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FLÁVIO RIBEIRO ALVES
Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros torácicos
de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal
São Paulo 2005
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FLÁVIO RIBEIRO ALVES
Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros
torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de
tração animal
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências
Departamento:
Cirurgia
Área de Concentração:
Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres
Orientador:
Profa. Dra. Arani Nanci Bomfim Mariana
São Paulo 2005
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Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO
(Biblioteca da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)
T.1550 Alves, Flávio Ribeiro FMVZ Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos
membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal / Flávio Ribeiro Alves. – São Paulo : F. R. Alves, 2005.
102 f. : il.
Dissertação (mestrado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Cirurgia, 2005.
Programa de Pós-graduação: Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres.
Área de concentração: Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres.
Orientador: Profa. Dra. Arani Nanci Bomfim Mariana.
1. Asininos. 2. Tendões. 3. Ligamentos articulares. 4. Angiografia. I. Título.
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome: ALVES, Flávio Ribeiro
Título: Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências
Data: _____/______/2005.
Banca Examinadora
Prof. Dr. ___________________________ Instituição: _______________________
Assinatura _________________________ Julgamento: ______________________
Prof. Dr. ___________________________ Instituição: _______________________
Assinatura _________________________ Julgamento: ______________________
Prof. Dr. ___________________________ Instituição: _______________________
Assinatura _________________________ Julgamento: ______________________
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A DEUS, presença certa em momentos incertos, meu grande guia por caminhos tortuosos e em quem resguardo toda confiança. Que tudo seja feito em teu nome, pela tua vontade, para tua Honra e Glória!
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Aos meus pais, grande benção concedida por Deus em minha vida; exemplo pleno de amor, dedicação e doação. A vocês todo o meu amor e eterna gratidão!
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A Jacyara, pela descoberta do amor puro e verdadeiro, pelo amor incondicional, paciência, compreensão e fortaleça em momentos de grande dificuldade. Que sejamos muito felizes!
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Ao meu primo, Raimundo (Duca), por toda uma lição de vida em meio a grandes batalhas, pelo espelho para construção de um caráter e por acreditar neste grande sonho. Que seja também sua esta vitória!
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Ao meu primo, Jucivan, grande exemplo de dedicação, superação e conquistas; por sua grande disposição em ajudar em todos os momentos. Meus sinceros agradecimentos!
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Agradecimentos
A professora Arani Nanci Bomfim Mariana, pela confiança em mim depositada na
orientação deste trabalho, conselhos, grandes ensinamentos. Por toda uma lição de vida e
acima de tudo pela grande amizade que construímos.
Ao Professor Porfírio Candanedo Guerra e a Profossara Rita de Maria Seabra
Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso,
grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os momentos. Por toda ajuda
oferecida, fundamental para a concretização de mais esta etapa.
A Professora Alana Lisléa de Sousa, pelos ensinamentos, pela confiança e
oportunidade oferecidas na busca pelo conhecimento.
Ao Professor Raimundo Alves Barrêto Júnior, mais que professor, um amigo sempre
pronto a ajudar nas horas difíceis.
A Professora Maria Angélica Miglino, pelo crédito e confiança para a concessão da
bolsa.
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Ao tio Manuel Quinzeiro e a tia Socorro, por toda ajuda, dedicação a esta causa e por
a todo instante sempre manifestando palavras de carinho e incentivo, mais do que amigos,
mas uma extensão da minha família
Ao meu irmão Talmir Quinzeiro Neto, grande amigo em todos os momentos;
companheiro fiel com o qual comecei a sonhar tudo isto, naquela feira de anatomia.
Ao meu irmão Pedro Paulo Machado, grande guerreiro, grande amigo e exemplo de
dedicação e força para concretização de um sonho. Por toda ajuda oferecida na dissecação
das peças anatômicas.
Ao meu grande amigo Carlos Eduardo Cruz Pinto (Cadu), sempre brincalhão e
descontraído. Pela ajuda essencial na dissecação das peças anatômicas.
A Silvana (Serviço de Radiologia), por todos os ensinamentos, por me mostrar mais
além do que apenas tons de cinza nesta especialidade a qual amamos; paciência e palavras de
incentivo e atenção.
Aos meus amigos de pós-graduação Margareth, Vanessa, Alex, Tais, Fernando
(cabelinho), Guilherme Buzon, Thiago, Priscilla (Camilinha), Fabiana (Fabi), Myrian,
André, pela amizade, companheirismo e por todos os momentos de diversão.
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A Jaqueline, Maicon, Graça e as amigas, Elizete e Ana Carvalho, “faíscas”, sempre
aptos ajudar quando necessário.
Ao Jefferson, a Claudinha, a tia Clarice (maizona) e a Priscila (irmanzinha), pela
atenção e carinho a cada instante.
A minha nova família em Cristo, a Igreja Evangélica em Cidade Universitária,
pessoas abençoadas com quem tenho a oportunidade de compartilhar momentos belíssimos de
louvor e adoração ao nosso DEUS.
A Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, pelo apoio logístico a pesquisa
Ao CNPq, pelo apoio financeiro a pesquisa.
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Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus pensamentos serão estabelecidos
Provérbios, 16, 3
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RESUMO
ALVES, F. R. Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal. [Anatomical and radiographic evaluation of the distal forelimb region in donkey (Equus asinus) used to traction role]. 2005. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
A espécie asinina (E. asinus) teve sua origem há milhares de anos, se desenvolvendo a partir
de um tronco comum ao do eqüino doméstico que conhecemos. Vem passando por um
processo adaptativo, apresentando características distintas, quando os observamos em diversas
partes do planeta. Na região nordeste do Brasil, desenvolve um papel fundamental,
influenciando diretamente na renda das famílias locais. Tendo em vista o grande número de
afecções locomotoras e a falta de cuidados a que estão submetidos, realizou-se um estudo
anatômico e radiográfico da região distal de seus membros torácicos, buscando-se subsídios a
prática clínica e cirúrgica dedicada a esses animais, bem como a compreensão de sua maior
resistência a lesões locomotoras, quando comparado ao eqüino. A avaliação anatômica
revelou características musculares semelhantes as já descritas para eqüinos. O exame
radiográfico evidenciou lesões severas, caracterizadas por osteíte podal e áreas de reabsorção
óssea e remodelamento na margem solear, associadas à rotação da falange distal. Ainda na
avaliação radiográfica, caracterizaram-se os principais vasos arteriais dessa região através de
técnica angiográfica. Não se observou correlação entre o ângulo de inclinação da muralha do
casco e falange distal, com a área de secção transversal dos tendões dos músculos flexores. As
maiores secções transversais para o tendão flexor digital superficial, profundo e interósseo,
mostraram coincidência com os pontos de maior estresse articular, caracterizando, assim, a
resistência dos asininos à lesões nestas estruturas em seu aparelho locomotor.
Palavras-chave: Asininos. Tendões. Ligamentos articulares. Angiografia.
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SUMMARY
ALVES, F. R. Anatomical and radiographic evaluation of the distal forelimb region in donkey (Equus asinus) used to traction role. [Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal]. 2005. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. The asinine species was originated thousands of years ago from the same branch of the
domestic equine. The asinine have been undergoing to a great adaptation resulting in different
characteristics of each population of asinine around the world. In the northeast region of
Brazil, they play an essential role in the income of the local families. Due to a large number of
locomotor disorders and a lack of professional care, an anatomic and radiographic study of the
distal forelimb region of the asinine was carried out in order to gather information to improve
the clinical and surgical practice in this species, and to explain the less susceptibility to
locomotor disorders compared to equines. The anatomical study showed that asinine have
similar muscular characteristics already described for equines. The radiographic exam showed
severe lesions, characterized by pedal osteitis, bone reabsorption areas and remodelling of
sole margin associated to the distal phalanx rotation. The radiographic study also showed the
characterization of the main arterial vessels. No significant correlation was observed between
the angle of the hoof wall and the angle of the distal phalanx with the cross section area of the
flexor tendons. The larger cross section areas of the superficial digital flexor tendon, deep
digital flexor tendon and interosseus tendon were coincidental with the great articular stress,
explaining the greater resistance of the asinines to lesions in those structures of their
locomotor apparatus.
Key words: Asinines. Tendons. Joint ligaments. Angiography.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – (a) e (b) Fotografias de dissecação da vista lateral da musculatura distal do membro torácico de asinino demonstrando disposição da divisão extensora (músculo extensor digital comum (1), m. extensor digital lateral (2), m. extensor carpoulnar (3)) e, da divisão flexora [m. flexor digital superficial (4) e m. flexor digital profundo (5)]..................................................................................................... 85
Figura 2 – Fotografia de dissecação da vista lateral do membro esquerdo de
um asinino demonstrando a passagem do tendão extensor digital comum (1) e extensor digital lateral (2) ao nível da cápsula articular cárpica e retináculo extensor (circulo)................................................ 86
Figura 3 – Fotografia de dissecação da extremidade distal do metacarpo
direito de um asinino, demonstrando o ponto de inserção das fibras tendíneas (circulo) do tendão extensor digital comum (1) e o trajeto do tendão extensor digital lateral sobre esse osso............ 86
Figura 4 – Fotografia de dissecação da (a) vista medial da articulação e (b)
vista lateral da articulação metacarpofalangeana demonstrando o ponto de encontro (seta) entre o tendão do extensor digital comum (1) e o tendão interósseo (2)............................................................. 87
Figura 5 – Fotografia de dissecação da vista dorsal do membro torácico
esquerdo de um asinino, demonstrando a inserção divergente do tendão extensor digital lateral (2) na extremidade distal do terceiro osso metacarpiano (círculo), em relação ao extensor digital comum (1)............................................................................. 87
Figura 6 – Fotografia de dissecação da vista caudal da região carpiana (a) de
um asinino demonstrando a passagem do tendão flexor digital superficial (1) e flexor digital profundo (2) pelo retináculo flexor (circulo vermelho) e, vista palmar (b) do ponto de inserção do tendão flexor digital superficial (setas)............................................... 88
Figura 7 – Fotografia de dissecação superficial da articulação
metacarpofalangeana demonstrando o ligamento anular palmar (círculo vermelho) e digital palmar proximal (círculo azul).......................................................................................... 89
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Figura 8 – Fotografia de dissecação da superfície palmar do metacarpo e articulação metacarpofalangeana de um asinino, demonstrando a relação entre os tendões flexor digital superficial (1), flexor digital profundo (2) e interósseo (3)............................................................... 89
Figura 9 – Corte sagital da região distal do membro torácico de um asinino
evidenciando o ponto de inserção do tendão flexor digital profundo (cabeça de seta), e bolsa podotroclear (círculo)................................. 90
Figura 10 – Fotografia de dissecação da vista palmar do membro torácico de
um asinino evidenciando o tendão interósseo (seta) e sua bifurcação (cabeça de seta) sobre a superfície abaxial dos ossos sesamóides proximais........................................................................ 90
Figura 11 – Fotografia de dissecação da vista palmar do membro torácico de
um asinino em dissecação profunda mostrando a inserção proximal (circulo vermelho) e distal (círculo azul) dos ligamentos sesamóideos reto (1) e oblíquos (2)................................................... 91
Figura 12 – Fotografia de dissecação da vista lateral do membro torácico de um
asinino evidenciando o ligamento palmar da articulação interfalangeana proximal (1) e o ligamento colateral medial (2)......... 91
Figura 13 – Fotografia de radiografia em projeção dorsoproximal-palmarodistal
com ângulo de 65º da região distal do membro direito de um asinino (a), demonstrando osteíte severa associada à destruição óssea da falange distal (cabeças de seta azuis) e latero-medial (b), demonstrando destruição severa da margem solear, áreas de rarefação óssea na superfície flexora do osso sesamóide distal (cabeças de seta brancas) e grau de rotação da falange distal (ângulo α)........................................................................................... 92
Figura 14 – Fotografias de radiografias em projeção dorso-palmar da região
distal do membro torácico direito de um asinino, evidenciando seu padrão angiográfico (a) e, aspecto angiográfico da região proximal do metacarpo (b), mostrando o arco palmar profundo (círculo cheio) formado pela artéria mediana (seta azul) e radial (seta vermelha) e o superficial mais distalmente (círculo pontilhado)........ 93
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Figura 15 – Fotografia de radiografia em projeção dorso-palmar da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando o aspecto angiográfico da artéria digital palmar comum (cabeça de seta vermelha) e das artérias metacárpicas palmares II (cabeça de seta branca) e III (cabeça de seta azul), emitindo os ramos dorsais para o terceiro osso metacarpiano (círculos vermelhos)............................. 94
Figura 16 – Fotografia de radiografia em (a) projeção dorso-palmar e (b) latero-
medial da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando o aspecto angiográfico da artéria digital palmar comum (cabeças de seta) originando as artérias digital palmar lateral (1) e medial (2)......................................................................... 95
Figura 17 – Fotografia de radiografia em (a) projeção dorso-palmar e (b) latero-
medial da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando a origem dos ramos dorsais da falange proximal (círculos).............................................................................................. 96
Figura 18 – Fotografia de radiografia em projeção dorso-palmar (a) e vista
latero-medial (b) da região distal do membro torácico direito de um asinino, evidenciando a origem dos ramos dorsais para a falange média (círculos), para toro digital (setas), ramos dorsais para a falange distal (setas brancas) e arco terminal da falange distal (cabeças de seta)............................................................................. 96
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão do músculo flexor digital superficial em sete zonas da região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração.......................................... 97
Tabela 2 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão do músculo
flexor digital profundo em sete zonas da região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração.......................................... 98
Tabela 3 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão interósseo
em quatro zonas da região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração.............................................................................. 99
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão flexor digital superficial direito dos animais estudados.......... 100 Gráfico 2 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão flexor digital superficial esquerdo dos animais estudados..... 100 Gráfico 3 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão flexor digital profundo direito dos animais estudados............ 101 Gráfico 4 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão flexor digital profundo esquerdo dos animais estudados....... 101 Gráfico 5 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão interósseo direito dos animais estudados.............................. 102 Gráfico 6 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão interósseo esquerdo dos animais estudados......................... 102
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 23 2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 30 3 MATERIAL E MÉTODO...................................................................................... 54 4 RESULTADOS.................................................................................................... 57 4.1 DESCRIÇÃO ANATÔMICA.............................................................................. 57 4.2 AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA......................................................................... 61 4.2.1 O exame radiográfico.................................................................................. 61 4.2.2 A técnica angiográfica................................................................................. 61 4.3 ÁREA DE SECÇÃO TRANSVERSAL DOS TENDÕES................................... 63 5 DISCUSSÃO........................................................................................................ 66 6 CONCLUSÕES.................................................................................................... 74 REFÊRENCIAS.................................................................................................. 76 APÊNCIDES....................................................................................................... 85
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Introdução
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Introdução 23
1 INTRODUÇÃO
O cavalo teve sua origem norteada tanto no território americano como no lado
oriental do planeta. Em estudos paleontológicos foram observados indícios da sua
existência em ambos territórios (RUMUSZKAN; JUNQUEIRA, 1980). Em 1967
encontrou-se um esqueleto numa rocha da época eocena do sul dos Estados
Unidos. De acordo com as observações de Torres e Jardim (1983), se tratava do
Equus ohippus, antepassado mais próximo do eqüino atual, a partir do qual pode ter
ocorrido um desenvolvimento por um período de 60 milhões de anos, até o
surgimento do Equus caballus (há cerca de 1 milhão de anos). Diversos autores
como Rumuszkan e Junqueira (1980) e Torres e Jardim (1983) relataram que o
E.ohippus era aproximadamente do tamanho de uma raposa, apresentando quatro
dígitos nos membros torácicos, três nos membros pélvicos e que sua pelagem era,
possivelmente, mosqueada ou listrada para que ele pudesse camuflar-se no seu
ambiente.
