetais aderem-se ao feto morto desidratado, formando uma massa de colorao escuta e sem odor;

    -O feto mumificado por permanecer por vrios meses (at 15 meses);

    -Diagnstico:

    -Palpao retal: verifica-se presena de massa dura;

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    -Tratamento:

    -Prostaglandina;

    -Retirada do feto manualmente caso esteja no conduto vaginal;

    -Lugol (para casos crnicos e bovinos);

    -Antibiticos (estreptomicina);

    12.2-Macerao Fetal

    -Caractersticas:

    -Ocorre quando o feto sofre destruio dos tecidos moles na presena decontaminao bacteriana;

    -Caracteriza-se pela presena de estruturas sseas no tero, exsudatopurulento e odor ftidos;

    -Tem-se a persistncia do corpo lteo, a parede uterina est espessa e asvezes fibrosada;

    -Tratamento:

    -Descarte do animal;

    12.3-Aborto

    -Caractersticas:

    -Expulso do feto antes do perodo normal de gestao;

    -Causas:brucelose, processos infecciosos, trauma, estresse e ingesto deplantas txicas;

    -Diagnstico:

    -Palpao retal: verifica-se aumento de volume e presena de pregas no

    tero;

    *Para induzir aborto a partir do 5 ms utiliza-se glicocorticides;

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    Transferncia de Embries

    Introduo

    -A tecnologia de estimulao de mltiplas ovulaes (MOET) ou simplesmente

    coleta e transferncia de embries (TE) uma ferramenta de reproduo assistida quepermite aumentar a seleo animal.

    -Existe uma grande variabilidade nas respostas aos tratamentos hormonais(dosagem e principalmente resposta individual) e momento da inseminao artificial,com necessidade de constante deteco do estro de doadoras e receptoras.

    -20 a 30% das doadoras no produzem embries transferveis seja por no terresposta estimulatria, por no produzir embries, por no terem estruturas viveis ouno apresentarem cio antes da aplicao da prostaglandina.

    -O processo de superovulao (SOV) est baseado na suplementao do nvel deFSH, permitindo contornar o efeito de dominncia folicular. Os melhores resultados temsido obtidos quando a SOB iniciada no perodo entre 8 a 12 dias do ciclo, o que indicaa necessidade dos folculos terem uma prvia exposio progesterona.

    Caractersticas

    -Pode-se fazer entre 6 a 8 coletas/doadoras/ano;

    -Mdia de embries/coleta: 5 (abaixo de 3 no econmico);

    -Taxa de prenhez/coleta: 2,6 (muito bom) e entre 1,8 e 2,3 ( econmico);

    Seleo de Doadoras

    -Alta qualidade gentica;

    -Livre de doenas;

    -Vacinadas;

    -Bom estado nutricional;

    -Histrico reprodutivo dos pais;

    -Histrico reprodutivo do animal (deve estar ciclando);

    -Excelente fentipo;

    -Apresentar ciclo regular;

    -Ser frtil;

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    Seleo de Receptoras

    -Livre de doenas;

    -Vacinadas;

    -Bom estado nutricional;

    -Histrico reprodutivo deve ser conhecido;

    -Apresentar ciclo regular;

    -Ser frtil;

    Ciclo Estral (Doadoras X Receptoras)

    -Deve-se sincronizar as doadoras e receptoras (aceita-se variaes de 1 dia para

    mais e 1 dia para menos);

    -Proceder com a aplicao de FSH/eCG por 4 dias (2 doses dirias), com aprimeira aplicao pelo 8/9 dia (segunda onda folicular);

    *No se utiliza primeira onda folicular porque est no apresenta muita competncia;

    -Em torno do 12 dia aplica-se PGG2(1 dose);

    -Faz-se a inseminao artificial (IA) nos dias 15 e 16 (2 inseminaes). Este dia15 e 16 agora so considerados dia 0 (zero);

    -Deve-se coletar os embries 7 a 8 dias aps a inseminao (+- dia 22 do total dociclo) e estes embries podem ser transferidos a vivo ou resfriados (at 48 horas emmeio Holding);

    Metodologias de Sincronizao

    01-Sincronizao com Prostaglandina F2 (PGF2):

    -Principais limitaes:a PGF2no atua at o 5 dia aps o estro.

    -Se o folculo estiver na fase final de crescimento ou inicio da fase esttica oestro ocorrer em 3 a 4 dias;

    -Se o folculo estiver no meio ou final da fase esttica o estro ocorrer em 5 a 7dias, baseado em um folculo de uma nova onda;

    -Devido a esta variabilidade que se faz necessria a observao do estro.

