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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO UnC CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MAFRA CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LUCIANA RIBEIRO DE LIMA LEVANTAMENTO DA FLORA PTERIDOPHYTA DO PARQUE ECOTURÍSTICO “SÃO LUÍS DE TOLOSA”, RIO NEGRO, PR MAFRA SC 2007

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MAFRA CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

LUCIANA RIBEIRO DE LIMA

LEVANTAMENTO DA FLORA PTERIDOPHYTA DO PARQUE ECOTURÍSTICO “SÃO LUÍS DE TOLOSA”, RIO NEGRO, PR

MAFRA – SC 2007

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LUCIANA RIBEIRO DE LIMA

LEVANTAMENTO DA FLORA PTERIDOPHYTA DO PARQUE ECOTURÍSTICO “SÃO LUÍS DE TOLOSA”, RIO NEGRO, PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito de aprovação no curso de Ciências Biológicas – Licenciatura e Bacharelado, da Universidade do Contestado – UnC, Campus Universitário de Mafra, sob a orientação do professor Mário Fritsch.

MAFRA 2007

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LEVANTAMENTO DA FLORA PTERIDOPHYTA DO PARQUE ECOTURÍSTICO “SÃO LUÍS DE TOLOSA”, RIO NEGRO, PR

LUCIANA RIBEIRO DE LIMA

Este trabalho de conclusão de curso foi submetido ao processo de avaliação pela

banca avaliadora, como requisito parcial para a obtenção do título de:

Licenciado e Bacharelado em Ciências Biológicas

Aprovado em novembro de 2007. Curso de Ciências Biológicas da Universidade do

Contestado – UnC - Campus Universitário de Mafra.

BANCA AVALIADORA

__________________________________________

Prof. Maristela Povaluk– Coordenadora

__________________________________________

Prof. Mário Fritsch

__________________________________________

Prof. Ms. Sandro César Moreira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado forças para não desistir da caminhada.

Aos meus pais, meu irmão, que com muito carinho e apoio, não mediram

esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.

Ao professor e orientador Mário Fritsch, por seu apoio, pelo convívio, pela

compreensão e pela amizade, inspiração no amadurecimento dos meus

conhecimentos e conceitos que me levaram a execução e conclusão desta

monografia, muito obrigada!!!

À professora Maristela, pela paciência e incentivo que tornaram possível a

conclusão desta monografia.

A Lenita Kosak, responsável pelo parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa”,

por todo seu apoio, carinho e dedicação.

A todos os professores que contribuíram decisivamente para a minha, e

nossa, formação acadêmica, profissional e pessoal.

Não queria deixar também de mencionar o espírito colaborativo de muitos

colegas, com quem tive todo o prazer em trocar experiências e saberes.

Às colegas profissionais da UnC- Universidade do Contestado/Mafra,

obrigada pelo incentivo e pelas primeiras discussões sobre o assunto estudado

neste trabalho.

E os meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que, direta ou

indiretamente contribuíram para que este trabalho fosse concluído.

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Não sei ...se a vida é curta ou longa demais para nós, Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.

Cora Coralina

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RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi verificar quais as espécies de Pteridophyta existentes na área delimitada pelas trilhas do Campo Santo e do Graxaim, até a altura da Gruta, localizada dentro do Parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa” sendo está uma unidade de conservação localiza-se na região de Rio Negro, Paraná, situada no segundo planalto Paranaense. Para a execução da pesquisa foi efetuada a caracterização da Floresta, sendo esta Floresta Ombrófila Mista, rica em fauna e flora. Para a execução da pesquisa foram realizadas cinco expedições até o local de coleta, efetuou-se dentro das técnicas, marcações da área, coleta das plantas Pteridophyta. Posteriormente o trabalho foi em laboratório, sendo realizada a herborização e secagem das plantas, no período de fevereiro a agosto de 2007, foram encontradas 20 espécies sendo: as Deparia petersenii; Blechnum glandulosum; Blechnum brasiliense; Cyathea phalerata; Cyathea corcovadensis; Alsophila setosa; Dennstaedtia obtusifolia; Polystichum aculeatum; Polystichum montevidense; Dicksonia sellowiana; Pteris lechleri; Cheilanthes regularis; Pleopeltis pleopeltifolia; Campyloneurum nitidum; Pecluma sicca; Pleopeltis hirsutissima; Microgramma squamulosa; Campyloneurum austrobrasilianum; Serpocaulon catharinae; Vittaria lineata;. Distribuídas em 9 famílias, identificadas através de bibliografia específica. O material coletado está depositado no herbário da Universidade do Contestado – UnC/MAFRA, em Mafra, SC, com duplicatas no herbário da Casa Branca, no próprio Parque Ecoturístico Municipal São Luis de Tolosa, em Rio Negro, PR. Palavra chaves: Pteridophyta - Classificação - Espécie

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ABSTRACT

The objective of this research was to verify which the species of Pteridophyta exist in the area defined by "Campo Santo" trails and of "Graxaim", until the height of the Grotto, located inside of the "Ecoturístico Park São Luís de Tolosa" being it an unit of conservation it is located in the area of Rio Negro, Paraná, placed at the second Paranaense plateau. For the execution of the research the characterization of the Forest was made, being this Forest Mixed Ombrófila, rich in fauna and flora. For the execution of the research five expeditions were accomplished until the collection place, it was made inside of the techniques, demarcations of the area, it collects of the plants Pteridophyta. Later the work was in laboratory, being accomplished the herborization and drying of the plants, in the period of February to August of 2007, they were found 20 species being: the Deparia petersenii; Blechnum glandulosum; Blechnum brasiliense; Cyathea phalerata; Cyathea corcovadensis; Alsophila setosa; Dennstaedtia obtusifolia; Polystichum aculeatum; Polystichum montevidense; Dicksonia sellowiana; Pteris lechleri; Cheilanthes regularis; Pleopeltis pleopeltifolia; Campyloneurum nitidum; Pecluma sicca; Hirsute Pleopeltis; Microgramma squamulosa; Campyloneurum austrobrasilianum; Serpocaulon catharinae; Vittaria lineata;. Distributed in 9 families, identified through specific bibliography. The collected material is deposited in the herbarium of the University of Contestado - UnC/MAFRA, in Mafra, SC, with copies in the herbarium of the "Casa Branca", in the own "Ecoturístico Park São Luís de Tolosa", in Rio Negro, PR. Key Words: Pteridophyta - Classification - Species

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Foto da Trilha do Graxaim ........................................................................ 33

Figura 2 – Treliça ...................................................................................................... 34

Figura 3 – Estufa de Botânica ................................................................................... 34

Figura 4 – Foto da exsicata ....................................................................................... 35

Quadro 1 - Táxons listados no Parque Municipal “São Luis de Tolosa” .................... 40

Figura 5 – Deparia petercenii (Kunze) M. Kato ........................................................ 41

Figura 6 – Blechnum glandulosum Kaulf. Ex.Link. ................................................... 41

Figura 7 – Blechnum brasiliense Desv. ................................................................... 41

Figura 8 – Cyathea phalerata Mart ............................................................................ 41

Figura 9 – Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin. .................................................. 43

Figura 10 – Alsophila setosa Kaulf. .......................................................................... 43

Figura 11 – Dennstaedtia obtusifolia (Willd.) T. Moore. ............................................ 43

Figura 12 – Polystichum aculeatum (L.) Roth ex Mert. ............................................. 43

Figura 13 – Polystichum montevidense (spreg.).; Rosenst. .................................... 45

Figura 14 – Dicksonia sellowiana Hook. ................................................................... 45

Figura 15 – Pteris lechleri Mett. ............................................................................... 45

Figura 16 – Cheilanthes regularis Mett. ..................................................................... 45

Figura 17 – Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston. ................................................. 47

Figura 18 – Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl. ........................................... 47

Figura 19 – Pecluma sicca (Lindm.) M.G Price. ...................................................... 47

Figura 20 – Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de La Sota ............................................. 47

Figura 21 – Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota. .................................... 49

Figura 22 – Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de la Sota. ...................... 49

Figura 23 – Serpocaulon catharinae (Langsd. Fisch.) A. R. Sm. ............................. 49

Figura 24 – Vittaria lineata (L.) Sm. ........................................................................... 49

Figura 25 - Mapa fisico da Regiao Sul ...................................................................... 56

Figura 26 – Parque Ambiental “São Luis de Tolosa” ................................................. 57

Figura 27 - Área do parque ....................................................................................... 58

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ................................................................................. 10

1.1 PROBLEMA ........................................................................................................ 10

1.1.1 Abordagem do problema ................................................................................. 10

1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 10

1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 10

1.2.2 Objetivos específicos....................................................................................... 11

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 11

CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................... 12

2.1 BOTÂNICA ......................................................................................................... 12

2.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................................................................................. 12

2.3 SISTEMÁTICA .................................................................................................... 13

2.4 PTERIDOPHYTA ................................................................................................ 15

2.4.1 Histórico das Pteridofitas ................................................................................. 16

2.4.2 Anatomia das Pteridófitas ................................................................................ 16

2.4.3 Classificação ................................................................................................... 18

2.4.4 Famílias de Pteridophyta ................................................................................. 21

2.4.5 Metodologia de Coleta das Plantas Pteridophyta ............................................ 23

2.5 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................. 24

2.5.1 Área de Estudo ................................................................................................ 25

2.5.2 Geografia e Geologia ...................................................................................... 29

2.5.3 Geologia do Município ..................................................................................... 29

2.6 CONCEITUÁRIO BÁSICO .................................................................................. 30

CAPÍTULO III - METODOLOGIA ............................................................................. 32

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ...................................................................... 32

3.2 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................... 32

3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS .............................................................. 33

3.3.1 Metodologia de Laboratório ............................................................................. 33

3.3.2 Metodologia da Pesquisa Bibliográfica ............................................................ 35

3.3.3 Metodologia da Pesquisa de Campo ............................................................... 35

3.3.4 Descrição dos métodos e técnicas utilizadas na Pesquisa ............................. 36

3.4 EVIDENCIAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................... 37

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3.4.1 Analise dos Resultados ................................................................................... 37

CAPÍTULO IV - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .................. 39

4.1 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................. 39

4.1.1 Fotos das espécies encontradas na trilha do Parque “São Luis de Tolosa” .... 41

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 51

CONCLUSÃO .......................................................................................................... 52

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 53

ANEXOS .................................................................................................................. 55

ANEXO A – MAPA FÍSICO DA REGIÃO SUL.......................................................... 56

ANEXO B – Parque Ambiental “São Luis de Tolosa” ............................................... 57

ANEXO C – ÁREA DO PARQUE ............................................................................. 58

ANEXO D – OFÍCIO ................................................................................................. 59

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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMA

- Quais as espécies de Pteridophyta existentes em uma área delimitada no

Parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa”?

