FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de...

103
FLÁVIO RIBEIRO ALVES Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal São Paulo 2005

Transcript of FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de...

Page 1: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

FLÁVIO RIBEIRO ALVES

Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros torácicos

de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal

São Paulo 2005

Page 2: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

FLÁVIO RIBEIRO ALVES

Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros

torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de

tração animal

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências

Departamento:

Cirurgia

Área de Concentração:

Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres

Orientador:

Profa. Dra. Arani Nanci Bomfim Mariana

São Paulo 2005

Page 3: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO

(Biblioteca da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)

T.1550 Alves, Flávio Ribeiro FMVZ Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos

membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal / Flávio Ribeiro Alves. – São Paulo : F. R. Alves, 2005.

102 f. : il.

Dissertação (mestrado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Cirurgia, 2005.

Programa de Pós-graduação: Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres.

Área de concentração: Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres.

Orientador: Profa. Dra. Arani Nanci Bomfim Mariana.

1. Asininos. 2. Tendões. 3. Ligamentos articulares. 4. Angiografia. I. Título.

Page 4: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os
Page 5: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome: ALVES, Flávio Ribeiro

Título: Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências

Data: _____/______/2005.

Banca Examinadora

Prof. Dr. ___________________________ Instituição: _______________________

Assinatura _________________________ Julgamento: ______________________

Prof. Dr. ___________________________ Instituição: _______________________

Assinatura _________________________ Julgamento: ______________________

Prof. Dr. ___________________________ Instituição: _______________________

Assinatura _________________________ Julgamento: ______________________

Page 6: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

A DEUS, presença certa em momentos incertos, meu grande guia por caminhos tortuosos e em quem resguardo toda confiança. Que tudo seja feito em teu nome, pela tua vontade, para tua Honra e Glória!

Page 7: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Aos meus pais, grande benção concedida por Deus em minha vida; exemplo pleno de amor, dedicação e doação. A vocês todo o meu amor e eterna gratidão!

Page 8: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

A Jacyara, pela descoberta do amor puro e verdadeiro, pelo amor incondicional, paciência, compreensão e fortaleça em momentos de grande dificuldade. Que sejamos muito felizes!

Page 9: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Ao meu primo, Raimundo (Duca), por toda uma lição de vida em meio a grandes batalhas, pelo espelho para construção de um caráter e por acreditar neste grande sonho. Que seja também sua esta vitória!

Page 10: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Ao meu primo, Jucivan, grande exemplo de dedicação, superação e conquistas; por sua grande disposição em ajudar em todos os momentos. Meus sinceros agradecimentos!

Page 11: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Agradecimentos

A professora Arani Nanci Bomfim Mariana, pela confiança em mim depositada na

orientação deste trabalho, conselhos, grandes ensinamentos. Por toda uma lição de vida e

acima de tudo pela grande amizade que construímos.

Ao Professor Porfírio Candanedo Guerra e a Profossara Rita de Maria Seabra

Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso,

grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os momentos. Por toda ajuda

oferecida, fundamental para a concretização de mais esta etapa.

A Professora Alana Lisléa de Sousa, pelos ensinamentos, pela confiança e

oportunidade oferecidas na busca pelo conhecimento.

Ao Professor Raimundo Alves Barrêto Júnior, mais que professor, um amigo sempre

pronto a ajudar nas horas difíceis.

A Professora Maria Angélica Miglino, pelo crédito e confiança para a concessão da

bolsa.

Page 12: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Ao tio Manuel Quinzeiro e a tia Socorro, por toda ajuda, dedicação a esta causa e por

a todo instante sempre manifestando palavras de carinho e incentivo, mais do que amigos,

mas uma extensão da minha família

Ao meu irmão Talmir Quinzeiro Neto, grande amigo em todos os momentos;

companheiro fiel com o qual comecei a sonhar tudo isto, naquela feira de anatomia.

Ao meu irmão Pedro Paulo Machado, grande guerreiro, grande amigo e exemplo de

dedicação e força para concretização de um sonho. Por toda ajuda oferecida na dissecação

das peças anatômicas.

Ao meu grande amigo Carlos Eduardo Cruz Pinto (Cadu), sempre brincalhão e

descontraído. Pela ajuda essencial na dissecação das peças anatômicas.

A Silvana (Serviço de Radiologia), por todos os ensinamentos, por me mostrar mais

além do que apenas tons de cinza nesta especialidade a qual amamos; paciência e palavras de

incentivo e atenção.

Aos meus amigos de pós-graduação Margareth, Vanessa, Alex, Tais, Fernando

(cabelinho), Guilherme Buzon, Thiago, Priscilla (Camilinha), Fabiana (Fabi), Myrian,

André, pela amizade, companheirismo e por todos os momentos de diversão.

Page 13: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

A Jaqueline, Maicon, Graça e as amigas, Elizete e Ana Carvalho, “faíscas”, sempre

aptos ajudar quando necessário.

Ao Jefferson, a Claudinha, a tia Clarice (maizona) e a Priscila (irmanzinha), pela

atenção e carinho a cada instante.

A minha nova família em Cristo, a Igreja Evangélica em Cidade Universitária,

pessoas abençoadas com quem tenho a oportunidade de compartilhar momentos belíssimos de

louvor e adoração ao nosso DEUS.

A Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, pelo apoio logístico a pesquisa

Ao CNPq, pelo apoio financeiro a pesquisa.

Page 14: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus pensamentos serão estabelecidos

Provérbios, 16, 3

Page 15: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

RESUMO

ALVES, F. R. Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal. [Anatomical and radiographic evaluation of the distal forelimb region in donkey (Equus asinus) used to traction role]. 2005. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

A espécie asinina (E. asinus) teve sua origem há milhares de anos, se desenvolvendo a partir

de um tronco comum ao do eqüino doméstico que conhecemos. Vem passando por um

processo adaptativo, apresentando características distintas, quando os observamos em diversas

partes do planeta. Na região nordeste do Brasil, desenvolve um papel fundamental,

influenciando diretamente na renda das famílias locais. Tendo em vista o grande número de

afecções locomotoras e a falta de cuidados a que estão submetidos, realizou-se um estudo

anatômico e radiográfico da região distal de seus membros torácicos, buscando-se subsídios a

prática clínica e cirúrgica dedicada a esses animais, bem como a compreensão de sua maior

resistência a lesões locomotoras, quando comparado ao eqüino. A avaliação anatômica

revelou características musculares semelhantes as já descritas para eqüinos. O exame

radiográfico evidenciou lesões severas, caracterizadas por osteíte podal e áreas de reabsorção

óssea e remodelamento na margem solear, associadas à rotação da falange distal. Ainda na

avaliação radiográfica, caracterizaram-se os principais vasos arteriais dessa região através de

técnica angiográfica. Não se observou correlação entre o ângulo de inclinação da muralha do

casco e falange distal, com a área de secção transversal dos tendões dos músculos flexores. As

maiores secções transversais para o tendão flexor digital superficial, profundo e interósseo,

mostraram coincidência com os pontos de maior estresse articular, caracterizando, assim, a

resistência dos asininos à lesões nestas estruturas em seu aparelho locomotor.

Palavras-chave: Asininos. Tendões. Ligamentos articulares. Angiografia.

Page 16: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

SUMMARY

ALVES, F. R. Anatomical and radiographic evaluation of the distal forelimb region in donkey (Equus asinus) used to traction role. [Avaliação anatômica e radiográfica da região distal dos membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal]. 2005. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. The asinine species was originated thousands of years ago from the same branch of the

domestic equine. The asinine have been undergoing to a great adaptation resulting in different

characteristics of each population of asinine around the world. In the northeast region of

Brazil, they play an essential role in the income of the local families. Due to a large number of

locomotor disorders and a lack of professional care, an anatomic and radiographic study of the

distal forelimb region of the asinine was carried out in order to gather information to improve

the clinical and surgical practice in this species, and to explain the less susceptibility to

locomotor disorders compared to equines. The anatomical study showed that asinine have

similar muscular characteristics already described for equines. The radiographic exam showed

severe lesions, characterized by pedal osteitis, bone reabsorption areas and remodelling of

sole margin associated to the distal phalanx rotation. The radiographic study also showed the

characterization of the main arterial vessels. No significant correlation was observed between

the angle of the hoof wall and the angle of the distal phalanx with the cross section area of the

flexor tendons. The larger cross section areas of the superficial digital flexor tendon, deep

digital flexor tendon and interosseus tendon were coincidental with the great articular stress,

explaining the greater resistance of the asinines to lesions in those structures of their

locomotor apparatus.

Key words: Asinines. Tendons. Joint ligaments. Angiography.

Page 17: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – (a) e (b) Fotografias de dissecação da vista lateral da musculatura distal do membro torácico de asinino demonstrando disposição da divisão extensora (músculo extensor digital comum (1), m. extensor digital lateral (2), m. extensor carpoulnar (3)) e, da divisão flexora [m. flexor digital superficial (4) e m. flexor digital profundo (5)]..................................................................................................... 85

Figura 2 – Fotografia de dissecação da vista lateral do membro esquerdo de

um asinino demonstrando a passagem do tendão extensor digital comum (1) e extensor digital lateral (2) ao nível da cápsula articular cárpica e retináculo extensor (circulo)................................................ 86

Figura 3 – Fotografia de dissecação da extremidade distal do metacarpo

direito de um asinino, demonstrando o ponto de inserção das fibras tendíneas (circulo) do tendão extensor digital comum (1) e o trajeto do tendão extensor digital lateral sobre esse osso............ 86

Figura 4 – Fotografia de dissecação da (a) vista medial da articulação e (b)

vista lateral da articulação metacarpofalangeana demonstrando o ponto de encontro (seta) entre o tendão do extensor digital comum (1) e o tendão interósseo (2)............................................................. 87

Figura 5 – Fotografia de dissecação da vista dorsal do membro torácico

esquerdo de um asinino, demonstrando a inserção divergente do tendão extensor digital lateral (2) na extremidade distal do terceiro osso metacarpiano (círculo), em relação ao extensor digital comum (1)............................................................................. 87

Figura 6 – Fotografia de dissecação da vista caudal da região carpiana (a) de

um asinino demonstrando a passagem do tendão flexor digital superficial (1) e flexor digital profundo (2) pelo retináculo flexor (circulo vermelho) e, vista palmar (b) do ponto de inserção do tendão flexor digital superficial (setas)............................................... 88

Figura 7 – Fotografia de dissecação superficial da articulação

metacarpofalangeana demonstrando o ligamento anular palmar (círculo vermelho) e digital palmar proximal (círculo azul).......................................................................................... 89

Page 18: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Figura 8 – Fotografia de dissecação da superfície palmar do metacarpo e articulação metacarpofalangeana de um asinino, demonstrando a relação entre os tendões flexor digital superficial (1), flexor digital profundo (2) e interósseo (3)............................................................... 89

Figura 9 – Corte sagital da região distal do membro torácico de um asinino

evidenciando o ponto de inserção do tendão flexor digital profundo (cabeça de seta), e bolsa podotroclear (círculo)................................. 90

Figura 10 – Fotografia de dissecação da vista palmar do membro torácico de

um asinino evidenciando o tendão interósseo (seta) e sua bifurcação (cabeça de seta) sobre a superfície abaxial dos ossos sesamóides proximais........................................................................ 90

Figura 11 – Fotografia de dissecação da vista palmar do membro torácico de

um asinino em dissecação profunda mostrando a inserção proximal (circulo vermelho) e distal (círculo azul) dos ligamentos sesamóideos reto (1) e oblíquos (2)................................................... 91

Figura 12 – Fotografia de dissecação da vista lateral do membro torácico de um

asinino evidenciando o ligamento palmar da articulação interfalangeana proximal (1) e o ligamento colateral medial (2)......... 91

Figura 13 – Fotografia de radiografia em projeção dorsoproximal-palmarodistal

com ângulo de 65º da região distal do membro direito de um asinino (a), demonstrando osteíte severa associada à destruição óssea da falange distal (cabeças de seta azuis) e latero-medial (b), demonstrando destruição severa da margem solear, áreas de rarefação óssea na superfície flexora do osso sesamóide distal (cabeças de seta brancas) e grau de rotação da falange distal (ângulo α)........................................................................................... 92

Figura 14 – Fotografias de radiografias em projeção dorso-palmar da região

distal do membro torácico direito de um asinino, evidenciando seu padrão angiográfico (a) e, aspecto angiográfico da região proximal do metacarpo (b), mostrando o arco palmar profundo (círculo cheio) formado pela artéria mediana (seta azul) e radial (seta vermelha) e o superficial mais distalmente (círculo pontilhado)........ 93

Page 19: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Figura 15 – Fotografia de radiografia em projeção dorso-palmar da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando o aspecto angiográfico da artéria digital palmar comum (cabeça de seta vermelha) e das artérias metacárpicas palmares II (cabeça de seta branca) e III (cabeça de seta azul), emitindo os ramos dorsais para o terceiro osso metacarpiano (círculos vermelhos)............................. 94

Figura 16 – Fotografia de radiografia em (a) projeção dorso-palmar e (b) latero-

medial da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando o aspecto angiográfico da artéria digital palmar comum (cabeças de seta) originando as artérias digital palmar lateral (1) e medial (2)......................................................................... 95

Figura 17 – Fotografia de radiografia em (a) projeção dorso-palmar e (b) latero-

medial da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando a origem dos ramos dorsais da falange proximal (círculos).............................................................................................. 96

Figura 18 – Fotografia de radiografia em projeção dorso-palmar (a) e vista

latero-medial (b) da região distal do membro torácico direito de um asinino, evidenciando a origem dos ramos dorsais para a falange média (círculos), para toro digital (setas), ramos dorsais para a falange distal (setas brancas) e arco terminal da falange distal (cabeças de seta)............................................................................. 96

Page 20: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão do músculo flexor digital superficial em sete zonas da região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração.......................................... 97

Tabela 2 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão do músculo

flexor digital profundo em sete zonas da região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração.......................................... 98

Tabela 3 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão interósseo

em quatro zonas da região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração.............................................................................. 99

Page 21: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão flexor digital superficial direito dos animais estudados.......... 100 Gráfico 2 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão flexor digital superficial esquerdo dos animais estudados..... 100 Gráfico 3 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão flexor digital profundo direito dos animais estudados............ 101 Gráfico 4 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão flexor digital profundo esquerdo dos animais estudados....... 101 Gráfico 5 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão interósseo direito dos animais estudados.............................. 102 Gráfico 6 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão interósseo esquerdo dos animais estudados......................... 102

Page 22: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 23 2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 30 3 MATERIAL E MÉTODO...................................................................................... 54 4 RESULTADOS.................................................................................................... 57 4.1 DESCRIÇÃO ANATÔMICA.............................................................................. 57 4.2 AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA......................................................................... 61 4.2.1 O exame radiográfico.................................................................................. 61 4.2.2 A técnica angiográfica................................................................................. 61 4.3 ÁREA DE SECÇÃO TRANSVERSAL DOS TENDÕES................................... 63 5 DISCUSSÃO........................................................................................................ 66 6 CONCLUSÕES.................................................................................................... 74 REFÊRENCIAS.................................................................................................. 76 APÊNCIDES....................................................................................................... 85

Page 23: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Introdução

Page 24: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Introdução 23

1 INTRODUÇÃO

O cavalo teve sua origem norteada tanto no território americano como no lado

oriental do planeta. Em estudos paleontológicos foram observados indícios da sua

existência em ambos territórios (RUMUSZKAN; JUNQUEIRA, 1980). Em 1967

encontrou-se um esqueleto numa rocha da época eocena do sul dos Estados

Unidos. De acordo com as observações de Torres e Jardim (1983), se tratava do

Equus ohippus, antepassado mais próximo do eqüino atual, a partir do qual pode ter

ocorrido um desenvolvimento por um período de 60 milhões de anos, até o

surgimento do Equus caballus (há cerca de 1 milhão de anos). Diversos autores

como Rumuszkan e Junqueira (1980) e Torres e Jardim (1983) relataram que o

E.ohippus era aproximadamente do tamanho de uma raposa, apresentando quatro

dígitos nos membros torácicos, três nos membros pélvicos e que sua pelagem era,

possivelmente, mosqueada ou listrada para que ele pudesse camuflar-se no seu

ambiente.