    -A sincronizao feita com 2 aplicaes com intervalos de 12 a 14 dias;

    02-Sincronizao com Prostgenos (P4) e Estrgenos (E2):

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    -Os prostgenos atuam impedindo a maturao final do folculo e a ovulao,devido ao bloqueio da onda ovulatria de LH;

    -Tem-se obtido um acrscimo na fertilidade com a reduo do perodo debloqueio progesternico (at 6 dias) associado a uma aplicao de estrgeno. O

    estrgeno induz a regresso do corpo lteo e suprime a liberao de FSH, desta formauma nova onda folicular ocorre em 3 a 4 dias aps a aplicao do estrgeno.

    -Associaes:

    -Colocao de um implante de P4associado a uma injeo (IM) de P4+E2;

    -Colocao de um implante de P4associado a uma injeo (IM) de P4+cpsula intravaginal de E2;

    -Colocao de um implante de P4associado a uma injeo (IM) de E2nodia seguinte;

    *Uma vez estabelecida a sincronia entre doadoras e receptoras, procede-se o tratamentopara induo de ovulaes mltiplas. Este tratamento pode ser realizado com diferenteshormnios, sendo o FSH o mais utilizado, podendo ainda utilizar-se o eCG e o hMG.

    Receptoras

    -Deve-se buscar a melhor sincronia possvel entre doadoras e receptoras.

    -Nas receptoras a PGF2deve ser aplicada 12 a 24 horas antes do que nas vacassuperestimuladas;

    -Aps a SOV, as doadoras so submetidas a duas ou trs inseminaes,iniciando 12 horas aps o incio do cio;

    Coleta

    -A coleta realizada no 7 dia (6 ao 8 dia) aps o cio;

    -Deve-se palpar a vaca e verificar qual dos ovrios possui maior nmero decorpos lteos;

    -No momento da coleta importante que a doadora seja mantida com anteriorelevado;

    -Utiliza-se uma sonda de coleta, diretamente no corpo do tero ou em um doscornos uterinos, fixando-a atravs do enchimento do balo;

    -Para a remoo dos embries, utiliza-se o meio de Dulbecos (PBS),normalmente num volume de 500ml em cada corno;

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    -Material Necessrio: sonda de Folley (com balo), mandril, pina hemosttica,seringa, frasco de soro com PBS, equipo e filtro;

    *No momento da coleta deve-se massagear a corno em que est sendo feita a coleta;

    **O filtro deve estar a meio nvel;***Depois deve-se lavar o filtro e separar os embries em placa de Petri;

    Avaliao de Embries

    -Qualidade;

    -Morfologia;

    Transferncia

    -A transferncia realizada por via cirrgica (transvaginal ou laparotomia) ouno cirrgica (transcervical);

    -No momento da transferncia deve-se ter o mximo de cuidado comcontaminaes, bem como o manuseio excessivo da crvix, que determina a liberaode prostaglandina.

    *Na doadora pode-se usar expansor cervical. E sempre aplicar PGF2 para eliminarembries que porventura sobraram;

    **Receptora: deve-se usar protetor de inovulador (proteger o tero). E no pode usarexpansor cervical pois estimular a liberao de PGF2;

    Sincronizao

    -Vacas:primeira dose de PGF2no dia 0 (zero) e segunda dose 14 dias depois. AIA feita aps 3 dias (2 inseminaescom intervalo de 1 dia);

    -Novilhas: primeira dose de PGF2 no dia 0 (zero) e segunda dose 11 diasdepois.

    Superovulao

    mplante de P4

    FSH (4 dias de aplicao)

    Retirar Implante de P4

    LHIATF (12 E 24 horas)

    Colheita de Embries

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    Patologias Orgnicas

    -Congnitas(origem durante a gestao);

    -Causas:gentica e ambiental

    -Adquiridas;

    -Causas:ambiente, traumas e tumores;

    Ovrios:

    01-Patologias Congnitas:

    01.1-Agenesia ou Aplasia:refere-se a ausncia de um ou ambos ovrios;

    -Caractersticas: produz aciclia somente em casos de aplasia bilateral, quenormalmente se encontra associada ao no desenvolvimento ou desenvolvimento parcialdo trato genital;

    -Etiologia:desconhecida;

    -Diagnstico:exame retal;

    -Freqncia:raro, geralmente associado a outros defeitos maiores;

    *Ocorre geralmente em freemartin;

    01.2-Hipoplasia:refere-se a falta de desenvolvimento ovariano (ovrio infantil);

    -Caractersticas: determinado pela diminuio do nmero de clulasgerminativas. Nas hipoplasias total unilateral ou parcial (uni ou bilateral), a ciclicidade mantida, porm os animais podem ser subfrteis. A gnada afetada varia em tamanho,desde um espessamento cordiforme na borda cranial do mesovrio, at estruturas

    pequenas, planas e relativamente endurecidas, com superfcie levemente enrugada.

    -Etiologia: manifestao de um gene autossmico recessivo. Devido caracterstica de penetrncia incompleta, a alterao pode ser parcial, total, uni ou

    bilateral. Est associado a falta de desenvolvimento do trato genital (bilateral/total),resultando em anestro.