Entretanto, na era glacial foi marcada por uma intensa transição do eqüino
antigo para as áreas da Europa e Ásia, tendo esse processo chegado ao fim 10 mil
anos mais tarde, quando o cavalo desapareceu do Continente Americano
(ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E PROTEÇÃO DO GADO ASININO, 2004). De
fato, por ocasião do descobrimento das Américas já não existia nenhum eqüino vivo
no continente, embora seja incontestável a existência desde animais em grande
abundância desde a Patagônia até a América do Norte, devido a presença de
fósseis que marcam todas as suas fases evolutivas (GOVERNO DA REPÚBLICA DE
HUÍLA, 2004).
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Introdução 24
Em um novo ambiente, desenvolveram-se, então, quatro cavalos primitivos. O
cavalo das estepes, na Ásia, E. przehevalski, conhecido hoje como cavalo selvagem
da Ásia (Cavalo de Przehevalski), considerado uma sub-espécie do cavalo
doméstico (ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E PROTEÇÃO DO GADO ASININO,
2004; CAMAC, 1997; GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004). Segundo
Camac (1997), mais a oeste desenvolveu-se o cavalo Tarpan, animal de ossatura
mais fina e membros mais afilados que o primeiro. Surgiu ainda ao norte da Europa,
o cavalo das florestas, sendo mais pesado e vigoroso que os demais. Por fim, ao
noroeste da Sibéria, verificaram-se evidências de um tipo primitivo conhecido como
cavalo da Tundra.
Relatos realizados por Torres e Jardim (1983) sugerem que o jumento
doméstico (E. asinus vulgaris) provavelmente originou-se do mesmo tronco
filogenético que deu origem ao cavalo. Dados paleontológicos remontam fósseis
antigos desses animais datando da era Terciária, período Pliocênico, descobertos na
Ilha Pianosa, no Mar Adriático Meridional. Rumuszkan e Junqueira (1980) também
relatam a existência de fósseis na região da Argélia, considerada terreno da era
Quaternária, onde foram designados como E. asinus atlanticus.
Podem ser encontrados atualmente em áreas lacustres da Suíça, como um
tipo já domesticado, havendo possibilidade de ancestralidade dos mesmos para os
jumentos do tipo braquicéfalo encontrados na Europa (E. a. europeus), embora
pinturas da arte egípcia, que mostram fases da caça e domesticação do asinino,
também revelem animais braquicéfalos (ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E
PROTEÇÃO DO GADO ASININO, 2004).
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Introdução 25
Os jumentos dolicocéfalos caracterizaram aqueles animais que habitavam
todo litoral do Mediterrâneo, ao norte da África e dos quais acredita-se provir o
jumento Nubiano ou Onagro (E. a. africanus). Esses animais foram disseminados,
levados pelas ações de conquistas e invasões observadas nesse período,
passando, então, a habitar áreas como ilhas do mediterrâneo, Itália e Espanha
(GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004).
Ainda hoje existem duas espécies que se preservam em estado selvagem na
região da Ásia Ocidental: o primeiro trata-se do asno Persa (E. a. hemhipus), que
habita a Síria, Arábia, Pérsia e Índia. Citado em referências históricas como um
animal de fácil domesticação, excelente para montaria, dotado de grande agilidade,
força e vigor, sendo hoje bastante utilizados em cruzamentos com o jumento
doméstico (GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004; RUMUSZKAN;
JUNQUEIRA, 1980; TORRES; JARDIM, 1983).
O segundo, chamado Kiang ou Kulan (E. a. hemionus) pode ser encontrado
desde a Síria, passando por Pérsia, Tibet, Mongólia até chegar à Sibéria. Por serem
animais que migram conforme sua necessidade alimentar, apresentaram resistência
ao cativeiro, embora algumas vezes também sejam utilizados em processos de
cruzamento (RUMUSZKAN; JUNQUEIRA, 1980).
Após ter passado por esse intenso processo evolutivo, nos dias atuais o
eqüino pode ser enquadrado na Classificação Zoológica da seguinte forma: classe
dos mamíferos, ordem Perissidactyla, sub-ordem Hippoidea, família Eqüídea e
gênero Equus. Dentro das espécies podemos destacar o cavalo (E. caballus), o
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Introdução 26
jumento ou asno (E. asinus), os hemi-asnos; Quiangue (E. kiang), Onagro
(E.onager), Emiono (E. hemionus) e por fim as zebras (E. burchelli, E. grevyi e E.
quagga) (ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E PROTEÇÃO DO GADO ASININO,
2004; GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004; RUMUSZKAN; JUNQUEIRA,
1980).
Consoante aos relatos de Torres e Jardim (1983), na América, o cavalo foi
introduzido por Colombo, em sua segunda viagem, a Ilha de São Domingo. Em
1534, por D. Ana Pimentel, esposa de Martim Affonso de Souza, na Capitania de
São Vicente e no mesmo ano na Argentina (Buenos Aires) por Pedro Mendonça,
aparecendo ainda notações de sua introdução por Ojeda no Chile em 1535.
No Brasil, nossos primeiros exemplares foram trazidos pelos donatários
Duarte Coelho, Martim Affonso de Souza e Tomé de Souza, em 1535 em
Pernambuco, 1543 em São Paulo e 1549 na Bahia. Quanto aos asininos, estes
foram trazidos pela primeira vez por Martim Affonso de Souza em 1534, da Ilhas da
Madeira e das canárias para São Vicente. Um pouco mais adiante, em 1549, Tomé
de Souza trouxe para Bahia, na caravela “Galfa”, animais oriundos da Ilha de cabo
Verde (RUMUSZKAN; JUNQUEIRA, 1980;TORRES; JARDIM, 1983). Nos anos
subseqüentes, entre as grandes invasões e o período colonial, foram introduzidos
animais europeus, entre eles jumentos portugueses e espanhóis, e aqueles de
origem africana. Mais recentemente, a partir de 1915, foram realizadas importações
de jumentos espanhóis e italianos, solicitadas pelos imigrantes e pelo Maranhão
(TORRES; JARDIM, 1983).
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Introdução 27
A disseminação do gênero pelo globo, quer por fatores evolutivos, quer por
questões de expansão territorial, tornou-se realidade consolidada. O
desenvolvimento de altas tecnologias utilizadas no melhoramento genético desses
animais têm proporcionado o desenvolvimento de animais mais altos, robustos e
especializados para determinadas atividades, tais como os muares (CAMAC, 1997;
ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E PROTEÇÃO DO GADO ASININO, 2004;
GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004; RUMUSZKAN; JUNQUEIRA, 1980).
No Brasil, até o último censo do IBGE, em 2003, existiam cerca de 5.828.376
eqüinos registrados, correspondendo à região nordeste apenas uma parcela de
24,11% desse contingente, com maior concentração na região Sul e Sudeste do
país, que juntas somaram a um total de 45,79%. Ao contrário, o gado asinino
apresentou uma população de 1.208.660, verificando-se uma concentração desses
animais centralizada na região Nordeste, caracterizada por 91,55% da população,
tendo a Bahia o maior rebanho, seguida pelo Piauí, Ceará e Maranhão, o que define
bem o panorama econômico da região, onde a agricultura familiar e o baixo nível
tecnológico ainda persistem.
Segundo esse mesmo censo, embora tenha se observado um declínio da
população de asininos na região Nordeste, em torno de 0,62%, esta ainda
representa um papel sócio-econômico fundamental, visto que estes animais são
amplamente utilizados em trabalhos quer nas zonas urbanas de algumas capitais,
atrelados a carroças, executando trabalhos de tração, quer nas zonas rurais, onde
exercem a função primordial de montaria, auxiliando no manejo do gado que é
usualmente criado em regime extensivo.
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Introdução 28
Os asininos, em particular o “jumento nordestino”, apresentam características
que são extremamente desejáveis ao trabalho que realizam. Na região Sul e
Sudeste do país observa-se uma preferência pelo cruzamento de asininos com
éguas destinadas a produção de um “híbrido” conhecido como muar, utilizado
também em trabalhos de tração e montaria (ZANELLA; HELESKI; ZANELLA, 2003).
Pela maior resistência na execução dessas tarefas e a admirável habilidade para
percorrer terrenos irregulares, tanto o asinino quanto o muar foram usualmente
substituindo os eqüinos nessas atividades, ocupando hoje em dia um lugar de
eleição (CAMAC, 1997; HOVELL, 1997; REILLY, 1997; STARKEY, 1987; WELLA;
KRECEK, 2001).
Por esta grande capacidade de trabalho, o asinino ainda é o animal de eleição
para várias finalidades na região Nordeste. Contudo, não raro é submetido a
esforços físicos freqüentes e em intervalos de tempo demasiadamente curtos, o que
resulta muitas vezes em lesões do seu aparelho locomotor, em particular da região
distal dos membros torácicos.
Embora estes tipos de problemas venham acontecendo com muita
freqüência, e os clínicos estejam tentando resolvê-los, falta um conhecimento mais
aprofundado da anatomia dessas estruturas, o que nos instigou a desenvolver esta
pesquisa com o objetivo de realizar um estudo anatômico e radiográfico da região
distal dos membros desses animais, caracterizando suas particularidades ou
semelhanças dentro do mesmo gênero, gerando subsídios à prática clínica e
cirúrgica destinada a esses animais.
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Revisão de Literatura
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Revisão de Literatura 30
2 REVISÃO DE LITERATURA
No Brasil, o asinino é constantemente utilizado na realização de trabalhos de
transporte e tração, submetendo rotineiramente seu aparelho locomotor a tensões
diversas, que culminam em lesões de graus variados, levando a problemas que os
impossibilitam de realizar suas funções de forma eficiente (ZANELLA; HELESKI;
ZANELLA, 2003).
Com o intuito de melhor localizar tais lesões, Stashak (1994) lembra que para
o estudo radiográfico das alterações que ocorrem na região distal dos membros
anteriores de eqüinos, deve-se obter inicialmente a história clínica, bem como a
realização de um exame físico bem apurado. Posteriormente deve-se fazer uma
correlação entre esses dados, para chegar-se a um diagnóstico. Dyson (1997)
verificou que a técnica de bloqueio anestésico pode ser utilizada, como forma de
identificação do ponto de origem da lesão, podendo este protocolo ser realizado nas
avaliações de asininos.
Utilizando técnicas de injeção de contraste radiográfico, autores como Said et
al. (1983) e Breit (1996) determinaram a origem, inserção, posição, relações e
mensuração de bainhas tendíneas dos principais músculos que compõem a região
distal dos membros torácicos dos asininos, bem como o estudo das articulações
adjacentes a essa região, classificando-os e sugerindo sua nomenclatura, facilitando
o acesso regional para exame diagnóstico e medidas terapêuticas. Quando
comparados com os eqüinos observaram alguma similaridade, com relação às
estruturas estudadas (ABDALLA, 1988a, 1988b).
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Revisão de Literatura 31
Inúmeras são as alterações que podem acometer as estruturas da região
distal dos membros torácicos de eqüinos e asininos, destacando-se a laminite,
osteítes, calcificações das cartilagens alares, bem como as fraturas do processo
extensor (HOOD, 2002; RUOHONIEMI, 1997). Nesse contexto, Dyson (1997)
percebeu a importância do conhecimento anatômico e radiográfico desta região,
como uma ferramenta para a observação da morfologia das estruturas encontradas,
seu grau de comprometimento e suas conseqüências para a locomoção.