1.1.1 Abordagem do problema

O grupo vegetal das Pteridophyta é de grande importância na flora brasileira,

representa o segundo maior grupo de plantas, depois das plantas com flores, e se

adapta aos mais variados ecossistemas terrestres e aquáticos.

A importância ecológica das Pteridophyta é inestimável, pois sua participação

é fundamental para o desenvolvimento e estabelecimento de outros grupos vegetais

e animais onde ocorrem.

Este trabalho tem por finalidade contribuir para o levantamento da Pteridoflora

dentro da reserva ambiental do Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de Tolosa”,

em Rio Negro, Paraná. Assim, surge a problemática: Quais as espécies de

Pteridophyta em uma área delimitada, no Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de

Tolosa”, em Rio Negro, Paraná?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Efetuar um levantamento das espécies de Pteridophyta existentes em uma

área limitada no Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de Tolosa”, em Rio Negro,

Paraná.

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1.2.2 Objetivos específicos

DELIMITAR a área onde será efetuada a coleta das plantas;

TOMAR as coordenadas com GPS na área em estudo;

INVESTIGAR a flora Pteridofítica na área delimitada no Parque;

CARACTERIZAR a área de estudo da Pteridoflora no Parque;

HERBORIZAR as Pteridophyta encontradas na área delimitada;

PREPARAR as exsicatas do material coletado;

CLASSIFICAR as Pteridophyta do local estudado;

IDENTIFICAR as espécies de Pteridophyta na área de estudo;

RELACIONAR as Pteridophyta encontradas na área de estudo segundo

suas famílias e gêneros e, quando possível, segundo suas espécies;

DEPOSITAR o material coletado no herbário da UnC.

1.3 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho teve por finalidade identificar as espécies de Pteridófitas,

nos arredores das trilhas do Graxaim, Campo Santo e da Gruta, localizadas dentro

da área do Parque “São Luis da Tolosa”, no município de Rio Negro, PR, pois,

verificou-se que esses locais são mais propícios ao desenvolvimento das

Pteridófitas, tendo característica que teoricamente possa contribuir para isso.

A pesquisadora, ao ver a necessidade de se realizar um trabalho com intuito

de classificar as espécies de Pteridófitas do Parque “São Luis de Tolosa”, então,

propôs-se à realização de uma pesquisa, a fim de identificá-las. Desta forma pode-

se contribuir para a preservação ambiental em geral e para a preservação do grupo

das Pteridophyta em particular.

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CAPÍTULO II

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 BOTÂNICA

Botânica é a ciência que estuda os assuntos principais do que trata, são: a diversidade das espécies e formas que compõem o reino vegetal (Sistemática), as leis que regem a vida e o funcionamento das plantas (fisiologia), a organização e a estrutura dos elementos que compõe a planta (morfologia) (RAWITSCHER, 1979. p. 1).

A palavra “Botânica” provém do grego botane, significando “planta”, sendo

derivada do verbo boskein (“alimentar”). É o estudo científico da vida das plantas,

fungos e algas. Como um campo da biologia, é também muitas vezes referenciado

como a Ciência das Plantas ou Biologia Vegetal. A Botânica abrange uma miríade

de disciplinas científicas que estudam crecimento, reproduçao metabolismo,

desenvolvimento, doenças e evolução da vida das plantas.

Plantas, também chamadas de Embriófitas, são seres vivos fotossintetizantes

que possuem embriões multicelulares envolvidos por material nutritivo de origem

materna (matrotróficos), e estágio sexuado em alguma parte do ciclo de vida.

Distinguem-se dos demais seres vivos mais por seu ciclo de vida do que pela

fotossíntese (algumas espécies são heterotróficas secundárias, sem pigmentos

verdes). São adaptadas basicamente para a vida na terra, e compõe-se de dois

grupos informais: avasculares e vasculares, sendo o último subdividido em plantas

sem e com sementes. As plantas com sementes podem ainda formar ou não flores.

Todas as células das plantas possuem plastídeos que, quando expostos à luz,

podem converter-se em cloroplastos.

2.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Educação Ambiental é um ramo da educação cujo objetivo é a disseminação

do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar na preservação e utilização

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sustentável dos recursos naturais. No Brasil a Educação Ambiental assume uma

perspectiva mais abrangente, não restringindo seu olhar à proteção e uso

sustentável de recursos, mas incorporando fortemente a proposta de construção de

sociedades sustentáveis.

A educação ambiental tenta despertar em todos, a consciência de que o ser

humano é parte do meio ambiente. Ela tenta superar a visão antropocêntrica, que

fez com que o homem se sentisse sempre o centro de tudo esquecendo a

importância da natureza, da qual é parte integrante. Compreende a necessidade

para promover ações organizadas para que a população humana respeite o

ecossistema.

2.3 SISTEMÁTICA

Segundo Raven, Evert, Eichhorn (2001). “A classificação começou com o

naturalista sueco Carolus Linnaeus. Seu objetivo era nomear e descrever todas as

espécies de plantas, animais e minerais”. O nome de cada espécie serve como

referencial, para comparação com outras espécies, mantidas em museu ou herbário

para determinar, se, pertencem ou não à mesma espécie.

Como afirma Barroso et al. (2004. p. 01) “Sistemática Vegetal é a parte da

Botânica que agrupa as plantas dentro de um sistema, analisando suas

características morfológicas internas e externas, suas relações genéticas e suas

afinidades”. A Taxonomia elabora as leis da classificação e a Sistemática cuida da

classificação dos seres vivos. A Sistemática compreende a identificação, a

nomenclatura e a classificação.

Identificação – é a caracterização de uma planta como pertencente a um

táxon já definido e conhecido.

Nomenclatura – é a definição dos nomes das plantas, de acordo com

regras internacionais.

Classificação - ordenação das plantas em um táxon, sendo cada espécie

classificada como membro de um gênero; cada gênero pertence a uma

família, subordinada a uma ordem, cada ordem a uma classe, cada classe

a uma divisão.

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No conceito antigo, Sistemática era uma ciência que se restringia ao estudo de fragmentos de plantas, devidamente etiquetados e conservados em um herbário, baseando-se no estudo morfológico desses espécimes. A sistemática moderna, também chamada Nova Sistemática, tanto estuda o comportamento da planta na natureza como se fundamenta na morfologia e na estrutura anatômica dos vegetais, nos seus caracteres genéticos, na sua ecologia, na sua distribuição geográfica, no estudo de seus antepassados etc., para compreender e estabelecer as verdadeiras afinidades e graus de parentesco existentes entre os diversos grupos de plantas. Lança mão de todas as ciências botânicas para conseguir sem fim, isto é, agrupar os vegetais de acordo com as afinidades verdadeiras. Baseia-se na hipótese de que existem relações genéticas entre as plantas e que os vegetais atuais descendem de outros existentes ou já extintos através de sucessivas gerações. Está fundamentada na suposição de que ocorrera, durante as épocas do desenvolvimento da história da Terra, uma evolução dos caracteres das plantas, encontrando-se elas, hoje em dia, mais aperfeiçoada. (BARROSO, et, al, 2004, p. 18).

As plantas são enquadradas em categorias que indiquem sua afinidade

Sistemática. Cada categoria apresenta um grupo de plantas, sendo que o reino

vegetal compreende várias divisões ou Filos; cada Filo compreende várias Classes;

cada Classe é formada por várias Ordens, cada Ordem for várias Famílias, cada

Família por vários Gêneros e cada Gênero por várias Espécies.

Uma espécie é um conjunto de indivíduos muito semelhantes entre si, com o

mesmo número de cromossomos, e que são potencialmente férteis entre si, mas

estéreis entre organismos de espécies distintas. A nomenclatura de um organismo

em nível de espécie segue normas rígidas, de âmbito universal, contidas no Código

Internacional de Nomenclatura Botânica.

Os nomes aplicados a todas as categorias taxonômicas são latinos. A terminação para o nome das classes é ae. Cada classe subdivide-se em ordens. O nome latino das ordens tem desinência ales. Havia exceções, como Glumiflorae, Contortae, Tubiflorae e Labiatae. Modernamente, o nome das ordens tem de ser derivado do nome de um dos gêneros mais representativos, com a terminação ales. Em alguns casos , as ordens se subdividem em subordens, com a desinência ineae. Uma ordem engloba uma ou mais famílias. A terminação do nome das famílias é aceae. Uma família pode ser constituída por um ou vários gêneros ou pode estar subdividida em subfamílias. Com a desnência oideae. As famílias ou subfamílias subdividem-se em tribos, com a terminação inae. Os gêneros estão subordinados às famílias. O nome genérico é o primeiro das duas palavras que constituem o binômio. São substantivos latinos ou latinizados, sempre no singular e escrito com inicial maiúscula. Um gênero ou subgênero subdivide-se em seções, subseções ou séries ou pode apenas compreender um grupo muito homogêneo de espécies. Espécie é a categoria na qual foi estabelecido o sistema lineano. Categorias abaixo de hierarquia de espécie são categorias infra-específicas. Constituem uma variação da espécie. São elas: subespécie, variedade, subvariedade e forma (BARROSO et. al, 2004. p. 19).

