Folha do Japi 10

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ANO 1 / NÚMERO 10 3 a 9 DE JUNHO DE 2011 DIFERENTE PORQUE RESPEITA SUA INTELIGÊNCIA 8 Folha do Japi CULTURA DVD DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Painéis exibem fotos e resumos da vida, do trabalho e das principais obras do pedagogo O "Tron" original causou forte sensação em 1982 principalmente pelos seus efeitos visuais (os pri- meiros feitos em computador) e pelo desenho de produção de cair o queixo (entre os criadores do visual estava o grande "Moebius"). As lutas com discos e motos gera- ram muitas imitações, impressio- nam até hoje e o resto é história. E eis que, 29 anos depois do original, chega a continuação "Tron: O Legado", que utiliza tudo que há de mais moderno em computação gráfica. E, acreditem se quiserem, o novo filme parece bem mais datado e não chega nem perto da graça que continha o original! O que os nerds da informática fize- ram em 1982 usando um teclado e um processador do tamanho de uma geladeira, os atuais, que dis- põe de tecnologia avançada, não chegaram nem perto de conquistar. Inacreditável! O desenho de pro- dução é feio, sem graça, escuro e meio brega até. A história consegue fazer menos sentido que a do original e envolve o surgimento de uma nova forma de vida dentro do computador (hein?). As lutas de discos e motos são mil vez mais confusas e sem graça que as do original! Só no finalzinho, na sequência da perse- guição das naves é que o filme empolga um pouco. Mas é só. O Tron então, coitado, quase nem dá as caras e tem uma participação vexaminosa. A única emoção capaz de fazer a gente sentir é saudades do filme original... - por André Lux EM EXIBIÇÃO Kung Fu Panda 2 (3D) (Leg) – Sala 4 Marcha da Vida (Leg) – Sala 3 Piratas do Caribe (Leg) – Sala 1 Piratas do Caribe (Dub) – Sala 6 Piratas do Caribe 3D (Leg) – Sala 5 Piratas do Caribe 3D (Dub) – Sala 5 Se Beber, Não Case! Parte II (Leg) – Sala 3 Thor (Dub) – Sala 3 Velozes e Furiosos 5 (Leg) – Sala 6 X-Men: Primeira Classe (Leg) – Sala 2 X-Men: Primeira Classe (Dub) – Sala 4 Mais informações: www.moviecom.com.br m resumo do trabalho do Ueducador pernambucano Paulo Freire e do seu método de ensino revolucionário, utilizado para alfabetizar adultos e facili- tar a inclusão do aluno na socie- dade, fazem parte da exposição “Paulo Freire: Educar Para Transformar” realizada no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí. “A exposição não é dirigida apenas para pessoas ligadas à educação, mas sim para aquelas que queiram conhecer um pou- co mais sobre o mestre”, diz o diretor do museu, Henrique Jahnel Crispim. Os painéis com fotos e resumos das principais atividades do pedagogo estão divididos em três salas no museu. Há também a transmissão de um vídeo con- tando a história do educador narrada por crianças do Institu- to Paulo Freire, órgão que pro- duziu o conteúdo das imagens. A exposição, que tem entrada gratuita, é uma parceria entre o Instituto Paulo Freire, colégio Paulo Freire de Jundiaí e o Mu- seu Histórico e Cultural de Jun- diaí. Os painéis ficam no museu até o dia 12 de junho. Para as escolas agendarem visi- tas bastam entrar em contato pelos telefones: 4521-6259 ou 4584-8414. O museu fica na Rua Barão de Jundiaí, 762, no Centro de Jundiaí. Mais informações sobre Paulo Freire no site: www.paulofreire.org. Paulo Reglus Neves Freire (nas- cido em 1921 e falecido em 1997) foi um educador e filóso- fo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educa- ção popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectu- Págs 4 e 5 ais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensado- res mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo in- fluenciado o movimento cha- mado pedagogia crítica. Fonte: wikipedia.org Quem é Paulo Freire?

