Floripa 05 online

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www.portalits.com.br | edição 05 reeditada Revista its Teens Florianópolis nº 05 2015 | R$ 9,80 LIBRAS CONFIRA OS SINAIS QUE APRENDEMOS COM A TURMA DA RAFA MANDALAS FAZEM CIRCULAR CONHECIMENTO E CRIATIVIDADE CULTURA POP IT'S A BLACK MUSIC GALERIAS OS MELHORES MOMENTOS AQUI! Uma data para saudar e reconhecer a cultura do continente de onde todos viemos Mama 20 DE NOVEMBRO África! Maria Eduarda Lourenço, Eduardo Lourenço, Maria Eduarda Braz, Maristela Sabino e Shaiane Puli Inácio, entre outros colegas, falaram sobre a Semana da Consciência Negra 2015 e sobre racismo nesta reedição na revista

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www.portalits.com.br | edição 05 reeditada

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2015

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LIBRASCONFIRA OS SINAIS QUE

APRENDEMOS COM A TURMA DA RAFA

MANDALASFAZEM

CIRCULAR CONHECIMENTO E CRIATIVIDADE

CULTURA POPIT'S A BLACK

MUSIC

GALERIASOS MELHORES

MOMENTOS AQUI!

Uma data para saudar e reconhecer a cultura do continente de onde todos viemos

Mama20 DE NOVEMBRO

África!

Maria Eduarda Lourenço, Eduardo Lourenço, Maria Eduarda Braz, Maristela Sabino e Shaiane Puli Inácio, entre outros colegas, falaram sobre a Semana da Consciência Negra 2015 e sobre racismo nesta reedição na revista

conteúdo

16 30

8CULTURA POP

CAPA

GALERIAS

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

EDIÇÃO 05

4

Foto

: DM Fo

togr

afia

10 | WI-FIDo celular com tela inquebrável à moto que vira jet ski, a its mais uma vez te dei-xa por dentro do que rola no mercado frenético da tecnologia.

8 | CULTURA POPMuitos ritmos que ganharam o mundo no último século são de origem africana e como 20 de novembro é Dia da Consciência Negra, no Cultura Pop desse mês vamos falar sobre esses estilos.

12 | LIBRASAlém da escrita, da matemática e das línguas estrangeiras, uma galerinha da escola Brigadeiro Eduardo Gomes aprende a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

27 | O QUE VOCÊ COME?Estudantes do 8º ano, da José do Vale, pesquisaram o valor nutricional e a composição dos alimentos com o pro-fessor João Luis Carraro. A ideia é com-partilhar o que foi estudado com tur-mas mais novas.

24 | MANDALASNa escola Anísio Teixeira, as professoras Adriana Werner e Micheline Barros ensinam a técnica das mandalas. Com elas, a galera do nono ano cria peças exclusivas e pode planejar viagem de formatura.

22 | MODABlack Powers e turbantes ganham as ruas e adesão da galera que resolveu abando-nar a chapinha de vez. Saiba tudo sobre o estilo que pra além de lindo representa a resistência de um povo.

WI-FI10

EXPEDIENTE

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Grupo RIC SCPresidente ExecutivoMarcello Corrêa Petrelli | [email protected]

Diretor SuperintendenteReynaldo Ramos Jr. | [email protected]

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Revista its é umapublicação da Editora Mais SC

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ConteúdoJéssica Stierle | [email protected]

DistribuiçãoHannah [email protected]

NÚCLEO COMERCIAL REDESanta CatarinaFabiano Aguiar | [email protected]

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São Paulo, Distrito Federal,Minas Gerais e Rio de JaneiroNilton Aquino | [email protected] Gerências Comerciais SCGerente Comercial ChapecóJorge Furtado | [email protected]

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EXECUTIVOS CONTAS SCSul Fabiano Aguiar | [email protected] FlorianópolisCrystiano [email protected] [email protected]

ItajaíCristiane Mattos | [email protected]

Os artigos assinados não refletem necessaria-mente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.

Tiragem: 2,402 mil exemplares

NÃO VACILA, FALA AÍ(47) [email protected]

Pontos de distribuição:Escolas Básicas Municipais de Florianópolis

LUCIANAPAULA

MATÉRIADE CAPA

VANESSAESTEVES

SAIDEIRA

DARA ALEXANDRA

TÁ NA MODA

LUCASINÁCIO

CULTURA POP

editorialFala galerinha!

OSCULPADOS

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO:

JÉSSICASTIERLE

Se em Santa Catarina não reconhecemos o 20 de novembro como um dia digno de feriado, isso não significa que escolas de Florianópolis deixam de comemorar e saudar a “Mama África” e sua cultura, que tanto influenciou o que somos hoje. Acredite, por lá existe muito mais do que é mostrado no clipe de “Waka waka” da Shakira.

História, cores, molejo, moda e música estão presentes nessa edição. Você vai viajar para longe e entender a importância de marcar aí na sua agenda o vigésimo dia do mês de novembro com muito respeito.

#tmj

Ps.: Espiem a Lu ostentando o colar que ganhou da galera quando apurou a matéria sobre as mandalas!

Silentó - Watch MeDemi Lovato - ConfidentEnvolvidão - RaelCaneta e Papel - Os ArraisDJ Shadow - Scale It Back RASHID - "A Cena"

Por Lucas Iná[email protected] POP

MÚSICA

8 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

pop e negraNa última edição da Revista Its, em ou-

tubro, falamos sobre os sistemas de cotas e a falta de representatividade dos negros nas universidades e profissões que exigem curso superior. Porém, se há uma área em que a et-nia se destaca é a música. Muitos ritmos que ganharam o mundo no último século são de origem africana e como 20 de novembro é Dia da Consciência Negra, no Cultura Pop desse mês vamos falar sobre esses estilos.

A contribuição dos escravos na música varia de acordo com seus reinos de origem da África: no Brasil e no Caribe, os instrumentos percussivos dos bantos ganharam destaque; já nos Estados Unidos, o canto dos sudaneses foi a característica mais marcante, sobretudo nos campos de algodão da região sul do país. Com a abolição da escravidão em todo o con-tinente ao longo do Século XIX, a música ne-gra se desenvolveu, incorporou instrumentos

europeus e aos poucos venceu o preconceito da sociedade.

Entre os norte-americanos, o Blues e o Jazz surgiram e se popularizaram na primeira metade século XX, ritmos que deram origem ao Rhythm and Blues (R&B) e o Rock and Roll nos anos 50. O rock rapidamente se populari-zou em todo o mundo e entre todas as clas-ses, mas com a luta pelos Direitos Civis dos negros nos anos 60 vieram os ritmos mais ligados à etnia como o Soul e o Funk (que está novamente em alta com Bruno Mars). Foi esse movimento, já em tempos mais calmos, que revelou Michael Jackson um dos precur-sores do Pop nos anos 80. Também naquela década, surgiu o Rap, resgatando a música de protesto, e destaque até hoje junto com o Pop e o Rock.

A música negra também se popularizou em outras partes da América Latina como

o Tango na Argentina (sim, ele é de origem africana), a Rumba em Cuba (muito usada pelo rapper Pitbull), o Reggae na Jamaica, entre outros.

