flora pteridophyta
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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MAFRA CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
LUCIANA RIBEIRO DE LIMA
LEVANTAMENTO DA FLORA PTERIDOPHYTA DO PARQUE ECOTURÍSTICO “SÃO LUÍS DE TOLOSA”, RIO NEGRO, PR
MAFRA – SC 2007
LUCIANA RIBEIRO DE LIMA
LEVANTAMENTO DA FLORA PTERIDOPHYTA DO PARQUE ECOTURÍSTICO “SÃO LUÍS DE TOLOSA”, RIO NEGRO, PR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito de aprovação no curso de Ciências Biológicas – Licenciatura e Bacharelado, da Universidade do Contestado – UnC, Campus Universitário de Mafra, sob a orientação do professor Mário Fritsch.
MAFRA 2007
LEVANTAMENTO DA FLORA PTERIDOPHYTA DO PARQUE ECOTURÍSTICO “SÃO LUÍS DE TOLOSA”, RIO NEGRO, PR
LUCIANA RIBEIRO DE LIMA
Este trabalho de conclusão de curso foi submetido ao processo de avaliação pela
banca avaliadora, como requisito parcial para a obtenção do título de:
Licenciado e Bacharelado em Ciências Biológicas
Aprovado em novembro de 2007. Curso de Ciências Biológicas da Universidade do
Contestado – UnC - Campus Universitário de Mafra.
BANCA AVALIADORA
__________________________________________
Prof. Maristela Povaluk– Coordenadora
__________________________________________
Prof. Mário Fritsch
__________________________________________
Prof. Ms. Sandro César Moreira
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado forças para não desistir da caminhada.
Aos meus pais, meu irmão, que com muito carinho e apoio, não mediram
esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.
Ao professor e orientador Mário Fritsch, por seu apoio, pelo convívio, pela
compreensão e pela amizade, inspiração no amadurecimento dos meus
conhecimentos e conceitos que me levaram a execução e conclusão desta
monografia, muito obrigada!!!
À professora Maristela, pela paciência e incentivo que tornaram possível a
conclusão desta monografia.
A Lenita Kosak, responsável pelo parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa”,
por todo seu apoio, carinho e dedicação.
A todos os professores que contribuíram decisivamente para a minha, e
nossa, formação acadêmica, profissional e pessoal.
Não queria deixar também de mencionar o espírito colaborativo de muitos
colegas, com quem tive todo o prazer em trocar experiências e saberes.
Às colegas profissionais da UnC- Universidade do Contestado/Mafra,
obrigada pelo incentivo e pelas primeiras discussões sobre o assunto estudado
neste trabalho.
E os meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que, direta ou
indiretamente contribuíram para que este trabalho fosse concluído.
Não sei ...se a vida é curta ou longa demais para nós, Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Cora Coralina
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi verificar quais as espécies de Pteridophyta existentes na área delimitada pelas trilhas do Campo Santo e do Graxaim, até a altura da Gruta, localizada dentro do Parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa” sendo está uma unidade de conservação localiza-se na região de Rio Negro, Paraná, situada no segundo planalto Paranaense. Para a execução da pesquisa foi efetuada a caracterização da Floresta, sendo esta Floresta Ombrófila Mista, rica em fauna e flora. Para a execução da pesquisa foram realizadas cinco expedições até o local de coleta, efetuou-se dentro das técnicas, marcações da área, coleta das plantas Pteridophyta. Posteriormente o trabalho foi em laboratório, sendo realizada a herborização e secagem das plantas, no período de fevereiro a agosto de 2007, foram encontradas 20 espécies sendo: as Deparia petersenii; Blechnum glandulosum; Blechnum brasiliense; Cyathea phalerata; Cyathea corcovadensis; Alsophila setosa; Dennstaedtia obtusifolia; Polystichum aculeatum; Polystichum montevidense; Dicksonia sellowiana; Pteris lechleri; Cheilanthes regularis; Pleopeltis pleopeltifolia; Campyloneurum nitidum; Pecluma sicca; Pleopeltis hirsutissima; Microgramma squamulosa; Campyloneurum austrobrasilianum; Serpocaulon catharinae; Vittaria lineata;. Distribuídas em 9 famílias, identificadas através de bibliografia específica. O material coletado está depositado no herbário da Universidade do Contestado – UnC/MAFRA, em Mafra, SC, com duplicatas no herbário da Casa Branca, no próprio Parque Ecoturístico Municipal São Luis de Tolosa, em Rio Negro, PR. Palavra chaves: Pteridophyta - Classificação - Espécie
ABSTRACT
The objective of this research was to verify which the species of Pteridophyta exist in the area defined by "Campo Santo" trails and of "Graxaim", until the height of the Grotto, located inside of the "Ecoturístico Park São Luís de Tolosa" being it an unit of conservation it is located in the area of Rio Negro, Paraná, placed at the second Paranaense plateau. For the execution of the research the characterization of the Forest was made, being this Forest Mixed Ombrófila, rich in fauna and flora. For the execution of the research five expeditions were accomplished until the collection place, it was made inside of the techniques, demarcations of the area, it collects of the plants Pteridophyta. Later the work was in laboratory, being accomplished the herborization and drying of the plants, in the period of February to August of 2007, they were found 20 species being: the Deparia petersenii; Blechnum glandulosum; Blechnum brasiliense; Cyathea phalerata; Cyathea corcovadensis; Alsophila setosa; Dennstaedtia obtusifolia; Polystichum aculeatum; Polystichum montevidense; Dicksonia sellowiana; Pteris lechleri; Cheilanthes regularis; Pleopeltis pleopeltifolia; Campyloneurum nitidum; Pecluma sicca; Hirsute Pleopeltis; Microgramma squamulosa; Campyloneurum austrobrasilianum; Serpocaulon catharinae; Vittaria lineata;. Distributed in 9 families, identified through specific bibliography. The collected material is deposited in the herbarium of the University of Contestado - UnC/MAFRA, in Mafra, SC, with copies in the herbarium of the "Casa Branca", in the own "Ecoturístico Park São Luís de Tolosa", in Rio Negro, PR. Key Words: Pteridophyta - Classification - Species
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Foto da Trilha do Graxaim ........................................................................ 33
Figura 2 – Treliça ...................................................................................................... 34
Figura 3 – Estufa de Botânica ................................................................................... 34
Figura 4 – Foto da exsicata ....................................................................................... 35
Quadro 1 - Táxons listados no Parque Municipal “São Luis de Tolosa” .................... 40
Figura 5 – Deparia petercenii (Kunze) M. Kato ........................................................ 41
Figura 6 – Blechnum glandulosum Kaulf. Ex.Link. ................................................... 41
Figura 7 – Blechnum brasiliense Desv. ................................................................... 41
Figura 8 – Cyathea phalerata Mart ............................................................................ 41
Figura 9 – Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin. .................................................. 43
Figura 10 – Alsophila setosa Kaulf. .......................................................................... 43
Figura 11 – Dennstaedtia obtusifolia (Willd.) T. Moore. ............................................ 43
Figura 12 – Polystichum aculeatum (L.) Roth ex Mert. ............................................. 43
Figura 13 – Polystichum montevidense (spreg.).; Rosenst. .................................... 45
Figura 14 – Dicksonia sellowiana Hook. ................................................................... 45
Figura 15 – Pteris lechleri Mett. ............................................................................... 45
Figura 16 – Cheilanthes regularis Mett. ..................................................................... 45
Figura 17 – Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston. ................................................. 47
Figura 18 – Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl. ........................................... 47
Figura 19 – Pecluma sicca (Lindm.) M.G Price. ...................................................... 47
Figura 20 – Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de La Sota ............................................. 47
Figura 21 – Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota. .................................... 49
Figura 22 – Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de la Sota. ...................... 49
Figura 23 – Serpocaulon catharinae (Langsd. Fisch.) A. R. Sm. ............................. 49
Figura 24 – Vittaria lineata (L.) Sm. ........................................................................... 49
Figura 25 - Mapa fisico da Regiao Sul ...................................................................... 56
Figura 26 – Parque Ambiental “São Luis de Tolosa” ................................................. 57
Figura 27 - Área do parque ....................................................................................... 58
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ................................................................................. 10
1.1 PROBLEMA ........................................................................................................ 10
1.1.1 Abordagem do problema ................................................................................. 10
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 10
1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 10
1.2.2 Objetivos específicos....................................................................................... 11
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 11
CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................... 12
2.1 BOTÂNICA ......................................................................................................... 12
2.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................................................................................. 12
2.3 SISTEMÁTICA .................................................................................................... 13
2.4 PTERIDOPHYTA ................................................................................................ 15
2.4.1 Histórico das Pteridofitas ................................................................................. 16
2.4.2 Anatomia das Pteridófitas ................................................................................ 16
2.4.3 Classificação ................................................................................................... 18
2.4.4 Famílias de Pteridophyta ................................................................................. 21
2.4.5 Metodologia de Coleta das Plantas Pteridophyta ............................................ 23
2.5 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................. 24
2.5.1 Área de Estudo ................................................................................................ 25
2.5.2 Geografia e Geologia ...................................................................................... 29
2.5.3 Geologia do Município ..................................................................................... 29
2.6 CONCEITUÁRIO BÁSICO .................................................................................. 30
CAPÍTULO III - METODOLOGIA ............................................................................. 32
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ...................................................................... 32
3.2 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................... 32
3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS .............................................................. 33
3.3.1 Metodologia de Laboratório ............................................................................. 33
3.3.2 Metodologia da Pesquisa Bibliográfica ............................................................ 35
3.3.3 Metodologia da Pesquisa de Campo ............................................................... 35
3.3.4 Descrição dos métodos e técnicas utilizadas na Pesquisa ............................. 36
3.4 EVIDENCIAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................... 37
3.4.1 Analise dos Resultados ................................................................................... 37
CAPÍTULO IV - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .................. 39
4.1 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................. 39
4.1.1 Fotos das espécies encontradas na trilha do Parque “São Luis de Tolosa” .... 41
4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 51
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 52
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 53
ANEXOS .................................................................................................................. 55
ANEXO A – MAPA FÍSICO DA REGIÃO SUL.......................................................... 56
ANEXO B – Parque Ambiental “São Luis de Tolosa” ............................................... 57
ANEXO C – ÁREA DO PARQUE ............................................................................. 58
ANEXO D – OFÍCIO ................................................................................................. 59
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMA
- Quais as espécies de Pteridophyta existentes em uma área delimitada no
Parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa”?