    -Diagnstico:histrico (animal entra em puberdade tardiamente e so animaisgrandes) e exame retal;

    -Freqncia:comum;

    *Diferenciar de hipotrofia pelo histrico (hipotrfico em algum momento foi normal);

    01.3-Ovrios Supranumerrios;

    01.4-Ovrios Ectpicos:localizados fora da posio normal;

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    02-Patologias Adquiridas:

    02.1-Hipotrofia (atrofia ou distrofia):refere-se a regresso no tamanho dos ovrios;

    -Caractersticas: transtorno reprodutivo determinado pela incapacidade do

    animal em compensar um desequilbrio produtivo de origem endgena ou exgena. Taisfatores podem atuar diretamente sobre o hipotlamo e/ou hipfise provocando umadisfuno ou afuncionalidade, que gera uma deficincia na sntese ou liberao de FSHe LH. A hipotrofia pode ser determinada como uma reduo no tecido funcional, atuma perda total do tecido germinativo.

    -Etiologia:

    -Causas indiretas (exgenas ou endgenas): partos distcicos,desequilbrio hormonal no puerprio, dificuldades de aclimatao, lactao, temperatura

    elevada, alta umidade do ambiente, deficincia de luz, insuficincia alimentar ou superalimentao, doenas crnicas, senilidade e predisposio hereditria.

    *Dependendo do grau de alterao e da durao, pode haver um restabelecimentoespontneo da ciclicidade logo que a causa indireta seja eliminada;

    -Diagnstico:

    -Anamnese (histrico de anestro);

    -Palpao retal (falta de estruturas funcionais e alterao de consistncia

    duro em novilhas e flcido em vacas, o tero apresenta-se reduzido e flcido, crvixfechado e vagina com mucosa plida e seca);

    -Freqncia:alta

    -Tratamento e Profilaxia:

    -Eliminao dos fatores causais atravs da suplementao alimentar,eliminao de parasitoses, proteo contra fatores ambientais (abrigos contra radiaosolar intensa e umidade intensa), bloqueio hormonal temporrio do ciclo durante o

    puerprio, estimulao da funo ovariana (massagem retal), lavagem vaginal comsoluo salina a 40C, infuso vaginal e uterina com iodo ou lugol.

    02.2-Aderncias: geralmente decorrentes de ooforites, perimetrites, peritonites ouhemorragias (enucleao mal feita de corpo lteo);

    02.3-Tumores Ovarianos: animais com tumores endocrinamente ativos podemapresentar estro permanente, ciclicidade irregular, aciclia persistente e virilismo.

    -3 tipos:

    02.3.1-Tumores da Granulosa/Teca:mais comum em guas e vacas.

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    -Geralmente so hormonalmente ativos, produzindo andrgenos e/ouestrgenos, mas tambm podem ser luteinizados, produzindo progesterona.

    -Pode haver atrofia do ovrio contralateral em funo do retrocontrolenegativo sobre a hipfise;

    02.3.2-Tumores Epiteliais (cistadenoma, cistoadenocarcinoma, adenoma papilar,adenocarcinoma papilar e cistoadenomacarcinoma papilar): comum em carnvoros;

    -Caracterizam-se pela apresentao de cistos mltiplos e irregulares nasuperfcie ovariana;

    -Cistoadenocarcinoma papilares: so esfoliativos lanando metstasesperifocais;

    -Adenocarciomas: so clinicamente importantes pela determinao de

    ascite;

    -Disgerminomas: tumor de clulas germinativas primordiaisindiferenciadas (equivalente ao seminoma no macho). Mais comum em cadelas. 20%apresentam metstase;

    -Teratoma: tumor de clulas germinativas diferenciadas. Mais comumem cadelas;

    Ovidutos

    01-Patologias Congnitas:

    01.1-Agenesia:ausncia uni ou bilateral de ovidutos;

    -Diagnstico:teste da permeabilidade tubrica;

    01.2-Duplicidade;

    01.3-Aplasia Segmentar:ausncia de pores do oviduto (uni ou bilateral).

    -Caractersticas: determinado por uma displasia dos ductos paramesonfricos;

    -Etiologia:caracterstica recessiva;

    -Diagnstico:exame retal e necropsia

    -Freqncia:raro

    01.4-Estenose;

    01.5-Degenerao Cstica(mais freqente em sunos);

    02-Patologias Adquiridas:

    No importante

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    02.1-Aderncia:so freqentes, principalmente nos quadros de perimetrites ou quadrosde peritonites;

    -Diagnstico:difcil, geralmente necropsia;

    02.2-Hidrossalpinge: refere-se ao acmulo de lquidos no oviduto, geralmentesecundrio a obstruo;

    02.3-Piossalpinge: refere-se ao acmulo de pus no oviduto, geralmente secundrio aendometrite, seguido de obstruo;

    02.4-Obstruo: geralmente secundria a processos infecciosos uterinos que notiveram uma resoluo em tempo hbil. A infuso de volume excessivo de produtosusados em curetagem qumica pode determinar leso e aderncia das paredes dooviduto.

