FoCA - 10ª Edição

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Distribuição Gratuita Chamem os Clows! E mais: Autismo: conheça mais dessa doença silenciosa Vegetarianismo: um estilo de vida Reta Final: TCC Gisele Gutierrez/FoCA Mayara Cruz Ano 3 - 10ª Edição. Novembro/Dezembro 2012 Conheça a irreverência dessa turma que não quer apenas fazer sorrir 30ª Bienal de São Paulo: Arte para todos Ler sem entender: Analfabetismo Funcional Juliana Sandres/FoCA

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O FoCA é o jornal realizado, como parte das atividades da Aeca, pelos estudantes de Jornalismo da Faculdade de Comunicação, Arte e Designer, do Ceunsp.

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Ano 3 - 10ª Edição. Novembro/Dezembro 2012

Conheça a irreverência dessa turma que não quer apenas fazer sorrir

30ª Bienal de São Paulo: Arte para todos

Ler sem entender: Analfabetismo Funcional

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Caros leitores,

Esta é a última edição do FoCA no ano de 2012, também é a última vez que escrevo este editorial, não sem um aperto no coração, o que é absolutamente justificável. Foram dois anos de muito aprendizado, em que professores e diversas equipes, que fizeram parte deste jornal, acrescentaram sempre um algo a mais para que ele se tornasse o que é hoje: um material de qualidade e que tem a nossa cara.

Essa edição do FoCA chega com um acréscimo, literalmente: são quatro páginas a mais de informação e novas possibilidades.

Nosso especial buscou inspiração em Charles Chaplin, são os clowns, mais que palhaços, mas uma turma que quer, antes de tudo, fazer com que o espectador questine e pense sobre sua própria realidade. Também demos um passeio pela 30ª Bienal de Artes de São Paulo, em que o contemporâneo e a reflexão são palavras de ordem.

Falamos ainda sobre vegetarianismo, TCC, estágio, autismo, comidas exóticas e debatemos um problema que se reflete agora, na universidade: o analfabetismo funcional.

Por fim, só resta agradecer a todos que acreditam e investem no principal jornal da FCAD. Afinal, somos FoCAS!

Gisele Gutierrez

FoCA FoCAEDITORIAL

EXPEDIENTE

VIDA UNIVERSITÁRIA

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O FoCA está no Face! Curta

Foca Ceunsp

MURAL FCA+D

O que rolou na FCAD

FoCA - 2012Professor Orientador - Roberta SteganhaEditora chefe - Gisele GutierrezEditora assistente - Adla Machado

Repórteres - Adla Machado, Gabriel Balista, Hugo Antoneli, Juliana Sandres, Lenita Lerri, Luiz Vicentin, Ricardo Santos.

Colaboradores: Mayara Cruz, Blog Jornalismo FCAD, Matheus Garcez, Plano Sequência, André Borges, Gabriel Giovanelli Rando.

O FoCA é um produto da Agência Experimental de Comunicação e Arte (AECA), da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) - CEUNSP

ContatoEmail [email protected] - Foca Ceunsp

Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores.

Corrida de fim de anoJuliana Sandres

Lip Dub 2012 - Animação contagiante dos alunos da FCAD no dia de gravação

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Insônia II - Principais nomes da máfia invadiram os corredores do Bloco K

Todo fim de ano é a mesma coisa, alunos do último semestre correndo feito loucos para terminarem seus

Trabalhos de Conclusão de Curso – os famosos TCCs.

Segundo o professor de Jornalismo Pedro Courbassier, a apresentação do trabalho de conclusão é a oportunidade que o aluno tem de colocar em prática os ensinamentos a ele passados ao longo do curso. “A apresentação é uma ponte entre a vida acadêmica e o mercado profissional. É como se, depois de treinar na faculdade, o estudante apresentasse publicamente o que aprendeu”, comenta.

Para o estudante do último semestre de Fotografia Coh Merlin, a maior dificuldade em fazer o TCC é a falta de tempo. É comum neste estágio do curso o aluno já estar trabalhando em tempo integral, o que dificulta na hora de preparar um trabalho tão importante. “Eu até que não tive muitas dificuldades em preparar meu TCC, a minha maior barreira foi a falta de tempo mesmo”, diz o estudante que dá aulas de fotografia na Secretaria da Cultura e Turismo de Salto e trabalha como técnico de fotografia no Ceunsp (Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio).

Durante o processo de desenvolvimento do TCC os graduandos contam com a ajuda de um professor orientador, que tem a missão de direcionar os estudantes a conseguirem os melhores resultados. A estudante de Jornalismo Natália Esteves fala sobre a importância do orientador. “Eles nos ajudam a não nos perdemos. Me ajudaram a não fugir do Jornalismo, porque a crônica muitas vezes se encaixa em Literatura. As vezes dá raiva porque um TCC é nosso filho, a gente quer criar do nosso jeito, aí vem a “Super Nanny” palpitar em como devemos fazer, mas no fim vemos que era tudo para o nosso bem”, explica a criadora da revista Crônicativa.

