fisiopatologia_endocrina
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FISIOPATOLOGIA ENDÓCRINA
Introdução
Hipófise
Tiroideia
Patologia da tiroideia
Paratiroideias
Suprarenais
Patologia das suprarenais
Pâncreas
Diabetes
Sindroma plurimetabólico
Epífise
Hormonas digestivas
Capítulo 1
Introdução
São moléculas sintetizadas e segregadas por uma célula, que irão estimular, geralmente
por via sanguínea, uma célula situada longe dela.
Redes hormonais
As hormonas desempenham um papel fundamental na homeostase do organismo,
criando vários sistemas de regulação regulando o nível de um determinado parâmetro.
Por acções complementares opostas duas hormonas podem regular um parâmetro de
uma margem estreita, regulando-se a acção pela estimulação da secreção de uma
hormona e inibição de outra.
É o caso do par glucagina-glicose em que a glucagina faz subir a glicose e a insulina faz
descer.
O sistema pode complicar-se pelo acréscimo de uma terceira hormona como a
adrenalina no exemplo anterior.
A adrenalina também faz subir a glicose.
A acção destas duas hormonas é complementar pois a resposta à adrenalina é mais
rápida e mais curta que a da glucagina.
Diferença entre sistema nervoso e sistema endócrino
Embora estes dois sistemas regulem a homeostase, há grandes diferenças entre eles
(Quadro 1.I).
QUADRO 1.I
Diferenças entre sistemas endócrino e nervoso
Característica Sistema nervoso Sistema endócrino
Potencial de acção Sim Não
Neurotransmissores Sim Não
Mensageiros Não Sim
Transmissão pelo sangue Não Sim
______________________________________________________________________
Classificação
Esteroides
São derivados do colesterol.
São segregadas pelas gónadas, córtex suprarenal e placenta.
http://en.wikipedia.org/wiki/Endocrinology
Fig. 1.1 – Esteroides
Péptidos e aminas
A maior parte das hormonas são péptidos.
As aminas derivam do aminoácido tirosina.
http://en.wikipedia.org/wiki/Endocrinology
Fig.1.2 – Aminas
Eicosanoides
Derivam do ácido araquidónico.
São as prostaglandinas e os leucotrienos.
Mecanismo de acção
Hormonas não-esteroides
São hidrossolúveis.
Ligam-se à membrana da célula alvo, induzindo a síntese de um segundo mensageiro.
O mecanismo mais habitual é a formação de AMP cíclico pela estimulação da proteína
G.
http://faculty.clintoncc.suny.edu/faculty/Michael.Gregory/files/Bio%20102/Bio%20102%20lectures/Endocrine%20S
ystem/endocrin.htm
Cortesia de
Michael J. Gregory, Ph.D.
Clinton Community College
Fig. 1.3 – Transdução nas hormonas não esteroides
Hormonas esteroides
As hormonas entram na célula e ligam-se a um receptor da membrana nuclear.
O complexo hormona-receptor liga-se ao DNA e activa genes que induzem a síntese de
proteínas específicas.
http://faculty.clintoncc.suny.edu/faculty/Michael.Gregory/files/Bio%20102/Bio%20102%20lectures/Endocrine%20S
ystem/endocrin.htm
Cortesia de
Michael J. Gregory, Ph.D.
Clinton Community College
Fig. 1.4 – Transdução nas hormonas esteroides
Regulação da actividade hormonal
A maior parte das hormonas é regulada por mecanismos de retroacção negativa.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=endocrin&part=A3
Fig. 1.5 – Retroacção negativa
BIBLIOGRAFIA
http://www.endocrineweb.com/
http://faculty.clintoncc.suny.edu/faculty/Michael.Gregory/files/Bio%20102/Bio%20102
%20lectures/Endocrine%20System/endocrin.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Endocrinology
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=endocrin&part=A3
http://www.esculape.com/fmc-endocrino.html
http://www.endotext.org/
Capítulo 2
HIPÓFISE
Anatomia
Localização
Está situada na sela túrcica do esfenóide.
Tem a forma de uma ervilha que se continua por uma haste, o infundíbulo, que a liga ao
hipotálamo.
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/hypopit/anatomy.html
Cortesia de Dick Bowen
Fig. 2.1 – Localização da hipofise
Lobos
Lobo posterior ou neuro-hipófise
Encontra-se ligada ao hipotálamo ao nível do infundíbulo pela haste hipofisáaria.
É um tecido nervoso, constituído por pituicitos (gliocitos) e fibras nervosas.
Armazena as neurohormonas sintetizadas no hipotálamo.
Lobo anterior ou adenohipófise
Envolve a neuro-hipófise.
É formado por tecido glandular.
Produz e liberta várias hormonas.
Parte intermédia
Encontra-se entre a parte anterior da adeno-hipófise e a neuro-hipófise.
http://education.vetmed.vt.edu/Curriculum/VM8054/Labs/Lab24/lab24.htm
Cortesia de Thomas Fletcher
Maryla Regional College of Veterinary Medicine
Estão representados o lobo anterior(pars distalis), o lobo posterior (pars nervosa)o lobo intermédio (pars
intermedia)e haste hipofisária(stalk).
Fig. 2.2 – Lobos da hipófise
Vasos sanguíneos
É irrigada por ramificações da carótida interna.
As artérias hipofisárias superiores servem a adenohipófise e o infundíbulo e as duas
hipofisarias inferiores servem a neurohipófise.
As veias lançam-se nos seios da duramater.
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/hypopit/anatomy.html
Cortesia de Dick Bowen
Fig. 2.3 – Vasos da hipófise
Relações com o hipotálamo
A neurohipófise liga-se ao hipotálamo pelo tracto hipotálamo-hipofisario, que nasce
de neurónios secretores situados nos núcleos supraóptico e paraventricular.
Os neurónios paraventriculares sintetizam a ocitocina e os supraópticos a hormona
antidiurética.
As neurohormonas são transportadas para as terminações axonais da neurohipófise onde
são armazenadas.
Hipotálamo
Tracto hipotálamo-hipofisario
Armazenamento no hipotálamo
potencial de acção
exocitose
Líquido intersticial
Capilares
Circulação
Células alvo
http://faculty.clintoncc.suny.edu/faculty/Michael.Gregory/files/Bio%20102/Bio%20102%20lectures/Endocrine%20S
ystem/endocrin.htm
Cortesia de
Michael J. Gregory, Ph.D.
Clinton Community College
http://faculty.clintoncc.suny.edu/faculty/Michael.Gregory/files/Bio%20102/Bio%20102%20lectures/Endocrine%20S
ystem/endocrin.htm
Cortesia de
Michael J. Gregory, Ph.D.
Clinton Community College
Fig. 2.4 – Relações com o hipotálamo
Quando se produzem potenciais de acção são libertadas para o líquido intersticial por
exocitose, entrando em seguida para um capilar para serem distribuídas no organismo.
Os dois lobos comunicam apenas pela rede capilar primária que no infundíbulo
comunica com a rede capilar secundária da adenohipófise.
É por esta via que as hormonas libertadoras da neurohipófise chegam à adenohipófise.
Adenohipófise
Hormona do crescimento (GH) ou somatropina
Estrutura
É um polipeptido de cadeia simples com 191 aminoácidos.
No sangue a sua maior parte está ligada à proteína de ligação da GH ou GHBP.
Acção
É produzida pelas células somatotropas.
Os seus alvos principais são os ossos e os músculos esqueléticos.
Estimula o crescimento da cartilagem epifisária, provocando o crescimento dos ossos
longos.
Aumenta a massa muscular.
http://www.endotext.org/neuroendo/neuroendo1/neuroendoframe1.htm
Reproduced with permission from WWW.ENDOTEXT.ORG), the FREE on-line Endocrinology textbook
Cortesia de Leslie de Groot
Fig.2.5 – Efeitos da hormona de crescimento
Mecanismo de acção
Estimula a absorção dos aminoácidos e estimula a síntese proteica.
Estimula a absorção do enxofre, necessário para a síntese dos condroitina-sulfatos
Estimula a lipólise.
Aumenta a absorção de glicose e o seu metabolismo.
No figado favorece a glicogenólise com libertação de glicose – efeito diabetogénico.
Efeitos directos e indirectos
Os efeitos directos são o resultado da ligação da hormona aos receptores das células
alvo. É o caso da lipólise.
Os efeitos indirectos são mediados pelo IGF-1 (Insuline Like Growth Factor), hormona
segregada pelo fígado e outros órgãos, por estimulação da GH. A maior parte dos
efeitos promotores do crescimento faz-se por esta via.
EFEITOS DIRECTOS
Receptores das células alvo
EFEITOS INDIRECTOS
GH
Fígado
IGF1 (Insuline-like Growth Factor)
Crescimento
Fig. 2.6 – Efeitos directos e indirectos
Hormonas da neurohipófise afectando a GH
Três hormonas neurohipofisárias, com a mesma origem actuam sobre a GH.
A GH-RH (Growth-Hormone Releasing Hormone) ou somatocrinina estimula a
secreção de GH activando o receptor da adenilciclase.
A somatostatina inibe a secreção da GH ligando-se aos receptores da proteína G.
A somatostatina é sintetizada como preprosomatostatina que origina a promatostatina
que por sua vez poderá dar dois compostos activos – SS-28 e SS-14.
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/otherendo/somatostatin.html
Cortesia de R.A. Bowen
Colorado State University
Fig. 2.7 – Somatostatina
A grelina, isolada pela primeira vez no estômago, aumenta a secreção de GH
associando-se ao receptor fosfolipase C-fosfoinositido, parecendo requerer a GHRH
intacta.
Outras hormonas
Os glicocorticoides inicialmente estimulam em 3 horas, seguindo-se uma supressão
dentro de 12 horas.
As vias alfa-adrenérgicas estimulam a GHRH e as beta-adrenérgicas a somastatina.