1.1.1 Abordagem do problema
O grupo vegetal das Pteridophyta é de grande importância na flora brasileira,
representa o segundo maior grupo de plantas, depois das plantas com flores, e se
adapta aos mais variados ecossistemas terrestres e aquáticos.
A importância ecológica das Pteridophyta é inestimável, pois sua participação
é fundamental para o desenvolvimento e estabelecimento de outros grupos vegetais
e animais onde ocorrem.
Este trabalho tem por finalidade contribuir para o levantamento da Pteridoflora
dentro da reserva ambiental do Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de Tolosa”,
em Rio Negro, Paraná. Assim, surge a problemática: Quais as espécies de
Pteridophyta em uma área delimitada, no Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de
Tolosa”, em Rio Negro, Paraná?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Efetuar um levantamento das espécies de Pteridophyta existentes em uma
área limitada no Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de Tolosa”, em Rio Negro,
Paraná.
11
1.2.2 Objetivos específicos
DELIMITAR a área onde será efetuada a coleta das plantas;
TOMAR as coordenadas com GPS na área em estudo;
INVESTIGAR a flora Pteridofítica na área delimitada no Parque;
CARACTERIZAR a área de estudo da Pteridoflora no Parque;
HERBORIZAR as Pteridophyta encontradas na área delimitada;
PREPARAR as exsicatas do material coletado;
CLASSIFICAR as Pteridophyta do local estudado;
IDENTIFICAR as espécies de Pteridophyta na área de estudo;
RELACIONAR as Pteridophyta encontradas na área de estudo segundo
suas famílias e gêneros e, quando possível, segundo suas espécies;
DEPOSITAR o material coletado no herbário da UnC.
1.3 JUSTIFICATIVA
O presente trabalho teve por finalidade identificar as espécies de Pteridófitas,
nos arredores das trilhas do Graxaim, Campo Santo e da Gruta, localizadas dentro
da área do Parque “São Luis da Tolosa”, no município de Rio Negro, PR, pois,
verificou-se que esses locais são mais propícios ao desenvolvimento das
Pteridófitas, tendo característica que teoricamente possa contribuir para isso.
A pesquisadora, ao ver a necessidade de se realizar um trabalho com intuito
de classificar as espécies de Pteridófitas do Parque “São Luis de Tolosa”, então,
propôs-se à realização de uma pesquisa, a fim de identificá-las. Desta forma pode-
se contribuir para a preservação ambiental em geral e para a preservação do grupo
das Pteridophyta em particular.
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CAPÍTULO II
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 BOTÂNICA
Botânica é a ciência que estuda os assuntos principais do que trata, são: a diversidade das espécies e formas que compõem o reino vegetal (Sistemática), as leis que regem a vida e o funcionamento das plantas (fisiologia), a organização e a estrutura dos elementos que compõe a planta (morfologia) (RAWITSCHER, 1979. p. 1).
A palavra “Botânica” provém do grego botane, significando “planta”, sendo
derivada do verbo boskein (“alimentar”). É o estudo científico da vida das plantas,
fungos e algas. Como um campo da biologia, é também muitas vezes referenciado
como a Ciência das Plantas ou Biologia Vegetal. A Botânica abrange uma miríade
de disciplinas científicas que estudam crecimento, reproduçao metabolismo,
desenvolvimento, doenças e evolução da vida das plantas.
Plantas, também chamadas de Embriófitas, são seres vivos fotossintetizantes
que possuem embriões multicelulares envolvidos por material nutritivo de origem
materna (matrotróficos), e estágio sexuado em alguma parte do ciclo de vida.
Distinguem-se dos demais seres vivos mais por seu ciclo de vida do que pela
fotossíntese (algumas espécies são heterotróficas secundárias, sem pigmentos
verdes). São adaptadas basicamente para a vida na terra, e compõe-se de dois
grupos informais: avasculares e vasculares, sendo o último subdividido em plantas
sem e com sementes. As plantas com sementes podem ainda formar ou não flores.
Todas as células das plantas possuem plastídeos que, quando expostos à luz,
podem converter-se em cloroplastos.
2.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Educação Ambiental é um ramo da educação cujo objetivo é a disseminação
do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar na preservação e utilização
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sustentável dos recursos naturais. No Brasil a Educação Ambiental assume uma
perspectiva mais abrangente, não restringindo seu olhar à proteção e uso
sustentável de recursos, mas incorporando fortemente a proposta de construção de
sociedades sustentáveis.
A educação ambiental tenta despertar em todos, a consciência de que o ser
humano é parte do meio ambiente. Ela tenta superar a visão antropocêntrica, que
fez com que o homem se sentisse sempre o centro de tudo esquecendo a
importância da natureza, da qual é parte integrante. Compreende a necessidade
para promover ações organizadas para que a população humana respeite o
ecossistema.
2.3 SISTEMÁTICA
Segundo Raven, Evert, Eichhorn (2001). “A classificação começou com o
naturalista sueco Carolus Linnaeus. Seu objetivo era nomear e descrever todas as
espécies de plantas, animais e minerais”. O nome de cada espécie serve como
referencial, para comparação com outras espécies, mantidas em museu ou herbário
para determinar, se, pertencem ou não à mesma espécie.
Como afirma Barroso et al. (2004. p. 01) “Sistemática Vegetal é a parte da
Botânica que agrupa as plantas dentro de um sistema, analisando suas
características morfológicas internas e externas, suas relações genéticas e suas
afinidades”. A Taxonomia elabora as leis da classificação e a Sistemática cuida da
classificação dos seres vivos. A Sistemática compreende a identificação, a
nomenclatura e a classificação.
Identificação – é a caracterização de uma planta como pertencente a um
táxon já definido e conhecido.
Nomenclatura – é a definição dos nomes das plantas, de acordo com
regras internacionais.
Classificação - ordenação das plantas em um táxon, sendo cada espécie
classificada como membro de um gênero; cada gênero pertence a uma
família, subordinada a uma ordem, cada ordem a uma classe, cada classe
a uma divisão.
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No conceito antigo, Sistemática era uma ciência que se restringia ao estudo de fragmentos de plantas, devidamente etiquetados e conservados em um herbário, baseando-se no estudo morfológico desses espécimes. A sistemática moderna, também chamada Nova Sistemática, tanto estuda o comportamento da planta na natureza como se fundamenta na morfologia e na estrutura anatômica dos vegetais, nos seus caracteres genéticos, na sua ecologia, na sua distribuição geográfica, no estudo de seus antepassados etc., para compreender e estabelecer as verdadeiras afinidades e graus de parentesco existentes entre os diversos grupos de plantas. Lança mão de todas as ciências botânicas para conseguir sem fim, isto é, agrupar os vegetais de acordo com as afinidades verdadeiras. Baseia-se na hipótese de que existem relações genéticas entre as plantas e que os vegetais atuais descendem de outros existentes ou já extintos através de sucessivas gerações. Está fundamentada na suposição de que ocorrera, durante as épocas do desenvolvimento da história da Terra, uma evolução dos caracteres das plantas, encontrando-se elas, hoje em dia, mais aperfeiçoada. (BARROSO, et, al, 2004, p. 18).
As plantas são enquadradas em categorias que indiquem sua afinidade
Sistemática. Cada categoria apresenta um grupo de plantas, sendo que o reino
vegetal compreende várias divisões ou Filos; cada Filo compreende várias Classes;
cada Classe é formada por várias Ordens, cada Ordem for várias Famílias, cada
Família por vários Gêneros e cada Gênero por várias Espécies.
Uma espécie é um conjunto de indivíduos muito semelhantes entre si, com o
mesmo número de cromossomos, e que são potencialmente férteis entre si, mas
estéreis entre organismos de espécies distintas. A nomenclatura de um organismo
em nível de espécie segue normas rígidas, de âmbito universal, contidas no Código
Internacional de Nomenclatura Botânica.
Os nomes aplicados a todas as categorias taxonômicas são latinos. A terminação para o nome das classes é ae. Cada classe subdivide-se em ordens. O nome latino das ordens tem desinência ales. Havia exceções, como Glumiflorae, Contortae, Tubiflorae e Labiatae. Modernamente, o nome das ordens tem de ser derivado do nome de um dos gêneros mais representativos, com a terminação ales. Em alguns casos , as ordens se subdividem em subordens, com a desinência ineae. Uma ordem engloba uma ou mais famílias. A terminação do nome das famílias é aceae. Uma família pode ser constituída por um ou vários gêneros ou pode estar subdividida em subfamílias. Com a desnência oideae. As famílias ou subfamílias subdividem-se em tribos, com a terminação inae. Os gêneros estão subordinados às famílias. O nome genérico é o primeiro das duas palavras que constituem o binômio. São substantivos latinos ou latinizados, sempre no singular e escrito com inicial maiúscula. Um gênero ou subgênero subdivide-se em seções, subseções ou séries ou pode apenas compreender um grupo muito homogêneo de espécies. Espécie é a categoria na qual foi estabelecido o sistema lineano. Categorias abaixo de hierarquia de espécie são categorias infra-específicas. Constituem uma variação da espécie. São elas: subespécie, variedade, subvariedade e forma (BARROSO et. al, 2004. p. 19).