No Brasil a história começou parecida com a dos Estados Unidos, com o Samba sendo a base da música afrobrasileira até a década de 1950, quando surgiram a Bossa Nova e a MPB. Nos anos seguintes, o rock a Black Music e o reggae chegaram em terras tupiniquins. Na década de 1970 surgiram no-vos subgêneros do samba como o pagode e o sambarrock. Nos anos 80 mais mudanças, além da chegada do pop e do rap, nasceram o Axé na Bahia e o Funk Carioca no Rio de Janeiro. Hoje em dia é impossível imaginar playlists de qualquer lugar do mundo sem influência da música negra. [Mais detalhes sobre a história da música nacional nos qua-dros ao lado].

9FACEBOOK.COM/REVISTAITS

RAPO ritmo chegou no país na década de

1980, tendo como berço a cidade de São

Paulo. De lá para cá surgiram Thaíde e DJ

Hum, Racionais MCs, Sabotage, Marcelo

D2, entre outros. Ficou um tempo em

baixa, mas nos últimos anos voltou forte

com artistas como Criolo e Emicida.

POPO termo pop vem de popular, mas no caso

da música vamos considerar o ritmo me-

lódico com arranjos eletrônicos e letras

simples que vão de Madonna, Rihanna,

até as cantoras da Disney. No Brasil o gê-

nero tem uma relação próxima do funk

carioca como nos casos de Kelly Key,

Anitta e Ludmilla.

SAMBAVale esclarecer que pagode é o termo

usado para falar das festas de samba

e o subgênero foi batizado com esse

nome, mas na verdade tudo é samba.

Seja Cartola, Clara Nunez, Fundo de

Quintal, Molejo ou Mumuzinho (foto).

O ritmo nasceu na Bahia e foi para o

Rio de Janeiro no começo do século XX,

onde não parou de crescer.

FUNKO Funk carioca é baseado no Miami Bass,

um ritmo que não durou muito nos EUA,

mas por aqui sim. Como os primeiros

bailes do Rio eram em boates que toca-

vam o funk original, o nome ficou. Hoje o

funk está bem diferente e fazendo cada

vez mais sucesso com MC Guimê, Sapão

(foto), Nego do Borel, entre outros.

ROCKChegou no país nos anos 50 e se destacou

com a Jovem Guarda, aquela música que

toca em bailes de formatura. Seu auge

no Brasil foi nos anos 1980 com Titãs,

Legião Urbana, entre outras bandas ainda

em atividade. Hoje é um pouco mais pop,

mas sempre tem gente fazendo rock de

responsa como O Rappa.

REGGAENão é sempre que o ritmo está em alta,

mas o público é fiel e Bob Marley nun-

ca sai de moda. A capital nacional do

Reggae é São Luiz, no Maranhão, mas o

litoral sul do país não deixa por menos.

Natiruts (foto), Tribo de Jah, Chimarruts

e Ponto de Equilíbrio sempre lotam

seus shows pros lados de cá, acho que

isso significa bastante.

MUNDO TECH

WIFI

10 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Por Jéssica [email protected]

AS NOVIDADES DO MÊS PRA VOCÊ

Para a Apple tudo o que você precisa é seguir o passo a passo:

É PRA GLORIFICAR DE PÉ! Após vazarem algumas imagens na internet, Droid Life

anunciou que o novo Moto Maxx 2 terá sua tela “inquebrável”, já estamos morrendo de amores pela novidade! Além disso, os usuários que optarem por comprar o modelo de 64 GB poderão trocar de capinha com diversas cores #vemostro

UFA! Tá ligado(a) naquelas conversas do Whats que as vezes

excluímos “sem querer, querendo”? Por mais que o app não possua de fato uma lixeira, existem maneiras bem simples de recuperar seus papos deletados.

E SE ESSA MODA PEGA? Em menos de 5 segundos e um veiculo aparentemente

terrestre se transforma para possibilitar aventuras e viagens aquáticas. A empresa Gibbs Sports, planeja lançar no merca-do três novos modelos anfíbios, o Biski é uma motocicleta com motor de dois cilindros, na terra o veículo pode atingir quase 130 km/h e na água, quase 60 km/h.

Para a Apple tudo o que você precisa é seguir o passo a passo:

GLOBALIZOU Microsoft lançou o site Microsoft Educator Commu-

nity, O objetivo é fazer da plataforma uma ferramenta de integração entre educadores do mundo todo, através de treinamento interativos e dicas sobre melhores práticas em sala de aula.

O lance é fazer que professores possam se reunir via web para ter acesso a matérias, ideias inovadoras e incentivo para repassar os conteúdos aos alunos. A sacada já conta com 1,5 milhão de profissionais em mais de 235 países, para se cadastrar basta criar um perfil no site fornecendo algu-mas informações sobre a forma de ensino que o profissional adota. I RA DO

5G NO BRASILSegundo a Ericsson isso será possível até 2020. A de-

claração veio da companhia que está com o projeto junto ao Governo Federal e grupos de telefonia. Os testes da nova tecnologia serão desenvolvidos em conjunto com Universi-dades de Sampa e do Ceará.

EDUCAÇÃO

Por Luciana Paula

12 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

COMUNICARE!linguagem. Para estudiosos como o americano John Dewey, é o modo como nos comunicamos que faz os seres humanos diferentes dos demais animais. E

entre nós existem muitas formas de se fazer isso: pela escrita, pela fala, pelos sinais. Na sala do 2º ano matutino da professora Maike Moser, na escola Brigadeiro Eduardo Gomes, as paredes são testemunhas do que o pensador chamou de “o espetáculo da comunicação”. Acima do quadro negro, cartazes com o alfabeto. Na parede de fundo da sala, desenhos representando borracha, caneta e lápis ganham as legendas eraser, pen e pencil. Na parede da porta, mapa da cidade e cartaz que expõe os “números com vírgula e moedas de real” dividem espaço com representações do alfabeto e de palavras na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

AAlém da escrita, da matemática e das línguas estrangeiras, uma galerinha da escola Brigadeiro Eduardo Gomes aprende a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Foto

s: Lu

ciana

Pau

la

A turma posa pra Revista its fazendo o sinal da amizade!

Helena mostra o sinal do Leão.Rodolfo tentou adivinhar o sinal do coelho. Ana Luiza faz o sinal do gatinho.

Rafa de papo com o professor Renato

Ali, vemos que cada aluno e cada professor tem uma foto mostrando sinal que representa seu nome em LI-BRAS. Quando nas quartas e sextas--feiras começa a aula do professor Renato das Chagas, os alunos fazem seu sinal, como numa chamada onde cabe ao estudante dizer seu nome. No dia em que a Revista its acompanhou a aula, a turma queria que a repórter também mostrasse o seu. Quem de-fine o sinal do nome é a pessoa com surdez, que naquela turma é a alu-

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na Rafaella Silveira. Ela não estava muito a fim de inventar um sinal pra mais uma jornalista que a assediava durante a semana tumultuada, mas acabou cedendo.