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Décima edição do jornal que respeita a sua inteligência

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ANO 1 / NÚMERO 10

3 a 9 DE JUNHO DE 2011 DIFERENTE PORQUE RESPEITA SUA INTELIGÊNCIA

8 Folha do Japi

CULTURA

DVD

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Painéis exibem fotos e resumos da vida, do trabalho e das principais obras do pedagogo

O "Tron" original causou forte sensação em 1982 principalmente pelos seus efeitos visuais (os pri-meiros feitos em computador) e pelo desenho de produção de cair o queixo (entre os criadores do visual estava o grande "Moebius"). As lutas com discos e motos gera-ram muitas imitações, impressio-nam até hoje e o resto é história. E eis que, 29 anos depois do original, chega a continuação "Tron: O Legado", que utiliza tudo que há de mais moderno em computação gráfica. E, acreditem se quiserem, o novo filme parece bem mais datado e não chega nem perto da graça que continha o original! O

que os nerds da informática fize-ram em 1982 usando um teclado e um processador do tamanho de uma geladeira, os atuais, que dis-põe de tecnologia avançada, não chegaram nem perto de conquistar. Inacreditável! O desenho de pro-dução é feio, sem graça, escuro e meio brega até.A história consegue fazer menos sentido que a do original e envolve o surgimento de uma nova forma de vida dentro do computador (hein?). As lutas de discos e motos são mil vez mais confusas e sem graça que as do original! Só no finalzinho, na sequência da perse-guição das naves é que o filme

empolga um pouco. Mas é só. O Tron então, coitado, quase nem dá as caras e tem uma participação vexaminosa.A única emoção capaz de fazer a gente sentir é saudades do filme original... - por André Lux

EM EXIBIÇÃO

Kung Fu Panda 2 (3D) (Leg) – Sala 4

Marcha da Vida (Leg) – Sala 3Piratas do Caribe (Leg) – Sala 1Piratas do Caribe (Dub) – Sala 6

Piratas do Caribe 3D (Leg) – Sala 5

Piratas do Caribe 3D (Dub) – Sala 5

Se Beber, Não Case! Parte II (Leg) – Sala 3

Thor (Dub) – Sala 3Velozes e Furiosos 5 (Leg) – Sala 6

X-Men: Primeira Classe (Leg) – Sala 2

X-Men: Primeira Classe (Dub) – Sala 4

Mais informações:www.moviecom.com.br

m resumo do trabalho do Ueducador pernambucano

Paulo Freire e do seu método de

ensino revolucionário, utilizado

para alfabetizar adultos e facili-

tar a inclusão do aluno na socie-

dade, fazem parte da exposição

“Paulo Freire: Educar Para

Transformar” realizada no

Museu Histórico e Cultural de

Jundiaí.

“A exposição não é dirigida

apenas para pessoas ligadas à

educação, mas sim para aquelas

que queiram conhecer um pou-

co mais sobre o mestre”, diz o

diretor do museu, Henrique

Jahnel Crispim.

Os painéis com fotos e resumos

das principais atividades do

pedagogo estão divididos em

três salas no museu. Há também

a transmissão de um vídeo con-

tando a história do educador

narrada por crianças do Institu-

to Paulo Freire, órgão que pro-

duziu o conteúdo das imagens.

A exposição, que tem entrada

gratuita, é uma parceria entre o

Instituto Paulo Freire, colégio

Paulo Freire de Jundiaí e o Mu-

seu Histórico e Cultural de Jun-

diaí. Os painéis ficam no museu

até o dia 12 de junho.

Para as escolas agendarem visi-

tas bastam entrar em contato

pelos telefones: 4521-6259 ou

4584-8414. O museu fica na Rua

Barão de Jundiaí, 762, no Centro

de Jundiaí. Mais informações

sobre Paulo Freire no site:

www.paulofreire.org.

Paulo Reglus Neves Freire (nas-

cido em 1921 e falecido em

1997) foi um educador e filóso-

fo brasileiro. Destacou-se por

seu trabalho na área da educa-

ção popular, voltada tanto para

a escolarização como para a

formação da consciência. Autor

de “Pedagogia do Oprimido”,

um método de alfabetização

dialético, se diferenciou do

"vanguardismo" dos intelectu-

Págs 4 e 5

ais de esquerda tradicionais e

sempre defendeu o diálogo com

as pessoas simples, não só como

método, mas como um modo de

ser realmente democrático. É

considerado um dos pensado-

res mais notáveis na história da

pedagogia mundial, tendo in-

fluenciado o movimento cha-

mado pedagogia crítica.

Fonte: wikipedia.org

Quem é Paulo Freire?

José Roberto Lux, o Zé Boquinha, foi jogador e técnico profissionalde basquete por 51 anos e hoje é comentarista de basquete

e futebol do canal de TV ESPN e da rádio Estadão ESPN.