    -Diagnstico:exame retal, ultrassonografia e teste de permeabilidade tubrica;

    tero

    01-Patologias Congnitas:

    01.1-Agenesia:refere-se ausncia de tero e ocorre geralmente em freemartin;

    01.2-Aplasia Segmentar: refere-se a ausncia de pores do corno uterino (uni oubilateral);

    -Caractersticas:determinada por uma displasia dos ductos paramesonfricos. Aregio afetada se apresenta na forma de um estreitamento fibroso;

    -Etiologia:caracterstica recessiva;

    -Diagnstico:palpao retal (normalmente associado mucometra);

    -Freqncia:rara;

    01.3-tero Unicrnio:refere-se a ausncia ou aplasia de um corno uterino;

    -Caractersticas: esta patologia compatvel com gestao no outro cornonormal mas o animal subfrtil. Animal cicla normalmente e tem diminuio nafertiliadde.

    -Etiologia:caracterstica recessiva;

    -Diagnstico:palpao retal;

    -Freqncia: rara;

    01.4-tero Didelfo:refere-se a ausncia do corpo do tero (tero duplo);

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    -Caractersticas:determinado pela falha na fuso dos ductos paramesonfricos.tero com 2 crvix e 2 ovidutos;

    -Diagnstico:palpao retal;

    -Freqncia:rara;01.5-Hipoplasia:refere-se a falha no desenvolvimento do tero (tero infantil);

    -Etiologia:aplasia ovariana bilateral;

    01.6-Ausncia de Glndulas Endometriais: alterao que resulta em esterilidade porfalta de manuteno do meio ambiente uterino;

    -Caractersticas:caracterizada por cio seguido de anestro, por falta de produode fator luteoltico; No tem-se produo de prostaglandina e o animal permanece em

    anestro prolongado.

    -Diagnstico:biopsia (mas difcil transpor a crvix);

    01.7-Degenerao Cstica:ocorre mais em cadelas e porcas;

    -Caracterstica:fcil de confundir com prenhes (mas no tem-se parede dupla eovrio com corpo lteo);

    01.8-Crvix Dupla:

    -Caracterstica:determinada pela falha na fuso dos ductos paramesonfricos naregio cervical. Dupla abertura cervical na vagina (abertura verdadeira ou no);

    -Etiologia:caracterstica recessiva;

    -Diagnstico:exame retal e vaginal;

    -Freqncia:rara;

    01.9-Crvix Torta ou Fechada:ocasiona problemas na inseminao e quando fechadaocorre esterilidade associada mucometra;

    02-Patologias Adquiridas:

    02.1-Plipos: referem-se a projees de glndulas endometriais dentro do lmenuterino. Comum em cadelas e gatas, associado com hiperplasia cstica do endomtrio,

    podendo produzir obstruo do lmen, produzindo hidrometra.

    02.2-Atrofia do Endomtrio:ocorre secundariamente a reteno crnica de fludo oufalta de estmulo cclico de esterides;

    02.3-Hidrometra/Mucometra: refere-se ao acmulo de fludo seroro ou mucoso

    determinado por obstrues fsicas (plipos, constries fibrosas, aplasia segmentar eneoplasias);

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    02.4-Cistos Endometriais: refere-se a cistos glandulares isolados ou cistos linfticos.Comuns em guas. Geralmente no interferem na fertilidade;

    02.5-Leses Traumticas:lacerao da parede uterina. A lacerao induz a produode fibrose localizada, no caso de presena de contaminao permitem a instalao de

    abscessos na parede. Dependendo da evoluo podem acarretar quadros de endometritese peritonites;

    02.6-Rupturas e Dilaceraes: podem ocorrer no caso de partos laboriosos oumanobras obsttricas inadequadas;

    02.7-Tumores e Neoplasias:

    02.7.1-Leiomiomas: tumor de msculo liso com crescimento estimulado peloestrgeno. So muito comuns em carnvoros. Caracterizam-se pela consistncia firme

    com fibras entrelaadas;02.7.2-Leiomiossarcomas:tumor maligno de msculo liso. Raro com exceo

    dos caprinos. No apresentam demarcao evidente, tendo caractersticas esfoliativas;

    02.7.3-Linfossarcoma: raro com exceo dos bovinos (vrus da leucosebovina);

    *Leucose bovina predispes a formao de tumores;

    02.8-Aderncias:determinadas por perimetrites, tumores e enucleao de corpo lteo

    ou rompimento de cistos. Em alguns casos podem no interferir na fertilidade mesmocom aderncias severas;

    02.9-Prolapso de tero: determinado por fragilidade constitucional do sistema defixao do tero, debilidade geral e carncias nutricionais.