A aula de LIBRAS daquela ma-nhã era sobre o nome dos animais. O professor escolheu um aluno e saiu com ele para o corredor. Sem que ninguém pudesse ver, eles combi-naram qual animal a criança teria que imitar para o resto da turma. Quem adivinhasse, teria que soletrar o nome dele em LIBRAS e acertando faria a próxima mímica. Entre per-formances de leões, cobras e ratos, a gente descobria brincando qual sinal representa cada bicho.

A professora Kátia Hilarião, intérprete por quem a Rafa tem o maior xodó, ajudava a conter a an-siedade da garotada. Ela conta que além de mímica, em algumas aulas os alunos realizam diálogos em LI-BRAS. Graças ao desenvolvimento desta habilidade, todos puderam entender a poesia que a Rafa apre-sentou num recital organizado pela profª Maike.

Muito afetiva, ela tem vários amiguinhos na turma, mas uma afi-nidade especial com a Lara que tam-bém é muito prestativa e atenciosa. A Rafa adora gatinhos, e tem um de estimação. Como aluna, é muito

perfeccionista. Isto fica nítido em seus desenhos. “Ela apaga e refaz quan-tas vezes forem necessárias para que fique do jeito que ela quer!”, conta a professora Kátia.

O sinal do nome de cada aluno fica exposto na sala de aula.

Na sala Multimeios, Rafa mostra o quanto é caprichosa em seus desenhos

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s: Lu

ciana

Pau

la

Nem sempre alunos com deficiência tiveram direito à educação. O professor Renato nasceu com surdez e cursou até a quarta série em uma escola para surdos, o Instituto de Audição e Terapia da Lingua-gem (IATEL), aqui na capital. A partir da 5ª série foi para a escola regular, mas não contava com intérprete, tarefa que era de-sempenhada por um prima. Hoje, em qual-quer instituição de ensino, os alunos com necessidades especiais, como a surdez, têm direito a um professor auxiliar. Já adulto, formou-se em Pedagogia pela Universida-de do Estado de Santa Catarina (UDESC), onde podia contar com intérprete.

Desde 2011, ele é professor efetivo da rede municipal de Florianópolis e além das aulas pra turminha da Rafa, leciona LIBRAS para a comunidade duas vezes por semana à noite, na própria escola Bri-gadeiro Eduardo Gomes. Uma das alunas dele na turma de adultos é a professora Maike. “Gostaria de ter aprendido mais

cedo”, conta sobre o desafio de memori-zar os sinais.

Se mais pessoas dominassem esta língua, Renato teria mais facilidade em desempenhar tarefas básicas como fa-zer compras, pedir informações. Quan-do as mímicas não são o suficiente, ele precisa apelar para a escrita. Aliás, o cara curte a leitura de revistas e livros, e se mantém sempre informado pela Internet, mas salienta que a leitura do surdo é diferenciada, já que sua “fala” não contém preposições.

A professora Kátia é uma que se apai-xonou pela LIBRAS. Mesmo com a audi-ção normal e sem ter nenhum familiar ou amigo surdo, se inscreveu no vestibular do curso de LIBRAS da Universidade Fede-ral de Santa Catarina quando sua filha foi aprovada em Odontologia. Além de contar com ela e com o professor Renato nas aulas, a Rafa ainda é atendida na sala multimeios, duas vezes por semana.

FACEBOOK.COM/REVISTAITS14

ENSINO DE LIBRAS

Professor Renato dos Santos e professora Kátia Hilarião, na aula de LIBRAS.

Neste click, cada um mostrou o sinal de seu nome.Mais à frente, professora Maike Moser.

Laura faz o sinal do porco.

O dasafio do Ian era imitar a cobra.

Além do talento artístico, a Rafa esbanja meiguice.

Saiba Mais sobre a história da LIBRAS acessando:

FACEBOOK.COM/REVISTAITS 15

PEQUENO HISTÓRICO DA LIBRAS1855: Eduardo Huet, como professor surdo, com

experiência de mestrado e cursos em Paris, chega ao Brasil a convite do imperador D.Pedro II, com a intenção de abrir uma escola para pes-soas surdas.

1857: foi fundada a primeira escola para surdos no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto dos Surdos--Mudos, hoje, Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no dia 26 de setembro. Hoje, o dia do surdo é comemorado no dia 26 de se-tembro, homenagem à inauguração da pri-meira escola de surdos do Brasil em 1857, o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).

1880: acontece o Congresso Internacional de Surdo-Mudez, na cidade Milão, Itália, onde o método oral foi votado o mais adequado a ser adotado pelas escolas de surdos e a língua de sinais foi proibida oficialmente. Alegava-se que a mesma destruía a capacidade da fala dos sur-dos, também argumentando que os mesmos são “preguiçosos” para falar, preferindo a usar a língua de sinais. Na ocasião de votação, durante a assembleia geral realizada no congresso, to-dos os professores surdos foram proibidos de votar e excluídos. Dos 164 representantes pre-sentes ouvintes, apenas 5 dos Estados Unidos votaram contra o oralismo puro.

2002: É sancionada a Lei de LIBRAS (10.436/2002) que prevê a inclusão dos surdos na educação e a inclusão da língua brasileira de sinais nos cursos de Pedagogia, Licenciaturas e Fonoaudiologia;

2004: É sancionada a Lei de Acessibilidade que entre outras coisas respalda a garantia de intérpretes para surdos no ambiente escolar e acadêmico.

2006: Criação do Curso de Graduação em Letras/LIBRAS, com a coordenação da Universidade Fe-deral de Santa Catarina e com a participação de 9 (nove) pólos, situados em diferentes estados brasileiros. http://www.libras.ufsc.br

LINK!A dica de filme sobre o assunto é

“A Família Bélier”, espia o trailler!

Técnica de leitura labial em que se 'lê" a posição dos lábios para captar o que alguém está falando. Só é útil quando o interlocutor formula as palavras de frente e com clareza, dedevagar. A maioria dos surdos só conseguem ler 20% da mensagem através da leitura labial, perdendo a maioria das informações.

ORALIZAÇÃO

A Lorraine teve que fazer a mímica da aranha.

O bichinho que a Mariana escolheu foi o rato

Consciência Negra 2015

SEMANA DA

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ESPORTECAPA

Maria Eduarda Lourenço, Eduardo Lourenço, Maria Eduarda Braz, Maristela Sabino e Shaiane Puli Inácio.

Voltamos à Escola Municipal José Amaro Cordeiro, no Morro das Pedras, depois da Semana da Consciência Negra, que ocorreu entre os dias 16 e 21 de novembro, para conferir o que rolou e o que a galera achou da programação. A partir dos depoimentos dos alunos, preparamos um conteúdo especial de duas páginas e lançamos esta reedição da edição 05, disponível apenas para leitura online.

TROCANDO IDEIA COM A GALERAForam várias as atrações da Semana

neste ano (ler box). A estudante Maristela Sabino explicou que o 4º ano apresentou dança e pinturas africanas. Sua colega de turma, Maria Eduarda Braz, curtiu saber mais deste continente: “porque eu sou negra, minha família é negra”. Antes de ter aulas sobre o tema ela “não sabia que na África tem pessoas ricas e que em al-guns países de lá vivem também pessoas brancas”. A xará Maria Eduarda Louren-

Por Luciana Paula

16 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

ço, da mesma turma, falou sobre o debate sobre o racismo, e como o preconceito às vezes gera ofensas. “Mas aqui na escola a gente não briga por isso porque a direto-ra Márcia é ‘brava’”. Sobre os trabalhos realizados na escola, ela aprendeu muito estudando mapas de África porque “an-tes pensava que se tratava de um país só”.