2 Folha do Japi

OPINIÃO DO JORNAL ESPORTES

m tiro no pé. Foi isso que Usignificou a carta enviada

pelo dono da maior distribuidora

de revistas e jornais de Jundiaí aos

donos de bancas da cidade. Repre-

sentantes da Folha do Japi visitaram

as principais bancas depois da

entrega da carta e pediram para

expor as edições do jornal. Em

todas as bancas a reação foi a mes-

ma: muita simpatia e aceitação por

parte dos jornaleiros, sendo que

alguns demonstraram-se efusiva-

mente entusiasmados com a che-

gada da Folha do Japi.

Nenhuma menção às ameaças

contidas na infame carta, muito

menos qualquer recusa de receber

o jornal. Muito pelo contrário.

A tentativa de tolher a liberdade de

expressão da equipe da Folha do

Japi, além de não dar qualquer

resultado, apenas serviu para

expor ao ridículo os envolvidos

Sr. editor, Boa tarde !

No sábado peguei o seu Jornal "

Folha do Japi" na banca da Rodo-

viária de Jundiaí, onde pude

constatar o que eu já pensava

desde que vim morar aqui em

Jundiaí há 8 anos, ou seja esta

cidade é "controlada" em tudo até

na divulgação das coisas boas e

ruins (principalmente).

PARABÉNS pela coragem de

enfrentar esses "coronéis".

Aproveito para sugerir reporta-

gens nos seguintes tópicos:

- Remendo em ruas asfaltadas,

por quê?

- Excesso de radares fixos em vez

de trabalhos reais de conscienti-

zação de segurança no transito.

- Falta de sinalização em radares

moveis, com objetivo único de

arrecadação.

nesse vexame e, claro, mostrar que

democracia e respeito à liberdade

de imprensa nem sempre são valo-

res defendidos por certas pessoas e

grupos políticos da cidade.

Durante a manifestação dos servi-

dores públicos municipais em

frente à Prefeitura, centenas de

exemplares da Folha do Japi foram

distribuídos entre os presentes.

Eram mais de 300 pessoas. Todas

aceitaram o jornal de bom grado,

sendo que algumas delas já o cha-

mavam carinhosamente de “O

Proibidão”, numa clara alusão à

tentativa frustrada de censurar o

jornal que certamente chegou aos

olhos e ouvidos de grande parcela

da população da cidade.

Nesta edição, “O Proibidão” vai

mexer em uma ferida aberta que

muitos ainda tentam esconder.

Trata-se da grave crise administra-

tiva e política enfrentada pelo atual

Campeonato é oportunidade para preparaçãopara os Jogos Regionais e Abertos

time de futebol feminino

do Paulista amarga o 8º Olugar na classificação

grupo 01 com nove equipes na

primeira fase do Campeonato

Paulista. Com sete jogos e apenas

uma vitória as meninas do Galo

fazem do Estadual uma prepara-

ção para os Jogos Regionais do

Interior que acontece no início de

julho.

“Nossas atletas não rece-

bem salário e nem possu-

em contrato com o clube”,

afirma Reinaldo dos

Passos, técnico da

equipe. Diferentemen-

te do que se vê nos

contratos milioná-

rios dos atletas de

futebol masculi-

no, a modalidade

feminina ainda é

pouco divulgada

e por isso não

tem patrocínio.

“Buscamos par-

ceiros para troca de

i m a g e m , p a r a

arrumar uma ajuda

de custo para as

atletas. O time

f e m i n i n o d e

Jaguariúna, por

EXPEDIENTE

Edição: André Lux

Reportagens e fotos:

Renata Gutierrez

Ilustrações:

José Geraldo de Oliveira

Tiragem: 5 mil exemplares

cartas, sugestões, denúncias:

[email protected]

Blog do jornal:

[email protected]

Twitter: @FolhaDoJapiJund

As opiniões assinadas são de

responsabilidade de seus autores

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Folha do Japi

O Jornal de Jundiaí comeu bola nesta semana ao levar em consi-deração apenas a palavra da Prefeitura no caso da greve dos servidores públicos. Cravou na capa do jornal de terça-feira que não haveria paralisação e se deu mal. No dia seguinte, além de não admitir nem pedir desculpas pelo erro, ainda tentou desmere-cer esta legítima manifestação dos trabalhadores por melhores salários ao afirmar que teria havido racha da categoria.

