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2 FOCO | Outubro 2013 |

Alunos PArticiPAntes

AnA CArolinA PAixão De Queiroz

DAniel MAthiAs rosenfelD

eDuArDo AnDrés fernAnDez MArins

fAbio MArelli thut

feliPe Morelli GuAzzelli

frAnCisCo De Asis CorrAles ArbeloA

GAbriel AMArA

GAbriel MAthiAs rosenfelD

GAbrielA nusbAuM

João PeDro GArriDo MAGnAni

JúliA CostAnzA GonzAlez

PeDro José CuriAti ChADDAD

YAnni bArreto DonAti

PArticiPAções esPeciAis

eQuiPe DAnte eM foCo MiriM

leonArDo loMbArDero sAnChez

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Dr. José De oliveirA MessinA

diretorA-gerAl PedAgógicA

Profª. silvAnA lePorACe

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3| Outubro 2013 | FOCO

SUMÁRIO

eDitoriAl

brAsileiros no esPAço

vivenDo no MunDo DA luA

treinAMento De ChoQue

rouPAs esPACiAis, MAis Que esPeCiAis

entrevistA CoM PeDro nehMe

iMAGens De outros PlAnetAs

veíCulos esPACiAis

ACiDentes AConteCeM

esPAço siDerAl CheGA à AlAMeDA JAú

inDo PArA o esPAço, literAlMente!

A GAláxiA eM suAs rouPAs

GuiA De CuriosiDADes esPACiAis

stAr fooD - uMA JornADA GAstronôMiCA

GuiA De APliCAtivos

o Que os nossos olhos não veeM

esPAço e CulturA: uMA AliAnçA terráQueA

o esPAço insPirA o CineMA

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EdItORIal: O OlhaR aléM dE UMa EScOlaPor barbara endo e felipe Guerra

Não existe dúvida de que a temática espacial desperta o interesse e aguça a curiosidade de muitas pessoas. Quem nunca pensou, por exemplo, em como seria viajar para o espaço? Ou na possibilidade da existência de vida fora da Terra? As ciências do espaço servem para despertar em nós esse desejo de explorar, descobrir e aprender.

Sabemos que a Astronomia, a Astronáutica e as Ciências Espaciais servem como portas de entrada para o conhecimento em diversas áreas como Física, Química, Matemática, Geografia, História e muito mais. Não à toa, tais campos são estudados há muitos séculos – Le-onardo da Vinci (1452-1519) e Galileu Galilei (1564-1642), que dão nome a dois edifícios do Colégio Dante Alighieri, foram grandes expo-entes em várias dessas áreas.

E, no ano em que o Colégio lança o programa de Educação Espacial, nós, da Dante Em Foco, não poderíamos deixar de registrar esse passo tão importante que alia a tradição do Colégio à modernidade dos estudos do espaço. Nossa matéria de capa permitirá a melhor compreensão do que é a Educação Espacial e de como ela será imple-mentada no Dante.

Aqui, você encontrará conteúdo relacionado a diversas questões, como, por exemplo, quais foram os principais acidentes espaciais que ocorreram até hoje, como é a vida dos astronautas e o que esses pro-fissionais comem, entre várias outras curiosidades. Além disso, você também poderá conferir uma entrevista exclusiva com Pedro Nehme, que será o segundo brasileiro a ir para o espaço.

Faça uma ótima leitura e divirta-se nesta jornada!

foto: sxc.hu

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5| Outubro 2013 | FOCO

BRaSIlEIROS nO ESpaçO

Sim, os Estados Unidos são a maior referência mundial quando se fala no envio de pessoas para o espaço. Mas o Brasil também tem seus “heróis”. Confira, abaixo, um breve perfil de cada um deles:

Marcos PontesEm junho de 1998, Pontes foi selecionado para o programa espacial da NASA, para a candidatura a que o país tinha direito, pelo fato de integrar o esforço multinacional de construção da Estação Espacial Internacional (ISS). Iniciou o treinamen-to no Johnson Space Center, em Houston, e, em 2000, foi declarado “astronauta da NASA”.

Pedro nehMeO estudante de Engenharia Elétrica na UnB (Uni-versidade de Brasília) Pedro Henrique Doria Neh-me, de 21 anos, é o segundo brasileiro a ir para o espaço. Ele venceu uma promoção da companhia aérea KLM, batizada de “Space Flight,” e ganhou uma vaga na nave Lynch, da Space Expedition Cor-

Por Daniel rosenfeld

foto: www.marcospontes.net

foto: Divulgação Aeb

Enquanto esperava a vez de ir ao espaço, Marcos Pontes foi desig-nado para o Escritório de Astronautas para Operações na Estação Orbital, onde trabalhou no setor de missões técnicas. Em outubro de 2005, durante uma visita oficial do então presidente Luís Inácio Lula da Silva à Rússia, foi assinado um acordo de cooperação entre os dois países, possibilitando assim a ida de Marcos Pontes à Esta-ção Espacial Internacional.

poration (SXC). A viagem está marcada para o início de 2014 e custa US$ 107 mil (cerca de R$ 223 mil).

Pedro fez um estágio de nove meses em um centro da NASA, nos EUA, no ano passado e, atualmente, é estagiário da Agência Espacial Brasileira.

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VIVEndO nO MUndO da lUa

Já lhe disseram que você vive no mundo da lua? Bem, por mais que isso queira dizer que você é desatento, viver no espaço não é tão simples assim. Atividades cotidianas como fazer um sanduíche ou até dormir podem se tornar um grande desafio.

No espaço, a gravidade é tão pequena que é quase impossível per-cebê-la, portanto, dormir deitado é um luxo que os astronautas não têm. Na Estação Espacial Internacional, os viajantes espaciais dor-mem em sacos de dormir presos na parede da nave, porém, segundo o engenheiro-astronauta Chris Hadfield, como não há gravidade, mesmo dormindo em pé, é possível relaxar o corpo inteiro durante o sono. Segundo ele, no espaço até uma simples janela pode se tornar uma distração. “As janelas são ímãs, as imagens que podemos avistar delas são magníficas, podem te manter entretido durante horas”, conta Hadfield a respeito das “distrações” que existem no espaço.

Chris ficou famoso recentemente por postar vídeos na internet dire-tamente da ISS (sigla em inglês para Estação Espacial Internacional) mostrando a vida cotidiana no espaço. Alguns de seus vídeos mais famosos o mostram fazendo um sanduíche, escovando os dentes e se barbeando.

Para Chris, uma das atividades mais difíceis é se barbear, pois os pelos faciais podem sair voando pelo mó-dulo espacial e acabar entrando no computador central. O astronauta se previne usando um aspirador de pó compacto.

Outras atividades também se tornam muito mais difíceis no espaço. Esco-var os dentes, por exemplo, requer que o astronauta engula a pasta de dente que resta em sua boca após a escovação, já que não existem pias no espaço.

Por João Pedro Magnani

Foto: youtube.com/chrishadfield

Foto: youtube.com/chrishadfield

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7| Outubro 2013 | FOCO

Apesar de ter que tomar cuidados extras em algumas atividades ba-nais na Terra, Hadfield diz divertir--se muito fazendo sanduíches:

“Você não precisa ficar segurando sempre seu sanduíche, ele nunca vai cair no chão!”

Porém, pela falta de água corrente na ISS, depois de se deliciar com um sanduíche, a única forma de limpar as mãos é com lencinhos de-sinfetantes, feitos especialmente para atuar como água e sabão em uma pia.

Aliás, esses lencinhos são a única forma que os astronautas têm de se limpar, pois não é possível ter água corrente no espaço.

A água na ISS é estocada em pequenos saquinhos com canudos, e brincar com ela também pode ser muito divertido. Certa vez, Chris, por sugestão de duas internautas americanas, decidiu ver o que acontecia quando se torcia um pano molhado na gravidade zero.

Aliás, essa interação entre a ISS e os internautas só começou recen-temente, quando implantaram conexão com a internet via satélite na estação. Quem sabe não apareçam mais astronautas “vlogueiros” por aí?

Os vídeos de Chris, inclusive o resultado da experiência do pano molhado, podem ser encontrados em: www.youtube.com/canadianspaceagency

nas fotos retiradas do canal de vídeos de Chris Hadfield no Youtu-be, o astronauta canadense apare-ce mostrando situações cotidianas, como torcer um pano, comer e barbear-se, para mostrar as princi-pais dificuldades de viver em um ambiente sem gravidade

Foto: youtube.com/chrishadfield

Foto: youtube.com/chrishadfield

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8 FOCO | Outubro 2013 |

Você acha que é fácil ser astronauta? Está muito enganado se pen-sa que ser astronauta é simplesmente colocar o macacão e entrar num foguete. Se bem que, há alguns anos, os treinamentos para ser astronauta têm sido muito menos rigorosos para os possíveis futuros astronautas do que anteriormente.