    02.10-Mucometra:aumento da produo de muco;

    -Caracterstica:semelhante gestao mas mais flcido e sem parede dupla;

    Vagina e Vulva

    01-Patologias Congnitas:

    01.1-Agenesia;

    01.2-Hipoplasia:refere-se a falta de desenvolvimento de vulva e/ou vagina;

    -Etiologia:no determinado, normalmente associado a atrasia anal;

    -Diagnstico:clnico

    -Freqncia: rara.

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    01.3-Aplasia Segmentar;

    01.4-Persistncia de Hmen:

    -Etiologia:fundo gentico;

    -Diagnstico:vaginoscopia e teste do basto;

    -Freqncia:relativamente comum;

    01.5-Duplicidade;

    01.6-Constrio Vaginal/Reto Vaginal:

    -Caracterstica: nos bovinos uma caracterstica recessiva e em ovinos causadiminuio da fertilidade;

    *Deve-se descartar os animais;

    01.7-Septos e Tabiques:causa problemas na inseminao e parto;

    01.8-Cloaca: refere-se a uma unio entre o reto e a vagina (geralmente associado atresia anal);

    -Caractersticas: determinada por uma falha na separao entre a vulva evestbulo no sinus urogenital;

    -Etiologia:no determinada (geralmente associada a estenose anal);

    -Diagnstico:clnico;

    -Freqncia:rara;

    02-Patologias Adquiridas:

    02.1-Cistos de Gartner e Bartholin: referem-se ao acmulo de secreo determinadopela obstruo do ducto;

    -Diagnstico: cistos pequenos em forma de cordes no assoalho da vagina ou

    grandes na lateral do vestculo;

    02.2-Fstula Reto Vaginal/Lacerao do Perneo:ocorre comunicao entre o condutovaginal e o reto;

    -Caractersticas: determinado por partos distcicos, inabilidade obsttrica eprincipalmente episiotomias (inciso no perneo) mal direcionadas.

    02.3-M Posio da Vulva:horizontamente do espelho vulvar pode ocasionar o refluxode urina ou entrada de fezes para o interior do conduto vaginal, determinando vaginites

    e/ou infeces uterinas.

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    -Freqncia: relativamente comum em vacas velhas ou animais de extremamagreza;

    -Tratamento:cirrgico

    02.4-Fechamento Imperfeito da Vulva/Pneumovagina: refere-se a falha deposicionamento do vestbulo vaginal, determinado por reaes cicatriciais de laceraesprovocadas por partos laboriosos de fetos demasiadamente grandes, reduo imperfeitade episiotomias ou simplesmente m conformao.

    -Diagnstico:pode-se tracionar lateralmente os lbios vulvares, observando seocorre entrada de ar, ou introduzindo o dedo na comissura dorsal da vulva, elevando-a,e observando se ocorre a entrada de ar.

    * causa freqente de abortos precoces ou mortes embrionrias.

    -Tratamento:cirrgico (tcnica de Caslick);

    02.5-Urovagina:reteno de urina no conduto vaginal, determinada por uma elevaoda regio himenal, pode ser decorente do mau posicionamento da vulva;

    -Diagnstico:presena de urina observada atravs da vaginoscopia;

    02.6-Tumores:

    02.6.1-Fibropapiloma: mais comum em animais jovens, associado aofibropapiloma vrus;

    02.6.2-Tumor Venreo Transmissvel (TVT): ocorre em candeos, e umaneoplasia de clulas com 59 cromossomos (normal: 78 cromossomos). Apresentacaracterstica proliferativa, com leses nodulares na genitlia externa. Pode regredirespontaneamente, entretanto, apresenta caracterstica contagiosa.

    -Tratamento:vincristina;

    02.6.3-Carcinoma de Clulas Escamosas:comum em guas, ovelhas e vacas. Afalta de pigmentao na vulva favorece o desenvolvimento do carcinoma;

    02.6.4-Melanoma:comum em guas tordilhas;

    02.7-Prolapso de tero (parcial/total)

    -Tratamento: limpar (gua fria), lubrificar e reintroduzir manualmente oucirurgicamente (retirada e sutura em bolsa de tabaco ou uso de pinos de Flessa);

    *Pode-se aplicar ocitocina;

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    Avaliao da Condio Reprodutiva do Rebanho

    Introduo

    -A venda de leite pode ser incrementada por uma cuidadosa ateno ao manejo

    de trs importantes reas:

    -Manejo nutricional;

    -Manejo de ordenha (controle de mastite);

    -Manejo reprodutivo (obteno da eficincia reprodutiva)*;

    -O intervalo entre partos para obter a mxima produo leiteira de 12 a 12,5meses;

    -Os dados necessrios para calcular os ndices reprodutivos podem ser obtidosde fichas relativamente simples, onde deve constar: identificao do animal, data doltimo parto, data dos partos anteriores, condio da fmea (prenha, inseminada, emespera ou vazia), nmero de inseminaes e ltima inseminao.

