Fitoterapia verdades e_mentiras

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Fitoterapia Verdades e Mentiras Prof. Sérgio Franceschini [email protected]

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A realidade da fitoterapia no Brasil

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Fitoterapia Verdades e

Mentiras

Prof. Sérgio Franceschini

[email protected]

”� Nosso problema, como cientistas de hoje, é que não estudamos história e, por isso, achamos que os gênios de hoje são mais inteligentes do que qualquer pessoa que viveu no passado.�

D. Suzuki, 1998

O descobrimento das propriedades curativas das plantas foi, no início, meramente intuitivo ou, observando os animais que, quando doentes, buscavam nas ervas cura para suas afecções.

muito ativos ao ingerir grãos de café (Coffea arabica), melhoravam a digestão ao ingerir o boldo do Chile (Peumus boldus), ficavam muito calmos ao ingerir as folhas do maracujá (Passiflora sp.), o lagarto, ao ser picado pela cobra se protege com o sumo da raiz da guaçatonga (Casearea sylvestris); a águia ao ser picada por uma serpente venenosa, voa a procura do guaco (Mikania sp.) a fim de comer suas folhas, que contém vedelolactonas, substância que age como antídoto de veneno de cobra, os chimpanzés africanos que costumam colocar na boca folhas de um malmequer do gênero Aspilia, que contém tiarubina A, substância que atua sobre bactérias, fungos e vermes, e deve ser absorvida através das mucosas, pois é inativada pelo suco gástrico. Os chimpanzés não engolem as folhas, apenas ficam comprimindo-as contra as mucosas.

“O único animal que questiona a fitoterapia é o ser humano, todos os

outros já nascem sabendo...”Sérgio Franceschini

Fitoterapia no Ocidente

Em 1873, o egiptólogo alemão Georg Ebers encontrou um rolo de papiro que dizia: "Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as partes do corpo humano“, considerado o primeiro tratado médico egípcio, onde contavam o zimbro, a semente de linho, o funcho, o alho, a folha de sene e o lírio .

Em 1924, na Inglaterra, os técnicos do Museu Britânico conseguiram identificar 250 vegetais, minerais e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas eram conhecidas pelo babilônios. Nos pergaminhos da época são citadas ervas como o cânhamo indiano, utilizado como analgésico, nos casos de reumatismo.

Hipócrates reuniu a totalidade dos conhecimentos médicos de seu tempo no conjunto de tratados conhecidos pelo nome de Corpus Hipocraticum, onde, para cada enfermidade, descreve um remédio vegetal e o tratamento correspondente.

Dioscórides inventariou, no seu tratado De Matéria Medica, mais de 500 drogas de origem vegetal, mineral ou animal.

Galeno, ligou o seu nome ao que se denomina "farmácia galênica", onde as plantas não são mais usadas na forma de pó e sim em preparações, nas quais são usados solventes como álcool, água ou vinagre, e servem para conservar e concentrar os componentes ativos das plantas, sendo utilizadas para preparar ungüentos, emplastros e outras formas.

O longo período que se seguiu, no Ocidente, designado por Idade Média, não foi exatamente uma época caracterizada por rápidos progressos científicos.

Foi, no entanto, no Renascimento, com a valorização da experimentação e da observação direta, com as grandes viagens para as Índias e a América, que se deu origem a um novo período de progresso no conhecimento das plantas e suas aplicações.

Paracelso (início do século XVI ), tentou relacionar as virtudes das plantas com as suas propriedades morfológicas, sua forma e sua cor. Conhecida como a "teoria dos sinais" ou "teoria da similitude". Considerava que uma doença podia se curar com aquilo que com ela tivesse semelhança.

A partir de século XV houve uma preocupação em catalogar um grande número de vegetais, identificando-os e classificando-os de acordo com a procedência, e características dos princípios ativos.

Finalmente, os esforços de classificação culminam, em 1735, com a publicação do Systema Naturae, de Lineu.

Fitoterapia no Brasil

Tradição Popular

Indígenas

Colonizadores Portugueses, Espanhóis, Holandeses e Franceses.

EscravosAfricanos

Migrações intra regionais:

*Transmitidas por oralidade (avós, pais, filhos...)