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Há três tipos de sistemas de classificação: o artificial, o natural e o
filogenético.
O sistema artificial, chamado de sistema sexual de Lineu, em qual plantas
muito diferentes eram ordenadas na mesma classe, por terem o mesmo
número de estames.
O sistema natural, primeiramente apresentado por Jussieu, orienta-se pela
afinidade das plantas e de toda a sua organização, considerando o número
de cotilédones, a estrutura das sementes e os demais caracteres
vegetativos e reprodutores.
O sistema filogenético, considera os vegetais atuais como resultantes de
variações genéticas de vegetais ancestrais que viveram em outras eras, e
que evoluíram ao longo do tempo conforme mudaram as condições
ambientais. Baseia-se na teoria da evolução.
2.4 PTERIDOPHYTA
“O termo Pteridófitas é freqüentemente utilizado para designar as plantas
vasculares que se reproduzem por esporos, com marcada alternância de gerações,
sendo á fase de esporófito a dominante” (SCHWARTSBURD, 2006 p. 01).
São plantas vasculares sem sementes, viventes desde o período carbonífero
até o presente. Este grupo vegetal é bem distribuído geograficamente, englobando
uma riqueza de aproximadamente 11.000 espécies; cerca de 1/3 de todas as
espécies de samambaias são epífitas, crescendo sobre troncos de árvores.
As Pteridophyta evoluíram a partir das algas verdes; com a secagem dos rios
as plantas vasculares foram se instalando no ambiente terrestre há
aproximadamente 450 milhões de anos. Segundo Mauseth, citado por Pereira (2003,
p. 19):
A adaptação das algas verdes ao ambiente terrestre iniciou pela secagem de lagos, lagoas, riachos ou corpos de águas marinhas, o que obrigou as algas a desenvolverem estratégias para sobreviver em ambientes deficientes em água. Nessa trajetória evolutiva, observa-se que os organismos aquáticos, ao serem expostos ao ambiente terrestre ou à ausência de água, podem desidratar-se totalmente. Então, para enfrentarem
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essa situação desfavorável e a ela sobreviverem, desenvolveram as capacidades de re-hidratação, reviver e reiniciar o crescimento. Esses fenômenos são observados nas plantas atuais em várias espécies de musgos que, mesmo preservadas como exsicatas em herbário, ao serem re-hidratadas voltam a crescer novamente.
A forma filamentosa ou laminar do talo das algas é favorável para a vida
aquática. As plantas foram evoluindo e criando adaptações importantes para
permanecer no ambiente terrestre: foram aumentando o tamanho do corpo
vegetativo, formando tecidos de condução, - xilema e floema -, sistema radicular,
formando a cutícula e os estômatos, que favorecem a redução de estresse hídrico.
2.4.1 Histórico das Pteridofitas
Segundo Prado (2005) O primeiro estudo com as pteridófitas brasileiras foi
realizado por naturalistas estrangeiros no início do século retrasado. Entre eles
estão: Raddi (1819, 1825), Presl (1822) e Schrader (1824). Posteriormente,
apareceram as importantes contribuições de Spring (1840), Sturm (1859), Baker
(1870) e Kuhn (1884), com a publicação da Flora brasiliensis, de Martius.
Outro autor que muito contribuiu para o conhecimento da nossa flora foi o
Padre Aluísio Sehnem, que publicou quase todas as monografias de pteridófitas da
Flora Ilustrada Catarinense, como segue: Sehnem (1967a, 1967b, 1967c, 1967d,
1968a, 1968b, 1970a, 1970b, 1971, 1972, 1974, 1978, 1979a, 1979b, 1979c, 1979d,
1979e, 1979f, 1979g, 1984).
Recentemente, no Estado de São Paulo, os trabalhos de Windisch (1992),
que tratou as pteridófitas da região norte-ocidental do estado, de Salino (1993, 1996)
e Simabukuro et al. (1994), que estudaram o grupo na região central do estado e,
ainda, de Prado & Labiak (no prelo), que realizaram o levantamento das pteridófitas
do Maciço da Estação Ecológica da Juréia, no leste do estado.
2.4.2 Anatomia das Pteridófitas
De acordo com Raven, Evert e Eichhorn, (2001):
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O tecido vascular primário – xilema primário e floema primário – e, em algumas plantas vasculares uma coluna central de tecido fundamental, conhecido como medula, que constitui o cilindro central, ou o estelo, do caule e da raiz no corpo primário da planta.
São reconhecidos vários tipos de estelo, entre eles:
Protostelo – consiste em um cilindro sólido de tecido vascular em que o
floema ou circunda o xilema ou está difuso dentro dele. Este é o tipo de estelo
encontrado na maioria das plantas.
Sifonostelo – caracterizado por uma medula central circundada por um
tecido vascular. O floema forma-se na parte externa do cilindro do xilema ou em
ambos os lados. No sifonostelo das samambaias, a saída do cordão vascular a partir
do caule em direção as folhas, geralmente é marcado por lacunas. Estas lacunas
são preenchidas por células parenquimáticas, que ocorrem dentro e fora do tecido
vascular do sinfonostelo.
Eustelo – um estelo no qual os tecidos vasculares primários estão
organizados em feixes isolados em torno da medula, típico de Gymnospermae e
Angiospermae.
Estudos comparativos de plantas vasculares sugerem que os fósseis das
plantas com sementes evoluíram diretamente de um protostelo.
Raízes – considerando as informações do registro fóssil, as raízes devem ter
surgido da parte mais inferior, evidentemente subterrânea do eixo das plantas
vasculares primitivas; as raízes são estruturas simples, parecendo ter características
que não estão presentes nos caules das plantas modernas.
Folhas– principais apêndices laterais do caule, apresentam tamanhos e
formas variados. A sua estrutura começa a partir do primórdio foliar do meristema
apical e do sistema caulinar; existem dois tipos distintos de folhas: micrófilos e
megáfilos.
Micrófilos – são geralmente folhas pequenas, apresentando um único feixe
vascular e associadas a caules com protostelo; possuem traços foliares associados
com lacunas, e exibindo apenas uma nervura em cada folha.
Megáfilos - são maiores que os microfilos e estão associados com caules
que possuem ou sifonostelos ou eustelos; os traços foliares que partem deles para o
megáfilos estão associados com lacunas foliares e traços foliares.
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2.4.3 Classificação
Os grupos Rhyniophyta, Zosterophyllophyta e Trimerophytophyta, tornaram-
se extintos há 360 milhões de anos atrás. Além destes filos, um quarto filo de plantas
vasculares sem sementes, - o Progymnospermophyta, poderia ter sido um ancestral
das plantas com sementes, gimnospermas e angiospermas. Os quatro filos que
possuem representantes atuais são: Psilotophyta, Lycophyta, Sphenophyta e
Pterophyta.
Filo Rhyniophyta: neste grupo as plantas não eram diferenciadas em raízes,
caules ou folhas e também eram homosporadas.
Filo Zosterophyllophyta: não apresentavam folhas, eram dicotomicamente
ramificadas, só os mais superiores possuía estômatos, e os esporângios globosos
eram formados lateralmente em pedicelo curto. As Zosterophyllophyta foram os
ancestrais da Lycophyta.
Filo Trimerophyta: apareceram no período Devoniano Inferior, há 395
milhões de anos atrás, tornando-se extintas cerca de 20 milhões de anos depois,
tendo existido apenas por um período de curto tempo.
As trimerófitas careciam de folhas; portanto, a ramificação era mais complexa,
com o eixo principal formando sistemas; eram homosporadas e alguns dos seus
ramos terminavam em esporângio.
Filo Lycophyta: possuem micrófilos, sendo este tipo de folha altamente
característico do filo Lycophyta. Elas estavam entre as plantas das florestas que
formaram as jazidas de carvão, - “Plantas do período carbonífero”.
Os Licopódios pertencem à família Licopodiaceae, e estendem-se das regiões
árticas até os trópicos, muitas das quais pertencem ao gênero Phlegmariurus; por
serem epífitas, raramente são vistas, sendo que em regiões temperadas formam
tapetes, podendo ser evidentes nos solos das florestas.
A maioria dos gêneros das Lycopodiaceae possui um rizoma ramificado
surgindo ramos aéreos e raízes. Os microfilos são espiraladamente aparecendo
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opostos ou verticais; são homosporadas, os esporos ocorrem individualmente na
superfície dos micrófilos férteis são denominados com esporófilos, sendo que nas
folhas modificadas contém os esporângios.
Após a germinação, os esporos de Lycopodiaceae dão origem a gametófitos bissexuados que, dependendo do gênero, ou são massa irregularmente lobadas, verdes (Lycopodiella, Palhinhaea e Pseudolycopodiella entre os gêneros que ocorrem nos Estados Unidos e Canadá) ou estruturas micorrízicas (Diphasiastrum, Huperzia, Lycopodium e Phlegmariurus estão entre os gêneros que ocorrem nos Estados Unidos e Canadá). O desenvolvimento e a maturação dos arquegônios e anterídios em um gametófito de Lycopodiaceae pode levar de 6 até 15 anos, e seus gametófitos podem ainda produzir uma série de esporófitos em sucessivos arquegônios enquanto continuarem a crescer. Apesar do fato dos gametófitos serem bissexuados, é sabido que, em pelo menos algumas espécies de Lycophyta as taxas de autofecundação são muito baixas. Os gametófitos destas espécies geralmente realizam fecundação cruzada. (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2001, p. 425).