O nervosismo nesta reta final é inevitável, afinal o trabalho precisa ser apresentado para uma banca julgadora. Natália se diz

Capa da revista Crônicativa, trabalho de conclusão de curso desenvolvido pela estudante de Jornalismo Natália Esteves

"É como se, depois de treinar

na faculdade, o estudante

apresentasse publicamente o que

aprendeu”Pedro Courbassier

ansiosa, apesar de preparada para o desafio. “Estou ansiosa! Não vejo a hora. Sei que fui bem nas pré-bancas, mas a banca oficial terá outras pessoas me julgando, então fico na ansiedade de: Será que vão gostar? Será que vão entender minha intenção?”

Para quem ainda não está no último ano, fica a dica: comece a se preparar para o seu trabalho de conclusão de curso desde já. Segundo Courbassier, quanto antes melhor. “E por antes significa começar a pensar no tema, na abordagem que vai dar a esse tema, em procurar e ler a bibliografia - e não, necessariamente, a escrever o trabalho. Tem muito a fazer”. Portanto, arregacem as mangas, comecem suas pesquisas e evitem a famosa correria de final de curso.

Coh Merlin desenvolveu para o seu TCC o ensaio fotográfico Retrato e Sensual

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busca uma vaga de estágio. “É fundamental que o interesse seja na vaga e não somente porque o estágio é necessário para se formar” comenta.

Para ela, o candidato deve saber exatamente o que procura, deve se informar e conhecer um pouco sobre a empresa da qual participará do processo seletivo. “Ser sempre sincero, claro e objetivo” enfatiza. A analista ainda faz um alerta muito importante: “hoje as empresas exigem que os alunos, e qualquer outro profissional, sejam antenados sobre todos os assuntos, que tenham determinação, atitude e, principalmente, que sejam flexíveis”.

FoCA 54 FoCA

Segundo definição da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o analfabeto funcional é “o indivíduo que sabe escrever seu próprio nome, assim como lê e escreve frases simples e efetua cálculos básicos, porém é incapaz de interpretar o que lê”. Ou seja, estes indivíduos sabem ler e escrever, mas não conseguem compreender ou interpretar textos longos. Tampouco sabem decifrar entrelinhas, ironias ou metáforas contidas nos mesmos ou tirar suas próprias conclusões sobre eles.

O termo analfabeto funcional surgiu durante a Segunda Guerra Mundial. É o que afirma a professora universitária Maria Regina Amélio, 52, formada em Letras, com especialização em Didática no Ensino Superior. “Durante a Segunda Guerra, militares americanos passaram a utilizar o termo para identificar a capacidade de suas tropas em entender as instruções escritas, necessárias para a realização das tarefas militares”, explica a professora.

Atualmente, no Brasil, 38% dos estudantes universitários são considerados analfabetos funcionais, como aponta o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). Para a professora Maria Eduarda Santos Farias, 32, formada em

Letras, Literatura e Pedagogia, este número é consequência de falhas no ensino básico, tanto público quanto particular, e tem relação direta com a falta de infraestrutura das instituições.

“Tive a experiência de trabalhar com analfabetos funcionais tanto na rede pública quanto na particular. Na rede pública, trabalhei no EJA (Educação de Jovens e Adultos) e encontrei vários obstáculos estruturais. Eles não tinham livros, a escola não possuía máquina de xerox e nem disponibilizava material ou qualquer outro recurso. Havia alunos no 2º ano do Ensino Médio que mal sabiam escrever o nome”, revela. Apesar de ser em menor proporção, o problema também está presente na rede particular de ensino. “Na rede particular, havia uma estrutura disponível para que o trabalho fosse realizado de forma plena e mesmo assim existiam cinco alunos, em uma turma de 30, que eram analfabetos

Juliana Sandres

Sem entender: Analfabetismo Funcional

funcionais. Esses alunos acabam chegando nas universidades com lacunas que deveriam ter sido sanadas nos anos anteriores”, explica Maria Eduarda.

DEBATE

"Havia alunos no 2º ano do Ensino Médio que mal

sabiam escrever o nome”

Maria Eduarda Santos Farias

"Já me deparei com estudantes que diziam odiar

literatura, isso numa faculdade

de Comunicação e Artes"

Regina Amélio

A forma como a leitura é abordada em algumas instituições pode fazer com que a literatura torne-se uma matéria chata para os alunos, dificultando que este hábito seja associado ao prazer. Para a estudante Carolina Rodrigues, 18, poucos professores conseguem ou tentam abordar a leitura como forma de prazer. “A maioria dos professores nos fazem ler apenas para que possamos decorar a matéria e passar no vestibular”, relata.