Entretanto, na era glacial foi marcada por uma intensa transição do eqüino

antigo para as áreas da Europa e Ásia, tendo esse processo chegado ao fim 10 mil

anos mais tarde, quando o cavalo desapareceu do Continente Americano

(ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E PROTEÇÃO DO GADO ASININO, 2004). De

fato, por ocasião do descobrimento das Américas já não existia nenhum eqüino vivo

no continente, embora seja incontestável a existência desde animais em grande

abundância desde a Patagônia até a América do Norte, devido a presença de

fósseis que marcam todas as suas fases evolutivas (GOVERNO DA REPÚBLICA DE

HUÍLA, 2004).

Page 25: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Introdução 24

Em um novo ambiente, desenvolveram-se, então, quatro cavalos primitivos. O

cavalo das estepes, na Ásia, E. przehevalski, conhecido hoje como cavalo selvagem

da Ásia (Cavalo de Przehevalski), considerado uma sub-espécie do cavalo

doméstico (ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E PROTEÇÃO DO GADO ASININO,

2004; CAMAC, 1997; GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004). Segundo

Camac (1997), mais a oeste desenvolveu-se o cavalo Tarpan, animal de ossatura

mais fina e membros mais afilados que o primeiro. Surgiu ainda ao norte da Europa,

o cavalo das florestas, sendo mais pesado e vigoroso que os demais. Por fim, ao

noroeste da Sibéria, verificaram-se evidências de um tipo primitivo conhecido como

cavalo da Tundra.

Relatos realizados por Torres e Jardim (1983) sugerem que o jumento

doméstico (E. asinus vulgaris) provavelmente originou-se do mesmo tronco

filogenético que deu origem ao cavalo. Dados paleontológicos remontam fósseis

antigos desses animais datando da era Terciária, período Pliocênico, descobertos na

Ilha Pianosa, no Mar Adriático Meridional. Rumuszkan e Junqueira (1980) também

relatam a existência de fósseis na região da Argélia, considerada terreno da era

Quaternária, onde foram designados como E. asinus atlanticus.

Podem ser encontrados atualmente em áreas lacustres da Suíça, como um

tipo já domesticado, havendo possibilidade de ancestralidade dos mesmos para os

jumentos do tipo braquicéfalo encontrados na Europa (E. a. europeus), embora

pinturas da arte egípcia, que mostram fases da caça e domesticação do asinino,

também revelem animais braquicéfalos (ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E

PROTEÇÃO DO GADO ASININO, 2004).

Page 26: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Introdução 25

Os jumentos dolicocéfalos caracterizaram aqueles animais que habitavam

todo litoral do Mediterrâneo, ao norte da África e dos quais acredita-se provir o

jumento Nubiano ou Onagro (E. a. africanus). Esses animais foram disseminados,

levados pelas ações de conquistas e invasões observadas nesse período,

passando, então, a habitar áreas como ilhas do mediterrâneo, Itália e Espanha

(GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004).

Ainda hoje existem duas espécies que se preservam em estado selvagem na

região da Ásia Ocidental: o primeiro trata-se do asno Persa (E. a. hemhipus), que

habita a Síria, Arábia, Pérsia e Índia. Citado em referências históricas como um

animal de fácil domesticação, excelente para montaria, dotado de grande agilidade,

força e vigor, sendo hoje bastante utilizados em cruzamentos com o jumento

doméstico (GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004; RUMUSZKAN;

JUNQUEIRA, 1980; TORRES; JARDIM, 1983).

O segundo, chamado Kiang ou Kulan (E. a. hemionus) pode ser encontrado

desde a Síria, passando por Pérsia, Tibet, Mongólia até chegar à Sibéria. Por serem

animais que migram conforme sua necessidade alimentar, apresentaram resistência

ao cativeiro, embora algumas vezes também sejam utilizados em processos de

cruzamento (RUMUSZKAN; JUNQUEIRA, 1980).

Após ter passado por esse intenso processo evolutivo, nos dias atuais o

eqüino pode ser enquadrado na Classificação Zoológica da seguinte forma: classe

dos mamíferos, ordem Perissidactyla, sub-ordem Hippoidea, família Eqüídea e

gênero Equus. Dentro das espécies podemos destacar o cavalo (E. caballus), o

Page 27: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Introdução 26

jumento ou asno (E. asinus), os hemi-asnos; Quiangue (E. kiang), Onagro

(E.onager), Emiono (E. hemionus) e por fim as zebras (E. burchelli, E. grevyi e E.

quagga) (ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E PROTEÇÃO DO GADO ASININO,

2004; GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004; RUMUSZKAN; JUNQUEIRA,

1980).

Consoante aos relatos de Torres e Jardim (1983), na América, o cavalo foi

introduzido por Colombo, em sua segunda viagem, a Ilha de São Domingo. Em

1534, por D. Ana Pimentel, esposa de Martim Affonso de Souza, na Capitania de

São Vicente e no mesmo ano na Argentina (Buenos Aires) por Pedro Mendonça,

aparecendo ainda notações de sua introdução por Ojeda no Chile em 1535.

No Brasil, nossos primeiros exemplares foram trazidos pelos donatários

Duarte Coelho, Martim Affonso de Souza e Tomé de Souza, em 1535 em

Pernambuco, 1543 em São Paulo e 1549 na Bahia. Quanto aos asininos, estes

foram trazidos pela primeira vez por Martim Affonso de Souza em 1534, da Ilhas da

Madeira e das canárias para São Vicente. Um pouco mais adiante, em 1549, Tomé

de Souza trouxe para Bahia, na caravela “Galfa”, animais oriundos da Ilha de cabo

Verde (RUMUSZKAN; JUNQUEIRA, 1980;TORRES; JARDIM, 1983). Nos anos

subseqüentes, entre as grandes invasões e o período colonial, foram introduzidos

animais europeus, entre eles jumentos portugueses e espanhóis, e aqueles de

origem africana. Mais recentemente, a partir de 1915, foram realizadas importações

de jumentos espanhóis e italianos, solicitadas pelos imigrantes e pelo Maranhão

(TORRES; JARDIM, 1983).

Page 28: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Introdução 27

A disseminação do gênero pelo globo, quer por fatores evolutivos, quer por

questões de expansão territorial, tornou-se realidade consolidada. O

desenvolvimento de altas tecnologias utilizadas no melhoramento genético desses

animais têm proporcionado o desenvolvimento de animais mais altos, robustos e

especializados para determinadas atividades, tais como os muares (CAMAC, 1997;

ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E PROTEÇÃO DO GADO ASININO, 2004;

GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA, 2004; RUMUSZKAN; JUNQUEIRA, 1980).

No Brasil, até o último censo do IBGE, em 2003, existiam cerca de 5.828.376

eqüinos registrados, correspondendo à região nordeste apenas uma parcela de

24,11% desse contingente, com maior concentração na região Sul e Sudeste do

país, que juntas somaram a um total de 45,79%. Ao contrário, o gado asinino

apresentou uma população de 1.208.660, verificando-se uma concentração desses

animais centralizada na região Nordeste, caracterizada por 91,55% da população,

tendo a Bahia o maior rebanho, seguida pelo Piauí, Ceará e Maranhão, o que define

bem o panorama econômico da região, onde a agricultura familiar e o baixo nível

tecnológico ainda persistem.

Segundo esse mesmo censo, embora tenha se observado um declínio da

população de asininos na região Nordeste, em torno de 0,62%, esta ainda

representa um papel sócio-econômico fundamental, visto que estes animais são

amplamente utilizados em trabalhos quer nas zonas urbanas de algumas capitais,

atrelados a carroças, executando trabalhos de tração, quer nas zonas rurais, onde

exercem a função primordial de montaria, auxiliando no manejo do gado que é

usualmente criado em regime extensivo.

Page 29: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Introdução 28

Os asininos, em particular o “jumento nordestino”, apresentam características

que são extremamente desejáveis ao trabalho que realizam. Na região Sul e

Sudeste do país observa-se uma preferência pelo cruzamento de asininos com

éguas destinadas a produção de um “híbrido” conhecido como muar, utilizado

também em trabalhos de tração e montaria (ZANELLA; HELESKI; ZANELLA, 2003).

Pela maior resistência na execução dessas tarefas e a admirável habilidade para

percorrer terrenos irregulares, tanto o asinino quanto o muar foram usualmente

substituindo os eqüinos nessas atividades, ocupando hoje em dia um lugar de

eleição (CAMAC, 1997; HOVELL, 1997; REILLY, 1997; STARKEY, 1987; WELLA;

KRECEK, 2001).

Por esta grande capacidade de trabalho, o asinino ainda é o animal de eleição

para várias finalidades na região Nordeste. Contudo, não raro é submetido a

esforços físicos freqüentes e em intervalos de tempo demasiadamente curtos, o que

resulta muitas vezes em lesões do seu aparelho locomotor, em particular da região

distal dos membros torácicos.

Embora estes tipos de problemas venham acontecendo com muita

freqüência, e os clínicos estejam tentando resolvê-los, falta um conhecimento mais

aprofundado da anatomia dessas estruturas, o que nos instigou a desenvolver esta

pesquisa com o objetivo de realizar um estudo anatômico e radiográfico da região

distal dos membros desses animais, caracterizando suas particularidades ou

semelhanças dentro do mesmo gênero, gerando subsídios à prática clínica e

cirúrgica destinada a esses animais.

Page 30: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura

Page 31: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 30

2 REVISÃO DE LITERATURA

No Brasil, o asinino é constantemente utilizado na realização de trabalhos de

transporte e tração, submetendo rotineiramente seu aparelho locomotor a tensões

diversas, que culminam em lesões de graus variados, levando a problemas que os

impossibilitam de realizar suas funções de forma eficiente (ZANELLA; HELESKI;

ZANELLA, 2003).

Com o intuito de melhor localizar tais lesões, Stashak (1994) lembra que para

o estudo radiográfico das alterações que ocorrem na região distal dos membros

anteriores de eqüinos, deve-se obter inicialmente a história clínica, bem como a

realização de um exame físico bem apurado. Posteriormente deve-se fazer uma

correlação entre esses dados, para chegar-se a um diagnóstico. Dyson (1997)

verificou que a técnica de bloqueio anestésico pode ser utilizada, como forma de

identificação do ponto de origem da lesão, podendo este protocolo ser realizado nas

avaliações de asininos.

Utilizando técnicas de injeção de contraste radiográfico, autores como Said et

al. (1983) e Breit (1996) determinaram a origem, inserção, posição, relações e

mensuração de bainhas tendíneas dos principais músculos que compõem a região

distal dos membros torácicos dos asininos, bem como o estudo das articulações

adjacentes a essa região, classificando-os e sugerindo sua nomenclatura, facilitando

o acesso regional para exame diagnóstico e medidas terapêuticas. Quando

comparados com os eqüinos observaram alguma similaridade, com relação às

estruturas estudadas (ABDALLA, 1988a, 1988b).

Page 32: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 31

Inúmeras são as alterações que podem acometer as estruturas da região

distal dos membros torácicos de eqüinos e asininos, destacando-se a laminite,

osteítes, calcificações das cartilagens alares, bem como as fraturas do processo

extensor (HOOD, 2002; RUOHONIEMI, 1997). Nesse contexto, Dyson (1997)

percebeu a importância do conhecimento anatômico e radiográfico desta região,

como uma ferramenta para a observação da morfologia das estruturas encontradas,

seu grau de comprometimento e suas conseqüências para a locomoção.

A região distal dos membros anteriores dos eqüídeos inicia-se a partir da

extremidade proximal dos ossos metacarpianos, englobando também ossos

sesamóides proximais, articulações interfalangeanas proximal e distal, bem como o

osso sesamóide distal (navicular) (DYCE; SACK; WENSING, 1997).

Ainda de acordo com esses autores, anatomicamente, a região distal dos

membros torácicos de eqüinos é formada por uma série de estruturas que

contribuem direta ou indiretamente para manutenção do equilíbrio desse animal.

Segundo as observações realizadas por Getty (1986); Nickel et al. (1986) e Clayton

et al. (1997), a articulação metacarpofalangeana é uma articulação do tipo gínglimo,

sendo formada pela superfície articular do terceiro osso metacarpiano com a

extremidade proximal da falange proximal e os dois ossos sesamóides, ligados pelo

ligamento metacarpointersesamóide palmarmente. König (2004) e Getty (1986),

descreveram a cápsula articular como estando inserida ao redor das margens das

superfícies articulares. Sendo espessa e ampla, apresenta uma bolsa interposta

entre ela e os tendões extensores digitais, contudo os últimos também se encontram

inseridos na mesma. Palmarmente, forma uma bolsa fina, de parede delgada,

Page 33: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 32

estendendo-se proximalmente entre os ossos metacarpianos e tendão interósseo,

até seu ponto de bifurcação. Lateralmente, a cápsula apresenta um reforço extra,

proporcionado por dois ligamentos colaterais.

Vários ligamentos também se encontram associados ao mecanismo de

sustentação, muitas vezes denominados de aparelho suspensório. Dentre eles o

ligamento metacarpointersesamóide ocupando o espaço entre os ossos sesamóides

e emitindo contribuições para a articulação do boleto (CLAYTON et al., 1997;

GETTY, 1986; NICKEL et al., 1986). Os ligamentos colaterais, que surgem ao lado

da eminência distal do terceiro metacarpiano seguem até uma área rugosa distal, a

margem da superfície articular da falange proximal, cobertos por porções do

ligamento suspensório ou sesamóideo superior (CONSTANTINESCU, 1991;

SMALLWOOD, 1992). O tendão interósseo ou ligamento suspensório surge em sua

maior parte no sulco metacárpico, no qual forma uma faixa espessa, inserido

parcialmente na superfície proximal do terceiro metacarpiano e fileira distal dos

ossos do carpo, dividindo-se em dois ramos divergentes no quarto distal desse osso

que se insere na porção abaxial dos ossos sesamóides proximais (FRANDSON,

1967; KÖNIG, 2002).

Descrições realizadas por Frandson (1967); Constantinescu (1991) e

Smallwood (1992) revelaram que em dissecações mais profundas podemos

evidenciar os principais ligamentos sesamóideos distais: o ligamento sesamóideo

reto e ligamento sesamóideo oblíquo. O primeiro apresenta-se como uma faixa

plana, e mais largo proximalmente que distalmente, apresentando uma inserção

proximal na base dos ossos sesamóides e ligamento palmar e sua inserção distal à

Page 34: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 33

fibrocartilagem complementar da extremidade proximal da falange média. O segundo

apresenta uma característica triangular e inserindo-se também com uma área de

inserção proximal na base dos ossos sesamóides e ligamento palmar e sua inserção

distal na superfície palmar da falange proximal. Por último, o ligamento palmar da

articulação interfalangeana proximal adota uma orientação dorsopalmar, surgindo no

terço médio da falange proximal, inserindo-se distalmente no aspecto palmar da

extremidade distal da falange média. Os ligamentos colateral lateral e medial

apresentam sua inserção proximal em uma eminência rugosa e na depressão que se

encontra de cada lado da extremidade distal da falange proximal e sua inserção

distal na extremidade proximal da falange média.