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Há três tipos de sistemas de classificação: o artificial, o natural e o

filogenético.

O sistema artificial, chamado de sistema sexual de Lineu, em qual plantas

muito diferentes eram ordenadas na mesma classe, por terem o mesmo

número de estames.

O sistema natural, primeiramente apresentado por Jussieu, orienta-se pela

afinidade das plantas e de toda a sua organização, considerando o número

de cotilédones, a estrutura das sementes e os demais caracteres

vegetativos e reprodutores.

O sistema filogenético, considera os vegetais atuais como resultantes de

variações genéticas de vegetais ancestrais que viveram em outras eras, e

que evoluíram ao longo do tempo conforme mudaram as condições

ambientais. Baseia-se na teoria da evolução.

2.4 PTERIDOPHYTA

“O termo Pteridófitas é freqüentemente utilizado para designar as plantas

vasculares que se reproduzem por esporos, com marcada alternância de gerações,

sendo á fase de esporófito a dominante” (SCHWARTSBURD, 2006 p. 01).

São plantas vasculares sem sementes, viventes desde o período carbonífero

até o presente. Este grupo vegetal é bem distribuído geograficamente, englobando

uma riqueza de aproximadamente 11.000 espécies; cerca de 1/3 de todas as

espécies de samambaias são epífitas, crescendo sobre troncos de árvores.

As Pteridophyta evoluíram a partir das algas verdes; com a secagem dos rios

as plantas vasculares foram se instalando no ambiente terrestre há

aproximadamente 450 milhões de anos. Segundo Mauseth, citado por Pereira (2003,

p. 19):

A adaptação das algas verdes ao ambiente terrestre iniciou pela secagem de lagos, lagoas, riachos ou corpos de águas marinhas, o que obrigou as algas a desenvolverem estratégias para sobreviver em ambientes deficientes em água. Nessa trajetória evolutiva, observa-se que os organismos aquáticos, ao serem expostos ao ambiente terrestre ou à ausência de água, podem desidratar-se totalmente. Então, para enfrentarem

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essa situação desfavorável e a ela sobreviverem, desenvolveram as capacidades de re-hidratação, reviver e reiniciar o crescimento. Esses fenômenos são observados nas plantas atuais em várias espécies de musgos que, mesmo preservadas como exsicatas em herbário, ao serem re-hidratadas voltam a crescer novamente.

A forma filamentosa ou laminar do talo das algas é favorável para a vida

aquática. As plantas foram evoluindo e criando adaptações importantes para

permanecer no ambiente terrestre: foram aumentando o tamanho do corpo

vegetativo, formando tecidos de condução, - xilema e floema -, sistema radicular,

formando a cutícula e os estômatos, que favorecem a redução de estresse hídrico.

2.4.1 Histórico das Pteridofitas

Segundo Prado (2005) O primeiro estudo com as pteridófitas brasileiras foi

realizado por naturalistas estrangeiros no início do século retrasado. Entre eles

estão: Raddi (1819, 1825), Presl (1822) e Schrader (1824). Posteriormente,

apareceram as importantes contribuições de Spring (1840), Sturm (1859), Baker

(1870) e Kuhn (1884), com a publicação da Flora brasiliensis, de Martius.

Outro autor que muito contribuiu para o conhecimento da nossa flora foi o

Padre Aluísio Sehnem, que publicou quase todas as monografias de pteridófitas da

Flora Ilustrada Catarinense, como segue: Sehnem (1967a, 1967b, 1967c, 1967d,

1968a, 1968b, 1970a, 1970b, 1971, 1972, 1974, 1978, 1979a, 1979b, 1979c, 1979d,

1979e, 1979f, 1979g, 1984).

Recentemente, no Estado de São Paulo, os trabalhos de Windisch (1992),

que tratou as pteridófitas da região norte-ocidental do estado, de Salino (1993, 1996)

e Simabukuro et al. (1994), que estudaram o grupo na região central do estado e,

ainda, de Prado & Labiak (no prelo), que realizaram o levantamento das pteridófitas

do Maciço da Estação Ecológica da Juréia, no leste do estado.

2.4.2 Anatomia das Pteridófitas

De acordo com Raven, Evert e Eichhorn, (2001):

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O tecido vascular primário – xilema primário e floema primário – e, em algumas plantas vasculares uma coluna central de tecido fundamental, conhecido como medula, que constitui o cilindro central, ou o estelo, do caule e da raiz no corpo primário da planta.

São reconhecidos vários tipos de estelo, entre eles:

Protostelo – consiste em um cilindro sólido de tecido vascular em que o

floema ou circunda o xilema ou está difuso dentro dele. Este é o tipo de estelo

encontrado na maioria das plantas.

Sifonostelo – caracterizado por uma medula central circundada por um

tecido vascular. O floema forma-se na parte externa do cilindro do xilema ou em

ambos os lados. No sifonostelo das samambaias, a saída do cordão vascular a partir

do caule em direção as folhas, geralmente é marcado por lacunas. Estas lacunas

são preenchidas por células parenquimáticas, que ocorrem dentro e fora do tecido

vascular do sinfonostelo.

Eustelo – um estelo no qual os tecidos vasculares primários estão

organizados em feixes isolados em torno da medula, típico de Gymnospermae e

Angiospermae.

Estudos comparativos de plantas vasculares sugerem que os fósseis das

plantas com sementes evoluíram diretamente de um protostelo.

Raízes – considerando as informações do registro fóssil, as raízes devem ter

surgido da parte mais inferior, evidentemente subterrânea do eixo das plantas

vasculares primitivas; as raízes são estruturas simples, parecendo ter características

que não estão presentes nos caules das plantas modernas.

Folhas– principais apêndices laterais do caule, apresentam tamanhos e

formas variados. A sua estrutura começa a partir do primórdio foliar do meristema

apical e do sistema caulinar; existem dois tipos distintos de folhas: micrófilos e

megáfilos.

Micrófilos – são geralmente folhas pequenas, apresentando um único feixe

vascular e associadas a caules com protostelo; possuem traços foliares associados

com lacunas, e exibindo apenas uma nervura em cada folha.

Megáfilos - são maiores que os microfilos e estão associados com caules

que possuem ou sifonostelos ou eustelos; os traços foliares que partem deles para o

megáfilos estão associados com lacunas foliares e traços foliares.

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18

2.4.3 Classificação

Os grupos Rhyniophyta, Zosterophyllophyta e Trimerophytophyta, tornaram-

se extintos há 360 milhões de anos atrás. Além destes filos, um quarto filo de plantas

vasculares sem sementes, - o Progymnospermophyta, poderia ter sido um ancestral

das plantas com sementes, gimnospermas e angiospermas. Os quatro filos que

possuem representantes atuais são: Psilotophyta, Lycophyta, Sphenophyta e

Pterophyta.

Filo Rhyniophyta: neste grupo as plantas não eram diferenciadas em raízes,

caules ou folhas e também eram homosporadas.

Filo Zosterophyllophyta: não apresentavam folhas, eram dicotomicamente

ramificadas, só os mais superiores possuía estômatos, e os esporângios globosos

eram formados lateralmente em pedicelo curto. As Zosterophyllophyta foram os

ancestrais da Lycophyta.

Filo Trimerophyta: apareceram no período Devoniano Inferior, há 395

milhões de anos atrás, tornando-se extintas cerca de 20 milhões de anos depois,

tendo existido apenas por um período de curto tempo.

As trimerófitas careciam de folhas; portanto, a ramificação era mais complexa,

com o eixo principal formando sistemas; eram homosporadas e alguns dos seus

ramos terminavam em esporângio.

Filo Lycophyta: possuem micrófilos, sendo este tipo de folha altamente

característico do filo Lycophyta. Elas estavam entre as plantas das florestas que

formaram as jazidas de carvão, - “Plantas do período carbonífero”.

Os Licopódios pertencem à família Licopodiaceae, e estendem-se das regiões

árticas até os trópicos, muitas das quais pertencem ao gênero Phlegmariurus; por

serem epífitas, raramente são vistas, sendo que em regiões temperadas formam

tapetes, podendo ser evidentes nos solos das florestas.

A maioria dos gêneros das Lycopodiaceae possui um rizoma ramificado

surgindo ramos aéreos e raízes. Os microfilos são espiraladamente aparecendo

Page 20: flora pteridophyta

19

opostos ou verticais; são homosporadas, os esporos ocorrem individualmente na

superfície dos micrófilos férteis são denominados com esporófilos, sendo que nas

folhas modificadas contém os esporângios.

Após a germinação, os esporos de Lycopodiaceae dão origem a gametófitos bissexuados que, dependendo do gênero, ou são massa irregularmente lobadas, verdes (Lycopodiella, Palhinhaea e Pseudolycopodiella entre os gêneros que ocorrem nos Estados Unidos e Canadá) ou estruturas micorrízicas (Diphasiastrum, Huperzia, Lycopodium e Phlegmariurus estão entre os gêneros que ocorrem nos Estados Unidos e Canadá). O desenvolvimento e a maturação dos arquegônios e anterídios em um gametófito de Lycopodiaceae pode levar de 6 até 15 anos, e seus gametófitos podem ainda produzir uma série de esporófitos em sucessivos arquegônios enquanto continuarem a crescer. Apesar do fato dos gametófitos serem bissexuados, é sabido que, em pelo menos algumas espécies de Lycophyta as taxas de autofecundação são muito baixas. Os gametófitos destas espécies geralmente realizam fecundação cruzada. (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2001, p. 425).