A região distal dos membros anteriores dos eqüídeos inicia-se a partir da
extremidade proximal dos ossos metacarpianos, englobando também ossos
sesamóides proximais, articulações interfalangeanas proximal e distal, bem como o
osso sesamóide distal (navicular) (DYCE; SACK; WENSING, 1997).
Ainda de acordo com esses autores, anatomicamente, a região distal dos
membros torácicos de eqüinos é formada por uma série de estruturas que
contribuem direta ou indiretamente para manutenção do equilíbrio desse animal.
Segundo as observações realizadas por Getty (1986); Nickel et al. (1986) e Clayton
et al. (1997), a articulação metacarpofalangeana é uma articulação do tipo gínglimo,
sendo formada pela superfície articular do terceiro osso metacarpiano com a
extremidade proximal da falange proximal e os dois ossos sesamóides, ligados pelo
ligamento metacarpointersesamóide palmarmente. König (2004) e Getty (1986),
descreveram a cápsula articular como estando inserida ao redor das margens das
superfícies articulares. Sendo espessa e ampla, apresenta uma bolsa interposta
entre ela e os tendões extensores digitais, contudo os últimos também se encontram
inseridos na mesma. Palmarmente, forma uma bolsa fina, de parede delgada,
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Revisão de Literatura 32
estendendo-se proximalmente entre os ossos metacarpianos e tendão interósseo,
até seu ponto de bifurcação. Lateralmente, a cápsula apresenta um reforço extra,
proporcionado por dois ligamentos colaterais.
Vários ligamentos também se encontram associados ao mecanismo de
sustentação, muitas vezes denominados de aparelho suspensório. Dentre eles o
ligamento metacarpointersesamóide ocupando o espaço entre os ossos sesamóides
e emitindo contribuições para a articulação do boleto (CLAYTON et al., 1997;
GETTY, 1986; NICKEL et al., 1986). Os ligamentos colaterais, que surgem ao lado
da eminência distal do terceiro metacarpiano seguem até uma área rugosa distal, a
margem da superfície articular da falange proximal, cobertos por porções do
ligamento suspensório ou sesamóideo superior (CONSTANTINESCU, 1991;
SMALLWOOD, 1992). O tendão interósseo ou ligamento suspensório surge em sua
maior parte no sulco metacárpico, no qual forma uma faixa espessa, inserido
parcialmente na superfície proximal do terceiro metacarpiano e fileira distal dos
ossos do carpo, dividindo-se em dois ramos divergentes no quarto distal desse osso
que se insere na porção abaxial dos ossos sesamóides proximais (FRANDSON,
1967; KÖNIG, 2002).
Descrições realizadas por Frandson (1967); Constantinescu (1991) e
Smallwood (1992) revelaram que em dissecações mais profundas podemos
evidenciar os principais ligamentos sesamóideos distais: o ligamento sesamóideo
reto e ligamento sesamóideo oblíquo. O primeiro apresenta-se como uma faixa
plana, e mais largo proximalmente que distalmente, apresentando uma inserção
proximal na base dos ossos sesamóides e ligamento palmar e sua inserção distal à
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Revisão de Literatura 33
fibrocartilagem complementar da extremidade proximal da falange média. O segundo
apresenta uma característica triangular e inserindo-se também com uma área de
inserção proximal na base dos ossos sesamóides e ligamento palmar e sua inserção
distal na superfície palmar da falange proximal. Por último, o ligamento palmar da
articulação interfalangeana proximal adota uma orientação dorsopalmar, surgindo no
terço médio da falange proximal, inserindo-se distalmente no aspecto palmar da
extremidade distal da falange média. Os ligamentos colateral lateral e medial
apresentam sua inserção proximal em uma eminência rugosa e na depressão que se
encontra de cada lado da extremidade distal da falange proximal e sua inserção
distal na extremidade proximal da falange média.
A articulação interfalangeana distal é formada pela extremidade distal da
falange média e proximal da falange distal. Apresenta um encaixe preciso
dorsalmente e dos lados, onde se une ao tendão do músculo extensor digital comum
e os ramos extensores do tendão interósseo (GETTY, 1986; NICKEL et al., 1986).
Em sua superfície palmar, se observa uma discreta bolsa reforçada pelo ligamento
sesamóideo reto. Outros ligamentos de menor importância, como os ligamentos
colaterais, observados de cada lado da articulação e palmares, que consistem de um
par central e duas faixas lateral e medial, auxiliam na estabilização dessa articulação
(CONSTANTINESCU, 1991; GETTY, 1986; NICKEL et al., 1986).
Por fim, a articulação interfalangeana distal. Apresenta uma cápsula articular
que se insere ao redor das margens das superfícies articulares. Dorsal e
lateralmente é tensa, encontrando-se unida com o tendão do músculo extensor
comum do dedo e ligamentos colaterais da mesma (KÖNIG, 2002).
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Revisão de Literatura 34
Descrições realizadas por Getty (1986) demonstraram que como contribuição
para estabilidade do aparelho locomotor dos eqüinos, estes apresentam
grupamentos musculares bem distintos que geram um equilíbrio harmônico entre as
forças de extensão (divisão extensora) e flexão (divisão flexora) tanto no membro
torácico quanto no pélvico. Nickel et al. (1986) observaram que para o membro
torácico, em particular, à exceção dos músculos extensor radial do carpo, músculo
abdutor longo do dedo I, músculo flexor carporadial e flexor carpoulnar, todos os
demais influenciam diretamente no movimento e estabilidade da região distal desse
membro. Originam-se nas partes mais altas do membro e se inserem distalmente, ao
nível das articulações e acidentes ósseos regionais.
De acordo com Constantinescu (1991), o músculo extensor digital comum é
participante fundamental nesse conjunto, constituído por uma porção umeral e outra
menor, surgida essencialmente do rádio e da ulna. Tem como principal ação para
essa região a extensão da articulação digital e cárpica. Getty (1986); Dyce e Sack e
Wensing (1997) demonstraram que a porção umeral apresenta um tendão que surge
ao meio do seu ventre de disposição penada, orientando-se através da parte cranial
da extremidade distal do rádio e sobre a cápsula articular cárpica. Para Frandson
(1967) e könig (2002) passa distalmente sobre a superfície dorsal do terceiro
metacarpiano, inclinando-se medialmente, até alcançar a linha média do membro
próximo à articulação metacarpofalangeana. Torna-se mais largo na extremidade
distal da falange proximal por encontrar-se com o tendão do ligamento interósseo
nesse ponto, até inserir-se no processo extensor da falange distal. Algumas vezes
recebe contribuição distal da porção menor do músculo, que também segue sobre o
terceiro metacarpiano.
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Revisão de Literatura 35
Outro músculo que exerce papel importante nesse contexto é o músculo
extensor digital lateral. Embora seja menor do que o primeiro, auxilia no mecanismo
de suporte articular de extensão do dígito e do carpo. Apresenta um tendão que
passa através do processo estilóide lateral, na extremidade distal do rádio e sobre o
carpo (CONSTANTINESCU, 1991; GETTY, 1986; NICKEL et al., 1986). Inclina-se
gradativamente sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpiano, mas não chega a
atingir a linha média do osso. Distalmente ao carpo torna-se mais largo e nesse
ponto recebe contribuição da porção radial do músculo extensor digital comum
(SMALLWOOD, 1992).
A divisão flexora apresenta três músculos de importância básica para a região
distal dos membros torácicos: o músculo flexor digital superficial, o músculo flexor
digital profundo e o tendão interósseo (GETTY, 1986; KÖNIG, 2002; NICKEL et al.,
1986). Para Frandson (1967) o primeiro apresenta-se localizado no meio do grupo
flexor. Seu ventre é multipenado e parcialmente fundido com o do músculo flexor
digital superficial. Apresenta um tendão espesso que passa distalmente ao nível do
canal cárpico, envolvido por uma bainha sinovial em comum com o músculo flexor
profundo dos dedos. Segundo Nickel et al. (1986) e König (2002), distal ao carpo,
torna-se achatado e mais largo, alargando-se ainda mais próximo ao boleto, onde
forma um anel de passagem para o músculo flexor digital profundo dos. Em suas
observações, Constantinescu (1991) verificou que na extremidade distal da falange
proximal este tendão se divide em dois ramos que divergem até seus pontos de
inserção na extremidade proximal e distal da falange média, palmar aos ligamentos
colaterais.
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Revisão de Literatura 36
Ainda na divisão flexora, o músculo flexor digital profundo é composto por três
porções: umeral, ulnar e radial, das quais a primeira possui maior contribuição no
trabalho muscular (DYCE; SACK; WENSING, 1997; GETTY, 1986). As descrições
realizadas por Getty (1986) demonstram que porção umeral apresenta um tendão
que aparece cerca de 8 a 10 cm próximo ao carpo, onde se une ao tendão das
outras duas porções. Esse conjunto passa através do canal cárpico e a partir da
metade do terceiro osso metacarpiano é envolvido pelo ligamento acessório. Ainda
segundo relatos desses mesmos autores, esse tendão ocupa toda largura entre o II
e IV ossos metacarpianos, se relacionando dorsalmente com o tendão interósseo e
palmarmente com o flexor digital superficial. Passa através do anel do músculo flexor
superficial do dedo até sua inserção na linha semilunar e superfície adjacente da
cartilagem da falange distal, formando uma expansão terminal em forma de leque.
Segundo Dyce, Sack e Wensing (1997); König (2002) e Nickel et al. (1986) ocorre
ainda uma cavidade denominada bolsa podotroclear do osso sesamóide distal
(navicular), que pode ser observada entre este tendão e o sesamóide distal, das
proximidades desse osso até a inserção do tendão.
O último músculo do grupo é o interósseo médio. Este faz parte de um grupo
muscular, do qual participam ainda o interósseo lateral e médio. Contudo, estes dois
últimos não representam importância relevante do ponto de vista da funcionalidade,
por serem pequenos e possuírem tendões delicados que se perdem nas fáscias da
articulação metacarpofalangeana. O tendão interósseo caracteriza-se como um
conjunto de fibras dispostas longitudinalmente que apresenta uma inserção proximal
ao nível da articulação cárpica e sua inserção distal, após emitir seus ramos
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Revisão de Literatura 37
extensores junto ao tendão do músculo extensor digital comum (GETTY, 1986;
DYCE; SACK; WENSING, 1997).
Conforme as observações de Dyce, Sack e Wensing (1997), tal qual o estudo
anatômico das estruturas musculares do eqüino, compreensão do sistema
circulatório da região distal dos membros torácicos desses animais é fundamental
para um bom entendimento das ramificações vasculares e sua sintopia com outras
estruturas encontradas na mesma região. Getty (1986) e Dyce, Sack e Wensing
(1997), descreveram a artéria subclávia como o ramo que dá origem ao sistema que
vasculariza o membro torácico, que após emitir a artéria cervical superficial torna-se
axilar. Descrições Nickel et al. (1981); Getty (1986) e könig (2002) demonstraram
que a artéria axilar surge da borda cranial da primeira costela e segue até a
cavidade torácica através da metade ventral da entrada do tórax.
König (2002) relata que a artéria torácica externa é emitida na superfície
ventral da artéria axilar. Frandson (1967) e Constantinescu (1991) relataram que
eqüinos observa-se a artéria supra-escapular surgindo da parede dorsal da artéria
axilar, no mesmo nível da origem da torácica externa. De acordo com Ashdown,
Done (1987) e Clayton e Flood (1997), nos animais domésticos a artéria
subescapular também surge da parede dorsal da artéria axilar, seguindo seu curso
caudal a borda da escápula. Com exceção dos suínos, observa-se uma curvatura
distal da artéria axilar ao nível da região flexora da articulação escápulo-umeral,
originando a artéria circunflexa umeral cranial. A partir daí continua-se como artéria
braquial.
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Revisão de Literatura 38
A artéria braquial segue um percurso reto até o nível da articulação umero-
rádio-ulnar, forame supracondilar transverso e sobre a cobertura do músculo peitoral
transverso (SMALLWOOD, 1992). Ao longo de seu curso emite ainda outros ramos;
a artéria braquial profunda e subseqüentemente a artéria colateral ulnar
(ASHDOWN; DONE, 1987; CLAYTON; FLOOD, 1997). A artéria bicipital é um vaso
calibroso que vasculariza a metade distal do músculo bíceps braquial. Outros de
seus ramos podem seguir para as regiões vizinhas, particularmente o músculo
coracobraquial e articulação do cotovelo (GETTY, 1986). Em eqüinos pode ser
observada, ainda, a artéria nutrícia umeral, que segue distalmente a artéria bicipital
(NICKEL et al., 1981).
De acordo com Getty (1981); Dyce, Sack e Wensing (1997) e König (2002),
após dar o ramo da artéria interóssea comum, próximo ao espaço interósseo, a
artéria braquial segue como artéria mediana. Junto ao nervo e veia do mesmo nome,
segue caudomedialmente ao longo do rádio, em uma direção distal, onde é coberto
por fascias do músculo flexor radial do carpo. Em suas observações, Nickel et al.
(1981) descreveram que na fossa formada entre o tendão do músculo flexor digital
superficial e profundo, esta continua sobre o aspecto flexor da articulação cárpica e
região metacarpiana passando a seguir um trajeto paralelo ao eixo desse osso.
Neste nível, esta contribui para a formação do arco palmar, do qual origina-se a
artéria digital palmar comum.
Estes mesmos autores ainda relatam que nos eqüinos o arco palmar é
formado pelo ramo palmar profundo da artéria radial e pelo ramo palmar profundo do
ramo palmar que se origina da artéria mediana. O arco palmar profundo dá origem à
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Revisão de Literatura 39
artéria metacárpica palmar II e III que terminam junto da artéria digital lateral. Ramos
perfurantes proximais e distais podem estar presentes. Seguem perifericamente ao
redor da cabeça do segundo e quarto ossos metacarpianos formando dois ramos
comunicantes através de anastomoses para as artérias metacarpicas dorsais.