A professora Lúcia Pires do 3º ano contou que, durante o ano letivo, quan-do os alunos tinham oportunidade de pintar desenhos de pessoas, refletiu-se

“O que mais curti na Semana da Consciência Negra foram as máscaras”

Eduardo Lourenço

• Trabalhos expostos (biografias, mapas, arte);• Cantigas;• Capoeira;• Maculelê;• Mostra dos Orixás;• Máscaras;• Muqueca vegetariana: feita pelos professores de ciências e história;• Canjica;• Apresentação do Hino da África do Sul.

O QUE ROLOU NA SEMANA

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sobre as diversas cores de pele na turma. E este debate teve efeitos positivos. “Aos poucos fui percebendo que já não usa-vam somente a cor denominada de ‘cor de pele’”, avalia Lúcia. Em sua aula, a ga-lera leu os livros digitalizados “Que cor é minha cor?”, de Martha Rodrigues, e “O cabelo de Lelê”, de Valéria Belém.

A reflexão parece óbvia, mas é fun-damental diante do racismo que ainda persiste. Todos os alunos negros com quem falamos já haviam sofrido “in-júria racial”, quando alguém xinga al-guma pessoa pela sua etnia. “[Quando passo por isso], eu sinto raiva”, a frase forte destoa do jeito sorridente e sapeca de Jhoby Eto’o Mendes, aluno da pro-fe Lúcia. “Não pode ligar [pra isso]!”, aconselha a tímida colega de turma Stefani Sampaio da Silva, tentando convencer Jhoby.

Mas trazendo o debate do racismo para a escola os alunos começam a co-nhecer seus direitos e não precisam se calar. “Agora, a gente sabe que pode pro-cessar os pais”, conta Shaiane Puli Inácio, do 5º ano, sobre os casos em que crianças são vítimas de racismo pelos colegas. Com cabelos longos e volumosos, Shaia-ne conta que só passou a deixá-los soltos “depois que fiz um permanente afro pra deixar mais cacheadinho”. Isso porque sempre ouvia comentários preconcei-

tuosos, coisa que também acontece com as demais colegas de cabelo crespo.

Para debater a questão a professora dela, Rosane Nienchoter, propôs que a turma criasse representações de mulhe-res negras, trabalhos que foram expostos na Semana da Consciência Negra. “A ideia era problematizar as questões mais estéticas relativas à beleza da mulher, fixação de padrões de beleza baseado na cultura ocidental (mulheres magras, al-tas, loiras) e além disso expor mesmo as questões relativas a gênero no Brasil, às lutas femininas etc. Para a composição do trabalho usamos tintas diversas, papel duplex preto e giz branco.”

Ismael Sampaio, também do 5º ano, achou importante falar sobre África e racismo “porque ainda existe preconceito contra os negros”. Como combatê-lo? - perguntamos. “Parando de xingar!” - ele responde. Já a colega de turma Bruna Povoa menciona uma face ainda mais cruel do racismo. Ela acompanhou na mídia o caso da morte de cinco rapazes negros fuzilados pela polícia no Rio de Janeiro, no último dia 28 de novembro. “Eles estavam indo comemorar o primeiro salário de um dos amigos e a polícia matou eles no carro”. “Você tem medo que algo assim aconteça com a sua família?” - pergun-tamos. “‘Muuuuuito’ medo!”, disse.

“Uma família ficou mais à vontade para assumir que é da Umbanda depois de participar da nossa Semana. Antes, quando o Censo perguntava, eles preferiam dizer que eram espíritas. Aí eu respondi que eles têm que ter é orgulho da religião deles!”

Diretora Márcia SantosStefani Sampaio, Bruna Povoa, Ismael Sampaio e Jhoby Eto'o Mendes.

MAMA ÁFRICA!20 DE NOVEMBRO

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18 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Uma data para saudar e reconhecer a cultura do continente de onde todos viemos

Robson Filho, Wollington Pereira da Silva, nos atabaques, Camilli Varela, com pandeiro e Kethelen Nascimento, com a pandeirola, preparando-se para apresentações do Dia da Consciência Negra

Quando a gente entra na secretaria da escola José Amaro Cordeiro, dá de cara com uma abayomi muito estilosa, com direito a tererês lindos. Na sala da diretora Márcia dos Santos, tem outra daquela bonequinha negra, cujo nome em iorubá significa “a/o que traz alegria” (abay é “encontro” e omi é “precioso”). Na biblioteca, a gente pode viajar para África em histórias de livros como: “Ulomma” de Denise Nascimento, “Tear Africano” de Henrique Cunha Junior

e “Gosto de África” de Joel Rufino dos San-tos. Na sala de música, agogôs, ganzás, tam-borins e atabaques não nos deixam esquecer quanto nosso ritmo veio daquele continente que é o “berço da humanidade”.

Ainda que a África esteja em nosso dia--a-dia e no dos estudantes da escola, é pre-ciso reconhecer sua cultura, saudar suas manifestações que por tantos séculos foram perseguidas e desvalorizadas por visões preconceituosas e ignorantes. É por isso que

Quando estivemos na unidade, acompanhamos a aula da professora Letícia Grala, de mú-sica. Empolgados, os alunos da 61 nos apresentaram a Nkosi Sikekel'i Afrika, canção da África do Sul que virou um hino da paz e da liberdade. Eles vão se apresentar na próxima Semana da Consciência Negra da escola.

“Montamos um repertório musical que contempla músicas do continente africano e mú-sicas brasileiras, e também gêneros musicais estrangeiros marcados pela presença negra como o jazz e o blues, por exemplo”, conta a Letícia. Antes das aulas da profe, a galera conhe-cia a África principalmente por conta da Copa de 2010, na África do Sul.

“Conhecer palavras diferentes” foi uma das coisas que a Gabriele Ventura mais curtiu ao tocar e cantar o repertório africano. Para o Peterson Santos, que chegou depois do início do ano, foi difícil acompanhar o compasso da turma. “Tive que me empenhar bastante”, conta.

RITMO ANCESTRAL

19FACEBOOK.COM/REVISTAITS

Nathan Ramos, com atabaque, Gabriel Cavalcante, e prof Letícia Grala, com pandeiros e Gabriele Ventura tocando bongô.

a unidade, há cinco anos, promove uma semana da Consciência Negra muito ba-dalada para marcar a data comemorativa do dia 20 de novembro.

Ano passado, a comunidade foi con-vidada a conferir danças apresentadas pela turma 82 e trabalhos sobre países africanos das turmas 61 e 62. Quem acei-tou o convite da escola pôde conhecer ainda as histórias estudadas pela turma do 4º ano e os provérbios que a galera do 2º conheceu, todas narrativas de África, de nossos ancestrais. Poemas, mandalas, releituras de obras da Tarcila do Amaral que represtam afrobrasileiros, são tantos e tão variados os projetos desenvolvidos pela escola em um ano, que uma semana parece pouco para expor.