De olho na MÍDIA

exemplo, tem apoio da Motorola,

mas é das empresas terceirizadas

que mantém uma ajuda de custo

às jogadoras”, diz. Desta maneira,

as atletas do Paulista não têm

condições para treinar dois perío-

dos e cinco vezes por semana.

Passos não analisa esta situação

como preconceito, mas sim falta

de investimento. “Hoje, pode

investir R$ 10 mil em um

garoto em dez meses, se ele

se destacar em uma vitrine,

passa a ter um mercado e

um retorno financeira-

mente garantido para o

clube e para quem

investiu nele”.

Um exemplo

desta diferen-

ça, segundo o

treinador, foi

a saída da

a t a c a n t e

M a r t a d o

Santos, eleita

por cinco vezes

a melhor jogadora

do mundo pela

Fifa. “Ninguém

falou nada sobre

o valor pago ao

Santos por ela,

isso porque não

Coluna do

ZÉ BOQUINHACHAMPIONS LEAGUE – O massacre do Barcelona sobre o Manchester United não deixou dúvidas quanto à qualidade técnica e o talento do time catalão, mas a falta de uma tática mais forte do time inglês pa-ra contê-los, também mostrou uma certa arrogância do técnico londrino, achando que venceria jogando à sua maneira.BASQUETE 1 – Brasília venceu de forma categórica Franca nas finais da Liga Nacional, a NBB, por 3 jogos a 1. O campeonato Brasileiro mos-trou novamente que é feito de 4 forças, com o restante apenas dis-putando e com dificuldades, tanto que a cidade de Assis acabou com o time. Nenhuma novidade no mun-do do esporte que durante déca-das foi o segundo do país. BASQUETE 2 – No primeiro jogo de uma melhor de 7, o Miami Heat sa-pecou o Dallas Mavericks, fazendo 1 a 0 nas finais da NBA, o melhor basquete do mundo, com Le Bron

James liderando a equipe e mos-trando que quer o título a qualquer custo.LIBERTADORES – O Santos conse-gue, num jogaço, se classificar para a final. O Cerro Portenho jogou mui-ta bola, mas a sorte estava do lado praiano. No final um 3 a 3 chorado, mas que deu a tão esperada passa-gem para decidir contra Peñarol ou Velez.COPA DO BRASIL – O Vasco conse-guiu vencer o Coritiba por um ma-gro 1 a 0, mas que lhe dá vantagem no jogo de volta no Paraná. FIFA – Afundada num mar de lama, a entidade máxima do futebol ree-lege seu “Capo”, Joseph Blatter. A pergunta que não quer calar, não há limite para corrupção?CAMPEONATO BRASILEIRO – Come-çou o Nacional sem muitas emo-ções e sem público, com o Corinthi-ans jogando com uma ridícula cami-sa grená e a maioria das equipes se arrumando ainda.

Esta coluna tem como objetivo mostrar como alguns órgãos da imprensa jundiaiense tratam determinados assuntos. O propósito é a reflexão: a quem interessa transformar notícias preocupantes em fatos positivos?

Folha do Japi 7

Reprodução

CARTAS

- Falta de policiamento nos bair-

ros, visto que moro no bairro

Cidade jardim 2 e RARAMENTE

vemos um carro de policia fazen-

do ronda por lá.

- O por que no sábado pela manhã

diminui os ônibus em circulação

se todo mundo tem que ir traba-

lhar? E creio que temos mais

assuntos envolvendo a popula-

ção em geral.

- José Luís, Morador de Jundiaí na

Cidade Jardim 2

Estou acompanhando a Folha do

Japi desde o primeiro número e

tenho gostado bastante do tipo de

jornalismo praticado pelo jornal.

Realmente é bem diferente dos

outros órgãos de imprensa daqui.

Sugiro a todos que leiam!

- Paula da Silva, secretária

prefeito Miguel Haddad em sua

terceira gestão. Uma crise que,

inclusive, coloca em xeque a per-

manência no poder da oligarquia

que domina Jundiaí há 20 anos.

A Folha do Japi coloca o dedo na

ferida e faz a sua análise particular

do caso, para que toda a sociedade

possa, primeiro, conhecer o que

está acontecendo nos bastidores da

política local e, em segundo lugar,

tire suas próprias conclusões.

O técnico Passos

houve nenhum”. Outro

problema, segundo

Passos, seria a

evasão de compe-

t ições para as

equipes femini-

nas, e cobra a

criação de uma liga

de futebol, assim

como era a Liga de

Santa Bárbara.