    -A partir disto possvel a avaliao por programas computacionais ou porinterpretao simples do usurio, dependendo do tamanho do rebanho.

    -Condio corporal mnima:

    -Vacas:

    -Secas: 3,0;

    -Pario: 3,0;

    -Cobertura: 2,5;

    *Vaca seca: entre 7 e 8 ms de gestao e no final da lactao;

    -Novilhas:

    -Na cobertura (15 meses e 340kg): 2,5;-Pario (24 meses e 525kg): 3,0;

    Ciclicidade do Rebanho

    -Nesta avaliao, consideram-se apenas as fmeas que esto em condies deserem cobertas, excetuando-se as prenhes, as impberes e as com menos de 60 dias ps

    parto.

    -O mtodo realizado com a observao diria das fmeas, anotando-se o

    nmero de fmeas que manifestam cio a cada dia;

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    Taxa Interpretao

    Acima de 4,0% Excelente

    3,5 at 4,0% Bom

    3,0 at 3,5% Ruim

    Abaixo de 3,0% Muito ruim

    Ex.: 100 vacas ciclando e com ciclo estral de +- 20 dias (5% das vacas entram no ciotodo dia). 5% esta acima de 4% (excelente);

    -Este mtodo bastante empregado em procedimentos de inseminao artificiale seleo de fmeas como receptoras;

    -Da mesma forma, quando se trata de lotes, podem-se utilizar outros mtodosque avaliam a taxa de servio, concepo e prenhes.

    Taxa de Servio= N de animais inseminados

    N animais disponveis para IA

    Taxa de Concepo= N de animais prenhes

    N de animais inseminados

    *Taxa de concepo mede: qualidade do smen, fertilidade das vacas, momentoadequado da inseminao artificial, deteco de cio e experincia do inseminador;

    Taxa de Prenhes= N de animais prenhes

    N de animais disponveis para IA

    *Quando se avalia o rebanho como um todo, o principal mtodo a ser empregado o

    intervalo entre partos.

    Mtodos de Avaliao

    01-Intervalo entre Partos (IP):

    - determinado pelo tempo mdio entre os dois ltimos partos de cada fmea.

    - o mtodo mais importante, pois reflete, quase sempre a eficincia ouineficincia reprodutiva, j que influenciado de maneira significativa por todos osfatores relacionados reproduo.

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    -Tem utilizao limitada pela necessidade de conhecimento de dados referentesaos dois ltimos partos de cada animal.

    *Caso este ndice j esteja bom, no necessita avaliar os outros;

    02-Intervalo Parto/Primeiro Cio (PCio):

    - o mtodo em que se utiliza a determinao do tempo mdio decorrido entre oparto e a manifestao do primeiro cio.

    - pouco preciso quando utilizado isoladamente;

    -Bom: at 80 dias;

    03-Intervalo Parto/Primeira Cobertura (PCo):

    -Mtodo mais preciso que complementa o anterior;-Muitas vezes, a fmea pode apresentar cio num perodo precoce ps parto,

    quando o animal ainda est em espera voluntria, ou com alguma patologia (Ex.:endometrite), no sendo aproveitado. Assim, poderamos ter uma fmea apresentandoum perodo parto/primeiro cio muito curto e um perodo parto/primeira cobertura muitolongo.

    -Se est alto: problemas de smen, deteco de cio e cisto ovariano;

    04-Intervalo Parto/Concepo: (dias abertos)

    -Esse mtodo permite uma avaliao mais precisa do que os anteriores, j que afmea poderia apresentar bons ndices nos intervalos parto/primeiro cio e parto/primeiracobertura, retornando ao cio posteriormente.

    -Estes casos seriam detectados por um aumento no intervalo parto/concepo;

    -Se estiver alto: problemas com inseminao artificial;

    05-Nmero de Servios por Concepo (SC):

    - um mtodo muito simples de se aplicar e que fornece indicaes importantesquando associado com outros mtodos.

    - dado pelo nmero mdio de coberturas ou IA realizadas para obter cadaprenhes.