Filo Psilotophyta: inclui dois gêneros atuais, Psilotum e Tmesipteris.
Psilotum, ocorre nos Estados Unidos, Abalama, Arizona, Florada, Havaí,
Louisiana, Carolina do Norte e Texas, e é uma planta invasora; não apresenta raiz
nem folha. O esporófilo consiste consiste em porção aérea dicotomicamente
ramificado, com apêndice em forma de escama, é homosporado, os esporos são
produzidos em esporângio.
Tmesipteris, cresce como epífita sobre as samambaias, e em fendas de
rocha.
Filo Sphenophyta: estão representados por um único gênero herbáceo, com
15 espécies, como Equisetum, conhecida como cavalinha, comum em locais úmidos;
o caule é conspicuamente articulado, as folhas são em forma de escamas ou ramos,
surgem no nó da planta, o caule aéreo surge do rizoma subterrâneo; é
homosporada, os esporângios são formados em grupos, ao longo das margens em
forma de guarda-chuva; os gametófitos são verdes e de vida livre; gametófitos que
atinge a maturidade de três a cinco semanas, são bissexuados ou masculinos.
A evolução, a partir do tipo primitivo de esporófito das Filicíneas, arrastou alterações na forma externa, na estrutura interna e nos caracteres dos esporângios. Houve também, sem dúvida, alterações no gametófito, mas estas podem ser inferidas, visto serem desconhecidos os gametófitos dos Pteridófitos fósseis. Uma comparação de caracteres supostos primitivos e derivados fornece um meio de se determinarem as tendências evolutivas gerais dentro da divisão. Ao empregar estes vários caracteres para
20
estabelecimento de relações filogenéticas entre os fetos atuais, deve-se ter presente que algumas das características tidas como primitivas, como a nervação do limbo, podem ter aparecido por redução de um tipo mais evoluído, em vez da persistência de um tipo ancestral primitivo. Quando consideradas como um topo, as que se seguem contam-se entre as tendências evolutivas gerais dos fetos (SMITH, 1955, p. 260).
O cilindro central do caule é um cilindro vascular protostélico mais primitivo
que os solenostélico e o protoxilema exarco é mais primitivo do que o mesarco.
O limbo foliar durante a evolução implicou um avanço de ramificação
dicotômica para a monopódica ou pínula.
As folhas primordiais; as principais folhas formadas por esporófito. As
estruturas e deiscência do esporângio é um anel do lado do esporângio e
determinado uma deiscência longitudinal.
A produção esporal são esporângios que produz esporos. A diferenciação dos
esporos é heterosporia encontrada em pequeno número de gênero, sendo a
homosporia característica da maioria dos gêneros desse Filo.
Filo Pterophyta: Compreende os vegetais vasculares com folhas e raízes
verdadeiras; podedo ser simples ou ter sua lâmina dividida em folíolos. Existe
Samambaias de folhas inteiras como a Lygodium, samambaias trepadeiras,
arbóreas como a Cyathea. As Pterophytas possuem um ciclo de vida com
alternância heteromórfica de geração: o gametófito e o esporófito, que possuem vida
independente.
“As Samambaias podem ser classificadas como Eusporangiadas ou
Leptosporangiadas” (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2001, p. 434).
Esta distinção é importante para o entendimento das afinidades entre as
plantas vasculares.
Eusporângio: origina-se de uma célula parental superficial ou inicial. Cada
esporângio desenvolve uma parede com duas ou mais camadas de
espessura; os eusporângios são maiores que os leptosporângios.
Leptosporâgio: origina-se de uma única célula inicial, primeiro produz um
pedicelo e uma cápsula, e cada leptosporângio dá origem a um número
pequeno de esporos.
A maioria das samambaias são homosporadas, sendo as únicas plantas sem
21
sementes que possuem megáfilo bem desenvolvido, a fronde (folhas) é composta
sendo a lâmina é dividida em folíolos ou pinas, que ficam presas na raque.
Na maioria das samambaias, as folhas são enroladas chamando-se de
báculo; essa característica protege as extremidades das folhas embrionárias durante
o desenvolvimento. Os soros são constituídos em várias formas, como: linhas ou
pontos, manchas amarelas, laranjas, castanhas ou pretas sobre a superfície inferior
da fronde (folha). Os soros podem ser ou não cobertos pelo indúsio, salientando
que, os soros depois de maduro secam, para dispersar seus esporos.
2.4.4 Famílias de Pteridophyta
De acordo Sehnem e Aloysio (1970).
Família Aspleniaceae
Fetos terrestres de tamanho pequeno; rizoma rasteiro a ereto; frondes
simples ou composta, veias livres anastomosadas; soros alongados com indúsio
presos na vênula; esporângio pedicelado com anel longitudinal.
Área de dispersão; são mais ou menos, 700 espécies no mundo inteiro.
Gênero: Asplenium.
Família Cyatheaceae
Fetos arborescentes com tronco escamoso ou piloso; algumas frondes são
enormes e compostas; soros redondos dorsais ou terminais; indúsio globoso;
pedicelo dos esporângios curto; anel oblíquo interrompido na lateral; esporo
tetraédricos.
Divisão da Família
a) Dicksonieae – soros na ponta das nervuras; indúsio com a valva do bordo
da folha formado invólucro dos soros. Anel do estômio de células delgadas.
b) Cyatheaceae – soros dorsais ou na bifurcação das veias laterais; indúsio
ínfero ou ausente, ciatiforme ou ausente.
c) Protocyatheeae – soros dorsais; frondes enormes quadripinadas.
22
Família Polipodiáceas
Epífitas e terrestres; rizoma rasteiro, as vezes ascendente, coberto de
escamas; pecíolo articulado; frondes simples ou pinadas de textura firme, poliosa,
glabras ou cobertas de escamas; venação livre ou reticulada; soros redondos ou
alongados, ao longo das veias; esporângios pedunculados, unilaterais com anel
longitudinal; esporos bilaterais.
Área de dispersão: espalhados por toda a erra especialmente nos trópicos. A
Phlebodium e Campyloneuron existem na América. Eupolypodium e Goniophebium
são numerosos no Neotrópicos. Pleopeltis predomina em Paleotrópicos orientais.
Observação; Esta família compreende varias subfamílias sendo por vários
autores, são desmembrados em famílias autônomas.
Gênero: Cochlidium e Polypodium.
Família Vittariaceae
Epífita, de rizoma rasteiro; escamas clatradas; fronde simples intera ou
fendida no ápice; venação reticulada; soros alongados, junto às veias, ou pequenos
e redondos, sobre o parênquima (num gênero), sem indúsio, geralmente com
paráfises; anel do esporângio longitudinal.
Gênero: Vittaria** Smith
Área de dispersão; 80 espécies espalhadas pelas regiões quentes do mundo.
Família Blechnaceae
Fetos terrestres, alguma vezes escandentes; o rizoma é rasteiro e ereto,
forma tronco revestido de escamas; pecíolos não são articulados; folhas pequenas,
grandes, simples, pinatífidas ou pinadas; veias livres e furcadas contendo uma série
única de anastomose de cada lado, veia paralela aposta porta o soro linear; indúsio
linear abre para o lado a costa; os esporângios tem anel longitudinal e são bilaterais.
Área de dispersão; Hemisfério Austral, Norte, sobretudo nos paleotrópicos.
Gêneros: Salpichlaena, Blechnum e Stenochlaena.
Família Pteridacea
Fetos terrestres com rizoma rasteiro; frondes são simples ou pinadas; soros
marginais protegidos com indúsio; anel longitudinal; esporos abrindo por fenda
transversal; esporos quase sempre tetraédricos.
23
Gêneros: Orthiopteris, Saccoloma, Dennstaedtia, Microlepia, Lindsaya,
Stenoloma, Pteridium, Hypolepis, Cheilanthes, Nothochlaena, Adiantopsis,
Gymnogramma, Anogramma, Pityrogramma, Trismeria, Hemionitis, Gymnopteris,
Histiopteris, Pteris, Doryopteris, Adiantum, Acrostichum.
Família Dennstaedtiaceae
Terrestres ou epífitas. Caule curto de decumbente a ereto, com escamas e/ou
tricomas. Frondes fasciculadas, monomorfas, pecíolo contínuo com o caule; soros
marginais ou sobre as terminações das nervuras, arredondados, alongados ou
lineares; indúsio em forma de taça ou bolsa, ou; esporângios longo-pedicelados;
esporos monoletes ou triletes, sem clorofila.
É uma família composta de 20 gêneros e 175 espécies. (PRADO, 2005).
Família Dryopteridaceae
Caule ereto ou decumbente, com escamas; folhas inteiras usualmente
pinadas; pecíolo sem estípulas; soros arredondados; indúsio presente; esporos
todos iguais.
Área de dispersão: ocorre nas Américas.
Gêneros: Polybotria, Bolbitis, Elaphoglossum, Cystopteris, Diplazium,
Athyrium, Rumohra, Tectaria, Polystichum, Didymochlaena, Dryopteris.
2.4.5 Metodologia de Coleta das Plantas Pteridophyta
A metodologia de coleta e o preparo de exsicatas necessita de detalhes
peculiares de cada táxon, com o maior número possível de estruturas com interesse
Taxonômico.