“A importância das

ligas é para que as

atletas desenvolvam

tempo de bola, qualidade e rapi-

dez. E a liga deve ser realizada

paralela ao trabalho da Federação

Paulista”, comenta.

As meninas do Galo têm consciên-

cia de que não passarão pela

segunda fase do Paulistão,

segundo o técnico, e se preparam

para os 55º Jogos Regionais e,

logo no segundo semestre, vão

para Mogi das Cruzes para os

Jogos Abertos.

Servidoras públicas em greve leem “O Proibidão”

6 Folha do Japi Folha do Japi 3

CIDADES POLÍTICA

Para o deputado, tucanos não conseguem mais responder às demandas do município Posição polêmica do ex-presidente coloca tucanos de Jundiaí em saia justa

s quase 70 mil votos con-

quistados não deram ao O-engenheiro e professor

jundiaiense Pedro Bigardi, 51

anos, somente a possibilidade de

assumir mais um cargo eletivo.

Garantiram ao deputado a classi-

ficação de maior liderança de

esquerda de Jundiaí e região.

O fato de Bigardi ter sido o único

candidato da oposição ao atual

modelo de gestão do PSDB em

Jundiaí a sair vitorioso em 2010

motivou a Folha do Japi a procurá-

lo para uma entrevista. Acompa-

nhe na íntegra a entrevista.

Folha do Japi: A cidade tem vivido

situações incomuns em outros anos,

como a greve dos servidores públicos

e os protestos da população pelo

aumento da tarifa de

ônibus para R$

2,90. Ao que o

senhor atribuiria

isto?

Pedro Bigardi: O

prefeito Miguel

Haddad perdeu o

comando da admi-

nistração de Jundiaí. Também há

uma falta de rumo no município

e estes dois fatores fazem com

que surjam problemas nas mais

variadas áreas. O servidor públi-

co de Jundiaí dificilmente fala de

greve, pois sempre dialoga e

tenta construir uma relação com

a Prefeitura mesmo havendo

problemas. Há muitos anos não

víamos esta situação que aconte-

ceu recentemente. Além disso,

houve também a greve dos moto-

ristas e cobradores do transporte

público, problemas vinculados à

Saúde, como a Casa de Saúde

fechada há mais de quatro anos...

Enfim, um governo quando não

tem rumo acaba passando isso

para a sociedade.

FJ: O fato das mesmas pessoas esta-

rem há mais de 20 anos no poder tem

relação com essa crise no governo?

Bigardi: Sim. Um governo des-gastado não consegue mais responder às demandas do muni-cípio. Faltam criatividade, ousa-dia e profissionalismo. Um exem-

ex-presidente da Repú-Oblica Fernando Henrique

Cardoso gravou documentário

onde levanta uma bandeira

polêmica: a descriminalização

do uso de drogas e a regulação

do consumo da maconha.

Prestes a completar 80 anos, o

co-fundador, filiado e presi-

dente de honra do PSDB con-

duziu o vídeo “Quebrando o

“FHC trata do assunto na con-

dição de sociólogo. Não envol-

ve o PSDB. Defende o fim da

punição ao usuário e é contra a

legalização. Essa é a posição do

ex-presidente e também a

posição de líderes como Manu-

ela D'avila (PCdoB-RS) e Paulo

Teixeira (PT-SP). Sou contrário

ao uso de qualquer droga.” -

Luiz Fernando Machado ,

deputado federal

“É um assunto polêmico que

tem que ser bastante discutido

não só por políticos e sim com a

participação da sociedade.” -

Ary Fossen, deputado estadual

“O PSDB está aberto ao debate

sobre a questão das drogas de

modo a respeitar as opiniões de

cada um, conservadores ou

não. O FHC defende a regula-

mentação da droga para que o

problema seja tratado no âmbi-

to da saúde pública. Quando

tivermos uma posição do parti-

do sobre o tema informaremos

a todos.” - Gustavo Martinelli,

vereador e líder da bancada do

PSDB na Câmara Municipal

Tabu”. “As pessoas não tem

coragem de quebrar o tabu e

dizer: vamos discutir a ques-

tão”, analisa FHC em recente

entrevista ao Fantástico.