A rede carpal dorsal é formada pelo ramo carpal dorsal da artéria radial
proximal, pelo ramo distal da artéria ulnar transversa e pelo ramo carpal da artéria
interóssea cranial e artéria colateral ulnar (DYCE; SACK; WENSING, 1997; NICKEL
et al., 1981). A partir desta rede originam-se as artérias metacárpicas dorsais II e III
que terminam ao nível da cabeça do segundo e quarto ossos metacarpianos
(GETTY, 1986; KÖNIG, 2002).
O ramo superficial da artéria radial termina na artéria mediana, na parte
proximal do metacarpo (ASHDOWN; DONE, 1987; CLAYTON; FLOOD, 1997). Um
ramo palmar superficial muito delgado, que algumas vezes junta-se a artéria
mediana, forma o arco palmar superficial. Quando isto acontece, este se localiza ao
longo do ramo comunicante do nervo palmar, que se continua diretamente para a
artéria digital palmar comum III. Havendo ou não um arco palmar superficial a artéria
mediana continua-se como artéria digital palmar comum, mais tarde originando as
artérias digital palmar lateral e medial, que irão emitir ramos dorsais para a falange
proximal após a articulação metacarpofalangeana. A superfície dorsal da
extremidade distal do membro é vascularizada pelos ramos proximal, médio e distal
das duas artérias digitais próprias emitidas para a falange média e distal (NICKEL et
al., 1981). Esses mesmos ramos foram denominados ramos dorsais e ramos
palmares para a falange proximal por Schaller et al. (1999).
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Revisão de Literatura 40
Todo o conjunto desenvolvido a partir da interação existente entre o sistema
muscular, agente realizador das funções mecânicas, e pelo sistema circulatório,
agente responsável pela manutenção desse conjunto contribuem para o equilíbrio
biodinâmico corpóreo do eqüino. Nesse contexto, os tendões e ligamentos têm uma
função primordial durante o estado de estação ou movimento, visto que atuam como
transmissores de forças e coaptares da articulação, envolvidos especialmente na
suspensão do boleto (DENOIX, 1994). De acordo com Riemersma (1988) por
apresentarem propriedades elásticas, têm como maior função à absorção de
impactos, apresentando, ainda, a característica de armazenar ou liberar energia,
reduzindo assim o gasto de energia na locomoção, especialmente em velocidades
mais elevadas.
Em suas observações, Denoix (1994) verificou que em membros torácicos de
eqüinos adultos dentre diversas raças e individualmente, a área de secção
transversal do tendão flexor digital superficial, flexor digital profundo e tendão
interósseo varia consideravelmente na direção proximodistal. Conforme as
observações de Riemersma e Schamhardt (1985) e Riemersma; Schamhardt e
Hartman (1988), existe uma correlação inversa entre a secção de área transversal, o
número de fibras tendíneas e a quantidade de colágeno, sugerindo que a área de
secção de área transversal não seja representativa de força para os tendões em
eqüinos.
Descrições realizadas por Denoix (1994) demonstraram que a correta
orientação do membro é controlada pelo tendão flexor digital superficial que induz a
flexão da articulação interfalangena distal a restaurar o posicionamento do membro,
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Revisão de Literatura 41
no final da fase de suspensão. Durante essa ação o tendão extensor digital lateral e
digital comum mantêm a articulação do boleto estendida. Silver, Brown e Goodship
(1983) observaram que em pôneis, ao caminhar, a atividade muscular precede o
contato do membro com o solo, cujo principal objetivo é de prevenir a distensão e
vibração no tendão, sendo esta prevenção particularmente auxiliada pela fáscia
metacarpal palmar e ligamento anular.
Durante a máxima extensão o boleto induz alta tensão no tendão flexor digital
superficial e em seu ligamento acessório. Dessa forma, todo o aparelho suspensório
fica sobre alto estresse (DYSON, 2003). Em acordo com este ultimo, Denoix (1994)
verificou como conseqüência, alta distensão do tendão interósseo, ossos
sesamóides e ligamento sesamóide distal. A flexão da articulação interfalangena
distal é limitada pela tensão da parte distal do tendão extensor digital comum e ramo
extensor do tendão interósseo, que contribui para a estabilização da articulação
interfalangeana proximal. Evans e Barbenel (1975) lembram que embora se observe
uma importante contribuição para a estabilização interfalangeana e suspensão do
boleto, por parte do tendão flexor digital superficial e seu ligamento acessório, a
maior contribuição dar-se-á através da ação do tendão interósseo e tendão flexor
digital profundo.
Rooney, Quddus e kingsbury (1978) em seus estudos com eqüinos
observaram que durante o último período da fase de suspensão, que promove uma
verticalização da articulação interfalangena proximal, a elevação do boleto é
induzida pelo comportamento elástico passivo do aparelho suspensório, tendões
flexores e ligamentos acessórios, que são fortemente distendidos anteriormente a
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Revisão de Literatura 42
fase de máxima extensão, havendo ainda uma contribuição adicional promovida pela
contração dos ventres do músculo flexor digital. Evans; Barbenel (1975) acreditam
que no final da propulsão, a flexão do boleto é acompanhada por um relaxamento do
aparelho suspensório. Por causa do deslocamento proximal do osso sesamóide
proximal, o tendão interósseo torna-se relaxado, também devido à extensão da
articulação interfalangeana distal.
De acordo com a condição estática observada tanto em eqüinos vivos, quanto
em membros isolados, modificações da orientação do membro em seu plano sagital,
induzem deslocamento articular distal e rearranjo das tensões dentro dos tendões
flexores e aparelho suspensório (DENOIX, 1994; LECH, 1983).
A elevação do talão promove a flexão da articulação interfalangeana distal,
induzindo um parcial relaxamento do tendão flexor digital profundo (BUSHE et al.,
1988; DENOIX, 1985). Assim, a contribuição desse tendão para a suspensão da
articulação do boleto diminui e a articulação estende (RIEMERSMA;
SCHAMHARDT, 1988). Essa extensão é responsável por uma grande participação
do aparelho suspensório na suspensão do boleto (KEEGAN, 1991; RIEMERSMA;
SCHAMHARDT, 1988; THOMPSON; CHEUNG; SILVERMAN, 1992).
A avaliação da distensão do tendão interósseo durante o movimento
demonstrou que tal distensão encontra-se positivamente correlacionada com o
ângulo de inclinação da muralha do casco quando esta assume valores acima de 65
graus e que um aumento de 10 graus na muralha do casco corresponde a um
aumento de 0.6% na tensão do tendão (DENOIX, 1985, 1994; DENOIX;
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Revisão de Literatura 43
BERTHELET, 1987; KEEGAN, 1991; RIEMERSMA; SCHAMHARDT; HARTMAN,
1988).
Estudos realizados por Rooney (1978); Lochner et al. (1980) e Denoix (1994),
constataram que, In vivo, a mensuração da distensão do tendão de cavalos adultos
em posição de estação e, enquanto caminhavam, demonstrava uma diminuição na
tensão do tendão flexor digital profundo, quando se aumentava a angulação da
muralha casco. Contudo, não se verificou modificações apreciáveis no tendão flexor
digital superficial e tendão interósseo, quando esse ângulo variou entre 40 e 70
graus.
Com a evolução dos meios diagnósticos dentro da Medicina Veterinária,
houve um crescimento substancial no estudo dos tecidos ósseos e partes moles
(DYSON, 2003; STASHAK, 1994).
Em eqüinos, o uso da avaliação radiográfica tornou-se rotina na Clínica
Médica e tem ajudado a elucidar problemas associados ao aparelho locomotor
desses animais (DYSON, 2003). Encontra-se disponível uma série de técnicas de
exame diagnóstico, tal como a angiografia, que consiste na injeção de contrataste
iodado por via endovenosa ou arterial, realizando-se radiografias seqüenciais para
observar a angioarquitertura dos membros e correlacioná-las a manifestações
clínicas, como as osteítes, laminites, fraturas ou abscessos soleares, em seus
diversos graus (BUTLER et al., 2000; STASHAK, 1994; THRALL, 1998).
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Revisão de Literatura 44
Em um estudo utilizando 20 asininos, dentre eles 15 sadios e 5 que sofreram
algum tipo de processo patológico no aparelho locomotor, Said et al. (1983)
realizaram uma avaliação angiográfica da região distal do membro torácico,
descrevendo o caminho percorrido pelas artérias dessa região e sugerindo padrões
normais e anormais de tortuosidade para esses vasos ao exame radiográfico após a
injeção de contraste. Segundo as observações de Breit e König (1996), a artéria
digital comum apresenta um diâmetro de 0,5 centímetros, bifurcando-se no terço
final dos ossos metacarpianos, formam um arco terminal, que emite de 12 a 14
seguimentos para dentro do corium laminar e solear, ponto este extremamente
acometido por processos inflamatórios de caráter agudo ou crônico diagnosticados
na rotina clínica.
Dentre estas afecções, Stashak (1994) caracterizou a osteíte podal como um
processo inflamatório da falange distal, que evolui para um processo de
desmineralização e enrugamento das bordas soleares desta falange, muitas vezes
associadas a laminite. Clinicamente a claudicação torna-se evidente em toda a
andadura do eqüino. Ao exame físico o animal revela dor difusa ou localizada na
superfície da pinça. Trata-se da alteração mais comumente observada, onde a
remodelação óssea da margem solear é evidente. As alterações são mais
contundentes e observadas na projeção dorsoproximal-palmarodistal. A margem
solear do osso possui delineamento opaco devido a sua mineralização. Contudo, em
casos severos de osteíte, pode haver aumento de radioluscência, devido ao
processo de reabsorção óssea, resultando em uma dilatação aparente dos canais
vasculares da margem solear (BECHT et al., 2001).
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Revisão de Literatura 45
Em uma projeção médio-lateral, a remodelação óssea da falange distal é bem
observada. A margem solear apresenta delineamento irregular, projetando-se
dorsalmente. Com a evolução do processo, podemos verificar reações periosteais na
superfície dorsal da falange distal (KAINER, 1989). Tais alterações são verificadas
em eqüinos que sofreram excesso de pressão prolongado sobre a sola ou naqueles
com sola irregular. Reações periosteais na cortical dorsal da terceira falange,
quando presentes, são sempre consideradas anormais. Reações leves podem ser
observadas em vistas oblíquas, na porção média da mesma córtex, sem estar
provocando laminite ou sem ser de significância clínica (REYNOLDS, 2000).
Em um estudo clínico e radiográfico da região distal dos membros torácicos
de 17 asininos utilizados em tração animal, Alves et al. (2003) verificou níveis de
osteíte podal severa ao exame radiográfico, com grandes áreas de osteólise, porém
sem sinais clínicos compatíveis com a severidade da lesão, embora tenha
observado sensibilidade dolorosa ao nível de tendões e ligamentos tanto ao exame
clínico como pelo exame radiográfico, o que demonstra o grau de adaptação desses
animais a situações de grande estresse locomotor.
Smith et al. (2004) estudando radiografias da região distal do membro torácico
de 76 eqüinos de diversas raças, correlacionaram o ângulo de inclinação da falange
distal e as lesões observadas no tendão do músculo flexor digital profundo, e
observaram que embora não tenham encontrado diferenças significativas em
algumas raças testadas, em um grupo estudado, o ângulo de inclinação da falange
distal influenciava diretamente na tensão exercida sobre o tendão do músculo flexor
profundo do dedo, complicando o quadro de tendinite.
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Revisão de Literatura 46
Em um estudo de 100 cadáveres de eqüinos da raça Finnhorse, Ruohoniemi
et al. (1997), sugeriram que o ângulo ideal de inclinação da região distal do membro
torácico estaria variando entre 50 a 54 graus, como uma forma de manter o
paralelismo entre as falanges e o equilíbrio entre as forças tensoras que agem na
região. Stashak (1994) estimou este ângulo como sendo de 49 graus. Outros
autores como Baradly (1946); Stump (1967) e Getty (1986) têm estimado este
ângulo variando entre 45 e 50 graus. Em asininos, apenas Hifny e Misk (1983)
realizaram trabalhos com o objetivo de mensurar tal inclinação, onde sugeriu um
ângulo de 55 graus para esses animais. Conforme as descrições feitas por Fowler
(1995), a inclinação dos membros dos asininos é pelo menos 5 a 10 graus menor do
que a verificada em eqüinos. Segundo estudos de Clayton (1987), ângulos de
inclinação do membro muito baixos predispõem a maiores acometimentos por
diversos tipos de claudicação do que aqueles com angulações maiores.
Em referências sobre a laminite, esta é descrita como doença provocada por
um distúrbio circulatório, causado por uma hiperemia do casco. Contudo, em
pesquisas realizadas por Goetz (1989); Green et al. (1991); Hood et al. (1993) e
Hunt, Kobluk e Steckel (1995), acrescenta-se ainda uma isquemia das laminas
regionais, atribuindo-se a denominação de laminite a um complexo de doenças
causadoras destas alterações.