Segundo Regina Amélio, pessoas que esperam da leitura apenas benefícios práticos não são bons leitores. “Já cheguei a me deparar com estudantes que diziam odiar literatura, isso numa faculdade de Comunicação e Artes, onde o substrato são as questões relacionadas ao pensamento”, e completa dizendo: “Bom mesmo será o dia em que, numa paródia titânica, cantarmos: a gente não quer só ler. A gente quer ler, entender e ter prazer.”

MERCADO

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Estágio: O Pontapé Inicial

Depois de começar o tão sonhado curso, muitos questionamentos passam na cabeça do estudante.

Quem nunca se perguntou nos corredores da faculdade como seria sua vida dali para a frente? Novos amigos, novos professores, disciplinas diferentes e muitos trabalhos. Mas será que você já se perguntou como vai ser sua vida no mercado de trabalho? Certamente tem uma palavra que ecoa na cabeça de todos os universitários: estágio.

De acordo com a lei 11.788/08, artigo 1º, "Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos". Algumas empresas seguem essa lei, porém, exigem do estudante certa experiência. Dessa forma, fica aquela questão: Mas o aluno não precisa justamente fazer o estágio para adquirir o conhecimento necessário?

Hugo Antonelli Junior, 20, está no primeiro ano do curso de Jornalismo e, mesmo sem experiência, já conseguiu um estágio na sua área. “Ainda bem que eu consegui logo no primeiro ano. Uma oportunidade que normalmente as pessoas não conseguem”. Para ele, o mercado exige um conhecimento, que muitas vezes, o aluno ainda não tem. “Eu acho válido exigir experiência, porém pode ser ‘burrice’ não fazer os próprios profissionais” declara o estudante. Que ainda completa “Tem muitos universitários bons.”

Já para a professora de Inglês e também estudante de Jornalismo, Nathalya Mendonça, 22, essa realidade é bem diferente. Ela está se formando este ano e ainda não conseguiu fazer estágio. “Na cidade em que moro, não há oportunidades de estágio para a área e, as que tem, são em cidades longe” declara

a professora. Ela ainda enfatiza o fato da maioria dos estágios não serem remunerados “Isso também acaba atrapalhando muito”. Quanto ao fato de algumas empresas exigirem experiência do aluno, Nathalya é categórica: “Acho uma hipocrisia isso. Estagiário é contratado para aprender”.

Marcela de Oliveira, 26, analista de recursos humanos, quando ainda estava cursando a faculdade lembra que a oportunidade de estágio aconteceu de forma natural. “Uma amiga me indicou, participei do processo seletivo e consegui a vaga” conta. Hoje, no lado oposto, Marcela dá algumas dicas sobre a postura que o aluno deve ter quando

Adla Machado

Saia na Frente: estágio em 5 passos

Conseguir um estágio não é tarefa fácil. Tem que conciliar com a rotina da faculdade e, muitas vezes, até mesmo com o horário de trabalho. Por isso separamos algumas dicas para ajudar quem está a procura de uma oportunidade no mercado de trabalho antes mesmo de se formar.

ᴥ Verifique sempre nos meios de comunicação da sua faculdade sobre vagas disponíveis. Se cadastrar em sites especializados como o CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) e Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE) também é uma boa ideia. Ambos são gratuitos e oferecem diversas oportunidades.

ᴥ Montar um bom currículo é fundamental. Faça um currículo curto contendo as principais informações como nome, idade, endereço, telefones, formação, cursos, experiências anteriores, conhecimento em novas tecnologias.

ᴥ Fique atento as redes sociais e mantenha seu perfil sempre atualizado. Hoje algumas empresas utilizam o Twitter, Facebook, Linkedin, entre outros para anunciar suas oportunidades.

ᴥ Está realmente interessado na vaga? Demonstre isso através de atitudes. Criar um site ou blog com assuntos da sua área de interesse pode ajudar na hora do processo seletivo.

ᴥ Se conseguir a vaga, sempre esteja preparado para colaborar. Quanto mais se mostrar colaborativo e disposto a aprender, mais são as chances de ser efetivado após passar o período de estágio.

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FoCAFoCA 76CULTURA

O clown é o artista de rua que tem como essência despertar o riso seguido da reflexão, tornando assim, um espelho social para as pessoas criarem uma autocrítica sobre diversos assuntos, sejam

sociais, políticos ou mesmo econômicos. Apesar de serem rotulados como palhaços - por conta de suas roupas, maquiagens características e travessuras ridículas sempre induzindo o humor - diferem-se do artista circense: eles atuam em cenas caracterizadas por um humor intenso, ação física vigorosa e apresentam sempre situações absurdas, porém reais.