No passado, a NASA submetia seus astronautas em treinamento a verdadeiras sessões de “tortura” para prepará-los para o espaço. Os testes consistiam, por exemplo, em amarrá-los a centrífugas e girá-los até desmaiarem. Os candidatos a astronauta também davam mergu-lhos de até 7 mil metros para experimentar a ausência de peso, além de consertar cópias das partes do ônibus espacial embaixo d´água por oito horas.

Hoje em dia, para se tornar astronauta, não é mais preciso ser ho-mem, com idade entre 25 e 40 anos, ter menos de 1,60 m, ter curso superior, e ser um piloto de teste da Força Aérea com três anos de experiência. Atualmente, as mulheres também podem se inscrever. Não há mais a centrífuga, isso porque os trajes reduzem os efeitos colaterais da força gravitacional, como vômitos, desmaios e o rompi-mento de vasos sanguíneos.

As principais exigências para ser um verdadeiro astronauta hoje em dia são: um treinamento básico (que dura aproximadamente dois anos), um treinamento em jatos, simuladores, piscinas e em salas de aula, onde os candidatos realizam cursos complementares a fim de se prepararem para o desafio do espaço.

tREInaMEntO dE chOQUEPor Gabriel rosenfeld

nas fotos, é possível observar partes do treinamento realizado pelo astronauta brasileiro Marcos Pontes

foto: marcospontes.net

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9| Outubro 2013 | FOCO

ROUpaS ESpacIaIS, MaIS QUE ESpEcIaISPor francisco Arbeloa

Sem o traje espacial, um astronauta duraria apenas alguns segundos no espaço. Para se ter uma ideia da importância dos trajes espaciais, basta dizer que eles devem criar uma pressão interna artificial, o que evita que o corpo do astronauta se despedace e seja atraído pelo vácuo. Em resumo, a roupa espacial tem as seguintes funções:

• Proteger contra as variações de temperatura;

• Proteger contra a radiação solar;

• Proteger contra o impacto de micrometeoritos, que podem se chocar contra o traje como se fossem um tiro;

• Regular a temperatura do corpo do astronauta;

• Impedir que o vácuo quase absoluto do espaço cause problemas para o astronauta;

• Evitar atrito, mesmo que pequeno, com os corpos existentes no espaço;

• Controlar a pressão arterial.

O primeirO traje espacial: sK-1Apesar de inventores autônomos terem começado a desenvolver roupas espaciais já na década de 1930, somente em 1961, durante a corrida espacial que marcou a Guerra Fria, que o primeiro traje foi usado por um homem no espaço. O cosmonauta russo Yuri Gagarin vestiu o SK-1 em 12 de abril de 1961, no primeiro voo tripulado por um ser humano, a bordo da aeronave Vostok 1.

Criado pela empresa Zvezda, o modelo foi desenhado especificamen-te para o piloto e usado em outros voos da missão Vostok até 1963. A camada externa laranja era feita de nylon, e o modelo era inteiri-ço (nem mesmo o capacete podia ser removido). Tendo em vista a sobrevivência de Gagarin, o SK-1 contava com um colar de borracha inflável (para o caso de pouso na água), um forro de pressão com conectores de suporte à vida e mangueiras de comunicação. Uma curiosidade: havia um espelho costurado na manga, para auxiliar a encontrar itens difíceis, como interruptores.

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conversando com

pedro nehme

dante em Foco: o que o levou a participar do sorteio para o voo?

pedro Nehme: Estava vendo um vídeo no Youtube e, antes do vídeo começar, apareceu o comercial dessa competição promovida pela KLM. Achei muito interessante, pois estavam usando algo científi-co (um balão meteorológico) para uma atividade comercial e para um fim inusitado, fazer uma viagem pelo espaço. Entrei no site e resolvi participar sem pretensão alguma de ganhar a competição.

Dante em Foco: Vai haver algum tipo de treinamento para a sua viagem? se houver, conte como vai ser.

pedro Nehme: Sim, haverá. Os treinamentos servem para simular

algumas partes críticas da missão. Nessas partes, o corpo é subme-tido a sensações novas, como acelerações de 4 g e ambiente de microgravidade. Como o voo dura apenas 1 hora, esse treinamento é suficiente. O treinamento é com-posto por 3 sessões: um voo em um caça Albatroz L-39, um voo Zero G Flight e uma sessão no simulador da SpaceXC.

A primeira sessão serve basica-mente para submeter o corpo a acelerações de 4 g, a segunda para experimentar o ambiente de micro-gravidade, e a terceira para expe-rimentar a sequência de aconteci-mentos do voo.

Dante em Foco: Quais são as suas expectativas e o que você pretende aprender com a viagem?

Por equipe Dante em foco

Pedro Nehme é o segundo brasileiro a ir para o espaço. Ele concorreu com 129 mil pessoas e ganhou uma promoção realizada pela com-panhia aérea holandesa KLM, que o levará a bordo de uma viagem suborbital no início de 2014.

Pedro viajará a bordo de uma nave da empresa Space Expedition Corporation (SXC). O lançamento será em Curaçao, no Caribe. Com duração de uma hora, o voo atingirá uma altura aproximada de 100 quilômetros, cruzando a chamada linha de Kármán.

A equipe da Dante Em Foco conversou com Pedro Nehme e fez uma entrevista exclusiva para vocês! Confira:

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11| Outubro 2013 | FOCO

pedro Nehme: Bom, essa é uma ex-periência única e poucas pessoas já viram a Terra de cima. Acredito que toda experiência agrega valor de alguma forma. Ser um dos precur-sores do turismo espacial, um setor em que as expectativas são muito altas, é talvez sentir, ainda que em menor escala, a experiência que os primeiros astronautas tiveram, quando ainda orbitar a Terra era um grande desafio.

Dante em Foco: como essa viagem ao espaço poderá contribuir com a sua carreira e com seus projetos na UnB?

pedro Nehme: Ainda não tenho ao certo as consequências que essa via-gem vai trazer para minha carreira. É certo que no setor aeroespacial o fator experiência conta bastante. Algumas portas vão se abrir, pri-meiramente no setor de turismo espacial, em que as expectativas de crescimento para os próximos

anos são muito altas. Quanto aos projetos da UnB, ela vai servir para consolidar ainda mais todas as ini-ciativas do Laboratório de Inovação e Ciências Aeroespaciais que estão sendo implementadas. A princípio, a espaçonave que vai me levar tem compartimentos para experimentos em microgravidade, que poderão ser utilizados para testar projetos, inclusive o LAICAnSat-1, que estou desenvolvendo na UnB.

Dante em Foco: sabemos que você está, atualmente, desenvolvendo o projeto de um microssatélite universitário, juntamente com a equipe do laboratório de automa-ção e robótica da Faculdade de tecnologia (lara). Você pode nos explicar melhor esse projeto?

pedro Nehme: O projeto é uma mistura de CanSat e balão meteoro-lógico. Basicamente, é uma estru-tura cilíndrica (carga útil) de 15 cm x 30 cm que carrega uma câmera e

foto: Divulgação Aeb

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diversos sensores meteorológicos para medir temperatura, pressão, umidade, nível UV. A carga útill sobe em um balão de gás hélio de mais ou menos 3 m de diâmetro. O balão deve estourar a mais ou menos 31 km. Nesse momento, um parapente se abrirá e, através de 2 motores, a carga útil descerá como se fosse um paraquedista, tirando fotos da superfície e gravando os dados dos sensores. Queremos desenvolver uma plataforma de baixo custo para sensoriamento remoto, o que tem implicações economicas diretas. Essa plataforma, por exemplo, pode ser usada para o monitoramento de queimadas, assim como para o controle da produção agrícola do país, etc.

Dante em Foco: Qual a importância de viagens como a sua para o de-senvolvimento da educação espa-

cial nas escolas brasileiras?

pedro Nehme: Talvez essa viagem aproxime o espaço de diversos estudantes no Brasil. Hoje já existem diversas iniciativas para essa apro-ximação, como os CanSats, nanos-satélites e picossatélites. As escolas já podem desenvolver e lançar seus próprios satélites, com componen-tes disponíveis comercialmente. Essa aproximação é muito impor-tante, pois mostra que matemática, física, química e as disciplinas STEM são extremamente úteis e efetiva-mente utilizadas por profissionais todos os dias. Uma das grandes dificuldades hoje no Brasil é fazer essa aproximação. Ainda mais nas gerações que crescem envoltas por tecnologia. É preciso tornar as aulas muito mais interessantes, e é muito mais interessante e gratificante, por exemplo, projetar, desenvolver

foto: Arquivo pessoal

Pedro nehme é estudante da unb e participou de um intercâmbio nos estados unidos em 2011. na foto, ele aparece trabalhando em um dos laboratórios do Centro de voos espa-

ciais Goddard, da nasa

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e lançar algo aplicando os conheci-mentos de sala de aula.