    06-Nmero de Servios por Terneiro Nascido (SN):

    - um mtodo que complementa o anterior;

    -Detecta os casos de animais que estiveram gestando e abortaram ou tiveram

    morte embrionria precoce;

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    ndices Esperados em Rebanhos com Boa Condio Reprodutiva

    -Intervalo Entre Partos:menor que 13 meses;

    -Menos de 15% dos cios no visveis;

    -Mais de 85% de vacas em cio 60 dias ps parto;

    -Mais de 70% de vacas concebendo ao primeiro servio;

    -Mais de 60% vacas parindo ao primeiro servio;

    -1,8 ou menos servios por concepo;

    -Menos de 10% de vacas problemas;

    -Menos de 100 dias de perodo vazio;

    -Novilhas cobertas aos 15/16 meses de idade;

    *Quando a monta controlada, ou os animais so submetidos inseminao, um dosfatores que mais interfere na fertilidade a identificao do cio;

    **Coberturas infrteis (inseminaes em fmeas que no esto no cio, falhas nafecundao e morte embrionria) e falhas na deteco de cio so as mais importantescausas de ineficincia reprodutiva em bovinos;

    Falhas Reprodutivas em Vacas Leiteiras Inseminadas

    Causa Perda Primeiro Servio (%)

    Anormalidades anatmica 2

    Falha na ovulao 2

    Perda ou ruptura do vulo 5

    Falha na fecundao 13

    Morte embrionria 15

    Morte fetal (aborto) 3

    Total 40

    *O mais econmico para bovinos de leite, insemina novilhas com 15 meses de idade,

    que devero parir aos 24 meses e todos os anos a partir da;

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    Cronologia

    IA Parto Retorno ao Cio 2 IA Secar 2 Parto

    15 meses 24 meses 30 a 40 dias PP 45 a 100 dias PP 305 a 320 dias PP 36 meses

    *O manejo reprodutivo do rebanho pode ser acompanhado de forma mais eficiente se asfmeas forem agrupadas pelo status reprodutivo.

    Sistema de Agrupamento(exemplo)

    Grupo I Grupo II Grupo III

    Vacas em espera e para

    IA

    Vacas prenhes e problemas Vacas secas

    Interpretao dos ndices de Eficincia Reprodutiva

    01-Dias em Aberto:

    -Inferior a 85 dias: muito baixo;

    -Entre 85 e 110 dias: timo;

    -Entre 111 e 120 dias: problema leve;

    -Entre 121 e 145 dias: problema moderado;

    -Acima de 145 dias: problema severo;

    02-Intervalo entre Partos:

    -Abaixo de 11,7 meses: muito baixo;

    -Entre 11,8 e 12,9 meses: timo;

    -Entre 13,0 e 13,4 meses: problema leve;

    -Entre 13,5 e 14,0 meses: problema moderado;

    -Acima de 14,0 meses: problema severo;

    *Para calcular o IP, pode-se adicionar os dias em aberto ao perodo mdio de gestao(entre 283 e 385 dias) dividindo-se por 30,5;

    Cal culando a Ef icincia de Deteco de Cio

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    -Pode ser estimada inicialmente pelo clculo do intervalo entre a primeiracobertura ou IA e a concepo;

    -O intervalo entre coberturas calculado:

    IC = Mdia de dias abertosdias da 1 cobertura/concepoServios por cobertura - 1

    Ex.: rebanho com 140 dias de perodo aberto, 75 dias da 1 cobertura/concepo e 2,6servios por cobertura.

    14075 = 41 dias

    2,61

    Estimativa do Percentual de Cios Detectados baseados no intervalo IA/concepo

    I nter valo I A/Concepo Deteco (%)

    23 90

    26 80

    30 70

    35 60

    4 1 50

    50 40

    60 30

    -Abaixo de 50: problema severo;

    -Entre 50 e 65: problema moderado;

    -Entre 66 e 80: adequado;-Acima de 80: excelente;

    Cuidados com o Manejo

    01-Perodo Puerprio (at 50 dias):

    -As taxas de concepo tm alta correlao com o nmero de cios no perodo deespera at 60 dias. Para obter um precoce retorno ciclicidade, algumas condiesdevem ser atendidas:

    -Obteno de um tero sadio e limpo neste perodo;

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    -Disponibilizao de uma rao com adequado balanceamento para opico de lactao (evitar balano energtico negativo);

    -Examinar as vacas 30 dias aps o parto;

    -Estabelecer protocolos de sincronizao de cio e ovulao para vacasproblemas;

    -A deteco de cio crtica no perodo ps-parto. Ento:

    -Treinar os responsveis pela identificao do cio;

    -Utilizar programas de incentivo para reduzir dias abertos;

    -Anotar todos os cios (mesmo no perodo de espera voluntria);

    -Examinar vacas que no apresentaram cio at 60 dias ps-parto (a cada2 semanas);

    -Usar protocolos de sincronizao de cio/ovulao para grupos de vacasem cobertura;

    -Usar mecanismos auxiliares de deteco de cio (Heat Watch, K-Mar eTail-Chalck) e rufio, em todas as vacas que no apresentaram cio aos 60 dias ps parto;

    02-Perodo de Cobertura (entre 45 e 100 dias ps parto):

    -Inseminar todas as vacas j no primeiro cio aps 45 dias ps parto, paraestabelecer a gestao aos 80 dias. Geralmente so necessrios 2 servios paraestabelecer a gestao;

    -Na inseminao:

    -Utilizar programas de incentivo ao inseminador;