A coleta de plantas Pteritófitas foi efetuada com a folha inteira; quando o
material é muito pequeno, coleta-se a planta completa. É fundamental para a
classificação ter a planta toda representada, com folhas férteis e outras estéreis. Em
algumas espécies, ocorre dimorfismo entre as folhas.
Detalhes importantes durante a classificação das plantas Pteridófitas, é na
observação das estruturas, como o tamanho e formato de frondes (folhas), pinas,
24
báculo, raque, rizoma, tricomas, escamas, espinhos, raiz, soros, indúsio.
Durante a coleta, é importante, a observação e anotação do local:
Onde a planta foi coletada, tipo de floresta, ambiente, habitat onde a planta
cresce.
Hábito do esporófito, se cresce isolado ou em grupos.
Altura da planta, diâmetro do caule.
Durante a coleta de campo registra-se o número da coleta, data e local e as
coordenadas geográficas.
Depois de efetuada a coleta, o material foi acondicionado entre jornal e folhas
de papelão canaliculado e depois de prensado, a desidratação é efetuada em estufa.
Os espécimes foram herborizados segundo as técnicas usuais para plantas
vasculares, e identificados a partir de bibliografia específica para cada grupo.
Contamos também com a inestimável contribuição do Dr. Paulo Henrique Labiak
Evangelista, especialista em Pteridófitas, professor e pesquisador da UFPR, que
identificou ou confirmou a determinação de algumas das espécies encontradas.
2.5 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo, está localizada dentro da zona urbana no município de Rio
Negro, Paraná, onde está situado o Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de
Tolosa”. Esta área está sediada no mesmo local onde funcionava o Seminário
Seráfico “São Luiz de Tolosa” até o ano de 1970.
O histórico do Seminário começa com o Colégio Seráfico Santo Antonio que foi fundado pelo bispo Amando Bahlmann, em Blumenau, superior dos missionários franciscanos, vindo em 1891 da província Santa Cruz, da Saxônia, para rejuvenescer as províncias franciscanas brasileiras que estavam agonizando (KOZAK, 2000, p. 150).
Em Blumenau, SC, funcionava o “Collegio Seraphico Santo Antonio”, que está
em atividade até os dias de hoje, e que foi fundado pelos padres franciscanos vindos
da Alemanha, região da Saxônia.
25
Pelo motivo da cidade de Rio Negro, apresentar cruzamento entre as linhas
férreas, facilitando a comunicação entre vários pontos do país, além do clima ser
semelhante ao da Saxônia, acolheu as instalações de outro estabelecimento,
chamado de Seminário Seráfico “São Luis de Tolosa”. O início das obras foi no ano
de 1918, com a chegada dos Padres Franciscanos ao Sítio dos Rauen, para a
inauguração do Seminário Seráfico São Luís de Tolosa, em 1923.
A vida religiosa daquela comunidade evoluiu muito. As transações comerciais
foram favorecidas pelos padres que realmente trouxeram novo impulso aos
negócios. Com a inauguração do Seminário, a belíssima capela foi franqueada aos
serviços religiosos da comunidade do Sítio. O Collégio Serahico escreveu sua
história até a década de 70, onde encerrou suas atividades.
Em 28 de abril de 1997, pelo Decreto n° 022/97 e pela administração da
Prefeitura, foi criado o Parque Ecoturístico Municipal “São Luiz de Tolosa”, onde
atualmente também funciona a Prefeitura Municipal de Rio Negro.
A antiga Casa Branca usada pelos franciscanos como casa de hóspedes foi
recuperada e passou a abrigar o Centro Ambiental, denominado Centro Ambiental
Casa Branca, voltado a desenvolver pesquisas científicas da flora e fauna local,
oferecer informações na área ambiental e desenvolver atividades para integração da
comunidade com os recursos naturais do parque. Através do Centro Ambiental Casa
Branca são realizados diversos trabalhos como, por exemplo, o levantamento
florístico e o zoneamento vegetal; sob sua supervisão, está em andamento o Plano
de Manejo do Parque, e muitas atividades ambientais com as escolas e com a
comunidade são desenvolvidas; um grupo de monitores de trilhas interpretativas é
continuamente capacitado, e auxilia no acompanhamento ao grande número de
visitantes que procuram o Parque e nas aulas de Educação Ambiental procuradas
pelas escolas e pela comunidade, que ali buscam lazer ou enriquecimento cultural.
2.5.1 Área de Estudo
O Parque Municipal “São Luis de Tolosa” é uma Unidade de Conservação.
Segundo a lei 9.985, de 18 de Julho de 2002 define:
“[...] Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC),
26
estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de
conservação” (BRASIL, 2006, p. 969).
I - Unidade de Conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação, e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. II - Conservação da natureza, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. VII – Manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas.
O Parque apresenta uma área aproximada de 53,85 hectares. Trata-se de
uma mata conservada, possuindo um importante fragmento da Floresta Ombrófila
Mista (FOM), sendo rica em espécies de epífitas, como orquídeas, bromélias,
musgos e samambaias.
Esta mesma lei define como sendo parte integrante da Mata Atlântica e das
seguintes formações florestais nativas 11.428 de 22 de dezembro de 2006.
Art. 1º A conservação, a proteção, a regeneração e a utilização do Bioma
Mata Atlântica, patrimônio nacional, observarão o que estabelece esta Lei, bem
como a legislação ambiental vigente, em especial a Lei no 4.771, de 15 de setembro
de 1965.
Art. 2º Para os efeitos desta lei, consideram-se integrantes do Bioma Mata
Atlântica, as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas associados, com
as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE, conforme o regulamento:
[...] Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Decidual, bem como o manguezais, as vegetações de restingas, campos e altitudes, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste (BRASIL, 2006, p. 536).
Parágrafo único: Somente os remanescentes de vegetação nativa no estágio
primário e nos estágios secundário inicial, médio e avançado de regeneração, na
área de abrangência definida no caput deste artigo, o uso e conservação regulados
27
por esta Lei.
A região do entorno do Parque, a Zona de Amortecimento, possui vários
remanescentes da floresta nativa, podendo formar corredores da biodiversidade, e
sendo considerável a preservação desta área para garantir a manutenção da
biodiversidade local e regional.
A lei nº 9.985/2000 art.2º - XVIII define zona de amortecimento como:
“Zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as
atividades humanas estão sujeitas à normas e restrições específicas, com o
propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade”. (BRASIL, 2007. p.
970).
Esta Lei estabelece as normas para uso e ocupação do solo no entorno do
Parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa”, a Zona de Amortecimento. As condições
gerais dessa zona de amortecimento são boas, apresentando um estágio médio de
regeneração, com vegetação secundária.
No ano de 1980, alguns Botânicos estudaram a flora da região de Mafra e Rio
Negro. Nos anos de 1950 e 1960, Pe. Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein
pesquisaram a região de Mafra, assim como o botânico Gert Hatschbach o fez em
Rio Negro.
Essas outrora extensas áreas de Floresta Ombrófila Mista que recobriam o planalto sul-brasileiro eram entrecortadas por manchas de campos naturais remanescentes das alterações climáticas ocorridas durante o Quaternário. As florestas primitivas que constituíam as regiões cobertas pela araucária são também chamadas de „matas pretas‟, conforme descritas por Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein, em „Araucariaceae – Flora Ilustrada Catarinense‟ (1996). (MEDEIROS et. al. 2004)
Na área em que está situada o Parque Municipal “São Luis de Tolosa”, na
época em que funcionava o antigo Seminário Seráfico, o Frei Miguel Witt, professor
de Ciências Naturais, montou o chamado Botânico Frei Veloso, onde havia um
herbário; após o fechamento da sede em 1970, o acervo desse herbário foi enviado
ao Seminário Santo Antônio, em Agudos, SP, aos cuidados de Frei Gregório
Johnscher. No ano de 2003 o acervo foi resgatado e novamente trazido para Rio
Negro, e está mantido no herbário do Centro Ambiental Casa Branca.
O herbário é composto por exsicatas produzidas pelo Frei Miguel durante a
década de 1940, detém valor histórico para o município, pois o material auxilia no
conhecimento das espécies ocorrentes na época e comparação às existentes hoje a
28
região.
O Parque compreende uma área que sofreu por 70 anos as intervenções
antrópicas em sua área total; houve grande alteração da floresta primitiva pelas
práticas de pastoreio e cultivo de lavouras, implantação de reflorestamento e
pomares, e devido ao abandono durante alguns anos após a saída dos padres. Para
a solução deste problema foi efetuado o plano de manejo do parque.
Plano de Manejo é um projeto dinâmico que determina o zoneamento de uma unidade de conservação, caracterizando cada uma de suas zonas e propondo seu desenvolvimento físico, de acordo com suas finalidades. Estabelece, desta forma, diretrizes básicas para o manejo da Unidade (PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO NEGRO, 2004, p. 1).
O Município de Rio Negro está na região de localização e caracterização da
floresta com araucárias, que se estende pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul.
A Floresta com Araucária ou Floresta Ombrófila Mista apresenta em sua composição florística espécies de lauráceas como a imbuia (Ocotea porosa), o sassafrás (Ocotea odorifera), a canela-lageana (Ocotea pulchella), além de diversas espécies conhecidas por canelas. Merecem destaque também a erva-mate (Ilex paraguariensis) e a caúna (Ilex theezans), entre outras aqüifoliáceas. Diversas espécies de leguminosas (jacarandá, caviúna e monjoleiro) e mirtáceas (sete-capotes, guabiroba, pitanga) também são abundantes na floresta com araucária, associadas também à coníferas como o pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii). Encontram-se também freqüentemente rutáceas (pau-marfim – Balfourodendron riedelianum), euforbiáceas (tapexingüí – Croton sp.), solanáceas (fumo bravo – Solanum verbascifolium), urticáceas (Boehmeria sp. e Urera sp.), além de muitas outras espécies vegetais, arbustos, lianas e ervas (FLORESTA OMBRÓFILA MISTA, 2007, p. 01).