Dante em Foco: Você disse em uma entrevista que, após a viagem, pretende ajudar o setor espacial brasileiro a crescer. Você acredi-ta que o Brasil já pode oferecer a infraestrutura necessária para avançarmos, em termos tecnológi-cos, nesse campo de estudo?

pedro Nehme: Bom, não só após a viagem, mas no momento eu faço isso todos os dias quando vou trabalhar. A situação hoje é bastante complicada, tanto do ponto de vista orçamentário como burocático. E isso é bastante frustrante, pois o que limita hoje o crescimento nesse setor não é a falta de competência técnica nem de mão de obra qua-lificada. Mão de obra vai aparecer a partir do momento em que esse setor for prioridade para o governo, e assim começar a receber investi-mentos significativos. Uma compa-ração rápida com os BRICs mostra que o investimento realizado pelo governo brasileiro é muito menor do que o investimento realizado por qualquer um dos outros países. Isso talvez seja uma consequência direta da falta de conhecimento dos diver-sos benefícios que o setor aeroes-pacial pode trazer para a sociedade. Por exemplo, todo mundo tem uma antena apontada para o céu para assistir ao jornal à noite, mas quase ninguém lembra que isso só é possível porque existe um satélite a

milhares de quilômetros da Terra.

Dante em Foco: Você já estagiou na Nasa. pretende voltar aos estados Unidos para obter uma maior espe-cialização na área?

pedro Nehme: É uma das possibi-lidades. Trabalhar nos EUA é uma experiência muito enriquecedora, tanto pela experiência pessoal, como pelas pessoas que você conhece. Penso em voltar sim, para fazer pós-graduação ou mesmo para trabalhar na NASA. Mas ainda não está decidido, considero também as oportunidades que existem no Brasil, que aparentemente podem ser bem interessantes.

Dante em Foco: O que você acha da ideia de os programas de turismo espacial e as viagens espaciais deixarem de ser realizados apenas pelos governos de grandes países?

pedro Nehme: É uma tendência muito forte. Os grandes passos que a humanidade deu, com relação à tecnologia, foram investimentos do governo. Em um segundo momento, essa tecnologia é transferida para a indústria, quando se torna mais acessível, rentável, e um modelo de negócio é elaborado. No setor espacial essa transferência tem que ser feita naturalmente. O programa espacial americano é um dos mais antigos e mais bem-sucedidos. A indústria aeroespacial americana está tão consolidada, e eu tive a fe-

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licidade de comprovar isso quando trabalhei na NASA, que muitas das responsabilidades que antes eram da NASA agora são da indústria. É como se a NASA gastasse o tempo desenvolvendo os instrumentos complexos e novas tecnologias, e a indústria se encarregasse de forne-cer as demais partes necessárias. Esse modelo só é possivel devido ao grande investimento do governo no setor espacial como um todo, tanto na indústria quanto na própria NASA.

Dante em Foco: O que falta para que voos comerciais comecem a ser efetuados até a estação espacial?

pedro Nehme: Acredito que não se-rão realizados voos comerciais para a ISS pelo fato de ser um laboratório em órbita. Os astronautas estão efe-tivamente trabalhando, dando con-tinuidade a experimentos, enviando

relatórios sobre o andamento das atividades. Muitos astronautas rela-tam que é muito gratificante morar na ISS, mas que o trabalho é muito puxado. Por isso acredito que os turistas iriam atrapalhar o andamen-to desses experimentos e eventual-mente atrapalhar alguma atividade. Talvez seja possível viagens esporá-dicas e agendadas, mas não creio que seja explorado comercialmente. Entretanto, existem alguns projetos para construir “hotéis” no espaço, o que seria uma espécie de ISS para turistas, onde eles poderiam passar um ou dois dias e retornar à Terra. É bem possível que isso se torne comercial em um espaço de tempo relativamente curto.

Dante em Foco: já que você se pro-vou muito bom de “chute”, qual é o seu chute para o futuro das viagens espaciais?

foto: Divulgação KlM

Pedro nehme venceu a campanha

“space flight”, que convidava os

internautas a arriscar um palpite

sobre quanto um balão conseguiria

subir se fosse lançado no deserto

de nevada, nos estados unidos.

nehme deu o palpite mais próximo

ao resultado oficial e, assim, será

o segundo brasileiro a ir para o

espaço

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pedro Nehme: Creio que existem algumas barreiras técnicas a serem transpostas para que viagens a Mar-te, por exemplo, sejam viáveis, tais como sistema de propulsão, isola-mento da cápsula contra radiação, etc. Além disso, existem limitações físicas e psicológicas do ser humano para tais viagens, o que, na minha opinião, são os maiores impedimen-tos desse tipo de viagem. Acho que, na verdade, são necessárias mais iniciativas para preservar o nosso planeta e diminuir o impacto que causamos do que iniciativas para exploração humana em outros pla-netas (acho que robôs fazem muito bem o trabalho nesse caso).

Dante em Foco: e, para finalizar, qual é a mensagem que você deixa-ria para os jovens estudantes que, assim como você, possuem interes-se pela questão espacial?

pedro Nehme: Continuem estudan-do e buscando conhecimento fora dos “padrões”. Busquem o conheci-

mento além da sala de aula. A inter-net proporciona isso. A quantidade de informação acumulada na inter-net é muito grande, e informações de todas as partes do mundo. A educação formal hoje não é interes-sante e existem diversas discussões sobre a validade disso. Entretanto, é necessário complementar essa educação formal com atividades práticas extraclasse, muitas vezes por conta própria. Busquem ativida-des práticas, pensem e desenvolvam projetos, construam esses projetos. O conhecimento existe para susten-tar as atividades práticas, e não para ficar nos livros.

foto: Ascom do MCti

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16 FOCO | Outubro 2013 |

IMagEnS dE OUtROS planEtaSPor fabio thut

Você conhece o termo fotografia espacial? Isso mesmo, são fotos do espaço sideral. Elas são obtidas aqui da Terra, por meio de teles-cópios apropriados para essa atividade, ou por satélites, que ficam em órbita em torno do planeta, ou então são lançados no espaço. Também existem fotos feitas pelos astronautas, que captam algumas imagens dentro e fora da nave.

Os mais interessados pela astrofotografia são os astrônomos amado-res ou profissionais e as organizações espaciais, como a NASA.

As fotos são geralmente obtidas por satélites, dos quais o mais fa-moso é o Hubble. As imagens registradas com maior frequência são do Sol e de estrelas, mas há também as fotos tiradas de planetas do sistema solar.

Esses registros visam desvendar os mistérios do espaço sideral, e influenciam, inclusive, na busca de vida fora da Terra.

Uma maneira de acompanhar de forma leiga é buscar as imagens postadas por cientistas, astrônomos e amadores em diferentes sites que podem ser localizados de maneira simples por meio do Google.

As fotos tiradas do Universo no próprio espaço sideral são as mais belas e caras do mundo, demandando um investimento de 40 bilhões de euros, no período de 10 anos. Embora o valor seja alto, os cien-tistas e “fotógrafos espaciais” acreditam que a contribuição dessas imagens nos estudos astronômicos é imensurável, isso sem falar na imensa beleza que chega aos nossos olhos.

foto: european southern observatory

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17| Outubro 2013 | FOCO

VEÍcUlOS ESpacIaIS

Com certeza você pensa em fo-guetes quando se fala em veícu-los que vão para o espaço, mas há muitos outros que podem ser qualificados para missões espa-ciais. É a NASA quem determina a produção e a forma de utilização deles.

Confira, a seguir, dois veículos muito diferentes dos tradicionais

Por Pedro Chaddad

foguetes e com funções muito importantes.

Um protótipo de carro produzido para missões espaciais que deu cer-to é o veículo alpinista batizado de “Curiosity”. Ele faz parte da mis-são “Laboratório Científico de Marte” (MSL, na sigla em inglês), que no total vai custar 2,5 bilhões de dólares (o equivalente a cerca de R$ 4,65 bi). O “Curiosity” foi enviado para a superfície de Marte em agosto de 2012, com o objetivo de verificar a possibilidade de vida no planeta, além de estudar o clima e a atmosfera e coletar dados para o envio de uma futura missão tripulada a Marte.

Outro veículo de exploração espacial que a NASA planeja enviar ao espaço é a “Sunjam-mer”, uma vela espacial movida a energia solar, com lançamento previsto para 2014. O projeto pretende usar células fotovoltaicas para abas-tecer um satélite, que coletará dados e ima-gens a três mil quilômetros do planeta Terra. Além disso, o modelo usado na criação da vela espacial servirá de exemplo para o desenvolvi-

mento de outras tecnologias aeroespaciais que funcionem a partir de energia limpa, o que reduz o impacto dos combustíveis sem que o satélite seja menos eficiente. Segundo a Nasa, a “Sunjammer”ajudará a recolher lixo espacial e contribuirá com a comunicação entre as expedições espaciais e as centrais de controle na Terra.

