Floresta Amazônica

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CENTRO PAULA SOUZA ETEC CUBATÃO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE A FLORESTA AMAZÔNICA Luiz Fernando Santos de Moura Raquel Fernanda de Jesus Pinho Renan Maciel Alves Sabrina dos Santos Lucena Cubatão 2011

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Page 1: Floresta Amazônica

CENTRO PAULA SOUZA

ETEC CUBATÃO

TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE

A FLORESTA AMAZÔNICA

Luiz Fernando Santos de Moura

Raquel Fernanda de Jesus Pinho

Renan Maciel Alves

Sabrina dos Santos Lucena

Cubatão

2011

Page 2: Floresta Amazônica

Luiz Fernando Santos de Moura, 25

Raquel Fernanda de Jesus Pinho, 41

Renan Maciel Alves, 32

Sabrina dos Santos Lucena, 34

A FLORESTA AMAZÔNICA

Prof. André C. F. Vicente

Cubatão

2011

Page 3: Floresta Amazônica

“A Amazônia é, sim, fundamental ao equilíbrio climático

do planeta. Pode-se compará-la a um rim,

atuando como regulador de diversas funções vitais.

Intervenções mal planejadas certamente provocarão mudanças

ambientais em escala mundial, cujas consequências

são difíceis de conceber.”

(JAMES LOVEJOCK)

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Resumo

A Amazônica está localizada na parte noroeste da América do Sul. É a maior floresta

tropical do mundo com uma área total de aproximadamente 7 milhões de km², abri-

gando a maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia do Rio Amazonas. O rio Ama-

zonas é o maior rio do mundo em extensão e volume, possuindo a maior foz do

mundo. Com um clima bastante variável, é um berço para inúmeras espécies de

animais e plantas, sendo o local com maior biodiversidade do planeta. Porém, vem

sofrendo uma grande devastação por parte do homem, como queimadas, a explora-

ção extrativista excessiva, o trafico ilegal de animais e a caça predatória, podendo

extinguir a floresta e toda essa biodiversidade que ela abriga.

Palavras-chave: Floresta Amazônica, Bacia do Rio Amazonas, biodiversidade, de-

vastação, exploração extrativista.

Abstract

The Amazon forest is located in the northwestern part of South America is the largest

rainforest in the world with a total area of approximately 7 million km ², housing

the world's largest river, the Amazon Basin. The Amazon River is the longest river in

the world in size and volume, having the largest estuary in the world. With a highly

variable climate, is a cradle for many species of animals and plants, making it the

largest biodiversity on the planet. However, has suffered a great destruction by hu-

mans, such as fires, excessive extractive exploitation, illegal traffick-

ing and poaching of animals, and can extinguish the forest and all

the biodiversity within it.

Keywords: Amazon rainforest, Amazon Basin, biodiversity, deforestation, exploita-

tion, extraction.

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Lista de Tabelas

TABELA 1 - TIPOS DE VEGETAÇÃO DA AMAZÔNIA ................................................................................ 13

Lista de Ilustração

FIGURA 1 - DIAGRAMA DA RECICLAGEM DA ÁGUA NA AMAZÔNIA ............................................................. 11

FIGURA 2 - BACIA HIDROGRÁFICA AMAZÔNICA.................................................................................... 17

FIGURA 3 - V ITÓRIA RÉGIA .............................................................................................................. 22

FIGURA 4 – SERINGUEIRA ............................................................................................................... 23

FIGURA 5 - CASTANHEIRA-DO-PARÁ ................................................................................................. 25

FIGURA 6 - MOGNO ........................................................................................................................ 26

FIGURA 7 - CERAMBICÍDEO-GIGANTE ................................................................................................ 29

FIGURA 8 - P IRARUCU .................................................................................................................... 31

FIGURA 9 - PEIXE-SERRA ................................................................................................................ 32

FIGURA 10 - SUCURI-VERDE ........................................................................................................... 33

FIGURA 11 - JACARÉ-AÇU ............................................................................................................... 34

FIGURA 12 - TARTARUGA-DO-AMAZONAS .......................................................................................... 35

FIGURA 13 - GAVIÃO-REAL .............................................................................................................. 36

FIGURA 14 - PEIXE-BOI-DA-AMAZÔNIA............................................................................................... 38

FIGURA 15 - ONÇA-PINTADA ............................................................................................................ 40

FIGURA 16 - ARIRANHA................................................................................................................... 41

FIGURA 17 - ARARA-AZUL-GRANDE .................................................................................................. 42

FIGURA 18 - GATO-DO-MATO .......................................................................................................... 43

FIGURA 19 - MACACO-ARANHA-PRETO .............................................................................................. 44

FIGURA 20 - DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA ..................................................................... 46

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Sumário

Introdução................................................................................................................................8

1. O Nascimento da Amazônia........................................................................................9

2. Aspectos Físicos e Geográficos............................................................................. 10

2.1. Clima ....................................................................................................................... 10

2.2. Vegetação .............................................................................................................. 12

2.2.1. Os tipos de vegetação da Amazônia no Brasil ............................................ 12

2.2.1.1. As Matas de Várzea ................................................................................. 13

2.2.1.2. As Matas de Igapó .................................................................................... 14

2.2.1.3. As Matas de Terra Firme ......................................................................... 14

2.2.1.4. As Áreas de Transição ............................................................................. 14

2.2.1.5. As Florestas Secundárias ........................................................................ 15

2.3. Solo ......................................................................................................................... 15

2.4. Relevo ..................................................................................................................... 16

3. A Bacia Hidrográfica do rio Amazonas................................................................. 17

4. A Flora............................................................................................................................ 20

4.1. Plantas Aquáticas da Amazônia ......................................................................... 21

4.1.1. Victoria amazônica............................................................................................ 22

4.2. Plantas Terrestres da Amazônia ........................................................................ 23

4.2.1. Hevea brasiliensis ............................................................................................. 23

4.3. Ameaças a Flora Amazônica .............................................................................. 24

4.3.1. Bertholletia excelsa........................................................................................... 24

4.3.2. Swietenia macrophylla ..................................................................................... 25

5. A Fauna.......................................................................................................................... 27

5.1. A diversidade dos invertebrados ........................................................................ 28

5.1.1. Titanusgiganteus ............................................................................................... 29

5.2. A diversidade dos ambientes aquáticos............................................................ 30

5.2.1. Arapaima gigas.................................................................................................. 30

5.2.2. Pristis pectinata ................................................................................................. 31

5.3. A diversidade de anfíbios e répteis .................................................................... 32

Page 7: Floresta Amazônica

5.3.1. Eunectes murinus ............................................................................................. 33

5.3.2. Melanosuchus niger.......................................................................................... 34

5.3.3. Podocnemis expansa ....................................................................................... 34

5.4. A diversidade das Aves........................................................................................ 35

5.4.1. Harpia harpyja ................................................................................................... 36

5.5. A diversidade dos Mamíferos.............................................................................. 37

5.5.1. Trichechus inunguis .......................................................................................... 38

5.5.2. Panthera onca ................................................................................................... 39

5.5.3. Pteronura brasiliensis ................................................................................... 40

5.6. Animais Ameaçados de Extinção ....................................................................... 41

5.6.1. Anodorhynchus hyacinthinus .......................................................................... 42

5.6.2. Leopardus tigrinus ............................................................................................ 43

5.6.3. Ateles paniscus ................................................................................................. 43

6. Ameaças à Floresta .................................................................................................... 45

6.1. Desmatamento ...................................................................................................... 45

6.1.1. A extensão e o Índice de Desmatamento ..................................................... 45

6.1.2. Causas de Desmatamento .............................................................................. 47

6.2. Queimadas ............................................................................................................. 47

6.3. Construção de Hidrelétricas ................................................................................ 48

6.4. O Comércio Ilegal de Animais Silvestres e a Biopirataria .............................. 49

6.5. A Pesca Predatória ............................................................................................... 50

Conclusão ............................................................................................................................. 52

Bibliografia ........................................................................................................................... 53

Apêndices ............................................................................................................................. 56

Apêndice A - Animais Ameaçados de Extinção na Amazônia .................................. 56

Apêndice B - Peixes e invertebrados aquáticos ameaçados de extinção ............... 58

Apêndice C - Plantas Ameaçadas de Extinção............................................................ 59

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Introdução

A Floresta Amazônica se situa na América do Sul, fazendo parte dos territórios de

Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e

Brasil. Sendo a maior floresta tropical do mundo e contendo a maior biodiversidade

do mundo, Sua formação precisou de vários processos geográficos e climáticos, que

possibilitaram a existência de seres vivos no local. Com uma grande variação de

clima e de vegetação, Possui a maior Bacia Hidrográfica do mundo, a bacia do Rio

Amazonas, que também é a maior reserva de água doce do mundo. Com uma gran-

de biodiversidade em sua fauna e sua flora, sofre muito com as ameaças que o ho-

mem causa à floresta, como o desmatamento excessivo, a caça ilegal aos animais,

que causou em extinções precoces de animais e deixou vários animais quase extin-

tos.

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1. O Nascimento da Amazônia

Do ponto de vista da história geológica da Terra, a formação da floresta Amazônica

é extremamente recente. As condições para que exista uma floresta tropical úmida

só surgiu a seis milhões de anos atrás. E não foram somente fatores climáticos e as

relações entre as espécies, mas também processos geológicos que mudaram a for-

ma do ambiente e resultou no estabelecimento de uma grande biodiversidade.

De acordo com as informações já obtidas sobre a Amazônia, mostram que nem

sempre a floresta esteve ali. Há mais de vinte milhões de anos atrás, a Amazônia

era um uma área com o clima árido, portanto não tinha umidade suficiente para su-

portar uma floresta tropical. Mas entre 24 e 12 milhões de anos atrás, o mar pene-

trava e regredia na região, mudando as características da região com o tempo.

Um dos fatores geológicos, provavelmente o mais importante para o surgimento da

floresta Amazônica foi a formação da Cordilheira dos Andes. As primeiras mudanças

que permitiram a formação da floresta amazônica foram induzidas por eventos geo-

lógicos como o soerguimento da cordilheira dos Andes, há 12 milhões de anos.

Apenas os fatores regionais relacionados a mudanças climáticas não seriam sufici-

entes para influenciar os processos de seleção, diferenciação e extinção de espé-

cies.

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2. Aspectos Físicos e Geográficos

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, com aproximadamente7

milhões de km². No Brasil se encontram 3,64 milhões de km² dessa floresta sem

contar as zonas de transição; se somado às zonas de transição, seu total será de

4,24 milhões de km², correspondendo assim a 49% de todo o território brasileiro.

Porém, vale lembrar que o homem degradou 650 mil km² -- mais de 20% da área

total amazônica.

2.1. Clima

O clima da Amazônia não é uniforme, apresentando grandes variações. Em algumas

regiões é típico de savana (cerrado), com uma estação seca longa e bem definida, e

baixa umidade relativa do ar, como na transição entre Amazônia e semiárido; em

outras é super-úmido e praticamente sem estação seca, como nas encostas dos

Andes. Até as imagens de satélite são capazes de detectar mudanças na vegetação

das florestas, com menos folhas na época da seca.

A floresta amazônica encontra-se em estado que os ecólogos denominam “clímax”.

Nele, a energia é reciclada localmente, ou seja, a complexa cadeia alimentar envol-

vendo vegetais e animais reaproveita tudo. Esse estado se caracteriza pela absor-

ção de energia pelas cadeias alimentares no reino vegetal e animal, e nele, o ciclo

da água, vinda do mar pelos ares à terra coberta de floresta e voltando da floresta

pela superfície fluvial ao mar eterno (ver Figura 1).