A acetilcolina aumenta a secreção de GH, inibindo a somastatina.
Os opióides endógenos estimulam a secreção de GH.
Glicémia
A hipoglicémia provocada pela insulina aumenta a GH.
A hiperglicémia provocada por uma sobrecarga em glicose baixa a GH.
Patologia
O gigantismo é consequência duma produção excessiva de GH em crianças. È raro e é
quase sempre devida a um tumor das células somatotropas.
Pituitary Gland
Function: It secretes nine hormones that directly regulate many body functions and controls functions of other glands.
Disorders: To much growth hormones (GH) in early childhood can result in a condition called gigantism. To little GH can result in Pituitary Dwarfism.
RobertWadlow
http://www.worldofteaching.com/powerpoints/biology/Nerves.ppt#3
Fig. 2.8-Gigantismo
A acromegalia passa-se em adultos.
http://www.tusalud.com.mx/120667.HTM
http://neuromuscular.wustl.edu/msys/mend.htm#acromegaly
Facial aspect of a patient with acromegaly. The nose is widened and thickened, the cheekbones are obvious, the
forehead bulges, the lips are thick and the facial lines are marked. The forehead and overlying skin is thickened,
sometimes leading to frontal bossing as well as a squaring of the eyes.
ACROMEGALY Cushing: The pituitary body & its disorders
Before disease
Disease onset
12 yrs of disease
17 yrs of disease
Square hand
Phalanges:
Tufting; Exostoses
As compared with the hand of a normal person (left), the hand of a patient with acromegaly (right) is enlarged, the
fingers are widened, thickened and stubby, and the soft tissue is thickened
Mandibular overgrowth leads to prognathism, maxillary widening, teeth separation and jaw malocclusion.
http://en.wikipedia.org/wiki/Acromegaly
Fig. 2.9 – Acromegalia
O crescimento do osso e tecido conjuntivo pode dar aspectos disformes.
A sua falta provoca baixa estatura (nanismo).
Tropinas
Estimulam outras glândulas endócrinas.
Tirotropina (TSH)
É um dímero com uma subunidade alfa e outra beta.
A subunidade alfa é comum à FSH, LH e gonadotropina coriónica.
A subunidade beta dá especificidade à molécula.
Estimula o desenvolvimento normal e a secreção da tiroideia.
É libertada das células tireotropas por um péptido hipotalâmico, a tireoliberina ou
TRH. A elevação do teor das hormonas tiroideias, inibe a TRH, acção reforçada pela
somatostatina.
Corticotropina (ACTH)
Estrutura
É libertada pelas células corticotropas, que representam 15 a 20% das células da adeno-
hipófise.
Provem, juntamente com algumas outras hormonas a pré-opio-melano-cortina
(POMC).
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/hypopit/acth.html
Cortesía de
Dick Bowen
Colorado State University
Fig. 2.10- POMC
O POM é convertido em ACTH pelas pró-hormona convertase PC-1 e PC-2
Hormonas da neuro-hipófise afectando a libertação
A corticoliberina ou CRH (Corticotrophin Releasing Hormone) estimula a síntese da
ACTH combinando-se com um receptor da adenilciclase.
A arginina-vasopressina (AVP) estimula a síntese por combinação com um receptor
da fosfolipase C.
Outras hormonas
O peptido interstinal vasoactivo (VBIP) e o péptido leucina-isoleucina,estimulam a
secreção, explicando o aumento da ACTH após uma refeição.
O péptido natriuretico auricular (ANP) atenua a acção da CRH.
Os opiáceos e péptidos opióides inibem a libertação de ACTH interferindo com a
libertação de CRH no hipotálamo.
As catecolaminas estimulam a libertação de CRH.
A grelina estimula a AVC, aumentando assim a ACTH.
A angiotensina estimula a produção der CRH.
Ritmo circadiano
Em paralelo com o cortisol a ACTH atinge um máximo às 6-9horas, atinge o mínimo
entre as 23 e as 2 e começa a subir pelas 2-3horas-
Stress
Estimula a CRH e a AVP-
Gonadotropinas
São a hormona foliculoestimulante (FSH) e a luteinizante (LH).
A FSH estimula a produção dos gâmetas e a LH das hormonas.
A FSH actua em sinergia com a LH para produzir a maturação do folículo ovarico, para
em seguida a LH desencadear só a ovulação.
A sua libertação é causada pela gonadoliberina (Gn-RH).
É um decapeptido.
Prolactina
É elaborada pelas células lactotropas.
Estimula a lactação.
É estimulada pela PRF (Prolactin Releasing Factor).
O teor da prolactina flutua em função dos estrogenios
A elevação transitória antes da menstruação, por baixa dos estrogénios, é uma das
causas da tumefacção e sensibilidade dos seios.
Na gravidez a formação de prolactina é bloqueada pelo alto nível de estrogénios,
elevando-se no fim da gravidez por quebra dos estrogénios.
Encefalinas e endorfinas
As encefalinas são pentapeptidos que se ligam aos receptores morfinicos do sistema
nervoso central e tubo digestivo, imitando a acção dos opiácios.
As endorfinas são péptidos maiores, incluindo as encefalinas, que se ligam também aos
receptores opiácios.
Neuro-hipofise
Estrutura da vasopressina e ocitocina
A ocitocina e vasopressina diferem apenas por dois aminoácidos.
QUADRO 2.I
Diferenças entre vasopressina e oxitocina
Carbono Vasopressina Oxitocina
2 Isoleucina Fenilalanina
8 Arginina Leucina
Estas hormonas derivam duma molécula ancestral.
Metabolismo
A síntese dos precursores faz-se nos neurónios dos núcleos supra-óptico e
paraventricular.
O seu precursor contém a vasopressina associada a outra molécula, a neurofisina.
A secreção da vasopressina-neurofisina é estimulada pela nicotina.
Após a tradução o carboxilo terminal do precursor é glicosilado e o produto aglomerado
em vesículas.
Estas migram ao longo dos axónios sendo no trajecto cindidos por endopeptidases
dando a hormona madura.
As hormonas são armazenadas na neurohipófise como grânulos secretórios.
Quando o estímulo for suficiente abrem-se os canais de cálcio voltagem-dependentes,
fundindo-se os grânulos secretórios com a membrana indo as hormonas para a
circulação.
No sangue cinde-se a ligação vasopressina-neurofisina.
Núcleos hipotalâmicos
Glicosilação
Vesículas
migração axonal
endopeptidases
Neurohipófise
Grânulos secretórios
estimulação
canais de cálcio
Fusão dos grânulos
sangue
vasopressina neurofisina
Fig. 2.11 – Secreção da vasopressina e da neurofisina
Acção da vasopressina
Todas as células necessitam de uma osmolaridade constante.
A osmolaridade depende dos iões captados e rejeitados pelas células e dos iões em
circulação.
A osmolaridade, a pressão e o volume sanguíneo são interdependentes mas o organismo
é capaz de os regular individualmente.
A água e o sódio são os dois parâmetros envolvidos mais importantes.
A vasopressina ou hormona anti-diurética tem duas funções complementares -
vasoconstrição arteriolar e retenção renal de água.
A sua acção depende de dois receptores – os receptores V1, situados nos músculos
lisos arteriolares, estimulam a adenilciclase e os receptores V2, situados nos túbulos
renais, estimulam a fosfolipase C.
Os receptores V2 permitem uma reabsorção maciça de água pelo rim.
Os receptores V1 diminuem a resposta anti-diurética.
A sua acção anti-diurética faz-se reabsorvendo água nos tubos distais através de um
gradiente osmótico, estimulando canais transportadores de água, as acquaporinas.
RECEPTORES V1
Músculos lisos arteriolares
Adenilciclase
Acquaporina
Reabsorção de água pelos túbulos renais
(acção antidiurética)
Fig. 2.12 – Acção dos receptores V1
RECEPTORES V2
(túbulos renais)
fosfolipase C
Reabsorção de água
Fig. 2.13 – Acção dos receptores V2
A regulação da vasopressina depende da osmolaridade do plasma registada por
osmoreceptores existentes no terceiro ventrículo e do volume sanguíneo registado pelos
receptores sensíveis à pressão (baroreceptores) existentes nos seios carotídeos e arco
aórtico e os receptores sensíveis ao volume (voloreceptores), nas aurículas.
Os osmoreceptores estimulam a secreção e os baro e voloreceptores inibem.
Quando as variações do volume sanguíneo não são consideráveis prevalece a
osmolaridade.
Quando há uma queda importante de volume e pressão como numa hemorragia, a
manutenção da osmolaridade é sacrificada.
Diabetes insípida
Deve-se a uma secreção reduzida de vasopressina.
São excretadas grandes quantidades de urina diluída (mais de 4 litros).
Chama-se insípida porque à semelhança da diabetes há uma grande excreção de urina,
mas a urina não é doce.
A diabetes insípida diz-se hipotalâmica quando há uma deficiência na secreção da
hormona e nefrogénica quando o rim não responde à hormona.
Sistema renina-angiotensina
A renina é uma protease sintetizada como um pró-enzima, o angiotensinogénio, pelas
células juxtaglomerulares do rim e lançada na circulação, sendo depois transformada
nas suas formas activas.
ANGIOTENSINOGENO
Tripsina
Polipeptido substracto da renina
RENINA
Angiotensina I
Enzima de conversão
ANGIOTENSINA II (Activa)
Angiotensinase
Fragmentos inactivos
Fig. 2.14 - Angiotensina
Factores influenciando a secreção de vasopressina
A nicotina estimula a sua secreção.
O álcool é um inibidor central da secreção.
O stress e a hipoglicémia aumentam a secreção.
Vasopressina e sede
A elevação da osmolaridade plasmática aumenta a sede ao mesmo tempo que aumenta a
secreção de vasopressina.
A angiotensina II provoca sede.