Filo Psilotophyta: inclui dois gêneros atuais, Psilotum e Tmesipteris.

Psilotum, ocorre nos Estados Unidos, Abalama, Arizona, Florada, Havaí,

Louisiana, Carolina do Norte e Texas, e é uma planta invasora; não apresenta raiz

nem folha. O esporófilo consiste consiste em porção aérea dicotomicamente

ramificado, com apêndice em forma de escama, é homosporado, os esporos são

produzidos em esporângio.

Tmesipteris, cresce como epífita sobre as samambaias, e em fendas de

rocha.

Filo Sphenophyta: estão representados por um único gênero herbáceo, com

15 espécies, como Equisetum, conhecida como cavalinha, comum em locais úmidos;

o caule é conspicuamente articulado, as folhas são em forma de escamas ou ramos,

surgem no nó da planta, o caule aéreo surge do rizoma subterrâneo; é

homosporada, os esporângios são formados em grupos, ao longo das margens em

forma de guarda-chuva; os gametófitos são verdes e de vida livre; gametófitos que

atinge a maturidade de três a cinco semanas, são bissexuados ou masculinos.

A evolução, a partir do tipo primitivo de esporófito das Filicíneas, arrastou alterações na forma externa, na estrutura interna e nos caracteres dos esporângios. Houve também, sem dúvida, alterações no gametófito, mas estas podem ser inferidas, visto serem desconhecidos os gametófitos dos Pteridófitos fósseis. Uma comparação de caracteres supostos primitivos e derivados fornece um meio de se determinarem as tendências evolutivas gerais dentro da divisão. Ao empregar estes vários caracteres para

Page 21: flora pteridophyta

20

estabelecimento de relações filogenéticas entre os fetos atuais, deve-se ter presente que algumas das características tidas como primitivas, como a nervação do limbo, podem ter aparecido por redução de um tipo mais evoluído, em vez da persistência de um tipo ancestral primitivo. Quando consideradas como um topo, as que se seguem contam-se entre as tendências evolutivas gerais dos fetos (SMITH, 1955, p. 260).

O cilindro central do caule é um cilindro vascular protostélico mais primitivo

que os solenostélico e o protoxilema exarco é mais primitivo do que o mesarco.

O limbo foliar durante a evolução implicou um avanço de ramificação

dicotômica para a monopódica ou pínula.

As folhas primordiais; as principais folhas formadas por esporófito. As

estruturas e deiscência do esporângio é um anel do lado do esporângio e

determinado uma deiscência longitudinal.

A produção esporal são esporângios que produz esporos. A diferenciação dos

esporos é heterosporia encontrada em pequeno número de gênero, sendo a

homosporia característica da maioria dos gêneros desse Filo.

Filo Pterophyta: Compreende os vegetais vasculares com folhas e raízes

verdadeiras; podedo ser simples ou ter sua lâmina dividida em folíolos. Existe

Samambaias de folhas inteiras como a Lygodium, samambaias trepadeiras,

arbóreas como a Cyathea. As Pterophytas possuem um ciclo de vida com

alternância heteromórfica de geração: o gametófito e o esporófito, que possuem vida

independente.

“As Samambaias podem ser classificadas como Eusporangiadas ou

Leptosporangiadas” (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2001, p. 434).

Esta distinção é importante para o entendimento das afinidades entre as

plantas vasculares.

Eusporângio: origina-se de uma célula parental superficial ou inicial. Cada

esporângio desenvolve uma parede com duas ou mais camadas de

espessura; os eusporângios são maiores que os leptosporângios.

Leptosporâgio: origina-se de uma única célula inicial, primeiro produz um

pedicelo e uma cápsula, e cada leptosporângio dá origem a um número

pequeno de esporos.

A maioria das samambaias são homosporadas, sendo as únicas plantas sem

Page 22: flora pteridophyta

21

sementes que possuem megáfilo bem desenvolvido, a fronde (folhas) é composta

sendo a lâmina é dividida em folíolos ou pinas, que ficam presas na raque.

Na maioria das samambaias, as folhas são enroladas chamando-se de

báculo; essa característica protege as extremidades das folhas embrionárias durante

o desenvolvimento. Os soros são constituídos em várias formas, como: linhas ou

pontos, manchas amarelas, laranjas, castanhas ou pretas sobre a superfície inferior

da fronde (folha). Os soros podem ser ou não cobertos pelo indúsio, salientando

que, os soros depois de maduro secam, para dispersar seus esporos.

2.4.4 Famílias de Pteridophyta

De acordo Sehnem e Aloysio (1970).

Família Aspleniaceae

Fetos terrestres de tamanho pequeno; rizoma rasteiro a ereto; frondes

simples ou composta, veias livres anastomosadas; soros alongados com indúsio

presos na vênula; esporângio pedicelado com anel longitudinal.

Área de dispersão; são mais ou menos, 700 espécies no mundo inteiro.

Gênero: Asplenium.

Família Cyatheaceae

Fetos arborescentes com tronco escamoso ou piloso; algumas frondes são

enormes e compostas; soros redondos dorsais ou terminais; indúsio globoso;

pedicelo dos esporângios curto; anel oblíquo interrompido na lateral; esporo

tetraédricos.

Divisão da Família

a) Dicksonieae – soros na ponta das nervuras; indúsio com a valva do bordo

da folha formado invólucro dos soros. Anel do estômio de células delgadas.

b) Cyatheaceae – soros dorsais ou na bifurcação das veias laterais; indúsio

ínfero ou ausente, ciatiforme ou ausente.

c) Protocyatheeae – soros dorsais; frondes enormes quadripinadas.

Page 23: flora pteridophyta

22

Família Polipodiáceas

Epífitas e terrestres; rizoma rasteiro, as vezes ascendente, coberto de

escamas; pecíolo articulado; frondes simples ou pinadas de textura firme, poliosa,

glabras ou cobertas de escamas; venação livre ou reticulada; soros redondos ou

alongados, ao longo das veias; esporângios pedunculados, unilaterais com anel

longitudinal; esporos bilaterais.

Área de dispersão: espalhados por toda a erra especialmente nos trópicos. A

Phlebodium e Campyloneuron existem na América. Eupolypodium e Goniophebium

são numerosos no Neotrópicos. Pleopeltis predomina em Paleotrópicos orientais.

Observação; Esta família compreende varias subfamílias sendo por vários

autores, são desmembrados em famílias autônomas.

Gênero: Cochlidium e Polypodium.

Família Vittariaceae

Epífita, de rizoma rasteiro; escamas clatradas; fronde simples intera ou

fendida no ápice; venação reticulada; soros alongados, junto às veias, ou pequenos

e redondos, sobre o parênquima (num gênero), sem indúsio, geralmente com

paráfises; anel do esporângio longitudinal.

Gênero: Vittaria** Smith

Área de dispersão; 80 espécies espalhadas pelas regiões quentes do mundo.

Família Blechnaceae

Fetos terrestres, alguma vezes escandentes; o rizoma é rasteiro e ereto,

forma tronco revestido de escamas; pecíolos não são articulados; folhas pequenas,

grandes, simples, pinatífidas ou pinadas; veias livres e furcadas contendo uma série

única de anastomose de cada lado, veia paralela aposta porta o soro linear; indúsio

linear abre para o lado a costa; os esporângios tem anel longitudinal e são bilaterais.

Área de dispersão; Hemisfério Austral, Norte, sobretudo nos paleotrópicos.

Gêneros: Salpichlaena, Blechnum e Stenochlaena.

Família Pteridacea

Fetos terrestres com rizoma rasteiro; frondes são simples ou pinadas; soros

marginais protegidos com indúsio; anel longitudinal; esporos abrindo por fenda

transversal; esporos quase sempre tetraédricos.

Page 24: flora pteridophyta

23

Gêneros: Orthiopteris, Saccoloma, Dennstaedtia, Microlepia, Lindsaya,

Stenoloma, Pteridium, Hypolepis, Cheilanthes, Nothochlaena, Adiantopsis,

Gymnogramma, Anogramma, Pityrogramma, Trismeria, Hemionitis, Gymnopteris,

Histiopteris, Pteris, Doryopteris, Adiantum, Acrostichum.

Família Dennstaedtiaceae

Terrestres ou epífitas. Caule curto de decumbente a ereto, com escamas e/ou

tricomas. Frondes fasciculadas, monomorfas, pecíolo contínuo com o caule; soros

marginais ou sobre as terminações das nervuras, arredondados, alongados ou

lineares; indúsio em forma de taça ou bolsa, ou; esporângios longo-pedicelados;

esporos monoletes ou triletes, sem clorofila.

É uma família composta de 20 gêneros e 175 espécies. (PRADO, 2005).

Família Dryopteridaceae

Caule ereto ou decumbente, com escamas; folhas inteiras usualmente

pinadas; pecíolo sem estípulas; soros arredondados; indúsio presente; esporos

todos iguais.

Área de dispersão: ocorre nas Américas.

Gêneros: Polybotria, Bolbitis, Elaphoglossum, Cystopteris, Diplazium,

Athyrium, Rumohra, Tectaria, Polystichum, Didymochlaena, Dryopteris.

2.4.5 Metodologia de Coleta das Plantas Pteridophyta

A metodologia de coleta e o preparo de exsicatas necessita de detalhes

peculiares de cada táxon, com o maior número possível de estruturas com interesse

Taxonômico.

A coleta de plantas Pteritófitas foi efetuada com a folha inteira; quando o

material é muito pequeno, coleta-se a planta completa. É fundamental para a

classificação ter a planta toda representada, com folhas férteis e outras estéreis. Em

algumas espécies, ocorre dimorfismo entre as folhas.