Esse bioma possui uma grande riqueza de epífitas vasculares, bromélias,
orquídeas, pteridófitas, piperáceas e outras.
As florestas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são
caracterizadas pelo predomínio da Araucaria angustifólia, o pinheiro do Paraná, que
chega a responder por mais de 40% dos indivíduos arbóreos existentes no
ecossistema. Segundo dados do meio ambiente (2000), em nosso país a floresta
com araucária recobre apenas 5% da área original.
A Floresta Ombrófila possui um ecossistema que acolhe uma grande
variedade de espécies, sendo algumas endêmicas. A Floresta sendo dominada pela
Araucaria angustifólia, tem um desenho exclusivo. Também é dominada por
29
variedades como a canela, a imbuia, a erva-mata e o xaxim.
2.5.2 Geografia e Geologia
O Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de Tolosa” situa-se no Município
de Rio Negro, PR, próximo à BR 116 (Lat. 26º 25‟ 50” ao Sul; Long. 49º 47‟ 30” a
Oeste). O acesso ao município pode ser feito pela rodovia BR-116, asfaltada e em
regular estado de conservação (Anexo A).
O clima ocorrente na região é o Cfb – temperatura média, clima mesotérmico
úmido. A temperatura média anual das máximas é 23 ºC e das mínimas anual é
12ºC.
2.5.3 Geologia do Município
O município de Rio Negro é formado predominante por unidades
sedimentares da Bacia do Paraná, por rochas do Grupo Itararé e por diabásios da
formação da Serra Geral.
No local do Parque Ecoturístico “São Luis de Tolosa” não há estudos, sobre o
solo; contudo, citam-se aqui dados sobre o Município de Rio Negro obtidos da
EMBRAPA (1998).
O Grupo Itararé compreende, na bacia do Paraná, todos os sedimentos de
origem glacial e periglacial relacionados ao Carbonífero Superior e Perminiano
inferior.
O solo do município é classificado como Cambissolo, que compreende solos
minerais bastante heterogêneos, tanto na cor quanto na espessura e textura.
30
2.6 CONCEITUÁRIO BÁSICO
CUTÍCULA: Em anatomia, diz-se da camada amorfa da material graxo,
cutina, mais ou menos impermeável á água, localizada sobre a parede externa das
células da epiderme. (PEREIRA, 2003, p.146)
ECOLOGIA: “E o estudo das relações dos seres vivos uns com os outros e
destes com o seu Ambiente” (MOLEN, 1981, p. 4).
ECOSSISTEMA: “É uma unidade natural de partes vivas e não vivas”. As
duas partes influenciam-se (MOLEN, 1981, p.4).
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: São processos por meio dos quais, o indivíduo e
a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, essencial à qualidade de vida e sua sustentabilidade” (Lei nº 9795, de 27
de abril de 1999. Art.1).
ESPORÓFITO: No ciclo reprodutivo dos criptógamos vasculares, é a geração
mais representativa; planta diplóide e que produz esporos. (PEREIRA, 2003, p.146)
GAMETÓFITO: Geração do ciclo reprodutivo em que as células são haplóides
e reproduzirão gametângio e gametas. (PEREIRA, 2003, p.146)
HERBÁRIO: Local onde são depositadas as exsicatas das espécies vegetais,
com número de registro, identificação botânica, local e data de coleta, entre outros
dados. (PEREIRA, 2003, p.146)
MEGASPORÂNGIO: Denominação dada ao esporângio que produz
megasporos. (PEREIRA, 2003, p.146)
MEGÁSPORO: Denominação dada aos esporos de pteridófita que são
grandes em relação aos micrósporos, presentes no mesmo esporófilo. (PEREIRA,
31
2003, p.146)
MICRÓSPORO: Denominação dada ao esporo de Pteridófita, pequeno em
relação ao megásporo, presente ao mesmo esporófito. (PEREIRA, 2003, p.146)
32
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Esta pesquisa caracterizou-se primeiramente como bibliográfica e
posteriormente uma pesquisa de campo, através de herborização e classificação.
Utilizou-se o método qualitativo, e a chave para classificação usada foi a da Flora
Ilustrada Catarinense.
3.1.2 TIPO DE PESQUISA
- Tipo de Projeto = Levantamento
- Tipo de Projeto = Campo
- Gênero da Pesquisa = Mecanicista
3.2 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA
LOCAL: Rio Negro, PR
UNIVERSO: Espécies de Pteridophyta do Parque Ecoturístico “São Luis de
Tolosa”
AMOSTRA: Plantas Pteridophyta em área delimitada dos arredores das trilhas
do Graxaim, Campo Santo e da Gruta.
33
3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS
Durante o trabalho a pesquisadora efetuou medição, marcação, expedições
de coleta, registro de dados na ficha de coleta, desidratação das plantas em estufa,
montagem das exsicatas; para os estudos taxonômicos, valeu-se de chaves
artificiais contidas na bibliografia, que é escassa no Brasil, e recorreu à ajuda de
especialista da área, o Dr. Paulo Henrique Labiak Evangelista, da Universidade
Federal do Paraná.
3.3.1 Metodologia de Laboratório
ÁREA DO LOCAL DE COLETA
Figura 1 – Foto da Trilha do Graxaim Fonte: Pesquisadora (2006)
34
MONTAGEM DAS TRELIÇAS NO LABORATÓRIO
Figura 2 – Treliça Fonte: Pesquisadora (2006)
SECAGEM DAS PLANTAS NA ESTUFA
Figura 3 – Estufa de Botânica Fonte: Pesquisadora (2006)
35
FOTO DAS EXSICATA
Figura 4 – Foto da exsicata Fonte: Pesquisadora (2006)
3.3.2 Metodologia da Pesquisa Bibliográfica
Para realização da pesquisa bibliográfica foram efetuados levantamentos de
dados e consultas em documentos, internet, revistas e livros que tratem do tema.
3.3.3 Metodologia da Pesquisa de Campo
a) Escolha do tema;
b) Escolha do local;
c) Escolha da amostragem;
d) Contato com a diretora da instituição;
e) Encaminhamento do ofício;
f) Escolha da área onde de coleta das plantas;
g) Coordenadas com GPS na área em estudo;
h) Investigação da flora Pteridofítica na área;
36
i) Caracterização da área de estudo da Pteridoflora no Parque;
j) Herborização das Pteridophyta;
k) Montagem das exsicatas do material coletado;
l) Classificação das Pteridophyta do local estudado;
m) Identificação das espécies de Pteridophyta na área de estudo;
f) Análise de dados;
g) Elaboração do relatório.
3.3.4 Descrição dos métodos e técnicas utilizadas na Pesquisa
Segundo Pereira (2003), a metodologia de coleta e preparo das exsicatas de
pteridófitas necessita que sejam atendidos detalhes peculiares, visando obter
amostra com o maior número possível de estruturas com valor taxonômico.
As coletas foram de folhas férteis e de folhas estéreis;
Quando os espécimes são pequenos (folhas com cerca de 50 cm), devem
ser coletadas raízes e caules com folhas e postos espécimes inteiros nas
exsicatas;
Os espécimes para coleta devem ter, preferencialmente, três folhas, uma
das quais deve ser fértil;
Observação importante na coleta é a presença de indúsio e o estágio de
desenvolvimento dos soros;
Pteridófitas com folhas grandes, como a Dicksoniaceae e Cyatheaceae:
Cortou-se um pedaço de aproximadamente 35 cm do pecíolo, retirado bem
junto ao caule, preservando a sua base e as escamas, pelo valor
taxonômico. Pecíolos grossos podem ser cortados ao meio, originando
duas exsicatas.
Durante a coleta foram efetuadas anotações em ficha de coleta, contendo os
seguintes dados:
Ecológicos: sobre o ambiente (se a planta é umbrófila ou heliófita); o habitat
(tipo de formação vegetal onde a planta foi coletada: tipo de floresta, substrato, onde
37
a planta cresce, se é epífita, terrestre, aquática, pantanoso, etc.); a topologia (terreno
ondulado, plano, etc.).
Hábito do esporófito: como o espécime cresceu, se estava isolado ou em
grupos, tamanho e forma da folha.
Presença de ou espinhos na base do pecíolo; observando folhas jovens,
adultas e velhas.
3.4 EVIDENCIAÇÃO DOS RESULTADOS
Após o trabalho de coleta e preparo das exsicatas foi efetuada a classificação
de cada planta, e anotado na etiqueta junto à exsicata.
A classificação foi efetuada com o auxilio de microscópio estereoscópio, e
microscópio óptico, para observar características da planta como: tipo de raiz,
rizoma, formato das folhas, nervuras, se há ou não indúsio, escamas, espinhos,
acúleo, báculo, etc.
Para chegar á família, gênero e espécie foram utilizados a chave de
classificação da Flora Pteridofítica, a Flora Ilustrada Catarinense, do Pe. Aloysio
Sehnem.
Por falta de literatura sobre Pteridófitas no Brasil, houve uma grande
dificuldade para determinar as espécies. Devido a este fato a acadêmica recorreu ao
um especialista da Universidade Federal do Paraná.