A grande quantidade de chuvas transforma a Amazônia na maior bacia hidrográfica

do planeta. Sua distribuição, porém, não é uniforme, nem em termos de áreas geo-

gráficas, nem de períodos definidos de seca e cheia, não sendo difícil que num mês

chova até o dobro do que no mesmo período do ano anterior.

Na Amazônia estão os maiores índices médios de chuvas do continente americano:

8 mil mm/ano ( uma coluna de 8 m de chuva por ano) nos sopés dos Andes, no Peru

e no equador. Ali se diz que há a estação de chuva e a de diluvio. No Brasil, os mai-

ores índices estão no noroeste do Amazonas, na região conhecida como “Cabeça

do Cachorro” (3600 mm/ano) e na costa do Amapá (3200 mm/ano).

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Figura 1 - Diagrama da reciclagem da água na Amazônia

Fonte: Meirelles, 2006,O livro de ouro da Amazônia: . Rio de Janeiro: Ediouro.

Cerca de 20% das chuvas caem em forma de aguaceiros (tempestades). Uma única

chuva, de algumas horas, pode representar 200 mm. Um aguaceiro significa cerca

de 1 mm/minuto. O impacto decorrente de uma tempestade desse tipo é 40 vezes

superior ao de uma chuva forte em uma zona temperada. Isso demonstra o potencial

para a erosão do solo se ele estiver exposto diretamente às chuvas.

A Amazônia é cortada pela linha do Equador que passa praticamente onde está o rio

Amazonas, com isso a região acima do tropico apresenta as estações do ano opos-

tas às da região abaixo deste, enquanto na Venezuela, Colômbia e Guianas e nos

estados de Roraima, Amapá e na parte norte do Amazonas é ‘inverno’ (período chu-

voso), em parte do Peru, Bolívia e nos estados brasileiros ao sul do Amazonas, é

‘verão’ (período seco).

Uma das principais características da Amazônia é a constância das temperaturas. A

umidade alta é um dos principais responsáveis por isso, pois, ao absorver os raios

infravermelhos emitidos pela superfície, a umidade não permite grandes e drásticas

variações. A média anula está entre 26°C na estação chuvosa e 27,5°C na estação

seca, uma variação média anual inferior a 2°C. Ao longo do dia a diferença entre a

temperatura mais alta e a mais baixa chega a 10°C. Em zonas secas como os de-

sertos e regiões semiáridas, em função da baixa umidade, as diferenças entre as

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altas temperaturas durante o dia e as da noite podem chegar a mais de 30°C, muitas

vezes superiores às da floresta tropical.

2.2. Vegetação

De maneira geral, nas florestas de terra firme, classificadas como ombrófilas, densas

ou abertas, as árvores são 50% mais altas do que nas florestas temperadas. Como

as variações entre o período seco e chuvoso são pequenas e a umidade mantém-se

relativamente alta, a maioria das árvores não perde folhas. Em função dessas altas

umidades as florestas densas dificilmente sofrem com as queimadas em seu estado

natural.

As grandes árvores da Amazônia cujas copas estão no dossel da floresta (dossel: é

o estrato superior das florestas, que ao que tudo indica guarda as maiores biodiver-

sidades do planeta, contendo, segundo estimativas, até 65% das formas de vida das

florestas tropicais, onde atinge de 30 a 60 m de altura). Numa grande árvore podem-

se encontrar mais de cem espécies de samambaias, bromélias, cactos, aráceas e

outras formas de vida vegetal. Só de orquídeas já foram encontradas, numa única

árvore do Sudeste Asiático, mais de 50 espécies.

Para se proteger das tempestades com ventos muito fortes, que superam os

100km/h, muitas árvores do dossel da floresta possuem sistemas de troncos que se

abrem próximos ao solo (como se fossem as asas laterais) ou raízes tabulares para

garantir sua estabilidade (as sapopemas), é o caso da samaumeira (Ceiba penta-

dra), da figueira branca (Ficusdoliarius).

Os ventos são os maiores responsáveis são os maiores responsáveis pela queda

das grandes árvores.

2.2.1. Os tipos de vegetação da Amazônia no Brasil

O IBGE identifica no bioma amazônico do Brasil 70 tipos de vegetação não alteradas

pelo homem e 6 tipos alteradas pelo homem. Há 7 grandes tipos de vegetação: as

campinaranas, as florestas estacionais deciduais, florestas ombrófilas abertas, for-

mações pioneiras com influencia fluvial ou marinha, florestas ombrófilas densas, re-

fúgios montanos, savanas amazônicas (ver na Tabela 1). Essas formas de vegeta-

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ção apresentam- se de varias maneiras, dependendo do clima, da formação geoló-

gica, do relevo, do solo, da hidrografia, e de outros fatores naturais.

Tabela 1 - Tipos de Vegetação da Amazônia

Tipos de vegetação

% s/ Amazônia

Sinônimos

Campinaranas 4,10

Florestas Estacionais Deciduais ou

Semideciduais

4,67 Mata Seca

Florestas Ombrófilas abertas 25,48

Formações pioneiras com influencia

fluvial e/ou marinha

1,7

Florestas Ombrófilas densas 53,63

Refúgios Montanos 0,029 Tepui

Savanas Amazônicas 6,07 Cerrado

Outras formas de vegetação 4,15

Fonte: Meirelles, 2006,O livro de ouro da Amazônia: . Rio de Janeiro: Ediouro.

A primeira conclusão é de que 83,78% da vegetação amazônica no Brasil é compos-

ta por formações florestais. Outra visão importante é sobre as áreas inundadas. ‘’A

terra firme’’ cobre a maioria da Amazônia – 96%. Menos de 4% da região é inundada

de forma permanente ou temporária.

2.2.1.1. As Matas de Várzea

As várzeas da bacia amazônica representam mais de 180 mil km², área pouco me-

nor do que a do Estado do Paraná ou o dobro da de Portugal. Elas resultam de de-

zenas de milhares de anos de deposição de sedimentos que se acumularam nos

fundos dos rios. Na Amazônia os ciclos são de chuva (inverno) e seca (verão). Du-

rante as secas as várzeas são alagadas, e a água do rio carrega grande quantidade

de matéria orgânica para as matas e os campos. A deposição é lenta e ocorre no

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momento em que a água para de invadir os espaços inundáveis, e seu nível começa

a baixar. A várzea forma-se em áreas planas e pode ser dividida em altas e baixas.

2.2.1.2. As Matas de Igapó

As matas de igapó: nos rios de água escura como o Negro, o Urubu e o Uatumã (no

Amazonas), as áreas de florestas inundadas são chamadas de igapós, sua vegeta-

ção permanece verde, com folhas largas, e as árvores maiores atingem 20 m. Há

grande quantidade de cipós e epífitas, e diversas plantas apresentam raízes que as

ajudam a respirar.

2.2.1.3. As Matas de Terra Firme

As matas de terra firme: as florestas que não estão sujeitas à inundação represen-

tam no Brasil mais de quatro quintos da cobertura vegetal da região. A maior parte

das árvores não perdem folhas na estação seca, algumas delas, no entanto o fazem,

os estudos indicam que as espécies de árvores variam bastante de região pra regi-

ão, poucas árvores são comuns a toda região amazônica.

2.2.1.4. As Áreas de Transição

No Brasil, a Amazônia faz divisa com o bioma do cerrado, ao sul, e do semiárido

brasileiro (caatinga), a leste. O ecótono Cerrado-Amazônia representa 4,85% do pa-

ís.

No Brasil as áreas de transição são as que mais sofreram com a ação do homem. O

Ibama aponta que foi desmatado mais de 60% desse bioma, que praticamente coin-

cide com o “arco do desmatamento da Amazônia brasileira”. A grande preocupação

se relaciona ao fato de nesse ecótono estar a maior concentração de matas secas

do Brasil. A situação do ecótono Caatinga-Amazônia é também critica, pois também

coincide com parte do arco do desmatamento, embora, esteja menos devastado.

Este representa cerca de 1,7% do país.

Fora do Brasil, a Amazônia faz divisa ao norte, na Venezuela, com a zona dos Lla-

nos (formação savanica similar ao cerrado). A sudoeste, na Bolívia, também há for-

mações savanicas, os Llanos da Bolívia. A oeste está a cordilheira dos Andes e a

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15

região de transição para as florestas submontanas. É importante lembrar que essas

áreas de transição são de grandes dimensões, e as mudanças de vegetação, em

geral, ocorrem de maneira lenta.

2.2.1.5. As Florestas Secundárias

Devido à existência de mais de 60 milhões de ha de áreas desmatadas apenas no

Brasil, das quais pelo menos 20%, ou seja, 12 milhões de ha, seriam de áreas

abandonadas em franca regeneração espontânea, as florestas secundárias mere-

cem atenção especial. Há regiões, como a de Altamira, no rio Xingu (Pará), que, se-

gundo o INPA, apresentam mais de metade da área desmatada já coberta por flo-

restas secundárias.

2.3. Solo

A idade avançada da geologia do solo é uma das razoes para sua baixa fertilidade

geral, mas só nos solos originários dos Andes apresentam maior fertilidade; seu uso,

no entanto, restringe-se devido à declividade e às chuvas. A maior parte do solo é

considerada quimicamente pobre; são solos “lavados”. A explicação está no tempo

em que a água esta em exposição que dissolve a maior parte dos minerais, mas em

casos extremos, como em algumas áreas de terra firme próximas a Belém, há tanta

areia no solo, que é difícil manter culturas como a do milho de pé, A maior parte das

terras dos solos de baixa fertilidade está localizada em um dos dois grandes escu-

dos, o das Guianas ao norte, o Brasileiro ao sul.

O cientista Herbert Shubart faz a pergunta: “Se a maior parte do solo da Amazônia é

de fertilidade tão baixa, como pode suportar uma floresta tão exuberante?”. Explica-

se que a resposta está na reciclagem dos nutrientes pelos seres vivos, ou seja, a

floresta absorve e recicla todos os nutrientes liberados pelas folhas, galhos, troncos

e animais mortos. Fazendo assim com que a floresta acabe “crescendo do solo” e

não “nascendo do solo” devido a utilização da absorção e reciclagem desses nutri-

entes.

As folhas, galhos e raízes têm capacidade de captar e armazenar nutrientes que es-

tá toda no Na floresta tropical, a capacidade de captar e armazenar nutrientes está

Page 16: Floresta Amazônica

16

toda no complexo sistema de folhas e raízes, obrigando as folhas, os galhos e as

raízes cobrirem a maior superfície possível, garantindo-lhes dimensões gigantescas.

E por quê o solo da floresta tropical sofre muito mais com a retirada de grandes ár-

vores do que o solo da floresta de zonas temperadas e subtropicais?. Isso ocorre

porquê boa parte do potássio, magnésio e fosforo necessários às plantas em cres-

cimento é recuperada das águas que caem sobre as folhas.

Quando ocorre o desmatamento, o solo fica exposto às chuvas e às altas temperatu-

ras. A chuva endurece o solo, diminuindo sua capacidade de absorver a água, ou

seja, o solo esta tão “duro” fazendo com que ao invés de dissolver a água acaba por

fazer com que ela se escorra aumentando sua erosão.

Segundo o Centro Internacional de Agricultura Tropical, da Colômbia, há grande va-

riação de tipos de solo, segundo pesquisas 81% têm pH abaixo de 5,3 (alta acidez),

e alto teor de toxidez de alumínio, 90% apresentam pouco fosforo (dentro de menos

de 7ppm), e 56% possuem baixas reservas de potássio. A Amazônia é o reino das

“carências minerais”. Isso explica a forma tradicional de utilização de seu solo, de-

senvolvida ao longo de mais de cinco mil anos, a cultura da floresta tropical.