Curiosity. foto: Divulgação nAsA

sunjammer foto: Divulgação nAsA

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18 FOCO | Outubro 2013 |

acIdEntES acOntEcEMPor Julia Costanza

No Brasil, em 2010, foram registrados 9.059 mortes por acidentes de carro. Mas, e no espaço? Qual será o número de mortes envolvendo acidentes espaciais? Quais serão os acidentes que mais deram pre-juízo econômico? Qual é o mais recente? Será que já houve algum acidente desse tipo no Brasil?

O acidente mais caro e mais recente registrado até hoje foi o do ônibus espacial Columbia, que causou um prejuízo de US$ 13 bilhões. Ele ocorreu no dia 1º de fevereiro de 2003, durante a fase de reen-trada na atmosfera terrestre, a apenas dezesseis minutos de tocar o solo, causando a destruição total da nave e a perda dos sete astro-nautas que compunham a tripulação.

No Brasil, houve um acidente em 2003, durante o lançamento de dois satélites que seriam colocados em órbita pela Agência Espacial Bra-sileira. O foguete que levaria os equipamentos ao espaço explodiu, causando a morte de 21 funcionários do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), de São José dos Campos (SP).

Quer saber mais? Então veja uma lista com os principais acidentes espaciais que ocorreram ao longo da história:

23 de Abril de 1967 Nave soyuz 1 e 2O acidente ocorreu devido a problemas técnicos na Soyuz 1, que deveria se encontrar com a Soyuz 2. Isso acabou não apenas retardando o lançamento da Soyuz 2, como tirando a vida do astronauta a bordo da Soyuz 1, o coro-nel Vladimir Komarov.

28 de Janeiro de 1986 Ônibus espacial challenger Acidente ocorrido devido a uma explosão que matou a tripulação de seis astronautas e a professora Christa McAuliffe, primeira civil a participar de um voo espacial.

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3 de Maio de 1986Foguete DeltaExplodiu pouco depois do lançamento, no Cabo Canaveral. Ele levava um satélite climático de 57 milhões de dólares.

1º de Dezembro de 1994 Foguete ariane 70Caiu no Atlântico transportando o satélite de telecomunicações PanAm-sat-3, de 150 milhões de dólares, após lançamento de Kourou, Guiana Francesa.11 de Dezembro de 2002Foguete ariane 5Explodiu pouco depois do lançamento de Kourou, na Guiana Francesa, des-truindo dois satélites mesmo depois de ter passado por melhorias.

12 de Agosto de 1998Foguete titan 4aExplodiu pouco depois do lançamento. Foi um dos desastres mais caros. O custo do foguete e de sua carga de satélite militar foi estimado em mais de 1 bilhão de dólares.

27 de Agosto de 1998Foguete Delta 3 Explodiu em uma bola de fogo de 225 milhões de dólares pouco depois do lançamento para seu voo inaugural.

23 de Setembro de 1999Nave da mars climate OrbiterDesintegrou-se ao entrar na atmosfera de Marte por causa de confusões entre seus construtores sobre unidades métricas e inglesas.

3 de Dezembro de 1999sonda mars polarPerdeu contato com a Terra após chegar a Marte. A missão custou 165 milhões de dólares.

15 de Agosto de 2002sonda contourExplodiu após deixar a Terra. A missão, iniciada em 3 de julho, tinha como objetivo chegar a cometas.

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O ESpaçO SIdERal chEga à alaMEda Jaú

Por leonardo sanchez e rafael bonsanti

O conhecimento e as descober-tas do homem sobre o espaço, referido há poucos anos como algo longínquo e basicamente inatingível, estão hoje muito avançadas, aproximando da Terra e das salas de aula essa realidade tão distante. A chamada “edu-cação espacial”, hoje já muito madura em muitos países, ainda está chegando ao Brasil, que, apesar de possuir projetos bem desenvolvidos no campo, ainda tem muito o que fazer para se destacar na área. Nesse sentido, o Colégio Dante Alighieri e outras escolas brasileiras vêm traba-lhando em projetos práticos para aproximar seus alunos dessa área tão presente nas nossas vidas.

Com o objetivo de tomar conhe-cimento do que é a educação espacial e como ela é tratada fora do Brasil, o Dante levou um grupo de professores e uma con-selheira do Colégio aos Estados Unidos para visitarem, entre outros lugares, uma escola pú-blica, uma escola particular, uma universidade, as instalações da NASA e museus relacionados ao

tema. Foram escalados a coorde-nadora do Departamento de Ci-ências, profª Sandra Tonidandel, o coordenador do Departamento de Física, prof. Renato Laurato, a coordenadora do Departamen-to de Química, profª Clemance Santos, a professora de Biologia Helika Chikuchi e a conselheira Flávia Piovacari.

Na viagem, foi possível notar o contraste na seriedade com que é tratada a educação espacial fora do Brasil. “Vimos escolas particulares na Califórnia que já trabalham com experimentações feitas pelos alunos para mandá--las para o espaço,” disse a profª Clemance, que contou também sobre as intenções do Colégio de desenvolver experiências com os alunos do Cientista Aprendiz para enviá-las aos Estados Unidos e, possivelmente, à Estação Espacial Internacional. Um aspecto nota-do pelo prof. Renato, de Física, foi a integração entre os diferen-tes centros de pesquisa espalha-dos pelos Estados Unidos, o que inclui escolas tanto particulares como públicas. “Uma escola sabe

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dos trabalhos que a outra está desenvolvendo, apesar da distân-cia geográfica,” contou ele.

O eSpAçO nãO é MAiS tãO lOngeCom o passar do tempo, as des-cobertas do homem em relação ao espaço desmistificaram esse campo da ciência. “Os estudos atuais nos trouxeram uma visão de que as coisas podem aconte-cer fora do planeta,” comentou a profª Clemance. Os avanços tecnológicos levam a crer que, em um curto espaço de tempo, o turismo espacial pode começar a

se desenvolver comercialmente, por exemplo. Essa nova realida-de foi, aliás, objeto de nota da profª Sandra. “Do mesmo modo que houve uma busca por novos territórios na época das Grandes Navegações, hoje o mundo está se projetando para o espaço, es-tamos vivendo um fervilhamento de novas descobertas nesse cam-po,” disse a profª Sandra.

Os projetos relacionados à edu-cação espacial a serem imple-mentados no Dante vão desde complementos ao curso já exis-tente de Astronomia a oficinas de construção de lunetas e telescó-

foto: sxc.hu

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pios. O Colégio ainda vai criar um curso de Astronomia Investiga-tiva, em parceria com um grupo de cientistas da USP, e formar um grupo de mapeamento dos meteoros que caem na cidade de São Paulo. Além disso, o Depar-tamento de Ciências da Natureza e Biologia está desenvolvendo projetos curriculares para os 7ºs anos do Ensino Fundamental e 1ªs séries do Ensino Médio, além do Projeto Cosmos, destinado aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II. Vale ressaltar que os projetos a serem trazidos buscam atingir todos os alunos do Colégio e trabalhar horizon-talmente com todas as discipli-nas juntas. “Tentaremos propor projetos práticos que os alunos possam desenvolver”, esclareceu a profª Sandra Tonidandel.

O iníciO DA explOrAçãO DO eSpAçOA partir da segunda metade do século XX, o interesse da po-pulação mundial pelo espaço ficou cada vez maior devido à chamada “corrida espacial”, uma das principais marcas da Guerra Fria. Em 20 de julho de 1969, a Terra parou para ver o astronauta norte-americano Neil Armstrong pisar, pela primeira vez, em solo lunar. Foi uma das conquistas mais marcantes da humanidade, no campo espacial.

Desde então, cada vez mais pesquisas vêm sendo conduzidas com o intuito de desenvolver novas tecnologias capazes de nos ajudar a descobrir mais informa-ções sobre o Universo que nos cerca. Governos estão preparan-do seus jovens para entenderem

na foto, o grupo de profes-sores dos departamentos de Ciências, biologia, Química e física, além da conselheira do Colégio Dante Alighieri,

em visita à nAsA, nos estados unidos

foto: Arquivo pessoal

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melhor o espaço e, dessa ma-neira, se tornarem profissionais mais qualificados para atuar nessa área. Algumas instituições de ensino, inclusive no Brasil, já estudam a incorporação da educação espacial às suas grades curriculares, a fim de promover esse campo que tanto cresce.

O Dante é uma das primeiras escolas de educação básica no Brasil a trazer a temática da educação espacial para a grade curricular.

eDucAçãO eSpAciAl MunDO AfOrAA educação espacial é um as-sunto relativamente recente nas escolas de todo o mundo, e ainda existe certa dificuldade em encontrar instituições com forte tradição na área.