É palhaço ou não é? ᴥ “O palhaço faz as pessoas rirem e só, o clown tem como obrigação fazer rir e despertar a curiosidade, é outra filosofia”, diz Ednalva Galvão, 37, professora de Artes e artista clown. Já Marcus Mazieri, 23, clown desde 2008, não faz diferenciação alguma e afirma “são todos palhaços, com tipos diferentes, mas, ainda assim, todos palhaços.”

Para Marcus, ser um palhaço é estar em constante busca pela liberdade, pela espontaneidade, "é uma troca sincera entre as pessoas", diz. "Ser clown é ser ridículo, aceitar o riso do outro e rir de si próprio. É levar a vida com menos seriedade e mais poesia”, completa Mazieri.

Mas é Gilles Defacque, clown francês, que serve de inspiração a muitos grupos, para ele, o clown é esse ser que vaga pela cidade rindo e fazendo rir: "Este rústico ser é a afirmação da diferença de cada um. Ele vem nos englobar em um engraçado presente: Sua presença! E reivindicar furiosamente seu direito a existência, sua presença no brilho de sua estranheza.”

Chamem os clows ᴥ Os Doutores da Alegria é um grupo de clowns bastante conhecido no Brasil. Foi pioneiro em levar essa arte para hospitais, fazendo com que surgissem diversos grupos que se inspiram nesse tipo de ação. O estudante Leonardo Antunes, 18, lembra de uma passagem da trupe em um hospital de São Paulo: “Acompanhei uma visita deles no Instituto da Criança, é lindo realmente o que eles fazem", recorda Leonardo, "o ambiente é pesado, crianças morrendo, doentes.... Mas eles conseguem tirar um sorriso sincero delas, dos pais e funcionários.”

Na região de Indaiatuba, o Grupo Gandaiá já é bastante conhecido.

Formado por 10 gandaieros – como se definem – buscam, em suas ações, manter a essência dessa arte. Sempre atuando em aglomerados, onde o púbico está, sejam em praças públicas, feiras ou protestos. “É claro que a ideia é sempre de realizar ações para os que mais precisam de alegria, e isso acaba focando o trabalho para pessoas em situações incômodas, como crianças em orfanatos e velhinhos em asilos, ou ações educativas para pessoas com necessidades especiais. Porém, como também apresentamos na rua, acabamos por tentar atingir a todos, independentemente de classe social ou faixa etária”, explica Mazieri, um dos gandaieiros. Atualmente, o Grupo Gandaiá realiza o espetáculo Como Panquecas, uma crítica ao capitalismo que, com altas doses de bom humor, gera, além de boas risadas, o que chamam de reflexão e autocrítica. “É comprovado que ao fazer qualquer questionamento, os espectadores não dão muita atenção, mas fazendo de uma forma engraçada, as pessoas entendem e saem de nosso espetáculo questionando sim, será que eu sou filho do meu pai? Sou humano?”, conta Mazieri.

Aqueles que querem desenvolver um olhar diferenciado e crítico sobre o

mundo ao seu redor, ou simplesmente sente necessidade de rir do outro e de si próprio, busque-os. Procure os clowns. Vasculhe sua cidade, eles estarão lá, criando o que sabem de melhor: fazer rir.

E o palhaço quem é???Luiz Vicentin

Fotos: Gisele Gutierrez e Luiz Vicentin

Como PanquecasO novo espetáculo do Grupo Gandaiá é uma história sobre o trabalho e as relações de

hierarquia que se faz presente em todos os meios de produção capitalista. O FoCA esteve na estreia. Confira os melhores momentos:

Segundo Lígia Maria Ruvenalth, Diretora de Produção Teatral Especializada em Máscaras e professora clown, na cidade de São Paulo, qualquer um pode se tornar clown, não precisando necessariamente ser engraçado. Até mesmo uma pessoa mal humorada. “Qualquer um pode deixar o seu embrião clown nascer, o que elas precisam é se fortalecer diante dos dissabores, transformarem rancores em lições de vida e como toda lição faz parte de qualquer aprendizado, procurar ganhar a melhor nota”, explica Lígia.

Não é tão fácil quanto parece. Antes de tudo é preciso se conhecer. Ednalva lembra que para concluir o curso tem de ser forte: “Os exercícios são sofridos, mexem demais com seu interior, seus sentimentos mais dolorosos e obscuros voltam a tomar conta de si.” E completa: “Mas você descobre que sabe improvisar e fazer rir, mesmo sem querer. Isso que é o maior prazer.”

Infantil ᴥ O projeto Brotinhos, do Grupo Gandaiá, tem a intenção de transformar crianças e adolescentes carentes em futuros artistas, facilitando para que futuramente consigam se formar ou até mesmo ministrar cursos e workshops.

E então, você consegue passar por tanto aprendizado a flor da pele? Sim? Então, chamem os clowns!