2.4. Relevo

Afirma-se que apenas de 3 a 5% do espaço amazônico é de planícies aluviais. Mas

isso não significa que as áreas sejam tolamente planas. Segundo que Aziz Ab’Saber

pode se afirmar que 95% da Amazônia são de “terras baixas, ora semiplanas, ora

semionduladas”. Formando assim um conjunto de colinas.

Avalia-se que a Amazônia esteja dividida entre metade. Uma metade da Amazônia

esteja a menos de altitude e outra metade estaria entre 100 a 500 metros. Acima de

500m há áreas representativas apenas na encosta andina, e menos de 2% da região

está acima de 500 metros.

Entre o Amazonas e a Venezuela, há o Pico da Neblina, no qual é o ponto culminan-

te do Brasil, que fica na Serra do Imeri, com 2993,8 metros. E seu segundo ponto

mais alto é o Pico 31 de Março, que também faz parte do Parque Nacional do Pico

da Neblina.

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3. A Bacia Hidrográfica do rio Amazonas

A Bacia Hidrográfica do rio Amazonas é a maior bacia hidrográfica do mundo com

6,925 milhões de km², ocupando cerca de 1/3 da superfície da América do Sul em

seis países (Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela) (Figura 2). São

mais de mil rios e afluentes que juntos correspondem por 15% das águas doces su-

perficiais em forma líquida da Terra, sendo assim, a maior reserva mundial. Sendo

os rios Solimões (Amazonas), Negro, Tapajós, Madeira e Xingu, os maiores e mais

importantes rios dessa bacia.

Fonte: http://wapedia.mobi/pt/Ficheiro:Amazonriverbasin_basemap.png

Há na Bacia Amazônica três tipos de águas, que variam conforme o ambiente geo-

lógico e a cobertura vegetal por onde passam. A idade geológica da calha do rio de-

termina sua coloração. As de formação geológicas mais recentes, como os Andes,

Figura 2 - Bacia Hidrográfica Amazônica

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são “brancas” (barrentas); as que vêm de formações mais antigas podem ser “escu-

ras” ou “verde-azuladas”.

As águas claras (barrentas ou brancas) têm visibilidade que varia de 0,1m a 0,5m; o

pH é o próximo de neutro (6,5 a 7,0). Nascem nos sopés dos Andes e correm de

oeste para leste em direção ao oceano Atlântico. Seu aspecto barrento vem da

quantidade de matérias orgânicas erodidas e de nutrientes. Entre estes está o pró-

prio Amazonas (que se chama Solimões até encontrar o Negro) e seus formadores

(Marañon, Huallagao e o Ucaialy), em sua margem esquerda o Japurá, o Napo (no

Equador), o Içá (Putumayo no Equador e Colômbia), e em sua margem direita o Ju-

ruá, o Purus, o Madeira e o Acre. A pesca é farta, e boa parte da matéria orgânica é

depositada anualmente nas várzeas do Solimões e do Amazonas e demais afluen-

tes, tornando-as bastante férteis.

As águas escuras (pretas) são as de maior visibilidade, com mais de 4m, ácidas,

com pH de 4,0 a 7,0 e pobres em matéria orgânica. Esses rios muitas vezes pene-

tram florestas inundáveis (Igapós), onde a matéria orgânica (folhas, galhos e frutos)

se decompõe rapidamente ao cair na água, razão de sua coloração. Entre os princi-

pais estão o Negro, o Urubu, o Uatumã e o Trombetas. Eles nascem no planalto das

Guianas e correm de norte a sul, a partir da fronteira do Brasil com Colômbia e Ve-

nezuela. Esses rios nascem em zonas onde há pouca erosão e pouca matéria orgâ-

nica a transportar pelos rios, mesmo nos períodos de chuvas. Suas margens são

imprecisas, e é comum observar florestas inundadas. Para o homem esses rios têm

pouca pesca. A temperatura média do Negro é de cerca de 30°C, em torno de 1°C a

mais do que a do Amazonas.

As águas azul-esverdeadas, com visibilidade variável de 1,50m a 2,50m, são bas-

tante ácidas, com baixo teor de sais e pH de 3,5 a 4,0, e apresentam pouca matéria

orgânica em suspensão. Boa parte desses rios nasce no Planalto Central do Brasil e

corre de sul a norte: o alto Guaporé (fronteira do Brasil e Bolívia), o tapajós, o Curuá-

Uma e o Xingu (todos no Pará). Suas cabeceiras são de terrenos com bem menos

erosão do que aqueles dos Andes. Nos períodos de chuva aumenta a quantidade de

matéria orgânica. As margens (barrancos) são altas e estáveis. São rios um pouco

mais piscosos do que os de águas pretas, porém muito inferiores aos de águas

brancas.

O Amazonas é o mais longo, o maior em volume de água e o rio com maior foz

mundo. Nasce nos Andes peruanos, nas geleiras de Yarupa, onde chove 2.600

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mm/ano. A nascente do riacho Huarco com cerca de 15 cm perto do Cerro Huagra, a

5 mil metros de altitude, é uma descoberta recente, da década de 1950. Nas terras

altas bolivianas e peruanas há uma grande quantidade de matéria orgânica erodida,

dos depósitos dos períodos glaciais que caracterizam o rio Amazonas e seus forma-

dores. Nessa zona os deslizamentos de terras são muito frequentes.

O Amazonas troca sete vezes de nome em seu curso. De Huarco, transforma-se em

rio Toto, depois Santiago, e Apurimac, e então rio Ene, rio Tambo, depois Ucayali,

recebe o Urubamba e, quando entra no Brasil, recebe o nome de Solimões até a

confluência com o Negro. Como Amazonas, percorre 1.600 km do rio Negro à foz.

No total, segundo recentes medições do INPA são 6.627 (por um critério) ou 6.992

km se considerados certos contornos do rio, antes de encontrar o Oceano Atlântico

(o IBGE ainda o considera com 6.570 km). Recentemente ficou comprovado que o

rio Amazonas supera o Nilo, sendo o mais longo rio do mundo.

Sua profundidade média está entre 40 e 50 m. Em frente à Óbidos (Pará), apresenta

sua menor largura, cerca de 1.500 m e a maior profundidade, estimada em 100 m, e

a sua velocidade aumenta para 7 km/h. O local é conhecido como o “cotovelo do

Amazonas”.

A bacia Amazônica representa 16% do que todos os rios do planeta despejam de

água nos oceanos (120 mil m³/s). O volume de água na foz do Amazonas varia entre

100mil m³/s (100 milhões de l/s) no período de seca e 300 mil m³/s no período das

cheias. As águas barrentas do Amazonas chegam a ser lançadas até 330 km no

Oceano Atlântico.

A vazão do Amazonas é cinco vezes superior à do segundo rio com maior vazão do

planeta, o Zaire, 12 vezes a do Mississipi, o maior da América do Norte. Se conside-

rarmos em média 120 mil m³/s, isso significa que o consumo diário de uma cidade de

dois mil habitantes seria suprido por pouco mais de um segundo da vazão de água

do rio. O que o rio Tâmisa, que banha Londres, lança de água em um ano no ocea-

no, o Amazonas faz em 24 horas.

Page 20: Floresta Amazônica

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4. A Flora

A flora amazônica ainda é praticamente desconhecida. Com um fantástico potencial

de plantas utilizáveis para o paisagismo, é constituída principalmente de plantas

herbáceas de rara beleza, pertencentes às famílias das Arácea, Heliconiaceæ, Ma-

rantácea, Rubiácea, entre outras. Essa flora herbácea, além do aspecto ornamental,

seja pela forma ou pelo colorido da inflorescência, desempenha vital função no equi-

líbrio do ecossistema.

Como exemplo, temos as helicônias, com uma grande variedade de espécies com

coloridas inflorescências. São de presença marcante nas nossas matas úmidas e

tem uma importante função no equilíbrio ecológico. No continente americano, as he-

licônias são polinizadas exclusivamente pelos beija-flores que, por sua vez, são os

maiores controladores biológicos do mosquito palha Phletbotomus, transmissor da

leishmânia, muito abundante na Amazônia desmatada.

A alimentação dos beija-flores chega a ser de até 80% de néctar das helicônias na

época da floração das espécies.

Com poucas espécies herbáceas e a grande maioria com espécies de grande porte,

as palmeiras têm uma exuberante presença nas matas ribeirinhas, alagadas e nas

serras, formando um destaque especial na paisagem amazônica. Muitas palmeiras

amazônicas, como tucumã, inajá, buritirana, pupunha, caioué e outras espécies de

classificação desconhecida foram muito pouco ou nada utilizadas para o paisagismo.

Quanto às árvores, o vastíssimo mar verde amazônico tem um número incalculável

de espécies. Algumas delas, endêmicas em determinadas regiões da floresta, foram

ou estão sendo indiscriminadamente destruídas, sem que suas propriedades sejam

conhecidas. Dentre as árvores mais conhecidas utilizáveis para o paisagismo, estão

o visgueiro, os ingás, a sumaúma, muitas espécies de figueiras, os taxizeiros, a

moela de mutum, a seringueira e o bálsamo.

Crescendo sob as árvores amazônicas, encontram-se plantas epífitas, como: bromé-

lias, orquídeas, imbés e cactos. Essas plantas são importantes para a fauna que vi-

ve exclusivamente nos galhos e copas das árvores. Dentre os animais que se inte-

gram na comunidade epífita, temos os macacos, os saguis, as jaguatiricas, os gatos-

do-mato, lagartos, araras, papagaios, tucanos e muitos outros que se especializaram

nesse habitat acima do solo. Com o corte das árvores, as epífitas desaparecem e,

com elas, toda a fauna associada.

Page 21: Floresta Amazônica

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Muitas dessas plantas epífitas de rara beleza foram muito bem retratadas pela pinto-

ra Margaret Mee, durante as várias excursões que realizou na floresta amazônica.

Outrora abundantes em determinadas regiões, hoje grande parte dessas plantas se

encontra em populações reduzidas.

Certamente a região amazônica tem um gigantesco potencial madeireiro, de plantas

utilizáveis para o paisagismo e de espécies vegetais com substâncias para uso me-

dicinal. Mas é necessário que tais recursos sejam mantidos de forma renovável. A

floresta amazônica ensina que o extrativismo indiscriminado apenas desertifica, pois

ela é mantida pela camada de húmus em um solo fresco, muitas vezes arenoso.

Portanto, é imprescindível utilizar a floresta de uma forma racional. Explorando-a,

mas renovando-a com as mesmas espécies nativas; e, principalmente, preservando

as regiões de santuários de flora e fauna, que muito valerão, tanto no equilíbrio eco-

lógico, quanto no regime de chuvas e na utilização para o turismo. A amazônica,

com seus 6,5 milhões de Km² é a maior floresta tropical do mundo. Abrangendo no-

ve países, ocupa quase metade da América do Sul. A maior parte da floresta – 3,5

milhões de Km² – encontra-se em território brasileiro.

Essa área, somada à da Mata Atlântica, representa 1/3 do total ocupado por floresta

tropicais no planeta. Além da mata, existem na Amazônia áreas de cerrados e outras

formações diversas, perfazendo um total de 5,029 milhões de Km², conhecido como

Amazônia legal. Com relação ao relevo, encontrando ali três formações principais.