Mesmo nos Estados Unidos, país com a maior tradição no ramo espacial, o estudo do espaço como um componente curricular ainda não é uma realidade em grande parte das escolas. Mas, de acordo com o modelo de ensino americano, os estudantes têm a possibilidade de escolher algumas matérias que querem estudar no período equivalente ao Ensino Médio brasileiro, e en-tre as opções de alguns colégios encontram-se algumas ciências espaciais. “[Nos Estados Unidos] cada um faz o seu horário, e tem gente que escolhe Física, Biologia ou Astronomia”, afirmou Marina Rosa, brasileira de 17 anos que estuda na Windermere Prepara-tory, instituição de ensino locali-zada na Flórida.

Entre os cursos de graduação, destacam-se nesse ramo as

equipe do Dante na Colum-bia Memorial space Center, um dos locais visitados para trazer ao Dante o Programa

de educação espacial

foto: Arquivo pessoal

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tradicionais universidades britâ-nicas de Cambridge e o Imperial College, de Londres, além das americanas Harvard, Stanford e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Outros cursos renomados são os ofere-cidos pelo Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, a École Normale Supérieure de Paris, e a Ludwig-Maximilians-Universitat, de Munique.

Em alguns países da Europa ocidental, o acesso a esse tipo de informação é grande. Programas de televisão, convenções, revis-tas especializadas e sessões em bibliotecas estão à disposição da população.

“De uma maneira geral, os estu-dantes do ensino básico apren-dem sobre astronomia e o espa-

ço por conta própria, através de documentários e publicações”, declarou Yuri Willing, brasileira que mora na Inglaterra e mãe de dois filhos em idade escolar. Graças às redes televisivas como a BBC, a população tem acesso a programas focados no espaço, como o “The Sky at Night” e o “Stargazing Live”, ambos presen-tes semanalmente na programa-ção da emissora. “O assunto foi popularizado através dos docu-mentários da BBC apresentados por um físico chamado Brian Cox. Ele é relativamente jovem e tem um estilo mais acessível ao povo em geral”, complementou Yuri.

Na Europa há ainda a possibili-dade de participar de oficinas promovidas pela Agência Espacial Europeia. “O objetivo é ajudar jovens europeus, dos 6 aos 28

foto: Arquivo pessoal

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anos, a ganhar e manter interes-se na ciência e tecnologia”, decla-ra o site da instituição, que ainda expressa seu desejo em formar força de trabalho qualificada para “assegurar a contínua liderança dos países europeus em ativi-dades espaciais”. O Escritório Europeu de Recursos de Educa-ção Espacial ainda fornece treina-mento anual para professores de escolas primárias e secundárias.

O site da Agência Europeia afir-ma que a instituição promove atividades internacionais ao lado da NASA e que novos materiais estão sendo desenvolvidos para estudantes de todas as idades.

Na Grã-Bretanha, diversas insti-tuições oferecem preparação na área espacial. Entre elas está a Universidade de Leicester, que realiza cursos para estudantes que tenham entre 13 e 18 anos, incluindo aulas teóricas e ativida-des práticas, além de encontros com cientistas da área, que são “empregadores em potencial”, de acordo com seu site. Programas similares também são oferecidos pela Scottish Space School (Esco-la Espacial Escocesa), na Universi-dade de Strathclyde, no sudoeste do país.

O Centro Aeroespacial Alemão

(DLR) é mais uma instituição que busca aproximar os jovens das ciências espaciais. Através do programa Laboratório Escolar, crianças e adolescentes têm a possibilidade de conduzir expe-rimentos nas dependências do Centro.

O DLR também fornece material impresso para 17.500 escolas de ensino primário da Alemanha e para 10 mil de ensino secundá-rio, totalmente de graça.

Iniciativa semelhante ocorre no Japão, onde a Agência Japone-sa de Exploração Aeroespacial (JAXA) também oferece material para as escolas, além de aulas relacionadas ao tema para alunos do Jardim de Infância ao Ensino Médio, e seminários dedicados a professores.

Entre os eventos que utilizam conhecimentos da educação espacial, está a Olimpíada Inter-nacional de Astronomia e Astro-física, da qual o Brasil faz parte. Voltada para alunos de Ensino Médio, a competição é recente e sua primeira edição ocorreu na Tailândia, em 2007. Em 2012, a cidade do Rio de Janeiro foi sede do mesmo torneio. Apesar disso, o Brasil não tem grande desta-que no quadro de medalhas, ao

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contrário de Tailândia, Índia, Po-lônia, República Tcheca, Lituânia e China, que se sobressaem nas competições.

Ainda nos Estados Unidos, a NASA, Agência Espacial Nor-te- Americana, possui em seu site um diretório com quase 70 projetos de educação espacial, que são oferecidos a professores e estudantes de diversas idades. Para uma maior aproximação com o público jovem, a NASA ainda disponibiliza uma varieda-de de aplicativos, jogos, e-books e podcasts em sua página na internet.

O BrASil e A eDucAçãO eSpA-ciAlEm nosso país, a educação es-pacial ainda dá seus primeiros passos. As poucas escolas que já possuem cursos do gênero ou que se preparam para recebê--los são tanto de origem pública

quanto privada. O país já chegou a ter projetos de porte relacio-nados ao tema, e até projetos desenvolvidos por alunos da escola pública, que foram envia-dos à sede da NASA nos Estados Unidos, porém ainda há muito a ser feito.

Uma iniciativa do governo fede-ral é o sistema de bolsas para instituições de ensino interna-cionais “Ciências sem Fronteira”. Em julho de 2013, o governo anunciou que vagas específicas para a área espacial passarão a ser oferecidas pelo programa. Há ainda a iniciativa por parte de agências espaciais, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que realiza o Curso de Introdução à Astrono-mia e Astrofísica para professores de Ensino Fundamental e Médio, e que já se encontra em sua 16ª edição.

Durante a viagem aos es-tados unidos, a equipe do Dante discutiu sobre como os modelos já conhecidos de educação espacial po-deriam ser aplicados no Colégio

Foto: Arquivo pessoal

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Em 2003, a Agência Espacial Brasileira (AEB) criou o projeto AEB Escola, cujo objetivo é levar a temática do espaço às salas de aula de todo o Brasil. O progra-ma oferece aos alunos e profes-sores cursos, palestras e oficinas, e visa despertar o interesse dos jovens pela pesquisa e ciência.

O problema é que a cultura brasileira sempre relacionou a ideia de exploração espacial com o campo militar. Um jovem interessado no assunto deve participar da Força Aérea Brasi-leira (FAB) antes de poder virar um astronauta, por exemplo. Marcos Pontes, o primeiro brasi-leiro a embarcar em uma viagem espacial, era um piloto de aviões de caça na FAB. Contudo, nos pa-íses onde o estudo do espaço é mais desenvolvido, o Estado não é o único a atuar nesse campo.

“A ideia de exploração espacial no Brasil precisa ser, cada vez mais, desvinculada da socieda-de militar e atingir a população civil”, comentou a professora Sandra. Segundo ela, nos Es-tados Unidos, escolas e até empresas privadas têm grande participação no desenvolvimen-to tecnológico, sendo que boa parte dos projetos e experimen-tos não são feitos pelo Estado,

eDucAçãO eSpAciAl: O que é?

A educação espacial envolve o es-tudo de ciências relacionadas ao espaço. A área que essas ciências abrangem se divide em diversos ramos. Alguns deles são a Astrofí-sica, responsável pelos conceitos físicos aplicados no ambiente es-pacial; a Astroquímica, que estuda as interações químicas ocorridas no espaço; a Exobiologia, respon-sável pela busca de condições para a vida fora do planeta Terra; a Astronáutica, desenvolvedora de máquinas e naves que operem fora da órbita terrestre; a Astro-geologia, que estuda as formas geológicas dos corpos celestes. Em alguns locais, algumas dessas ciências já estão sendo utiliza-das nas salas de aula, seja como auxílio para matérias mais tradi-cionais, seja como novos compo-nentes da grade curricular ou até mesmo como matérias opcionais.

mas sim pela iniciativa privada. Empresas como a Orbital Scien-ces chegam a lançar foguetes à órbita da Terra para a realização de experimentos e lançamento de satélites.

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IndO paRa O ESpaçO, lItERalMEntE!Por eduardo Marins

Já pensou em fazer um passeio pelo espaço? Parece muito distante da realidade, mas algumas empresas já estão fazendo isso. Os recursos de hoje nos permitem fazer turismo por um lugar que, há pouco tempo, só era utilizado para fazer pesquisas científicas.