Detalhes importantes durante a classificação das plantas Pteridófitas, é na

observação das estruturas, como o tamanho e formato de frondes (folhas), pinas,

Page 25: flora pteridophyta

24

báculo, raque, rizoma, tricomas, escamas, espinhos, raiz, soros, indúsio.

Durante a coleta, é importante, a observação e anotação do local:

Onde a planta foi coletada, tipo de floresta, ambiente, habitat onde a planta

cresce.

Hábito do esporófito, se cresce isolado ou em grupos.

Altura da planta, diâmetro do caule.

Durante a coleta de campo registra-se o número da coleta, data e local e as

coordenadas geográficas.

Depois de efetuada a coleta, o material foi acondicionado entre jornal e folhas

de papelão canaliculado e depois de prensado, a desidratação é efetuada em estufa.

Os espécimes foram herborizados segundo as técnicas usuais para plantas

vasculares, e identificados a partir de bibliografia específica para cada grupo.

Contamos também com a inestimável contribuição do Dr. Paulo Henrique Labiak

Evangelista, especialista em Pteridófitas, professor e pesquisador da UFPR, que

identificou ou confirmou a determinação de algumas das espécies encontradas.

2.5 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo, está localizada dentro da zona urbana no município de Rio

Negro, Paraná, onde está situado o Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de

Tolosa”. Esta área está sediada no mesmo local onde funcionava o Seminário

Seráfico “São Luiz de Tolosa” até o ano de 1970.

O histórico do Seminário começa com o Colégio Seráfico Santo Antonio que foi fundado pelo bispo Amando Bahlmann, em Blumenau, superior dos missionários franciscanos, vindo em 1891 da província Santa Cruz, da Saxônia, para rejuvenescer as províncias franciscanas brasileiras que estavam agonizando (KOZAK, 2000, p. 150).

Em Blumenau, SC, funcionava o “Collegio Seraphico Santo Antonio”, que está

em atividade até os dias de hoje, e que foi fundado pelos padres franciscanos vindos

da Alemanha, região da Saxônia.

Page 26: flora pteridophyta

25

Pelo motivo da cidade de Rio Negro, apresentar cruzamento entre as linhas

férreas, facilitando a comunicação entre vários pontos do país, além do clima ser

semelhante ao da Saxônia, acolheu as instalações de outro estabelecimento,

chamado de Seminário Seráfico “São Luis de Tolosa”. O início das obras foi no ano

de 1918, com a chegada dos Padres Franciscanos ao Sítio dos Rauen, para a

inauguração do Seminário Seráfico São Luís de Tolosa, em 1923.

A vida religiosa daquela comunidade evoluiu muito. As transações comerciais

foram favorecidas pelos padres que realmente trouxeram novo impulso aos

negócios. Com a inauguração do Seminário, a belíssima capela foi franqueada aos

serviços religiosos da comunidade do Sítio. O Collégio Serahico escreveu sua

história até a década de 70, onde encerrou suas atividades.

Em 28 de abril de 1997, pelo Decreto n° 022/97 e pela administração da

Prefeitura, foi criado o Parque Ecoturístico Municipal “São Luiz de Tolosa”, onde

atualmente também funciona a Prefeitura Municipal de Rio Negro.

A antiga Casa Branca usada pelos franciscanos como casa de hóspedes foi

recuperada e passou a abrigar o Centro Ambiental, denominado Centro Ambiental

Casa Branca, voltado a desenvolver pesquisas científicas da flora e fauna local,

oferecer informações na área ambiental e desenvolver atividades para integração da

comunidade com os recursos naturais do parque. Através do Centro Ambiental Casa

Branca são realizados diversos trabalhos como, por exemplo, o levantamento

florístico e o zoneamento vegetal; sob sua supervisão, está em andamento o Plano

de Manejo do Parque, e muitas atividades ambientais com as escolas e com a

comunidade são desenvolvidas; um grupo de monitores de trilhas interpretativas é

continuamente capacitado, e auxilia no acompanhamento ao grande número de

visitantes que procuram o Parque e nas aulas de Educação Ambiental procuradas

pelas escolas e pela comunidade, que ali buscam lazer ou enriquecimento cultural.

2.5.1 Área de Estudo

O Parque Municipal “São Luis de Tolosa” é uma Unidade de Conservação.

Segundo a lei 9.985, de 18 de Julho de 2002 define:

“[...] Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC),

Page 27: flora pteridophyta

26

estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de

conservação” (BRASIL, 2006, p. 969).

I - Unidade de Conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação, e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. II - Conservação da natureza, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. VII – Manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas.

O Parque apresenta uma área aproximada de 53,85 hectares. Trata-se de

uma mata conservada, possuindo um importante fragmento da Floresta Ombrófila

Mista (FOM), sendo rica em espécies de epífitas, como orquídeas, bromélias,

musgos e samambaias.

Esta mesma lei define como sendo parte integrante da Mata Atlântica e das

seguintes formações florestais nativas 11.428 de 22 de dezembro de 2006.

Art. 1º A conservação, a proteção, a regeneração e a utilização do Bioma

Mata Atlântica, patrimônio nacional, observarão o que estabelece esta Lei, bem

como a legislação ambiental vigente, em especial a Lei no 4.771, de 15 de setembro

de 1965.

Art. 2º Para os efeitos desta lei, consideram-se integrantes do Bioma Mata

Atlântica, as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas associados, com

as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística – IBGE, conforme o regulamento:

[...] Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Decidual, bem como o manguezais, as vegetações de restingas, campos e altitudes, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste (BRASIL, 2006, p. 536).

Parágrafo único: Somente os remanescentes de vegetação nativa no estágio

primário e nos estágios secundário inicial, médio e avançado de regeneração, na

área de abrangência definida no caput deste artigo, o uso e conservação regulados

Page 28: flora pteridophyta

27

por esta Lei.

A região do entorno do Parque, a Zona de Amortecimento, possui vários

remanescentes da floresta nativa, podendo formar corredores da biodiversidade, e

sendo considerável a preservação desta área para garantir a manutenção da

biodiversidade local e regional.

A lei nº 9.985/2000 art.2º - XVIII define zona de amortecimento como:

“Zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as

atividades humanas estão sujeitas à normas e restrições específicas, com o

propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade”. (BRASIL, 2007. p.

970).

Esta Lei estabelece as normas para uso e ocupação do solo no entorno do

Parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa”, a Zona de Amortecimento. As condições

gerais dessa zona de amortecimento são boas, apresentando um estágio médio de

regeneração, com vegetação secundária.

No ano de 1980, alguns Botânicos estudaram a flora da região de Mafra e Rio

Negro. Nos anos de 1950 e 1960, Pe. Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein

pesquisaram a região de Mafra, assim como o botânico Gert Hatschbach o fez em

Rio Negro.

Essas outrora extensas áreas de Floresta Ombrófila Mista que recobriam o planalto sul-brasileiro eram entrecortadas por manchas de campos naturais remanescentes das alterações climáticas ocorridas durante o Quaternário. As florestas primitivas que constituíam as regiões cobertas pela araucária são também chamadas de „matas pretas‟, conforme descritas por Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein, em „Araucariaceae – Flora Ilustrada Catarinense‟ (1996). (MEDEIROS et. al. 2004)

Na área em que está situada o Parque Municipal “São Luis de Tolosa”, na

época em que funcionava o antigo Seminário Seráfico, o Frei Miguel Witt, professor

de Ciências Naturais, montou o chamado Botânico Frei Veloso, onde havia um

herbário; após o fechamento da sede em 1970, o acervo desse herbário foi enviado

ao Seminário Santo Antônio, em Agudos, SP, aos cuidados de Frei Gregório

Johnscher. No ano de 2003 o acervo foi resgatado e novamente trazido para Rio

Negro, e está mantido no herbário do Centro Ambiental Casa Branca.

O herbário é composto por exsicatas produzidas pelo Frei Miguel durante a

década de 1940, detém valor histórico para o município, pois o material auxilia no

conhecimento das espécies ocorrentes na época e comparação às existentes hoje a

Page 29: flora pteridophyta

28

região.

O Parque compreende uma área que sofreu por 70 anos as intervenções

antrópicas em sua área total; houve grande alteração da floresta primitiva pelas

práticas de pastoreio e cultivo de lavouras, implantação de reflorestamento e

pomares, e devido ao abandono durante alguns anos após a saída dos padres. Para

a solução deste problema foi efetuado o plano de manejo do parque.

Plano de Manejo é um projeto dinâmico que determina o zoneamento de uma unidade de conservação, caracterizando cada uma de suas zonas e propondo seu desenvolvimento físico, de acordo com suas finalidades. Estabelece, desta forma, diretrizes básicas para o manejo da Unidade (PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO NEGRO, 2004, p. 1).

O Município de Rio Negro está na região de localização e caracterização da

floresta com araucárias, que se estende pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e

Rio Grande do Sul.

A Floresta com Araucária ou Floresta Ombrófila Mista apresenta em sua composição florística espécies de lauráceas como a imbuia (Ocotea porosa), o sassafrás (Ocotea odorifera), a canela-lageana (Ocotea pulchella), além de diversas espécies conhecidas por canelas. Merecem destaque também a erva-mate (Ilex paraguariensis) e a caúna (Ilex theezans), entre outras aqüifoliáceas. Diversas espécies de leguminosas (jacarandá, caviúna e monjoleiro) e mirtáceas (sete-capotes, guabiroba, pitanga) também são abundantes na floresta com araucária, associadas também à coníferas como o pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii). Encontram-se também freqüentemente rutáceas (pau-marfim – Balfourodendron riedelianum), euforbiáceas (tapexingüí – Croton sp.), solanáceas (fumo bravo – Solanum verbascifolium), urticáceas (Boehmeria sp. e Urera sp.), além de muitas outras espécies vegetais, arbustos, lianas e ervas (FLORESTA OMBRÓFILA MISTA, 2007, p. 01).