    -Preservar a qualidade do smen;

    -Estabelecer um bom procedimento de deteco de cio e inseminao no

    momento adequado;

    -Usar protocolos de IATF;

    -Reduzir ao mximo o estresse das vacas antes e ps IA;

    -O encurtamento do perodo voluntrio (menos de 50 dias) reduz o intervaloentre partos, porm pode resultar em maior taxa de servios por concepo. Portanto:

    -Esteja preparado para usar mais smen, j que a baixa fertilidade poderser problema em grande nmero de vacas;

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    -O estabelecimento de prenhes precoce poder contribuir para problemasno perodo seco de vacas com lactaes persistentes;

    -Realizar o diagnstico de gestao precoce (ultrassonografia);

    Avaliao Espermtica

    Introduo

    -A concentrao espermtica faz parte do exame androlgico;

    -A coleta de smen feita com o auxlio de vagina artificial (composto por umtubo rgido e outro flexvel, e entre estes tubos h gua aquecida). Na ponteira da vaginaartificial ir um cone com coletador.

    Avaliao

    01-Volume:

    -Varia entre 0,5mL (jovens) at 15mL (adultos);

    02-Aspecto:

    -Aquoso: pouco concentrado (cerca de 300mi de sptz/mL);

    -Opalecente (esbranquiado): cerca de 400 a 500mi de sptz/mL;

    -Leitoso: cerca de 700 a 800mi de sptz/mL;-Cremoso: cerca de 1bi de sptz/mL;

    -Marmreo: acima de 1,5bi sptz/mL;

    03-Mobilidade:

    -Primeiramente uma gota de smen em uma lmina aquecida e verificar aomicroscpio (50x) movimentos e classificar entre 0 (mortos) a 5 (grandemovimentao);

    -Aps esta avaliao coloca-se mais uma gota de smen em uma lmina maisuma lamnula e verificar movimentao retilnea dos espermatozides. Avaliando-sevigor (fora e velocidade) e classificando em uma escala de 0 (parado) a 5 (muitorpido);

    04-Patologias:

    -Deve-se corar uma lmina e verificar possveis patologias;

    05-Determinar Concentrao:

    -3 mtodos:

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    -Aparelhos eletrnicos;

    -Mtodo de Karras (baseado na fotocolorimetria);

    -Cmara de Neubauer (mais utilizado);

    *No centro da cmara de Neubauer h 25 quadrados, os quais so divididos em 16quadrados menores e a cmara tem altura de 0,1mm;

    C: concentrao espermtica;

    n: nmero de espermatozides contados;

    h: altura da cmara (0,1mm);

    A: rea contada (1 se contar todos os 25 quadrados ou fraes como: 10/25 caso conte-se apenas 10quadrados dos 25 totais);

    D: diluio utilizada (smen aquoso no deve diluir muito, cerca de 1/10 ou 1/20 e smen marmreodeve-se diluir mais como: 1/100 ou 1/200);

    Ex.: C = 100 100 500.000 spzt/mm3

    1/10 . 1/25 . 1/200 1/5.000

    500mi/mL

    *Conta-se alguns quadrados centrais quando se trabalha com plantel grande e nonecessita-se de grande acurcia. E conta-se todos os quadrados (25 no total) quando setrabalha com touros de alto valor e deve-se contar 2 cmaras no mnimo e a diferena de

    contagem entre cmaras no pode ser maior que 10%, caso seja, deve-se fazer novacontagem.

    Congelamento do Smen

    3 tipos de palhetas:

    -Palheta fina (0,25mL);

    -Palheta mdia (0,5mL);

    -Minitubo (equivalente palheta mdia cortada ao meio0,25mL);

    C = n

    h.A.D

    X 1.000

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    *Legislao Brasileira: permite mnimo de 10mi sptz/palheta;

    Manejo de Botijo de Nitrognio

    -Caractersticas:

    -Parede dupla de metal;

    -Enchimento com papel laminado e vcuo;

    -Gargalo de plstico (para no conduzir);

    -Temperatura mdia do nitrognio: -196C;

    *Temperatura de at -130C nenhum fenmeno qumico ou fsico ocorre, a amostra estprotegida. Em temperatura de -90C j pode ocorre recristalizao e h diminuio da

    viabilidade dos espermatozides;-Armazenamento:

    -Armazena-se as palhetas contendo smen dentro de racks que ficam dentro doscanisters;

    -Deve-se identificar cada canister;

    -Abastecimento do Botijo:

    -O nvel medido com uma rgua (a qual aps ser introduzida, congela no nveldo nitrognio);

    -Mnimo aceitvel de 10cm;

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    Referncias Bibliogrficas:

    E.S.E. HAFEZ. Reproduo Animal.4 ed. So Paulo: Editora Manole, 1982.

    BERNE, R.M.; LEVY, M.N. Fisiologia.5 a ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.