Sindroma de Schwartz-Bartter
Também conhecido por SIADH (sindroma de secreção inadequada de vasopressina)
deve-se à produção elevada de vasopressina.
Há uma retenção anormal de água com um aumento da excreção urinária de sódio.
Deve-se a uma hipersecreção de origem hipotalâmica (inflamação, tumor, etc) ou à
secreção atópica de vasopressina por exemplo por um cancro brônquico.
Ocitocina
Estrutura
Difere da vasopressina apenas por dois aminoácidos, o que modifica a sua acção.
Em fortes doses tem uma acção antidiurética assim como a vasopressina tem um efeito
ocitócico.
É sintetizada nos núcleos paraventriculares associada a numa neurofisina específica.
Estimulação da ejecção de leite
A ocitocina, estimulada pela sucção, estimula a contracção das células mioepiteliais,
provocando a ejecção do leite.
Contracções uterinas
Durante o último estádio da gravidez há um aumento dos receptores da ocitocina, o que
associado a um aumento da secreção provocada pela queda dos estrogénios, estimula as
contracções uterinas.
A secreção de ocitocina aumenta quando o feto estimula o colo e a vagina.
Regulação da secreção
Faz-se por via nervosa a partir do útero e da glândula mamária.
Os receptores uterinos encontram-se na vagina e colo do útero.
Os receptores mamários estão na base do mamilo.
A ejecção de leite surge após a estimulação táctil do mamilo.
Os estados emocionais (ansiedade, dor) podem inibir a secreção.
Estímulos auditivos ou visuais, como ouvir o filho chorar, pode desencadear a secreção
de leite através de um reflexo condicionado.
No útero há uma retroacção positiva pois que a sua distensão aumenta a secreção e o
relaxamento faz precisamente o contrário.
Hipocretinas ou orexinas
São sintetizadas no hipotálamo lateral.
Intervêm no controle do ciclo vigília-sono e no apetite.
BIBLIOGRAFIA
Anatomia e fisiologia da hipófise
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/hypopit/index.html
http://education.vetmed.vt.edu/Curriculum/VM8054/Labs/Lab24/lab24.htm
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/hypopit/anatomy.html
http://www.endotext.org/neuroendo/index.htm
ACTH
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/hypopit/acth.html
Hormona do crescimento
http://www.docteurinfo.com/hormone_croissance.html
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/druginfo/uspdi/202269.html
Hormonas da hipófise
http://faculty.clintoncc.suny.edu/faculty/Michael.Gregory/files/Bio%20102/Bio%20102
%20lectures/Endocrine%20System/endocrin.htm
http://www.ohsupituitary.com/patients/about.asp
MSH
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/M/MSH.html
Somatostatina
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/otherendo/somatostatin.html
Acromegalia
http://www.moffitt.org/moffittapps/ccj/v9n3/pdf/232.pdf
http://www.aace.com/pub/pdf/guidelines/AcromegalyGuidelines2004.pdf
http://www.endocrine.niddk.nih.gov/pubs/acro/acro.htm
http://www.medstudents.com.br/endoc/endoc8.htm
http://www.tusalud.com.mx/120667.HTM
http://en.wikipedia.org/wiki/Acromegaly
http://emedicine.medscape.com/article/116366-overview
Ilustrações – acromegalia
http://www.dermis.net/dermisroot/pt/43454/image.htm
Deficiência da hormona do crescimento
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/001176.htm
http://www.magicfoundation.org/www/docs/108/growth_hormone_deficiency_in_child
ren.html
http://www.magicfoundation.org/www/docs/105/adult_growth_hormone_deficiency.ht
ml
http://www.docteurinfo.com/hormone_croissance.html
Diabetes insípida
http://www.diabetesinsipidus.org/4_types_di.htm
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/000377.htm
http://kidney.niddk.nih.gov/kudiseases/pubs/insipidus/index.htm
http://www.medicinenet.com/Script/Main/Art.asp?li=USA&ArticleKey=1912
http://en.wikipedia.org/wiki/Diabetes_insipidus
http://emedicine.medscape.com/article/117648-overview
http://www.mayoclinic.com/health/diabetes-insipidus/DS00799
http://familydoctor.org/online/famdocen/home/articles/048.html
Capítulo 3
TIROIDEIA
Introdução
Situação
São dois lobos oblongos situados na parte anterior do pescoço, colocada na parte antero-
superior da traqueia, em contacto com os primeiros anéis cartilagíneos.
Os lobos estão ligados entre si por uma delgada tira de tecido tiroideu, o istmo.
http://www.ghettodriveby.com/thyroid/
Cortesia de Greg Frogh
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/thyroide/athanat.htm
Fig. 3.1 – Situação da tiroide
Irrigação
É muito vascularizada.
E irrigada pelas artérias tiroideias inferiores, ramos das subclávias e pelas tiroideias
superiores, ramos das carótidas.
Enervação
O simpático provém dos gânglios simpáticos cervicais.
O parasimpático provém dos nervos laríngeos, ramos do vago.
Anatomia microscópica
O interior da glândula é constituído por 3 milhões de estruturas esféricas ocas, os
folículos.
A tiróide é formada por lobos, resultantes da coalescência de vários folículos.
O folículo é a estrutura base da tiroideia.
É revestido por células epiteliais, as células foliculares que produzem uma
glicoproteina, a tiroglobulina.
Fig. 1-5. A thyroid follicular cell, including: (a) apical vessel of cell; (e) endoplasmic reticulum; (d) colloid droplets;
(v) microvilli; (r) ribosomes on endoplasmic reticulum; (g) Golgi apparatus; (m) mitochondrion; (p) plasma
membrane; (c) capillary cells; (n) nucleus; (b) basement membrane; (o) open "pore" endothelial cells ; (c) cilium. (Reproduced by permission of the Journal of Ultrastructural Research).
http://www.thyroidmanager.org/Chapter1/1-frame.htm
Reproduced with permission from WWW.THYROIDMANAGER.ORG FREE on-line Endocrinology textbook
Cortesia do prof Leslie J. De Groot
Fig. 3.2 – Anatomia microscópica da tiróide
O epitélio tem dois tipos de células, as células vesiculares ou tireocitos segregando as
hormonas tiroideias e as células parviculares, células C ou células claras, segregando
a calcitonina.
No interior do folículo encontra-se um gel semiviscoso, o coloide.
http://education.vetmed.vt.edu/Curriculum/VM8054/Labs/Lab24/lab24.htm
Cortesia de Thomas Fletcher
Virgínia Maryla Regional College of Veterinary Medicine
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/thyroide/athanat.htm
Fig. 3.3 – Coloide
Estrutura das hormonas tiroideias
A tiróide produz duas hormonas, a tiroxina, tetraiodotironina ou T4 e a triodotironina ou
T3.
As duas são tironinas iodadas, a primeira com quatro átomos de iodo e a segunda com
três.
A tironina é um derivado da tirosina.
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/chem.html
Cortesia de Dick Bowen
Fig. 3.4 – Hormonas tiroideias
Síntese e secreção das hormonas
A síntese das hormonas tiroideias tem várias étapas:
Elaboração da tiroglobulina
Captação de iodo
Transferência bidireccional da tiroglobulina
Tiroglobulina
Estrutura
É uma glicoproteina, sendo um dímero cujo monómero tem 2750 aminoácidos.
O iodo fixa-se nos tirosilos.
Síntese
A síntese da proteína faz-se nos ribossomas do retículo endoplasmático.
A glicosilação faz-se no aparelho de Golgi.
A iodetação faz-se depois da reunião das moléculas de tiroglobulina.
Iodo
Origens
O iodo alimentar corresponde a 50-500mg/dia.
O iodo também provem da desiodetação das hormonas libertadas na glândula quando da
proteólise da tiroglobulina.
Transporte e concentração
A captação de iodo faz-se por transporte activo para o pólo apical, que necessita de ATP
e mantém na tiroideia uma concentração em iodo 30 a 100 vezes superior à do plasma.
Este transportador apical, chamado pendrina falta no sindroma de Pendredd em que há
hipotiroidismo associado a surdez, devido a um transporte anormal de cloro no ouvido
interno.
A regulação é feita pela TSH e pelo próprio iodo.
Quando há deficit alimentar de iodo (abaixo de 100 ug/dia) durante três meses ou mais,
surge hipotiroidismo.
Esta situação tem-se resolvido pelo enriquecimento em iodo da água de bebida.
A administração de grandes quantidades de iodo a deficientes crónicos em iodo pode
causar um hipertiroidismo transitório.
A amiodarona, medicamento rico em iodo pode causar hiper ou hipotiroidismo.
Síntese das hormonas
Oxidação do iodo
É oxidado por uma peroxidase .
2I ------------ I2
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/synthesis.html
Cortesia de Dick Bowen
http://www.thyroidmanager.org/Chapter1/1-frame.htm
Reproduced with permission from WWW.THYROIDMANAGER.ORG the FREE on-line Endocrinology
textbook".
Cortesia do prof. Leslie J. De Groot
Fig. 3.5 – Oxidação do iodo
Esta oxidação faz-se no pólo vesicular da célula, em face da cavidade folicular, que
contem a tiroglobulina.
A TSH acelera esta reacção.
Nas deficiências em peroxidase o iodo acumula-se no interior da célula, sem se fixar nas
tirosinas, originando um bócio.
Iodetação
Nesta fase fixam-se um ou dois átomos de iodo, formando-se monoiodotirosina (MIT) e
diiodotirosina (DIT) respectivamente
Associação
As DIT e MIT combinam-se com o iodo da tireoglobulinapara dar a T3 e a T4.
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/thyroide/athanat.htm
Fig. 3.6 – Iodetação da tironina
A T4 deveria ser considerada uma pró-hormona pois só a T3 é activa.
Armazenamento
As hormonas são armazenadas na tiroglobulinas.
Secreção
Proteólise da tiroglobulina
A TSH induz as células tiroideias a fagocitarem a tiroglobulina por pinocitose.