A articulação interfalangeana distal é formada pela extremidade distal da

falange média e proximal da falange distal. Apresenta um encaixe preciso

dorsalmente e dos lados, onde se une ao tendão do músculo extensor digital comum

e os ramos extensores do tendão interósseo (GETTY, 1986; NICKEL et al., 1986).

Em sua superfície palmar, se observa uma discreta bolsa reforçada pelo ligamento

sesamóideo reto. Outros ligamentos de menor importância, como os ligamentos

colaterais, observados de cada lado da articulação e palmares, que consistem de um

par central e duas faixas lateral e medial, auxiliam na estabilização dessa articulação

(CONSTANTINESCU, 1991; GETTY, 1986; NICKEL et al., 1986).

Por fim, a articulação interfalangeana distal. Apresenta uma cápsula articular

que se insere ao redor das margens das superfícies articulares. Dorsal e

lateralmente é tensa, encontrando-se unida com o tendão do músculo extensor

comum do dedo e ligamentos colaterais da mesma (KÖNIG, 2002).

Page 35: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 34

Descrições realizadas por Getty (1986) demonstraram que como contribuição

para estabilidade do aparelho locomotor dos eqüinos, estes apresentam

grupamentos musculares bem distintos que geram um equilíbrio harmônico entre as

forças de extensão (divisão extensora) e flexão (divisão flexora) tanto no membro

torácico quanto no pélvico. Nickel et al. (1986) observaram que para o membro

torácico, em particular, à exceção dos músculos extensor radial do carpo, músculo

abdutor longo do dedo I, músculo flexor carporadial e flexor carpoulnar, todos os

demais influenciam diretamente no movimento e estabilidade da região distal desse

membro. Originam-se nas partes mais altas do membro e se inserem distalmente, ao

nível das articulações e acidentes ósseos regionais.

De acordo com Constantinescu (1991), o músculo extensor digital comum é

participante fundamental nesse conjunto, constituído por uma porção umeral e outra

menor, surgida essencialmente do rádio e da ulna. Tem como principal ação para

essa região a extensão da articulação digital e cárpica. Getty (1986); Dyce e Sack e

Wensing (1997) demonstraram que a porção umeral apresenta um tendão que surge

ao meio do seu ventre de disposição penada, orientando-se através da parte cranial

da extremidade distal do rádio e sobre a cápsula articular cárpica. Para Frandson

(1967) e könig (2002) passa distalmente sobre a superfície dorsal do terceiro

metacarpiano, inclinando-se medialmente, até alcançar a linha média do membro

próximo à articulação metacarpofalangeana. Torna-se mais largo na extremidade

distal da falange proximal por encontrar-se com o tendão do ligamento interósseo

nesse ponto, até inserir-se no processo extensor da falange distal. Algumas vezes

recebe contribuição distal da porção menor do músculo, que também segue sobre o

terceiro metacarpiano.

Page 36: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 35

Outro músculo que exerce papel importante nesse contexto é o músculo

extensor digital lateral. Embora seja menor do que o primeiro, auxilia no mecanismo

de suporte articular de extensão do dígito e do carpo. Apresenta um tendão que

passa através do processo estilóide lateral, na extremidade distal do rádio e sobre o

carpo (CONSTANTINESCU, 1991; GETTY, 1986; NICKEL et al., 1986). Inclina-se

gradativamente sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpiano, mas não chega a

atingir a linha média do osso. Distalmente ao carpo torna-se mais largo e nesse

ponto recebe contribuição da porção radial do músculo extensor digital comum

(SMALLWOOD, 1992).

A divisão flexora apresenta três músculos de importância básica para a região

distal dos membros torácicos: o músculo flexor digital superficial, o músculo flexor

digital profundo e o tendão interósseo (GETTY, 1986; KÖNIG, 2002; NICKEL et al.,

1986). Para Frandson (1967) o primeiro apresenta-se localizado no meio do grupo

flexor. Seu ventre é multipenado e parcialmente fundido com o do músculo flexor

digital superficial. Apresenta um tendão espesso que passa distalmente ao nível do

canal cárpico, envolvido por uma bainha sinovial em comum com o músculo flexor

profundo dos dedos. Segundo Nickel et al. (1986) e König (2002), distal ao carpo,

torna-se achatado e mais largo, alargando-se ainda mais próximo ao boleto, onde

forma um anel de passagem para o músculo flexor digital profundo dos. Em suas

observações, Constantinescu (1991) verificou que na extremidade distal da falange

proximal este tendão se divide em dois ramos que divergem até seus pontos de

inserção na extremidade proximal e distal da falange média, palmar aos ligamentos

colaterais.

Page 37: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 36

Ainda na divisão flexora, o músculo flexor digital profundo é composto por três

porções: umeral, ulnar e radial, das quais a primeira possui maior contribuição no

trabalho muscular (DYCE; SACK; WENSING, 1997; GETTY, 1986). As descrições

realizadas por Getty (1986) demonstram que porção umeral apresenta um tendão

que aparece cerca de 8 a 10 cm próximo ao carpo, onde se une ao tendão das

outras duas porções. Esse conjunto passa através do canal cárpico e a partir da

metade do terceiro osso metacarpiano é envolvido pelo ligamento acessório. Ainda

segundo relatos desses mesmos autores, esse tendão ocupa toda largura entre o II

e IV ossos metacarpianos, se relacionando dorsalmente com o tendão interósseo e

palmarmente com o flexor digital superficial. Passa através do anel do músculo flexor

superficial do dedo até sua inserção na linha semilunar e superfície adjacente da

cartilagem da falange distal, formando uma expansão terminal em forma de leque.

Segundo Dyce, Sack e Wensing (1997); König (2002) e Nickel et al. (1986) ocorre

ainda uma cavidade denominada bolsa podotroclear do osso sesamóide distal

(navicular), que pode ser observada entre este tendão e o sesamóide distal, das

proximidades desse osso até a inserção do tendão.

O último músculo do grupo é o interósseo médio. Este faz parte de um grupo

muscular, do qual participam ainda o interósseo lateral e médio. Contudo, estes dois

últimos não representam importância relevante do ponto de vista da funcionalidade,

por serem pequenos e possuírem tendões delicados que se perdem nas fáscias da

articulação metacarpofalangeana. O tendão interósseo caracteriza-se como um

conjunto de fibras dispostas longitudinalmente que apresenta uma inserção proximal

ao nível da articulação cárpica e sua inserção distal, após emitir seus ramos

Page 38: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 37

extensores junto ao tendão do músculo extensor digital comum (GETTY, 1986;

DYCE; SACK; WENSING, 1997).

Conforme as observações de Dyce, Sack e Wensing (1997), tal qual o estudo

anatômico das estruturas musculares do eqüino, compreensão do sistema

circulatório da região distal dos membros torácicos desses animais é fundamental

para um bom entendimento das ramificações vasculares e sua sintopia com outras

estruturas encontradas na mesma região. Getty (1986) e Dyce, Sack e Wensing

(1997), descreveram a artéria subclávia como o ramo que dá origem ao sistema que

vasculariza o membro torácico, que após emitir a artéria cervical superficial torna-se

axilar. Descrições Nickel et al. (1981); Getty (1986) e könig (2002) demonstraram

que a artéria axilar surge da borda cranial da primeira costela e segue até a

cavidade torácica através da metade ventral da entrada do tórax.

König (2002) relata que a artéria torácica externa é emitida na superfície

ventral da artéria axilar. Frandson (1967) e Constantinescu (1991) relataram que

eqüinos observa-se a artéria supra-escapular surgindo da parede dorsal da artéria

axilar, no mesmo nível da origem da torácica externa. De acordo com Ashdown,

Done (1987) e Clayton e Flood (1997), nos animais domésticos a artéria

subescapular também surge da parede dorsal da artéria axilar, seguindo seu curso

caudal a borda da escápula. Com exceção dos suínos, observa-se uma curvatura

distal da artéria axilar ao nível da região flexora da articulação escápulo-umeral,

originando a artéria circunflexa umeral cranial. A partir daí continua-se como artéria

braquial.

Page 39: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 38

A artéria braquial segue um percurso reto até o nível da articulação umero-

rádio-ulnar, forame supracondilar transverso e sobre a cobertura do músculo peitoral

transverso (SMALLWOOD, 1992). Ao longo de seu curso emite ainda outros ramos;

a artéria braquial profunda e subseqüentemente a artéria colateral ulnar

(ASHDOWN; DONE, 1987; CLAYTON; FLOOD, 1997). A artéria bicipital é um vaso

calibroso que vasculariza a metade distal do músculo bíceps braquial. Outros de

seus ramos podem seguir para as regiões vizinhas, particularmente o músculo

coracobraquial e articulação do cotovelo (GETTY, 1986). Em eqüinos pode ser

observada, ainda, a artéria nutrícia umeral, que segue distalmente a artéria bicipital

(NICKEL et al., 1981).

De acordo com Getty (1981); Dyce, Sack e Wensing (1997) e König (2002),

após dar o ramo da artéria interóssea comum, próximo ao espaço interósseo, a

artéria braquial segue como artéria mediana. Junto ao nervo e veia do mesmo nome,

segue caudomedialmente ao longo do rádio, em uma direção distal, onde é coberto

por fascias do músculo flexor radial do carpo. Em suas observações, Nickel et al.

(1981) descreveram que na fossa formada entre o tendão do músculo flexor digital

superficial e profundo, esta continua sobre o aspecto flexor da articulação cárpica e

região metacarpiana passando a seguir um trajeto paralelo ao eixo desse osso.

Neste nível, esta contribui para a formação do arco palmar, do qual origina-se a

artéria digital palmar comum.

Estes mesmos autores ainda relatam que nos eqüinos o arco palmar é

formado pelo ramo palmar profundo da artéria radial e pelo ramo palmar profundo do

ramo palmar que se origina da artéria mediana. O arco palmar profundo dá origem à

Page 40: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 39

artéria metacárpica palmar II e III que terminam junto da artéria digital lateral. Ramos

perfurantes proximais e distais podem estar presentes. Seguem perifericamente ao

redor da cabeça do segundo e quarto ossos metacarpianos formando dois ramos

comunicantes através de anastomoses para as artérias metacarpicas dorsais.

A rede carpal dorsal é formada pelo ramo carpal dorsal da artéria radial

proximal, pelo ramo distal da artéria ulnar transversa e pelo ramo carpal da artéria

interóssea cranial e artéria colateral ulnar (DYCE; SACK; WENSING, 1997; NICKEL

et al., 1981). A partir desta rede originam-se as artérias metacárpicas dorsais II e III

que terminam ao nível da cabeça do segundo e quarto ossos metacarpianos

(GETTY, 1986; KÖNIG, 2002).

O ramo superficial da artéria radial termina na artéria mediana, na parte

proximal do metacarpo (ASHDOWN; DONE, 1987; CLAYTON; FLOOD, 1997). Um

ramo palmar superficial muito delgado, que algumas vezes junta-se a artéria

mediana, forma o arco palmar superficial. Quando isto acontece, este se localiza ao

longo do ramo comunicante do nervo palmar, que se continua diretamente para a

artéria digital palmar comum III. Havendo ou não um arco palmar superficial a artéria

mediana continua-se como artéria digital palmar comum, mais tarde originando as

artérias digital palmar lateral e medial, que irão emitir ramos dorsais para a falange

proximal após a articulação metacarpofalangeana. A superfície dorsal da

extremidade distal do membro é vascularizada pelos ramos proximal, médio e distal

das duas artérias digitais próprias emitidas para a falange média e distal (NICKEL et

al., 1981). Esses mesmos ramos foram denominados ramos dorsais e ramos

palmares para a falange proximal por Schaller et al. (1999).

Page 41: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 40

Todo o conjunto desenvolvido a partir da interação existente entre o sistema

muscular, agente realizador das funções mecânicas, e pelo sistema circulatório,

agente responsável pela manutenção desse conjunto contribuem para o equilíbrio

biodinâmico corpóreo do eqüino. Nesse contexto, os tendões e ligamentos têm uma

função primordial durante o estado de estação ou movimento, visto que atuam como

transmissores de forças e coaptares da articulação, envolvidos especialmente na

suspensão do boleto (DENOIX, 1994). De acordo com Riemersma (1988) por

apresentarem propriedades elásticas, têm como maior função à absorção de

impactos, apresentando, ainda, a característica de armazenar ou liberar energia,

reduzindo assim o gasto de energia na locomoção, especialmente em velocidades

mais elevadas.

Em suas observações, Denoix (1994) verificou que em membros torácicos de

eqüinos adultos dentre diversas raças e individualmente, a área de secção

transversal do tendão flexor digital superficial, flexor digital profundo e tendão

interósseo varia consideravelmente na direção proximodistal. Conforme as

observações de Riemersma e Schamhardt (1985) e Riemersma; Schamhardt e

Hartman (1988), existe uma correlação inversa entre a secção de área transversal, o

número de fibras tendíneas e a quantidade de colágeno, sugerindo que a área de

secção de área transversal não seja representativa de força para os tendões em

eqüinos.

Descrições realizadas por Denoix (1994) demonstraram que a correta

orientação do membro é controlada pelo tendão flexor digital superficial que induz a

flexão da articulação interfalangena distal a restaurar o posicionamento do membro,

Page 42: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 41

no final da fase de suspensão. Durante essa ação o tendão extensor digital lateral e

digital comum mantêm a articulação do boleto estendida. Silver, Brown e Goodship

(1983) observaram que em pôneis, ao caminhar, a atividade muscular precede o

contato do membro com o solo, cujo principal objetivo é de prevenir a distensão e

vibração no tendão, sendo esta prevenção particularmente auxiliada pela fáscia

metacarpal palmar e ligamento anular.

Durante a máxima extensão o boleto induz alta tensão no tendão flexor digital

superficial e em seu ligamento acessório. Dessa forma, todo o aparelho suspensório

fica sobre alto estresse (DYSON, 2003). Em acordo com este ultimo, Denoix (1994)

verificou como conseqüência, alta distensão do tendão interósseo, ossos

sesamóides e ligamento sesamóide distal. A flexão da articulação interfalangena

distal é limitada pela tensão da parte distal do tendão extensor digital comum e ramo

extensor do tendão interósseo, que contribui para a estabilização da articulação

interfalangeana proximal. Evans e Barbenel (1975) lembram que embora se observe

uma importante contribuição para a estabilização interfalangeana e suspensão do

boleto, por parte do tendão flexor digital superficial e seu ligamento acessório, a

maior contribuição dar-se-á através da ação do tendão interósseo e tendão flexor

digital profundo.

Rooney, Quddus e kingsbury (1978) em seus estudos com eqüinos

observaram que durante o último período da fase de suspensão, que promove uma

verticalização da articulação interfalangena proximal, a elevação do boleto é

induzida pelo comportamento elástico passivo do aparelho suspensório, tendões

flexores e ligamentos acessórios, que são fortemente distendidos anteriormente a

Page 43: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 42

fase de máxima extensão, havendo ainda uma contribuição adicional promovida pela

contração dos ventres do músculo flexor digital. Evans; Barbenel (1975) acreditam

que no final da propulsão, a flexão do boleto é acompanhada por um relaxamento do

aparelho suspensório. Por causa do deslocamento proximal do osso sesamóide

proximal, o tendão interósseo torna-se relaxado, também devido à extensão da

articulação interfalangeana distal.

