FOLDER EN PASSANT

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Folder do espetáculo En Passant,CIA. VÃO DE TEATRO por Jorge Ferreira

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s do que dar, En Passant pede, é uma peça carente de estória, carente de teorias e conclusões.

Uma peça de sensações a seremdivididas, que, assim como a vida, chegamos a odiá-la, blasfemá-la, mas que, em momento algum,tivemos coragem de largá-la.

Maisé um

En Passant retrata o encontro de um homem e uma mulher,dois desconhecidos em plena madrugada, sentados nosbalanços de uma praça. O diálogo é embaraçoso, atrapalham-se com os próprios pensamentos e jamais conseguem se fazer entendidos.

Os personagens se vêem sufocados diante da impossibilidadede apreensão do mundo e dos mistérios a respeito da existência. Estragam, assim, a própria vida, talvez porque pressintam a inutilidade de viver. A tristeza e a névoa de melancolia pairam sobre eles. No fundo, são apenas concretizações de um sentimento e de uma inquietude. Fundem-se entre si e também ao autor e atores.

Um texto fragmentado em diversas elipses que vão se distanciando do real para dar vazão às sensações. O vazio é a principal matéria, a qual o espetáculo tenta dar forma. O queimporta em En Passant não é a “trama”, mas a tradução poética do abismo existencial e da ausência de respostas às nossas perguntas mais íntimas. A fragilidade do homemdiante do que não entende. O que resta é sentir.

Daí a idéia de uma peça que valorize, acima de tudo, o que não é falado. Um espetáculo incompleto, que precisa ser amarrado pelo público, e que cada um receberá de acordo com suas experiências individuais. Uma peça que põe em xeque as fronteiras entre realidade e loucura; existência e morte; teatro e vida; ator, autor e personagem.

Enfim, um grito para dentro.

En Passant

“ S A U D A D E

T E M D I R E Ç Ã O .

O Q U E E U S I N T O

N Ã O T E M ” .

“ S Ó F A L E S E F O R P A R A

M E L H O R A R O S I L Ê N C I O ” .

Não era de nossa intenção. Sequer nos empenhamos nisso. Não imaginávamos, ao nos reunirmos para pensar o espetáculo En Passant, que estaríamos nos formando enquanto coletivo de teatro. Aconteceu assim, naturalmente. Simplesmente fomos e continuamos indo.

Empilhávamos nossas experiências diferentes, nossas percepções sobre a vida, nossas perguntas sem fim. Queríamos fazer disso tudo o material de nossa arte. Com o tempo, alguns começaram a nos referir como grupo. De modo gradual, sem alarde, fomos entendendo que En Passant não era um espetáculo avulso.

Demos nome a algo que já existia. A Companhia Vão surgiu da necessidade de busca, da procura por nós mesmos. Da tentativa de reparar os desencaixes entre a arte e o restante do mundo. Não nos preocupamos em ser inovadores, nem com o contrário disso. Queremos apenas ser fiéis a nós mesmos, fazer ao nosso modo.

Vão é simples, é ir, mas não ir sozinho. É o espaço vazio e desconfortável no qual entramos juntos. É o nada. É voltar ao zero na tentativa de não ser em vão, de fazer algum sentido. Ou quem sabe, como artistas que somos, ao menos inventá-lo.

Vão

“Todo conformismo é confortável, passivo e sempre pouco criativo. Mas as ousadias são incômodas e, quando

tecidas com talento, prazerosas. (...) Os fios da arte, osmistérios de Ariadne estavam todos lá, em labirintos de

silêncio. Só quem não se incomodou foi quedeixou de perceber”.

Tércia Montenegro, escritoraJornal O Povo · 07 de março de 2008

“Mais que amigos, Rafael Martins, Jadeilson Feitosa eMilena Pitombeira são contemporâneos de uma geração

para qual a decisão e o ato de fazer teatro implicamdiretamente num questionar constante. Perguntando

desenfreadamente — como os tipos criados por Martinspara “En Passant” — o teatro se afirma como dúvida e

abre mão da tentativa, vã, de arremate”.

Magela Lima, jornalista e crítico teatralDiário do Nordeste · 18 de março de 2008

“É assim que o espectador se sente no espetáculo, capturado na sua insistente e vã tentativa de

compreensão racional. E se vê, repentinamente, tocado e emocionado, sem saber bem o porquê”.

Daniel Dias, autor e diretorDiretor do Teatro João Caetano- RJ · 07 de abril de 2008

Rafael MartinsRafael Martins · texto, assistência de direção e sonoplastia· texto, assistência de direção e sonoplastiaJadeilson FeitosaJadeilson Feitosa · direção, ELE· direção, ELE

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