Esse bioma possui uma grande riqueza de epífitas vasculares, bromélias,

orquídeas, pteridófitas, piperáceas e outras.

As florestas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são

caracterizadas pelo predomínio da Araucaria angustifólia, o pinheiro do Paraná, que

chega a responder por mais de 40% dos indivíduos arbóreos existentes no

ecossistema. Segundo dados do meio ambiente (2000), em nosso país a floresta

com araucária recobre apenas 5% da área original.

A Floresta Ombrófila possui um ecossistema que acolhe uma grande

variedade de espécies, sendo algumas endêmicas. A Floresta sendo dominada pela

Araucaria angustifólia, tem um desenho exclusivo. Também é dominada por

Page 30: flora pteridophyta

29

variedades como a canela, a imbuia, a erva-mata e o xaxim.

2.5.2 Geografia e Geologia

O Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de Tolosa” situa-se no Município

de Rio Negro, PR, próximo à BR 116 (Lat. 26º 25‟ 50” ao Sul; Long. 49º 47‟ 30” a

Oeste). O acesso ao município pode ser feito pela rodovia BR-116, asfaltada e em

regular estado de conservação (Anexo A).

O clima ocorrente na região é o Cfb – temperatura média, clima mesotérmico

úmido. A temperatura média anual das máximas é 23 ºC e das mínimas anual é

12ºC.

2.5.3 Geologia do Município

O município de Rio Negro é formado predominante por unidades

sedimentares da Bacia do Paraná, por rochas do Grupo Itararé e por diabásios da

formação da Serra Geral.

No local do Parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa” não há estudos, sobre o

solo; contudo, citam-se aqui dados sobre o Município de Rio Negro obtidos da

EMBRAPA (1998).

O Grupo Itararé compreende, na bacia do Paraná, todos os sedimentos de

origem glacial e periglacial relacionados ao Carbonífero Superior e Perminiano

inferior.

O solo do município é classificado como Cambissolo, que compreende solos

minerais bastante heterogêneos, tanto na cor quanto na espessura e textura.

Page 31: flora pteridophyta

30

2.6 CONCEITUÁRIO BÁSICO

CUTÍCULA: Em anatomia, diz-se da camada amorfa da material graxo,

cutina, mais ou menos impermeável á água, localizada sobre a parede externa das

células da epiderme. (PEREIRA, 2003, p.146)

ECOLOGIA: “E o estudo das relações dos seres vivos uns com os outros e

destes com o seu Ambiente” (MOLEN, 1981, p. 4).

ECOSSISTEMA: “É uma unidade natural de partes vivas e não vivas”. As

duas partes influenciam-se (MOLEN, 1981, p.4).

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: São processos por meio dos quais, o indivíduo e

a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum

do povo, essencial à qualidade de vida e sua sustentabilidade” (Lei nº 9795, de 27

de abril de 1999. Art.1).

ESPORÓFITO: No ciclo reprodutivo dos criptógamos vasculares, é a geração

mais representativa; planta diplóide e que produz esporos. (PEREIRA, 2003, p.146)

GAMETÓFITO: Geração do ciclo reprodutivo em que as células são haplóides

e reproduzirão gametângio e gametas. (PEREIRA, 2003, p.146)

HERBÁRIO: Local onde são depositadas as exsicatas das espécies vegetais,

com número de registro, identificação botânica, local e data de coleta, entre outros

dados. (PEREIRA, 2003, p.146)

MEGASPORÂNGIO: Denominação dada ao esporângio que produz

megasporos. (PEREIRA, 2003, p.146)

MEGÁSPORO: Denominação dada aos esporos de pteridófita que são

grandes em relação aos micrósporos, presentes no mesmo esporófilo. (PEREIRA,

Page 32: flora pteridophyta

31

2003, p.146)

MICRÓSPORO: Denominação dada ao esporo de Pteridófita, pequeno em

relação ao megásporo, presente ao mesmo esporófito. (PEREIRA, 2003, p.146)

Page 33: flora pteridophyta

32

CAPÍTULO III

METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Esta pesquisa caracterizou-se primeiramente como bibliográfica e

posteriormente uma pesquisa de campo, através de herborização e classificação.

Utilizou-se o método qualitativo, e a chave para classificação usada foi a da Flora

Ilustrada Catarinense.

3.1.2 TIPO DE PESQUISA

- Tipo de Projeto = Levantamento

- Tipo de Projeto = Campo

- Gênero da Pesquisa = Mecanicista

3.2 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA

LOCAL: Rio Negro, PR

UNIVERSO: Espécies de Pteridophyta do Parque Ecoturístico “São Luis de

Tolosa”

AMOSTRA: Plantas Pteridophyta em área delimitada dos arredores das trilhas

do Graxaim, Campo Santo e da Gruta.

Page 34: flora pteridophyta

33

3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS

Durante o trabalho a pesquisadora efetuou medição, marcação, expedições

de coleta, registro de dados na ficha de coleta, desidratação das plantas em estufa,

montagem das exsicatas; para os estudos taxonômicos, valeu-se de chaves

artificiais contidas na bibliografia, que é escassa no Brasil, e recorreu à ajuda de

especialista da área, o Dr. Paulo Henrique Labiak Evangelista, da Universidade

Federal do Paraná.

3.3.1 Metodologia de Laboratório

ÁREA DO LOCAL DE COLETA

Figura 1 – Foto da Trilha do Graxaim Fonte: Pesquisadora (2006)

Page 35: flora pteridophyta

34

MONTAGEM DAS TRELIÇAS NO LABORATÓRIO

Figura 2 – Treliça Fonte: Pesquisadora (2006)

SECAGEM DAS PLANTAS NA ESTUFA

Figura 3 – Estufa de Botânica Fonte: Pesquisadora (2006)

Page 36: flora pteridophyta

35

FOTO DAS EXSICATA

Figura 4 – Foto da exsicata Fonte: Pesquisadora (2006)

3.3.2 Metodologia da Pesquisa Bibliográfica

Para realização da pesquisa bibliográfica foram efetuados levantamentos de

dados e consultas em documentos, internet, revistas e livros que tratem do tema.

3.3.3 Metodologia da Pesquisa de Campo

a) Escolha do tema;

b) Escolha do local;

c) Escolha da amostragem;

d) Contato com a diretora da instituição;

e) Encaminhamento do ofício;

f) Escolha da área onde de coleta das plantas;

g) Coordenadas com GPS na área em estudo;

h) Investigação da flora Pteridofítica na área;

Page 37: flora pteridophyta

36

i) Caracterização da área de estudo da Pteridoflora no Parque;

j) Herborização das Pteridophyta;

k) Montagem das exsicatas do material coletado;

l) Classificação das Pteridophyta do local estudado;

m) Identificação das espécies de Pteridophyta na área de estudo;

f) Análise de dados;

g) Elaboração do relatório.

3.3.4 Descrição dos métodos e técnicas utilizadas na Pesquisa

Segundo Pereira (2003), a metodologia de coleta e preparo das exsicatas de

pteridófitas necessita que sejam atendidos detalhes peculiares, visando obter

amostra com o maior número possível de estruturas com valor taxonômico.

As coletas foram de folhas férteis e de folhas estéreis;

Quando os espécimes são pequenos (folhas com cerca de 50 cm), devem

ser coletadas raízes e caules com folhas e postos espécimes inteiros nas

exsicatas;

Os espécimes para coleta devem ter, preferencialmente, três folhas, uma

das quais deve ser fértil;

Observação importante na coleta é a presença de indúsio e o estágio de

desenvolvimento dos soros;

Pteridófitas com folhas grandes, como a Dicksoniaceae e Cyatheaceae:

Cortou-se um pedaço de aproximadamente 35 cm do pecíolo, retirado bem

junto ao caule, preservando a sua base e as escamas, pelo valor

taxonômico. Pecíolos grossos podem ser cortados ao meio, originando

duas exsicatas.

Durante a coleta foram efetuadas anotações em ficha de coleta, contendo os

seguintes dados:

Ecológicos: sobre o ambiente (se a planta é umbrófila ou heliófita); o habitat

(tipo de formação vegetal onde a planta foi coletada: tipo de floresta, substrato, onde

Page 38: flora pteridophyta

37

a planta cresce, se é epífita, terrestre, aquática, pantanoso, etc.); a topologia (terreno

ondulado, plano, etc.).

Hábito do esporófito: como o espécime cresceu, se estava isolado ou em

grupos, tamanho e forma da folha.

Presença de ou espinhos na base do pecíolo; observando folhas jovens,

adultas e velhas.

3.4 EVIDENCIAÇÃO DOS RESULTADOS

Após o trabalho de coleta e preparo das exsicatas foi efetuada a classificação

de cada planta, e anotado na etiqueta junto à exsicata.

A classificação foi efetuada com o auxilio de microscópio estereoscópio, e

microscópio óptico, para observar características da planta como: tipo de raiz,

rizoma, formato das folhas, nervuras, se há ou não indúsio, escamas, espinhos,

acúleo, báculo, etc.

Para chegar á família, gênero e espécie foram utilizados a chave de

classificação da Flora Pteridofítica, a Flora Ilustrada Catarinense, do Pe. Aloysio

Sehnem.

Por falta de literatura sobre Pteridófitas no Brasil, houve uma grande

dificuldade para determinar as espécies. Devido a este fato a acadêmica recorreu ao

um especialista da Universidade Federal do Paraná.