3.4.1 Analise dos Resultados
Comparando os dados deste trabalho com os da dissertação de Mestrado de
Pedro Bond Schwartsburd, sobre a pteridoflora do Parque Estadual de Vila Velha,
em Ponta Grossa, PR, verificou-se que cerca de 80 % das espécies coletadas em
Rio Negro são comuns a ambos os parques. Isso é próprio das pteridófitas, pois sua
dispersão se faz pelo vento e, assim, os esporos muito pequenos e leves podem ser
levados a grandes distâncias e conquistar muitos ambientes. Deparia petersenii
38
(Kunze) M. Kato, por exemplo, é citada por Schwartsburd (2006) como espécie
exótica e invasora, de origem extra-Americana, mas de ocorrência espontânea em
várias regiões do continente americano.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) coloca a Dicksonia sellowiana (Hook), família Dicksoniaceae, entre as
espécies em risco de extinção; ela ocorre em ambos os parques.
A coleta e descrição de espécies feita para atender aos propósitos deste
trabalho foi apenas representativa; certamente que, ao se estender a pesquisa para
o âmbito da área total do Parque Seráfico, o número de espécies aumentará muito
e, com isso, poderão ser feitas análises mais acuradas sobre a semelhança entre
estas duas pteridofloras e as de outras áreas.
No presente trabalho, foram descritas 20 espécies de pteridófitas coletadas
na área definida nos objetivos, todas identificadas com auxílio de chaves artificiais
encontradas na escassa bibliografia ou com auxílio de especialista no grupo, - o Dr.
Paulo Henrique Labiak Evangelista, da UFPR. As exsicatas estão armazenadas no
Herbário da UnC/MAFRA, em Mafra, SC, com duplicatas no Herbário do Centro
Ambiental Casa Branca, no próprio Parque Seráfico.
39
CAPÍTULO IV
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 TRATAMENTO DOS DADOS
Os dados obtidos foram organizados através coleta, classificação e
identificação taxonômica sobre as exsicatas, para a evidenciação dos resultados
com maior clareza e objetividade, para posteriormente fazer a confecção de
exsicatas para o herbário da UnC/MAFRA e duplicatas para permuta com outros
herbários.
40
Família Espécie
Aspleniaceae Deparia petersenii (Kunze) M. Kato
Blechnaceae Blechnum glandulosum Kaulf ex.Link
Blechnaceae Blechnum brasiliense Desv.
Cyatheaceae Cyathea phalerata Mart
Cyatheaceae Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin
Cyatheaceae Alsophila setosa Kaulf
Dennstaedtiaceae Dennstaedtia obtusifolia (Willd.) T. Moore
Dryopteridaceae Polystichum aculeatum (L.) Roth ex Mert.
Dryopteridaceae Polystichum montevidense (spreg.) Rosenst.
Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana Hook.
Pteridaceae Pteris lechleri Mett.
Pteridaceae Cheilanthes regularis Mett
Polypodiaceae Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston
Polypodiaceae Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl
Polypodiaceae Pecluma sicca (Lindm.) M.G Price
Polypodiaceae Pleopeltis hirsutissima
(Raddi) de La Sota
Polypodiaceae Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota
Polypodiaceae Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de
la Sota
Polypodiaceae Serpocaulon catharinae (Langsd. Fisch.) A. R.
Sm
Vittariaceae Vittaria lineata (L.) Sm
Quadro 1 - Táxons listados no Parque Municipal “São Luis de Tolosa”
41
4.1.1 Fotos das espécies encontradas na trilha do Parque “São Luis de Tolosa”
Figura 5 – Deparia petercenii (Kunze) M. Kato.; Figura 6 – Blechnum glandulosum Kaulf. Ex.Link.; Figura 7 – Blechnum brasiliense Desv. Figura 8 – Cyathea phalerata Mart
42
Deparia petersenii (Kunze) M. Kato
Caule longo-reptante. Lâmina 1-pinado-pinatissecta, com a base truncada;
par de pinas proximais reflexo e mais largo que os demais; raque com escamas
lineares com a margem lisa; raque, costa e nervuras com tricomas ctenitóides em
ambas as faces.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 5)
Blechnum glandulosum Kaulf ex.Link
Rizoma ascendente, no alto revestido de escamas lanceoladas, ferrugíneo-
clara; Pecíolos fasciculados; Lâminas lanceolada-acuminadas, pinatissectas com
pêlos glandulares; soros estreitos próximos à costa, indúsios lineares.
Literatura consultada: Sehnem, Aloysio (1970) (Figura 6)
Blechnum brasiliense Desv.
Caule ereto, arborescente, com até mais de 1 m comprimento. Frondes
monomorfas; escamas da base do pecíolo, lineares, negras, com mais de 2,5 cm
comprimento; lâmina gradualmente reduzida na base, com pinas basais
arredondadas.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 7)
Cyathea phalerata Mart.
Caule arborescente, com até 5 m comprimento, com bases peciolares
persistentes (cicatrizes foliares não evidentes). Base do pecíolo com espinhos, com
escamas com 3-4 cm comprimento; raque com espinhos; pínulas pinatissectas;
nervuras secundárias predominantemente furcadas; soros sem indúsio.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 8)
43
Figura 9 – Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin.; Figura 10 – Alsophila setosa Kaulf.; Figura 11 – Dennstaedtia obtusifolia (Willd.) T. Moore.; Figura 12 – Polystichum aculeatum (L.) Roth ex Mert.
44
Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin,
Caule arborescente, com até 3,5 m comprimento; bases peciolares
persistentes (cicatrizes foliares não evidentes). Base do pecíolo com espinhos; raque
inerme; lâmina 2-pinada; pina apical articulada à raque; pínulas inteiras a levemente
pinatilobadas (raramente); nervuras secundárias paralelas entre si, simples; soros
sem indúsio.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 9)
Alsophila setosa Kaulf.
Caule arborescente, com até 10 m comprimento; bases peciolares
persistentes (cicatrizes foliares não evidentes). Base do pecíolo com espinhos
negros, clorofiladas, com expansões laminares, com escamas lineares com várias
setas nigrescentes (apical e laterais); pínulas com o ápice cuneado; nervuras
secundárias predominantemente furcadas; soros com indúsio hemitelóide.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 10)
Dennstaedtia obtusifolia (Willd.) T. Moore
Caule longo-reptante, indiviso, com tricomas esparsos a glabrescentes. Base
do pecíolo com gemas produzindo caules secundários; lâmina 2-pinado-pinatissecta,
com os segmentos pinatífidos, com tricomas ctnitóides, principalmente nas regiões
vasculares; pinas com gemas dormentes no ápice; soros arredondados, nutridos por
apenas uma nervura.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 11)
Polystichum aculeatum (L.) Roth ex Mert.
Escamas na base do pecíolo marrom-escuras; pínulas articuladas, obtusas e
aculeoladas, mais ou menos abundantes; os esporos são escuros.
Literatura consultada: Sehnem, Aloysio (1970)
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 12)
45
Figura 13 – Polystichum montevidense (spreg.).; Rosenst. Figura 14 – Dicksonia sellowiana Hook.; Figura 15 – Pteris lechleri Mett.;Figura 16 – Cheilanthes regularis Mett.
46
Polystichum montevidense (Spreng.) Rosenst., Hedwigia
Caule ereto ou decumbente; escamas do caule lineares, torcidas, ruivas.
Frondes monomorfas; escamas da base do pecíolo ovadas, castanho-escuras a
negras, chatas; lâmina 2-pinada; pínulas com projeções espinulosas na margem;
soros sem indúsio.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 13)
Dicksonia sellowiana Hook.
Caule arborescente, formado por um emaranhado massivo de raízes. Base do
pecíolo com tricomas pluricelulares lineares; lâmina 2-pinado-pinatissecta a 3-
pinada. Material Examinado: 07/I/2004, Labiak & Schwartsburd 3050 (UPCB).
Cabe ressaltar que Dicksonia sellowiana é uma espécie considerada em
perigo de extinção pela Portaria 37-N (03/IV/1992) do IBAMA (1992). Isto reforça
ainda mais a importância desta Unidade de Conservação no que se refere à
proteção das espécies nativas nela encontradas.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 14)
Pteris lechleri Mett.
Caule ereto ou decumbente. Lâmina 1-pinado-pinatissecta (não raro o par
basal furcado), com pina apical conforme (ápice pinatissecto), conspicuamente
pilosa (tricomas pluricelulares, linear-septados); nervuras anastomosadas.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 15)
Cheilanthes regularis Mett
Não existe nenhum artigo publicado, sobre esta espécie no Brasil, esta foi
devidamente classificada por um especialista em Pteridofitas, o Dr. Paulo Henrique
Labiak Evangelista, da UFPR. (Figura 16)
47
Figura 17 – Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston.; Figura 18 – Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl.; Figura 19 – Pecluma sicca (Lindm.) M.G Price.; Figura 20 – Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de La Sota
48
Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston
Caule curto-reptante, delgado ou crasso, com 2,5 - 6 mm diâmetro. Frondes
férteis com 10 - 19 cm de comprimento e 4 - 11 cm de largura; lâmina com a base
não reduzida, pinatissecta, com os segmentos oblíquos (marcadamente voltadas
para o ápice), densamente coberta por escamas ovais ou levemente deltóides, curto-
acuminadas.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 17)
Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl
Caule compacto, curto-reptante, com as frondes relativamente imbricadas.
Frondes férteis com 23-75 cm de comprimento e 1,8 - 6 cm de largura; pecíolo
menor que 1/6 o tamanho da lâmina; lâmina coriácea, glabra, formando nervuras
laterais principais definidas, evidentes, paralelas entre si, oblíquas à costa e retas
(um pouco flexuosas em indivíduos menores); venação cirtoflebóide; soros em duas
séries entre duas nervuras primárias adjacentes, sobre vênulas livres, incluídas nas
anastomoses (2 vênulas por aréola).
