o problema do aleatório: da coerção dos santos ao idioma da inveja 1
Folder Coerção e Punição · 2015-05-26 · manicômios. Em 07 e 08 de maio de 2013, por meio do...
Transcript of Folder Coerção e Punição · 2015-05-26 · manicômios. Em 07 e 08 de maio de 2013, por meio do...
COERÇÃO E PUNIÇÃOX
CUIDADOS HUMANIZADOS E DEMOCRÁTICOS
Seminário
LOCALAuditório do Edifício Sede do
Ministério Público do Estado de Goiás
Goiânia, 27 de maio de 2015
‘‘Se exercer a vontade na luta contra o que nos ameaça e oprime fossecoisa que se fizesse sem pertinaz trabalho e sem notável sacrifício, a luta contraqualquer tipo de opressão seria bem mais simples. Percebe-se facilmente aimportância da vontade compondo um tecido complexo com a resistência, com arebeldia na confrontação ou na luta contra o inimigo que , às vezes, mais do quenos espreita, nos domina. Seja este inimigo o fumo, o álcool, a cocaína, amaconha, o crack ou a exploração capitalista, de que a ideologia fatalistaembutida no discurso neoliberal é um eficaz instrumento dominante. A ideologiaque fala, em face das injustiças sociais, de que ‘‘a realidade é assim mesmo, deque as injustiças são uma fatalidade contra que nada se pode fazer’’ solapa efragiliza o ânimo necessário para a briga como as drogas, não importa qualdelas, destruindo a resistência do viciado ou da viciada, os deixam prostrados eindefesos.
Com a vontade enfraquecida, a resistência frágil, a identidade posta emdúvida, a auto-estima esfarrapada, não se pode lutar. Desta forma, não se lutacontra a exploração das classes dominantes como não se luta contra o poder doálcool, do fumo ou da maconha. Como não se pode lutar, por faltar coragem,vontade, rebeldia, se não se tem amanhã, se não se tem esperança. Falta amanhãaos ‘‘esfarrapados do mundo’’ como falta amanhã aos subjugados pelasdrogas’’.
‘‘O Consultório de Rua é o antídoto e a anti-internaçãocompulsória. Enquanto a internação compulsória vai lá pega einterna, o Consultório de Rua vai lá para reconhecer o direito dosujeito onde ele está, como ele é, como ele quer viver’’.
Consultório de Rua Goiânia (2010/2013) - uma ClínicaPolítica baseada na Reforma Psiquiátrica, Estratégia deRedução de Danos, Educação Popular, Teologia da Libertação eAbordagem Relacional e Compreensiva das Toxicomanias.
Paulo Freire, Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos
“Coração americano
acordei de um sonho estranho
um gosto de vidro e corte
um sabor de chocolate
um corpo na cidade
um sabor de vida e morte
coração americano
um sabor de vida e corte”
tSan Vicente, Milton Nascimento e Fernando Bran
Realização
COLETIVO
LIBERDADE
O beijoGustavo Klimt, 1907-1908
Antonio Nery Filho, Psiquiatra, Prof. FM-UFBA
Apoio
INSCRIÇÕ[email protected]
a partir do dia 15/05/2015
REFLETIR PARA CUIDAR: Grupo Interdisciplinar dePesquisa e Intervenção em Saúde Mental
F E N
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE ENFERMAGEM
APRESENTAÇÃOEm 1987, na I Conferência Nacional de Saúde
Mental, que marcou o início da trajetória dedesinstitucionalização da loucura no Brasil, foi criadoo forte e necessário lema “Por uma sociedade semmanicômios”. Hoje, 28 anos depois, assistimosconsternados o retrocesso da Reforma Psiquiátricabrasileira, quando o próprio Estado constrói e dásubsídio à existência de novos manicômios,rebatizados, enquanto o odelo Psicossocial queMincentiva e celebra a liberdade e autonomia dos sujeitosem sofrimento psíquico são sucateados e indevidamenteusados para o seu objet ivo contr rio: oáencaminhamento à iniciativa privada.
Ideologias moralistas reforçam o discursoneoliberal de criação de leitos em clínicas deinternação e comunidades terapêuticas, fazendo dosofrimento psíquico um negócio rentável, aclamadopela sociedade civil que, alienada das lutas históricas ecarente de formação, pede por uma solução imediatista,sem se dar conta que o nosso modo de vidacontemporâneo produz as mazelas que se quer afastar.O uso problemático de drogas, modo pouco adaptadode lidar com o mal-estar da sociedade repressiva deconsumo, faz com que se projete nos sujeitostoxicômanos toda a agressividade que se sente dodiferente, do divergente à norma social. Por isso, oaparato jurídico da internação involuntária oucompulsória transforma-se em arma de punição,travestida de boa-intenção e sustentada pelo lucro deuns e pelos votos de outros.
Para romper com esta lógica perversa é precisoevidenciar esta dinâmica destrutiva e abrir espaços dediscussão, fazendo voltar a avançar a ReformaPsiquiátrica e o ideal de uma sociedade semmanicômios. Em 07 e 08 de maio de 2013, por meio doSeminário Drogas: Prazer e Riscos , trouxemos para‘‘ ’’o estado de Goiás essa discussão, com uma proposiçãode fazer um debate numa perspectiva sociocrítica,democrática e libertária. E hoje, na premência demudar essa realidade, trazemos novamente, pelacontinuidade das violências presenciadas no
tratamento ao toxicômano e pela triste constataçãoque muito pouco se progrediu.
OBJETIVORefletir sobre o discurso (falácia) da intenção de cuidado e proteção ao
usuário como justificativa para a internação forçada - forma coercitiva e
punitiva de atenção ao toxicômano
PÚBLICO ALVOProfissionais que atuam nos cuidados aos toxicômanos nos setores da
Saúde, Socioeducação, Judiciário, Segurança Pública, Educação, Assistência
Social, Promotores de Justiça e Profissionais do Ministério Público
PROGRAMAÇÃO8h
Acolhimento e entrega de materiais
8h30
Mesa deAbertura
Autoridades presentes
9h
Conferência: "Como o sujeito e a cidade podem se defender da violência das
internações forçadas? Instrumentos legais, clínicos e socioculturais"
Rubens Roberto Rebello Casara – Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro, fundador do Movimento da Magistratura Fluminense
pela Democracia (MMFD), membro da Associação Juízes para a Democracia
(AJD) e do Corpo Freudiano
Moderador:
Fernando Figueiredo dos Santos e Reis - psicólogo, mestre em psicologia
social, membro do Coletivo Liberdade
1º Momento Instigadores-
Lourival Belém Júnior - Psiquiatra do SUS, membro do Coletivo Liberdade e
do Fórum Goiano de Saúde Mental
Camila Caixeta - Prof ª. Doutora da Faculdade de Enfermagem - UFG, membro
do Coletivo Liberdade
Mônica Araújo de Moura - Presidente da Comissão de Direitos Humanos e
Conselheira Seccional da OAB/GO
2º Momento – Conferência
10h30
Debate
12h
Encerramento
14h
Roda de conversa com os
alunos da Escola de Redução
de Danos da UFG eAparecida
de Goiânia, Coordenadores
Técnicos dos CAPSad e
Consultórios na Rua, e o Dr
Rubens Roberto Rebello
Casara
16h
Encerramento
A vida e a morteGustavo Klimt, 1910-1915