Os lisossomas migram e os seus enzimas proteoliticos degradam a tiroglobulina.
As T3 e T4 passam para a circulação.
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/synthesis.html
Cortesía de
Dick Bowen
Colorado State University
Fig.3.7 – Proteolise da tiroglobulina
A T4 é libertada em muito maior quantidade que a T3 (80u/dia de T4 e4 de T3).
O propiltiouracilo (PTU) metimazol e carbimazol inibem a peroxidase.
http://www.thyroidmanager.org/Chapter2/2-frame.htm
Reproduced with permission from WWW.THYROIDMANAGER.ORG the FREE on-line Endocrinology
textbook".
Cortesia de Leslie de Groot
Fig.3.8 – Metabolismo das hotmonas tiroideias
Conversão da T4 em T3
As desiodases dos tecidos periféricos, especialmente do fígado, convertem 1/3 da T4 em
T3.
Este enzima é inibido pelo propiltiouracilo, alguns beta-bloqueantes, corticosteroides,
amiodarona e inanição e estimulado por uma hiper-alimentação.
Transporte no plasma
A T4 e em menor extensão a T3 são transportadas por várias proteínas séricas:
TBG (Thyroid Binding Globulin), existente em pequenas quantidades mas
com grande afinidade para a T4.
Transtiretrina ou TBPA (Thyroxine Binding Pré Albumin) que também
transporta o retinol como proteína de ligação do retinol.
Mutantes deste transportador causam neuropatias amilóides e cardiomiopatias
A albumina também é um transportador.
Hormona livre
Uma pequena porção circula livre, constituindo a fracção activa por ser a única que
penetra na célula.
Catabolismo das hormonas
Conjugação
As hormonas são eliminadas pela bílis como glicuro ou sulfoconjugados.
Parte dos conjugados são hidrolisados por glicuronidases ou sulfatases e a iodotironina
é reabsorvida – ciclo enterohepatico das hormonas tiroideias.
http://www.thyroidmanager.org/Chapter3/3c-frame.htm
Reproduced with permission from WWW.THYROIDMANAGER.ORG the FREE on-line Endocrinology
textbook".
Cortesia do prof. Leslie J. De Groot
Fig. 3.9 – Catabolismo das hormonas
Modificação da cadeia lateral
Cadeia lateral pode sofrer uma série de transformações (desaminação, descarboxilação,
oxidação) para formar os ácidos triiodoacético (TRIAC) e tetraiodoacético ( TETRAC)
Estes compostos são desiodados, sendo parte do iodo excretado pela urina e outra parte
recuperada
Efeitos celulares da T3
Dissociação da fosforilação oxidativa
A T3 actua sobre uma proteína mitocondrial, a proteína dissociante 3, que dissocia a
fosforilação oxidativa do transporte de electrões.
Como consequência há aumento da produção de calor por dissipação da energia não
aproveitada na fosforilação oxidativa e por esta razão os hipertiroideus estão quentes e
têm sudação intensa.
Pelo contrário os hipotiroideus têm um metabolismo basal muito baixo.
Receptores nucleares
Ligação aos receptores
A T3 pode penetrar na célula por transporte activo e ligar-se a um receptor nuclear.
O complexo T3-receptor liga-se ao TRE (Thyroxine Response Element) do DNA.
O TRE pode existir como monómero, dímero ou heterodímero (RXR) sendo este último
o que tem mais afinidade.
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/receptors.html
Cortesia de
R. Bowen
Colorado State University
Fig. 3.10– Receptires
Mecanismo de acção do T3
Quando não está ligado à hormona o RXR liga-se à histona-desacilase (HDA)e tem um
efeito inibitório
Quando ligado, activa a histona transacetilase (HTA) e tem efeitos estimulatorios
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/receptors.html
Cortesia de
R. Bowen
Colorado State University
Fig. 3.11 – Mecanismo de acção das hormonas tiroideias
Efeitos nos tecidos
Expressão aumentada da Na/K ATPase.
Captação de cálcio pelo sarcolema aumentada.
Aumento dos receptores beta-adrenérgicos no miocárdio.
Crescimento do osso.
Crescimento neuronal.
Desenvolvimento cerebral.
Calcitonina
É um polipeptido segregado pelas células parafoliculares.
Baixa a calcémia, sendo portanto antagonista da parathormomona.
Inibe os osteoclastos e portanto a reabsorção óssea e saída de cálcio.
Estimula a captação de cálcio e a sua incorporação na matriz óssea.
A sua secreção é estimulada pelo aumento do cálcio ionizado no sangue ao passo que
um valor baixo diminui.
Parece que a calcitonina só tem importância fisiológica no crescimento.
BIBLIOGRAFIA
http://www.caducee.net/DossierSpecialises/endocrinologie/thyroide1.asp
http://www.medicinenet.com/thyroid/focus.htm
http://cpmcnet.columbia.edu/dept/thyroid/disorders.html
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/index.html
http://www.csa.com/discoveryguides/thyroid/overview.php?SID=ke08jmss21afe85n6ln
qap1sn2
http://www.angelfire.com/tx/thyroid/index.html
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=endocrin&part=A235
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/thyroide/athanat.htm
http://www.thyroidmanager.org/Chapter1/1-frame.htm
http://www.mfi.ku.dk/ppaulev/chapter28/kap28.htm
Anatomia e fisiologia da tiróide
http://www.caducee.net/DossierSpecialises/endocrinologie/thyroide1.asp
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/thyroide/athanat.htm
http://www.thyroidmanager.org/Chapter4/4-frame.htm
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/calcitonin.html
Bioquímica das hormonas tiroideias
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/chem.html
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/synthesis.html
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/thyroide/athanat.htm
Folículos tiroideus
http://education.vetmed.vt.edu/Curriculum/VM8054/Labs/Lab24/lab24.htm
http://www.thyroidmanager.org/Chapter1/1-frame.htm
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/thyroide/athanat.htm
Mecanismo de acção das hormonas tiroideias
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/receptors.html
http://www.thyroidmanager.org/Chapter3/3d/3d-frame.htm
Metabolismo das hormonas tiroideias
http://www.thyroidmanager.org/Chapter3/3c/3c-frame.htm
Transporte e captação da hormona tiroideia
http://www.thyroidmanager.org/Chapter3/3a/3a-frame.htm
http://www.thyroidmanager.org/Chapter3/3b/3b-frame.htm
Capítulo 4
PATOLOGIA DA TIROIDEIA
Hipotiroidismo
Mixedema
É a forma observada no adulto.
Manifesta-se por um metabolismo basal baixo, sensação de frio, letargia, diminuição
das capacidades mentais, entre outros sinais.
Bócio
Se o mixedema é causado pela carência em iodo a glândula hipertrofia-se e surge o
bócio endémico ou mixedematoso.
Deve-se a um ciclo vicioso - como a tiroglobulina não se pode iodar nem formar
hormonas, a TSH continua a excreção de tiroglobulina que se acumula e forma o bócio.
Ficando sem tratamento, com o tempo as células esgotam-se e a tiróide atrofia-se.
http://en.wikipedia.org/wiki/Goiter
http://en.wikipedia.org/wiki/Goiter
Fig. 4.1 - Bócio
Cretinismo
É o hipotiroidismo da criança.
Manifesta-se por baixa estatura, língua e pescoço espesso e atraso mental.
Deve-se a uma anomalia genética ou a uma carência da mãe em iodo.
Hipertiroidismo
A forma mais comum é a doença de Graves ou doença de Basedow.
É uma doença auto-imune devida à secreção dos auto-anticorpos TSI (Thyroid
Stimulating Immunoglobulin) que tem efeitos semelhantes aos da TSH.
Manifesta-se por metabolismo basal elevado, sensação de calor e sudação, taquicardia
com arritmia, nervosismo e emagrecimento.
Uma outra característica é a exoftalmia – saliência anormal dos olhos por edema e
depois fibrose dos tecidos situados atrás dos olhos.
http://www.eyeatlas.com/Eyeatlas/Orbit.html
Fig. 4.2 – Exoftalmia
Capítulo 5
PARATIROIDEIAS
Introdução
Anatomia macroscópica
As paratiroideias são pequenas glândulas em geral incrustadas na face posterior da
tiroideia.
Em geral são quatro.
Têm a forma, o tamanho e a cor de um grão de mostarda.
Podem ter tamanhos maiores, como o de uma ervilha.
Podem ter outras localizações – acima da tiróide – tórax.
http://en.wikipedia.org/wiki/Parathyroid_gland
Fig. 5.1 – Situação das paratiroideias
Anatomia microscópica
As células estão dispostas em cordões espessos ramificados.
Há dois tipos de células – oxífilas e principais.
As células oxífilas estão disseminadas, não se conhecendo a sua função.
As células principais são numerosas e segregam a parathormona.
Estrutura
A parathormona é um polipeptido de 84 aminoácidos.
É sintetizada como pré-pro-PTH.
Fisiologia
A hormona paratiroideia ou PTH é a reguladora da concentração de cálcio nos líquidos
extracélulares.
Aumenta a concentração plasmática do ião cálcio e diminui a do potássio.
A sua acção exerce-se nos ossos, rins e intestinos.
Sensor do cálcio
É um receptor associado à proteína G.
Activa a fosfolipase C e inibe a adenilciclase.
Controla a secreção de PTH e de calcitonina.
Ossos
Os ossos respondem rapidamente a variações mínimas de PTH (2-3 horas).
A PTH permeabiliza as membranas celulares ao cálcio, que em seguida será bombeado
para o sangue pelas CaATPases.
A activação dos osteoclastos tem um papel secundário.
Rins
Estimula a reabsorção do cálcio na parte distal do nefrónio.
Inibe a reabsorção dos fosfatos.
Estimula a absorção do cálcio pela formação do calcitriol, forma activa da vitamina D,
que actua sobre um receptor nuclear.