Ninguém quer perder a chance de fazer uma viagem como essa. Mas, mesmo assim, poucos terão a oportunidade de fazer esse tipo de pas-seio. Isso porque as passagens custam, no mínimo, 95 mil dólares, o equivalente a aproximadamente 211 mil reais. Mas, ao contrário do que se pensa, a demanda não é pequena e estima-se que o setor movimente mais de 3,3 bilhões de reais em dez anos.

O tempo das viagens espaciais financiadas apenas pelos cofres públicos dos grandes países também já passou. Grandes empresas estão de-senvolvendo naves e até aeroportos espaciais para mandar turistas ao espaço. O Spaceport America, por exemplo, será um aeroporto espacial construído para empresas privadas com o objetivo de se tornar o pionei-ro da segunda era espacial. Ele se encontra no estado do Novo México, nos Estados Unidos, e está sendo construído com um investimento de 200 milhões de dólares. Esse investimento é da empresa Virgin Galac-tic, do britânico Richard Branson, que usará o aeroporto espacial para o lançamento das suas naves. A Virgin Galactic está muito próxima de fazer seu primeiro lançamento espacial tripulado, previsto para o final de 2013.

Em entrevista ao Aviation International News TV (AINTV), Richard Bran-son afirma que aproximadamente 550 pessoas viajarão com sua empre-sa.

Essas viagens espaciais levarão, em média, uma hora e alcançarão uma altitude de 100 km, altura considerada pela NASA a divisa com o espaço.

foto:Divulgação KlM

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a galÁXIa EM SUaS ROUpaSPor Gabriela nusbaum

Estrela, planeta, galáxia, moda...Para tudo! Que história é essa de moda e galáxia juntos!?

É a nova moda chamada Print Galaxy, que mis-tura moda e todo o charme do espaço.

A estampa de galáxia chegou ao mundo da moda e tem sido captada por vários designers que utilizaram esse estilo em suas coleções.

A inspiração requer o uso de um esquema de cores diferentes, com direito a brilhos e faíscas. Esse estilo Print Galaxy está presente em rou-pas, sapatos, acessórios e até mesmo em unhas!

A estampa galáctica começou em 2011 com uma coleção feminina do estilista escocês Christo-pher Kane. Ele foi o responsável pela inserção da estampa no mercado da moda, novidade na qual

muitos estilistas se basearam em seguida.

A estampa, que reproduz a imagem de galáxias, se encaixa naquela ideia de estampas realistas ou 3D que invadiram o guarda-roupa das fashio-nistas mais ousadas há algumas temporadas, e ate mesmo dos homens.

Infelizmente, por enquanto é bem difícil en-contrar uma peça com Galaxy Print no Brasil, mas já existem alguns tutoriais no YouTube que

ensinam a fazer uma estampa nesse estilo.

Por exemplo, o vídeo disponível no endereço abaixo ensina a transformar peças básicas em um look de arrasar: www.youtube.com/watch?v=CXB1HN3mr80

nas imagens, você confere dicas de como usar a nova tendência

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foto: Divulgação dyfteria.com.br

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gUIa dE cURIOSIdadESQuer saber alguns fatos bem legais sobre o espaço? A turma da Dante Em Foco Mirim preparou pequenos textos contando algumas coisas que você nem imagina!

Você sabia que, diferentemente de quem está na Terra, os astronautas da Estação Espacial Internacional têm o privilégio de assistir ao nascer e ao pôr do sol 15 ou 16 vezes por dia?Isso acontece graças ao funcionamento da estação espacial, que orbita a 354 km da Terra. Como ela navega a uma velocidade de 27.700 km/h, isso signifi-ca que, em cerca de 92 minutos, a estação completa uma rotação pela Terra.Assim, é possível que os astronautas assistam a um nascente ou poente a cada 45 minutos, e todos eles garantem que do espaço o espetáculo é ainda mais impressionante.

Maria Eduarda Alves e Raphael Giannattasio

Você sabia que, quando se diz que a nossa galáxia tem o tamanho de 100 mil anos-luz, isso significa que um raio de luz com velocidade de 300 mil km/s demoraria cerca de 100 mil anos para cruzá-la? Mas, apesar de a Via Láctea ser grande, comparada com determinadas galáxias do Universo, ela é relativamente uma anã. A Markarian 348, por exemplo, é 13 vezes maior que a Via Láctea.

Laura Mancini e Maria Carolina Pazetti

Você sabia que, por causa da falta de gravidade, os astronautas não sen-tem o peso e podem dormir em qualquer posição? Ou seja, eles não preci-sam dormir deitados. A única coisa que eles precisam fazer é se prender de alguma maneira a uma parede, a uma cadeira ou a uma cama, tipo saco, ou dentro de uma cabine, para não flutuar pela nave espacial e se chocar sem querer com alguma coisa.

Gabriela Bonsanti e Gabriel Lopes

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Você sabia que existe lixo espacial? Pois é, são objetos artificiais que giram ao redor da Terra, a uma velocidade de 35 mil km/h!Em 2008, existiam cerca de 17 mil detritos espaciais, e a NASA acredita que esse número vem aumentando com o passar dos anos.Um dos maiores problemas causados pelo lixo espacial é o seu choque com satélites, que os danifica ou os deixa inativos.

Heloísa Cunha e Giovanni Cerqueira

Você sabia que a Estação Espacial Internacional é um laboratório espacial atualmente em construção? A montagem dela em órbita começou em 1998. Ela se encontra em órbita baixa (entre 340 km e 353 km) e fica em movimen-to constante. Ou seja, ela viaja a uma velocidade média de 27.700 km/h, completando 15,77 órbitas por dia.

Mariana Hauschild e Maria Carolina Gibelli

Você sabia que os buracos negros existem? Eles são uma porção do espaço sideral onde se desenvolve uma elevadíssima força gravitacional, de modo que nada sai dessa região. Essa força se forma a partir de matérias que flutu-am sobre um corpo gravitacional. Sabendo que nada escapa de um buraco negro, não podemos receber nada vindo dessa parte do Universo.

Vitória Brinker e Gabriel Raniere

Você sabia que a primeira tentativa de mandar uma mensagem para civiliza-ções alienígenas ocorreu em 1974? Ela foi transmitida de um rádiotelescópio, em Porto Rico, e teve como alvo um aglomerado de estrelas localizado na constelação de Hércules, onde deve chegar no ano 26.974. Foi uma mensa-gem pequena, que mostra algumas figuras sobre a vida aqui na Terra.

Ysis Donati e Victor Yazbek

Você sabia que a última vez que um asteroide passou bem perto da Terra foi em 1908? Ele tinha o tamanho de um campo de futebol, e a explosão des-truiu uma área de 2 mil quilômetros quadrados na Sibéria.

Pedro Saboia e José Maria Gomes

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StaR FOOd - UMa JORnada gaStROnôMIcaPor Gabriel Amara

foto: Divulgação nAsA

A comida do espaço tem cheiro e gosto? Será que os astronautas engordam ou emagrecem no espaço? Qual tipo de comida consumi-da? A dieta é rígida? Você sabia que o risco de engasgar no espaço é mais alto do que na Terra? Será que a comida do espaço é diferente da nossa?

Primeira curiosidade: a comida do espaço não tem gosto nem cheiro. Isso porque não há gravidade e, dessa forma, os aromas dos alimen-tos se dissipam antes mesmo de chegar ao nariz. E, sem sentir o cheiro da comida, os astronautas não conseguem saboreá-la.

Mas não pense que a comida espacial é tão diferente da nossa. Algu-mas, inclusive, estão em nosso dia a dia, como estrogonofe de carne, biscoitos, cereal crocante de arroz cozido, frango, ovos mexidos, aba-caxi, barras de granola, macarrão com queijo, pudim de chocolate, entre outros.

Um detalhe importante é que comer no espaço também oferece riscos: a comida pode fazer com que um astronauta engasgue. Isso porque, como eles estão em um lugar sem gravidade, as pequenas

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33| Outubro 2013 | FOCO

migalhas podem entrar pelo nariz ou pela boca sem que o astronauta perceba, o que levaria ao engasgamento.

Veja, a seguir, como são classificados os alimentos que vão para o espaço e o que é feito com eles:

Alimentos reidratáveis: A água é removida do alimento durante o processo de embalagem. Ex: sopas, ovos mexidos e cereais matinais.

Alimentos de umidade intermediária: Apenas uma parte da água é removida. Ex: pêssegos, peras e damascos secos.

Alimentos termoestabilizados: Processados a altas temperaturas, de forma a destruir bactérias e outros organismos. Ex: frutas e atum.

Alimentos irradiados: Brevemente expostos a raios gama ou feixes de elétrons, de modo que não desenvolvam bactérias. Ex: carnes.

Alimentos em forma natural: Eles são conservados em bolsas de fácil acesso. Ex: barras de granola e biscoitos.

Alimentos frescos: Anitizados com cloro para preservar o frescor. Ex: frutas e legumes.