De acordo com a condição estática observada tanto em eqüinos vivos, quanto

em membros isolados, modificações da orientação do membro em seu plano sagital,

induzem deslocamento articular distal e rearranjo das tensões dentro dos tendões

flexores e aparelho suspensório (DENOIX, 1994; LECH, 1983).

A elevação do talão promove a flexão da articulação interfalangeana distal,

induzindo um parcial relaxamento do tendão flexor digital profundo (BUSHE et al.,

1988; DENOIX, 1985). Assim, a contribuição desse tendão para a suspensão da

articulação do boleto diminui e a articulação estende (RIEMERSMA;

SCHAMHARDT, 1988). Essa extensão é responsável por uma grande participação

do aparelho suspensório na suspensão do boleto (KEEGAN, 1991; RIEMERSMA;

SCHAMHARDT, 1988; THOMPSON; CHEUNG; SILVERMAN, 1992).

A avaliação da distensão do tendão interósseo durante o movimento

demonstrou que tal distensão encontra-se positivamente correlacionada com o

ângulo de inclinação da muralha do casco quando esta assume valores acima de 65

graus e que um aumento de 10 graus na muralha do casco corresponde a um

aumento de 0.6% na tensão do tendão (DENOIX, 1985, 1994; DENOIX;

Page 44: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 43

BERTHELET, 1987; KEEGAN, 1991; RIEMERSMA; SCHAMHARDT; HARTMAN,

1988).

Estudos realizados por Rooney (1978); Lochner et al. (1980) e Denoix (1994),

constataram que, In vivo, a mensuração da distensão do tendão de cavalos adultos

em posição de estação e, enquanto caminhavam, demonstrava uma diminuição na

tensão do tendão flexor digital profundo, quando se aumentava a angulação da

muralha casco. Contudo, não se verificou modificações apreciáveis no tendão flexor

digital superficial e tendão interósseo, quando esse ângulo variou entre 40 e 70

graus.

Com a evolução dos meios diagnósticos dentro da Medicina Veterinária,

houve um crescimento substancial no estudo dos tecidos ósseos e partes moles

(DYSON, 2003; STASHAK, 1994).

Em eqüinos, o uso da avaliação radiográfica tornou-se rotina na Clínica

Médica e tem ajudado a elucidar problemas associados ao aparelho locomotor

desses animais (DYSON, 2003). Encontra-se disponível uma série de técnicas de

exame diagnóstico, tal como a angiografia, que consiste na injeção de contrataste

iodado por via endovenosa ou arterial, realizando-se radiografias seqüenciais para

observar a angioarquitertura dos membros e correlacioná-las a manifestações

clínicas, como as osteítes, laminites, fraturas ou abscessos soleares, em seus

diversos graus (BUTLER et al., 2000; STASHAK, 1994; THRALL, 1998).

Page 45: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 44

Em um estudo utilizando 20 asininos, dentre eles 15 sadios e 5 que sofreram

algum tipo de processo patológico no aparelho locomotor, Said et al. (1983)

realizaram uma avaliação angiográfica da região distal do membro torácico,

descrevendo o caminho percorrido pelas artérias dessa região e sugerindo padrões

normais e anormais de tortuosidade para esses vasos ao exame radiográfico após a

injeção de contraste. Segundo as observações de Breit e König (1996), a artéria

digital comum apresenta um diâmetro de 0,5 centímetros, bifurcando-se no terço

final dos ossos metacarpianos, formam um arco terminal, que emite de 12 a 14

seguimentos para dentro do corium laminar e solear, ponto este extremamente

acometido por processos inflamatórios de caráter agudo ou crônico diagnosticados

na rotina clínica.

Dentre estas afecções, Stashak (1994) caracterizou a osteíte podal como um

processo inflamatório da falange distal, que evolui para um processo de

desmineralização e enrugamento das bordas soleares desta falange, muitas vezes

associadas a laminite. Clinicamente a claudicação torna-se evidente em toda a

andadura do eqüino. Ao exame físico o animal revela dor difusa ou localizada na

superfície da pinça. Trata-se da alteração mais comumente observada, onde a

remodelação óssea da margem solear é evidente. As alterações são mais

contundentes e observadas na projeção dorsoproximal-palmarodistal. A margem

solear do osso possui delineamento opaco devido a sua mineralização. Contudo, em

casos severos de osteíte, pode haver aumento de radioluscência, devido ao

processo de reabsorção óssea, resultando em uma dilatação aparente dos canais

vasculares da margem solear (BECHT et al., 2001).

Page 46: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 45

Em uma projeção médio-lateral, a remodelação óssea da falange distal é bem

observada. A margem solear apresenta delineamento irregular, projetando-se

dorsalmente. Com a evolução do processo, podemos verificar reações periosteais na

superfície dorsal da falange distal (KAINER, 1989). Tais alterações são verificadas

em eqüinos que sofreram excesso de pressão prolongado sobre a sola ou naqueles

com sola irregular. Reações periosteais na cortical dorsal da terceira falange,

quando presentes, são sempre consideradas anormais. Reações leves podem ser

observadas em vistas oblíquas, na porção média da mesma córtex, sem estar

provocando laminite ou sem ser de significância clínica (REYNOLDS, 2000).

Em um estudo clínico e radiográfico da região distal dos membros torácicos

de 17 asininos utilizados em tração animal, Alves et al. (2003) verificou níveis de

osteíte podal severa ao exame radiográfico, com grandes áreas de osteólise, porém

sem sinais clínicos compatíveis com a severidade da lesão, embora tenha

observado sensibilidade dolorosa ao nível de tendões e ligamentos tanto ao exame

clínico como pelo exame radiográfico, o que demonstra o grau de adaptação desses

animais a situações de grande estresse locomotor.

Smith et al. (2004) estudando radiografias da região distal do membro torácico

de 76 eqüinos de diversas raças, correlacionaram o ângulo de inclinação da falange

distal e as lesões observadas no tendão do músculo flexor digital profundo, e

observaram que embora não tenham encontrado diferenças significativas em

algumas raças testadas, em um grupo estudado, o ângulo de inclinação da falange

distal influenciava diretamente na tensão exercida sobre o tendão do músculo flexor

profundo do dedo, complicando o quadro de tendinite.

Page 47: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 46

Em um estudo de 100 cadáveres de eqüinos da raça Finnhorse, Ruohoniemi

et al. (1997), sugeriram que o ângulo ideal de inclinação da região distal do membro

torácico estaria variando entre 50 a 54 graus, como uma forma de manter o

paralelismo entre as falanges e o equilíbrio entre as forças tensoras que agem na

região. Stashak (1994) estimou este ângulo como sendo de 49 graus. Outros

autores como Baradly (1946); Stump (1967) e Getty (1986) têm estimado este

ângulo variando entre 45 e 50 graus. Em asininos, apenas Hifny e Misk (1983)

realizaram trabalhos com o objetivo de mensurar tal inclinação, onde sugeriu um

ângulo de 55 graus para esses animais. Conforme as descrições feitas por Fowler

(1995), a inclinação dos membros dos asininos é pelo menos 5 a 10 graus menor do

que a verificada em eqüinos. Segundo estudos de Clayton (1987), ângulos de

inclinação do membro muito baixos predispõem a maiores acometimentos por

diversos tipos de claudicação do que aqueles com angulações maiores.

Em referências sobre a laminite, esta é descrita como doença provocada por

um distúrbio circulatório, causado por uma hiperemia do casco. Contudo, em

pesquisas realizadas por Goetz (1989); Green et al. (1991); Hood et al. (1993) e

Hunt, Kobluk e Steckel (1995), acrescenta-se ainda uma isquemia das laminas

regionais, atribuindo-se a denominação de laminite a um complexo de doenças

causadoras destas alterações.

Clinicamente, observa-se pulsação arterial digital aumentada, calor no casco

e dor evidenciada na pinça do casco, na fase aguda. O animal reluta em andar, de

acordo com o grau da laminite, muitas vezes não consegue suportar seu próprio

peso (STASHAK, 1994). O diagnóstico definitivo é realizado através de radiografias

Page 48: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 47

laterais, onde se observa deslocamento da falange distal em direção a sola, ou

ainda um deslocamento paralelo, com um aumento da distância entre a muralha do

casco e a falange (BUTLER et al., 2000; TANAKA et al., 2002). Algumas vezes,

observam-se cavitações da parede do casco, proliferações ósseas na falange distal

e descalcificação da borda solear (KUWANO et al., 1997). De acordo com Stick

(1982), em estudo de 96 casos de laminite, determinou-se o prognóstico para esta

alteração através dos graus de rotação da falange distal. Animais que apresentarem

graus iguais ou menores que 5,5°, estariam aptos a retornar as atividades

esportivas, enquanto aqueles que apresentarem rotação superior a 11,5° estariam

impossibilitados de retornarem as atividades.

Tais lesões podem ser visualizadas através de posicionamentos específicos,

onde se destacam as radiografias em projeções oblíquas, o que possibilita a

observação de mais de uma face da estrutura óssea, visto que em eqüinos a grande

espessura e densidade de algumas dessas estruturas, podem mascarar lesões e

levar o clínico a incidir em um erro de diagnóstico (BUTLER et al., 2000; THRALL,

1998).

Em situações realizadas por Colles (1977); Coffman (1983) e Molyneux et al.

(1994) verificou-se que é freqüente uma alteração locomotora em um membro levar

a manifestação de problema semelhante ou mais grave no mesmo membro ou

contralateral, devido a mecanismos compensatórios. Grande parte das lesões que

acometem eqüinos são usualmente verificadas nos membros torácicos e

percentualmente, podem chegar de 60 a 65% dessas observações. Vale a pena

ressaltar que 95% das lesões que provocam claudicações estão localizadas na

Page 49: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 48

região do carpo ou abaixo dela. Dyson (2003) relata que desta forma,

proporcionalmente, para cada claudicação encontrada no membro pélvico verificam-

se três no membro torácico. Uma explicação para isso poderia ser o fato de que a

massa do eqüídeo encontra-se localizada no meio do gradil costal, imediatamente

caudal a linha que separa o terço cranial e médio do corpo, deslocando seu centro

de gravidade mais cranialmente, imprimindo maior trabalho para as articulações

desse membro (STASHAK, 1994).

A arquitetura do osso navicular foi bem estudada por Gabriel (1998) e tem

demonstrado grande importância na compreensão dos processos patológicos que

podem acometer essa região, em algumas raças e tipos de cavalos. A doença do

navicular tem se mostrado degenerativa e de caráter crônico, acometendo cavalos

entre quatro e 15 anos (STASHAK, 1994), algumas vezes estendendo-se à bolsa

navicular e tendão flexor digital profundo (ACKERMAN et al., 1977; ADAMS, 2002;

LOWE, 1976; NUMAN, 1973; VADEZ, 1978). Estudos recentes realizados por

Ruohoniemi (1998), demonstraram um comprometimento da articulação

interfalangeana distal, com o aparecimento de lesões na borda proximal e nas

cartilagens alares da terceira falange, quando foram observadas irregularidades do

osso sesamóide distal. Em todos os casos os animais encontravam-se submetidos a

constante atividade física ou trabalhos de tração.

A ossificação das cartilagens alares é constantemente observada em animais

de idade avançada ou superiores a 12 anos, sendo mais comum em éguas

finlandesas e garanhões (MELO e SILVA, 2002). Contudo, Bengtsson (1983),

relatou o aparecimento de ossificação da cartilagem alar em potros de seis meses

Page 50: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 49

de idade. A característica da calcificação pode variar; cavalos que apresentam

conformação anatômica torácica fechada de frente tendem a calcificação da

cartilagem alar lateral, enquanto naqueles que apresentam conformação anatômica

aberta de frente, torna-se mais freqüente a calcificação da cartilagem alar medial

(STASHAK, 1994). Ruohoniemi (1993) e Verschooten et al. (1996), em seus

achados, observaram o aparecimento da calcificação da cartilagem alar como uma

característica comum em cavalos utilizados em trabalhos de tração. Melo e Silva

(2002), estudando 163 cavalos de hipismo verificaram o aparecimento desta mesma

lesão em 93% desses animais. Ruohoniemi (1993), correlacionou a coexistência

freqüente entre a ossificação da cartilagem alar e processos patológicos do osso

navicular. Traumas gerados por aferroamento também podem levar a ossificação

dessa cartilagem.

Os graus de desmineralização também são observados comumente e

particularmente em raças de animais pesados (GABRIEL et al., 1999; GIBSON,

1990; MELO e SILVA et al., 2002; RUOHNIELMI et al., 1998). A ossificação ou

mineralização da cartilagem alar progride desde a face distal da cartilagem até a

superfície proximal do osso navicular, sendo normal em animais de dois anos ou

mais (BUTLER et al., 2000; KUWANO et al., 1997; TANAKA et al., 2002). Esta

alteração é comumente assintomática, mas algumas vezes pode levar a graus de

claudicação variados (HOOD, 2002). A região proximal da cartilagem alar encontra-

se direcionada axialmente; a ossificação da mesma ocorre da a base para a

proximal, promovendo o aparecimento de uma linha radioluscente entre as duas.

Algumas vezes torna-se difícil diferenciar esta alteração de uma fratura na

cartilagem, embora fraturas da cartilagem ossificada sejam de rara ocorrência, mas

Page 51: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 50

podem causar claudicação que se resolve sem tratamento (THRALL, 1998;

VERSCHOOTEN et al., 1996).

Embora, rotineiramente seja utilizado o exame radiográfico para a avaliação

das doenças do aparelho locomotor em eqüinos, o exame ultrassonográfico já

constitui um protocolo específico quando existem suspeitas clínicas de

comprometimentos de tendões e ligamentos (RANTANEN, 1989). Como uma

alternativa prontamente estabelecida, apresenta dados diagnósticos confiáveis e que

podem ser obtidos precocemente, sem necessariamente haver visualização de

edema local ou ainda claudicação. Inúmeras lesões tem sido encontradas em

exames rotineiros quando se buscam outras alterações durante o exame clínico do

membro torácico em eqüinos, contudo, identificadas antecipadamente podem

prevenir complicações clinicas que tenderiam a evoluir para um caráter clinicamente

significante futuramente (REIMER, 1998).

A técnica para a realização do exame é fácil e consiste da divisão da região

metacarpal palmar ou metatarsal plantar em sete; ou mesmo oito zonas, quando

também se acrescenta o aspecto medial do carpo na mensuração, visto que devido

a disposição dos ligamentos e tendões, algumas dessas regiões possuem

características anatômicas próprias (PASIN et al., 2001). O objetivo é de caracterizar

de forma detalhada as estruturas visualizadas durante o exame ultrassonográfico,

fazendo-se uso de um transdutor de 7,5 Mhz (DYSON, 2003).

A zona 0 corresponde a região que se encontra ao longo do aspecto medial

dos ossos do carpo, adjacente ao osso acessório (REIMER, 1998). A zona IA

Page 52: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 51

estende-se, aproximadamente de 0,5 a 4 cm de distância do osso acessório do

carpo. Nesse ponto o tendão flexor digital superficial apresenta-se disposto

levemente medial, de aspecto elíptico e próximo a linha média. A zona IB, estende-

se de 4 a 7 cm de distalmente do osso acessório do carpo, não existindo estruturas

que caracterizem essa região de forma particular (PASIN et al., 2001; REEF, 2002).

