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Universidade Aberta do Brasil - UAB Universidade Federal de Santa Maria - UFSM Centro de Educação - CE Curso de Especialização a distância em Gestão Educacional Pólo: Palmas/TO Disciplina: Desenvolvimento Humano em Diferentes Abordagens – EAD. Professora: Lorena Marquezan. Tutora: Anelise Flores de Oliveira. Acadêmica: Flávia dos Passos Rodrigues Hawat Data: 29 de novembro de 2010. Atividade - Polo Palmas/TO – Faça uma síntese da Unidade, revisitando a teoria das inteligências múltiplas com comentários sobre a importância dos valores defendidos por Gardner: “O Bom, o Belo e o Verdadeiro”, especialmente na atuação como Gestor Educacional. (Valor = 0,5). Não se esqueçam de argumentar criticamente sobre as questões propostas.” A Teoria de Howard Gardner, psicólogo americano, objeto de estudo da Disciplina Desenvolvimento Humano em Diferentes Abordagens – EAD, configura-se em uma das mais significativas contribuições dadas à Educação, uma vez que requer ressignificação do sistema e de seus processos, bem como da essência do que é “ser” professor e aluno. Em suma, a necessidade de ressignificar está centrada na ideia de que a inteligência é o conjunto de habilidades e capacidades que o indivíduo desenvolve de resolver problemas e de criar o chamado produto cultural. Isso desmonta a teoria de que inteligente é aquele capaz de empreender o raciocínio lógico-matemático, apenas esse. Desse modo, Gardner, após estudos científicos, observou o funcionamento da mente humana e evidenciou a existência de

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Universidade Aberta do Brasil - UABUniversidade Federal de Santa Maria - UFSM

Centro de Educação - CECurso de Especialização a distância em Gestão Educacional

Pólo: Palmas/TO

Disciplina: Desenvolvimento Humano em Diferentes Abordagens – EAD.

Professora: Lorena Marquezan.

Tutora: Anelise Flores de Oliveira.

Acadêmica: Flávia dos Passos Rodrigues Hawat

Data: 29 de novembro de 2010.

Atividade - Polo Palmas/TO – “Faça uma síntese da Unidade, revisitando a teoria das inteligências múltiplas com comentários sobre a importância dos valores defendidos por Gardner: “O Bom, o Belo e o Verdadeiro”, especialmente na atuação como Gestor Educacional. (Valor = 0,5).Não se esqueçam de argumentar criticamente sobre as questões propostas.”

A Teoria de Howard Gardner, psicólogo americano, objeto de estudo da Disciplina Desenvolvimento Humano em Diferentes Abordagens – EAD, configura-se em uma das mais significativas contribuições dadas à Educação, uma vez que requer ressignificação do sistema e de seus processos, bem como da essência do que é “ser” professor e aluno.

Em suma, a necessidade de ressignificar está centrada na ideia de que a inteligência é o conjunto de habilidades e capacidades que o indivíduo desenvolve de resolver problemas e de criar o chamado produto cultural. Isso desmonta a teoria de que inteligente é aquele capaz de empreender o raciocínio lógico-matemático, apenas esse.

Desse modo, Gardner, após estudos científicos, observou o funcionamento da mente humana e evidenciou a existência de inteligências múltiplas, que existem concomitantemente e se desenvolvem variavelmente de um ser para outro. Elimina-se aqui a veracidade dos testes de inteligência realizados até então.