3.4.1 Analise dos Resultados

Comparando os dados deste trabalho com os da dissertação de Mestrado de

Pedro Bond Schwartsburd, sobre a pteridoflora do Parque Estadual de Vila Velha,

em Ponta Grossa, PR, verificou-se que cerca de 80 % das espécies coletadas em

Rio Negro são comuns a ambos os parques. Isso é próprio das pteridófitas, pois sua

dispersão se faz pelo vento e, assim, os esporos muito pequenos e leves podem ser

levados a grandes distâncias e conquistar muitos ambientes. Deparia petersenii

Page 39: flora pteridophyta

38

(Kunze) M. Kato, por exemplo, é citada por Schwartsburd (2006) como espécie

exótica e invasora, de origem extra-Americana, mas de ocorrência espontânea em

várias regiões do continente americano.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(IBAMA) coloca a Dicksonia sellowiana (Hook), família Dicksoniaceae, entre as

espécies em risco de extinção; ela ocorre em ambos os parques.

A coleta e descrição de espécies feita para atender aos propósitos deste

trabalho foi apenas representativa; certamente que, ao se estender a pesquisa para

o âmbito da área total do Parque Seráfico, o número de espécies aumentará muito

e, com isso, poderão ser feitas análises mais acuradas sobre a semelhança entre

estas duas pteridofloras e as de outras áreas.

No presente trabalho, foram descritas 20 espécies de pteridófitas coletadas

na área definida nos objetivos, todas identificadas com auxílio de chaves artificiais

encontradas na escassa bibliografia ou com auxílio de especialista no grupo, - o Dr.

Paulo Henrique Labiak Evangelista, da UFPR. As exsicatas estão armazenadas no

Herbário da UnC/MAFRA, em Mafra, SC, com duplicatas no Herbário do Centro

Ambiental Casa Branca, no próprio Parque Seráfico.

Page 40: flora pteridophyta

39

CAPÍTULO IV

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 TRATAMENTO DOS DADOS

Os dados obtidos foram organizados através coleta, classificação e

identificação taxonômica sobre as exsicatas, para a evidenciação dos resultados

com maior clareza e objetividade, para posteriormente fazer a confecção de

exsicatas para o herbário da UnC/MAFRA e duplicatas para permuta com outros

herbários.

Page 41: flora pteridophyta

40

Família Espécie

Aspleniaceae Deparia petersenii (Kunze) M. Kato

Blechnaceae Blechnum glandulosum Kaulf ex.Link

Blechnaceae Blechnum brasiliense Desv.

Cyatheaceae Cyathea phalerata Mart

Cyatheaceae Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin

Cyatheaceae Alsophila setosa Kaulf

Dennstaedtiaceae Dennstaedtia obtusifolia (Willd.) T. Moore

Dryopteridaceae Polystichum aculeatum (L.) Roth ex Mert.

Dryopteridaceae Polystichum montevidense (spreg.) Rosenst.

Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana Hook.

Pteridaceae Pteris lechleri Mett.

Pteridaceae Cheilanthes regularis Mett

Polypodiaceae Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston

Polypodiaceae Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl

Polypodiaceae Pecluma sicca (Lindm.) M.G Price

Polypodiaceae Pleopeltis hirsutissima

(Raddi) de La Sota

Polypodiaceae Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota

Polypodiaceae Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de

la Sota

Polypodiaceae Serpocaulon catharinae (Langsd. Fisch.) A. R.

Sm

Vittariaceae Vittaria lineata (L.) Sm

Quadro 1 - Táxons listados no Parque Municipal “São Luis de Tolosa”

Page 42: flora pteridophyta

41

4.1.1 Fotos das espécies encontradas na trilha do Parque “São Luis de Tolosa”

Figura 5 – Deparia petercenii (Kunze) M. Kato.; Figura 6 – Blechnum glandulosum Kaulf. Ex.Link.; Figura 7 – Blechnum brasiliense Desv. Figura 8 – Cyathea phalerata Mart

Page 43: flora pteridophyta

42

Deparia petersenii (Kunze) M. Kato

Caule longo-reptante. Lâmina 1-pinado-pinatissecta, com a base truncada;

par de pinas proximais reflexo e mais largo que os demais; raque com escamas

lineares com a margem lisa; raque, costa e nervuras com tricomas ctenitóides em

ambas as faces.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 5)

Blechnum glandulosum Kaulf ex.Link

Rizoma ascendente, no alto revestido de escamas lanceoladas, ferrugíneo-

clara; Pecíolos fasciculados; Lâminas lanceolada-acuminadas, pinatissectas com

pêlos glandulares; soros estreitos próximos à costa, indúsios lineares.

Literatura consultada: Sehnem, Aloysio (1970) (Figura 6)

Blechnum brasiliense Desv.

Caule ereto, arborescente, com até mais de 1 m comprimento. Frondes

monomorfas; escamas da base do pecíolo, lineares, negras, com mais de 2,5 cm

comprimento; lâmina gradualmente reduzida na base, com pinas basais

arredondadas.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 7)

Cyathea phalerata Mart.

Caule arborescente, com até 5 m comprimento, com bases peciolares

persistentes (cicatrizes foliares não evidentes). Base do pecíolo com espinhos, com

escamas com 3-4 cm comprimento; raque com espinhos; pínulas pinatissectas;

nervuras secundárias predominantemente furcadas; soros sem indúsio.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 8)

Page 44: flora pteridophyta

43

Figura 9 – Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin.; Figura 10 – Alsophila setosa Kaulf.; Figura 11 – Dennstaedtia obtusifolia (Willd.) T. Moore.; Figura 12 – Polystichum aculeatum (L.) Roth ex Mert.

Page 45: flora pteridophyta

44

Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin,

Caule arborescente, com até 3,5 m comprimento; bases peciolares

persistentes (cicatrizes foliares não evidentes). Base do pecíolo com espinhos; raque

inerme; lâmina 2-pinada; pina apical articulada à raque; pínulas inteiras a levemente

pinatilobadas (raramente); nervuras secundárias paralelas entre si, simples; soros

sem indúsio.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 9)

Alsophila setosa Kaulf.

Caule arborescente, com até 10 m comprimento; bases peciolares

persistentes (cicatrizes foliares não evidentes). Base do pecíolo com espinhos

negros, clorofiladas, com expansões laminares, com escamas lineares com várias

setas nigrescentes (apical e laterais); pínulas com o ápice cuneado; nervuras

secundárias predominantemente furcadas; soros com indúsio hemitelóide.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 10)

Dennstaedtia obtusifolia (Willd.) T. Moore

Caule longo-reptante, indiviso, com tricomas esparsos a glabrescentes. Base

do pecíolo com gemas produzindo caules secundários; lâmina 2-pinado-pinatissecta,

com os segmentos pinatífidos, com tricomas ctnitóides, principalmente nas regiões

vasculares; pinas com gemas dormentes no ápice; soros arredondados, nutridos por

apenas uma nervura.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 11)

Polystichum aculeatum (L.) Roth ex Mert.

Escamas na base do pecíolo marrom-escuras; pínulas articuladas, obtusas e

aculeoladas, mais ou menos abundantes; os esporos são escuros.

Literatura consultada: Sehnem, Aloysio (1970)

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 12)

Page 46: flora pteridophyta

45

Figura 13 – Polystichum montevidense (spreg.).; Rosenst. Figura 14 – Dicksonia sellowiana Hook.; Figura 15 – Pteris lechleri Mett.;Figura 16 – Cheilanthes regularis Mett.

Page 47: flora pteridophyta

46

Polystichum montevidense (Spreng.) Rosenst., Hedwigia

Caule ereto ou decumbente; escamas do caule lineares, torcidas, ruivas.

Frondes monomorfas; escamas da base do pecíolo ovadas, castanho-escuras a

negras, chatas; lâmina 2-pinada; pínulas com projeções espinulosas na margem;

soros sem indúsio.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 13)

Dicksonia sellowiana Hook.

Caule arborescente, formado por um emaranhado massivo de raízes. Base do

pecíolo com tricomas pluricelulares lineares; lâmina 2-pinado-pinatissecta a 3-

pinada. Material Examinado: 07/I/2004, Labiak & Schwartsburd 3050 (UPCB).

Cabe ressaltar que Dicksonia sellowiana é uma espécie considerada em

perigo de extinção pela Portaria 37-N (03/IV/1992) do IBAMA (1992). Isto reforça

ainda mais a importância desta Unidade de Conservação no que se refere à

proteção das espécies nativas nela encontradas.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 14)

Pteris lechleri Mett.

Caule ereto ou decumbente. Lâmina 1-pinado-pinatissecta (não raro o par

basal furcado), com pina apical conforme (ápice pinatissecto), conspicuamente

pilosa (tricomas pluricelulares, linear-septados); nervuras anastomosadas.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 15)

Cheilanthes regularis Mett

Não existe nenhum artigo publicado, sobre esta espécie no Brasil, esta foi

devidamente classificada por um especialista em Pteridofitas, o Dr. Paulo Henrique

Labiak Evangelista, da UFPR. (Figura 16)

Page 48: flora pteridophyta

47

Figura 17 – Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston.; Figura 18 – Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl.; Figura 19 – Pecluma sicca (Lindm.) M.G Price.; Figura 20 – Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de La Sota

Page 49: flora pteridophyta

48

Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston

Caule curto-reptante, delgado ou crasso, com 2,5 - 6 mm diâmetro. Frondes

férteis com 10 - 19 cm de comprimento e 4 - 11 cm de largura; lâmina com a base

não reduzida, pinatissecta, com os segmentos oblíquos (marcadamente voltadas

para o ápice), densamente coberta por escamas ovais ou levemente deltóides, curto-

acuminadas.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 17)

Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl

Caule compacto, curto-reptante, com as frondes relativamente imbricadas.

Frondes férteis com 23-75 cm de comprimento e 1,8 - 6 cm de largura; pecíolo

menor que 1/6 o tamanho da lâmina; lâmina coriácea, glabra, formando nervuras

laterais principais definidas, evidentes, paralelas entre si, oblíquas à costa e retas

(um pouco flexuosas em indivíduos menores); venação cirtoflebóide; soros em duas

séries entre duas nervuras primárias adjacentes, sobre vênulas livres, incluídas nas

anastomoses (2 vênulas por aréola).