Ao sul localiza-se o planalto Central; ao norte, o planalto das Guianas; e, ao centro,

a planície sedimentar amazônica, todos com altitudes inferiores a 1500m. Na planí-

cie amazônica destacam-se dois tipos de relevo: as várzeas, que por se estenderem

ao longo dos rios estão sempre inundadas, e as terras firmes, que cobrem a maior

parte da planície e constituem o domínio da grande floresta.

4.1. Plantas Aquáticas da Amazônia

As várzeas amazônicas são os ambientes onde ocorre a maior riqueza de plantas

herbáceas aquáticas da região, e uma das maiores do mundo. Os sedimentos férteis

trazidos pelas enchentes dos grandes rios nutrem as áreas marginais, o que favore-

ce o crescimento dessas plantas que exigem quantidades de minerais elevadas.

Apesar disso, em comparação com outras comunidades vegetais da região amazô-

Page 22: Floresta Amazônica

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nica, a vegetação herbácea das várzeas foi relegada a um segundo plano pela in-

vestigação científica, até o início da década de setenta. Os poucos estudos anterio-

res àquele período envolviam classificações de algumas espécies, narrativas ou

descrições de outras, com maior destaque apenas para espécies mais evidentes,

como os capins aquáticos, ou exóticas, como a fabulosa Victória amazônica.

4.1.1. Victoria amazonica

Conhecida como "rainha dos lagos", a vitória-régia (Victoria amazonica) (Figura 3) é

nome atribuído à espécie natural mais famosa do Amazonas em homenagem à rai-

nha Victoria, da Inglaterra. Sua folha pode medir até 1,80 metros de diâmetro. Suas

bordas são levantadas e espinhosas para evitar a ação destruidora dos peixes. Suas

raízes se fixam no fundo da água, formando um bulbo ou batata com um cordão fi-

broso revestido de espinhos. Com o passar do tempo, a flor muda de cor, do branco

para o rosa, ficando aberta durante o dia e fechada durante a noite. Na seca, as vitó-

rias-régias praticamente desaparecem, voltando nas cheias.

Fonte: http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=259

Figura 3 - Vitória Régia

Page 23: Floresta Amazônica

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4.2. Plantas Terrestres da Amazônia

Na Amazônia, as matas são extremamente densas possibilitando que um macaco vá

pulando de galho em galho desde o sopé dos Andes até o Oceano Atlântico. Essa

grande quantidade de plantas apresenta uma diversidade incrível, mesmo o solo

amazônico sendo relativamente pobre em nutrientes. Porém, a grande quantidade

de matéria orgânica depositada acima do solo, torna a floresta propícia ao cresci-

mento de diversas espécies arvores. As principais espécies de árvores da flora

amazônica são o mogno, a seringueira e a castanheira-do-Pará.

4.2.1. Hevea brasiliensis

Hevea brasiliensis, mais conhecida como a seringueira (Figura 4), é uma planta se-

midecídua, heliófita ou esciófita, característica da floresta Amazônica nas margens

de rios e lugares inundáveis da mata de terra firme. Ocorre preferencialmente em

solos argilosos e férteis da beira de rios e várzeas. Trata-se de uma planta rústica,

perene, adaptável a grande parte do território nacional, sendo uma espécie arbórea

de rápido crescimento. É uma árvore de hábito ereto, podendo atingir 30 m de altura

total sob condições favoráveis, iniciando aos 4 anos a produção de sementes, e aos

6-7 anos (quando propagada por enxertia) a produção de látex (borracha).

Figura 4 – Seringueira

Fonte: http://www.ciflorestas.com.br/conteudo.php?id=1446

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Da família das Euphorbiaceae, o gênero Hevea tem como área de ocorrência a

Amazônia brasileira, bem como Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Suri-

name e Guiana. Das onze espécies do gênero, a originária do Brasil, H. Brasiliensis

é a que tem a maior capacidade produtiva com a maior variabilidade genética.

A espécie constitui uma boa opção para áreas degradadas por oferecer uma exce-

lente cobertura vegetal ao solo. Ainda de acordo com os autores, a cultura propicia

ganhos ambientais por estocar carbono em quantidades equivalentes ao da floresta

natural. Além disso, a borracha natural extraída da seringueira substitui a borracha

sintética, um derivado do petróleo.

4.3. Ameaças a Flora Amazônica

Atualmente, a flora da Amazônia está sofrendo cada vez mais, com a ação do ho-

mem, as queimadas e o extrativismo predatório são as principais causas.

Com todas essas algumas espécies de plantas começam a se tornar raras na flores-

ta um exemplo é o mogno que sofre com o extrativismo, por ser uma madeira de boa

qualidade e usada na fabricação de moveis.

4.3.1. Bertholletia excelsa

A Castanheira do Pará (Bertholletia excelsa) (Figura 5), uma árvore da família botâ-

nica Lecythidaceae, com tronco de até 4 m de diâmetro e altura de 30-45 metros. O

fruto é esférico, de 11 a 14 cm de diâmetro, com peso variando entre 700 gramas e

1500 gramas.

A Castanha do Pará é uma fruta típica do norte do Brasil e um dos principais produ-

tos de exportação da Amazônia. Possui alto valor proteico e calórico além de ser rica

em selênio, substância que reduz o risco de cânceres como o de pulmão e de prós-

tata e combate os radicais livres, agindo contra o envelhecimento, fortalece o siste-

ma imunológico, atua no equilíbrio da tireoide.

Pode ser consumida in natura, torrada, na forma de farinhas, doces e sorvetes. O

óleo da castanha é usado na fabricação de produtos de beleza para o cabelo. A cas-

tanha tem uma casca fina, marrom e brilhante. A polpa é branca, farinhenta e sabo-

rosa.

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Figura 5 - Castanheira-do-Pará

Fonte: http://radionews.musicblog.com.br/37782/As-Castanheiras-Estao-em-Plena-Floracao/

4.3.2. Swietenia macrophylla

O Mogno (Swietenia macrophylla) (Figura 6) é uma árvore perenifólia a decídua. As

árvores maiores atingem dimensões próximas de 70 m de altura e 3,50 m de DAP

(diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta. Uma árvore

derrubada, no sul do Pará, forneceu 25 m³ de madeira.

O seu fruto é uma cápsula lenhosa e ovoide, medindo de 10 cm a 22 cm de compri-

mento e 6 cm a 10 cm de largura. É ereta e seca, com deiscência septifraga e de

coloração marrom, semelhante à de Cedrela, mas muito maior. É grossa, penta cap-

sular e provida de crassíssima coluna central prismática, contendo aproximadamen-

te 40 sementes. Válvulas capsulares (seções lenhosas) podem ser encontradas,

com frequência, embaixo das árvores.

Na Amazônia é encontrada em Florestas Ombrófilas Abertas (no Acre, no Pará e em

Rondônia), em Florestas Ombrófilas Densas, sempre em floresta de terra firme, on-

de apresenta alguma regeneração natural com rápido crescimento no seu habitat.

Geralmente, o mogno cresce isolado ou em pequenos agrupamentos. Só muito ra-

ramente se observam mais de quatro a oito indivíduos por hectare.

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Figura 6 - Mogno

Fonte: http://www.achetudoeregiao.com.br/Arvores/Mogno.htm

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5. A Fauna

A principal explicação para grande variedade na Amazônia é a teoria do refúgio. Nos

últimos 100.000 anos, o planeta sofreu vários períodos de glaciação, em que as flo-

restas enfrentaram fases de seca ferozes. Desta forma as matas expandiram-se e

depois reduziram-se. Nos períodos de seca prolongados, cada núcleo de floresta

ficava isolada do outro.

Os invertebrados constituem mais de 95% das espécies dos animais existentes e

distribuem-se entre 20 a 30 filos. Na Amazônia, estes animais diversificaram-se de

forma explosiva, sendo a copa de árvores das florestas tropicais e o centro da sua

maior diversificação. A pesar de dominar a Floresta Amazônica em termos de núme-

ros de espécies, números de indivíduos e biomassa animal e da sua importância

para o bom funcionamento dos ecossistemas, por meio de sua atuação como polini-

zadores, agentes de dispersão de sementes, "guarda-costas", de algumas plantas e

agentes de controle biológico natural de pragas, e para o bem-estar humano, os in-

vertebrados ainda não receberam prioridade na elaboração de projetos de conser-

vação biológica e raramente são considerados como elementos importantes da bio-

diversidade a ser preservada. Mais de 70% das espécies amazônicas ainda não

possuem nomes científicos e, considerando o ritmo atual de trabalhos de levanta-

mento e taxonomia, tal situação permanecerá.

Então os grupos animais dessas áreas isoladas passaram por processos de diferen-

ciação genética, muitas vezes se transformando em espécies ou subespécies dife-

rentes das originais e das que ficaram em outros refúgios.

A riqueza da biodiversidade de animais cresce a cada dia com as novas descober-

tas, mas está ameaçada pela caça, pela degradação e devastação das florestas e

de seus vários ecossistemas. Ainda há muitos animais e plantas ainda não catalo-

gados. Na Amazônia só se conhece 30%das espécies do reino animal.

Um total de 163 registros de espécies de anfíbios foi encontrado para a Amazônia

Brasileira. Esta cifra equivale a aproximadamente 4% das 4.000 espécies que se

pressupõem existir no mundo e 27% das 600 estimadas para o Brasil. O número

total de espécies de répteis no mundo é estimado em 6.000, sendo 465 espécies

identificadas no Brasil. Das 550 espécies de répteis registrados na bacia Amazônica

62% são endêmicos. Existem, na Amazônia, 14 espécies de tartarugas de água do-

ce e duas espécies de tartarugas terrestres, sendo cinco endêmicas e uma ameaça-

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da. Há ainda, três espécies de tartarugas marinhas que aninham em ilhas e praias

ao longo da costa de estados da Amazônia, mas que não são consideradas como

parte da fauna da região. Quanto aos lagartos, existem pelo menos 89 espécies na

região, distribuídas em nove famílias, das quais entre 26 e 29% ocorrem também

ocorrem fora desta região. A distribuição, a abundância das populações de serpen-

tes são bem menos conhecidos do que dos outros grupos de répteis na Amazônia, e

os estudos existentes não permitem tecer recomendações seguras para a conserva-

ção.

As aves constituem um dos grupos mais bem estudados entre os vertebrados, com

o número de espécies estimado em 9.700 no mundo, sendo que, deste total, 1.677

estão representadas no Brasil. Na Amazônia, há cerca de 1.000 raras, considerando

as que ocorrem em apenas uma das três grandes divisões da região (do rio Negro

ao Atlântico; do rio Madeira ou rio Tapajós até o Maranhão; e o restante ocidental,

incluindo rio Negro e rio Madeira ou do rio Tapajós às fronteiras ocidentais do País).

O número total de espécies de mamíferos existentes no mundo é estimada em

4.650, com 502 representantes no Brasil. Na Amazônia, são registradas anualmente

311 espécies, sendo 22 de marsupiais, 11 edentados, 124 morcegos, 57 primatas,

16 carnívoros, dois cetáceos, cinco ungulados, um sirênio, 72 roedores e um lago-

morfo.

Esses números, entretanto, devem ser considerados apenas como aproximados,

pois certamente serão modificados na medida em que revisões taxonômicas forem

realizadas e novas áreas sejam amostradas.

5.1. A diversidade dos invertebrados

Estima-se que haja mais invertebrados nas florestas tropicais do que em todo o res-

tante da Terra. Como a Amazônia representa a maior parte das florestas remanes-

centes, na região deve estar a maior quantidade de invertebrados no planeta. Os

invertebrados representam 95% das espécies animais.