A zona IIA segue estendendo-se entre 7 a 10 cm distalmente ao osso acessório do

carpo. A zona IIB encontra-se de 10 a 14 cm de distância do osso acessório do

carpo, sendo caracterizada pela presença de um ramo do nervo medial palmar, que

cruza obliquamente a região (NYLAN, 1995; REEF, 2002; REIMER, 1998). A zona

IIIA encontra-se localizada de 14 a 18 cm distalmente do osso acessório do carpo,

tendo como principal característica ser o ponto de eleição para a manifestação da

tenossinovite. A região IIIB é a maior entre todas já citadas e contem o local onde

ocorre a bifurcação do ligamento suspensório em seus ramos lateral e medial. A

última região é a IIIC, que dista de 23 a 28 cm do osso acessório do carpo, sendo

caracterizada por apresentar ao exame ultrassonográfico a sombra dos ápices dos

ossos sesamóides proximais (DYSON, 2003; NYLAND, 1995; PASIN et al., 2001).

O exame ultrassonográfico tem mostrado um valor inestimável, do ponto de

vista confirmativo, para aquelas lesões que não podem ser definidas apenas com a

utilização do estudo semiológico regional do membro torácico do eqüino, tornando-

se, ainda uma alternativa plenamente justificável do ponto de vista econômico

(GENOVESE, 1986). Desta maneira, torna-se imperativo o conhecimento não

apenas das características ultrassonográficas dos ligamentos e tendões da região

distal dos membros desses animais, mas também o conhecimento anatômico do

Page 53: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Revisão de Literatura 52

tamanho e sintopia de tais estruturas, que possibilita sua distinção durante o exame

ultrassonográfico (STEYN; LLWRAITHC; RAWCLIFF, 1991).

A estrutura ultrassonográfica da região metacarpal palmar ou metatarsal

plantar podem ser mais ou menos diferenciáveis, de acordo com o seu grau de

ecogeneicidade, o que pode algumas vezes dificultar a delimitação perfeita da

mesma durante a avaliação, como no caso do ligamento interósseo, que apresenta

problemas na identificação de suas bordas, devido a sua ecogeneicidade irregular

(CUESTA, 1992).

Cuesta et al. (1995) realizaram um estudo comparativo de cinco regiões do

aspecto palmar do metacarpo de 23 eqüinos, através de estudo ultrassonográfico e

anatômico da região, onde verificaram valores de mensuração, na dissecação,

semelhantes a aqueles observados durante o estudo in vivo.

Pasin et al. (2001) quando estudaram 67 cavalos de diversas raças

observaram que a área de secção transversal do tendão flexor digital superficial

apresentou valores médios entre 80,75 ± 2,72 mm2 e 126,29 ± 3,11; o tendão flexor

digital profundo apresentou valores entre 87,36 ± 3,06 e 178,75 ± 5, 42, o que

possibilitou um certo grau de padronização dos valores dimensionais das estruturas

da região distal dos membros de eqüinos, gerando subsídios para identificação de

lesões do aparelho locomotor.

Page 54: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Material e Método

Page 55: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Material e Método 54

3 MATERIAL E MÉTODO

Durante a fase experimental deste estudo foram analisados os membros

torácicos de 15 asininos, de diferentes sexos e idades. Os animais pesavam em

média 150 kg, eram alimentados com ração volumosa e utilizados em veículos de

tração animal, submetidos, portanto, às mesmas condições de manejo. Todos

vieram a óbito seja por processos patológicos ou por envolvimento em acidentes e

as peças foram encaminhadas ao laboratório de Anatomia da Universidade Estadual

do Maranhão – UEMA pela Secretaria de Transporte e Urbanismo do Estado do

Maranhão – SEMTURB.

Após a higienização dos membros, realizaram-se radiografias, baseadas nos

protocolos utilizados para eqüinos, em projeções dorsoproximal-palmarodistal em

ângulo de 45° e 65º e lateromedial, utilizando-se um aparelho portátil de Raios-X,

MinXrays, modelo HF 100, de 40 – 100 KVp e 20mAs de potência, calibrado com

distância foco-filme de 80 cm e técnicas de exposição de 45 kVp e 0,5 mAs, chassis

metálicos 24x30 cm, com telas intensificadoras CRONEX HI1 plus e filmes RP-X-

OMAT2. Os filmes radiográficos foram revelados e fixados em Processadora

Automática RPX-OMAT Processor3.

Em seguida, a artéria mediana foi canulada utilizando-se um cateter 22G,

procedendo-se a perfusão vascular dos membros, com solução salina a 0,9% a e a

40°C de temperatura, para a limpeza do sistema arterial, retirando-se coágulos e

debris celulares. Posteriormente, prossegui-se com a aplicação de técnica 1 DU PONT NEMAVES E Co. 2 EASTMAN KODAK COMPANY 3 EASTMAN KODAK COMPANY

Page 56: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Material e Método 55

angiográfica através da injeção de contraste iodado não-iônico Henetix 3504

(iobitridol) até o preenchimento de todo o leito vascular. Em cinco dos membros que

foram submetidos à avaliação radiográfica, utilizando-se projeções dorsopalmar e

latero-lateral, as quais permitiram a visualização da angioarquitetura local.

Após as primeiras avaliações, as peças foram fixadas em solução de

formalina a 10% por um período mínimo de 48 horas. Passado esse período, foram

lavadas em água corrente e submetidas à dissecação, que se caracterizou pela

individualização dos tendões e seus ventres musculares, bem como dos ligamentos

de maior contribuição para a região estudada. Foram realizados cortes longitudinais

da região distal dos membros torácicos desses animais, com vistas a auxiliar a

identificação os pontos de origem e inserção dos principais ligamentos e tendões em

asininos, bem como evidenciar a extensão de suas bolsas articulares.

Utilizando-se paquímetro de precisão 0,05 mm, foi realizada a mensuração

dos tendões do músculo flexor superficial dos dedos, músculo flexor profundo dos

dedos e tendão interósseo médio. As medições foram tomadas aferindo-se a largura

e espessura destes tendões em sete zonas pré-definidas, buscando calcular sua

área transversal, através do programa matemático WebCalc, e seguindo o protocolo

utilizado em eqüinos. Os achados foram anotados para a descrição dos resultados e

adequada avaliação estatística, onde se utilizou, t de student e a correlação linear de

Pearson. Algumas peças foram fotografadas para a devida documentação. Todos os

termos anatômicos empregados foram orientados segundo a Nômina Anatômica

Veterinária (NAV, 1994).

4 GUERBET PRODUTOS RADIOLÓGICOS LTDA.

Page 57: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Resultados

Page 58: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Resultados 57

4 RESULTADOS

A avaliação anatômica e radiográfica descrita para os membros dos asininos

foi realizada segundo o protocolo previamente descrito para eqüinos, em acordo com

as observações relatadas pela literatura mundial para esses animais. Foram

descritos somente os tendões dos músculos de interesse para a região distal do

membro torácico e que se encontram ligados ao suporte do aparelho suspensório,

região de interesse clínico e cirúrgico.

4.1 DISCRIÇÃO ANATÔMICA

A musculatura dos membros torácicos dos asininos permitiu evidenciar dois

grupamentos musculares específicos, divididos em uma divisão extensora e outra

flexora.

Em asininos, o músculo extensor digital comum constituiu-se como um

músculo de maior volume e possivelmente o principal músculo envolvido no

mecanismo de extensão da região distal dos membros torácicos. Apresenta um

ventre penado, disposto craniolateralmente e fazendo relação com o músculo

extensor carpoulnar mais cranialmente (Apêndice A Figura 1a, b). Seu tendão surge

aproximadamente a 5 centímetros da epífise distal do rádio, partindo do meio do

ventre muscular e seguindo através do sulco extensor do rádio e sobre a cápsula

articular cárpica (Apêndice A Figura 2). Passa distalmente sobre a superfície dorsal

do terceiro metacarpiano, inclinando-se medialmente, até alcançar a linha média do

membro próximo à articulação metacarpofalangeana, emitindo algumas fibras

Page 59: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Resultados 58

tendíneas que vão se inserir na extremidade distal do metacarpo (Apêndice A Figura

3). Logo a partir desta, sofre uma dilatação, onde recebe os ramos extensores do

tendão do ligamento interósseo de ambos os lados (Apêndice A Figura 4 a, b).

Alcança sua máxima dilatação no ponto onde se insere no processo extensor da

falange distal.

O músculo extensor digital lateral mostrou-se bem menor em volume quando

comparado ao extensor digital comum. Apresenta um ventre penado e de caráter

fusiforme, embora com fibras musculares pouco definidas e que se misturam às do

extensor digital comum em sua origem. Seu tendão surge bem próximo à articulação

carpiana, quando passa através do sulco do processo estilóide lateral, na

extremidade distal do rádio, onde está envolvido pelo retináculo flexor (Apêndice A

Figura 2). Orienta-se a partir de uma posição medial e seguindo cada vez mais

dorsalmente, porém, não chegando a atingir a linha média do terceiro osso

metacarpiano. Durante o seu percurso segue junto ao tendão do músculo extensor

digital comum. Próximo à articulação metacarpofalangeana orienta-se com um

caráter divergente com relação ao músculo extensor digital comum, emitindo fibras

que vão se inserir na extremidade distal do terceiro osso metacarpiano (Apêndice A

Figuras 3 e 5).

O músculo flexor digital superficial é o primeiro músculo da divisão flexora

observado à dissecação anatômica. Seu ventre é multipenado e com fibras

musculares que se entremeam às do músculo flexor digital profundo, dificultando

uma delimitação definida entre eles. Apresenta um forte tendão que segue

distalmente ao nível do canal cárpico junto ao tendão do músculo flexor digital

Page 60: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Resultados 59

profundo (Apêndice A Figura 1 b), quando é envolvido pelo retináculo flexor

(Apêndice A Figura 6 a). Distal ao carpo, torna-se achatado dorsopalmarmente,

adquirindo um caráter elipsóide. Nesse ponto apresenta-se fortemente aderido à

articulação metacarpofalangeana por meio do ligamento anular palmar e mais

distalmente pelo ligamento digital palmar proximal (Apêndice A Figura 7). Ao chegar

na extremidade distal da falange proximal emite dois ramos que divergem até seus

pontos de inserção, nas extremidades proximal e distal da falange média (Apêndice

A Figura 6 b).

O músculo flexor digital profundo (Apêndice A Figura 1 a, b) é o segundo

músculo da divisão flexora que se estende além da articulação do carpo e que se

encontra relacionado com a manutenção do aparelho suspensório em asininos.

Apresenta-se constituído por três cabeças: umeral, ulnar e radial, das quais a

cabeça umeral fornece a maior contribuição para a execução do trabalho muscular.

A cabeça umeral apresenta um tendão resistente que se junta às outras duas,

próximo da articulação e passa através do canal cárpico. O tendão do músculo flexor

digital profundo relaciona-se dorsalmente com o tendão interósseo e palmarmente

com o tendão do músculo flexor digital superficial (Apêndice A Figura 8). Passa

através do anel do músculo flexor digital superficial até sua inserção na superfície da

cartilagem da falange distal, onde forma uma expansão observada entre este tendão

e o osso sesamóide distal, conhecida como bolsa podotroclear (Apêndice A Figura

9).

O tendão interósseo, nos asininos, é bastante desenvolvido. Surge na

extremidade proximal do terceiro osso metacarpiano, com suas fibras orientando-se

Page 61: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Resultados 60

longitudinalmente sob o aspecto palmar do mesmo e ocupando todo o espaço entre

o segundo e quarto ossos metacarpianos. Imediatamente distal ao metacarpo, sofre

uma bifurcação, emitindo dois ramos extensores que passam a orientar-se sobre a

superfície abaxial dos ossos sesamóides proximais e sobre a cápsula articular

(Apêndice A Figura 10). Logo após a articulação metacarpofalangeana, desloca-se

mais dorsalmente, até encontrar-se com o tendão do músculo extensor digital

comum (Apêndice A Figura 4 a, b).

Em dissecações mais profundas foi possível evidenciar os principais

ligamentos que fazem parte do aparelho suspensor nesses animais. O ligamento

sesamóideo reto caracterizou-se por fibras que se dispõem em sentido longitudinal,

tendo seu ponto de origem em toda extensão da região distal ao ligamento palmar e

lateralmente à base dos ossos sesamóides proximais, indo inserir-se distalmente à

fibrocartilagem complementar, da extremidade proximal da falange média (Apêndice

A Figura 11). Os ligamentos sesamóideos oblíquos também apresentam fibras

dispostas longitudinalmente, sendo bem menores em dimensão e extensão, quando

comparados ao primeiro e apresentam sua inserção proximal ao nível do ligamento

palmar e base dos ossos sesamóides proximais. Sua inserção distal encontra-se

sobre a superfície palmar da falange proximal, sob o terço médio do ligamento

sesamóideo reto (Apêndice A Figura 11).

Ainda em dissecação profunda foi possível mostrar o ligamento palmar da

articulação interfalangeana proximal como uma faixa que surge no terço médio da

falange proximal em uma orientação dorsopalmar sob o tendão do músculo flexor

digital profundo, até a sua inserção na extremidade distal da falange média. Os

Page 62: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Resultados 61

ligamentos colateral lateral e medial surgem no mesmo nível do ligamento palmar da

articulação interfalangeana proximal e adotam uma orientação aproximadamente

paralela aos ramos extensores do tendão interósseo (Apêndice A Figura 12).

4.2 AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA

A avaliação radiográfica foi realizada em dois momentos. Primeiramente

caracterizando-se as principais lesões observadas ao nível da região distal da

falange distal dos asininos e posteriormente caracterizando a vascularização

regional através de técnica angiográfica.

4.2.1 O exame radiográfico

Todos os asininos analisados apresentaram osteíte podal que variou de

moderada a sevara, sempre manifestando graus de cronicidade através de áreas de

osteólise na margem solear da falange distal ou proliferações em pontos de inserção

de tendões, ligamentos, superfície flexora do sesamóide distal e na superfície dorsal

e palmar das falanges média e distal (entesofitos). O grau de rotação de falange

variou entre 8,5 e 10, acometendo oitenta por cento dos animais estudados

(Apêndice A Figura 13).

4.2.2 A técnica angiográfica

O principal ramo vascular responsável pela manutenção do membro torácico

em asininos é a artéria mediana. Após passar sobre a articulação cárpica, realiza

Page 63: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Resultados 62

uma anastomose com a porção terminal da artéria radial, constituindo nesse

momento, o arco palmar profundo (Apêndice A Figura 14a, b). A partir desse arco

surgem as artérias metacárpicas palmares II, lateralmente, e III medialmente que

avançam sobre o sulco palmar, onde ocorre a emissão de ramos que vão para a

superfície dorsal do terceiro osso metacarpiano (Apêndice A Figura 15). A artéria

mediana segue orientando-se sob a superfície palmar do terceiro osso metacarpiano

de uma situação lateral cada vez mais medialmente. No terço médio do metacarpo,

passa a ser chamada de artéria digital palmar comum. Continua seu trajeto até

atingir a linha média no terço distal do metacarpo, onde sofre uma bifurcação,

emitindo a artéria digital palmar lateral e digital palmar medial, em um ponto

correspondente a da bifurcação do tendão interósseo (Apêndice A Figura 16a, b).