GABRIEL SOARES DE SOUSA (1540-1591):Observações sobre a experiência de portugueses, índios e negros no Brasil colônia. Hoehne, baseado em suas informações, pode determinar cientificamente a maioria das 210 espécies vegetais citadas no texto.JOSÉ DE ANCHIETA (1533-1597):Foi também médico e enfermeiro dos indígenas, conhecendo e aplicando inúmeras plantas utilizadas pelos povos tupi, durante o processo de catequização. PISO (1611-1678); MARCGRAVE (1610-1643): As obras de Marcgrave (médico, desenhista e botânico) e de Piso (médico e zoólogo) no que se refere ao clima, água, solo, moléstias tropicais e sua etiologia, botânica e zoologia, são efetivamente importantíssimas porque anteciparam em mais de 100 anos o surgimento da botânica na Europa. Identificaram 132 espécies vegetais utilizadas no Brasil. SIMÃO PINHEIRO MORÃO (1620-1686):Historicamente é o primeiro livro, escrito por um português no Brasil, versando exclusivamente sobre matéria médica. A finalidade do livro era difundir no seio da população os meios práticos de preservação e combate ao sarampo e às bexigas (varíola). Utilizava plantas européias, mas também nativas no tratamento das doenças.

MANUEL ARRUDA DA CÂMARA (1752-1811):Médico e botânico pernambucano, formado em medicina em Montpellier na França, publicou vários estudos botânicos sobre a flora brasileira. Pesquisador pioneiro da flora, fauna e recursos naturais de toda uma região que vai do rio São Francisco aos sertões do Piauí. Publicou vários livros entre eles, “A Almécega e a Carnaúba” (1809).BERNARDINO ANTONIO GOMES (1768-1823):Médico português que em 1810, inicia os estudos sobre as cascas da quina, descobrindo uma substância cristalizável, mais tarde reconhecida como um alcalóide, e que denominou “cinchonina”, ocorrência publicada em novembro de 1811. Graças a essa descoberta e à sua divulgação, Caventou e Pelletier descobriram em 1818 a quinina, responsável pela ação antimalárica. Viveu no Rio de Janeiro de 1797 a 1801, tendo assim a oportunidade de estudar não somente a ipecacuanha e a canela, mas ainda redigir observações botânico médicas sobre plantas brasileiras, algumas delas descritas por ele, pela primeira vez, na literatura científica. Identificou e estudou 15 plantas medicinais brasileiras. FRANCISCO ANTONIO SAMPAIO: Médico português, exerceu a profissão na Vila da Cachoeira (BA) desde 1758. O manuscrito de sua única obra, somente no século XX foi encontrada e ainda assim incompleta, faltando o terceiro tomo referente ao reino mineral. Apesar disso é uma obra importante e autêntica sobre a prática terapêutica popular da época. Estudou e desenhou 83 plantas medicinais brasileiras utilizadas no Brasil.

VELLOZO (1742-1811):Filósofo e teólogo brasileiro que ocupa um lugar de destaque pela sua obra monumental intitulada “Flora Fluminensis”, terminada em 1790 mas só foi publicada em 1825 (60 fascículos, formando 11 volumes ), sob encomenda do governo imperial, traz as descrições e ilustrações de 1640 vegetais brasileiros, incluindo também inúmeras indicações ecológicas, muitos nomes indígenas e práticas terapêuticas populares e indígenas.SAINT-HILAIRE (1779-1853):Naturalista francês que veio ao Brasil em 1816 e percorreu diversas províncias, estudando a flora brasileira. Publicou inúmeros diários de viagem e obras botânicas sobre a flora brasileira. Registrou práticas médicas populares da época e propriedades medicinais de diversas plantas brasileiras. CAMINHOÁ (1835-1896):- Médico e professor de botânica, formado no Rio de Janeiro. Autor de obra didática que resume a botânica do século XIX. Em sua tese de concurso para a cadeira de Botânica Médica, estudou as plantas tóxicas do Brasil. Registra inúmeras práticas medicinais populares em seu livro.

MARTIUS (1794-1868):- Médico, zoólogo e botânico alemão, que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo da flora brasileira. Coordenou uma equipe de botânicos para escrever a maior obra de botânica sobre o Brasil, a “Flora Brasiliensis”, terminada em 1906, após a sua morte. Das 10.000 descrições de espécies, pelo menos 5.939 eram novas para a ciência. Além disso estudou também as plantas medicinais, inclusive, as espécies utilizadas pelas tribos indígenas. Observou e experimentou inúmeras práticas médicas populares nas regiões por onde percorreu.MELLO MORAES (1816-1882):- Médico formado na Bahia. Organizou, em formato de dicionário, obra em que reúne informações sobre práticas medicinais populares recolhidas pessoalmente e também de outros autores contemporâneos. CHERNOVIZ (1812-1881):- Médico polonês, diplomado em Montpellier em 1837, e depois naturalizado brasileiro. Escreveu o “Chernoviz”, como ficou conhecido no Brasil, onde registrava os tratamentos alopáticos reconhecidos, mas também incluía receituário de plantas medicinais brasileiras, e de outros países, assim como, alcalóides e produtos químicos. A principal causa do sucesso das sucessivas edições do “Chernoviz” prendia-se à maneira como Chernoviz conseguia retratar a concepção artesanal, leiga e mágica da medicina, listando de forma abundante, fórmulas para a fabricação caseira de medicamentos ou para a encomenda em boticas.