Intestinos
O calcitriol estimula a síntese da calbindina e de uma bomba sódio-cálcio membranária
HIPOCALCEMIA
AMP cíclico
PTH
Síntese do calcitriol
Fig. 5.2 – Regulação da hipocalcemia
HIPERCALCEMIA
Calcitonina
Inibição dos osteoclastos
Fig. 5.3 – Regulação da hipercalcemia
´
Patologia
Hiperparatiroidismo
Deve-se em geral a um adenoma.
Com a perda de cálcio pelos ossos, este é substituído por tecido conjuntivo.
Os ossos são moles e deformam-se com facilidade.
Hipoparatiroidismo
A causa mais frequente é a sua ablacção quando de uma cirurgia da tiroideia.
A hipocalcémia provoca uma excitabilidade dos neurónios podendo provocar espasmos,
convulsões e mesmo tetania.
BIBLIOGRAFIA
http://parathyroid.com/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=endocrin&part=A742
http://en.wikipedia.org/wiki/Parathyroid_gland
http://www.mythyroid.com/parathyroids.html
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/pth.html
Anatomia e fisiologia das paratiroideias
http://www.univ-st-etienne.fr/lbti/Mednucl/AtlasEnd/parathy/rbase.htm
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/thyroid/pth.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Parathyroid_gland
Capítulo 6
SUPRARENAIS
Anatomia
Anatomia macroscópica
Estão situadas nos pólos superiores dos dois rins.
http://en.wikipedia.org/wiki/Adrenal_gland
Fig. 6.1 - Suprarenais
Anatomia microscópica
As células corticais são células grandes com gotículas de colesterol.
Dispõem-se em três zonas concêntricas – glomerulada, fasciculada e reticulada.
http://www.ouhsc.edu/histology/Glass%20slides/39_03.jpg
Cortesia de Kennon Garrett
Fig.6.2 – Histologia da suprarenal
Zona glomerulada
É a zona mais superficial.
Produz mineralocorticoides.
Zona fasciculada
É a mais extensa das três.
Produz os glicocorticoides.
Zona reticulada
É a mais interna, em contacto com a medula suprarenal.
Estrutura e síntese das hormonas
Classificação
Dividem-se em glicocorticoides, mineralocorticoides e androgénios.
Provêm do colesterol.
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/basics/steroidogenesis.html
Cortesia de
R. Bowen
Colorado State University
Fig. 6.3 – Hormonas da suprarenal
Metabolismo dos mineralocorticoides
Síntese
http://www.sciencebio.com/FacBio/BioCell/Mito/FBMiB.htm
Cortesia de F.Gilbert
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Corticosteroid-biosynthetic-pathway-rat.png
Fig. 6.4 – Sintese do cortisol e da aldosterona
Transporte
A aldosterona circula no plasma em parte ligada à albumina e em parte ligada à CBG
(Cortisol Binding Globulina) ou transcortina.
A transcortina, sintetizada no fígado liga-se principalmente ao cortisol mas também a
outros corticoides.
Eliminação
No fígado parte é conjugada com o ácido glicurónico e outra parte sofre reduções
sucessivas dando di, tetra e hexahidroaldosteronas que se podem conjugar com os
ácidos glicurónico ou sulfúrico.
Metabolismo dos glicocorticoides
Fig. 6.5 - Cortisol
Uma pequena percentagem (5%) circula não combinada.
O restante está ligado 90% à transcortina e 5% à albumina.
Metabolismo dos androgénios
Síntese
A deidroepiandrosterona e o 4-androsteno têm uma acção virilizante muito pequena,
praticamente nula se comparada com a testosterona.
Parte transforma-se em testosterona.
No homem a percentagem formada é mínima se comparada com a testosterona de
origem testicular.
Na mulher representa 60% da testosterona plasmática, embora a sua totalidade seja
pequena.
Transporte
No plasma são transportados pela albumina, com a qual têm uma afinidade fraca.
Fisiologia
Mineralocorticoides
Rins
Reabsorção de sódio por troca com potássio e hidrogénio.
Na falta de aldosterona o sódio não é reabsorvido, sendo eliminado em muita
quantidade pela urina e diminuindo no sangue (hiponatrémia).
Esta situação acarreta diminuição do volume do sangue (hipovolémia) associado a
hipotensão, hiperkaliémia (aumento do potássio no sangue) e acidose.
FALTA DE ALDOSTERONA
Reabsorção de sódio
Hipernatruria
Hiponatrémia
Hipovolémia
Hipotensão
Fig. 6.6 – Falta de aldosterona
No hiperaldosteronismo há hipernatrémia e hipervolémia associada a hipertensão e
alcalose.
HIPERALDOSTERONISMO
Hipernatrémia
Hipervolémia
Hipertensão Fig. 6.7 - Hiperaldosteronismo
Intestino
Há reabsorção de sódio que é acompanhado da água.
Na deficiência há diarreia com hipovolémia e hipotensão.
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/surren/asucosu.htm
Fig. 6.8 – Acção da aldosterona no intestino
Glicocorticoides
Acção neoglicogenica
Facilitam a entrada dos aminoácidos na célula hepática e estimulam as transaminases
Estimulam os enzimas da neoglicogénese.
Efeito anti-insulina
Inibe a secreção de insulina.
Diminui a sensibilidade dos tecidos periféricos à insulina.
Estimula a secreção da glucagina.
Diminui a captação de glicose pelos tecidos periféricos.
Têm uma acção glicogénica, estimulando a glicogénio sintetase.
Lípidos
Estimula a lipólise.
Os ácidos gordos libertados são substractos da neoglicogénese.
Acção anti-inflamatória
Diminui a libertação de histamina pelos mastocitos.
Diminui a permeabilidade capilar na resposta inflamatória.
Diminui a fagocitose.
Reduz as manifestações inflamatórias – vermelhidão, calor, edema, dor.
É imunosupressor.
Pele
Inibe o crescimento dos fibroblastos e a síntese dos mucopolisacáridos, com a
consequente acção negativa sobre a cicatrização das feridas.
Músculos
É anabolisante.
Androgenios
No adulto o efeito virilizante dos androgenios é nulo.
Na criança e na mulher o seu excesso pode ter um efeito virilizante.
No nascimento o seu teor é elevado, diminui em seguida para haver um pico na pré-
puberdade, o que explica o desenvolvimento dos pelos axilares e púbicos nos rapazes e
nas raparigas.
Receptores
Há dois receptores citoplásmáticos.
O tipo I tem afinidade alta para os mineralocorticoides e moderada para os
glicocorticoides.
O tipo II tem grande afinidade para um corticoide de síntese, a dexametasona, e menor
para os glicorticoides.
Regulação
ACTH
Acção sobre a suprarenal
Aumenta a secreção de mineralocorticoides, tendo um efeito menor sobre os
androgénios e quase nulo sobre os mineralocorticoides.
Actua principalmente sobre a desmolase, tendo um efeito menor sobre as hidroxilases.
Acções extra-suprarenais
Tem acções lipolítica, melanotropa e anti-edematosa.
Modo de acção
Age sobre o sistema adenil-ciclase-AMP cíclico.
Sistema renina-angiotensina
É o maior regulador da aldosterona.
A renina é um enzima sintetizado nas células do aparelho juxtaglomerular do rim, sendo
armazenada em grânulos e depois segregada para agir sobre o angiotensinogénio.
O angiotensinogénio é uma globulina sintetizada no fígado que no sangue sofre a acção
da resina em angiotensina I e esta pelo enzima de conversão transforma-se em
angiotensina II.
O receptor da angiotensina II activa o sistema fosfolipase C-inositol-fosfato.
A hipovolemia causada pela hiponatrémia aumenta a actividade da renina.
O simpático e as catecolaminas agem sobre as células juxtaglomerulares provocando a
secreção de renina.
BIBLIOGRAFIA
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=endocrin&part=A442
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/adrenal/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Adrenal_gland
ACTH
http://www.endotext.org/neuroendo/neuroendo1/neuroendoframe1.htm
http://www.endotext.org/adrenal/adrenal5/adrenalframe5.htm
Anatomia e fisiologia da suprarenal
http://www.univ-st-etienne.fr/lbti/Mednucl/AtlasEnd/surren/suanat.htm
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/adrenal/index.html
http://www.endotext.org/adrenal/adrenal1/adrenalframe1.htm
Androgénios suprarenais
http://www.endotext.org/adrenal/adrenal3/adrenalframe3.htm
Esteroidogenese
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/basics/steroidogenesis.html
http://www.sciencebio.com/FacBio/BioCell/Mito/FBMiB.htm
Histologia das suprarenais
http://www.anatomyatlases.org/MicroscopicAnatomy/Section15/Plate15292.shtml
Mecanismo de acção das hormonas suprarenais
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/surren/asucosu.htm
Metabolismo das hormonas suprarenais
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Corticosteroid-biosynthetic-pathway-rat.png
Capítulo 7
PATOLOGIA DAS SUPRARENAIS
Doença de Cushing
Causas
Deve-se ao aumento de cortisona.
Pode dever-se a um tumor da hipófise, a um tumor produtor de ACTH (pulmões,
pâncreas, rins) ou a um tumor do córtex.
Na maior parte dos casos deve-se à administração de fortes doses de corticoides.
Sintomas
Hiperglicémia persistente (diabetes esteroide).
Grande perda da massa muscular e óssea.
Retenção de água e sal.
Cara em meia-lua.
Redistribuição da gordura no abdómen e atrás do pescoço.
Fragilidade cutânea com equimoses frequentes.
Pouca resistência às infecções.
http://cushings.homestead.com/Photos.html
Fig. 7.1 – Cara em meia lua
Doença de Addison
Deficiência em glico e mineralocorticoides.
Perda ponderal.
Hipoglicémia e hiponatrémia.
Hipokaliémia.
Hipovolémia e hipotensão.