Clinicamente, observa-se pulsação arterial digital aumentada, calor no casco
e dor evidenciada na pinça do casco, na fase aguda. O animal reluta em andar, de
acordo com o grau da laminite, muitas vezes não consegue suportar seu próprio
peso (STASHAK, 1994). O diagnóstico definitivo é realizado através de radiografias
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Revisão de Literatura 47
laterais, onde se observa deslocamento da falange distal em direção a sola, ou
ainda um deslocamento paralelo, com um aumento da distância entre a muralha do
casco e a falange (BUTLER et al., 2000; TANAKA et al., 2002). Algumas vezes,
observam-se cavitações da parede do casco, proliferações ósseas na falange distal
e descalcificação da borda solear (KUWANO et al., 1997). De acordo com Stick
(1982), em estudo de 96 casos de laminite, determinou-se o prognóstico para esta
alteração através dos graus de rotação da falange distal. Animais que apresentarem
graus iguais ou menores que 5,5°, estariam aptos a retornar as atividades
esportivas, enquanto aqueles que apresentarem rotação superior a 11,5° estariam
impossibilitados de retornarem as atividades.
Tais lesões podem ser visualizadas através de posicionamentos específicos,
onde se destacam as radiografias em projeções oblíquas, o que possibilita a
observação de mais de uma face da estrutura óssea, visto que em eqüinos a grande
espessura e densidade de algumas dessas estruturas, podem mascarar lesões e
levar o clínico a incidir em um erro de diagnóstico (BUTLER et al., 2000; THRALL,
1998).
Em situações realizadas por Colles (1977); Coffman (1983) e Molyneux et al.
(1994) verificou-se que é freqüente uma alteração locomotora em um membro levar
a manifestação de problema semelhante ou mais grave no mesmo membro ou
contralateral, devido a mecanismos compensatórios. Grande parte das lesões que
acometem eqüinos são usualmente verificadas nos membros torácicos e
percentualmente, podem chegar de 60 a 65% dessas observações. Vale a pena
ressaltar que 95% das lesões que provocam claudicações estão localizadas na
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Revisão de Literatura 48
região do carpo ou abaixo dela. Dyson (2003) relata que desta forma,
proporcionalmente, para cada claudicação encontrada no membro pélvico verificam-
se três no membro torácico. Uma explicação para isso poderia ser o fato de que a
massa do eqüídeo encontra-se localizada no meio do gradil costal, imediatamente
caudal a linha que separa o terço cranial e médio do corpo, deslocando seu centro
de gravidade mais cranialmente, imprimindo maior trabalho para as articulações
desse membro (STASHAK, 1994).
A arquitetura do osso navicular foi bem estudada por Gabriel (1998) e tem
demonstrado grande importância na compreensão dos processos patológicos que
podem acometer essa região, em algumas raças e tipos de cavalos. A doença do
navicular tem se mostrado degenerativa e de caráter crônico, acometendo cavalos
entre quatro e 15 anos (STASHAK, 1994), algumas vezes estendendo-se à bolsa
navicular e tendão flexor digital profundo (ACKERMAN et al., 1977; ADAMS, 2002;
LOWE, 1976; NUMAN, 1973; VADEZ, 1978). Estudos recentes realizados por
Ruohoniemi (1998), demonstraram um comprometimento da articulação
interfalangeana distal, com o aparecimento de lesões na borda proximal e nas
cartilagens alares da terceira falange, quando foram observadas irregularidades do
osso sesamóide distal. Em todos os casos os animais encontravam-se submetidos a
constante atividade física ou trabalhos de tração.
A ossificação das cartilagens alares é constantemente observada em animais
de idade avançada ou superiores a 12 anos, sendo mais comum em éguas
finlandesas e garanhões (MELO e SILVA, 2002). Contudo, Bengtsson (1983),
relatou o aparecimento de ossificação da cartilagem alar em potros de seis meses
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Revisão de Literatura 49
de idade. A característica da calcificação pode variar; cavalos que apresentam
conformação anatômica torácica fechada de frente tendem a calcificação da
cartilagem alar lateral, enquanto naqueles que apresentam conformação anatômica
aberta de frente, torna-se mais freqüente a calcificação da cartilagem alar medial
(STASHAK, 1994). Ruohoniemi (1993) e Verschooten et al. (1996), em seus
achados, observaram o aparecimento da calcificação da cartilagem alar como uma
característica comum em cavalos utilizados em trabalhos de tração. Melo e Silva
(2002), estudando 163 cavalos de hipismo verificaram o aparecimento desta mesma
lesão em 93% desses animais. Ruohoniemi (1993), correlacionou a coexistência
freqüente entre a ossificação da cartilagem alar e processos patológicos do osso
navicular. Traumas gerados por aferroamento também podem levar a ossificação
dessa cartilagem.
Os graus de desmineralização também são observados comumente e
particularmente em raças de animais pesados (GABRIEL et al., 1999; GIBSON,
1990; MELO e SILVA et al., 2002; RUOHNIELMI et al., 1998). A ossificação ou
mineralização da cartilagem alar progride desde a face distal da cartilagem até a
superfície proximal do osso navicular, sendo normal em animais de dois anos ou
mais (BUTLER et al., 2000; KUWANO et al., 1997; TANAKA et al., 2002). Esta
alteração é comumente assintomática, mas algumas vezes pode levar a graus de
claudicação variados (HOOD, 2002). A região proximal da cartilagem alar encontra-
se direcionada axialmente; a ossificação da mesma ocorre da a base para a
proximal, promovendo o aparecimento de uma linha radioluscente entre as duas.
Algumas vezes torna-se difícil diferenciar esta alteração de uma fratura na
cartilagem, embora fraturas da cartilagem ossificada sejam de rara ocorrência, mas
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Revisão de Literatura 50
podem causar claudicação que se resolve sem tratamento (THRALL, 1998;
VERSCHOOTEN et al., 1996).
Embora, rotineiramente seja utilizado o exame radiográfico para a avaliação
das doenças do aparelho locomotor em eqüinos, o exame ultrassonográfico já
constitui um protocolo específico quando existem suspeitas clínicas de
comprometimentos de tendões e ligamentos (RANTANEN, 1989). Como uma
alternativa prontamente estabelecida, apresenta dados diagnósticos confiáveis e que
podem ser obtidos precocemente, sem necessariamente haver visualização de
edema local ou ainda claudicação. Inúmeras lesões tem sido encontradas em
exames rotineiros quando se buscam outras alterações durante o exame clínico do
membro torácico em eqüinos, contudo, identificadas antecipadamente podem
prevenir complicações clinicas que tenderiam a evoluir para um caráter clinicamente
significante futuramente (REIMER, 1998).
A técnica para a realização do exame é fácil e consiste da divisão da região
metacarpal palmar ou metatarsal plantar em sete; ou mesmo oito zonas, quando
também se acrescenta o aspecto medial do carpo na mensuração, visto que devido
a disposição dos ligamentos e tendões, algumas dessas regiões possuem
características anatômicas próprias (PASIN et al., 2001). O objetivo é de caracterizar
de forma detalhada as estruturas visualizadas durante o exame ultrassonográfico,
fazendo-se uso de um transdutor de 7,5 Mhz (DYSON, 2003).
A zona 0 corresponde a região que se encontra ao longo do aspecto medial
dos ossos do carpo, adjacente ao osso acessório (REIMER, 1998). A zona IA
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Revisão de Literatura 51
estende-se, aproximadamente de 0,5 a 4 cm de distância do osso acessório do
carpo. Nesse ponto o tendão flexor digital superficial apresenta-se disposto
levemente medial, de aspecto elíptico e próximo a linha média. A zona IB, estende-
se de 4 a 7 cm de distalmente do osso acessório do carpo, não existindo estruturas
que caracterizem essa região de forma particular (PASIN et al., 2001; REEF, 2002).
A zona IIA segue estendendo-se entre 7 a 10 cm distalmente ao osso acessório do
carpo. A zona IIB encontra-se de 10 a 14 cm de distância do osso acessório do
carpo, sendo caracterizada pela presença de um ramo do nervo medial palmar, que
cruza obliquamente a região (NYLAN, 1995; REEF, 2002; REIMER, 1998). A zona
IIIA encontra-se localizada de 14 a 18 cm distalmente do osso acessório do carpo,
tendo como principal característica ser o ponto de eleição para a manifestação da
tenossinovite. A região IIIB é a maior entre todas já citadas e contem o local onde
ocorre a bifurcação do ligamento suspensório em seus ramos lateral e medial. A
última região é a IIIC, que dista de 23 a 28 cm do osso acessório do carpo, sendo
caracterizada por apresentar ao exame ultrassonográfico a sombra dos ápices dos
ossos sesamóides proximais (DYSON, 2003; NYLAND, 1995; PASIN et al., 2001).
O exame ultrassonográfico tem mostrado um valor inestimável, do ponto de
vista confirmativo, para aquelas lesões que não podem ser definidas apenas com a
utilização do estudo semiológico regional do membro torácico do eqüino, tornando-
se, ainda uma alternativa plenamente justificável do ponto de vista econômico
(GENOVESE, 1986). Desta maneira, torna-se imperativo o conhecimento não
apenas das características ultrassonográficas dos ligamentos e tendões da região
distal dos membros desses animais, mas também o conhecimento anatômico do
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Revisão de Literatura 52
tamanho e sintopia de tais estruturas, que possibilita sua distinção durante o exame
ultrassonográfico (STEYN; LLWRAITHC; RAWCLIFF, 1991).
A estrutura ultrassonográfica da região metacarpal palmar ou metatarsal
plantar podem ser mais ou menos diferenciáveis, de acordo com o seu grau de
ecogeneicidade, o que pode algumas vezes dificultar a delimitação perfeita da
mesma durante a avaliação, como no caso do ligamento interósseo, que apresenta
problemas na identificação de suas bordas, devido a sua ecogeneicidade irregular
(CUESTA, 1992).
Cuesta et al. (1995) realizaram um estudo comparativo de cinco regiões do
aspecto palmar do metacarpo de 23 eqüinos, através de estudo ultrassonográfico e
anatômico da região, onde verificaram valores de mensuração, na dissecação,
semelhantes a aqueles observados durante o estudo in vivo.
Pasin et al. (2001) quando estudaram 67 cavalos de diversas raças
observaram que a área de secção transversal do tendão flexor digital superficial
apresentou valores médios entre 80,75 ± 2,72 mm2 e 126,29 ± 3,11; o tendão flexor
digital profundo apresentou valores entre 87,36 ± 3,06 e 178,75 ± 5, 42, o que
possibilitou um certo grau de padronização dos valores dimensionais das estruturas
da região distal dos membros de eqüinos, gerando subsídios para identificação de
lesões do aparelho locomotor.
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Material e Método
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Material e Método 54
3 MATERIAL E MÉTODO
Durante a fase experimental deste estudo foram analisados os membros
torácicos de 15 asininos, de diferentes sexos e idades. Os animais pesavam em
média 150 kg, eram alimentados com ração volumosa e utilizados em veículos de
tração animal, submetidos, portanto, às mesmas condições de manejo. Todos
vieram a óbito seja por processos patológicos ou por envolvimento em acidentes e
as peças foram encaminhadas ao laboratório de Anatomia da Universidade Estadual
do Maranhão – UEMA pela Secretaria de Transporte e Urbanismo do Estado do
Maranhão – SEMTURB.
Após a higienização dos membros, realizaram-se radiografias, baseadas nos
protocolos utilizados para eqüinos, em projeções dorsoproximal-palmarodistal em
ângulo de 45° e 65º e lateromedial, utilizando-se um aparelho portátil de Raios-X,
MinXrays, modelo HF 100, de 40 – 100 KVp e 20mAs de potência, calibrado com
distância foco-filme de 80 cm e técnicas de exposição de 45 kVp e 0,5 mAs, chassis
metálicos 24x30 cm, com telas intensificadoras CRONEX HI1 plus e filmes RP-X-
OMAT2. Os filmes radiográficos foram revelados e fixados em Processadora
Automática RPX-OMAT Processor3.
Em seguida, a artéria mediana foi canulada utilizando-se um cateter 22G,
procedendo-se a perfusão vascular dos membros, com solução salina a 0,9% a e a
40°C de temperatura, para a limpeza do sistema arterial, retirando-se coágulos e
debris celulares. Posteriormente, prossegui-se com a aplicação de técnica 1 DU PONT NEMAVES E Co. 2 EASTMAN KODAK COMPANY 3 EASTMAN KODAK COMPANY
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Material e Método 55
angiográfica através da injeção de contraste iodado não-iônico Henetix 3504
(iobitridol) até o preenchimento de todo o leito vascular. Em cinco dos membros que
foram submetidos à avaliação radiográfica, utilizando-se projeções dorsopalmar e
latero-lateral, as quais permitiram a visualização da angioarquitetura local.
Após as primeiras avaliações, as peças foram fixadas em solução de
formalina a 10% por um período mínimo de 48 horas. Passado esse período, foram
lavadas em água corrente e submetidas à dissecação, que se caracterizou pela
individualização dos tendões e seus ventres musculares, bem como dos ligamentos
de maior contribuição para a região estudada. Foram realizados cortes longitudinais
da região distal dos membros torácicos desses animais, com vistas a auxiliar a
identificação os pontos de origem e inserção dos principais ligamentos e tendões em
asininos, bem como evidenciar a extensão de suas bolsas articulares.
Utilizando-se paquímetro de precisão 0,05 mm, foi realizada a mensuração
dos tendões do músculo flexor superficial dos dedos, músculo flexor profundo dos
dedos e tendão interósseo médio. As medições foram tomadas aferindo-se a largura
e espessura destes tendões em sete zonas pré-definidas, buscando calcular sua
área transversal, através do programa matemático WebCalc, e seguindo o protocolo
utilizado em eqüinos. Os achados foram anotados para a descrição dos resultados e
adequada avaliação estatística, onde se utilizou, t de student e a correlação linear de
Pearson. Algumas peças foram fotografadas para a devida documentação. Todos os
termos anatômicos empregados foram orientados segundo a Nômina Anatômica
Veterinária (NAV, 1994).