LANGGAARD (1813-1883): Médico dinamarquês, formado em Copenhague e em 1848 adquiriu nacionalidade brasileira, escreveu um livro que foi considerado um memorial terapêutico ,com a indicação abreviada dos meios empregados no tratamento das moléstias e um formulário com a descrição de plantas indígenas e européias, com suas respectivas ilustrações e produtos de natureza química, com suas respectivas indicações terapêuticas. BARBOSA RODRIGUES (1842-1909): - Botânico e antropólogo brasileiro. Publicou diversos livros sobre etnografia indígena e sobre lendas e línguas indígenas. Explorou a Amazônia, recolhendo material botânico e etnográfico. Analisa a botânica indígena e reconhece a unidade e racionalidade da nomenclatura indígena. Estuda em profundidade o curare e desvenda os mistérios de sua manipulação e seus antídotos, definindo os diversos tipos de curare, produzidos de acordo com sua utilidade e com as sutis gradações de seus efeitos, colocando em evidência que a cultura indígena era bem mais profunda do que se imaginava até então.

Enquanto no Brasil existe a polêmica em relação a

fitoterapia, no mundo......

Pau Brasilroubaram dos povos indígenas da região o segredo de como extrair um pigmento vermelho do Pau Brasil. A árvore que deu ao Brasil seu nome, está sendo preservada apenas em alguns jardins botânicos.AçaíFruto da palmeira Euterpe oleracea da região amazônica que teve seu nome registrado no Japão, em 2003. Por causa de pressão de organizações não-governamentais da Amazônia, o governo japonês cancelou esta patente.

AndirobaA árvore (Carapa guianensis) é comum nas várzeas da Amazônia. O óleo e extrato de seus frutos foram registrados pela empresa francesa Yves Roches, no Japão, França, União Européia e Estados Unidos, em 1999. E pela empresa japonesa Masaru Morita, em 1999.

CopaíbaA copaíba (Copaifera sp), teve sua patente registrada pela empresa francesa Technico-flor, em 1993, e no ano seguinte na Organização Mundial de Propriedade Intelectual. A empresa norte-americana Aveda tem uma patente de Copaíba, registrada em 1999.

CupuaçuFruto da árvore (Theobroma Grandiflorum), que pertence à mesma família do cacaueiro. Existem várias patentes sobre a extração do óleo da semente do cupuaçu e a produção do chocolate da fruta. Quase todas as patentes registradas pela empresa Asahi Foods, do Japão, entre 2001 e 2002. A empresa inglesa de cosméticos Body Shop também tem uma patente do cupuaçu, registrada em 1998.

Espinheira SantaA espinheira santa (Maytenus ilicifolia) é nativa de muitas partes da América do Sul e sudeste do Brasil. A empresa japonesa Nippon Mektron detém uma patente de um remédio que se utiliza do extrato da espinheira santa, desde 1996.

JaborandiPlanta (Pilocarpus pennatifolius) só encontrada no Brasil, o jaborandi tem sua patente registrada pela indústria farmacêutica alemã Merk, em 1991.Biribiri No Canadá, a empresa Biolink, patenteou rupununine, uma substância extraída das sementes do bibiri (Octotea radioei), planta da Amazônia. O povo Wapixana de Roraima usa esta substância como um anticoncepcional. MandiocaA Biolink quer patentear cumaniol, uma substância extraída de um veneno feito da mandioca selvagem, usado para pesca na Amazônia. O novo produto, de acordo com a companhia Canadense, pode ser usado para parar o coração durante cirurgias delicadas.