Stress
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/adrenal/gluco.html
Cortesia de Dick Bowen
Fig. 7.2 - Stress
Capítulo 8
PÂNCREAS
Anatomia
É um órgão mole de forma triangular situado atrás do estômago.
É simultaneamente uma glândula endócrina e uma glândula exócrina.
http://en.wikipedia.org/wiki/Pancreas
Fig. 8.1 - Pâncreas
Anatomia microscópica
Ilhéus de Langerhans
A maior parte do pâncreas é constituída pelas células acinosas que segregam os enzimas
pancreáticos.
Disseminados entre as células acinosas encontram-se os ilhéus de Langerhans que
produzem as hormonas e constituem a unidade funcional do pâncreas endócrino.
Correspondem apenas a 1% do pâncreas.
Estão rodeados por uma membrana em contacto com capilares.
Os ilhéus são rodeados por terminações nervosas, simpáticas e parasimpaticas.
cells within the pancreas that synthesize and secrete hormones.
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/pancreas/anatomy.html
Cortesia de Dick Bowen
Fig.8.2 – Ilheus de Langerhans
Tipos célulares
As células beta constituem 70% das células. Estão situadas no centro. Segregam
insulina.
As células alfa situadas ao longo dos eixos vasculares segregam a glucagina.
Representam 20% das células.
As células delta situadas na periferia segregam somatostatina e gastrina.
As células gama ou F segregam o polipéptido pancreático.
Insulina
Estrutura
Formada por duas cadeias, A e B, ligadas por pontes S-S.
A cadeia A tem 21 aminoácidos e a B 30.
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/pancreas/insulin_struct.html
Cortesia de Dick Bowen
Fig. 8.3 – Insulina
Há uma especificidade de espécie mas as insulinas animais são activas no homem.
Síntese
Faz-se nas células beta como uma preproinsulina de 110 aminoácidos que dará uma
proinsulina de 84.
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/pancreas/insulin.html
Cortesia de Dick Bowen
Fig. 8.4 - Síntese da insulina
Na pró-insulina as duas cadeias estão ligadas por um péptido de 33 aminoácidos, o
péptido C que lhe dá propriedades antigenicas.
As vesículas fundem-se com a membrana e a pró-insulina converte-se em insulina.
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/pancreas/insulin.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Insulinpath.png
Fig. 8.5 – Secreção da insulina
A insulina vai para o fígado pela veia porta
Catabolismo
Uma insulinase existente no fígado e no pâncreas destrói a insulina, cindindo as pontes
S-S.
Glucagina
Estrutura
Segregada pelas células alfa.
Pertence ao sistema APUD tal como a secretina, péptido intestinal vasoactivo (VIP) e
gastrina.
Constituída por uma cadeia única de 29 aminoácidos.
Síntese
Existe como preproglucagina de 180 aminoácidos que se cinde em proglucagina de 37 e
glucagina.
A proglucagina é convertida em glucagina pela prohormona convertase.
É armazenada em grânulos no aparelho de Golgi que são segregados por exocitose.
A libertação da glucagina é estimulada pela hipoglicémia e inibida pela hiperglicémia,
insulina e somastatina.
Catabolismo
É degradada no fígado, rim e plasma.
Homeostase da glicose
A insulina e a glucagina são as peças fundamentais do metabolismo da glicose.
Pareceu-nos útil fazer um estudo conjunto desta homeostase.
A glicólise e a neoglicogénese são controladas pelos mesmos mecanismos para que
funcione apenas uma das vias.
Estudaremos em seguida os principais mecanismos de regulação.
Nível energético
Quando há um baixo nível energético (ATP baixo, AMP elevado) a glicólise é inibida e
é estimulada a neoglicogénese.
Quanto há um alto nível energético (ATP, citratos) passa-se o contrário.
Quais os mecanismos envolvidos? Os baixos níveis energéticos estimulam os enzimas
glicolítico chave e inibem os glicogénico chave, passando-se o oposto nos altos níveis
energéticos.
AMP cíclico
Muitas hormonas utilizam o AMP cíclico como segundo mensageiro. A adenilciclase
catalisa a síntese do AMP cíclico. É estimulada pela adrenalina e glucagina e inibida
pela insulina.
A fosdioesterase destrói o AMP cíclico. É estimulada pela insulina.
Como consequência a insulina baixa o AMP cíclico e a glucagina sobe.
A estimulação do AMP cíclico está relacionada com a formação de glicose pois
estimula a neoglicogénese pela estimulação da lipólise e inibe a glicogenólise..
Glicocorticoides
Aceleram os catabolismos proteico e lipídico facilitando a neoglicogénese por
alimentarem a via comum.
O acetil-CoA formado no catabolismo estimula a pirúvico-carboxilase e inibe os
glicolítico chave.
Induzem a síntese dos enzimas glicogénico chave.
Insulina
Captação da glicose
Facilita a entrada da glicose na célula por acção sobre os sistemas de transporte.
Há dois tipos de transportadores da glicose – dependentes do sódio e independentes do
sódio.
Os dependentes do sódio não respondem à insulina e encontram-se no lume das células
intestinais e renais.
A insulina aumenta o número de transportadores independentes do sódio, existentes nos
adipocitos e músculos esquelético e cardíaco, transloca os transportadores do
compartimento intracélular para a membrana.
http://en.wikipedia.org/wiki/Insulin
http://en.wikipedia.org/wiki/Diabetes
Mechanism of insulin release in normal pancreatic beta cells. Insulin production is more or less constant within the
beta cells, irrespective of blood glucose levels. It is stored within vacuoles pending release, via exocytosis, which is
primarily triggered by food, chiefly food containing absorbable glucose. The chief trigger is a rise in blood glucose
levels after eating
http://en.wikipedia.org/wiki/Insulin
Fig. 8.6 – Captação da glicose
Receptores da insulina
Têm duas subunidades alfa e duas beta.
As subunidades alfa são extracelulares e têm os domínios de ligação da insulina.
As beta são intracelulares.
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/pancreas/insulin_phys.html
Cortesia de
R. Bowen
Colorado State University
Fig. 8.7 – Receptores da insulina
São tirosina-cinases.
Trasferem ATP para tirosinas de proteinas alvo intracelulares.
A ligação da insulina às cadeias alfa autofosforila-as, levando-as a fosforilar proteínas
intracelulares, das quais a mais importante é o IRS-1( Insulin Receptor Substrate-1).
Quando a estimulação acaba dá-se a desfosforilação.
Acção sobre enzimas
Estimula e induz dos enzimas glicolítico-chave.
Inibe dos enzimas glicogénico-chave.
Induz dos enzimas da lipogénese.
Diminui a lipólise.
A acção da insulina conduz à diminuição da neoglicogenese e aumento da glicolise.
Todos estes efeitos concorrem para uma diminuição da glicémia.
Quando há falta de insulina (diabetes) há hiperglicémia.
Glucagina e adrenalina
Têm uma acção oposta à da insulina pois estimulam o AMP cíclico.
Glucagina ou adrenalina
Adenilciclase
AMP cíclico
Glicogenolise
Fig. 8.8 – Acção da glucagina e adrenalina
Fígado
Quando a glicémia está elevada há uma captação elevada de glicose pelo fígado e uma
libertação quando está baixa.
Se a glicémia está baixa há glicogenólise e se está alta há glicólise e glicogénese.
O fígado comporta-se assim como um termóstato.
Rim
A glicose é uma substância de limiar só sendo eliminada pela urina quando o seu teor
no sangue é superior a 180 mg%.
A eliminação da glicose (glicosúria) a partir deste valor tem um papel regulador.
Em certas doenças, como na diabetes insípida, há eliminação de glicose com glicémias
muito baixas – diabetes renal.
Músculo
A insulina facilita a penetração da glicose no músculo constituindo um sistema
regulador, criando limitações à quantidade de glicose disponível para a glicólise e
glicogénese.
A adrenalina estimula a glicogénese, formando-se glicose-6-fosfato.
Como a glicose-6-fosfato não pode ser desfosforilada devido à ausência da glicose-6-
fosfatase, toda ela entrará na glicólise.
Tecido adiposo
O aprovisionamento da glicose é, como no músculo, regulado pela insulina.
Cérebro
Ao contrário das outras células que para lá da glicose consomem ácidos gordos e corpos
cetónicos, as células cerebrais só utilizam a glicose como fonte de energia.
A glicose entra nas células cerebrais por um gradiente de concentrações, sem
intervenção da insulina.
Células gama e delta
Células delta
Segregam a somastatina.
É constituída por dois péptidos, um com 14 aminoácidos e outro com 28.
Reduz a velocidade com que os alimentos são absorvidos.
Também é segregada pelo hipotálamo e intestino.
Células gama
Segregam o polipeptido pancreático com 36 aminoácidos, que parece reduzir o apetite.
BIBLIOGRAFIA
Fisiologia da glucagina
http://diabetesmanager.pbwiki.com/Glucagon-Physiology
Formação da insulina
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/pancreas/insulin.html
http://diabetesmanager.pbwiki.com/Insulin%2BBiosynthesis%252C%2BSecretion%252
C%2BStructure%252C%2Band%2BStructure-Activity%2BRelationships
Ilustrações- insulina
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Insulinpath.png
Ilhéus de Langerhans
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/pancreas/anatomy.html
Receptores da insulina
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/pancreas/insulin_phys.html
Transporte e absorção de glucidos, lípidos e prótidos
http://en.wikipedia.org/wiki/Insulin
http://diabetesmanager.pbwiki.com/Insulin-signaling-and-action%253A-
glucose%252C-lipids%252C-protein
Capítulo 9
DIABETES
A diabetes mellitus é uma doença heterogénia caracterizada pela presença de
hiperglicémia.
A hiperglicémia é sempre devida a uma deficiência da acção da insulina.