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 18)

Pecluma sicca (Lindm.) M.G Price

Caule curto-reptante, comumente ascendente, delgado, com 1-4 mm de

diâmetro, estolonífero. Frondes férteis com 9,5-36 cm de comprimento e 2-4,5 cm de

largura; lâmina gradualmente reduzida na base; pinas basais auriculiformes; pinas

medianas perpendiculares à raque, com aproximadamente 1-2 mm de largura;

nervuras simples.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 19)

Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de La Sota

Revestida de escamas semelhante às do rizoma; lâminas lanceoladas ou

linear-lanceoladas, atenuadas para os dois extremos, coriáceas; pinas linear-

oblongas ou linear-lanceolada. Nervuras invisíveis, revestidas de escamas e de cor

esbranquiçada. Soros cercados de escamas, aproximadamente a costa. Esporos

Page 50: flora pteridophyta

49

são escuríssimos.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 20)

Figura 21 – Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota.;Figura 22 – Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de la Sota.;Figura 23 – Serpocaulon catharinae (Langsd. Fisch.) A. R. Sm.; Figura 24 – Vittaria lineata (L.) Sm.

Page 51: flora pteridophyta

50

Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota

Caule longo-reptante; escamas do caule com a margem inteira ou ciliada.

Frondes dimorfas. Frondes estéreis com 5-12 cm de comprimento e 1,1-1,8 cm de

largura; costa com escamas deltóides ou lanceoladas, largas, peltadas, com a

margem ciliada; costa e tecido laminar eventualmente com escamas aracnóides;

nervuras anastomosadas; aréolas costais principais com 1-5 aréolas e 1-3 vênulas

livres inclusas. Frondes férteis mais longas e mais estreitas que as estéreis.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 21)

Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de la Sota

Caule delgado, longo-reptante. Frondes férteis com 18-32 cm de comprimento

e 2-10 mm de largura; pecíolo menor que 1/8 o tamanho da lâmina; lâmina coriácea,

glabra, não formando nervuras laterais principais; venação cirtoflebóide; soros sobre

as vênulas livres, inclusas às anastomoses (1 vênula por aréola).

Literatura consultada: Sehnem 1970 (Flora Ilustrada de Santa Catarina)

(Figura 22)

Serpocaulon catharinae (Langsd. Fisch.) A. R. Sm

Planta epífita, caule curto, frondes monomorfas, nervuras anastomosadas

com terminação livre, soros arredondados próximos à costa.

Literatura consultada: Sehnem, Aloysio (1970) (Figura 23)

Vittaria lineata (L.) Sm

Frondes férteis variando de 8-70 cm de comprimento e 1,5-3 mm de largura;

lâmina simples, linear; soros únicos em cada lado da costa e paralelos a ela,

lineares, submarginais, ao longo de quase toda a lâmina, com paráfises.

Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 24)

Page 52: flora pteridophyta

51

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com a comparação da dissertação de mestrado de Pedro Bond Schwartsburd

sobre o trabalho de Pteridófitas do Parque Estadual de Vila Velha, e com as

espécies encontradas no Parque Ecoturistico “São Luis de Tolosa”. Destas duas

áreas, 80% das espécies são iguais. Concluindo que a composição florística de

floresta Ombrófila Mista do Parque de Vila Velha é a mesma do Parque “São Luis de

Tolosa” na comparação das floras, á Deparia petersenii (Kunze) M. Kato. De acordo

com Schwartsburd (2006) são consideradas espécies exóticas invasoras, de origem

extra-Americana, mas com ocorrência espontânea em regiões deste continente.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (IBAMA) na Lista de espécies em extinção, encontra-se o

Xaxim da família Dicksoniaceae, Dicsonia sellowiana, espécie também encontrada

no parque Ecoturistico “São Luis de Tolosa”.

Page 53: flora pteridophyta

52

CONCLUSÃO

Esta pesquisa pretendeu trabalhar com plantas da Flora Pteridofítica na área

delimitada pelas Trilhas da Gruta, Campo Santo e do Graxaim, até a altura da Gruta,

dentro do Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de Tolosa”, em Rio Negro, PR.

Primeiramente foi feito o reconhecimento da área e sua caracterização como

Floresta Ombrófila Mista; posteriormente a área foi demarcada com os quatro pontos

de referência que permitem a definição do seu perímetro e calculada a área, através

de geoprocessamento, representando aproximadamente 10.700 m².

Foram feitas cinco expedições ao local para herborização, de fevereiro a

agosto de 2007. As plantas coletadas foram preparadas no Laboratório de Biologia

da UnC/MAFRA e arranjadas conforme as técnicas de preparação de exsicatas;

depois, foram analisadas para proceder à sua classificação, com uso das chaves

artificiais trazidas na FIC – Flora Ilustrada Catarinense. Não há literatura atualizada

sobre Sistemática de Pteridophyta no Brasil, o que trouxe grandes dificuldades no

desenvolvimento da pesquisa, razão pela qual a acadêmica recorreu ao especialista

no assunto, na Universidade Federal do Paraná.

Diante dos resultados conclui-se que há uma grande diversidade na

pteridoflora na área do Parque Ecoturístico, que precisa ser conhecida e protegida, e

que os estudos neste sentido merecem ser aprofundados e continuados. Verificou-

se que todas as espécies coletadas são endêmicas, à exceção de uma, - a Deparia

petersenii, que é exótica, e merecendo atenção, ainda, a Dicksonia sellowiana, que

está ameaçada.

O desenvolvimento deste trabalho foi de grande valor para atender às

expectativas da administração do Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de

Tolosa”, contribuindo no conhecimento e manejo da mata, como também enriqueceu

grandemente à acadêmica, que nele encontrou oportunidade inigualável de atuar em

pesquisa biológica aplicada.

A mesma área ainda reserva grandes oportunidades de desenvolvimento de

pesquisas desta categoria, abordando fungos, briófitas, gramíneas, orquídeas,

bromélias, e as inúmeras espécies de gimnospermas e angiospermas que

constituem aquele ecossistema.

Page 54: flora pteridophyta

53

REFERÊNCIAS

BARROS, Adi Jesus da Silva, LEHFELD A. S Neide. Fundamentos de metodologia cientifica São Paulo; Pearson, 2000.

BARROS, Adi Jesus da Silva; LEHFELD A. S Neide. Fundamentos de metodologia Cientifica São Paulo: Pearson, 2000.

BRAGA, Benedito, et al. Introdução a Engenharia Ambiental.São Paulo: Pearson, 2006.

EMBRAPA. Levantamento do Reconhecimento dos Solos do Estado de Santa Catarina. [Brasília]: EMBRAPA, 1998.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.

GOOGLE MAPS BRASIL. Parque ambiental São Luis de Tolosa. Disponível em: <

http://maps.google.com.br/maps?utm_campaign=pt_BR&utm_source=pt_BR-ha-latam-pt_BR-bk-gm&utm_medium=ha&utm_term=google%20maps>. Acesso em: 24 out. 2007.

IBAMA. Espécies em extinção. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br>. Acesso em: 24 out. 2007

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JOLY, Aylthon Brandão. Introdução á taxonomia vagetal. 13. ed. São Paulo Ed. Nacional. 2002.

KOZAK, L.T. A flora do Parque Ecoturístico Municipal São Luis de Tolosa. Mafra: UnC, 2000. Monografia (Especialização) – Universidade do Contestado, 2000.

PAULINO, Wilson Roberto. Biologia: desequilíbrio ambiental 7.ed. São Paulo: Ática, 2001.

PEREIRA, Antõnio Batista. Introdução ao estudo das pteridófitas. 2.ed. Canoas: Ed. da Ulbra, 2003.

PRADO, Jefferson. Flora da Reserva Ducke, Amazônia, Brasil: Pteridophyta – Dennstaedtiaceae. Rodriguésia, São Paulo, v. 56, n. 86, p. 43-48, 2005.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO NEGRO. Plano de Manejo do Parque Ecoturístico Municipal São Luís de Tolosa. Rio Negro, PR, 2004.

PRIMAVESI, Ana. Manejo Ecológico do Solo São Paulo: Nobel, 2002.

RAVEN, Peter et al. Biologia Vegetal. 6.ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2001.

SCHWARTSBURD, Pedro Bond. Pteridófitas do Parque Estadual de Vila Velha, Paraná, Brasil, 2006.

SEHNEM, Aloysio. Ciateáceas. Itajaí: [s.n.], 1967

______. Aspidiáceas. Itajaí: [s.n.], 1967

______. Aspleniáceas. Itajaí: [s.n.], 1967

______. Blecnáceas. Itajaí: [s.n.], 1967

______. Chave para as Famílias de Pteridófios da Região Sul do Brasil. Itajaí: [s.n.], 1967

______. Polipodiáceas. Itajaí: [s.n.], 1967

______. Pteridáceas. Itajaí: [s.n.], 1967

______. Vitariáceas. Itajaí: [s.n.], 1967

WIKIPÉDIA. Mapa de Santa Catarina Rio grande do Sul e Paraná. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Mapa_fisico_da_Regiao_Sul.gif>. Acesso em: 24 out. 2007

Page 56: flora pteridophyta

55

ANEXOS

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ANEXO A – MAPA FÍSICO DA REGIÃO SUL

Figura 25 - Mapa fisico da Regiao Sul Fonte: Rio Negro (2006)

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ANEXO B – Parque Ambiental “São Luis de Tolosa”

Figura 26 – Parque Ambiental “São Luis de Tolosa” Fonte: Google Maps Brasil, 2007

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ANEXO C – ÁREA DO PARQUE

Figura 27 - Área do parque Fonte Prefeitura Municipal de Rio Negro, 2004.

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ANEXO D – OFÍCIO