Seja clown

Grupo Gandaiá em ação

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FoCA 8 9FoCACOMPORTAMENTO

Vegetarianismo: Nem só de mato

Gabriel Balista

O vegetarianismo é um estilo de vida que está se tornando cada vez mais comum

entre os jovens de hoje em dia. Nas redes sociais como o Facebook e o Twitter é possível ver através dos compartilhamentos de vídeos e fotos uma grande gama de vegetarianos ativos que, por meio dessas interações, expõem de maneira crítica seus apelos e suas ideias humanistas.

Para a aluna de Gestão Ambiental, Liana Nespoli, 20, o vegetarianismo foi se tornando aos poucos um estilo de vida e não apenas um hábito alimentar, como muitos veem. Vegetariana a quase 7 anos, Liana diz nunca ter tido nenhuma recaída nesse tempo em que decidiu não ingerir mais carne. “Quando eu digo que sou vegetariana, as pessoas se espantam, dizem ‘mas você come só salada?’ ou ‘nem peixe você come?’", comenta a estudante e completa “muitos acham que o vegetariano só come mato e mal sabem que existem inúmeras receitas deliciosas na qual substituem muito bem o uso carne.”

Liana decidiu parar de comer carne quando assistiu o documentário estadunidense Terráqueos (Earthling), que mostra a dependência da humanidade em relação aos animais (para estimação, alimentação, vestuário, diversão e desenvolvimento científico). “Um amigo meu, que já era vegetariano há algum tempo, comentou sobre esse documentário, e como eu já estava parando de comer carne aos poucos, eu decidi assisti-lo.” Liana conta que foi muito difícil vê-lo inteiro, “em muitas cenas eu chegava a tampar os olhos com as mãos, pois era muito pesado.” Segundo ela, o documentário foi o empurrãozinho que faltava para que ela parasse de comer carne de vez.

Além de Terráqueos, existem outros documentários que abordam a mesma polêmica, como o Troque a faca pelo garfo (Forks Over Knives), Por trás da máscara (Behind The Mask), Uma verdade mais que incoveniente (Meat The Truth) e o nacional A carne é fraca.

Mas os apelos vegetarianos não se limitam apenas aos documentários, a banda de rock britânico The Smiths lançou, em 1985, o álbum Meat Is Murder, pelo vocalista e ativista vegetariano Morrissey e o guitarrista Johnny Marr. O cd com 10 faixas, deixa bem claro em suas canções a preocupação com a causa animal, com as canções “Meat Is Murder” e “Rusholme Ruffians”. Meat Is Murder é considerado, por muitos críticos musicais, o primeiro álbum “vegetariano” da história da música mundial.

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Mead Its Murder - primeiro albúm vegetariano da história da música

Terráqueos - "Em muitas cenas eu chegava a tampar os olhos com as mãos", Liana Nespoli.

SAÚDE

Reféns do silêncio: autismoAdla Machado

Ela não fala, não faz gestos, não fixa o olhar dela no seu, não demonstra interesse pelos pais ou pelas pessoas

que a rodeiam, não faz questão de brincar, de sorrir, não quer seu colo, nem seu afeto. Certamente essa criança está sofrendo de uma doença comum, porém desconhecido por uma parte da sociedade: o autismo.

Definição ᴥ Segundo José Salomão Schwartzman, especialista em Neurologia da criança e do adolescente, o autismo, ou Transtorno do Espectro Autismo, é um distúrbio de desenvolvimento que, na maioria das vezes, envolve a interação social, comunicação e comportamento em graus de severidade diferentes. Normalmente se manifesta antes dos 3 anos de idade e é mais comum em meninos.

A diretora pedagógica Ângela Luz, do Instituto Zoom, localizado na cidade de Salto (SP), a

define como uma deficiência social. “O portador de autismo, não tem uma relação interpessoal com outras pessoas” relata a pedagoga, há 3 anos a frente do instituto.

Identificando o problema ᴥ Quando se trata de autismo, é notório a dificuldade que a criança tem de se socializar com outras pessoas. Dependendo do grau de severidade, ela não consegue se comunicar verbalmente e não verbalmente. Segundo o médico Drauzio Varela, os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente.

Ângela chama a atenção para alguns traços marcantes quanto a comunicação. “O espectro autista tem um atraso na linguagem”. A pedagoga ainda frisa a importância dos pais se atentarem a isso “Quando a criança demora para falar, pode ter certeza que algo não está certo”, completa Ângela.

Se a criança executa gestos repetitivos, mantêm a mesma expressão facial, grita, chora sem motivos, não entende quando você diz ‘não’, tem acessos de raiva, fixação por determinados objetos ou risos inapropriado, fique atento, estes são alguns dos comportamentos típicos de quem desenvolveu o autismo. A diretora do Instituto Zoom explica: “Os espectro autista é rígido e não aceita mudanças com tanta facilidade”.