As duas principais causas são a menor produção de insulina pelo pâncreas ou uma
resposta deficiente da insulina nos órgãos alvo.
Estas duas causas definem dois tipos de diabetes – tipo 1 e tipo 2 respectivamente.
Diabetes tipo 1
Causas
Destruição auto-imune das células beta dos ilhéus de Langerhans.
A reacção inicia-se por um mecanismo desconhecido.
A destruição das células beta desencadeia uma menor produção de insulina com
hiperglicémia e os outros sinais de diabetes.
Parece ser o resultado da combinação de uma susceptibilidade genética com factores
ambientais.
Fases
Existência de auto-anticorpos com glicose pós-prandial normal.
Diminuição da tolerância à glicose.
Hiperglicémia em jejum embora se produza ainda insulina suficiente para produzir a
cetose.
A produção de insulina desce ainda mais e os doentes tornam-se dependentes da
insulina exógena.
Complicações
Aterosclerose, neuropatia periférica, insuficiência renal, retinopatia.
O desenvolvimento e gravidade destas complicações dependem do substracto genético e
do grau de controlo metabólico.
Um controle rigoroso da glicémia reduz o risco das complicações de 35 a 75%.
Diabetes tipo 2
Causas
Surge no adulto, quase sempre após a meia-idade.
Não é auto-imune.
A susceptibilidade genética é um requisito indispensável mas a sua expressão clínica
está determinada em parte por factores ambientais.
Em normais a secreção de insulina segue um padrão regular, excepto quando há
ingestão de glicose.
Nos tipo 2 a resposta à ingestão de glicose é inadequada e os padrões basais são
elevados, sinais de resistência à insulina.
Fases
Glicémia estável apesar da resistência à insulina.
Hiperglicémia pós-prandial.
Complicações
As mesmas do tipo 1.
Tratamento
A perda de peso, o aumento do exercício físico e a supressão do açucar são os métodos
mais efectivos.
Quando não resultam totalmente devem ser complementados com hipoglicemiantes
orais como as sulfanilureias ou as biguanidas.
Via dos poliois
Alguns tecidos como o cristalino têm uma aldose redutase que transforma a glicose em
sorbitol.
A sorbitol deidrogenase transforma o sorbitol em frutose.
Como a aldose redutase tem um Km elevado para a glicose, esta via só é importante
para valores elevados de glicose.
Na diabetes a hiperglicémia associada a uma inibição da sorbitol deidrogenase provoca
um aumento de sorbitol, nomeadamente no cristalino.
O sorbitol acumulado provoca tumefacção do cristalino, podendo levar à cegueira.
Capítulo 10
SINDROMA PLURIMETABÓLICO
Conceito
Em 1965 na reunião da EASD, AVOCARO e CREPALDI deram o nome de
sindroma plurimetabólico à associação de hipertensão, hiperlipémia, obesidade e
diabetes. HALPERN e MESQUITA (1,2) a partir de 1980 retomaram este nome para
designar a associação da obesidade pelo menos com um dos sintomas indicados no
quadro 10.I.
Quadro 10.I
Sintomas associados à obesidade no SPM
Hipertrigliceridémia
Hiperuricémia
Tolerância à glicose diminuida
Colesterol das HDL diminuido
Poliglobulia
Outros autores descreveram posteriormente outras designações para sindromas
semelhantes. Quadro 10.II
Designações semelhantes
Sindroma X
Quarteto mortal
Hiperlipémia familiar dislipémica
Hiperinsulinismo
Num estudo efectuado em 200 casos de SPM observamos hiperinsulinémia em jejum
e post-prandial avaliado pela razão glicose/insulina.
Fig. 10.1 - Resistência à insulina
Qual o significado?
Estudos prospectivos mostraram uma maior prevalência de doença coronária nos
indivíduos com os maiores teores em insulina, tendo-se proposto que a hiperinsulinémia
possa ser considerada um factor de risco.
Resistencia à insulina
Como explicar o insulinismo e a resistência à insulina?
A ingestão excessiva de glucidos irá provocar um aumento de secreção da insulina e
um aumento de volume dos adipocitos. A hiperinsulinémia provoca por um mecanismo
de regulação uma diminuição do número de receptores e o aumento dos adipocitos
alterações do sistema pós–receptores.
A fig 10.2 explica este mecanismo.
Fig. 10.2 - Resistência à insulina
Sobrecarga em glicose
Fizemos nos 200 casos citados, provas de sobrecarga em glicose.
Fig. 10.3 - Sobrecargas em glicose
Em todos obtivemos o mesmo padrão de resposta – pico máximo de subida da
glicose e triglicéridos aos 60 minutos, resultados diferentes dos obtidos nos diabéticos e
obesos.
Quadro 10.IV
Picos máximos
Em todas estas provas foram realizados doseamentos de magnésio, tendo observado
comportamentos diferentes. Na altura do pico máximo de glicose havia uma descida
considerável de magnésio nos normais que era muito reduzida no SPM e ausente na
diabetes.
A baixa do magnésio nos normais poderá explicar-se pelo consumo do magnésio
para a metabolização da insulina. A descida diminuída ou ausência de descida serão um
marcador de uma má metabolização da insulina.
Triglicéridos
Foram descritas relações entre hiperinsulinémia crónica e hipertrigliceridémia. Em
ratos a que se provocou uma diabetes crónica, a hiperinsulinémia estava relacionada
com a produção de VLDL e actividade lipoproteina lipase aumentada. Como nestas
situações há uma diminuição dos ácidos gordos livres, é possivel que os triglicéridos ser
formem a partir de glucidos, sendo a frutose um melhor precursor que a glicose.
É possível que a hipertrigliceridémia seja a causa da resistência à insulina Em
doentes magros com hipertrigliceridémia e resistência à insulina, o gemfibrozil baixa
estes dois parâmetros o que sugere o papel causal da hipertrigliceridémia.
Ácido úrico
Factos
Há uma relação nítida entre triglicéridos e ácido úrico. Num estudo feito em 400
casos constatámos que a maior percentagem de hiperuricémias se concentra nas
hiperlipémias tipo IV, ou seja, nas hipertrigliceridémias.
Quadro 10.V
Acido úrico e hiperlipemias
Fig. 10.4 - Uricemia nos normolipemicos
Fig. 10.5 - Uricemia nos tipos IV
Analisando o comportamento da uricémia em provas de sobrecarga, constata-se que
o ácido úrico segue sempre os triglicéridos.
Fig. 10.6 - Acido úrico e trigliceridos
Em doentes obesos com hipertrigliceridémia e hiperuricémia sujeitos a dieta de
emagrecimento, observámos uma descida simultânea dos triglicéridos e do ácido úrico.
Fig. 10.7 - Dietas de emagrecimento
Interpretação
Não foi apresentada até hoje uma teoria plenamente confirmada que permita uma
interpretação cabal destes fenómenos.Com os dados disponíveis procurámos elaborar
uma explicação plausível mas que não está totalmente importante.
Após provas de sobrecarga em frutose observamos mesmo aos 120m valores
elevados de frutose ao contrário dos normais.
Este facto levou-nos a propor uma alteração do metabolismo da frutose para explicar
os altos valores residuais observados.
Como explicar esta alteração? A via habitual do metabolismo da frutose é a sua
fosforilação pelo ATP em frutose-1-fosfato e a cisão desta em gliceraldeido e
fosfodihidroxiacetona, A fosfodihidroxiacetona entra directamente na glicólise, mas o
gliceraldeido para entrar terá que ser prèviamente fosforilado. Se o gliceraldeido não se
fosforilasse, este seguiria uma via alternativa formando triglicéridos.
Fig. 10.8 - Metabolismo da frutose
Esta hipótese é puramente especulativa pois não foi aplicado qualquer trabalho sobre
a actividade do enzima que fosforila o gliceraldeido.
Como explicar a hiperuricémia? A degradação das purinas em ácido úrico é inibida
pelo ATP. Havendo muita produção de frutose-1.fosfato, haveria uma depleccção de
ATP e portanto não haveria inibição.
Segundo esta tentativa explicativa o aumento simultâneo dos triglicéridos e ácido
úrico têm um elo comum – a alteração do metabolismo da frutose.
Fig. 10.9 - Metabolismo do ácido úrico
É interessante sublinhar que na gota a sobrecarga em frutose só aumenta o ácido
úrico, o que certamente se explica por a gota não ser devida a uma alteração do
metabolismo da frutose, mas sim do ácido úrico.
Na fig 10.10 damos uma visão global desta hipótese.
Fig. 10.10 - Visão global
Poliglobulia
No tipo IV a poliglobulia é frequente .
Fig. 26.11 - Poliglobulia
Esta poliglobulia poderá estar associada às alterações das trocas alveolo-capilares e á
susceptibilidade a baixas pO2 descritas em tipos IV.
Recentemente foi descrito o sindroma da classe turística em aviões que se poderia
explicar pelo menos parcialmente com baixas pressões de pO2 quando a pressurização
corresponder a altitudes de 1500 a 3000 metros.
Sintomatologia
Para lá da obesidade, componente obrigatório deste sindroma, encontrámos
frequentemente sindroma vertiginoso, sonolência pós-prandial, polifagia e polidipsia e
com uma menor frequência insónia e astenia.
Sindroma pré-plurimetabólico
Antecedentes familiares de obesidade.
Peso normal.
Prova de tolerância à glicose como no SPM.
Capítulo 11
EPÍFISE
Anatomia
Pequena glândula de forma cónica ligada ao tecto do terceiro ventrículo, no diencéfalo.
http://www.crystalinks.com/thirdeyepineal.htmle
Cortesia de crystalinks
Fig. 11.1 - Situação da epífise
Varia de tamanho conforme as espécies.
Nos homens tem 1cm.de comprimento enquanto que nos cães tem 1mm.
As suas células secretoras, os pinealocitos, estão situadas em cachos e em cordões.
Melatonina
Síntese
A melatonina é a hormona segregada pela epífise.