Depois de cruzar a articulação metacarpofalangeana, as artérias digitais palmares

emitem ramos para a falange proximal, onde formam um arco, após o seu encontro

sobre a superfície dorsal dessa falange (Apêndice A Figura 17a, b). As artérias

digitais palmares, quando passam sob a articulação interfalangeana proximal emitem

o ramo para o toro digital e os ramos dorsais para a falange média. Mais adiante, ao

nível da região interfalangeana distal, emitem o ramo dorsal para a falange distal

(Apêndice A Figura 18 a, b).

Por fim, emitem o ramo que forma o arco terminal, pelo encontro com a artéria

do lado posto, onde são lançados vários ramos menores para a margem solear da

falange distal (Apêndice A Figura 18 a).

Page 64: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Resultados 63

4.3 ÁREA DE SECÇÃO TRANSVERSAL DOS TENDÕES

Foi realizada a mensuração da secção de área transversal dos tendões do

músculo flexor digital superficial, flexor digital profundo em sete regiões pré-

definidas, e o tendão interósseo em quatro áreas passíveis de mensuração

(Apêndice B Tabelas 1 a 3).

O tendão flexor digital superficial apresentou valores variando de 72,068 mm2

(zona IA do membro esquerdo) a 255,883 mm2 (zona IIIC do membro direito), como

medições máximas e mínimas entre as diversas áreas dos tendões estudados. A

média para esse tendão variou de 82,8057 mm2 (zona IB do membro direito) a

206,654 mm2 (zona IIIC do membro esquerdo) (Apêndice B Tabela 1 e Apêndice C

Gráficos 1 a 2) .

Para o tendão flexor digital profundo encontramos área de secção transversal

contidos entre o intervalo de 112,720 mm2 (zona IA do membro esquerdo) a 372,

231 mm2 (zona IIIC do membro direito), com sua média variando entre 149,012 e

269,847 mm2 (Apêndice B Tabela 2 e Apêndice C Gráficos 3 a 4).

Finalmente, no tendão interósseo observamos os maiores valores para as

secções de área transversal e desvio-padrão, variando de 75,618 mm2 (zona IIA do

membro esquerdo) a 555,434 mm2 (zona IIIC do membro direito) e médias variando

entre 148,8313 e 280,7071 mm2 (Apêndice B Tabela 3 e Apêndice C Gráficos 5 a 6).

Page 65: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Resultados 64

Quando analisamos a secção de área IA até a área IIB, o tendão do músculo

flexor digital superficial apresentou um desvio-padrão variando entre 9,670 e 16,452.

A partir desse ponto foi verificada uma grande amplitude para o desvio-padrão,

alcançando amplitude máxima de 32,709. Tal momento coincide com o trecho final

do percurso dos tendões sobre a face palmar do terceiro osso metacarpiano e

articulação interfalangeana proximal, provavelmente pontos de maior estresse

tendíneo e exigência física (Apêndice B Tabela 1 e Apêndice C Gráficos 1 a 2).

Ao analisarmos o tendão do músculo flexor digital profundo e o tendão

interósseo, em todas as suas zonas verificamos desvios-padrões maiores do que o

para o tendão flexor digital superficial. Nestes tendões os desvios-padrões

mantiveram semelhanças entre si até aproximadamente o mesmo nível que o

observado para tendão flexor digital superficial, contudo logo após seguem

extrapolando valores máximos de 50,0227 e 123, 313, respectivamente (Apêndice B

Tabelas 2 e 3). Muito deste efeito deve-se ao seu nível maior de exigência na

manutenção da articulação do boleto por parte desses tendões.

Page 66: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Discussão

Page 67: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Discussão 66

5 DISCUSSÃO

A dissecação anatômica da região distal dos membros torácicos dos asininos

utilizados neste estudo permitiu a distinção entre duas divisões clássicas; uma

extensora e, outra flexora que abrange em seu território grupos musculares distintos,

tal qual relata Getty (1986) para os eqüinos. O músculo extensor digital comum foi

evidenciado como o principal da divisão. Apresenta característica anatômica e

disposição semelhante àquela que tem sido descrita na literatura por autores como

Dyce, Sack e Wensing (1997), apresentando um arranjo muscular com fibras que

impossibilitam uma separação anatômica precisa entre as cabeças musculares. O

tendão desse músculo surge de um ventre penado a uma distância um tanto menor

do que o observado em eqüinos por könig (2002) e Frandson (1967), contudo,

obedecendo a mesma sintopia anatômica descrita. Todavia, ao passar pela

articulação metacarpofalangeana emite um pequeno número de fibras tendíneas

para a extremidade distal da falange, o que caracteriza uma inserção também nesse

ponto, o que discorda do que foi descrito por estes autores.

O tendão do músculo extensor digital lateral dos asininos apresenta-se da

mesma maneira que Getty (1986); Nickel et al. (1986); Constantinescu (1991) e

Smallwood (1992) o descrevem para eqüinos. Contudo, nossas observações

divergem das desses autores quanto ao seu ponto de inserção na articulação

metacarpofalangeana, onde sofre um desvio em relação ao tendão extensor digital

comum.

Page 68: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Discussão 67

Na divisão flexora, os músculos flexores digitais superficial e digital profundo,

apresentam características semelhantes àquelas descritas para eqüinos, conforme

relatado por Getty (1981); Nickel et al. (1986) e König (2002), embora apresentem

menor volume.

O tendão interósseo apresenta inserção proximal semelhante ao relatado por

Getty (1981); Nickel et al. (1986) e König (2002). Porém as inserções distais de seus

ramos extensores, em nossas observações, encontram o tendão do músculo

extensor digital comum em um nível mais distal do que o descrito para eqüinos.

Os ligamentos observados à dissecação profunda da região distal dos

membros de asininos apresentam características anatômicas diferenciadas. Autores

como Getty (1981); Dyce, Sack e Wensing (1997) demonstraram os ligamentos

sesamóideos retos e oblíquos como bandas dispostas longitudinalmente sob a face

palmar da falange média. Contudo, nossos achados divergem desses autores,

quando evidenciamos que em asininos esses ligamentos mostram-se bem mais

largos e bem mais definidos, particularmente, o sesamóideo reto, propiciando assim,

um maior suporte para a sustentação e equilíbrio biodinâmico da articulação. Os

ligamentos palmares da articulação interfalangeana apresentaram suas

características anatômicas conforme o que foi descrito por Smallwood (1992);

Constantinescu (1991) e Frandson (1967). Todavia, em nossas dissecações os

ligamentos colateral lateral e medial da articulação interfalangeana proximal são

observados como adotando uma disposição um tanto mais paralela aos ramos

extensores do tendão interósseo, o que contrapõe-se aos achados destes autores.

Page 69: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Discussão 68

A artéria mediana em asininos passa sobre a articulação cárpica e juntamente

com o ramo distal da artéria radial forma o arco palmar profundo. Informação que se

encontra de acordo com as observações realizadas por Nickel et al. (1981) ao

estudarem o aparelho circulatório dos eqüinos. Ainda consoante as informações

destes autores, as artérias metacárpicas palmares II e III têm sua origem a partir do

arco palmar profundo, com um trajeto que segue sobre o sulco palmar, por

conseguinte emitindo ramos distais que se orientam dorsalmente ao metacarpo,

próximo ao ponto de bifurcação da artéria digital palmar comum.

A artéria mediana a partir da articulação cárpica segue um trajeto palmar e

medial até atingir a linha média do terceiro osso metacarpiano em seu terço mais

distal, região do arco palmar superficial, onde passa a chamar-se artéria digital

palmar comum. Informação que se contrapõem as de Getty (1981); Dyce, Sack e

Wensing (1997) que descrevem este vaso com um trajeto paralelo ao eixo do

terceiro osso metacarpiano. Após alcançar o terço distal do terceiro osso

metacarpiano próximo a linha média desse osso, realiza uma bifurcação para

originar as artérias digitais palmares laterais e mediais, tal qual é relatado por Dyce,

Sack e Wensing (1997) em suas descrições para eqüinos. Ainda seguindo este

trajeto, as artérias digitais palmares emitem os ramos dorsal e palmar para a falange

proximal, os quais foram descritas por Nickel et al. (1981) apenas como ramos

proximais, médios e distais.

As artérias digitais palmares, que foram melhores detalhadas por Sadler et al.

(1999), encontram-se de acordo com nossas descrições. Ainda em consonância com

as informações deste último autor, os ramos terminais das artérias digitais palmares

Page 70: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Discussão 69

ao passarem sob a articulação interfalangeana proximal emitem os ramos para o

toro digital e em sua terminação ao nível da articulação interfalangeana distal ramos

dorsais para a falange distal, formando o arco terminal com o lado oposto de onde

partem diversos vasos para a margem solear da falange distal.

Os subsídios buscados neste trabalho, no tocante a avaliação da secção da

área transversal do tendão de asininos, foram embasados nas informações de

Cuesta et al. (1995), que realizaram um estudo comparativo ultrassonográfico e

anatômico de cinco regiões da superfície palmar do metacarpo de 23 eqüinos, nos

quais observaram que os valores à mensuração ultrassonográfica e à dissecação

anatômica, guardavam semelhanças entre si.

Ao realizarmos a mensuração da área transversal de sete regiões pré-

definidas, segundo o protocolo utilizado por Reimer (1998); Reef (2002); Dyson

(2003) e Nylan (2004) para eqüinos, verificamos uma tendência do aumento desta

área à medida que ocorre uma aproximação da região distal do membro do animal,

tal qual foi observado por Denoix (1994) e Pasin et al. (2001), quando estudaram 67

cavalos de diversas raças. Contudo, foi observado que a secção da área transversal

apresentou-se maior nos asininos avaliados neste trabalho do que o verificado para

eqüinos, quando são comparadas regiões anatômicas do tendão da mesma zona de

corte.

Observou-se ainda para os asininos avaliados, que ocorreu sempre uma

tendência para maiores áreas de secção transversal na região proximal dos tendões

e na periferia de seus pontos de inserção, o que de certa forma traduz um grau de

Page 71: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Discussão 70

especialização dessas estruturas para uma maior estabilidade da região distal

desses animais, particularmente na execução de trabalhos com alta exigência

muscular. Vale a pena ressaltar que existe uma proporção de massa corporal de

aproximadamente 3:1, entre eqüinos e asininos e, que isso desfavoreceria muito o

segundo se não existisse nenhum mecanismo de compensação que equilibrasse tal

diferença, no momento de realização nas fases de suspensão e de máxima

extensão, como é descrito para eqüinos por Rooney, Quddus e kingsbury (1978).

Associado a isto, podemos observar um casqueamento deficiente para esses

animais por parte dos proprietários, o que sem dúvida dificulta o rearranjo das

tensões sofridas pelo aparelho suspensório desses animais, como foi discutido por

Lech (1983) e Denoix (1985, 1987, 1994), em seus estudos sobre essa região em

eqüinos.

Para Denoix (1994) e Riemersma (1988), os tendões exercem papel

importante no equilíbrio da região distal dos membros dos eqüinos, devido as suas

propriedades elásticas, responsáveis pela absorção de impactos e pela sua

característica na redução do esforço muscular durante a locomoção, o que

acreditamos que aconteça com os asininos. Desta forma e, apoiando as

observações de Zanella, Heleski e Zanella (2003), com relação ao o trabalho

exaustivo executado pelos asininos, confiamos que o desenvolvimento de uma

estrutura de sustentação mais eficiente, que seja compatível com a condição de

estresse articular a que se encontram submetidos rotineiramente, estabeleça

embasamento para explicar o fato da maior área de secção vista em asininos

quando, o comparamos aos eqüinos.

Page 72: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Discussão 71

A exceção de dois casos, relacionados à zona IB dos membros direito e

esquerdo do tendão flexor digital superficial, em todos os outros momentos esse

tendão apresentou áreas de secção transversal superiores às do tendão flexor digital

superficial. O mesmo pode ser verificado com o tendão interósseo, onde apenas a

média da zona IIA do membro direito não supera os valores das médias calculadas

para o tendão flexor digital superficial. Tal informação encontra-se compatível com a

descrição realizada por Evans (1975) quando sugeriu que a estabilização da

articulação interfalangeana e suspensão do boleto são realizadas primordialmente

por ação do tendão interósseo e tendão flexor digital profundo. Ainda de acordo com

as verificações de Denoix e Berthelet (1987), que comentaram sobre as altas

tensões sofridas pelo tendão interósseo durante a fase de máxima extensão do

membro. O que pode justificar nossas observações com relação a maior área de

secção transversal por parte desses tendões.

A constante solicitação desse grupamento tendíneo na estabilização da

articulação interfalangeana proximal e distal, tal qual é relatado por Alves et al.

(2003), leva os asininos a evoluírem para quadros de tendinites sub-clinicas ou com

severidade subestimada à realização do exame físico, que provavelmente

contribuíram para o aumento das médias observadas a partir dos pontos de maior

estresse tendíneo.

Em todas as peças anatômicas utilizadas para este estudo observou-se graus

de osteíte podal variando de moderado a severo, verificando-se áreas de osteólise e

proliferação ósseas em pontos de inserção de tendões e ligamentos, o que também

foi descrito por Alves et al. (2003), em seus estudos com asininos. Não raro foram

Page 73: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Discussão 72

observadas zonas de destruição óssea em margem solear da falange distal e

doença articular degenerativa associada a processos de rotação de terceira falange

variando entre 8,5 e 10 graus.

Para Smith et al. (2004) existe uma relação entre o número de lesões

provocadas nos tendões flexores da região distal dos membros torácicos e a tensão

exercida pela angulação da falange distal em eqüinos da raça Thoroughbred.

Entretanto, em asininos, não foi observada correlação entre o ângulo de inclinação

da muralha do casco ou falange distal e a área de secção transversal, embora as

maiores áreas de secção transversal tenham apresentado-se nos pontos de maior

estresse motor para a articulação, contrariando às informações relatadas por Denoix

(1994) quando sugeriu apenas a quantidade de fibras tendíneas e colágenas como

representativa de força para os tendões em eqüinos.

Page 74: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Conclusões

Page 75: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Conclusões 74

6 CONCLUSÕES

- A estrutura anatômica dos membros torácicos dos asininos apresenta ventres

musculares semelhantes aos dos eqüinos, porém tendões mais espessos;

- a osteíte podal, a osteólise óssea, rotação e o entesofitos são freqüentemente

observados na região distal dos membros torácicos de asininos, como

resultado das altas tensões aplicadas a ela;

- os tendões dos asininos apresentam áreas de secção transversal acima da

média observada para eqüinos, com uma tendência crescente, à medida que

as mensurações aproximam-se da região distal do membro, onde encontram-

se submetidos a maior estresse motor;

- não há correlação entre o ângulo de inclinação da muralha do casco e a área

de secção transversal dos tendões em asininos;

- os tendões que mais estabilizam a região distal dos membros torácicos em

asininos são o flexor digital profundo e o interósseo, por apresentarem maior

área de secção transversal;

- o asinino possui mais resistência à lesões locomotoras, quando comparado

ao eqüino, por apresentar área de secção transversal maior nos pontos de

estresse motor mais intenso.