Depois das declarações polêmi-

cas de FHC, a Folha do Japi con-

versou com os principais repre-

sentantes do PSDB em Jundiaí

para saber como se livrariam

dessa saia justíssima.

plo claro foi o acidente na avenida Nove de Julho, onde infelizmente duas pessoas morrreram. Isso aconteceu justamente num mo-mento em que ela está prestes a ser reinaugurada depois de uma demora extraordinária. Gasta-ram um tempo longo demais para as reformas, houve um grande investimento e está comprovado de forma trágica que a obra não tem segurança. A única preocu-pação da Prefeitura foi com o visual. Isso demonstra claramen-te a incompetência do governo em resolver questões essenciais à população.

FJ – Uma das questões que o senhor mais tem batido cno governo tucano é a falta de diálogo com a população.

Isso continua?

B i g a r d i : N ã o tenho nenhuma dúvida. Temos exemplos recen-tes , inclusive, como o caso da greve do trans-porte público e

logo depois o aumento da tarifa. Não há na Prefeitura nenhuma discussão sobre um projeto mais consistente para o transporte coletivo. É a pior crise que eu vi na Administração e que decorre justamente de um cansaço exis-tente entre os próprios adminis-tradores que não conseguem mais responder a tudo o que a cidade precisa.

FJ: Algumas secretarias municipais têm sido atacadas até pelos vereado-res que apoiam o governo. Isso contri-buiu para os fatos negativos?

Bigardi: Tem muita gente que atribui os problemas do governo a algumas secretarias, mas eu discordo. Claro que algumas pastas poderiam ter iniciativas e projetos melhores, mas a crise está em muitos setores do gover-no, o que demonstra a falta de administração por parte do prefe-ito, que é omisso por não apro-fundar as questões e encaminhar as soluções. O Miguel Haddad está fazendo um governo muito fraco, aquém da importância de

Jundiaí. Os interesses que mo-vem o atual governo não são os mesmos da sociedade; eles estão vinculados a setores específicos e não de toda a comunidade.

FJ: Qual é o maior defeito da atual gestão?

Bigardi: O governo inchou nos últimos anos. Para permanecer no poder, foi atraindo pessoas de setores da sociedade, lideranças e partidos, o que fez com que perdesse a identidade. Hoje há um grande emaranhado de acordos políticos que comprome-te o desempenho. Em minha opinião, cabe ao homem público, aquele que lidera o governo, com-preender que os acordos políticos são necessários, m a s q u e n ã o podem inviabilizar a atuação da Prefeitura.

FJ: Esta falta de identidade do gover-no atrapalha a vida do jundiaiense?

Bigardi: A Casa de Saúde talvez seja hoje o maior símbolo desta crise na Prefeitura. Existe um

FHC querliberar a

maconha

Entrelinhas daPOLÍTICA

Mais um Depois do presidente do PV, Eduar-do Palhares, declarar guerra ao prefeito Miguel Haddad, agora é a vez do vereador Val se rebelar. Nesta semana, além de criticar o secretá-rio de Transportes, Roberto Scarin-gella na tribuna da Câmara, ele está prestes a trocar o PTB pelo PSD. Val, que teve a maior votação entre todos os vereadores eleitos em 2008, não teria gostado nem um pouco de saber que a legenda da qual faz parte seria entregue, por ordem do prefeito, ao ex-presidente do PMDB, Armando Fadigatti.

Honestidade Uma fonte desta coluna contou ter ficado estarrecida com a sinceridade do vereador Fernando Bardi, duran-te debate do programa de Metas Legislativas do Movimento Voto Consciente. De acordo com ela, Bardi afirmou categoricamente que vota contra os requerimentos de informação na Câmara porque tem acordo com o prefeito Miguel Had-dad. Como prêmio, o vereador pode fazer as perguntas que quiser por ofício que o prefeito responde sem problemas. Pelo menos ele foi sincero...

desencontro completo entre o Governo do Estado e o município, que são do mesmo partido políti-co, e nenhuma perspectiva de funcionamento. Paralelamente, a cidade tem o Hospital São Vicente superlotado e as Unidades Bási-cas de Saúde trabalhabndo além da capacidade. A Casa de Saúde virou o símbolo de maior descaso e incompetência do governo do PSDB.

FJ: Qual recado que o senhor deixa para a população?

Bigardi: Existem movimentos que estão crescendo na cidade

com uma partici-pação maior da população, da juventude, seto-res do funciona-lismo público e da área ambiental. São muito positi-vas, porque o povo

tem o direito de participar mais das decisões da cidade. De minha parte, vamos continuar cobrando melhorias para que Jundiaí se torne realmente o município que todos queremos.