Na Amazônia, segundo o INPA, estão também os excessos: o maior besouro co-

nhecido, com 20 cm; a maior mosca, com 5 cm; a maior libélula, com 15 cm; a maior

mariposa, com 30 cm; a maior cigarra, com 9 cm; e a maior vespa, com 7 cm.

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5.1.1. Titanus giganteus

O Cerambicídeo-gigante (Titanus giganteus) (Figura 7) é o maior besouro do mundo.

Já foi confundido com uma barata, mais é um besouro puro, sendo o único membro

de seu próprio gênero (família Cerambycidae).

Este besouro grande é o maior besouro conhecido na floresta amazônica e do mun-

do, sendo encontrado na Guiana Francesa, Brasil norte e Columbia. O besouro é

encontrado somente nas regiões quentes e úmidas ao redor dos trópicos, muito per-

to do equador. As larvas destes besouros alimentam de madeira morta, abaixo da

superfície do solo.

O Cerambicídeo-gigante não alimenta em sua fase adulta, vivem à custa das reser-

vas de gordura que adquiriu em sua fase larval, vivendo simplesmente por tempo

suficiente para encontrar um parceiro e se reproduzir. É provável que eles atingem a

maturidade dentro de raízes e ramos subterrâneos, e devem levar muitos anos para

atingir um tamanho grande o suficiente para saírem dali.

Fonte: http://www.insectnet.com/dcforum/User_files/47a2cb763fb22d25.jpg

Figura 7 - Cerambicídeo-gigante

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5.2. A diversidade dos ambientes aquáticos

A diversidade biológica dos ambientes aquáticos, tanto marinhos como de rios e la-

gos, é muito pouco conhecida. Os cientistas acreditam que os ambientes aquáticos

são muito vulneráveis às ações humanas e estão muito pouco protegidas. Essa di-

versidade apresenta desde invertebrados (com especial interesse para camarões,

moluscos e insetos que alimentam os peixes), aos crustáceos e os animais no topo

da cadeia alimentar como peixes e mamíferos aquáticos (botos e peixe-boi).

Em relação aos peixes, estima-se que existam cerca de 1400 espécies na Amazônia

(cerca de 5,6% do total mundial). Esse número é superior ao de espécies de todos

os outros rios do planeta e do oceano Atlântico. Pode superar 2,5 mil espécies, uma

vez que descobertas ocorrem regularmente, até a partir da revisão cientifica de in-

formações, que classificavam, por exemplo, como uma única espécie a piraíba (Bra-

chyplatystoma ssp.) e o filhote (Brachyplatystoma filamentosum), peixes de couro

bastante comuns nos grandes rios.

5.2.1. Arapaima gigas

O peixe pirarucu (Arapaima gigas) (Figura 8), originário da bacia hidrográfica Ama-

zônica, tem certas características biológicas e ecológicas que o torna particularmen-

te atrativo para as populações locais. É um peixe grande que pode chegar ao com-

primento de até três metros e pesar mais de 250kg, e é conhecido como o "Gigante

Amazônico". Entretanto, devido á pesca predatória, sua sobrevivência está ameaça-

da e seu tamanho médio está diminuindo, apesar de ainda serem encontrados al-

guns indivíduos com mais de dois metros e pesando mais que 125 kg.

Este peixe tem uma cabeça chata óssea, seguido de um corpo alongado que é es-

camosa. Sua cauda é curta e atacarrada. A cor deste peixe é começa com um verde

na cabeça depois para um azul mais escuro e verde que se desvanece na barriga

branca. As barbatanas na ponta da cauda são uma cor avermelhada, mas na época

o acasalamento a fêmea torna-se marrom e a cabeça do macho fica preta.

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Fonte: http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Pirarucu-converte-se-em-bom-negocio-

para-reserva-extrativista

O pirarucu é um peixe predatório que tem origens na era Jurássica e é a principal

fonte de proteínas para a população local, os ribeirinhos, que vivem ao longo das

margens do rio. Nas últimas duas décadas, o processo de urbanização acelerado

mudou a região e começou a desestabilizar o balanço do ecossistema de lagos, e

consequentemente a economia de subsistência tradicional dos ribeirinhos que não

estão envolvidos em atividades pesqueiras comerciais. O processo também causou

um decréscimo rápido nos estoques naturais de Pirarucu, tornando necessárias as

restrições à pesca.

5.2.2. Pristis pectinata

O peixe-serra (Pristis pectinata) (Figura 9) tem o focinho em formato de serra com 24

a 32 dentes de cada lado, esqueleto cartilaginoso como os tubarões e raias. A serra

possui poros que são sensíveis ao movimento e à eletricidade.

Pode entrar em rios, e é já foi encontrado na confluência dos rios Negro e Amazo-

nas, a cerca de 720 km da foz.

Espécie costeira, mas pode cruzar águas profundas para alcançar ilhas. Ascendem

rios e pode tolerar água doce. Visto geralmente em baías, lagoas, estuários, e bocas

de rio. E podem chegar até 120m de profundidade.

Os peixes-serra se alimentam de peixes, camarões, lulas e organismos bentônicos.

Reproduzem-se através da fertilização, como ocorrem em todos os elasmobrân-

quios. A maturidade é atingida com aproximadamente 10 anos de idade.

Figura 8 - Pirarucu

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Figura 9 - Peixe-serra

Fonte: http://www.pesca.tur.br/artigos/especies-maritimas-ameacadas/

5.3. A diversidade de anfíbios e répteis

Em relação aos anfíbios (sapos, rãs, salamandras etc.), o Brasil possui 518 espé-

cies, a segunda maior diversidade do globo. A Amazônia abriga 163 espécies, nú-

meros que deverá crescer significativamente com o avanço das pesquisas, pois

apenas um número pequeno de grandes rios navegáveis foi pesquisado. O ende-

mismo em anfíbios ainda é pequeno, envolvendo apenas 12 espécies (7% do total).

Das 6400 espécies de répteis (cobras, tartarugas, jacarés) conhecidas no mundo, há

550 na Amazônia continental, 62% das quais endêmicas. Há quatro espécies de ja-

caré. Até há três décadas, sua caça era permitida no Brasil. Em outros países a ca-

ça persiste. De qualquer maneira, a caça, ilegal ou não, prossegue, e estima-se que

a Amazônia seja o principal fornecedor de peles de jacaré. A maior procura atual-

mente, assim como no caso das tartarugas, é por sua carne, especialmente por ga-

rimpeiros e ribeirinhos. Há 89 espécies de lagartos na região, cerca de 2/3 é endê-

mica. Quanto às cobras, acredita-se que haja mais de 300 espécies. Numa única

região do Peru, em Iquitos, pesquisadores identificaram 166 espécies de cobras.

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5.3.1. Eunectes murinus

A sucuri-verde (Eunectes murinus) (Figura 10) alimenta-se de capivaras, peixes,

aves, felinos, veados, bezerros e até jacarés também fazem parte de seu cardápio.

Para capturar sua presa, a sucuri costuma ficar a espreita nas margens de rios, la-

gos ou pântanos. Quando uma vítima se aproxima da margem, normalmente para

beber água, a sucuri ataca, geralmente na região do pescoço. Em seguida, envolve

o corpo da vítima e a aperta, matando-a por constrição. A presa pode ainda morrer

afogada, puxada para o fundo do rio, lago ou pântano.

Vivípara, a sucuri gesta seus filhotes por aproximadamente 240 dias, sendo que,

geralmente, têm de 20 a 30 filhotes por cria, que nascem no começo da estação das

chuvas. Como as pequenas serpentes são vítimas de diversos predadores, poucas

sobrevivem e chegam à idade adulta. Seus predadores são onças-pintadas, jacarés

maiores do que ela e as piranhas (somente quando a sucuri apresenta ferimentos).

Contudo, o maior predador das sucuris são os homens, seja por medo da serpente,

seja por interesse comercial. A pele da sucuri é muito valorizada, inclusive no exteri-

or.

Fonte: http://www.webanimal.com.br/cao/index2.asp?menu=curiosidade_sucuri.htm

Figura 10 - Sucuri-Verde

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5.3.2. Melanosuchus niger

O jacaré-açu (Melanosuchus niger) (Figura 11) habita rios e lagos da bacia amazô-

nica, pertence à família alligatoridae. É também conhecido como caiamão-preto, ja-

caré-aruana ou jacaré-gigante.

Fonte: http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=895

Tem o corpo coberto de faixas amarelas, mas é de cor preta. Os olhos e narinas

são grandes . Ele pode ficar submerso, podendo chegar ate seis metros de compri-

mento e ate trezentos quilos de peso.

A reprodução ocorre uma vez por ano, em media as fêmeas põem de 40 a 50 ovos,

e pode viver oitenta anos a chegar aos cem. Quando nascem correm risco de se-

rem devorados por jiboias ou outros jacarés adultos. Alimentam-se de caranguejos,

peixes e pássaros. Para nadar na água fazem um movimento ondulatório com a

cauda.

É um dos répteis mais cobiçados da Amazônia, pois sua carne é muito saborosa e o

seu couro serve para confecção de bolsa e sapatos. Considerado o mais desenvol-

vido dos répteis, vive nos rios igarapés e lagos da Amazônia.

5.3.3. Podocnemis expansa

A tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) (Figura 12) na verdade é um cága-

do, isto é, um quelônio aquático que encolhe seu pescoço lateralmente para dentro

da carapaça. Os cágados são quelônios de uma subordem chamada pleurodira, que

Figura 11 - Jacaré-açu

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seguiram um caminho evolutivo diferente do seguido pela maioria das outras tarta-

rugas, que encolhem o pescoço em “S” e para dentro.

Habita rios e lagos da Amazônia, vivendo aproximadamente 50 anos. Alimentam-se

de pequenos peixes e plantas aquáticas.

É o maior quelônio da América do sul. Atinge facilmente 50 kg, mas algumas che-

gam a até 75 kg e um casco de 90 cm de comprimento. Por isso, foram muito caça-

das, e ainda o são por povos ribeirinhos da floresta, por sua carne e pelos seus

ovos. Hoje, busca-se equilibrar o quanto se pode caçar deste animal com a reposi-

ção de indivíduos pela reprodução, e a apanha de ovos foi proibida.

Figura 12 - Tartaruga-do-Amazonas

Fonte: http://www.animalzoom.org/port/animais1.htm

5.4. A diversidade das Aves

Estima-se que há cerca de mil espécies de aves na Amazônia, 11% do total mundial.

Destas, 283 são consideradas raras ou com distribuição restrita. Uma das regiões

mais prioritárias é a dos “Tepui”, os refúgios montanos, nos cumes de Roraima. No

Brasil como um todo são conhecidas 1677 espécies de aves. Este é o terceiro maior

grupo do planeta, que conta com 9050 aves no total. O caso da região de Belém é

um dos mais críticos. Ali o Museu Goeldi e a Conservation Internation estão traba-

lhando para identificar a biodiversidade local no denominado Centro de Endemismo

de Belém. Estima-se que 60% das matas já tenham desaparecido.

Page 36: Floresta Amazônica

36

5.4.1. Harpia harpyja

O Gavião-real (Figura 13) é uma ave accipitriforme da família Accipitridae. É conhe-

cido também como Gavião-de-penacho, Guiraçu (uirá, guirá = ave, açu = grande),

Hárpia e Uiraçu.

Fonte: http://www.wikiaves.com.br/291108&t=s&s=10238

Embora não seja a maior das aves predadoras do planeta, é tida como a mais forte.

Possui bico potente e garras enormes.

Tem um crescimento populacional muito lento. Este fato, associado à destruição de

grandes áreas florestais e à caça indiscriminada, torna a espécie ameaçada de ex-

tinção em nosso País.