Oficinas de cordões e de bonecas abayomis e a presença de integrantes de um terreiro de Candomblé da Armação do Pântano do Sul, que serviram co-midas típicas como o acarajé, pipoca e canjica, também foram atrações da pro-gramação. Sem medo de cara amarrada, Márcia defende que “se não chamarmos [integrantes de religiões de matriz afri-cana] o preconceito [sobre eles] vai con-tinuar”.

Diante da chegada de haitianos à cidade, a equipe da escola não poupou esforços para convidar os imigrantes para trocar uma ideia com a galera. “A turma ficou impressionada com os hai-tianos pela quantidade de idiomas que eles dominam: francês, espanhol, inglês e criolo”, conta Márcia. Ela em particular se impressionou com a visão deles “vin-dos de um país tão empobrecido, muitas vezes com boa formação, não têm medo de trabalhar onde for necessário para sobreviver”, comenta sobre os que fo-ram operários na construção da ponte Anita Garibaldi, em Laguna. Neste ano, a diretora planeja trazer uma convidada africana.

Acervo de literatura africana e afrobrasileira da escola e boneca abayomi.

20 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

REPERTÓRIO AFRO Por Letícia Grala

Siyahamba e Nkosi Sikelel'i Afrika - músicas da África do Sul. Estas duas mú-sicas fazem parte do repertório de músicas de outros povos e culturas trabalhado em nossa escola.

Siyahamba é conhecida mundialmente e é também cantada por inúmeros corais, principalmente por coros infantis. Em seus arranjos pode-se encontrar canto e dança, o que é muito apreciado pelas crianças.

Nkosi Sikekel'i Afrika, que se tornou uma espécie de hino da África do Sul, é uma canção de paz e liberdade. Na escola, as crianças compuseram um arranjo especial para esta música.

“Tristeza” – Sérgio Mendes. “Tristeza” integra o repertório de sambas tocado na escola. Utilizando tambores e pandeiros, as crianças tocam e sambam nesta música, mandando embora a tristeza.

“Samba do Arnesto” – Adoniran Bar-bosa. Este clássico, na voz de Adoniran, um dos maiores expoentes do samba paulista, é apreciadíssimo pelas crianças na nossa es-cola que se divertem com a maneira de falar de Arnesto e seus amigos e também com história que este samba nos conta.

“Mas que nada” – Jorge Ben. Neste “samba que é misto de maracatu”, como nos conta a própria letra, trabalhamos esses dois ritmos.

Músicas de capoeira. Temos em nosso repertório várias músicas de capoeira onde os alunos e alunas divertem-se e aprendem tocando, cantando e jogando capoeira.

Música composta em parceria com a professora de Língua de Portuguesa. Nas turmas de sexto ano, a professora de Língua Portuguesa, Lúcia Izabel Telexa, está traba-lhando as palavras africanas que fazem par-

te do vocabulário brasileiro. Numa parceria entre aulas de Música e de Língua Portugue-sa, estamos elaborando uma composição musical com essas palavras e ritmos afro brasileiros trabalhados em aula.

Música em pareceria com Língua In-glesa. Parceria que propõe trabalhar a letra da música Happy Kids Africa, Pharrell, nas aulas de inglês, com a professora Néli Fáti-ma, e arranjo musical nas aulas de música.

Conheça o repertório que a galera canta e toca nas aulas de música, através dos comentários da professora Letícia Grala.

Turma canta Nkosi Sikekel'i Afrika, que se tornou uma espécie de hino da África do Sul, na aula da professora Letícia Grala

Por Lúcia Telexa Na aula da professora de Língua Portuguesa Lúcia Telexa também

não faltam referências à cultura de nossos ancestrais africanos. Con-firam o relato que ela preparou pra Revista its.

Novembro é o mês da consciência negra, mas relações raciais e o respeito à diversidade devem ser trabalhados o ano todo. Pensando nisso eu trabalho com os meus alunos a influência da língua africana na língua portuguesa, apresentando os países que falam o português, as palavras africanas que fazem parte do vocabulário brasileiro. Tam-bém apresento para eles a religião, citando o Candomblé, e como os escravos colocaram na própria igreja Católica os seus traços culturais, já que os santos adorados no catolicismo têm sempre o seu igual ne-gro. Por exemplo, Iemanjá é a santa dos negros, enquanto a mesma é representada no catolicismo como a Nossa Senhora dos Navegantes.

Os alunos usam dicionários para verem o significado das palavras africanas, desenham máscaras, ouvem algumas histórias africanas, os griots que são estórias contadas pelos africanos. E ainda conhecem a história dos Ndebele, que é uma língua banto falada em três países da África Austral pelo povo ndebele. O mais interessante deste povo é a arte das mulheres Ndebele que ocupam uma posição distinta, elas pintam suas casas com cores fortes e grafismos, aguardando que um homem aprecie a arte e case com elas.

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ARTENDEBELE

A Rede Municipal de Educação conta com um setor e especia-listas em Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER). Um dos resultados do trabalho da equipe foi o Prêmio Camélias 2015, com o projeto “Diversidade Étnico-Racial e Educação Infantil: pos-sibilidades e ações”.

Em conversa com a especialista Sônia Carvalho, ressaltou-se, entre outras coisas, a importância de valorizar as lideranças ne-gras de cada comunidade da Ilha, como por exemplo a dona Valda Costa, do Morro do Mocotó.

EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ETNICO-RACIAIS

Por Jeruse Romão

Pra ajudar na luta contra o preconceito que so-frem as religiões de matriz africana, nada melhor que informação. A professora Jeruse Romão, consultora da Rede de Educação Municipal, escreve sobre o assunto.

No Brasil existem várias religiões. Algumas foram trazidas por grupos étnicos específicos. Os europeus trouxeram, de início, o Catolicismo e as chamadas re-ligiões cristãs. Os japoneses trouxeram o Budismo, os judeus trouxeram o Judaísmo e por aí vai. Os africanos, quando trazidos, trouxeram suas religiões também. No nosso país, há um conjunto de religiões que são vividas a partir do universo sagrado africano e que são deno-minadas de "religiões de matriz africana". Em Santa Catarina destacam-se o Candomblé e a Umbanda.

O que caracteriza o Candomblé e a Umbanda?O Candomblé é vivido a partir das concepções cul-

turais e filosóficas africanas. Existem na verdade can-domblés se considerarmos que os africanos trazidos eram de diversas etnias e, portanto, as suas especifici-dades foram representadas na reorganização religiosa no Brasil. Convém pesquisar sobre o Candomblé Ketu e Candomblé Angola, existentes em Santa Catarina.

Já a Umbanda é uma religião brasileira. Ela funde os princípios do catolicismo, das religiões africanas e do espiritismo e organiza um rito com base cultural brasileira.