Sintetiza-se a partir da serotonina.
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/otherendo/pineal.html
Cortesia de Dick Bowen
Fig.11.2 – Síntese da melatonina
O enzima limitante é a N-serotonina-aciltransferase (NAT).
Ritmo circadiano
A melatonina não é detectável durante o dia mas aumenta fortemente durante a noite.
A duração da secreção de melatonina é proporcional ao comprimento da noite.
Esta resposta deve-se à inibição pela luz da transcrição da N-serotonina-aciltransferase.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Biological_clock_human.PNG
Fig. 11.3 – Ritmo circadiano
Receptores
São receptores ligados à proteína G.
A maior densidade de receptores encontra-se no núcleo supraquiasmatico do
hipotálamo, antehipófise e retina.
Vias aferentes
A luz captada pela retina desencadeia impulsos nervosos que se dirigem ao núcleo
supraquiasmatico.
Pelo tracto retino-hipotalâmico e daí à medula e gânglios cervicais, donde sobem
neurónios pós-ganglionares para a epífise.
A luz inibe a actividade do núcleo supraquiasmatico que deixam assim de estimular o
simpático, parando a secreção de melatonina.
À noite a inibição é removida, a nor-adrenalina libertada pelos terminais simpáticos
aumenta o AMP cíclico que irá estimular a secreção de serotonina.
Capítulo 12
HORMONAS DIGESTIVAS
Hormone Major Activities Stimuli for Release
Gastrin Stimulates gastric acid secretion and proliferation of gastric epithelium
Presence of peptides and amino acids in gastric lumen
Cholecystokinin Stimulates secretion of pancreatic enzymes, and contraction and emptying of the gall bladder
Presence of fatty acids and amino acids in the small intestine
Secretin Stimulates secretion of water and bicarbonate from the pancreas and bile ducts
Acidic pH in the lumen of the small intestine
Ghrelin Appears to be a strong stimulant for appetite and feeding; also a potent stimulator of growth hormone secretion.
Not clear, but secretion peaks prior to feeding and diminishes with gastric filling
Motilin Apparently involved in stimulating housekeeping patterns of motility in the stomach and small intestine
Not clear, but secretion is associated with fasting
Gastric inhibitory
polypeptide
Inhibits gastric secretion and motility and potentiates release of insulin from beta cells in response to elevated blood glucose concentration
Presence of fat and glucose in the small intestine
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/gi/overview.html
Cortesia de Dick Bowen
Gastrina
Estrutura
Hormona peptidica de 17 aminoácidos cuja parte activa é a carboxiterminal.
É sintetizada como uma préprohormona
É cindida pós-traducionalmente em vários péptidos, gastrina34 (grande gastrina),
gastrina 17 (pequena gastrina) e gastrina 14 (minigastrina) todas activas.
http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/gi/gastrin.html
Cortesia de
R. Bowen
Colorado State University
Fig. 12.1 - Gastrina
A forma predominante é a gastrina 34.
Um péptido sintético com cinco aminoácidos, a pentagastrina também é activo.
Secreção
É segregada pelas células G do estômago quando os alimentos chegam à bolsa gástrica
ou antes pela acção do pneumogástrico.
É estimulada por alguns péptidos e aminoácidos, cálcio, café, vinho e cerveja.
São inibidores pH baixo, somastatina, secretina, GIP, VIP, glucagina e calcitonina.
Fisiologia
Estimulação da secreção gástrica
Os receptores da gastrina encontram-se nas células parietais.
O receptor da gastrina é idêntico ao da colecistocinina – é o receptor CCK-B.
É um receptor associado à proteina G.
O complexo receptor-gastrina aumenta o cálcio intracelular pela produção de inositol-
fosfato.
A estimulação das células liberta a histamina que se irá ligar aos receptores H2 das
células parietais para reforçar a estimulação.
Crescimento da mucosa gástrica
Estimula o desenvolvimento da mucosa gástrica e o crescimento do estômago.
Estimula a síntese gástrica de DNA, RNA e proteínas.
Aumenta o número de células parietais.
Estimulação das células acinares do pancreas
Atendendo que o receptor é comum com a colecistocinina também estimula a secreção
das células acinares.
Patologia
A hipergastrinémia manifesta-se pelo sindroma de Zollinger-Ellison.
Surgem úlceras gástricas devido à secreção não controlada de ácido clorídrico.
É causada por gastrinomas (tumores das células segregando gastrina).
Colecistocinina
Estrutura
Tem muitas semelhanças com a gastrina.
Formam-se vários péptidos com estrutura comum na parte carboxiterminal –CCK8,
CCK33. CCK38 e CCK59.
Para ter actividade as sete tirosinas terminais têm que estar sulfatadas.
Receptores
O receptor CCKA é comum nas células acinares.
O CCKB é igual ao receptor da gastrina.
Fisiologia
O principal estímulo é representado por lípidos e prótidos parcialmente digeridos.
Liberta para o duodeno os enzimas digestivos pancreáticos e contrai a vesícula para
expulsar a bílis para o intestino.
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/endocrine/gi/cck.html
Cortesia de Dick Bowen
Fig. 12.2 – Secreção de colecistocinina
Quando a absorção acaba cessa a produção de colecistocinina.
Também é produzida nos neurónios vagais, enviando para o bulbo um sinal de
saciedade.
Secretina
Estrutura
É um polipéptido de 27 aminoácidos, sintetizado como préprohormona.
A sua sequência em aminoácidos está relacionada com a glucagina, VIP e péptido
inibidor gástrico.
Fisiologia
É segregada no duodeno em resposta ao ácido clorídrico gástrico.
O seu receptor está associado à proteína G.
Estimula a produção de um líquido rico em bicarbonatos pelo pâncreas exócrino.
Grelina
Estrutura
Péptido de 28 aminoácidos sintetizada nas células epiteliais atapetando o fundo do
estômago, existindo como préprohormona.
Receptores
O seu receptor encontra-se na ante-hipófise e actua sobre a hormona do crescimento.
Fisiologia
Estimula a secreção da hormona do crescimento.
Regula o balanço energético aumentando a sensação de fome actuando sobre os centros
hipotalâmicos opondo-se às acções da leptina, PYY e obestatina.
A grelina tem os seus níveis mais baixos pouco tempo depois da ingestão de alimentos e
aumenta até à próxima refeição.
Estimula o esvaziamento gástrico.
Aumenta o débito cardíaco.
Patologia
A sua concentração está aumentada nos obesos.
Na anorexia nervosa, os seus níveis estão aumentados diminuindo quando o peso
começa a aumentar.
Na doença de Prader-Wili, em que os doentes têm um apetite voraz, a grelina está
muitíssimo aumentada.
Está a ser investigado um anticorpo anti-grelina que poderá ser usado como uma vacina
contra a obesidade.
Motilina
Estrutura
Péptido de 22 aminoácidos segregado pelo intestino delgado.
Fisiologia
Aumenta o peristaltismo no estômago e intestinos na ausência de alimentos, sendo
segregada cada 100 minutos.
O seu objectivo é manter o estômago e intestino delgado livres de material não digerido,
actuando sobre o complexo motor migrante.
Agonistas
A eritromicina e outros macrolidos são agonistas da motilina.
Obestatina
Estrutura
Codificada pelo mesmo gene da grelina.
A prohormona seria cindida nestas duas proteínas.
Fisiologia
Os seus efeitos são opostos aos da grelina
QUADRO 12.I
Grelina e obestatina
___________________________________________________________________
Efeitos Grelina Obestatina
Apetite + -
Esvaziamento gástrico + -
Peristaltismo + -
Peso + -
Patologia
Está a ser estudado o seu emprego para combater a obesidade.
Enteroglucagina (Péptidos semelhantes à glucagina)
Estrutura
A proglucagina também se exprime no intestino delgado terminal e no intestino grosso,
cindindo-se em péptidos diferentes da glucagina.
Os mais importantes são os GLP 1 e 2 e a ocintomodulina.
GLP-1 (Glucagon-like peptide 1)
Inibe o esvaziamento gástrico e as secreções gástricas e pancreática.
Também é sintetizado no cérebro.
Pode desempenhar um papel no controle da ingestão alimentar.
GLP-2
A sua acção não está bem caracterizada.
Parece estimular a proliferação das células epiteliais do intestino.
Ocintomodulina
Liga-se ao receptor da glucagina mas com fraca actividade, pelo que se pensa que não
terá significado fisiológico.
GIP (Péptido Inibidor Gástrico)
Estrutura
Tem uma estrutura próxima da secretina.
Foi conhecido como enterogastrona.
Fisiologia
Foram-lhe atribuídas acções semelhantes às da secretina, mas estas não se observam em
doses fisiológicas.
A sua acção é induzir a secreção de insulina quando há hiperosmolaridade no duodeno.
Considera-se mais correcto o nome de péptido insulinotrópico dependendo da glicose
mas mantem-se o acrónimo GIP.
Também estimula a lipoproteina lipase.
Patologia
A diabetes tipo 2 não responde ao GIP
VIP (Péptido vasoactivo intestinal)
Estrutura
É um péptido de 28 aminoácidos sintetizado no pâncreas.
É da família da secretina.
Fisiologia
Intestinos
Estimula a secreção de água e electrólitos.
Dilata os músculos intestinais.
Dilata os vasos periféricos.
Estimula a secreção de bicarbonatos pelo pâncreas.
Inibe a acção da gastrina sobre a secreção gástrica.
Sistema nervoso
Tem receptores no cérebro e alguns nervos autónomos
Parece estar relacionado com o relógio biológico detectando informações sobre a luz
ambiente transmitidas pela retina
Coração
Também há receptores no coração
Vasodilatação coronária
Efeitos inotrópico e cronotrópico positivos
Patologia
Há VIPomas do pâncreas ou sistema nervoso, associados a diarreias aquosas crónicas.