Agora que você já sabe bastante coisa sobre a comida espacial, pare e pense: como será a cozinha dentro de uma nave espacial ? Será que ela é bem equipada?

Bom, a resposta é simples: a cozinha de uma nave espacial só come-çou a ser bem equipada depois dos anos 80. Nessa época, ela rece-beu alguns utensílios novos, como o forno micro-ondas.

Antes disso, nas primeiras viagens (em 1961 e 1963), a comida era ar-mazenada dentro de tubos semelhantes ao dos cremes dentais, com uma espécie de “pavê de comida” dentro.

Outra curiosidade: os astronautas não levam água para o espaço, já que, na própria cozinha da nave, há um sistema que aciona uma rea-ção eletroquímica e produz, em seguida, a fórmula química da água.

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gUIa dE aplIcatIVOS Você gosta de aplicativos? Nós também! Foi por isso que a turma da Dante Em Foco Mirim preparou um guia com aplicativos gratuitos muito legais só para você! Confira nossas dicas:

O aplicativo oficial da NASA é bem interes-sante. Com ele você pode descobrir as últimas imagens, vídeos, informações de missões, notícias e reportagens divulgadas pela NASA. O conteúdo está todo em inglês.

Tiago Stefani

Para pessoas curiosas, o aplicativo “Solar System - Q fact book” é ótimo. Existem várias informações interessantes sobre todos os planetas do sistema solar e Plutão, além de in-formações sobre o Sol. Você já pensou qual o seu peso em outros planetas? Ou quantas luas os outros planetas têm? Júpiter tem 64 luas!

Seja um expert no nosso sistema solar. Este aplicativo é gratuito, muito divertido, e, além disso, nos ajuda a aprender muito.

Juliana Sternlicht

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O aplicativo “Ciência Macrocosmo 3D” mostra alguns modelos bem interessantes em 3D dos planetas, satélites, estrelas, galáxias, nebulo-sas e também ajuda a aprender a descrição de cada objeto. Ele serve para que, em vez de fotos, você consiga ver o Universo em formato 3D!

Esse aplicativo é gratuito. Ele é fácil de usar, é rápido e explica bem como usar. Um dos pro-blemas dele é que está escrito em inglês, o que dificulta um pouco.

Helena Garrido

O “Spaceship Simulator” serve para ver fotos de satélites e também de controles de fogue-tes. Ele é de graça e fácil de mexer: é só passar o dedo para o lado e pronto, muda a foto. As vantagens são que ele mostra imagens boni-tas, mas há poucas fotos. Eu não gostei muito desse aplicativo, pois ele tem uma proposta de simular uma viagem para o espaço, mas, no fundo, são só algumas imagens de painéis e de satélites.

Pedro Stefani

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Dicas legais para quem não tem ferramentas profissionais e quer conhecer melhor os pla-netas e o céu são os aplicativos que mostram mapas virtuais do céu. Bons aplicativos gratui-tos são o Droid Sky View e o Sky Map.

Lucas Cabral

“Astronautas livres” é um jogo cheio de astro-nautas, estações espaciais e foguetes. O módu-lo de Missões apresenta simulações interativas de missões da NASA SHUTTLE e também a mis-são “Curiosity” de Marte. O aplicativo é legal, mas é muito difícil controlar o astronauta.

Giorgio Grotti

O aplicativo “Amazing Atronomy Facts” mostra uma coleção de mais de 200 incríveis, interes-santes e estranhos fatos sobre a Astronomia. É bem legal, dá para aprender muito, pena que está tudo em inglês.

Nina Bocanegra

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37| Outubro 2013 | FOCO

“Planet Camera” é um aplicativo em que tiramos fotos e as transformamos em plane-tas. É gratuito e muito fácil de usar, e eu nem consultei um site para saber como mexer. A vantagem é que, se formarmos um planeta de uma maneira que não gostamos, podemos mudar o efeito ou dar um zoom no objeto da foto. A desvantagem é que a foto não é muito clara. Se você é daquele que gosta de tirar fo-tos, baixe-o agora no seu tablet, iPod, iPhone, celular ou iPad.

Júlia Hochstetler

“Space Jigsaw Puzzle” é um jogo em que temos que construir o espaço num grande quebra-cabeça. Quanto mais você passa de nível, fica mais difícil. Ele serve para aprender sobre o espaço. Ele é de graça. É muito fácil de usar, pois só precisamos escolher a fase e começar a jogar. Sua vantagem é que você aprende como é o espaço e conhece mais o ambiente em que você vive. A desvantagem é que você tem que “rachar a cuca” para cons-truir o espaço. Este jogo é bem divertido!

Isabella Ribeiro

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38 FOCO | Outubro 2013 |

Sabia que conseguimos ver a Via Láctea a olho nu? Mas isso só é possível se apagarmos todas as luzes de uma cidade inteira. O único fenômeno que nos impede de ver a Via Láctea é a chamada poluição luminosa.

O termo refere-se às luzes artificiais emitidas pelas cidades, como a iluminação pública, anúncios publicitários e toda emissão exagerada de luzes nos centros urbanos. Então, se deixarmos uma cidade em um “breu” total, poderemos ver a Via Láctea sem telescópios ou ou-tros equipamentos, apenas a olho nu.

Hong Kong é a cidade mais iluminada do mundo. Seu céu noturno é cem mil vezes mais brilhante do que os padrões internacionais, segundo o investigador Jason Pun Chung-shing, do departamento de Física da Universidade de Hong Kong.

Apesar de podermos ver Hong Kong do espaço, a cidade não tem uma lei que atue contra a poluição luminosa, o que faz com que o número de queixas não pare de crescer. A disputa pela atenção do consumidor é um dos fatos que impede a diminuição das luzes duran-te o dia. Especialistas já pediram para os comerciantes diminuírem o uso de recursos luminosos em abundância, mas foram ignorados em prol do capitalismo.

Esse tipo de poluição produz muitos impactos gravíssimos no meio ambiente, por exemplo, nos processos naturais que apenas ocorrem na escuridão, como repouso, reparação, navegação celestial, preda-ção ou recarga dos sistemas. A escuridão é tão importante quanto o dia, e sua ausência pode causar um desequilíbrio nos ecossistemas.

As perturbações nos padrões luminosos também influenciam o com-portamento animal. A poluição luminosa pode alterar a fisiologia e confundir os sentidos de animais noturnos.

E não é apenas a animais noturnos que esse tipo de poluição afeta. Estudos indicam que a exposição excessiva à luz à noite pode afetar a saúde humana, causando estresse, depressão, insônia e até alguns tipos de câncer.

O QUE OS nOSSOS OlhOS nÃO VEEMPor Yanni Donati

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39| Outubro 2013 | FOCO

O aumento do aquecimento global também se deve, em parte, à poluição luminosa, já que os gases liberados pelo produto final da energia elétrica contribuem para o aumento do efeito estufa.

A flora também está em risco. Estudos revelam que certas espécies de plantas não florescem com a curta duração da noite e que outras plantas florescem antes do normal, alterando seu ciclo natural.

Muitos insetos transportadores de doenças, como o da malária, leishmaniose e mal de Chagas, podem ser atraídos por luzes, aproxi-mando-se de populações humanas e aumentando o risco de contami-nação nos grandes centros urbanos.

Para diminuir os efeitos maléficos da poluição luminosa, devemos criar novas estratégias de iluminação, e regulações devem ser criadas por meio de leis, tomando-se por exemplo cidades como Orlando, Sidney e Londres, onde vigoram leis contra o uso excessivo de luz.

Apesar de tantos efeitos negativos, o senso comum diz que ambien-tes iluminados são mais seguros. Embora muitas vezes as luzes ofus-quem a visão dos cidadãos, o que é realmente perigoso, a iluminação nos dá uma sensação de segurança. Imagine o caos que seria uma cidade totalmente apagada. A iluminação, como qualquer recurso, deve ser usada com sabedoria.

Há muitos problemas decorrentes desse tipo de poluição e suas con-sequências ainda estão sendo estudadas.

na imagem ao lado, é possível ver a província de Ontário, no Canadá, com poluição luminosa (à direita) e com as luzes apagadas (à esquerda), quando é possível contemplar o céu estrelado.

foto: internetional Dark-sky Association

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40 FOCO | Outubro 2013 |

ESpaçO E cUltURa: UMa alIança tERRÁQUEaPor leonardo sanchez

O Universo à nossa volta é um ambiente tão misterioso que há milênios cativa pessoas de todas as gerações.

A maior parte do espaço ainda não foi explorada pela raça humana, e esse desconhecimento não gera somente especulações científicas, mas também abre espaço para nossa imaginação.

Não apenas nossas mentes se ocupam com esse assunto, mas também a arte. Com isso, os responsáveis por produções culturais viram no espaço um grande potencial de encantamento, difusão de ideias e de lucro.