Nas duas religiões, Umbanda e Candomblé, cultua-mos os orixás, que são os deuses africanos. Na Um-banda, esses deuses e deusas são representados por santos católicos, uma estratégia que os africanos utili-zaram para burlar a norma que os impediam de cultuar os orixás africanos. Os orixás mais cultuados no nosso país são Oxalá, Ogum, Iemanjá, Oxum, Iansan, Xango, Oxóssi, ibejis e exus.

As religiões de matriz africanas são ligadas à natu-reza, considerada lugar dos orixás. Por exemplo, Iansan é dona do vento, Oxóssi é o dono das matas, Xangô das pedreiras e Iemanjá do Mar. Por esse motivo, no último dia do ano, os brasileiros levam flores ao mar e saúdam Iemanjá.

CANDOMBLÉ E UMBANDA

22 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Em mais de mil cidades em todo o Brasil, o dia da morte de Zumbi dos Palmares é celebrado com feriado. Há cerca de 30 anos, a data passou a ser comemorada por ativistas do movimento negro. Zumbi foi o último líder de um dos maiores quilombos do Brasil Colônia, o Quilombo dos Palmares, na antiga capitania de Pernambuco. Sua história de resistência é uma grande inspiração para quem luta contra a opressão contra os negros.

20 DE NOVEMBRO

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Maior nome da literatura catarinense, Cruz e Sousa foi um poeta simbolista. Era natural da capital e nasceu em 1861. Pôde estudar com a ajuda dos ex-senhores de seus pais, que haviam nascido escravizados. Sua instrução não o livrou do preconceito da época, mas ainda assim conseguiu se tornar diretor do jornal Tribuna Popular, em 1881. Suas maiores obras são Missal, poema em prosa, e Bróqueis, poesia. A antiga sede do governo estadual, que hoje abriga um museu, perto da Praça XV, hoje é chamada Palácio Cruz e Sousa, em sua homenagem. Nas grades que circundam o prédio, está à mostra até o fim deste mês a exposição “João da Cruz e Sousa: O Poeta da Ilha”, que fala sobre a vida e obra do autor.

Foi a primeira mulher de Santa Catarina a se tornar deputada em Santa Catarina, e a primeira mulher negra a assumir o cargo em todo o país. Nasceu em Floripa, em 1901. Foi professora mas também escrevia em jornais da época, chegando a fundar um, chamado A Semana. Com toda certeza, foi uma das personagens mais marcantes de nossa história. Neste ano, a vida desta catarinense virou documentário em “Antonieta”, lançado este mês pela cineasta Flávia Amaral.

CRUZ E SOUSAANTONIETA DE BARROS

Abalando nos pandeiros: Kauan Platt, Gabriel Cavalcante, João Vitor, Peterson Monjelo e Camilli Varela.

Black

TÁ NA MODA

Naonda

Por Dara Alexandra@dara_hazza

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Por muito tempo, o padrão de beleza capilar era os fios lisos e, por isso, muitas mulheres acabavam adotando as chapinhas, progressivas, definitivas e outros tipos de procedimentos. Mas agora as coisas estão mudando, cada vez mais as mulheres come-çam a deixar as químicas de lado assumindo seus cabelos naturais.

A moda Black Power teve início nos anos 70, como um movimento social nos Estados Unidos que lutava pela igualdade racial no país. Hoje, o Black Power é asso-ciado a um estilo de cabelo. Lindos e hiper estilosos os Black Powers estão super em alta e são a marca registrada de várias ce-lebridades como Sheron Menezes, Solange Knowles, Lenny Kravtz, e os jogadores de futebol Marcelo Vieira, do Real Madri, e David Luiz, do Paris Saint-Germain. Para manter um Black maravilhoso não tem muito segredo, você precisa apenas hidra-tar seu cabelo pelo menos uma vez por se-mana, utilizando óleos vegetais e produtos específicos para esse tipo de fios.

Solange Knowles

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Junto com os Black Powers também vieram os turbantes. Um grande símbolo da cultura negra e super descolados, eles chegaram com tudo, não só para disfarçar um bad hair day mas também pra dar um toque mais estiloso ao look. Existem mil e uma maneiras de usá-los, você pode inventar o seu próprio jeito. O legal dos turbantes é exatamente isso, brincar com as estampas, cores, e maneiras de usar. Se não en-contrar a venda perto de você, pode fazer um, com lenços, cachecóis ou um pedaço grande de tecido que tiver em casa.

Os turbantes e Black Powers não são apenas moda, mas também sinônimo de aceitação e orgulho de ser quem você é. Muitas vezes os cabelos crespos foram taxados como “cabelo ruim”, estas duas ten-dências estão confrontando isso e provando que os cabelos crespos não são ruins, são tão bonitos quanto os lisos. Cada cabelo tem seu jeito e sua beleza, cabelo é igualmente diferente e diferentemente maravi-lhoso. #orgulhocrespo

Sheron Menezes

David Luiz

Lenny Kravitz Marcelo Vieira

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ESPORTEARTESANATO

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Peças produzidas pelos nonos anos da Anísio Teixeira.

MANDALASfazem circular conhecimento e criatividade

Professora da escola Anísio Teixeira ensina estudantes a confeccionar mandalas que dão vida a bijuterias em couro. Com a venda das peças, os 9ºs anos planejam passeio de formatura.

Ela ainda era uma menina, quan-do aos 13 anos uma professora lhe ensinou a confeccionar bijuterias em bronze - aquelas que os hippies ven-dem no caminho para a rodoviária. Hoje, profissional da educação física, Adriana Werner concilia a carreira de

educadora com a paixão pelos aces-sórios. Há algum tempo passou co-mercializar os colares, tiaras (head bands), brincos e pulseiras que cria, sempre antenada nas últimas ten-dências. Em abril deste ano, conse-guiu repetir o gesto de sua profe da 7ª série, compartilhou o amor pelas bijus com uma galera da escola Aní-sio Teixeira, onde trabalha há quatro anos. E com o dinheiro arrecadado na venda das peças, as turmas do 9º ano vão financiar o passeio de formatura do ensino fundamental.

Era uma segunda-feira de manhã quando entramos na salinha do gi-

násio da escola, onde são guardados os materiais esportivos. Dividindo espaço com bolas, camas elásticas e raquetes estavam guardados restos de couro, cola, pincéis, barbante. “O couro eu consigo com indústrias, o que iria para o lixo nós aproveita-mos”, explicou Adriana. O pessoal que nos esperava para a entrevista estuda à tarde, e vem no contraturno nas segundas e quartas, na maior “es-tileira”, quatro “lekes” e uma “mina” falaram com a reportagem enquanto confeccionavam novas peças.

“O começo foi difícil, a professo-ra desmanchava e a gente tinha que

Por Luciana Paula

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Pau

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David Henrique, Vinícius de Paula, Cleiton Fontoura, Prof Adriana Werner, Pedro Henrique e Adriane da Silva, orgulhosos de seu trabalho

tesanato pela primeira vez. Antes do projeto passava as manhãs “fazendo nada” em casa. “Gosto de desenhar, no futuro penso em continuar fazen-do isso nem que seja nas horas vagas, minha inspiração para as peças vem dos desenhos de mandalas que eu pesquiso no Youtube”, explica.