4 GUERBET PRODUTOS RADIOLÓGICOS LTDA.
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Resultados
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Resultados 57
4 RESULTADOS
A avaliação anatômica e radiográfica descrita para os membros dos asininos
foi realizada segundo o protocolo previamente descrito para eqüinos, em acordo com
as observações relatadas pela literatura mundial para esses animais. Foram
descritos somente os tendões dos músculos de interesse para a região distal do
membro torácico e que se encontram ligados ao suporte do aparelho suspensório,
região de interesse clínico e cirúrgico.
4.1 DISCRIÇÃO ANATÔMICA
A musculatura dos membros torácicos dos asininos permitiu evidenciar dois
grupamentos musculares específicos, divididos em uma divisão extensora e outra
flexora.
Em asininos, o músculo extensor digital comum constituiu-se como um
músculo de maior volume e possivelmente o principal músculo envolvido no
mecanismo de extensão da região distal dos membros torácicos. Apresenta um
ventre penado, disposto craniolateralmente e fazendo relação com o músculo
extensor carpoulnar mais cranialmente (Apêndice A Figura 1a, b). Seu tendão surge
aproximadamente a 5 centímetros da epífise distal do rádio, partindo do meio do
ventre muscular e seguindo através do sulco extensor do rádio e sobre a cápsula
articular cárpica (Apêndice A Figura 2). Passa distalmente sobre a superfície dorsal
do terceiro metacarpiano, inclinando-se medialmente, até alcançar a linha média do
membro próximo à articulação metacarpofalangeana, emitindo algumas fibras
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Resultados 58
tendíneas que vão se inserir na extremidade distal do metacarpo (Apêndice A Figura
3). Logo a partir desta, sofre uma dilatação, onde recebe os ramos extensores do
tendão do ligamento interósseo de ambos os lados (Apêndice A Figura 4 a, b).
Alcança sua máxima dilatação no ponto onde se insere no processo extensor da
falange distal.
O músculo extensor digital lateral mostrou-se bem menor em volume quando
comparado ao extensor digital comum. Apresenta um ventre penado e de caráter
fusiforme, embora com fibras musculares pouco definidas e que se misturam às do
extensor digital comum em sua origem. Seu tendão surge bem próximo à articulação
carpiana, quando passa através do sulco do processo estilóide lateral, na
extremidade distal do rádio, onde está envolvido pelo retináculo flexor (Apêndice A
Figura 2). Orienta-se a partir de uma posição medial e seguindo cada vez mais
dorsalmente, porém, não chegando a atingir a linha média do terceiro osso
metacarpiano. Durante o seu percurso segue junto ao tendão do músculo extensor
digital comum. Próximo à articulação metacarpofalangeana orienta-se com um
caráter divergente com relação ao músculo extensor digital comum, emitindo fibras
que vão se inserir na extremidade distal do terceiro osso metacarpiano (Apêndice A
Figuras 3 e 5).
O músculo flexor digital superficial é o primeiro músculo da divisão flexora
observado à dissecação anatômica. Seu ventre é multipenado e com fibras
musculares que se entremeam às do músculo flexor digital profundo, dificultando
uma delimitação definida entre eles. Apresenta um forte tendão que segue
distalmente ao nível do canal cárpico junto ao tendão do músculo flexor digital
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Resultados 59
profundo (Apêndice A Figura 1 b), quando é envolvido pelo retináculo flexor
(Apêndice A Figura 6 a). Distal ao carpo, torna-se achatado dorsopalmarmente,
adquirindo um caráter elipsóide. Nesse ponto apresenta-se fortemente aderido à
articulação metacarpofalangeana por meio do ligamento anular palmar e mais
distalmente pelo ligamento digital palmar proximal (Apêndice A Figura 7). Ao chegar
na extremidade distal da falange proximal emite dois ramos que divergem até seus
pontos de inserção, nas extremidades proximal e distal da falange média (Apêndice
A Figura 6 b).
O músculo flexor digital profundo (Apêndice A Figura 1 a, b) é o segundo
músculo da divisão flexora que se estende além da articulação do carpo e que se
encontra relacionado com a manutenção do aparelho suspensório em asininos.
Apresenta-se constituído por três cabeças: umeral, ulnar e radial, das quais a
cabeça umeral fornece a maior contribuição para a execução do trabalho muscular.
A cabeça umeral apresenta um tendão resistente que se junta às outras duas,
próximo da articulação e passa através do canal cárpico. O tendão do músculo flexor
digital profundo relaciona-se dorsalmente com o tendão interósseo e palmarmente
com o tendão do músculo flexor digital superficial (Apêndice A Figura 8). Passa
através do anel do músculo flexor digital superficial até sua inserção na superfície da
cartilagem da falange distal, onde forma uma expansão observada entre este tendão
e o osso sesamóide distal, conhecida como bolsa podotroclear (Apêndice A Figura
9).
O tendão interósseo, nos asininos, é bastante desenvolvido. Surge na
extremidade proximal do terceiro osso metacarpiano, com suas fibras orientando-se
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Resultados 60
longitudinalmente sob o aspecto palmar do mesmo e ocupando todo o espaço entre
o segundo e quarto ossos metacarpianos. Imediatamente distal ao metacarpo, sofre
uma bifurcação, emitindo dois ramos extensores que passam a orientar-se sobre a
superfície abaxial dos ossos sesamóides proximais e sobre a cápsula articular
(Apêndice A Figura 10). Logo após a articulação metacarpofalangeana, desloca-se
mais dorsalmente, até encontrar-se com o tendão do músculo extensor digital
comum (Apêndice A Figura 4 a, b).
Em dissecações mais profundas foi possível evidenciar os principais
ligamentos que fazem parte do aparelho suspensor nesses animais. O ligamento
sesamóideo reto caracterizou-se por fibras que se dispõem em sentido longitudinal,
tendo seu ponto de origem em toda extensão da região distal ao ligamento palmar e
lateralmente à base dos ossos sesamóides proximais, indo inserir-se distalmente à
fibrocartilagem complementar, da extremidade proximal da falange média (Apêndice
A Figura 11). Os ligamentos sesamóideos oblíquos também apresentam fibras
dispostas longitudinalmente, sendo bem menores em dimensão e extensão, quando
comparados ao primeiro e apresentam sua inserção proximal ao nível do ligamento
palmar e base dos ossos sesamóides proximais. Sua inserção distal encontra-se
sobre a superfície palmar da falange proximal, sob o terço médio do ligamento
sesamóideo reto (Apêndice A Figura 11).
Ainda em dissecação profunda foi possível mostrar o ligamento palmar da
articulação interfalangeana proximal como uma faixa que surge no terço médio da
falange proximal em uma orientação dorsopalmar sob o tendão do músculo flexor
digital profundo, até a sua inserção na extremidade distal da falange média. Os
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Resultados 61
ligamentos colateral lateral e medial surgem no mesmo nível do ligamento palmar da
articulação interfalangeana proximal e adotam uma orientação aproximadamente
paralela aos ramos extensores do tendão interósseo (Apêndice A Figura 12).
4.2 AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA
A avaliação radiográfica foi realizada em dois momentos. Primeiramente
caracterizando-se as principais lesões observadas ao nível da região distal da
falange distal dos asininos e posteriormente caracterizando a vascularização
regional através de técnica angiográfica.
4.2.1 O exame radiográfico
Todos os asininos analisados apresentaram osteíte podal que variou de
moderada a sevara, sempre manifestando graus de cronicidade através de áreas de
osteólise na margem solear da falange distal ou proliferações em pontos de inserção
de tendões, ligamentos, superfície flexora do sesamóide distal e na superfície dorsal
e palmar das falanges média e distal (entesofitos). O grau de rotação de falange
variou entre 8,5 e 10, acometendo oitenta por cento dos animais estudados
(Apêndice A Figura 13).
4.2.2 A técnica angiográfica
O principal ramo vascular responsável pela manutenção do membro torácico
em asininos é a artéria mediana. Após passar sobre a articulação cárpica, realiza
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Resultados 62
uma anastomose com a porção terminal da artéria radial, constituindo nesse
momento, o arco palmar profundo (Apêndice A Figura 14a, b). A partir desse arco
surgem as artérias metacárpicas palmares II, lateralmente, e III medialmente que
avançam sobre o sulco palmar, onde ocorre a emissão de ramos que vão para a
superfície dorsal do terceiro osso metacarpiano (Apêndice A Figura 15). A artéria
mediana segue orientando-se sob a superfície palmar do terceiro osso metacarpiano
de uma situação lateral cada vez mais medialmente. No terço médio do metacarpo,
passa a ser chamada de artéria digital palmar comum. Continua seu trajeto até
atingir a linha média no terço distal do metacarpo, onde sofre uma bifurcação,
emitindo a artéria digital palmar lateral e digital palmar medial, em um ponto
correspondente a da bifurcação do tendão interósseo (Apêndice A Figura 16a, b).
Depois de cruzar a articulação metacarpofalangeana, as artérias digitais palmares
emitem ramos para a falange proximal, onde formam um arco, após o seu encontro
sobre a superfície dorsal dessa falange (Apêndice A Figura 17a, b). As artérias
digitais palmares, quando passam sob a articulação interfalangeana proximal emitem
o ramo para o toro digital e os ramos dorsais para a falange média. Mais adiante, ao
nível da região interfalangeana distal, emitem o ramo dorsal para a falange distal
(Apêndice A Figura 18 a, b).
Por fim, emitem o ramo que forma o arco terminal, pelo encontro com a artéria
do lado posto, onde são lançados vários ramos menores para a margem solear da
falange distal (Apêndice A Figura 18 a).
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Resultados 63
4.3 ÁREA DE SECÇÃO TRANSVERSAL DOS TENDÕES
Foi realizada a mensuração da secção de área transversal dos tendões do
músculo flexor digital superficial, flexor digital profundo em sete regiões pré-
definidas, e o tendão interósseo em quatro áreas passíveis de mensuração
(Apêndice B Tabelas 1 a 3).
O tendão flexor digital superficial apresentou valores variando de 72,068 mm2
(zona IA do membro esquerdo) a 255,883 mm2 (zona IIIC do membro direito), como
medições máximas e mínimas entre as diversas áreas dos tendões estudados. A
média para esse tendão variou de 82,8057 mm2 (zona IB do membro direito) a
206,654 mm2 (zona IIIC do membro esquerdo) (Apêndice B Tabela 1 e Apêndice C
Gráficos 1 a 2) .
Para o tendão flexor digital profundo encontramos área de secção transversal
contidos entre o intervalo de 112,720 mm2 (zona IA do membro esquerdo) a 372,
231 mm2 (zona IIIC do membro direito), com sua média variando entre 149,012 e
269,847 mm2 (Apêndice B Tabela 2 e Apêndice C Gráficos 3 a 4).
Finalmente, no tendão interósseo observamos os maiores valores para as
secções de área transversal e desvio-padrão, variando de 75,618 mm2 (zona IIA do
membro esquerdo) a 555,434 mm2 (zona IIIC do membro direito) e médias variando
entre 148,8313 e 280,7071 mm2 (Apêndice B Tabela 3 e Apêndice C Gráficos 5 a 6).
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Resultados 64
Quando analisamos a secção de área IA até a área IIB, o tendão do músculo
flexor digital superficial apresentou um desvio-padrão variando entre 9,670 e 16,452.
A partir desse ponto foi verificada uma grande amplitude para o desvio-padrão,
alcançando amplitude máxima de 32,709. Tal momento coincide com o trecho final
do percurso dos tendões sobre a face palmar do terceiro osso metacarpiano e
articulação interfalangeana proximal, provavelmente pontos de maior estresse
tendíneo e exigência física (Apêndice B Tabela 1 e Apêndice C Gráficos 1 a 2).
Ao analisarmos o tendão do músculo flexor digital profundo e o tendão
interósseo, em todas as suas zonas verificamos desvios-padrões maiores do que o
para o tendão flexor digital superficial. Nestes tendões os desvios-padrões
mantiveram semelhanças entre si até aproximadamente o mesmo nível que o
observado para tendão flexor digital superficial, contudo logo após seguem
extrapolando valores máximos de 50,0227 e 123, 313, respectivamente (Apêndice B
Tabelas 2 e 3). Muito deste efeito deve-se ao seu nível maior de exigência na
manutenção da articulação do boleto por parte desses tendões.
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Discussão
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Discussão 66
5 DISCUSSÃO
A dissecação anatômica da região distal dos membros torácicos dos asininos
utilizados neste estudo permitiu a distinção entre duas divisões clássicas; uma
extensora e, outra flexora que abrange em seu território grupos musculares distintos,
tal qual relata Getty (1986) para os eqüinos. O músculo extensor digital comum foi
evidenciado como o principal da divisão. Apresenta característica anatômica e
disposição semelhante àquela que tem sido descrita na literatura por autores como
Dyce, Sack e Wensing (1997), apresentando um arranjo muscular com fibras que
impossibilitam uma separação anatômica precisa entre as cabeças musculares. O
tendão desse músculo surge de um ventre penado a uma distância um tanto menor
do que o observado em eqüinos por könig (2002) e Frandson (1967), contudo,
obedecendo a mesma sintopia anatômica descrita. Todavia, ao passar pela
articulação metacarpofalangeana emite um pequeno número de fibras tendíneas
para a extremidade distal da falange, o que caracteriza uma inserção também nesse
ponto, o que discorda do que foi descrito por estes autores.