Page 76: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Referências

Page 77: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Refências 76

REFERÊNCIAS

ABDALLA, K. E. H.; MANSOUR, A. A.; YOUSSEF, H. A.; ALAN-ELDIN, M. A. Radiological and anatomical studies on the tendon sheaths of the extensor muscles of the manus in donkey. Assiut Veterinary Medicine Journal, v. 19, n. 38, p. 3-6, 1988a. ABDALLA, K. E. H.; MANSOUR, A. A.; YOUSSEF, H. A.; ALAN-ELDIN, M. A. Surgical anatomical studies on the tendon sheaths of the flexor muscles of the manus in donkey. Assiut Veterinary Medicine Journal, v. 19, n. 38, p. 20-23, 1988b. ACKERMAN, N. Navicular disease in the horse: risk factors, radiographic changes and response to therapy. Journal of American Veterinary Association, v. 170, n. 2, p. 183-187, 1977. ADAMS, O.R. Lameness in horses. Philadelphia: Lea & Febiger. 2002. p. 113-183. ALVES, F. R.; GUERRA, P. C.; MARIANA, A. N. B.; VULCANO; L. C. Avaliação clínica e radiográfica de alterações ósseas da região distal dos membros torácicos de asininos (Equus asinus) utilizados como veículo de tração animal no Município de São Luís-MA. Revista de Educação Continuada do CRMV-SP, v. 1, n. 1, p. 42-52, 2003. ASHDOWN, R.; DONE, S. H. Color atlas of veterinary anatomy. Philadelphia: J. B. Lippincott Company, 1987, v. 2, p. 28-33. ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E PROTEÇÃO DO GADO ASININO. Raça Asinina das terras de Miranda: a origem da espécie e da raça. Disponível em: < www.aepga.pt >. Acesso em: 7 abr. 2004. BECHT, J. L.; PARK, R. D.; KRAFT, S. L.; STEYN, P. F.; WRIGLEY, R. H. Radigraphic interpretation of normal skeleton variations and pseudolesions in the equine foot. The Veterinary Clinics of North America: Equine Practice, v. 17, n. 1, p. 1-19, Apr. 2001. BENGTSSON, G. Hvbroskförgerning inom svenska kallblodraser. Svensk veterinärtiding, v. 2, n. 3, p. 37-41, 1983. Suplemment.

Page 78: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Refências 77

BRADLEY, O. C. Topographical anatomy of the limbs of the horse. 2. ed. Edinburgh: Green & Son, 1946. p. 365-389. BREIT, S.; KÖNIG, H. E. Algunas aspectos de la vacularizacion en el organo digital del bovino y del equino. Agro-Ciencia, v. 12, n. 2, p. 221-223, 1996. BUSHE, T.; TURNER, T. A.; POULOS, P. W.; HARWELL, N. M. The effect of hoof angle on coffin, pastern and fetlock joint angles. Proceedings of the annual convention of the American Association of Eqüine Practitioners, v. 33, p. 729-738, Dec. 1988. BUTLER, J. A.; COLLES, C. M.; DYSON, S. J.; KOLD, S. E.; POULOS, P. W. Clinical Radiology of the Horse. 2. ed. Malden: Blackweee Science, 2002. p. 27-82. CAMAC, R. Introduction and origens of the donkey In: SVENDSEN, E. D. The professinal handbook of the donkey. 3. ed. London: Whitted Book, 1997. cap. 1, p. 9-17. CLAYTON, H. M.; FLOOD, P. F. Atlas colorido de anatomia aplicada dos grandes animais. São Paulo: Manole, 1997. p. 44-63. COFFMAN, J. R. Acute laminitis; mechanisms and therapy. Australian Equine veterinary, v. 1, n. 1, p. 68-72, 1983, trabalho apresentado 6th Bain-Fallon Memorial Lectures. COLLES, C. M.; LEFFCOTT, L. B. Laminitis in the horse. Veterinary Record, v. 14, n. 100, p. 262- 264, 1977. CONSTANTINESCU, G. M. Clinical dissection guide for large animals: horse, ox, sheep, goat, pig. Saint Louis: Mosby - Year Book, 1991. p. 230-258. CUESTA, I. Estudo ecográfico de los tedones y ligamentos de la región palmar del metacarpo del caballo.1992. 78 p. Tese (Licenciatura). Departamento de Patología Clínica. Faculdade de Veterinária de Córdoba, Córdoba, 1992. CUESTA I.; RIBER, C.; PINEDO, M.; GATA, J. A.; CASTEJON, F. Ultrasonographic measurement of palmar metacarpal tendon and ligament structures in the horse. Veterinary radiology & Ultrasound, v. 36, n. 2, p. 131-136, 1995.

Page 79: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Refências 78

DENOIX, J. M. Biomécanique de la region phangienne chez le cheval. Journée d´Etudes, v. 11, p. 60-75, Nov. 1985. (CEREOPA-ERPC, Proceedings). DENOIX, J. M. Functional anatomy of tendons and ligaments in distal limbs (manus and pes). Veterinary clinics north America: equine practice, v. 10, n. 2, p. 273- 322, 1994. DENOIX J. M.; BERTHELET, M. A. Biomechamical approach of the distal sesamoid bone with a new method of contact study. In: INTERNATIONAL CONGRESS IN EQUINE SUGERY AND EQUESTRIAN SPORTS MEDICINE, 1987, Geneve, Proccedings… p. 62-85. DYCE, K. M.; SACK, W. O.; WENSING, C. J. G. Tratado de anatomia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997a. p. 227-336. DYCE, K. M.; SACK, W. O.; WENSING, C. J. G. Tratado de anatomia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997b. p. 446-463. DYSON, S. J. Clinica de eqüinos: perguntas e respostas ilustradas de medicina veterinária.São Paulo: Manole, 1997. p. 38-52. DYSON, S. J. Diagnosis and management of lamness in the horse: Diagnostic image. Saint Louis Missouri: W. B. Saunders Company, 2003. p. 166-178. EVANS, J. H.; BARBENEL, J. C. Structural and mechanical properties of tendon related to function. Equine veterinary journal, v. 18, n. 1, p. 1-8, 1975. FRANDSON, R. D. Animales y fisiología de los animales domesticos: sistemas Musculares. México: Interamericana S. A, 1967. p. 133-134. GABRIEL, A.; JOLLY, S.; DETILLEUX, J.; DESSY-DOIZE, C.; COLLIN, B.; REGINSTER, J. Y. Morphometric studies of the equine navicular bone: variations with breeds and types of horse and influence of exercise. Journal of Anatomy, v. 4, n. 193, p. 535- 549, 1998. GENOVESE, R. L.; RANTANEN, N. W.; SIMPSOM, B. S. Diagnostic ultrasonography of equine limb. Veterinary Clinics North America, v. 2, n. 1, p. 145-226, 1986.

Page 80: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Refências 79

GIBSON, K. The Navicular bone and the stifle: two key points in equine lamness. Veterinary Medicine. v. 85, n. 2, p. 160, 1990. (Special Symposium). GHOSHAL, N. G.; NANDA, B. S. Coração e artérias do eqüino In. GETTY, R. Sisson/Grossman – Anatomia dos Animais Domésticos. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. p. 548 - 556. GOEZT, T. E. The treatment of laminitis in horse. Veterinary Clinics North America-Equine Practice, v. 5, n. 1, p. 73-108, 1989. GOVERNO DA REPÚBLICA DE HUÍLA. O gado Asinino. economia de tracção e de transporte no rural profundo. Um projeto no quadro da estratégia de desenvolvimento, v.10, p. 29-34, 2000. Disponível em: < www.huilanet.org > Acesso em: 7 abr. 2004. GREEN, E. M.; GARNER, H. E.; SPROUSE, R. F. Equine medicine and surgery. 4. ed. California: American Veterinary Publication Inc. Goleta, 1991, v. 2, p. 1354-1366. HIFNY, A.; MISK, N. A. Anatomy of the hoof in donkey. Assiut Veterinary Medicine Journal, v. 10, n. 20, p. 3-6, 1983. HOOD, D. M. Demands of equine foot function and hoof growth require proper nutrition. Trace Mineral Focus, v. 8, p. 1-8, Sept. 2002. HOOD, D. M.; GROSENBAUGH, D. A.; MOSTAFA, M. B.; PIJANOWSK, G. J.; SHERRY, J. M.; THOMAS, B. C. The horse – The role of vascular mechanisms in the development of the acute equine laminitis. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 7, n.1, p. 228-234, 1993. HOVELL, G. J. R.; HAGO, B. E. D. Equine foot care in arid environment. The Veterinary Record, v. 141, n. 19, p. 504, 1997. HUNT, R. J.; KOBLUK, C. N.; STECKEL, R. R. Disease & clinical management. Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1995. p. 659-705. KAINER, R. A. Clinical anatomy of the equine foot. Veterinary Clinic North America Equine Practice, v. 1, n. 5, p. 1-27, 1989.

Page 81: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Refências 80

KEEGAN, K. G.; BAKER, G. J.; BOERO, M. J. Measurement of suspensory ligament strain using a liquid mercury strain gauge: evaluation of strain reduction by support badaging and alteration of hoof wall angle. Proceedings of the annual convention of the American Association of Eqüine Practitioners, v. 37, p. 243-244, dec. 1991. KÖNIG, H. E. Anatomia dos animais domésticos: texto e atlas colorido. Porto Alegre: Artmed, 2002. v. 1, p. 165 -201. KUWANO, A.; NAKANISHI, Y.; KATAYAMA, Y.; YOSHIHARA, T. Clinical and Pathological study in a case of sinker laminitis developed after race and transportation. Journal of Equine Science, v. 8, n. 2, p. 49-55, 1997. LEACH, D. H. Biochemical considerations in raising and lowering the heel. Proceedings of the annual convention of the American Association of Eqüine Practitioners, v. 29, p. 333-342, Dec. 1983. LOCHNER, F. K. In vivo and in vitro measurement of tendon strain in horse. American journal veterinary research, v. 41, n. 12, p. 1929-1937. LOWE, J. E. Sex, breed and age incidence of navicular disease. Proccedings of the American Association of Equine, v. 20, p. 37, Dec. 1976. MELO e SILVA, S. R. A.; VULCANO, L. C. Collateral cartilage ossification of the distal phalanx in the brazilian jumper horse. Veterinary Radiology & Ultrasound, v. 43, n. 5, p. 461-463, 2002. MOLYNEUX, G. S.; HALLER, C. J.; MOGG, K.; POLLITT, C. C. The structure, innervation and location of arteriovenous anastomoses in the equine foot. Equine Veterinary Journal, v. 4, n. 26, p. 305-312, 1994. NICKEL, R.; SCHUMMMER, A.; SEIFERLE, E. The locomotor system of the doméstic mammals. Berlin - Hamburg: Verlag Paul Parey, 1986. v. 3, p. 197-200. NUMANS, S.R.; VAN DER WATERING, C. C. Navicular disease podotrochitis chronic asseptica podotrochlosis. Equine Veterinary Journal, v. 5, n. 1. p. 50, 1973. NYLAND, T. G.; MATTOON, J. S. Veterinary diagnostic ultrasound. Philadelphia: W. B. Saunders, 1995. p. 265-303.

Page 82: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Refências 81

PASIN. M.; BRASS, K. E.; ROSAURO, A. C.; OLIVEIRA, F. G.; FIGUEREDO, G. M; FIALHO, S. S.; SILVA, C. A. M. Caracterização ultra-sonográfica dos tendões flexores em eqüinos: região metacarpiana. Arquivos da Faculdade de Veterinária UFRGS, v. 29, n. 2, p. 131-138, 2001. REEF, V. B. Equine diagnostic ultrasound. Philadelphia: W. B. Saunders, 1998. p. 39-66. REIMER, J. M. Atlas of equine ultrasonography- The musculoskeletal system. Saint Louis: Mosby, 1998, p. 05-52. REYLLY, J. D. The donkey’s foot and its care. In: SVENDSEN, E. D. The professional handbook of the donkey. 3. ed. London: Whitted Book, 1997. cap. 5, p. 70-92. REYNOLDS, J. A. Nutrition and developmental orthopedic disease in horses. Feed Facts Horse, v 32, n. 4. p. 3-4, 2000. RIEMERSMA, D. J. Kinetics and Kinematics of the equine hind limb: In vivo tendon strain and joint kinematics. American Journal of Veterinary Research, v. 49, n. 8, p. 1353-1359, 1988. RIEMERSMA, D. J.; DE BRUYN, P. Variations in cross-sectional area and composition of equine tendon with regard to their mechanical function. Research in Veterinary Science, v. 41, n. 1, p. 7-13, 1986. RIEMERSMA, D. J.; SCHAMHARDT, H. C. In vitro mechanical properties of equine tendons in relation to cross-sectional area and collagen content. Research in Veterinary Science, v. 39, n. 3, p. 263-270, 1985. RIEMERSMA, D. J.; SCHAMHARDT, H. C.; HARTMAN W. T. Kinetics and Kinematics of the equine hind limb: In vivo tendons loads and force plates measurements in ponies. American Journal Veterinary Reseach, v. 49, n. 8, p. 1344-1352, 1988. ROMASZKAN, G.; JUNQUEIRA, R. R. O cavalo. Itatiaia: Belo Horizonte, 1980. v. 1, p. 11. ROONEY, J. R.; QUDDUS, M. A.; KINGSBURY, H. B. A laboratory investigation of the function of the stay apparatus of the equine foreleg. Journal of equine medicine and surgery, v. 2, n. 2, p. 173-180, 1978.

Page 83: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Refências 82

RUOHONIEMI, M.; RAEKALLIO, M.; TULAMO, R. M.; SALONIUS, K. Relationship between ossification of the cartilages of the foot and conformation and radiographic mensurements of the front feet in Finnhorse. Equine Veterinary Journal, v. 29, n. 1, p. 44-48, 1997. SAID, A. H.; KHAMIS, Y.; MAHFOUZ, M. F.; EL- KEIEY, M. T. Angiographic Appearence of the metacarpus, phalanges and foot of the donkey. Zentralblatt Fur Veterinarmedizin A., v. 30, p. 788-795, 1983. SCHALLER, C. G. M.; HABEL, R. E.; SACK, W. O.; SIMOENS, P.; VOS, N. R. Nomenclatura anatômica ilustrada: Angiologia. São Paulo: Manole, 1999. p. 282-302. SILVER I. A.; BROWN. P. N.; GOODSHIP, A. E.; LANYON, L. E.; MCCULLAGH, K. G.; PERRY, C. G.; WILLIANS, I. P. A clinical and experimental study of tendon injury, healing and treatment in the horse. Equine Veterinary Journal, v. 1, p. 1-43, july 1983. Suplemment. SISSON, S. Músculos do eqüino. In. GETTY, R. Sisson/Grossman – Anatomia dos animais domésticos. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. p. 395-402. SMALLWOOD, J. A. Aguide tour of veterinary anatomy: domestic ungulates and laboratory mammals. Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1992. p. 271 – 287. SMITH, S. S.; DYSON, S. J.; MURRAY, R. C.; WEEKES, J. Is there an association between distal phalanx angles and deep digital flexor tendon lesions? In: ANNUAL CONVENTION OF THE AMERICAN ASSOCIATION OF EQUINE PRACTITIONERS, 50., 2004, Denver. Disponível em:<www.ivis.org/proceedings/AAEP/2004/Smith/chapter.asp?LA=1>. Acesso em: 7 abr. 2005. STASHAK, T. Claudicação em eqüinos segundo Adams. 4. ed. São Paulo: Roca, 1994. p. 503-558 . STICK J. A.; JANN, H. W.; SCOTT, E. A. Pedal rotation as prognostic sign in laminitis of horse. Journal of American Medical Veterinary Association, v. 180, n. 2, p. 251, 1982. THOMPSON, K. N.; CHEUNG, T. K.; SILVERMAN, B. S. The influence of toe angle on strain characteristics of the deep digital flexor tendon, superficial flexor tendon, suspensory ligament, and hoof wall. Equine Athlete, v. 5, n. 1, p. 1-7, 1992.