“Acho divertido passar as ma-nhãs aqui, pego uma pecinha e tento achar um modo de que fique legal, até ir saindo alguma coisa”, deu a dica David Henrique Fontoura, de 15 anos, que depois de deixar o trabalho passava as manhãs desocupado. Nes-sa mesma vibe está Pedro Henrique: “ prefiro vir aqui que ficar em casa dormindo, quando olho as pecinhas [restos de couro], imagino fogo, es-trela, coração… e assim vou criando minhas mandalas”.

“Quem sabe transformar mate-riais, quem sabe ver em um material o artesanato, pode estar no Peru, na

Bolívia ou nos Estados Unidos, não vai passar fome! Então se eles preci-sarem ou quiserem podem usar isso como uma profissão. E quando eu vejo a qualidade do trabalho deles, vejo um potencial enorme!”, conclui a professora Adriana, “ostentando” o colar feito com a mandala confeccio-nada pela estudante Adriane da Silva Ilha. “Achei muito legal a professora ter escolhido minha mandala pro co-lar dela, gostei de ter aprendido a fa-zer, combinando peças, cores e for-matos”, contou a estudante e artesã.

Os trabalhos renderam uma co-leção linda, apresentada em desfile para toda a comunidade escolar no mês de setembro. As peças ain-da estão a venda, pra dar uma es-piada no que ainda está disponível basta acessar o instagran e a página da profª Adriana no face, ou pelo whatsapp 84317981.

fazer tudo de novo”, lembra Viní-cius Francisco de Paula, de 15 anos. Mas isso foi mesmo só no começo, “eles já estão com o senso crítico e estético bem desenvolvido, além de rapidamente terem aprimorado a coordenação motora fina”, defende a Profª Adriana.

“Eu fui aprendendo e gostando de fazer. No início pesquisei sobre as mandalas e só encontrava modelos de madeira, achei mais legal técni-ca da professora em couro. Ver uma coisa que a gente fez e conseguiu vender me deixa feliz e orgulhoso”, encerra Vinícius, falando sobre o iní-cio do trabalho, quando em parceria com a professora de artes Micheline Barros, a galera teve uma aula sobre mandalas, para mais tarde confec-cionar as suas nos acessórios.

O Cleiton Melo Fontoura, de 14 anos, também está produzindo ar-

28 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

MANDALAS O PROJETO

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Pau

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A palavra mandala vem do sânscrito e quer dizer círculo, representa a totalidade. Outro sentido dado a ela é o da igualdade, como a Távola Redonda da lenda do rei Arthur, uma mesa circular onde os cavaleiros se reuniriam de forma a nenhum estar mais em destaque que o outro, ficando sempre em condição de igualdade.

Teve começo em abril deste ano;

Reuniu estudantes dos 9ºs anos que voluntaria-mente optaram por participar no contraturno, du-rante as aulas vagas da professora de educação física Adriana Werner;

Com o passar do tempo, cerca de 10 alunos se engajaram no projeto, e os encontros ficaram con-centrados nas segundas e quartas pela manhã, sem a necessidade da presença da professora, já que a galera conquistou autonomia na produção;

Ainda que os acessórios sejam femininos, foram os guris que mais se empolgaram. Para a profes-sora Adriana, isso se deve porque as meninas têm menos tempo livre com mais responsabilidades em casa;

Ainda no início, em cooperação com a professora de Artes, Micheline Barros, as turmas tiveram uma aula sobre mandalas;

A segunda etapa foi lavar e separar os restos de couro por tamanho e formato;

A partir daí aprenderam a confeccionar manda-las que são aplicadas em maxicolares, chaveiros, head bands, brincos entre outros acessórios;

Toda a renda arrecada na venda das peças será investida no passeio de formatura dos 9ºs anos.

A atividade estimula nos estudantes: concentra-ção, paciência, coordenação motora fina, senso crítico e estético, criatividade e autonomia.

Professora Adriana Werner com peça feira pela estudante Adriane da Silva.

Pedro Henrique e Vinícius mostram suas criações.

SAÚDE

você come?O QUE

Será que a gente sabe mesmo o que está ingerindo em cada alimento? O professor de ciências João Carraro está disposto a falar disso para a galera da escola José do Valle.

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE 29

30 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

“Agora só como arroz integral”, conta Michel David mostrando que um projeto escolar pode impactar a rotina de um estudante. Ele e todos os alunos do 8º ano da escola José do Vale pesquisaram o valor nutricional e a composição dos alimentos na aula professor de ciências João Luis Car-raro. “Eu até emagreci”, revela Ma-theus dos Santos que além do arroz integral, passou a evitar doces.

O objetivo do trabalho, segundo o professor João, é alertar e ensinar o que cada produto é em sua essência e as ameaças à saúde do seu consu-mo em excesso. “Pode soar um tanto alarmista, mas estamos vivendo uma calamidade pública com estes pro-dutos que são vendidos e que justa-mente são os mais consumidos pelos brasileiros”, defende o professor.

O projeto começou com a exibi-ção do documentário “Muito além do peso”, passando por aulas expo-sitivas e pesquisas em sites jornalís-ticos. Os conteúdos abordados foram “o excesso de gordura, sal e açúcar dos alimentos industrializados, como o nosso corpo se comporta frente a eles, como o corpo funciona de modo geral em relação a utilização dos nu-trientes e a importância das fibras [na digestão]”, afirma João.

“Foi chato descobrir que tudo o que a gente comia e achava muito bom fazia mal”, diz Bárbara Goulart,, jogando uma real sobre o primeiro impacto do projeto. Mas tem a parte positiva, a Tais Lima parou de comer “nugget e salsinha”, a Rayssa Rodri-gues diz que se “viciou” em aveia.

Além de mudar seus hábitos, Rayssa ainda é capaz de repassar o que aprendeu: “o salgadinho, por exemplo, tem muito azeite, e uma la-tinha de suco industrializado tem um copo de açucar”. Diante destes da-

dos, entendemos porque 33,5% das crianças brasileiras têm sobrepeso ou obesidade.

“Lá em casa todo mundo está de dieta e comendo alimentos in-tegrais”, conta Yris Livramento, 14 anos. Atenta a esta capacidade que os alunos têm de serem multiplicadores de bons hábitos a professora Lucília lançou a ideia de fazer com que os alunos do oitavo apresentem o tema para as turmas dos menores, dos anos finais, o que se planeja fazer no fim do semestre.

Este é o primeiro ano do profes-sor João na rede municipal de Flo-rianópolis, logo, é a primeira edição do projeto. “Foi uma ideia que surgiu meio sem um cronograma ou estru-tura rígida, o livro didático que eles utilizam já aborda uma parte do tema "Alimentação", porém não abordava a questão central no meu ponto de vista, que é: "Afinal, o que comemos? Tudo que dizem é verdade?" Contou o mestre para quem o envolvimento e engajamento dos alunos no projeto foi muito positivo.

A turma posa com o professor João Carraro.