Mede cerca de 105 cm de comprimento e até 220 cm de envergadura. O macho

mede cerca 57 cm de altura e pesa 4,8 kg. A fêmea mede cerca de 90 cm de altura

e pesa até 9 kg.

Alimenta-se de animais grandes, como a preguiça-real, mutuns, coatás, macacos-

prego e guaribas, filhotes de veados, araras-azuis, seriemas, tatus, cachorro-do-

mato e cobras. É rápido e forte em suas investidas, sendo capaz de arrancar pregui-

Figura 13 - Gavião-real

Page 37: Floresta Amazônica

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ças agarradas a galhos de árvores. Há relato da captura de um macho de guariba

que pesava em torno de 6,5 kg.

Faz ninho no alto das árvores maiores, como sumaumeiras e castanheiras, de onde

observa tudo ao redor. O ninho, tão grande quanto o de um jaburu, é construído com

pilhas de galhos. Põe 2 ovos cinza-esbranquiçados entre setembro e novembro, os

quais pesam em torno de 110 g e têm período de incubação de 52 dias. Geralmente

apenas um filhote sobrevive, levando cerca de 5 meses para voar, e de 2 a 3 anos

para se tornar adulto, dependendo dos cuidados dos pais por um ano ou mais. A

espécie não se reproduz todos os anos, pois necessita de mais de um ano para

completar o período reprodutivo.

Espécie rara, habita florestas primárias densas e florestas de galeria. Vive solitário

ou aos pares na copa das árvores. Apesar do seu tamanho, é bastante ágil e difícil

de ser visto.

Presente no Brasil em regiões florestais remotas, sobretudo na Amazônia, ou em

áreas protegidas, como as reservas de Mata Atlântica, eles migram em algumas

épocas do ano para o estado de São Paulo. Encontrado também do México à Argen-

tina.

5.5. A diversidade dos Mamíferos

São 311 espécies de mamíferos 9 mastofauna na Amazônia, cerca de 7% do total

mundial. Os estudos ainda são insuficientes e este número deverá aumentar como

prova a descoberta de novas espécies, inclusive primatas (macacos) nos últimos

anos. Das 311 espécies há 22 de marsupiais (que não têm placenta, como gambás,

cuícas), 11 de edentados (sem dente, como os tamanduás), 124 de morcegos, 57 de

primatas (macacos), 16 de carnívoros (onça, irara), duas de cetáceos (golfinhos),

cinco de ungulados ( com casco, como os veados), uma de sirênio (“relativo às se-

reias” – o peixe-boi), 72 de roedores (ratos, cotias, pacas, capivaras) e uma de la-

gomorfo (lebre).

Page 38: Floresta Amazônica

38

5.5.1. Trichechus inunguis

Peixe-boi-da-Amazônia (Trichechus inunguis) (Figura 14) é o maior mamífero aquá-

tico dulcícola da América do Sul. Corpo largo e cilíndrico, cauda modificada em for-

ma de remo, arredondada, plana e horizontal. Pele lisa e de coloração cinza. Lábios

grossos e com pelos, olhos pequenos, sem orelhas externas, membros anteriores

curtos modificados em nadadeiras, redondos, sem unhas nas pontas (as nadadeiras

ajudam o animal a escavar a vegetação aquática enraizada no fundo).

Fonte: http://www.fapeam.am.gov.br/noticia.php?not=3267

O Peixe-boi-da Amazônia é uma espécie endêmica da bacia Amazônica: Brasil, Co-

lômbia, Equador, Peru e Venezuela.

Alimenta-se de vegetais que crescem nas margens de rios, igarapés e lagoas, como

gramíneas, algas e macrófitas. O principal período de alimentação de peixe-boi ocor-

re na estação chuvosa, quando a obtenção de alimentos é facilitada, permitindo à

espécie acumular gordura. O forrageamento é feito em áreas sazonalmente inundá-

veis. Segundo Best, Trichechus inunguis pode mover-se cerca de 2,7 km/dia nas

áreas de alimentação. Com isso controlam o crescimento das plantas aquáticas e

fertilizam com suas fezes as águas que frequentam, contribuindo para a produtivida-

de pesqueira. Pode comer até 16 kg de plantas por dia e consegue armazenar até

50 litros de gordura como fonte energética para a época da seca. Nessa época pode

realizar pequenas migrações em busca dos canais principais da bacia Amazônica e

Figura 14 - Peixe-boi-da-Amazônia

Page 39: Floresta Amazônica

39

aí permanecer por semanas sem se alimentar, consumindo as reservas energéticas

acumuladas.

Podem viver solitários, aos pares (normalmente fêmeas com filhotes) ou grupos de

até oito indivíduos (encontrados nas áreas de alimentação). Vivem cerca de 50

anos.

Com predadores em potencial são citados a onça (Panthera onca), que pode pene-

trar em água pouco profundas e, em casos muito raros, grandes répteis, como o ja-

caré-açu (Melanosuchus niger) e a anaconda (Eunectes murina).

5.5.2. Panthera onca

A onça-pintada (Panthera onca) (Figura 15), também conhecida como jaguar ou ja-

guaretê é um grandefelino, do gênero Panthera, e é a única espécie Panthera en-

contrado nas Américas. É o terceiro maior felino do mundo após o tigre e o leão, e o

maior do Hemisfério Ocidental.

Mamífero da ordem dos carnívoros, membro da família dos felídeos, é encontrada

nas regiões quentes e temperadas do continente americano.

A onça pintada está fortemente associada com a presença de água e é notável, jun-

tamente com o tigre, como um felino que gosta de nadar. Anda em grande parte soli-

tária, mas é oportunista na seleção de presas. É também um importante predador,

desempenhando um papel na estabilização dos ecossistemas e na regulação das

populações de espécies de presas.

Sobre a alimentação a onça-pintada é uma excelente caçadora. As patas curtas não

lhe permitem longas corridas, porém lhe proporcionam grande força, fundamental

para dominar animais possantes como antas, capivaras, queixadas, tamanduás, ja-

carés etc. Ocasionalmente esses felinos atacam e devoram grandes serpentes (ji-

boias e sucuris), em situações extremas.

Quanto a sua reprodução, as onças-pintadas são solitárias e só buscam a compa-

nhia de um par durante a época de acasalamento. A gestação dura em média 100

dias e até quatro filhotes podem ser gerados. Na época reprodutiva, as onças per-

dem um pouco os seus hábitos individualistas e o casal demonstra certo apego,

chegando inclusive a haver cooperação na caça. Normalmente, o macho separa-se

da fêmea antes dos filhotes nascerem.

Page 40: Floresta Amazônica

40

A onça-pintada se espalhava, inicialmente, desde o sul dos Estados Unidos até o

norte da Argentina, porém, seu território de ocupação diminuiu sensivelmente. Cos-

tuma ser encontrada em reservas florestais e matas cerradas do Brasil, bem como

em outros locais ermos onde vivam mamíferos de pequeno porte de que se alimen-

ta. Seu habitat preferencial são zonas florestais, mas a espécie também vive em

planícies pantanosas, savanas e até desertos.

Figura 15 - Onça-pintada

Fonte: http://interessante-curiosidades-animais.blogspot.com/2011/05/onca-pintada.html

5.5.3. Pteronura brasiliensis

A Ariranha (Pteronura brasiliensis) (Figura 16) é ótimo nadador, mergulha bem, ali-

menta-se principalmente de peixes e moluscos. Podendo ter de 23 kg a 34 Kg e com

os machos podendo alcançar até 1,8 m de comprimento. Vive em bandos de até 20

elementos à beira de rios e lagos, onde faz tocas para abrigar-se ou para procriação,

sob as raízes das árvores ribeirinhas, no final, apresenta um compartimento mais

alongado. São brincalhões e barulhentos. Semelhante à lontra, porém, mais escura

e com uma distinta mancha branco-amarelada no queixo, garganta e peito de forma

variável, com a ponta do focinho coberta de pelos. A cor geral, nas partes superio-

res, é marrom-pardacenta e, inferiormente, mais clara. Quando molhada, a cor é

mais escura. Cauda musculosa é achatada dorso-centralmente do meio até a ponta

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e auxilia o deslocamento dentro d`água. O alimento principal é constituído de peixes

que capturam no mergulho, saindo d`água para comer. Os pés são grandes e apre-

sentam membrana interdigital. Os locais que apresentam melhores condições para

sua sobrevivência são os parques florestais e reservas biológicas. Não há dados

precisos sobre a reprodução da lontra. Mas sabe-se que sua gestação dura cerca de

60 dias e que o número de filhotes varia entre um e cinco. A fêmea cuida da ninhada

durante um extenso período, elevando presas semi-abatidas para os filhotes. Ao

completar um ano, os filhotes começam a se dispersar.

Figura 16 - Ariranha

Fonte: http://www.conhecaopantanal.com.br/index.php?modulo=RkFVTkFfRkxPUkE=&id=Mjk=

5.6. Animais Ameaçados de Extinção

A extinção é um processo natural. Estima-se que um milhão de anos seja o período

de vida natural de uma espécie. Naturalmente estima-se que, em equilíbrio dinâmi-

co, o planeta perca, de uma maneira genérica. No caso de espécies de aves, se-

gundo Stuart Pimm e Clinton Jenkins, a perda natural seria de uma espécie a cada

século. No entanto, no estagio atual de degradação do planeta, verifica-se a perda

de uma espécie a cada ano.

Page 42: Floresta Amazônica

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Há diversas causas para a extinção – a introdução de espécies exóticas (cães e ra-

tos em ilhas, o camarão-da-malasia no litoral brasileiro), a caça e pesca excessivas,

a destruição do habitat natural pela pecuária, agricultura e urbanização, e, recente-

mente, o aquecimento global e suas consequências.

Nenhuma causa, no entanto, compara-se à recente intervenção humana nas flores-

tas tropicais. Estimativas alarmistas preveem que ela venha a representar a perda

de uma espécie superior por dia. Caso seja mantido o ritmo de exploração, a extin-

ção poderá ser de uma espécie por hora. Ao final de 50 anos, teremos perdido 10%

das espécies florescentes da Terra, sem que jamais saibamos, de muitas delas, a

função no ecossistema e a eventual utilidade para o homem. Essa é uma perda si-

lenciosa.

5.6.1. Anodorhynchus hyacinthinus

A arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthius) (Figura 17), na natureza, pode ser

observada voando ou com mais facilidade andando pelo chão. Após a formação do

casal, passam a maior parte do tempo juntos dividindo todas as tarefas. Em julho

começam a inspecionar e reformar as cavidades, para o período de reprodução que

está começando. O pico de reprodução pode variar, mas em geral acontece de se-

tembro a outubro, sendo que a criação dos filhotes pode se estender até janeiro ou

fevereiro do ano seguinte. Nesta época é comum ver a disputa por ninhos entre as

araras-azuis e também com outras espécies.

Figura 17 - Arara-Azul-Grande

Fonte: http://animais.culturamix.com/informacoes/aves/a-arara-azul-pequena

Page 43: Floresta Amazônica

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Costuma habitar florestas em regiões tropicais do planeta. Aqui no Brasil, podemos

encontrar espécies de araras no Pantanal, na Floresta Amazônica e na região da

Mata Atlântica.

Quando livremente, alimenta-se de sementes, insetos, frutas e alguns invertebrados

de menor porte.

5.6.2. Leopardus tigrinus

O gato-do-mato ou gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) (Figura 18) é um fe-

lino originário da América Central e América do Sul. É também conhecido também

pelos nomes de gato-do-mato-pintado, gato-selvagem e gato-tigre. Alimenta-se

de ratos, pássaros e insetos, e mede cerca de 50 centímetros.