O tendão do músculo extensor digital lateral dos asininos apresenta-se da
mesma maneira que Getty (1986); Nickel et al. (1986); Constantinescu (1991) e
Smallwood (1992) o descrevem para eqüinos. Contudo, nossas observações
divergem das desses autores quanto ao seu ponto de inserção na articulação
metacarpofalangeana, onde sofre um desvio em relação ao tendão extensor digital
comum.
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Discussão 67
Na divisão flexora, os músculos flexores digitais superficial e digital profundo,
apresentam características semelhantes àquelas descritas para eqüinos, conforme
relatado por Getty (1981); Nickel et al. (1986) e König (2002), embora apresentem
menor volume.
O tendão interósseo apresenta inserção proximal semelhante ao relatado por
Getty (1981); Nickel et al. (1986) e König (2002). Porém as inserções distais de seus
ramos extensores, em nossas observações, encontram o tendão do músculo
extensor digital comum em um nível mais distal do que o descrito para eqüinos.
Os ligamentos observados à dissecação profunda da região distal dos
membros de asininos apresentam características anatômicas diferenciadas. Autores
como Getty (1981); Dyce, Sack e Wensing (1997) demonstraram os ligamentos
sesamóideos retos e oblíquos como bandas dispostas longitudinalmente sob a face
palmar da falange média. Contudo, nossos achados divergem desses autores,
quando evidenciamos que em asininos esses ligamentos mostram-se bem mais
largos e bem mais definidos, particularmente, o sesamóideo reto, propiciando assim,
um maior suporte para a sustentação e equilíbrio biodinâmico da articulação. Os
ligamentos palmares da articulação interfalangeana apresentaram suas
características anatômicas conforme o que foi descrito por Smallwood (1992);
Constantinescu (1991) e Frandson (1967). Todavia, em nossas dissecações os
ligamentos colateral lateral e medial da articulação interfalangeana proximal são
observados como adotando uma disposição um tanto mais paralela aos ramos
extensores do tendão interósseo, o que contrapõe-se aos achados destes autores.
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Discussão 68
A artéria mediana em asininos passa sobre a articulação cárpica e juntamente
com o ramo distal da artéria radial forma o arco palmar profundo. Informação que se
encontra de acordo com as observações realizadas por Nickel et al. (1981) ao
estudarem o aparelho circulatório dos eqüinos. Ainda consoante as informações
destes autores, as artérias metacárpicas palmares II e III têm sua origem a partir do
arco palmar profundo, com um trajeto que segue sobre o sulco palmar, por
conseguinte emitindo ramos distais que se orientam dorsalmente ao metacarpo,
próximo ao ponto de bifurcação da artéria digital palmar comum.
A artéria mediana a partir da articulação cárpica segue um trajeto palmar e
medial até atingir a linha média do terceiro osso metacarpiano em seu terço mais
distal, região do arco palmar superficial, onde passa a chamar-se artéria digital
palmar comum. Informação que se contrapõem as de Getty (1981); Dyce, Sack e
Wensing (1997) que descrevem este vaso com um trajeto paralelo ao eixo do
terceiro osso metacarpiano. Após alcançar o terço distal do terceiro osso
metacarpiano próximo a linha média desse osso, realiza uma bifurcação para
originar as artérias digitais palmares laterais e mediais, tal qual é relatado por Dyce,
Sack e Wensing (1997) em suas descrições para eqüinos. Ainda seguindo este
trajeto, as artérias digitais palmares emitem os ramos dorsal e palmar para a falange
proximal, os quais foram descritas por Nickel et al. (1981) apenas como ramos
proximais, médios e distais.
As artérias digitais palmares, que foram melhores detalhadas por Sadler et al.
(1999), encontram-se de acordo com nossas descrições. Ainda em consonância com
as informações deste último autor, os ramos terminais das artérias digitais palmares
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Discussão 69
ao passarem sob a articulação interfalangeana proximal emitem os ramos para o
toro digital e em sua terminação ao nível da articulação interfalangeana distal ramos
dorsais para a falange distal, formando o arco terminal com o lado oposto de onde
partem diversos vasos para a margem solear da falange distal.
Os subsídios buscados neste trabalho, no tocante a avaliação da secção da
área transversal do tendão de asininos, foram embasados nas informações de
Cuesta et al. (1995), que realizaram um estudo comparativo ultrassonográfico e
anatômico de cinco regiões da superfície palmar do metacarpo de 23 eqüinos, nos
quais observaram que os valores à mensuração ultrassonográfica e à dissecação
anatômica, guardavam semelhanças entre si.
Ao realizarmos a mensuração da área transversal de sete regiões pré-
definidas, segundo o protocolo utilizado por Reimer (1998); Reef (2002); Dyson
(2003) e Nylan (2004) para eqüinos, verificamos uma tendência do aumento desta
área à medida que ocorre uma aproximação da região distal do membro do animal,
tal qual foi observado por Denoix (1994) e Pasin et al. (2001), quando estudaram 67
cavalos de diversas raças. Contudo, foi observado que a secção da área transversal
apresentou-se maior nos asininos avaliados neste trabalho do que o verificado para
eqüinos, quando são comparadas regiões anatômicas do tendão da mesma zona de
corte.
Observou-se ainda para os asininos avaliados, que ocorreu sempre uma
tendência para maiores áreas de secção transversal na região proximal dos tendões
e na periferia de seus pontos de inserção, o que de certa forma traduz um grau de
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Discussão 70
especialização dessas estruturas para uma maior estabilidade da região distal
desses animais, particularmente na execução de trabalhos com alta exigência
muscular. Vale a pena ressaltar que existe uma proporção de massa corporal de
aproximadamente 3:1, entre eqüinos e asininos e, que isso desfavoreceria muito o
segundo se não existisse nenhum mecanismo de compensação que equilibrasse tal
diferença, no momento de realização nas fases de suspensão e de máxima
extensão, como é descrito para eqüinos por Rooney, Quddus e kingsbury (1978).
Associado a isto, podemos observar um casqueamento deficiente para esses
animais por parte dos proprietários, o que sem dúvida dificulta o rearranjo das
tensões sofridas pelo aparelho suspensório desses animais, como foi discutido por
Lech (1983) e Denoix (1985, 1987, 1994), em seus estudos sobre essa região em
eqüinos.
Para Denoix (1994) e Riemersma (1988), os tendões exercem papel
importante no equilíbrio da região distal dos membros dos eqüinos, devido as suas
propriedades elásticas, responsáveis pela absorção de impactos e pela sua
característica na redução do esforço muscular durante a locomoção, o que
acreditamos que aconteça com os asininos. Desta forma e, apoiando as
observações de Zanella, Heleski e Zanella (2003), com relação ao o trabalho
exaustivo executado pelos asininos, confiamos que o desenvolvimento de uma
estrutura de sustentação mais eficiente, que seja compatível com a condição de
estresse articular a que se encontram submetidos rotineiramente, estabeleça
embasamento para explicar o fato da maior área de secção vista em asininos
quando, o comparamos aos eqüinos.
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Discussão 71
A exceção de dois casos, relacionados à zona IB dos membros direito e
esquerdo do tendão flexor digital superficial, em todos os outros momentos esse
tendão apresentou áreas de secção transversal superiores às do tendão flexor digital
superficial. O mesmo pode ser verificado com o tendão interósseo, onde apenas a
média da zona IIA do membro direito não supera os valores das médias calculadas
para o tendão flexor digital superficial. Tal informação encontra-se compatível com a
descrição realizada por Evans (1975) quando sugeriu que a estabilização da
articulação interfalangeana e suspensão do boleto são realizadas primordialmente
por ação do tendão interósseo e tendão flexor digital profundo. Ainda de acordo com
as verificações de Denoix e Berthelet (1987), que comentaram sobre as altas
tensões sofridas pelo tendão interósseo durante a fase de máxima extensão do
membro. O que pode justificar nossas observações com relação a maior área de
secção transversal por parte desses tendões.
A constante solicitação desse grupamento tendíneo na estabilização da
articulação interfalangeana proximal e distal, tal qual é relatado por Alves et al.
(2003), leva os asininos a evoluírem para quadros de tendinites sub-clinicas ou com
severidade subestimada à realização do exame físico, que provavelmente
contribuíram para o aumento das médias observadas a partir dos pontos de maior
estresse tendíneo.
Em todas as peças anatômicas utilizadas para este estudo observou-se graus
de osteíte podal variando de moderado a severo, verificando-se áreas de osteólise e
proliferação ósseas em pontos de inserção de tendões e ligamentos, o que também
foi descrito por Alves et al. (2003), em seus estudos com asininos. Não raro foram
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Discussão 72
observadas zonas de destruição óssea em margem solear da falange distal e
doença articular degenerativa associada a processos de rotação de terceira falange
variando entre 8,5 e 10 graus.
Para Smith et al. (2004) existe uma relação entre o número de lesões
provocadas nos tendões flexores da região distal dos membros torácicos e a tensão
exercida pela angulação da falange distal em eqüinos da raça Thoroughbred.
Entretanto, em asininos, não foi observada correlação entre o ângulo de inclinação
da muralha do casco ou falange distal e a área de secção transversal, embora as
maiores áreas de secção transversal tenham apresentado-se nos pontos de maior
estresse motor para a articulação, contrariando às informações relatadas por Denoix
(1994) quando sugeriu apenas a quantidade de fibras tendíneas e colágenas como
representativa de força para os tendões em eqüinos.
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Conclusões
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Conclusões 74
6 CONCLUSÕES
- A estrutura anatômica dos membros torácicos dos asininos apresenta ventres
musculares semelhantes aos dos eqüinos, porém tendões mais espessos;
- a osteíte podal, a osteólise óssea, rotação e o entesofitos são freqüentemente
observados na região distal dos membros torácicos de asininos, como
resultado das altas tensões aplicadas a ela;
- os tendões dos asininos apresentam áreas de secção transversal acima da
média observada para eqüinos, com uma tendência crescente, à medida que
as mensurações aproximam-se da região distal do membro, onde encontram-
se submetidos a maior estresse motor;
- não há correlação entre o ângulo de inclinação da muralha do casco e a área
de secção transversal dos tendões em asininos;
- os tendões que mais estabilizam a região distal dos membros torácicos em
asininos são o flexor digital profundo e o interósseo, por apresentarem maior
área de secção transversal;
- o asinino possui mais resistência à lesões locomotoras, quando comparado
ao eqüino, por apresentar área de secção transversal maior nos pontos de
estresse motor mais intenso.
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Refências 82
RUOHONIEMI, M.; RAEKALLIO, M.; TULAMO, R. M.; SALONIUS, K. Relationship between ossification of the cartilages of the foot and conformation and radiographic mensurements of the front feet in Finnhorse. Equine Veterinary Journal, v. 29, n. 1, p. 44-48, 1997. SAID, A. H.; KHAMIS, Y.; MAHFOUZ, M. F.; EL- KEIEY, M. T. Angiographic Appearence of the metacarpus, phalanges and foot of the donkey. Zentralblatt Fur Veterinarmedizin A., v. 30, p. 788-795, 1983. SCHALLER, C. G. M.; HABEL, R. E.; SACK, W. O.; SIMOENS, P.; VOS, N. R. Nomenclatura anatômica ilustrada: Angiologia. São Paulo: Manole, 1999. p. 282-302. SILVER I. A.; BROWN. P. N.; GOODSHIP, A. E.; LANYON, L. E.; MCCULLAGH, K. G.; PERRY, C. G.; WILLIANS, I. P. A clinical and experimental study of tendon injury, healing and treatment in the horse. Equine Veterinary Journal, v. 1, p. 1-43, july 1983. Suplemment. SISSON, S. Músculos do eqüino. In. GETTY, R. Sisson/Grossman – Anatomia dos animais domésticos. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. p. 395-402. SMALLWOOD, J. A. Aguide tour of veterinary anatomy: domestic ungulates and laboratory mammals. Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1992. p. 271 – 287. SMITH, S. S.; DYSON, S. J.; MURRAY, R. C.; WEEKES, J. Is there an association between distal phalanx angles and deep digital flexor tendon lesions? In: ANNUAL CONVENTION OF THE AMERICAN ASSOCIATION OF EQUINE PRACTITIONERS, 50., 2004, Denver. Disponível em:<www.ivis.org/proceedings/AAEP/2004/Smith/chapter.asp?LA=1>. Acesso em: 7 abr. 2005. STASHAK, T. Claudicação em eqüinos segundo Adams. 4. ed. São Paulo: Roca, 1994. p. 503-558 . STICK J. A.; JANN, H. W.; SCOTT, E. A. Pedal rotation as prognostic sign in laminitis of horse. Journal of American Medical Veterinary Association, v. 180, n. 2, p. 251, 1982. THOMPSON, K. N.; CHEUNG, T. K.; SILVERMAN, B. S. The influence of toe angle on strain characteristics of the deep digital flexor tendon, superficial flexor tendon, suspensory ligament, and hoof wall. Equine Athlete, v. 5, n. 1, p. 1-7, 1992.