Veneno da jararacaA jararaca (Bothrops jararaca) é uma espécie nativa de cobra da Mata Atlântica. O laboratório Squibb usou uma pesquisa que havia sido desenvolvida no Brasil e patenteou a droga Captopril, contra hipertensão, nos anos 70.CurareUma mistura tóxica de várias plantas, usada tradicionalmente por algumas etnias indígenas da Amazônia, para envenenar as pontas de suas flechas cuja fórmula foi mantida em segredo pelos índios durante séculos, Alexander von Humboldt foi o primeiro Europeu, em 1800, a testemunhar e descrever como os ingredientes eram preparados. O curare começaria a ser utilizado como um anestésico em 1943, quatro anos depois que seu ingrediente ativo, o d-tubocurarine foi isolado. QuininaOs povos indígenas usavam a planta para tratamento de febre. Derivado da árvore de cinchona (Cinchona officinalis), ela foi usada na década 20 nos Estados Unidos para o tratamento de malária. O produto ficou conhecido como "casca de febre dos Índios" (Indian fever bark) e foi usado na Europa desde o inicio do século 16. A demanda pela cinchona desencadeou um processo de exploração que quase a fez extinta. Contrabandeando a planta da América do Sul para Java, em 1865, o inglês Charles Ledger, na verdade, contribuiu com sua preservação. E apenas sessenta anos mais tarde, mais que 95% do quinina do mundo vinha de Java.

SeringueiraOutro caso de biopirataria, foi o contrabando de 70.000 sementes da árvore de seringueira, Hevea brasiliensis, da região de Santarém no Pará no ano de 1876, pelo inglês Henry Wickham. As sementes foram contrabandeadas para o Royal Botanic Garden, em Londres e daí, após seleção genética, levadas para a Malásia, África e outras destinações tropicais. Após algumas décadas a Malásia passou a ser o principal exportador mundial de látex, prejudicando economicamente o Brasil.

Pau RosaÓleo vendido para a França, utilizado na elaboração do Chanel nº5.

Biopirataria de vegetais: O transporte é bastante simples, podendo esconder sementes, gêmulas ou culturas em bolsos, canetas, frascos de cosméticos, dobras e costuras das roupas, entre outras formas. Além disso, o comércio legalizado de plantas medicinais e a indústria de fitoterápicos disponibilizam livremente fragmentos e extratos vegetais que podem ser adquiridos nos mercados e feiras e levados sem nenhuma restrição.

A Fitoterapia na Tradição Popular Brasileira

Uso popular: Farmacopéia popular brasileira.“Fitoterápico tradicional é aquele elaborado a partir de planta medicinal de uso alicerçado na tradição popular, sem evidências, conhecidos ou informados de risco à saúde do usuário, cuja eficácia é validada através de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentação tecnocientífica ou publicações indexadas”.

Somatória de tradições:Indígena + Européia + Nordestina + Africana

Além das plantas regionais existe também o uso de plantas aclimatadas.

Saúde:Estar bem disposto para trabalhar e alimentar-se bem.

Não existe prevenção, somente tratamento

Gravidade da doença:1- Tempo de permanência dos sintomas.

2- Comportamento fora do normal.

Tipos de doenças:1- Doenças do corpo doenças de remédios.

2- Doenças do espírito doenças de reza.3- Doenças do alimento carnes e peixes “ramosos”.

Tratamentos:1- Plantas (receitas aprendidas com parentes)

2- Rezas e benzimentos.3- “Comida plantada melhor que comida comprada”.

Plantas + Partes de animais + Minerais + Material disponível. As receitas básicas são comuns em várias regiões, sempre ensinadas por avós, pais, etc..., mas percebe-se sempre a incorporação de algum produto por facilidade de encontrar na região ou por intuição.

Quanto mais grave a doença maior o número de plantas, animais ou minerais.

Existem adaptações conforme a necessidade ou a facilidade na obtenção das plantas.

As fórmulas tem sempre efeito curativo e nunca preventivo.

Exemplos:Malária: Carapanaúba ou Quina.Diarréia: folha Goiaba ou casca de Macaé em forma de chá.Diarréia prolongada: casca de Mirí para lavagem.Infecções e inflamações: óleo de Copaíba.Bronquite: Mel + Copaíba + Azeite doce + Limão.Pneumonia: Copaíba + Leite + Presa de queixada.Gripe: Mangaratiá (gengibre) + Malvarisco + Limão.Cansaço: casca de Castanheira + ovo de Tracaja

A Fitoterapia na Ciência- Uso científico:Resoluções Anvisa + Programa Nacional de Plantas Medicinais + Pesquisas Brasileiras e de outros países.

Políticas Públicas na Área de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

OMS – Organização Mundial de Saúde (1970) 80% população práticas tradicionais 85% plantas

Portaria 971 (maio/2006)Implanta no SUS acupuntura, fitoterapia, homeopatia, termalismo.

Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, (dezembro de 2008) Portaria 2960/2008

Objetivo de inserir, com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS. O programa busca também promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros.

Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus) - (fevereiro de 2009)

Orientar estudos que possam subsidiar a elaboração da relação de fitoterápicos disponíveis para uso da população, com segurança e eficácia para o tratamento de determinadas doenças

A grande verdade:1- Não existe planta milagrosa ou que cure todos os males.2- As plantas devem ser utilizadas estudando-se cada caso.3- Uma planta terapêutica funciona tão bem e tão rápido como qualquer medicamento.4- A maior parte das pessoas que usa a fitoterapia obtém informações com amigos e/ou parentes.5- Estudos demonstram que a maior parte das plantas são obtidas em quintais, terrenos, com vizinhos e em mercados6- As regras básicas devem ser seguidas a risca:Padrões primários

– Plantio, cultivo, colheita, secagem, conservação.

Padrões secundários– Utilização: infusão, decocção, tintura, pomada.

Objetivo:Qualidade e Quantidade

A história dos medicamentos

2.000 AC: agora, coma esta raiz

1.000 AC: aquela raiz é pagã. Agora, reze esta prece.

1.850 DC: aquela prece é superstição. Agora, beba esta poção

1.920 DC: aquela poção é óleo de serpente. Agora, tome esta pílula

1.945 DC: aquela pílula é ineficaz. Agora, leve esta penicilina

1955 DC: “oops”... Os micróbios mudaram! Agora, leve esta tetraciclina.

1960 - 1999: mais 39 “oops”... Agora, leve este antibiótico mais poderoso.

2.000 DC: os micróbios venceram! Agora, coma esta raiz.

CAJÚ – Anacardium ocidentale L.

Tupi guarani acaiú noz que se produz

Usos populares:-folhas: diarréia, cicatrizante e anestésico-fruto: reumatismo e eczemas-casca: inflamação-Óleo da castanha: anti-séptico, vermífugo.-Óleo da castanha: lamparinas

Alimento:Tumbança: castanha torrada moída e adoçada.Cajuada: suco do pseudofruto com água ou leite e adoçado.Cajuína: suco do pseudofruto filtrado, engarrafado e cozido em banho maria.Jeropiga: cajuína misturada com álcool.Mocororó: suco do pseudofruto cru ou cozido.

Pesquisas científicas:UnB (Universidade Católica de Brasília) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Óleo da Castanha Bloqueio de UVA e UVB Protetor solar.

CASTANHA DO BRASIL - Berthollitia excelsa H.B.K.

Usos populares:Folhas: febre e diarréias.Casca: diarréia e disenteria

Alimento:Sementes: cruas (principal produto de exportação)Sementes: farinha e óleo

Utilidade:Madeira: assoalhosOuriços: copos, cuias

Pesquisas científicas:Universidade de Illinois (Estados Unidos) Selênio

COPAÍBA - Copaífera langsdorffii D.

Usos populares:

Óleo extraído diretamente da planta.

Cicatrizante, anti-séptico, analgésico, expectorante, cistos,furúnculos, gripes, resfriados, erisipela, problemas de pele, etc...

O óleo de copaíba têm um uso terapêutico fundamental para o ribeirinho amazônico, é o fitoterápico, que segundoa tradição popular, tem “efeito para todos os tipos de doença”. Tanto que ele é incorporado a várias fórmulas populares.

GRAVIOLA – Annona muricata

Usos populares:Antibacteriana, Anticancerígena, Antiparasitas, Antitumor, Antiespasmódica, Adstringente, Citotóxica, Antitérmica, Hipotensiva, Inseticida, Controla o Sistema Nervoso, Expectorante, Sedativa, Medicamento Estomacal, Vasodilatador e Vermífugo- Fruta e suco: vermes, parasitas e febres; para aumentar o leite no período de lactação, e como um adstringente para diarréia e disenteria.- Sementes esmagadas: vermífugo contra parasitas internos, externos e vermes.- Casca, folhas e Polpa: sedativas, antiespasmódicas, hipotensivas e relaxantes.- Raiz profunda e as folhas: diabetes

Pesquisas científicas:Desde 1940 Vários estudos realizados por diferentes pesquisadores demonstraram que a raiz e também as folhas possuem ação hipotensiva, antiespasmódica, vasodilatadora, relaxante do músculo liso e em atividades de cardio-depressão em animais.