A idade de procriação mínima para fêmeas é 18 meses, com o máximo de idade ao

redor 13 anos. Machos amadurecem há aproximadamente 15 meses, com um má-

ximo de idade de 15 anos.

Figura 18 - Gato-do-Mato

Fonte: http://www.arkive.org/oncilla/leopardus-tigrinus/

5.6.3. Ateles paniscus

Macaco-aranha-preto (Ateles paniscus) (Figura 19) é um mamífero primata da famí-

lia Atelidae, a espécie mais conhecida do gênero de Ateles. O macaco-aranha é o

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mais rápido e o mais acrobático dos mamíferos da floresta. Com rapidez quase im-

perceptível aos olhos, o macaco escapa de seus predadores.

O macaco aranha alimenta-se dos frutos das árvores tropicais, também comem inse-

tos, ovos e até mesmo folhas.

Quanto à reprodução a gestação é de 232 dias mais ou menos, nascendo apenas

um filhote por gestação. A mãe cuida do filhote que fica agarrado na sua barriga

quando é muito novinho, até uns 4 meses e depois passa a ficar nas costas dela.

Esses macacos só têm filhotes a cada 1 ou 2 anos.

São bichos diurnos, dormem a noite, gostam de viver no alto das árvores, afinal, são

ágeis e pulam de galho em galho com muita facilidade. Raramente vão até o chão.

Lá no alto estão mais protegidos e é lá que encontram os seus alimentos preferidos.

Típicos da região de floresta amazônica, entre os rios Tocantins e Tapajós, Guianas

e em alguns lugares do México e também no Brasil e Ucrânia.

Figura 19 - Macaco-aranha-preto

Fonte: http://www.cenp.org.br/guia_ver.php?idConteudo=6

Page 45: Floresta Amazônica

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6. Ameaças à Floresta

As ameaças à Amazônia são muitas. Essas ameaças são caracterizadas pela explo-

ração de recursos e uso das terras de forma irresponsável. As principais ameaças a

Floresta Amazônica são o desmatamento ilegal, as queimadas criminosas, a cons-

trução de grandes empreendimentos no meio da floresta e a caça indiscriminada de

animais silvestres.

6.1. Desmatamento

A ocupação intensa da Amazônia começou no início da década de 1970. Embora

áreas extensas ainda permaneçam intactas, a taxa de perda da floresta é dramática,

em especial no “arco do desmatamento”, ao longo das bordas sul e leste. A perda da

biodiversidade e os impactos climáticos são as maiores preocupações. A vastidão

das florestas remanescentes significa que os impactos potenciais do desmatamento

de forma continuada são muito mais importantes que os já severos impactos que

ocorreram até hoje. O combate ao desmatamento no Brasil é uma prioridade para o

governo e para as organizações internacionais. O monitoramento e a repressão são,

atualmente, as estratégias principais. Uma fiscalização efetiva e a arrecadação de

multas daqueles que não possuem autorização do IBAMA, contudo, devem ser

acompanhadas pela compreensão necessária dos aspectos sociais, econômicos e

políticos para se tratar o problema por meio de mudanças na política.

6.1.1. A extensão e o Índice de Desmatamento

Em 2003, a área de floresta desmatada na Amazônia brasileira alcançou 648,5 x 10³

km² (16,2% dos 4 x 106 km² da floresta original da Amazônia Legal, que é de 5 x 106

km²), incluindo, aproximadamente, 100 x 10³ km² de desmatamento “antigo” (pré-

1970) no Pará e no Maranhão (Figura 20; INPE, 2004). O índice atual e a extensão

cumulativa do desmatamento abrangem áreas enormes. A extensão original da flo-

resta amazônica brasileira era, aproximadamente, equivalente à área da Europa

Oriental. O índice é frequentemente discutido no Brasil em termos de “Bélgicas” já

que a perda anual equivale à área desse país (30,5 x 10³ km²), enquanto que a so-

ma cumulativa é comparada à França (547,0 x 10³ km²). A presença europeia, por

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quase cinco séculos, antes de 1970, desmatou uma área ligeiramente maior que

Portugal. As explicações oficiais, assim como os motivos pelos quais os índices do

desmatamento flutuam (decretos influenciando os incentivos e programas para fisca-

lização e arrecadação de multas), no entanto, são provavelmente incorretas, como

explico aqui. Além disso, uma variedade de questões técnicas sobre as próprias es-

tatísticas permanece em aberto (Fearnside & Barbosa, 2004).

Figura 20 - Desmatamento da Amazônia Brasileira

Para o desmatamento acumulado, a parte preta de cada barra representa o desmatamento anterior à

1970. Dados do INPE (2004), exceto o ano de 1978 (Fearnside, 1993b).

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6.1.2. Causas de Desmatamento

Na Amazônia brasileira, o peso relativo dos pequenos fazendeiros versus grandes

latifundiários altera-se continuamente devido às pressões econômicas e demográfi-

cas. Os grandes latifundiários são mais sensíveis às mudanças econômicas, tais

como as taxas de juros e outros investimentos, subsídios governamentais para o

crédito agrícola, índice de inflação e preço da terra. Os incentivos fiscais foram um

forte condutor do desmatamento nas décadas de 1970 e 1980 (Mahar, 1979). Embo-

ra um decreto em 1991 tenha suspendido novos incentivos, os antigos continuam,

ao contrário da impressão sustentada por afirmações de autoridades do governo de

que tudo acabou. Outros incentivos, como o crédito subsidiado pelo governo com

taxas bem abaixo da inflação, tornaram-se muito mais escassos depois de 1984.

Antes do Plano Real, em 1994, a hiperinflação dominou a economia do Brasil duran-

te décadas. A terra era muito valorizada e os preços atingiam níveis mais altos do

que poderiam ser justificados como um insumo para a produção agropecuária. a reti-

rada das florestas possibilitava reivindicações pela terra e o desmatamento para a

formação de pastagens era o mais barato e mais efetivo nesse sentido, embora seja

questionável até onde essa atividade era usada como especulação de terra . A es-

peculação de terra foi importante até por volta de 1987, quando houve um aumento

subsequente do lucro da pastagem a partir da produção de carne bovina (Mattos &

Uhl, 1994; Margulis, 2003). A recessão econômica brasileira é a melhor explicação

para a queda nos índices do desmatamento de 1987 até 1991. Os fazendeiros não

tinham capacidade de expandir suas áreas desmatadas tão rapidamente e o gover-

no não tinha recursos para a construção de rodovias e para projetos de assentamen-

to. O impacto das medidas de repressão (p. ex., patrulhamento com helicópteros,

confisco de motosserras, multas) foi, provavelmente, menor. A mudança política so-

bre os incentivos fiscais também foi ineficaz. O decreto suspendendo os incentivos

(nº 153) começou a vigorar em 25 de junho de 1991 – subsequente à maior queda

observada no desmatamento.

6.2. Queimadas

O número de queimadas na Amazônia apresenta uma tendência constante de cres-

cimento ao longo dos anos, nitidamente a partir de 1996, mas com variações intera-

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nuais determinadas pelas condições climáticas. O ano de 1994 foi marcado por uma

redução significativa das queimadas devido a uma combinação de situação econô-

mica e condições climáticas desfavoráveis. Já o ano de 1997, até o início de 1998,

foi marcado por um grande aumento das queimadas que culminaram com um episó-

dio inédito e de grande repercussão com os incêndios no Estado de Roraima Quan-

do os pequenos agricultores desmatam a floresta amazônica, no primeiro ano só

conseguem queimar uma pequena parte da fitomassa florestal: folhas, pontas de

galhos, ramagens etc. No segundo ano, esse material lenhoso está mais seco e

queima um pouco mais. Pesquisas da Embrapa Monitoramento por Satélite com 450

propriedades rurais na região indicam que são necessários cerca de oito anos para

que o agricultor consiga queimar todos os resíduos lenhosos. Isso significa que uma

área desmatada queima repetidas vezes durante oito anos. Nesse sentido, o cons-

tante desmatamento da Amazônia vai gerando um acúmulo de novas queimadas.

Elas somam-se às queimadas das áreas ocupadas antigas onde são usadas regu-

larmente como técnica agrícola para limpar pastos, eliminar restolhos de culturas,

combater pragas e doenças, renovar áreas, obter brotação precoce em pastagens

etc.

6.3. Construção de Hidrelétricas

A construção de 76 usinas hidrelétricas ameaça a Amazônia. Uma prova é o que

houve em Tucuruí. Setenta e seis novas usinas hidrelétricas das Centrais Elétricas

do Norte do Brasil S.A. (Eletronorte) vão inundar na Amazônia perto de 80 mil quilô-

metros quadrados de florestas, área equivalente ao estado de Santa Catarina. Nin-

guém pode saber ainda o que essa água vai sepultar em termos de ecossistema,

vegetação ou fauna, nem o que isso vai significar para a natureza brasileira. A expe-

riência de outras hidrelétricas já construídas na região – Tucuruí e Balbina – de-

monstraram a incapacidade da Eletronorte em tratar das questões do meio ambien-

te. A barragem de Tucuruí foi fechada para a formação do lago antes da retirada de

uma floresta e com isso o país perdeu milhões de dólares em madeiras nobres além

de terem sido arrasados 6500 quilômetros quadrados de riquezas naturais e um lago

e um rio terem ficado seriamente poluídos pela floresta apodrecida. Desastres como

esse obrigaram os bancos internacionais a suspender os financiamentos do setor

energético devido a pressão de entidades ambientalistas mundiais. Mesmo depois

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das negociações com os bancos norte-americanos e depois do pacote ecológico do

governo federal, o setor energético continua com os empréstimos suspensos até

Segunda ordem, enquanto outros projetos na Amazônia voltaram a ser discutidos.

Sinal de que a credibilidade do setor ainda está balada. E não sem razão: nos pla-

nos das centrais elétricas, o enfoque dado ao meio ambiente é basicamente o mes-

mo dos últimos anos enquanto existem hidrelétricas ainda maiores do que Tucuruí

projetadas para regiões ecologicamente mais ricas e diversificadas. Ou seja, onde o

impacto contra o meio ambiente poderá ser maior do que o ocorrido em Tucuruí.

6.4. O Comércio Ilegal de Animais Silvestres e a Biopirataria

No Brasil, o comércio de animais silvestres foi proibido a partir da Lei de Fauna, de

1967. Até então, a captura e comércio de animais era comum em muitas regiões de

Amazônia. Registros do século XIX relatam a intensa coleta de ovos de tartaruga.

Dos ovos extraía-se o óleo, que era utilizado para iluminação das cidades da região.

Estes animais, hoje raros e só recentemente retirados da lista de espécies em extin-

ção, eram “tão abundantes na água quanto os mosquitos no ar”.

No início do século XX, a captura de peixes-boi (Trichechus inunguis) passou a ser

prática corriqueira. Sua carne era comercializada principalmente na forma de ‘mixira’

(frita e conservada na gordura do próprio animal) e o couro, extremamente resisten-

te, se prestava à manufatura de correias para motores dos mais diversos tipos.

Nas décadas de 1950 e 1960, o comércio mais intenso era o de peles e as espécies

mais visadas eram os felinos (gatos-do-mato, jaguatiricas e onças) e mustelídeos

(principalmente lontras e ariranhas). Estas peles recebiam o nome genérico de ‘fan-

tasia’. A partir da Lei de Fauna, o comércio deste tipo de peles diminuiu, mas acabou

abrindo brecha para o comércio de couro e carne de jacarés (cujo produto era con-

siderado ‘pesca’ e não ‘caça’).