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 18)
Pecluma sicca (Lindm.) M.G Price
Caule curto-reptante, comumente ascendente, delgado, com 1-4 mm de
diâmetro, estolonífero. Frondes férteis com 9,5-36 cm de comprimento e 2-4,5 cm de
largura; lâmina gradualmente reduzida na base; pinas basais auriculiformes; pinas
medianas perpendiculares à raque, com aproximadamente 1-2 mm de largura;
nervuras simples.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 19)
Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de La Sota
Revestida de escamas semelhante às do rizoma; lâminas lanceoladas ou
linear-lanceoladas, atenuadas para os dois extremos, coriáceas; pinas linear-
oblongas ou linear-lanceolada. Nervuras invisíveis, revestidas de escamas e de cor
esbranquiçada. Soros cercados de escamas, aproximadamente a costa. Esporos
49
são escuríssimos.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 20)
Figura 21 – Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota.;Figura 22 – Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de la Sota.;Figura 23 – Serpocaulon catharinae (Langsd. Fisch.) A. R. Sm.; Figura 24 – Vittaria lineata (L.) Sm.
50
Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota
Caule longo-reptante; escamas do caule com a margem inteira ou ciliada.
Frondes dimorfas. Frondes estéreis com 5-12 cm de comprimento e 1,1-1,8 cm de
largura; costa com escamas deltóides ou lanceoladas, largas, peltadas, com a
margem ciliada; costa e tecido laminar eventualmente com escamas aracnóides;
nervuras anastomosadas; aréolas costais principais com 1-5 aréolas e 1-3 vênulas
livres inclusas. Frondes férteis mais longas e mais estreitas que as estéreis.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 21)
Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de la Sota
Caule delgado, longo-reptante. Frondes férteis com 18-32 cm de comprimento
e 2-10 mm de largura; pecíolo menor que 1/8 o tamanho da lâmina; lâmina coriácea,
glabra, não formando nervuras laterais principais; venação cirtoflebóide; soros sobre
as vênulas livres, inclusas às anastomoses (1 vênula por aréola).
Literatura consultada: Sehnem 1970 (Flora Ilustrada de Santa Catarina)
(Figura 22)
Serpocaulon catharinae (Langsd. Fisch.) A. R. Sm
Planta epífita, caule curto, frondes monomorfas, nervuras anastomosadas
com terminação livre, soros arredondados próximos à costa.
Literatura consultada: Sehnem, Aloysio (1970) (Figura 23)
Vittaria lineata (L.) Sm
Frondes férteis variando de 8-70 cm de comprimento e 1,5-3 mm de largura;
lâmina simples, linear; soros únicos em cada lado da costa e paralelos a ela,
lineares, submarginais, ao longo de quase toda a lâmina, com paráfises.
Literatura consultada: Schwartsburd (2006) (Figura 24)
51
4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Com a comparação da dissertação de mestrado de Pedro Bond Schwartsburd
sobre o trabalho de Pteridófitas do Parque Estadual de Vila Velha, e com as
espécies encontradas no Parque Ecoturistico “São Luis de Tolosa”. Destas duas
áreas, 80% das espécies são iguais. Concluindo que a composição florística de
floresta Ombrófila Mista do Parque de Vila Velha é a mesma do Parque “São Luis de
Tolosa” na comparação das floras, á Deparia petersenii (Kunze) M. Kato. De acordo
com Schwartsburd (2006) são consideradas espécies exóticas invasoras, de origem
extra-Americana, mas com ocorrência espontânea em regiões deste continente.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) na Lista de espécies em extinção, encontra-se o
Xaxim da família Dicksoniaceae, Dicsonia sellowiana, espécie também encontrada
no parque Ecoturistico “São Luis de Tolosa”.
52
CONCLUSÃO
Esta pesquisa pretendeu trabalhar com plantas da Flora Pteridofítica na área
delimitada pelas Trilhas da Gruta, Campo Santo e do Graxaim, até a altura da Gruta,
dentro do Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de Tolosa”, em Rio Negro, PR.
Primeiramente foi feito o reconhecimento da área e sua caracterização como
Floresta Ombrófila Mista; posteriormente a área foi demarcada com os quatro pontos
de referência que permitem a definição do seu perímetro e calculada a área, através
de geoprocessamento, representando aproximadamente 10.700 m².
Foram feitas cinco expedições ao local para herborização, de fevereiro a
agosto de 2007. As plantas coletadas foram preparadas no Laboratório de Biologia
da UnC/MAFRA e arranjadas conforme as técnicas de preparação de exsicatas;
depois, foram analisadas para proceder à sua classificação, com uso das chaves
artificiais trazidas na FIC – Flora Ilustrada Catarinense. Não há literatura atualizada
sobre Sistemática de Pteridophyta no Brasil, o que trouxe grandes dificuldades no
desenvolvimento da pesquisa, razão pela qual a acadêmica recorreu ao especialista
no assunto, na Universidade Federal do Paraná.
Diante dos resultados conclui-se que há uma grande diversidade na
pteridoflora na área do Parque Ecoturístico, que precisa ser conhecida e protegida, e
que os estudos neste sentido merecem ser aprofundados e continuados. Verificou-
se que todas as espécies coletadas são endêmicas, à exceção de uma, - a Deparia
petersenii, que é exótica, e merecendo atenção, ainda, a Dicksonia sellowiana, que
está ameaçada.
O desenvolvimento deste trabalho foi de grande valor para atender às
expectativas da administração do Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de
Tolosa”, contribuindo no conhecimento e manejo da mata, como também enriqueceu
grandemente à acadêmica, que nele encontrou oportunidade inigualável de atuar em
pesquisa biológica aplicada.
A mesma área ainda reserva grandes oportunidades de desenvolvimento de
pesquisas desta categoria, abordando fungos, briófitas, gramíneas, orquídeas,
bromélias, e as inúmeras espécies de gimnospermas e angiospermas que
constituem aquele ecossistema.
53
REFERÊNCIAS
BARROS, Adi Jesus da Silva, LEHFELD A. S Neide. Fundamentos de metodologia cientifica São Paulo; Pearson, 2000.
BARROS, Adi Jesus da Silva; LEHFELD A. S Neide. Fundamentos de metodologia Cientifica São Paulo: Pearson, 2000.
BRAGA, Benedito, et al. Introdução a Engenharia Ambiental.São Paulo: Pearson, 2006.
EMBRAPA. Levantamento do Reconhecimento dos Solos do Estado de Santa Catarina. [Brasília]: EMBRAPA, 1998.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
GOOGLE MAPS BRASIL. Parque ambiental São Luis de Tolosa. Disponível em: <
http://maps.google.com.br/maps?utm_campaign=pt_BR&utm_source=pt_BR-ha-latam-pt_BR-bk-gm&utm_medium=ha&utm_term=google%20maps>. Acesso em: 24 out. 2007.
IBAMA. Espécies em extinção. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br>. Acesso em: 24 out. 2007
IBAMA: Espécies em extinção. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br>. Acesso em: 24 out. 2007.
JOLY, Aylthon Brandão. Introdução á taxonomia vagetal. 13. ed. São Paulo Ed. Nacional. 2002.
KOZAK, L.T. A flora do Parque Ecoturístico Municipal São Luis de Tolosa. Mafra: UnC, 2000. Monografia (Especialização) – Universidade do Contestado, 2000.
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia: desequilíbrio ambiental 7.ed. São Paulo: Ática, 2001.
PEREIRA, Antõnio Batista. Introdução ao estudo das pteridófitas. 2.ed. Canoas: Ed. da Ulbra, 2003.
PRADO, Jefferson. Flora da Reserva Ducke, Amazônia, Brasil: Pteridophyta – Dennstaedtiaceae. Rodriguésia, São Paulo, v. 56, n. 86, p. 43-48, 2005.
54
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO NEGRO. Plano de Manejo do Parque Ecoturístico Municipal São Luís de Tolosa. Rio Negro, PR, 2004.
PRIMAVESI, Ana. Manejo Ecológico do Solo São Paulo: Nobel, 2002.
RAVEN, Peter et al. Biologia Vegetal. 6.ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2001.
SCHWARTSBURD, Pedro Bond. Pteridófitas do Parque Estadual de Vila Velha, Paraná, Brasil, 2006.
SEHNEM, Aloysio. Ciateáceas. Itajaí: [s.n.], 1967
______. Aspidiáceas. Itajaí: [s.n.], 1967
______. Aspleniáceas. Itajaí: [s.n.], 1967
______. Blecnáceas. Itajaí: [s.n.], 1967
______. Chave para as Famílias de Pteridófios da Região Sul do Brasil. Itajaí: [s.n.], 1967
______. Polipodiáceas. Itajaí: [s.n.], 1967
______. Pteridáceas. Itajaí: [s.n.], 1967
______. Vitariáceas. Itajaí: [s.n.], 1967
WIKIPÉDIA. Mapa de Santa Catarina Rio grande do Sul e Paraná. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Mapa_fisico_da_Regiao_Sul.gif>. Acesso em: 24 out. 2007
55
ANEXOS
56
ANEXO A – MAPA FÍSICO DA REGIÃO SUL
Figura 25 - Mapa fisico da Regiao Sul Fonte: Rio Negro (2006)
57
ANEXO B – Parque Ambiental “São Luis de Tolosa”
Figura 26 – Parque Ambiental “São Luis de Tolosa” Fonte: Google Maps Brasil, 2007
58
ANEXO C – ÁREA DO PARQUE
Figura 27 - Área do parque Fonte Prefeitura Municipal de Rio Negro, 2004.
59
ANEXO D – OFÍCIO