O documentário “Muito Além do Peso” é brasileiro e foi lançado em 2012. Está on line e pode ser baixado para exibi-ção sem fins lucrativos. Ele reúne depoimentos de crianças e especialistas brasileiros e estrangeiros. Com ele aprendemos que a alimentação humana vem mudando muito, principal-mente desde a II Guerra Mundial. Naquele contexto a indústria precisava direcionar toda a tecnologia desenvolvida durante o conflito para um mercado rentável. Macarrão instantâneo, co-mida enlatada, estes protudos passaram a ser comercializados e ganharam as nossas mesas.

Outro problema moderno é o sedentarismo entre as crian-ças. Sem locais seguros para brincar nas grandes cidades e cada vez mais encantadas pelos vídeo games, elas estão engordan-do e desenvolvendo doenças que antes só se observavam em pessoas adultas.

Tratando as-sunto sério de for-ma didática, o do-cumentário ainda causa reflexão ao entrevistar crianças que por terem uma dieta desiquilibrada não são nem capa-zes de identificar alimentos como mamão e chuchu.

DOCUMENTÁRIO

- Exibição do documentário “Muito Além do Peso”;- Aulas expositivas sobre o tema;- Pesquisa em textos de sites jornalísticos;- Apresentação para demais turmas da escola [a de-senvolver no fim do semestre].

PROJETO EM ETAPAS

Bárbara Goulart não curtiu descobrir que seus alimentos preferidos não eram saudáveis.

A Tais de Lima não come mais nugget e salsicha.

Na casa da Yris Livramento, todo mundo está de dieta.

O Matheus dos Santos reflete mais sobre o que come

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Michel Davi, que passou a comer arroz integral.

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GALERIAS

Sétima Série

Maria Eduarda, Gabriela e Ana Carolina

Sarah e Clara Maria, Keila e Yasmin Dornelles

Yuri e Adryan

Cleidiane, Maria Luiza, Yasmin e Rafaela

ESCOLA

ALMIRANTE CARVALHAL

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Galera do Almirante Cavalhal

Sara, Gabrielly e Jessica

Talita, Gabriela, Catarina e Maria EduardaPedro Thiago Silva MC Sandro e João Martins

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Leandro, Erick e Fabio

ESCOLA

BATISTA PEREIRA

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Batista Pereira

Brenda e Renata Amanda, Ryan e Kerolyn

Bianca,Julia,Thais,Helena,Livia e Hemily

Amanda

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Talita e Tayna

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Luiz, Livia e Maria EduardaKerolyn e Amanda

Julia e Thais

Hemily e Larissa

Professora Silene e os alunos Arthur e Wagner Jr

Turma 92

ESCOLA

HENRIQUEVERAS

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Benda, Antony, Susana e Beatriz

Keylla

Jessica Professor Rafael com alunos

Jessica e LuanaMarcelo e Rhaman

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Tatiana, Raul e Kaiane

Marcelo, Antony, Rhaman e RaulSusana, Matheus e Milena

Luiza, Dago e Brenda

Professores Rafael e Cesar com os alunos Kamilla e Kevin

Professor Cesar, Bianca e Gracieli

Debora, Isabel, Shirley, Clarisse e Liana

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ESCOLA

OSMAR CUNHA

38 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Caroline

Guilherme, Nicolas e Maksuel

Agnes e Maria Eduarda

Icaro e Luiz

Igor e Davi

Laura e Lidiane

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Bianca e KailaneMatheus, Guilherme e Davi

Erick e Matheus

Amanda e Stefany

Turma 501

ESCOLA

40 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

PAULO FONTES

Alex, Daniel, Bia, Maria Eduarda e Yasmin

Bia

Turma de Paulo Fontes

Pamela e Paulo

Alan e EliabeAlex, Daniel, Cleiton e Gabriel

Mariana e LidianeEliabe e Amanda

Ricardo,Pedro, Elitton e Raaynnan

Nicole e Mariana

Mariana, Yasmin, Maria Eduarda e Alex

Turma 91 da Paulo Fontes

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SAIDEIRA

Tem dias que a gente acorda sem

vontade de viver. Nem se senta no ban-

co preferido do ônibus, mas ainda assim

deseja um bom dia ao motorista. Músi-

cas aleatórias tocam no fone de ouvido,

até que todas elas dão lugar àquelas que

a gente mais gosta. De repente o sol apa-

rece e o céu fica com um tom aquarela

que qualquer criança desejaria para um

desenho. Então você fica ali, olhando

pela janela, com sua música favorita to-

cando e desejando que aquele momento

não acabe.

Você não quer ir à aula, ao trabalho

ou a qualquer compromisso que seja.

Você só quer que o ônibus continue com

a viagem, porém sem parar no ponto de

sempre. Porque você sabe que a semana

está só começando e que terá que aguen-

tar as mesmas pessoas com os mesmos

olhares cansados e desanimados de

sempre e isso, de alguma forma, o afeta.

Você sente falta dos anos em que todos

eram amigos, todos se animavam com

tão pouco e todos sorriam sem esperar

nada em troca.

Mas agora você sabe que as exigên-

cias aumentaram, a concorrência já faz

parte da rotina e talvez até o individua-

lismo esteja mais presente na sociedade.

Só que enquanto você está olhando para

o céu, você sente o seu corpo mais leve e,

de repente, tudo começa a fazer sentido.

Você cria forças para viver mais um dia,

você tem vontade de contar a todos o

que sente e você sente um sorriso brotar

próprio no rosto.

Talvez a cama tivesse sido o melhor

lugar para se ficar nesta manhã, mas

você não saberia as oportunidades que

teria se não saísse em busca de mais

aventuras neste dia normal. A rotina

pode até cansar, mas há sempre surpre-

sas escondidas até nos dias mais simples.

Certamente viver é essa mistura de

oportunidades, aventuras e surpresas

que os dias que se sucedem nos propor-

cionam. Você pode até reclamar, mas no

fundo sabe que cada dia é um novo co-

meço, uma nova etapa, uma nova chan-

ce para viver. E de nada adianta querer

enxergar o nascer do sol se você insiste

em ficar trancado em um lugar sem luz.

Na verdade, de nada adianta querer ter

uma vida diferente se você achar que

tudo é igual, monótono ou sem graça.

Quantas oportunidades você já perdeu

porque nem se deu o trabalho de se ar-

riscar, não é mesmo?

As oportunidades de viver são

imensas, mas muitas vezes você não

as enxerga porque está mais preocu-

pado com os problemas pessoais do

que com pequenos detalhes da vida.

Às vezes, é preciso parar e simples-

mente respirar fundo e deixar tudo

voar para bem longe, como fazem os

pássaros que nos acompanham pela

manhã no nosso caminho.

As oportunidadesde viver

Por Vanessa Esteveswww.esteveswhere.com

Só que enquanto você está olhando para o céu, você sente o seu corpo mais leve e, de repente, tudo começa a fazer sentido

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Vanessa Esteves tem dezoito anos, mora em Florianópolis, é blogueira desde 2012 e futura jornalista. Apaixonada por livros, escrita, música, sorrisos e azul. Acredita que pode mudar o mundo (ou pelo menos uma parte dele) com suas palavras. Acesse: esteveswhere.com e saiba mais da garota

SER 0058-15P AN GRADUACAO_PAG ITS.pdf 1 28/09/15 18:26

Por Vanessa Esteveswww.esteveswhere.com

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