Salvador Já comenta-se nos bastidores da política local que o polêmico secretá-rio de Transportes, Roberto Salvador Scaringella, será dispensado em breve pelo prefeito Miguel Haddad com o intuito de abafar a crise insta-lada no governo. Em quase três anos como responsável pela pasta, Scarin-gella pouco se relacionou com a população de forma geral, foi critica-do até por vereadores que apoiam a Administração porque não conse-guiu executar quase nada de concre-to para melhoria do complicado trânsito da cidade.

Proibidão A Folha do Japi ganhou um apelido carinhoso dos servidores públicos que participavam da greve por melhores salários, nessa semana. Durante a assembleia que decidiu pela histórica paralisação, em frente ao Paço Municipal, os trabalhadores se referiram ao jornal como o Proibi-dão. Tudo por conta da ameaçadora carta da Distribuidora Paulista de Jornais e Revistas endereçada aos donos de bancas da cidade com ameaças veladas contra quem distri-buísse material para confundir a cabeça do eleitor.

Eleito com 70 mil votos,Bigardi é hoje

a principal voz da oposição em Jundiaí

“A opinião do FHC não é uma

opção partidária e não faz parte

da cartilha do PSDB. Não foi

discutida partidariamente, isso

porque é uma manifestação

pessoal do ex-presidente e não

partidária.” - Júlio César de

Oliveira (Julião), vereador

“O PSDB está organizado e apto

para enfrentar o debate sobre o

efeito das drogas na sociedade,

ouvindo todos os atores e pro-

postas sobre o tema, inclusive a

proposta do ex-presidente

FHC, que é amparada por pes-

quisadores da UNIFESP, e

também coincide com aquela

apresentada pelo deputado

petista Paulo Teixeira, recente-

mente.” - José Antônio Pari-

moschi, presidente do diretório

municipal do PSDB de Jundiaí

A reportagem da Folha do Japi

entrou em contato com os gabi-

netes do prefeito Miguel Had-

dad do vereador José Galvão

Braga Campos (Tico), mas até o

fechamento desta edição não

obteve retorno sobre a questão.

Miguel Machado Martinelli Fossen Parimoschi Julião Tico

«A Casa de Saúdeé o maior símboloda incompetência

do governo do PSDB»

4 Folha do JapiFolha do Japi 5

Explode a crise no governo Miguel HaddadErros primários, falta de comando, tragédias que poderiam ter sido evitadas e falta de compromisso com a população implodem administração do PSDB

ma cidade com mais de R$ 1 bilhão de orçamento público

para gastar em um único ano, prestes a receber a gigante Utecnológica Apple e que figura entre as maiores economias do

País. Com todos estes atributos, é impossível que um município

deste porte, com tantas riquezas, passe por problemas.

Nos cinco primeiros meses deste ano, contudo, uma série de

acontecimentos demonstrou exatamente o contrário: a falta de

comprometimento do governo municipal com o que é realmen-

te necessário para a população jundiaiense está escancarada.

Fatos como a deflagração das greves dos motoristas e dos servi-

dores públicos municipais, o terror instalado nas escolas públi-

cas e a morte de duas pessoas numa avenida que recebeu quase

R$ 40 milhões em investimentos colocam em xeque a adminis-

tração do prefeito Miguel Haddad. A crise definitivamente se

instalou no governo do tucano.

Sem comando

Desde que assumiu a Prefeitura de Jundiaí pela primeira vez,

em 1996, Miguel Haddad vive nesta metade de terceiro manda-

to uma situação que demonstra total falta de controle e de co-

mando à frente do município. A greve do funcionalismo público

municipal, por exemplo, pode ser considerada a primeira da

história da cidade e poderia ter sido controlada se os servidores,

no mínimo, fossem ouvidos.

Na Saúde, após o aniversário de quatro anos de fechamento da

Casa de Saúde Dr. Domingos Anastasio e a demora na definição

do Hospital Regional, a Prefeitura

convocou uma entrevista cole-

tiva para se justificar. Um

erro estratégico consi-

derado primário até

por estudantes de

publicidade e propa-

ganda.

A Folha do Japi procurou

o prefeito Haddad para

que apresentasse o seu

lado da história, porém

não recebeu resposta da

assessoria do prefeito.