Page 84: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Refências 83

STUMP, J. E. anatomy of normal equine foot, including macroscopic features of the laminar region. American Veterinary Medicine Association, v. 151, n. 12, p. 1588-1598. THRALL, D. E. Textbook of veterinary diagnostic radiology. 3. ed. Philadelphia: Saunders Company, 1998. p . 242-246. ZANELLA, A. J.; HELESKI, C.; ZANELLA, R. Intervenção para melhorar o bem-estar dos cavalos de tração na grande Porto Alegre. A Hora Veterinária, v. 22, n. 132, p. 2003.

Page 85: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndices

Page 86: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 85

APÊNDICE A – Figuras Figura 1 – (a) e (b) Fotografias de dissecação da vista lateral da musculatura distal

do membro torácico de asinino demonstrando disposição da divisão extensora (músculo extensor digital comum (1), m. extensor digital lateral (2), m. extensor carpoulnar (3)) e, da divisão flexora [m. flexor digital superficial (4) e m. flexor digital profundo (5)]

b

1

2

3

5

4

a

1 3

4

5

Page 87: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 86

Figura 2 – Fotografia de dissecação da vista lateral do membro esquerdo de um

asinino demonstrando a passagem do tendão extensor digital comum (1) e extensor digital lateral (2) ao nível da cápsula articular cárpica e retináculo extensor (circulo)

Figura 3 – Fotografia de dissecação da extremidade distal do metacarpo direito de

um asinino, demonstrando o ponto de inserção das fibras tendíneas (circulo) do tendão extensor digital comum (1) e o trajeto do tendão extensor digital lateral sobre esse osso

1

1

2

2

Page 88: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 87

Figura 4 – Fotografia de dissecação da (a) vista medial da articulação e (b) vista

lateral da articulação metacarpofalangeana demonstrando o ponto de encontro (seta) entre o tendão do extensor digital comum (1) e o tendão interósseo (2)

Figura 5 – Fotografia de dissecação da vista dorsal do membro torácico esquerdo

de um asinino, demonstrando a inserção divergente do tendão extensor digital lateral (2) na extremidade distal do terceiro osso metacarpiano (círculo), em relação ao extensor digital comum (1)

a b

21

2

1

21

Page 89: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 88

Figura 6 – Fotografia de dissecação da vista caudal da região carpiana (a) de um

asinino demonstrando a passagem do tendão flexor digital superficial (1) e flexor digital profundo (2) pelo retináculo flexor (circulo vermelho) e, vista palmar (b) do ponto de inserção do tendão flexor digital superficial (setas)

a b

12

Page 90: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 89

Figura 7 – Fotografia de dissecação superficial da articulação metacarpofalangeana

demonstrando o ligamento anular palmar (círculo vermelho) e digital palmar proximal (círculo azul)

Figura 8 – Fotografia de dissecação da superfície palmar do metacarpo e

articulação metacarpofalangeana de um asinino, demonstrando a relação entre os tendões flexor digital superficial (1), flexor digital profundo (2) e interósseo (3)

1

2

3

Page 91: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 90

Figura 9 – Corte sagital da região distal do membro torácico de um asinino

evidenciando o ponto de inserção do tendão flexor digital profundo (cabeça de seta), e bolsa podotroclear (círculo)

Figura 10 – Fotografia de dissecação da vista palmar do membro torácico de um

asinino evidenciando o tendão interósseo (seta) e sua bifurcação (cabeça de seta) sobre a superfície abaxial dos ossos sesamóides proximais

Page 92: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 91

Figura 11 – Fotografia de dissecação da vista palmar do membro torácico de um

asinino em dissecação profunda mostrando a inserção proximal (circulo vermelho) e distal (círculo azul) dos ligamentos sesamóideos reto (1) e oblíquos (2)

Figura 12 – Fotografia de dissecação da vista lateral do membro torácico de um

asinino evidenciando o ligamento palmar da articulação interfalangeana proximal (1) e o ligamento colateral medial (2)

12 2

21

Page 93: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 92

Figura 13 – Fotografia de radiografia em projeção dorsoproximal-palmarodistal com

ângulo de 65º da região distal do membro direito de um asinino (a), demonstrando osteíte severa associada à destruição óssea da falange distal (cabeças de seta azuis) e latero-medial (b), demonstrando destruição severa da margem solear, áreas de rarefação óssea na superfície flexora do osso sesamóide distal (cabeças de seta brancas) e grau de rotação da falange distal (ângulo α)

b

α

a

Page 94: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 93

Figura 14 – Fotografias de radiografias em projeção dorso-palmar da região distal

do membro torácico direito de um asinino, evidenciando seu padrão angiográfico (a) e, aspecto angiográfico da região proximal do metacarpo (b), mostrando o arco palmar profundo (círculo cheio) formado pela artéria mediana (seta azul) e radial (seta vermelha) e o superficial mais distalmente (círculo pontilhado)

a

b

Page 95: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 94

Figura 15 – Fotografia de radiografia em projeção dorso-palmar da região distal do

membro torácico direito de um asinino evidenciando o aspecto angiográfico da artéria digital palmar comum (cabeça de seta vermelha) e das artérias metacárpicas palmares II (cabeça de seta branca) e III (cabeça de seta azul), emitindo os ramos dorsais para o terceiro osso metacarpiano (círculos vermelhos)

Page 96: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 95

Figura 16 – Fotografia de radiografia em (a) projeção dorso-palmar e (b) latero-

medial da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando o aspecto angiográfico da artéria digital palmar comum (cabeças de seta) originando as artérias digital palmar lateral (1) e medial (2)

a

b

2 1

12

Page 97: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 96

Figura 17 – Fotografia de radiografia em (a) projeção dorso-palmar e (b) latero-

medial da região distal do membro torácico direito de um asinino evidenciando a origem dos ramos dorsais da falange proximal (círculos)

Figura 18 – Fotografia de radiografia em projeção dorso-palmar (a) e vista latero-

medial (b) da região distal do membro torácico direito de um asinino, evidenciando a origem dos ramos dorsais para a falange média (círculos), para toro digital (setas), ramos dorsais para a falange distal (setas brancas) e arco terminal da falange distal (cabeças de seta)

a b

b a

Page 98: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice

97

Tabela 1 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão do músculo flexor digital superficial em sete zonas da

região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração, São Luís-MA, 2004

Animal IA IB IIA IIB IIIA IIIB IIIC 1 107.819 107.128 74.874 77.073 75.681 89.441 91.483 94.346 96.415 97.451 187.239 188.496 252.961 254.343 2 92.363 79.639 82.373 75.555 73.011 86.551 85.64 91.829 93.242 94.122 134.774 135.591 255.883 247.296 3 73.231 72.068 75.618 82.373 76.225 73.89 78.54 84.823 83.881 84.891 116.616 119.381 157.771 129.684 4 96.981 108.196 108.196 82.404 83.127 133.549 84.038 133.575 118.595 141.749 128.177 158.462 156.828 168.892 5 78.069 86.205 72.068 72.069 73.513 79.168 132.324 81.807 140.241 105.349 167.887 107.205 202.161 242.693 6 93.305 103.138 91.483 116.176 102.95 128.554 114.794 119.993 119.381 135.817 216.833 153.812 258.71 192.265 7 98.664 106.324 81.063 99.861 81.807 87.965 91.681 113.474 92.455 116.617 109.516 160.85 152.744 184.065 8 95.345 102.604 74.465 87.148 80.299 90.164 93.117 98.445 94.77 114.238 96.74 114.354 156.703 219.691 9 102.604 123.653 80.927 105.369 94.562 125.538 106.877 128.648 116.176 136.016 122.365 191.137 159.719 197.067 10 98.395 117.154 72.068 111.558 103.617 127.349 118.187 129.145 133.675 198.018 152.807 203.356 239.955 207.816 11 97.861 104.346 82.404 102.163 87.148 114.663 87.179 115.036 114.825 139.044 153.875 179.227 191.134 225.181 12 86.205 123.91 75.995 103.588 93.494 109.642 99.526 122.365 113.189 131.098 113.474 209.356 182.118 168.232 13 101.034 97.473 96.735 92.661 97.264 93.205 124.376 112.997 130.062 121.091 164.839 150.607 218.529 225.911 14 105.369 100.069 81.491 106.996 87.342 109.309 98.047 113.342 228.065 114.097 132.739 195.469 151.436 221.205 15 102.74 101.112 92.326 98.094 91.339 100.663 93.047 118.752 121.336 119.206 129.065 170.022 210.113 215.473 X 95.332333 102.201 82.805733 94.205867 86.7586 103.31007 99.923733 110.5718 119.754 123.254 141.7964 162.48833 196.451 206.654 σ 9.6703906814.488710.262247513.97282210.21905419.397306115.953669916.452452134.2669426.8598232.225930932.709503540.8539633.8437

Page 99: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice

98

Tabela 2 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão do músculo flexor digital profundo em sete zonas da

região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração, São Luís-MA, 2004

Animal IA IB IIA IIB IIIA IIIB IIIC

1 128.931 184.539 134.397 131.72 139.487 144.342 174.17 151.739 176.243 175.552 184.726 186.485 234.991 237.661 2 167.95 170.494 120.072 126.575 130.39 190.883 171.531 196.067 182.464 204.216 250.196 219.528 225.912 241.902 3 168.169 135.717 135.465 141.686 144.576 151.236 152.926 155.854 186.422 169.458 211.492 205.931 216.204 300.65 4 145.77 225.284 158.336 171.531 162.106 187.742 170.494 175.577 185.762 155.697 196.978 176.243 208.288 206.277 5 122.522 112.72 102.667 107.348 148.629 118.564 152.399 129.057 171.248 143.162 181.49 174.17 197.543 173.416 6 167.29 138.538 157.325 159.279 190.883 160.261 233.546 170.526 245.107 209.701 297.917 223.807 263.014 234.677 7 210.358 214.604 210.532 158.839 175.584 163.614 185.857 213.094 219.911 218.529 222.959 238.211 267.852 309.698 8 153.812 177.241 146.084 145.77 159.656 184.132 176.306 233.756 199.428 238.37 200.811 311.018 352.961 365.111 9 166.35 191.736 152.145 180.107 158.96 191.798 161.634 232.599 164.274 236.656 231.538 256.354 294.461 266.093 10 180.108 214.695 151.519 183.456 196.035 192.14 196.287 237.253 198.077 262.637 212.529 262.951 213.628 265.402 11 164.59 192.831 159.059 162.577 183.209 221.671 203.889 241.202 208.696 257.897 230.719 260.214 254.689 264.648 12 226.195 179.071 149.129 112.058 180.861 223.131 226.195 224.221 231.777 233.986 231.573 270.176 255.726 321.542 13 156.348 156.773 123.968 145.089 164.966 174.935 172.473 189.344 195.093 197.721 213.193 246.522 249.945 277.539 14 189.161 166.077 179.139 163.485 171.377 167.212 197.056 173.882 225.371 202.665 231.691 220.378 372.231 266.416 15 174.137 189.716 155.338 167.906 167.023 208.534 177.476 232.37 183.449 257.38 203.314 305.813 263.641 316.673 X 168.1127 176.6691 149.0117 150.4951 164.9161 178.6797 183.4826 197.1027 198.2215 210.9085 220.0751 237.1867 258.0724 269.847σ 27.06274 31.32962 25.38805 23.24302 18.86085 28.76925 24.03162 36.4053 23.56871 37.74473 28.77081 42.17714 50.02274 48.55255

Page 100: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 99

Tabela 3 – Medida da área de secção transversal (mm2) do tendão interósseo em quatro zonas da região metacarpiana de asininos utilizados em trabalhos de tração, São Luís-MA, 2004

Animal IB IIA IIB IIIC 1 88.593 80.173 84.729 75.618 109.893 89.598 119.726 113.6 2 90.195 190.004 89.064 189.344 139.667 208.727 182.907 227.42 3 164.871 158.336 152.085 143.257 173.039 159.718 181.333 194.4014 197.041 145.555 180.956 130.187 205.837 166.159 224.435 165.0595 156.514 167.792 136.439 152.399 172.756 176.431 182.212 192.4226 330.244 396.661 367.791 320.504 368.232 461.123 438.975 535.3277 147.404 153.058 128.334 128.648 522.855 436.13 555.434 465.4048 147.027 223.932 121.768 218.592 174.924 227.702 193.962 271.5919 184.726 149.539 125.35 134.837 195.501 154.566 239.829 156.82810 188.024 158.369 158.054 127.423 257.226 164.713 306.335 205.80711 138.45 207.345 131.099 188.149 452.955 394.615 425.538 421.12612 201.047 190.003 133.549 186.441 233.986 254.463 261.255 318.97513 139.675 184.655 138.709 181.647 150.702 193.222 405.206 353.47914 141.056 157.654 135.711 126.351 143.295 163.264 166.22 210.80115 239.723 212.195 213.015 209.679 301.004 123.198 327.239 218.581X 170.306 185.0181 148.8313 164.5284 240.1248 224.9086 280.7071 270.0547σ 59.62388 68.08168 67.61447 58.10171 121.468 114.1541 125.5632 123.3136

Page 101: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 100

APÊNDICE C – Gráficos Gráfico 1 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão flexor digital superficial direito dos animais estudados Gráfico 2 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão flexor digital superficial esquerdo dos animais estudados

0

50

100

150

200

250

300

An. 01

Na. 03

An. 05

An. 07

An. 09

An. 11

An. 13

An. 15

Animal

Áre

aIA-DIB-DIIA-DIIB-DIIIA-DIIIB-DIIIC-D

0

50

100

150

200

250

300

An. 01

An. 03

An. 05

An. 07

An. 09

An. 11

An. 13

An. 15

Animal

Áre

a

IA-EIB-EIIA-EIIB-EIIIA-EIIIB-EIIIC-E

Page 102: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 101

Gráfico 3 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão flexor digital profundo direito dos animais estudados Gráfico 4 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão flexor digital profundo esquerdo dos animais estudados

0

50

100

150

200

250

300

350

400

An. 0

1

An. 0

2

Na.

03

An. 0

4

An. 0

5

An. 0

6

An. 0

7

An. 0

8

An. 0

9

An. 0

10

An. 1

1

An. 1

2

An. 1

3

An. 1

4

Animal

Áre

aIA-DIB-DIIA-DIIB-DIIIA-DIIIB-DIIIC-D

0

50

100

150

200

250

300

350

400

An. 01

An. 03

An. 05

An. 07

An. 09

An. 11

An. 13

An. 15

Animal

Áre

a

IA-EIB-EIIA-EIIB-EIIIA-EIIIB-EIIIC-E

Page 103: FLÁVIO RIBEIRO ALVES - teses.usp.br · Nogueira de Candanedo Guerra, grandes exemplos de pesquisadores e mais do que isso, grandes amigos; sempre com palavras de apoio em todos os

Apêndice 102

Gráfico 5 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do

tendão interósseo direito dos animais estudados

Gráfico 6 – Variação da secção da área transversal das diferentes regiões do tendão interósseo esquerdo dos animais estudados

0

100

200

300

400

500

600

An. 01

An. 03

An. 05

An. 07

An. 09

An. 11

An. 13

An. 15

Animal

Áre

a

IB-DIIA-DIIB-DIIIC-D

0

100

200

300

400

500

600

An. 01

An. 03

An. 05

An. 07

An. 09

An. 11

An. 13

An. 15

Animal

Áre

a

IB-EIIA-EIIB-EIIIC-E