Um fator crucial para o autista é a interação social. Ele não consegue compartilhar emoções e, principalmente, não faz contato visual. Ângela Luz completa: “eles não entendem relacionamentos como nós entendemos”.

Tratamento ᴥ Não existe um tratamento específico, pois, depende do grau de severidade. Porém, existem alguns meios que ajudam no desenvolvimento da criança com autismo. Como o Sistema de Comunicação Por Troca de Figuras, que permite a criança se comunicar através de figuras. Na Terapia Fonoaudiológica, trabalha-se a fala, melhorando sua comunicação social. A Terapia Ocupacional é usada para ajudar o espectro autista a se tornar independente. Algumas crianças tem dificuldade de se movimentar e a Fisioterapia ajuda na coordenação motora.

Para a pedagoga, que recebe cerca de 35 pessoas (entre crianças e adolescentes) no Instituto, o mais importante é a atividade compartilhada. “Algumas de nossas metas são o contato visual e a comunicação verbal”. Ela ainda completa emocionada: “É gratificante quando vemos uma melhora, quando conseguimos o olhar deles”.

CURIOSIDADES

ᴥ 1 em cada mil crianças são afetadas pelo autismo.

ᴥ Irmãos de crianças autistas tem 10 vezes mais chances de apresentar sintomas da doença.

ᴥ Blind Tom, autista que viveu entre 1849 e 1908, ficou mundialmente conhecido por ser capaz de tocar mais 7000 composições no piano. Seu vocabulário era de menos de 100 palavras.

ᴥ Filmes como Forrest Gump, Gilbert Grape, Rain Man, Uma liçao de amor entre outros, tratam sobre o universo autista de modo tocante.

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30ª Bienal de São Paulo: a interpretação do contemporâneo e a democracia da arte

Mayara Cruz

Cerca de três mil obras emergem experimentos, experiências e a insanidade de artistas conceituados da arte contemporânea

Nem mesmo o dia nublado e frio do feriado de 12 de outubro, pode conter os visitantes em casa. Antes

do horário do almoço, o Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, já estava tomado de pessoas de diversas cidades do Brasil, por que não, do mundo.

Já na entrada da exposição – que é gratuita – o visitante recebe um mapa que calcula uma dedicação de no mínimo três horas para que os simpatizantes por arte possam observar as três mil obras dos 111 artistas. Segundo informações contidas no mapa, metade das obras, ou seja, cerca de 1.500 trabalhos, foram produzidos especialmente para a Bienal de São Paulo. Isso mostra a credibilidade artística do país e da cidade que nunca dorme.

É discutível a questão do não entendimento ou má interpretação de obras contemporâneas a “olho nu”. Muitos dos visitantes não identificam a mensagem que os artistas tentam passar e são consideradas somente monumentos esquisitos ou mesmo fáceis de fazer. Mas, no caso da 30ª Bienal da Arte Contemporânea de

São Paulo, intitulada A iminência da poética – a palavra iminência representa algo que irá acontecer – busca de diversas formas, com áudio, vídeo, fotos e monumentos, mostrar que arte está realmente presente no simples e cotidiano.

A Bienal não atraí somente artistas, estudantes ou envolvidos com arte, o técnico de enfermagem André Luiz, 24, é do interior de São Paulo e foi prestigiar a exposição. André diz não compreender a intenção dos artistas. “Tem um trabalho que mostra uma prateleira inclinada, com um carrinho de brinquedo em cima, sendo bloqueado por um pedaço de bolo de fubá. O que quer dizer isso?”, questiona.

O curador da Bienal deste ano, o venezuelano, Luis Pérez-Oramas, explicou em entrevista à Revista E – SESC – setembro/ 2012 – nº 03 – ano 19, que este é o objetivo da exposição, causar indignação e livre interpretação do expectador. Oramas é o conceituado curador de arte latino-americana do Museu de Arte Moderna de Nova York e abriu um importante espaço aos artistas da América Latina no Pavilhão do Ibirapuera.

Além da disponibilidade do tempo mínimo de três horas, quem for visitar a Bienal deve estar com o fisicamente preparado. São três andares divididos em divisórias na forma de labirinto, cheios de surpresas. Além de esculturas, quadros e montagens, a exposição inclui, no acervo, trabalhos sonoros, fotos, audiovisuais e vídeos, que oferecem interatividade com o público.

O misto de sensações e sentimentos causados no público é exatamente o êxtase que o artista pode esperar de suas obras. Voltando ao técnico de enfermagem, André Luiz, mesmo sem entender algumas obras, ele destacou uma a qual se identificou. “A exposição é brasileira e intitulada Leituras de Urina. Trata-se de diversos colchões que pertenciam a algumas crianças de orfanatos. Os colchões estavam com a urina destas crianças e o artista coletou o material em troca de novos colchões e brinquedos ao orfanato”, e completou. “a obra envolveu emoção e caridade. Eu gostei.”