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Refências 83
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Apêndices
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Apêndice 85
APÊNDICE A – Figuras Figura 1 – (a) e (b) Fotografias de dissecação da vista lateral da musculatura distal
do membro torácico de asinino demonstrando disposição da divisão extensora (músculo extensor digital comum (1), m. extensor digital lateral (2), m. extensor carpoulnar (3)) e, da divisão flexora [m. flexor digital superficial (4) e m. flexor digital profundo (5)]
b
1
2
3
5
4
a
1 3
4
5
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Apêndice 86
Figura 2 – Fotografia de dissecação da vista lateral do membro esquerdo de um
asinino demonstrando a passagem do tendão extensor digital comum (1) e extensor digital lateral (2) ao nível da cápsula articular cárpica e retináculo extensor (circulo)
Figura 3 – Fotografia de dissecação da extremidade distal do metacarpo direito de
um asinino, demonstrando o ponto de inserção das fibras tendíneas (circulo) do tendão extensor digital comum (1) e o trajeto do tendão extensor digital lateral sobre esse osso
1
1
2
2
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Apêndice 87
Figura 4 – Fotografia de dissecação da (a) vista medial da articulação e (b) vista
lateral da articulação metacarpofalangeana demonstrando o ponto de encontro (seta) entre o tendão do extensor digital comum (1) e o tendão interósseo (2)
Figura 5 – Fotografia de dissecação da vista dorsal do membro torácico esquerdo
de um asinino, demonstrando a inserção divergente do tendão extensor digital lateral (2) na extremidade distal do terceiro osso metacarpiano (círculo), em relação ao extensor digital comum (1)
a b
21
2
1
21
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Apêndice 88
Figura 6 – Fotografia de dissecação da vista caudal da região carpiana (a) de um
asinino demonstrando a passagem do tendão flexor digital superficial (1) e flexor digital profundo (2) pelo retináculo flexor (circulo vermelho) e, vista palmar (b) do ponto de inserção do tendão flexor digital superficial (setas)
a b
12
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Apêndice 89
Figura 7 – Fotografia de dissecação superficial da articulação metacarpofalangeana
demonstrando o ligamento anular palmar (círculo vermelho) e digital palmar proximal (círculo azul)
Figura 8 – Fotografia de dissecação da superfície palmar do metacarpo e
articulação metacarpofalangeana de um asinino, demonstrando a relação entre os tendões flexor digital superficial (1), flexor digital profundo (2) e interósseo (3)
1
2
3
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Apêndice 90
Figura 9 – Corte sagital da região distal do membro torácico de um asinino
evidenciando o ponto de inserção do tendão flexor digital profundo (cabeça de seta), e bolsa podotroclear (círculo)
Figura 10 – Fotografia de dissecação da vista palmar do membro torácico de um
asinino evidenciando o tendão interósseo (seta) e sua bifurcação (cabeça de seta) sobre a superfície abaxial dos ossos sesamóides proximais
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Apêndice 91
Figura 11 – Fotografia de dissecação da vista palmar do membro torácico de um
asinino em dissecação profunda mostrando a inserção proximal (circulo vermelho) e distal (círculo azul) dos ligamentos sesamóideos reto (1) e oblíquos (2)
Figura 12 – Fotografia de dissecação da vista lateral do membro torácico de um
asinino evidenciando o ligamento palmar da articulação interfalangeana proximal (1) e o ligamento colateral medial (2)
12 2
21
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Apêndice 92
Figura 13 – Fotografia de radiografia em projeção dorsoproximal-palmarodistal com
ângulo de 65º da região distal do membro direito de um asinino (a), demonstrando osteíte severa associada à destruição óssea da falange distal (cabeças de seta azuis) e latero-medial (b), demonstrando destruição severa da margem solear, áreas de rarefação óssea na superfície flexora do osso sesamóide distal (cabeças de seta brancas) e grau de rotação da falange distal (ângulo α)
b
α
a
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Apêndice 93
Figura 14 – Fotografias de radiografias em projeção dorso-palmar da região distal
do membro torácico direito de um asinino, evidenciando seu padrão angiográfico (a) e, aspecto angiográfico da região proximal do metacarpo (b), mostrando o arco palmar profundo (círculo cheio) formado pela artéria mediana (seta azul) e radial (seta vermelha) e o superficial mais distalmente (círculo pontilhado)
a
b
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Apêndice 94
Figura 15 – Fotografia de radiografia em projeção dorso-palmar da região distal do
membro torácico direito de um asinino evidenciando o aspecto angiográfico da artéria digital palmar comum (cabeça de seta vermelha) e das artérias metacárpicas palmares II (cabeça de seta branca) e III (cabeça de seta azul), emitindo os ramos dorsais para o terceiro osso metacarpiano (círculos vermelhos)
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Apêndice 95
Figura 16 – Fotografia de radiografia em (a) projeção dorso-palmar e (b) latero-
medial da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando o aspecto angiográfico da artéria digital palmar comum (cabeças de seta) originando as artérias digital palmar lateral (1) e medial (2)
a
b
2 1
12
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Apêndice 96
Figura 17 – Fotografia de radiografia em (a) projeção dorso-palmar e (b) latero-
medial da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando a origem dos ramos dorsais da falange proximal (círculos)
Figura 18 – Fotografia de radiografia em projeção dorso-palmar (a) e vista latero-
medial (b) da região distal do membro torácico direito de um asinino, evidenciando a origem dos ramos dorsais para a falange média (círculos), para toro digital (setas), ramos dorsais para a falange distal (setas brancas) e arco terminal da falange distal (cabeças de seta)
a b
b a
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Apêndice
97
Tabela 1 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão do músculo flexor digital superficial em sete zonas da
região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração, São Luís-MA, 2004
Animal IA IB IIA IIB IIIA IIIB IIIC 1 107.819 107.128 74.874 77.073 75.681 89.441 91.483 94.346 96.415 97.451 187.239 188.496 252.961 254.343 2 92.363 79.639 82.373 75.555 73.011 86.551 85.64 91.829 93.242 94.122 134.774 135.591 255.883 247.296 3 73.231 72.068 75.618 82.373 76.225 73.89 78.54 84.823 83.881 84.891 116.616 119.381 157.771 129.684 4 96.981 108.196 108.196 82.404 83.127 133.549 84.038 133.575 118.595 141.749 128.177 158.462 156.828 168.892 5 78.069 86.205 72.068 72.069 73.513 79.168 132.324 81.807 140.241 105.349 167.887 107.205 202.161 242.693 6 93.305 103.138 91.483 116.176 102.95 128.554 114.794 119.993 119.381 135.817 216.833 153.812 258.71 192.265 7 98.664 106.324 81.063 99.861 81.807 87.965 91.681 113.474 92.455 116.617 109.516 160.85 152.744 184.065 8 95.345 102.604 74.465 87.148 80.299 90.164 93.117 98.445 94.77 114.238 96.74 114.354 156.703 219.691 9 102.604 123.653 80.927 105.369 94.562 125.538 106.877 128.648 116.176 136.016 122.365 191.137 159.719 197.067 10 98.395 117.154 72.068 111.558 103.617 127.349 118.187 129.145 133.675 198.018 152.807 203.356 239.955 207.816 11 97.861 104.346 82.404 102.163 87.148 114.663 87.179 115.036 114.825 139.044 153.875 179.227 191.134 225.181 12 86.205 123.91 75.995 103.588 93.494 109.642 99.526 122.365 113.189 131.098 113.474 209.356 182.118 168.232 13 101.034 97.473 96.735 92.661 97.264 93.205 124.376 112.997 130.062 121.091 164.839 150.607 218.529 225.911 14 105.369 100.069 81.491 106.996 87.342 109.309 98.047 113.342 228.065 114.097 132.739 195.469 151.436 221.205 15 102.74 101.112 92.326 98.094 91.339 100.663 93.047 118.752 121.336 119.206 129.065 170.022 210.113 215.473 X 95.332333 102.201 82.805733 94.205867 86.7586 103.31007 99.923733 110.5718 119.754 123.254 141.7964 162.48833 196.451 206.654 σ 9.6703906814.488710.262247513.97282210.21905419.397306115.953669916.452452134.2669426.8598232.225930932.709503540.8539633.8437
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Apêndice
98
Tabela 2 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão do músculo flexor digital profundo em sete zonas da
região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração, São Luís-MA, 2004
Animal IA IB IIA IIB IIIA IIIB IIIC
1 128.931 184.539 134.397 131.72 139.487 144.342 174.17 151.739 176.243 175.552 184.726 186.485 234.991 237.661 2 167.95 170.494 120.072 126.575 130.39 190.883 171.531 196.067 182.464 204.216 250.196 219.528 225.912 241.902 3 168.169 135.717 135.465 141.686 144.576 151.236 152.926 155.854 186.422 169.458 211.492 205.931 216.204 300.65 4 145.77 225.284 158.336 171.531 162.106 187.742 170.494 175.577 185.762 155.697 196.978 176.243 208.288 206.277 5 122.522 112.72 102.667 107.348 148.629 118.564 152.399 129.057 171.248 143.162 181.49 174.17 197.543 173.416 6 167.29 138.538 157.325 159.279 190.883 160.261 233.546 170.526 245.107 209.701 297.917 223.807 263.014 234.677 7 210.358 214.604 210.532 158.839 175.584 163.614 185.857 213.094 219.911 218.529 222.959 238.211 267.852 309.698 8 153.812 177.241 146.084 145.77 159.656 184.132 176.306 233.756 199.428 238.37 200.811 311.018 352.961 365.111 9 166.35 191.736 152.145 180.107 158.96 191.798 161.634 232.599 164.274 236.656 231.538 256.354 294.461 266.093 10 180.108 214.695 151.519 183.456 196.035 192.14 196.287 237.253 198.077 262.637 212.529 262.951 213.628 265.402 11 164.59 192.831 159.059 162.577 183.209 221.671 203.889 241.202 208.696 257.897 230.719 260.214 254.689 264.648 12 226.195 179.071 149.129 112.058 180.861 223.131 226.195 224.221 231.777 233.986 231.573 270.176 255.726 321.542 13 156.348 156.773 123.968 145.089 164.966 174.935 172.473 189.344 195.093 197.721 213.193 246.522 249.945 277.539 14 189.161 166.077 179.139 163.485 171.377 167.212 197.056 173.882 225.371 202.665 231.691 220.378 372.231 266.416 15 174.137 189.716 155.338 167.906 167.023 208.534 177.476 232.37 183.449 257.38 203.314 305.813 263.641 316.673 X 168.1127 176.6691 149.0117 150.4951 164.9161 178.6797 183.4826 197.1027 198.2215 210.9085 220.0751 237.1867 258.0724 269.847σ 27.06274 31.32962 25.38805 23.24302 18.86085 28.76925 24.03162 36.4053 23.56871 37.74473 28.77081 42.17714 50.02274 48.55255
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Apêndice 99
Tabela 3 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão interósseo em quatro zonas da região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração, São Luís-MA, 2004
Animal IB IIA IIB IIIC 1 88.593 80.173 84.729 75.618 109.893 89.598 119.726 113.6 2 90.195 190.004 89.064 189.344 139.667 208.727 182.907 227.42 3 164.871 158.336 152.085 143.257 173.039 159.718 181.333 194.4014 197.041 145.555 180.956 130.187 205.837 166.159 224.435 165.0595 156.514 167.792 136.439 152.399 172.756 176.431 182.212 192.4226 330.244 396.661 367.791 320.504 368.232 461.123 438.975 535.3277 147.404 153.058 128.334 128.648 522.855 436.13 555.434 465.4048 147.027 223.932 121.768 218.592 174.924 227.702 193.962 271.5919 184.726 149.539 125.35 134.837 195.501 154.566 239.829 156.82810 188.024 158.369 158.054 127.423 257.226 164.713 306.335 205.80711 138.45 207.345 131.099 188.149 452.955 394.615 425.538 421.12612 201.047 190.003 133.549 186.441 233.986 254.463 261.255 318.97513 139.675 184.655 138.709 181.647 150.702 193.222 405.206 353.47914 141.056 157.654 135.711 126.351 143.295 163.264 166.22 210.80115 239.723 212.195 213.015 209.679 301.004 123.198 327.239 218.581X 170.306 185.0181 148.8313 164.5284 240.1248 224.9086 280.7071 270.0547σ 59.62388 68.08168 67.61447 58.10171 121.468 114.1541 125.5632 123.3136
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Apêndice 100
APÊNDICE C – Gráficos Gráfico 1 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão flexor digital superficial direito dos animais estudados Gráfico 2 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão flexor digital superficial esquerdo dos animais estudados
0
50
100
150
200
250
300
An. 01
Na. 03
An. 05
An. 07
An. 09
An. 11
An. 13
An. 15
Animal
Áre
aIA-DIB-DIIA-DIIB-DIIIA-DIIIB-DIIIC-D
0
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100
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200
250
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An. 01
An. 03
An. 05
An. 07
An. 09
An. 11
An. 13
An. 15
Animal
Áre
a
IA-EIB-EIIA-EIIB-EIIIA-EIIIB-EIIIC-E
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Apêndice 101
Gráfico 3 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão flexor digital profundo direito dos animais estudados Gráfico 4 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão flexor digital profundo esquerdo dos animais estudados
0
50
100
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400
An. 0
1
An. 0
2
Na.
03
An. 0
4
An. 0
5
An. 0
6
An. 0
7
An. 0
8
An. 0
9
An. 0
10
An. 1
1
An. 1
2
An. 1
3
An. 1
4
Animal
Áre
aIA-DIB-DIIA-DIIB-DIIIA-DIIIB-DIIIC-D
0
50
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150
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250
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350
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An. 01
An. 03
An. 05
An. 07
An. 09
An. 11
An. 13
An. 15
Animal
Áre
a
IA-EIB-EIIA-EIIB-EIIIA-EIIIB-EIIIC-E
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Apêndice 102
Gráfico 5 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do
tendão interósseo direito dos animais estudados
Gráfico 6 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do tendão interósseo esquerdo dos animais estudados
0
100
200
300
400
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An. 01
An. 03
An. 05
An. 07
An. 09
An. 11
An. 13
An. 15
Animal
Áre
a
IB-DIIA-DIIB-DIIIC-D
0
100
200
300
400
500
600
An. 01
An. 03
An. 05
An. 07
An. 09
An. 11
An. 13
An. 15
Animal
Áre
a
IB-EIIA-EIIB-EIIIC-E