Desde 1902, com o filme Viagem à Lua (Le Voyage dans la Lune), do cineasta francês George Mélliès, o espaço tem sido tema de importantes produções cinematográficas. Clássicos como 2001: Uma odisseia no espaço (2001: A space odyssey), Guerra nas estrelas (Star Wars) e Contatos imediatos de 3º grau (Close encounters of the third kind) não somente criam legiões de fãs, mas também fazem seus expectadores refletirem sobre questões que intrigam a humanidade há anos. Existe vida fora da Terra? De onde nós viemos? Para onde vamos? São algumas dúvidas que circundam a mente humana desde os primórdios de nossa civilização e que tentam ser respondidas pela ficção.

Além de Guerra nas estrelas, outras franquias famosas sobre o tema e que tiveram sua estreia como séries de televisão são a britânica Doctor Who e a americana Jornada nas estrelas (Star Trek).

Para conferir mais informações de filmes sobre o espaço, leia a reportagem que aparece nas próximas páginas da revista Foco.

O famoso Guia do mochileiro das galáxias (The hitchhiker’s guide to the galaxy), do britânico Douglas Adams, é outro ícone da ficção científica e já foi adaptado para cinema, teatro, gibi, televisão, literatura e até jogo virou. O que poucos sabem é que seu início se deu no rádio, em 1978, em um programa transmitido pela BBC Radio 4. Um dos maiores sucessos da cultura espacial de todos os tempos, os livros de Adams já haviam sido traduzidos para 30 línguas em 2005.

No campo literário, o espaço sideral também marca importante presença. Eram os deuses astronautas?, escrito pelo alemão Erich Von Daniken em 1968, engloba a hipótese de que tecnologias e religiões de várias civilizações anti-gas são derivadas do contato entre esses povos e seres de outros planetas. Sustentam a ideia central do livro obras arquitetônicas como a Stonehenge, na Inglaterra, que se acredita ter sido utilizada para estudos astronômicos.

Como única maneira de captar imagens antes da invenção da fotografia, a pintura teve importante papel no registro de eventos espaciais passados.

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41| Outubro 2013 | FOCO

Através do quadro Cometa Halley, de 1759, Samuel Scott, grande nome da pintura britânica, materializou a passagem do cometa pelo céu de Londres.

Van Gogh, artista neerlandês do século XIX, utilizou em vários de seus quadros as estrelas como elementos de destaque, como observamos nas obras Noite estrelada e Noite estrela-da sobre o Ródano. Nascido no mes-mo século, o russo Wassily Kandinsky, um dos introdutores da abstração no campo visual, registrou corpos celes-tes em seu quadro Estrelas, de 1938.

Nos Estados Unidos, Frederic Edwin Church é conhecido por quadros como O meteoro, de 1860, e Aurora borealis, além de outras obras que colocam o Sol em posição de desta-que.

Até mesmo a Tapeçaria de Bayeux, importante peça histórica do século XI e que possui impressionantes 70 metros de comprimento, estampa em seu bordado a passagem do Cometa Halley em 1066, que na época era considerado um prenúncio da ascen-são de Guilherme II da Normandia ao trono inglês.

Entre as músicas, um grande exemplo é Rocket man, do britânico Sir Elton John. Um dos principais sucessos de sua carreira, a composição de 1972 conta a história de um astronauta cujos sentimentos se dividem entre a vontade de realizar seu trabalho em Marte e o desejo de ficar com sua família. Rocket man é considera-da pela revista especializada Rolling Stone uma das 500 melhores músi-cas de todos os tempos e chegou a ser apresentada ao vivo durante o

lançamento da espaçonave Discovery, em 1998.

David Bowie, outro bem-sucedido músico britânico, também aborda temas espaciais na música Space Oddity, que chegou a ser utilizada pela rede televisiva BBC como trilha sonora durante a transmissão da ater-rissagem da espaçonave Apollo 11 na Lua. Tanto o evento quanto a compo-sição datam de 1969.

A banda britânica de rock alternativo Muse lançou, em 2006, o álbum Black Holes and Revelations, recheado de músicas com menções a elementos espaciais. Starlight (Luz das estrelas), Supermassive Black Hole (Buraco ne-gro supermassivo) e Knights of Cydo-nia (Cavaleiros da Cydonia, região do planeta Marte) contam com o espaço como base para suas letras.

A influência do Universo em nossa cultura é evidente. Personagens como Buzz Lightyear, o brinquedo astronauta da popular franquia Toy Story, da Disney Pixar, foi inspirado no segundo homem a pisar na Lua: o americano Buzz Aldrin. E.T. - O Extraterrestre, do filme homônimo de Steven Spielberg, é o amigo que qualquer criança gostaria de ter.

Com muito carisma, esses e muitos outros personagens conquistam crianças e adultos de várias gerações.

Com o espaço mais em voga do que nunca, a tendência é que expressões culturais relacionadas ao Univer-so apareçam cada vez com maior frequência. Seja através da literatura, cinema ou música, uma coisa é certa: nós, terráqueos, não resistimos a um tema extraterrestre.

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a aRtE IMIta a VIda... E O ESpaçO!Por Ana Carolina Queiroz

De sabres de luz a robôs que se aventuram pela galáxia, a presença inegável de temas relacionados ao espaço no cinema, desde seus primórdios, tem aumentado com o passar dos anos. Os avanços tecnológicos dos efeitos especiais deixam, cada vez mais, os cenários realistas, e os lucros, astronômicos!Os filmes que tratam do Universo tiveram início, muito provavelmen-te, com o “Viagem à Lua” (1902), de George Mélliès. Em onze minu-tos, o filme conta a história em preto e branco de seis astrônomos que vão para a Lua após construir uma cápsula, que fica presa bem no olho do satélite (literalmente). Foi revolucionário na época, uma vez que os efeitos e técnicas eram novos.Em 1968, foi lançado “2001: Uma odisseia no espaço”, dirigido por Stanley Kubrick. O roteiro é dividido em quatro grandes seções, que, em seu desenrolar, têm em comum um monólito preto. Seu “vilão”, o computador HAL 9000, possui avançada inteligência artificial. É uma obra complexa que traz ao espectador diversos questionamentos, reflexões, levando-o a pensar principalmente no destino do homem. Tem poucos diálogos e um ritmo desacelerado, com efeitos visuais incríveis não só para a época, mas também muito convincentes para

a atualidade. Hoje em dia, os efeitos especiais, que custam milhões, nos propor-cionam a impressão de realmente estarmos no espaço, participando de missões interestelares e explo-dindo naves inimigas, como é o caso de “Guerra nas estrelas” (Star Wars), criada por George Lucas. A franquia que se tornou fenômeno mundial da cultura popular, e des-de 1983 lançou seis filmes, acom-panha a história de personagens como Luke Skywalker e a princesa Leia Organa (e depois regressando no tempo para contar a de Anakin Skywalker). A saga é ambientada

foto: Cartaz de divulgação de “viagem à lua”

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numa galáxia fictícia sem nome e tempo especificado. Entre acertos e erros (muitos destes na segunda trilogia, que, comparada à primeira, perde a força no desenvolvimento das personagens), tem o rendimen-to total estimado em 30 bilhões de dólares, firmando a “space opera” como uma das sagas mais lucrativas da história e cultivando multidões de fãs.Os filmes animados também foram influenciados pelo tema espaço, o que se pode observar no filme “WALL-E” (2008), da Disney Pixar, que retrata um futuro distante, no qual a Terra foi abandonada e apenas um robô coletor de lixo ainda circula por sua face. Ele acaba embarcando numa aventura cós-

foto: Cartaz de divulgação starWars

mica que acabará decidindo o futuro dos humanos que deixaram o planeta. É conduzido com graça e delicadeza, para agradar desde os menores até os adultos, e traz consigo críticas à sociedade contem-porânea, entrelaçadas a uma mensagem de esperança.No Brasil, o espaço foi pouco explorado, sendo apenas um elemento em segundo plano, como em “Os Cosmonautas” (Victor Lima, 1962) e o recente “Corpos celestes” (Marcos Jorge, 2011), servindo só de pano de fundo. Contudo, esse tema inspira Hollywood desde os primórdios da sétima arte, por provocar no espectador a imaginação e a curiosidade pelo desconhecido, e por lhe permitir, ao se distanciar da própria órbita, encontrar os caminhos e respostas de sua existência. Entre os próximos lançamentos, o longa “Guardiões da galáxia” (mais um grupo de super-heróis da Marvel) será lançado em 2014, enquanto o episódio VII de “Star Wars” , que promete não cometer os deslizes de seus antecessores mais recentes, está previsto para 2015, ressaltando mais as personagens e cenários reais que os efeitos computadorizados, em busca do tom de veracidade que faltou aos últimos filmes da franquia.

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