A ideia do artista, nesta obra, foi levar os colchões a médiuns de diversas doutrinas e

líderes de diversas religiões para que cada um fizesse a leitura daquele colchão, destacando a personalidade das crianças que ali dormiram. Além dos colchões ficarem expostos, o expectador podia ouvir as leituras feitas pelos médiuns através de uma caixa de som dento de cada colchão.

Fé, arte e loucura: Um homem chamado

Bispo ᴥ Outro destaque da 30ª Bienal da Arte Contemporânea de São Paulo foi o conjunto de obras do artista brasileiro Arthur Bispo do Rosário. Bispo passou cerca de 50 anos internado num hospital psiquiátrico diagnosticado com esquizofrenia. De dentro do hospital, Arthur criou mais de 800 peças feitas com materiais de sucata, roupas, lençóis, ou seja, objetos do cotidiano que estavam a sua disposição.

A vida e obra deste sergipano foram documentadas por reportagens, documentários e filmes, além de ser um rico objeto de estudo na arte e psicologia. Bispo não se considerava um artista, ele afirmava ouvir vozes que o orientava a unir os objetos e transformá-los em arte.

Rosário morreu em 1989 e viveu como um “mensageiro de Deus”, como foi descrito em um trabalho de pós-graduação em Ciência da Arte, da Universidade Federal Fluminense (Manto da Apresentação – Arthur Bispo do Rosário em diálogo com Deus): “A vida do homem simples seguia seu curso previsível até que em uma noite o céu se abriu, escolheu Bispo do Rosário e ofertou-lhe o imprevisível: o dia era 22 de dezembro de 1938. Nascia ali Arthur Bispo do Rosário, o enviado de Deus com a missão de catalogar o mundo em miniaturas e de julgar os vivos e os mortos no dia do Juízo Final, afinal ele era o Filho do homem.”

Entre bordados, típico entre homens e mulheres do Sergipe, Bispo criou o Manto da Apresentação, roupagem especialmente

bordada para que Rosário usasse no dia do Juízo Final. Tal obra, também esteve disponível aos olhos dos visitantes da Bienal, que se emocionavam a cada trabalho do então “louco filho de Deus”.

Canecas, bonecas, copos, embalagens de vinagre e óleo, sapatos, chinelos, escovas de cabelo, cadeiras e tantos outros objetos, unidos, compõe o monumento de informações que Bispo tentava passar. Tudo o que ele fazia ou bordava, constavam versículos da Bíblia e passagens de Jesus Cristo pela Terra. Arthur condenava o ceticismo sem ordenar ou julgar a escolha da humanidade.

Entre os diversos trabalhos que tentam, de alguma maneira, desvendar os pensamentos de Bispo, o programa De lá, pra cá, da TV Brasil, produziu uma reportagem especial de centenário do nascimento do artista e pode ser visto através do canal TV Brasil pelo Youtube. O programa é dividido em dois blocos e conta, de maneira resumida, a vida e obra deste importante artista brasileiro. As obras podem ser apreciadas também no Museu Bispo do Rosário – Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro.

Arte, basta sentir ᴥ Os muitos que acham que a arte não tem nada a ver com a própria dinâmica diária, podem se enganar e perder experiências importantes sobre a obra, o artista ou sobre a realidade. “Me identifiquei muito com a exposição do chinês Tehching Hsieh, One year performance”, diz André Luiz, “ele [Hsieh] diz muito dos nossos limites e da capacidade que o ser humano tem em cumprir com os seus objetivos”, concluiu o técnico de enfermagem, que entrou na 30ª Bienal perdido sobre tudo o que via e saiu livre para enxergar o mundo de outra maneira.

Manto da apresentação de Bispo do Rosário - obra do artista foi destaque na 30ª Bienal

Leituras de Urina - colchões de crianças de orfanato e interpretação mediúnica

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Page 7: FoCA - 10ª Edição

12FoCAPALADAR vai encarar?

Gisele Gutierrez

Um giro gastronômico que pode revelar (in) felizes surpresas

Para você que torce o nariz para sopa de ninho de passarinho, omelete de bicho da seda e escorpião frito, fique sabendo que não precisa ir muito longe para descobrir hábitos alimentares prá lá de exóticos.

A propósito, nós brasileiros, não podemos falar muito sobre a cozinha alheia, afinal, buchada de bode, sarapatel e mocotó são ícones da nossa culinária. Quer mistura mais estranha do que os ingredientes de uma boa feijoada?