Os psitacídeos (araras, papagaios e periquitos) sempre estiveram entre os principais

animais capturados ilegalmente para serem comercializados para criação doméstica.

Mais recentemente, há uma ‘moda’ mundial de criação de répteis em casa, e algu-

mas cobras e lagartos amazônicos estão entre as espécies exportadas para esta

finalidade.

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50

Porém, o tipo de comércio de animais que mais preocupa é o dos organismos que

possuem substâncias químicas que podem ou poderão ser usadas para a produção

de medicamentos, aromáticos, inseticidas e cosméticos. O desenvolvimento das

tecnologias para extração de químicos, sua sintetização em laboratório, a manipula-

ção genética e a possibilidade de registro de patentes sobre estes recursos, está

gerando uma guerra. É esta guerra que está por trás da chamada ‘biopirataria’.

Conforme a Convenção da Biodiversidade, cada país deve ter direito aos seus re-

cursos genéticos, mas, na prática, a tecnologia tem ajudado os países mais desen-

volvidos a obterem patentes de recursos que não são originários de seus territórios.

As patentes vão desde os nomes, como “cupuaçu” e “açaí”, passam pelo registro de

processamentos tradicionais, como a produção de “cupulate” (chocolate feito com

sementes do cupuaçu), e podem chegar até as formulações químicas, como o prin-

cípio ativo Captopril, que controla a pressão arterial, originário do veneno da jararaca

(Bothrops jararaca). Hoje em dia, os royalties dos medicamentos que usam esse

princípio ativo não pertencem ao Brasil, mas ao laboratório norte-americano que fi-

nanciou a pesquisa.

Na recente disputa pelo cupuaçu, após intensa manifestação da sociedade e questi-

onamento internacional, o direito ao uso deste nome e as técnicas de produção do

“cupulate” foram “devolvidos” ao Brasil. No entanto, embora o país detenha esses

direitos em seu território, uma empresa japonesa mantém os direitos sobre seu uso

nos Estados Unidos e Europa.

A problemática da biopirataria, no entanto, não envolve apenas disputas internacio-

nais. Mesmo dentro do território nacional há uma preocupação sobre como assegu-

rar às comunidades indígenas e tradicionais o direito sobre o uso e benefícios gera-

dos por produtos naturais que estão em seus territórios, e cujo valor para a ciência é

descoberto a partir dos seus conhecimentos algumas vezes seculares.

6.5. A Pesca Predatória

Na pesca, as espécies mais visadas hoje em dia são os grandes bagres: a piramu-

taba (Brachyplatystoma vaillanti), a dourada (B. flavicans), o surubim (Pseudoplatys-

toma fasciatum) e a piraíba, também chamada de “filhote” (B. filamentosum). A ex-

ploração deste recurso se dá principalmente no estuário, onde a atividade é mais

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51

forte na seca, mas ocorre durante todo o ano. Nas demais regiões da Amazônia,

onde acontece em menor intensidade, a atividade se concentra no período de águas

baixas.

A pesca desses animais se dá em escala industrial, cuja produção é voltada princi-

palmente para a exportação. Estes grandes animais são muito apreciados, pois de-

les se pode tirar filés de excelente sabor e sem espinhas. Estudos têm apontado

uma diminuição na captura destas espécies (de 28 mil toneladas em 1977 para 10

mil toneladas em 1998), cuja causa mais provável é a diminuição dos estoques de-

vido à super exploração. Assim, é necessário estabelecer medidas de controle para

que tal atividade econômica mantenha-se em níveis sustentáveis.

Os especialistas acreditam que o principal problema para a sustentabilidade da pes-

ca da piramutaba, que é a mais valiosa e conhecida destas espécies, é o fato de os

animais pescados no estuário serem em sua maioria jovens. O ciclo de vida da es-

pécie inclui migrações de cerca de 3.500 km, principalmente na calha do Soli-

mões/Amazonas. Os adultos sobem o rio e desovam, no Brasil, na área entre Taba-

tinga e o rio Purus. Os jovens voltam para o estuário para crescer – e é quando são

intensamente capturados. Estima-se que 80% da captura são de animais muito pe-

quenos, que são devolvidos ao rio, mas geralmente não resistem e morrem. A inter-

rupção do ciclo de vida dessa parcela significativa da população tem afetado os es-

toques pesqueiros da espécie.

O pirarucu, maior peixe de escama da região, foi por muito tempo pescado de forma

artesanal. Com a introdução das redes, animais cada vez menores começaram a ser

capturados. A captura do tambaqui também sofreu um importante declínio, atribuído

à pesca. Um estudo no médio Solimões mostrou que a pesca destas espécies se dá

nos lagos, onde residem os jovens, ou em áreas de queda de árvores no canal do

rio, chamadas ‘pauzadas’. Acredita-se que este seja o local de desova destes ani-

mais e que esta captura ocorreria na época da sua reprodução. Como o período do

defeso era único para toda a bacia e a reprodução varia de um lugar para o outro, o

estudo propôs que o período de defeso fosse regionalizado para efetivamente prote-

ger as espécies nesta fase.

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Conclusão

A Amazônia é um grande fator para sobrevivência de diversas espécies, inclusive o

ser humano, mas com essa grave depredação prejudica grande parte de sua biodi-

versidade, pois, muitas espécies já foram extintas e muitas outras estão ameaçadas

de extinção, abalando cada vez mais os ecossistemas. Se a situação não mudar,

consequentemente, não só haverá grandes mudanças climáticas, como também,

graves desastres ecológicos, ocorrendo o aumento do nível dos mares, inundações

constantes, escassez de água potável em determinadas regiões e etc.

Page 53: Floresta Amazônica

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Page 56: Floresta Amazônica

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Apêndices

Apêndice A - Animais Ameaçados de Extinção na Amazônia

Nome Científico Autor, Data Nome Popular

Caluromyslops irrupta Sanborn, 1951 Cuíca-de-colete

Prlodontes maximus (Kerr, 1792) Tatu-canastra

Myrmecophaga tridactyla Linaeus, 1758 Tamanduá-bandeira

Ateles belzebuth E. Geoffroy, 1806 Coatá, Macaco-aranha

Ateles marginatus E. Geoffroy, 1809 Coatá

Saguinus bicolor Spix, 1823 Sagui-de-duas-cores

Cebus kaapori Queiroz, 1982 Macaco-caiarara

Saimiri vanzolinii Ayres, 1985 Macaco-de-cheiro

Cacajo calvus calvus (I. Geoffroy, 1847 Uacari-branco

Cacajo calvus novaesi Hershkovitz, 1987 Uacari-de-novaes

Cacajo calvus rubicundus I. Geoffroy & Deville, 1848

Uacari-vermelho

Chiropotes satanas Hoffmannsegg, 1807 Cuxiú-preto

Chiropotes utahicki Hershkovitz, 1985 Cuxiú

Speothos venaticus Lund, 1842 Cachorro-vinagre

Leopardus tigrinus Schreber, 1775 Gato do mato

Leopardus wiedii Schinz, 1821 Gato-maracujá

Panthera onça Linnaeus, 1758 Onça-pintada

Pteronura brasiliensis Gmelin, 1788 Ariranha

Trinchechus inunguis Natterer, 1883 Peixe-boi-da-Amazônia

Crax fasciolata pinima Pelzeln, 1870 Mutum-de-penacho

Psophiaviridis obscura Pelzeln, 1857 Jacamim-de-costas-verdes

Thalasseus maximus Boddaert, 1783 Trinta-réis-real

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Numenius borealis Forster, 1772 Maçarico-esquimó

Anodorhynchus hyacinthinus Latham, 1790 Arara-azul-grande

Guaruba guarouba Gmelin, 1788 Ararajuba

Pyrrhuralepida lépida Wagler, 1832 Tiriba-perola

Pteroglossus bitorquatus bitor-quatus

Vigors, 1826 Araçari-de-pescoço-vermelho

Dendrexetastes rufigula paraen-sis

Lorenz, 1895 arapaçu-canela-de-belém

Dendrocincla merula badia Zimmer, 1934 Arapaçu-da-taoca-maranhense

Oryzoborus maximiliani Cabanis, 1851 Bicudo, bicudo-verdadeiro

Phlegopsis nigromaculata para-ensis

Hellmayr, 1904 Mãe-de-toaca-pintada

Chelonia mydas Linnaeus, 1758 Tartaruga-verde

Taczanowskia trilobata Simon, 1895 Aranha

Stegodyphus manaus Kraus&Kraus, 1992 -

Agacephala margaridae Alvarenga, 1958 Besouro

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Apêndice B - Peixes e invertebrados aquáticos ameaçados de extinção

Nome Científico Autor, Data Nome Popular

Anodontites elongates Swainson,1823 Marisco-pantaneiro

Anodontites ensiformis Spix, 1827 Estilete

Anodontites soleniformes Orbigny,1835 Marisco-de-água-doce

Anodontites trapesialis Lamarck,1819 Prato, saboneteira

Leila esula Orbigny, 1835 Leila

Mycetopoda siliquosa Spix, 1827 Faquinha-truncada

Anheteromeyenia ornata Bonetto & Ezcurra de Dra-go, 1970

Geléia-de-água

Metania kiliani Volkmer-Ribeiro & Costa, 1992

-

Isogomphodon oxyrhynchus Müller &Henle, 1839 Quati

Pristis perotteti Müller &Henle, 1841 Peixe-serra

Pristis pectinata Latham, 1794 Peixe-serra

Potamobatrachus trispinosus Collette, 1995 Mangangá

Sartor tucuruiense Santos & Jégu, 1987 -

Mylesinus paucisquamatus Jégu & Santos, 1988 Pacu

Ossubtus xinguense Jegú, 1992 Pacu

Crenicichla cyclostoma Ploeg, 1986 Jacundá

Crenicichla jegui Ploeg, 1986 Jacundá

Teleocichla cinderella Kullander, 1988 -

Hypancistrus zebra Isbrücker & Nijssen, 1991 Cascudo-zebra

Aguarunichthys tocantinsensis Zuanon, Rapp Py-Daniel &Jégu, 1993

-

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Apêndice C - Plantas Ameaçadas de Extinção

Nome Científico Autor Nome Popular

Aspilia paraenses (Huber) J.U.Santos -

Digomphia densicoma (Mart. ex DC.) Pilg. -

Jacaranda carajasensis A.H.Gentry -

Bursera simaruba (L.) Sarg. -

Licania aracaensis Prance -

Licania bellingtonii Prance -

Ipomoea carajasensis D. Austin -

Ipomoea cavalcantei D. Austin -

Costus fragilis Maas -

Costus fusiformis Maas -

Amburana cearensisvar. acrea-na

(Ducke) J.F. Macbr. Cerejeira, cumaru-de-cheiro, im-burana-de-cheiro

Peltogyne maranhensis Huber exDucke Pau-roxo

Aniba rosaeodora Ducke Pau-rosa, pau-rosa, itaúba

Dicypellium caryophyllaceum (Mart.) Nees Cravo-do-maranhão, pau-cravo, casca-preciosa

Bertholletia excelsa Kunth Castanheira, castanheira-do-pará, castanheira-do-brasil

Eschweilera piresii S.A.Mori -

Eschweilera rabeliana S.A.Mori -

Swietenia macrophylla King Mogno, águano, caóba

Mourera fluviatilis Aubl.

Galeandra curvifolia Barb. Rodr. -

Axonopus carajasensis M.N.C.Bastos -

Euxylophora paraensis Huber Pau-amarelo, paucetin, amare-lão, espinheiro

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Nycticalanthus speciosus Ducke -

Pilocarpus alatus C. J. Joseph exSko-rupa

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