Os estudos de Gardner definiram até o momento a existência das seguintes inteligências:

1. Musical: permite a percepção e a organização de sons de forma criativa; típica de músicos, cantores, compositores;

2. Corporal-cinestésica: configura-se na capacidade de utilização do corpo; presente em atletas, bailarinos, mímicos;

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3. Lógico-matemática: permite o raciocínio dedutivo, a resolução de problemas matemáticos; é intimamente associada ao conhecimento científico e, por isso, foi considerada até à atualidade como a única forma de medição de inteligência;

4. Linguística: permite o trabalho criativo com as palavras, a organização de discurso, oral ou escrito; comum em poetas, escritores de modo geral, jornalistas, comunicadores etc;

5. Espacial: manifesta a capacidade de criação/visualização mental de uma realidade espacial que, em sequência, é transmitida para a realidade concreta; típica de arquitetos, engenheiros;

6. Interpessoal: permite a condição de um indivíduo se relacionar perfeitamente bem com os demais, compreendendo-os acima da capacidade normal, esperada nos outros; presente naqueles que manifestam a capacidade de liderança de grupos;

7. Intrapessoal: inteligência que possibilita ao ser a compreensão de si mesmo, em todas as esferas da vida; é a que mais permite condições para a existência de um grau satisfatório de autoestima;

8. Naturalista: percepção minuciosa do funcionamento da vida animal e vegetal; está entre os biólogos, ecologistas;

9. Existencial (em estudo ainda): possibilita a compreensão do transcendental, do cosmos; habilita para o entendimento de questões como a da vida/morte, das relações, do fim material e imaterial de todas as coisas.

Ademais, cogita-se a existência de uma décima inteligência, a pictória: faculdade de elaboração de objetos, imagens, situações, por meio do desenho.

Sendo assim, não cumpre mais à escola apenas ensinar a ler e a escrever, objetivando inserção da matemática em seguida. Ressignificar, segundo a teoria de Gardner, é contribuir para com a construção de um ambiente em que o maior número possível de inteligências seja contemplado e estimulado.

Por conseguinte, o currículo deveria passar a contar com um agente capaz de verificar perfis, objetivos e interesses dos alunos. O currículo deixaria de ser estático e passaria a ser ajustável ao aluno.

A evolução da Ciência tem sido grandiosa: de Joseph Gall (séc. XVIII), que estabeleceu, numa perspectiva hereditária, o tamanho da inteligência no tamanho do cérebro, passando por Ivan Pavlov (séc. XIX), cujo entendimento de inteligência era a resposta que cada indivíduo dava a um estímulo, indo até Alfred Binet e Theodore Simon, projetistas dos primeiros testes de inteligência, concebendo-a apenas como capacidade linguística, lógico-matemática e espacial do ser humano, sem nos esquecer de Piaget, que deu ênfase ao percurso de obtenção de um dado resultado e não ao resultado em si, e chegando a Vygotsky, que via inteligência como resultante da relação homem-objeto, mediada pela linguagem, fora percorrido um

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longo caminho até a postulação da teoria de Gardner, que revela novos conceitos acerca da organização cognitiva.

Assim, a Educação precisa utilizar esses avanços em função da própria evolução. Aos membros dessa engrenagem cumpre o papel de pensarem não só um novo caminho a oferecer ao aluno, mas como também a si mesmos. Note-se que há 25 anos, o bom “diretor” de uma escola era aquele capaz de organizar as finanças. Evidenciamos, à aquela época, a necessidade de uma Inteligência lógico-matemática. Hoje, o que espera a sociedade de “Gestor Escolar?” Que ele seja portador do maior número de inteligências possível. Isso se estende aos demais membros da escola, enquanto requisito de sucesso, próprio e em função do que precisa alcançar o aluno.

Surge aí a necessidade de a escola assumir o papel de propiciadora de condições para que se desenvolvam as múltiplas inteligências, observando sempre a conduta da verdade, da beleza e da moralidade, ou seja, do verdadeiro, do belo e do bom, contemplando três aspectos da relação do indivíduo com o mundo: a cognição, a estética das coisas, dos seres, e a prática de tudo o que aprende ao longo da vida.

À Gestão Educacional e à Gestão Escolar cumpre um novo pensar, um novo fazer, de modo que sejam respeitadas e incentivadas as capacidades múltiplas havidas em lugar chamado escola, cuja finalidade por que existe é o aluno.