Marconi Ferreira, filósofo, teólogo e instrumentista, é natural da Paraíba, e por lá o pessoal tem um gosto um tanto quanto duvidoso, se comparado com o tradicional arroz com feijão paulista. Numa dessas conversas de mesa de bar, ele compartilhou com um grupo de amigos alguns dos pratos que lembram sua infância no Nordeste. “Eu gosto muito de crustáceos”, diz ele, “gosto muito de ostras, é só jogar um limão e mandar prá dentro”. Até ai tudo bem. Afinal, várias pessoas comem ostras.

Outro prato bem diferente, citado por Marconi, é um peixe chamado taicica. Tem cor esbranquiçada, comprido e é retirado dos mangues. “Parece uma lombriga”, conta Marconi (foi nesse momento que vários colegas de trabalho torceram, literalmente, os narizes). E a aventura de quem come a tal da taicica começa bem antes da degustação. “É um peixe que se enfia na lama, então para pegá-lo tem que ter um arame com a ponta virada, parecendo um anzol”, ensina, “quando você coloca o arame no buraco onde ele se esconde, a taicica se enrola toda. Aí é só tirar o intestino e comer”. Sim, come-se o peixe cru mesmo. Para os estômagos mais delicados, Marconi ensina outra receita: “limpa as bichinhas, junta um monte e joga na panela com óleo quente, fica crocante”. Ele garante que fica uma delícia.

E para completar, ainda lembra-se de outra iguaria: o sururu, um molusco típico do Nordeste que tem uma aparência bem nojenta, mas Marconi garante que o gosto é bom. Ele explica que a concha do sururu parece asas de barata. “Se ver pegar (ele também vive em mangues) você não tem coragem de comer, é nojento”, alerta o professor. Alguém se arrisca?

Váleria Assunção e sua mãe, dona Julia, também fazem misturas um tanto suspeitas. “Minha mãe come melancia com farinha,” conta Valéria, “já experimentei e não é ruim”. Mas, estranho mesmo, é o que o avô da estudante Ketlen Bionço costuma degustar. “Meu avô sempre compra peça de boi inteira. Ele abre os ossos com uma serrinha e retira o tutano com uma colher”. Ketlen explica como é feita o prato e o diferencial vem agora: “Ele mistura o tutano com açúcar e come”, conta a estudante que diz nunca ter experimentado a inusitada sobremesa: “É nojento, credo!”, afirma.

Feijoada - um dos pratos mais tradicional da cozinha brasileira, nasceu nas senzalas do Brasil colonial. Seus ingredientes eram as partes do porco rejeitadas pelos senhores do engenho, que só utilizavam a parte nobre do animal. Orelhas, rabos e pés eram cozidos juntamente com feijão preto, sal e temperos diversos.

Volta ao mundo em sete garfadas

Não é só por aqui que vemos combinações diferentes. Conheça alguns dos pratos mais exóticos (e indigestos) do mundo culinário.

Casu Marzu (Itália) ᴥ Queijo de leite de cabra. Até ai tudo bem. O diferencial desse queijo é que ele é decomposto com o auxílio de larvas de moscas (Arght!), e deve ser consumido com as larvas ainda vivas e saltitantes. Em compensação o queijo (e sobrou queijo?) adquire uma consistência cremosa.

Kopi Luwak (Indonésia) ᴥ É o café mais popular da Indonésia e um dos mais caros do mundo (um quilo desse café chega a custar cerca de mil reais na Europa). O que ele tem de tão especial? Os grãos são ingeridos por uma civeta – animal parecido com um guaxinim – e depois elas são recolhidas das fezes do animal. Só então são torrados e moídos. Que gosto será que tem café de cocô de civeta? Vamos deixar a cargo dos mais curiosos descobrirem.

Camarões bêbados (China) ᴥ Na China come-se camarões vivos. Mas como os bichos podem

ser muito agressivos, é costume colocá-los de molho em bebida alcoólica, o que os deixa calminhos, mas ainda vivos, para o jantar.

Aranhas fritas (Camboja) ᴥ Muito comum em praticamente todo o país, é servido como um básico lanchinho. Os adeptos da iguaria dizem que o sabor é suave.

Cérebro de macaco (África) ᴥ Muito antes de Indiana Jones, os africanos já degustavam o cérebro dos nossos antepassados. Mas não se preocupe, não se come cru. Depois de ficar um tempo numa salmoura, os miolos dos primatas são cozidos.

Caldo de turu (Brasil) ᴥ Turu é um molusco de cabeça dura e corpo gelatinoso muito comum na Ilha do Marajó e Amazônia. Pode ser consumido cru, com farinha ou moquecas.

Farofa de formiga (Brasil) ᴥ Consumida em certas áreas do Sudeste. A formiga – içá ou saúva – tem gosto parecido com amendoim torrado. Pode ser torrada com temperos e congelada.

Prato comum no Camboja - Aranhas fritas

Farofa de formiga - Feito com formiga tanajura, era o tira-gosto preferido de Monteiro Lobato

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