Acompanhe a seguir os

principais fatos que defla-

graram a crise no gover-

no tucano.

OS SETE PECADOS CAPITAIS DE MIGUELEntenda porque o prefeito vive um inferno astral em sua atual administração

Servidores públicosentram em grevepor melhorescondições detrabalho

ORGULHO

Empresário bem sucedido, principalmente após ter assumido o poder em Jundiaí, Miguel tem sido cobrado até na Câmara Municipal – local onde o

PSDB conta com uma base aliada forte. Os ataques feitos em relação ao trânsito caótico da cidade e a morosidade do secretário de Transportes, Roberto Scaringella, ganham cada vez mais força na tribuna. “É mais fácil encontrar uma berinjela na feira do que conseguir ser atendido pelo Scaringella”, ironizou Gustavo Martinelli (PSDB).Trazido por Miguel para ser o ‘salvador’ da mobi-lidade urbana de Jundiaí, o enge-nheiro e ex-presidente da Com-panhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo tornou-se uma das maiores decepções do governo. Foi na gestão dele que a tarifa de ônibus chegou a R$ 2,90 (uma das mais caras do País) aliada à greve de motoristas e cobradores que deixou mais de 100 mil pessoas a pé.

LUXÚRIA

Lá se vão quase três anos das reformas da avenida Nove de Julho. Até agora, a Prefei-tura já esbanjou R$ 40 milhões na reforma, mas um erro básico custou a vida de duas pessoas e pôs em dúvida todo o trabalho. O

carro em que uma mulher e sua mãe estavam caiu no córrego. As duas faleceram. A tragédia comoveu a cidade e centenas de críticas foram feitas em redes sociais, cobrando defensas ao longo da aveni-da. Para os secretários da Prefeitura, no entanto, o caso foi uma fata-lidade. O único sistema defensivo que vai separar os motoristas de uma queda no córrego serão árvores plantadas recentemente. Dian-te disso, fica a pergunta: o que vale mais é o luxo ou a segurança de quem passa por ali?

AVAREZA

O problema das drogas e do alcoolismo em Jundiaí é grave e merece atenção. No entan-to, vereadores da base aliada de Haddad não aprovaram a proposta de estabelecer compe-

tências ao poder público para o tratamento de dependentes químicos. Mesmo com apoio de enti-

dades, da Defensoria Pública do Estado e de especialistas no tema, a Proposta de Emenda à Lei Orgânica criada pelo vereador Durval Orlato (PT) foi rejeitada pela Câmara. A alegação foi de que a Prefei-tura não tem dinheiro para isso. O único beneficiado com esta atitu-de é o tráfico de drogas. Com isso, aumentam a insegurança, os furtos e roubos na cidade.

INVEJA

Enquanto o prédio da Casa de Saúde está fechado há quatro anos, a cidade sofre com a falta de leitos para internação e a superlota-ção do hospital São Vicente de Paulo. Mesmo assim o governo Haddad não iniciou sequer a primeira fase da reforma e foi cobrado publi-

camente por isso. Em 2009, o prefeito disse que já existia projeto arquitetônico do Hospital Regional. O deputado Pedro Bigardi mostrou um requerimento em que o Governo do Estado afirma que não há sequer um cronograma da Prefeitura para as obras. Além de escancarar a incompetência administrativa, circula nos bastidores que a Casa de Saúde permanece fechada porque quem a desapropriou foi Ary Fossen. Dar sequência a algo que não foi iniciado pela equipe de Miguel não seria “bom politica-mente”, mesmo ambos sendo do PSDB.

PREGUIÇA

O Jardim São Camilo é uma região populosa e esquecida pela Prefeitura de Jundiaí. Ques-tões como cidadania, segurança e lazer pas-sam longe do bairro, que sofreu uma inter-

venção de tropas de elite da Polícia Militar de São Paulo por conta do tráfico de drogas fortalecido no bairro jus-tamente por conta do abandono do governo municipal. No início deste ano, dois adultos e duas crianças morreram vítimas de soter-ramento. Elas moravam em uma área de risco. Apesar de ser um problema antigo, a Prefeitura deixou que uma tragédia aconteces-se para só depois tentar fazer algo. Todavia, quatro meses já se pas-saram após as mortes e nenhuma ação preventiva foi realizada desde a tragédia.

Scaringella

Falta de defensas nanova Nove de Julhoprovoca a morte de

duas pessoas

Foto: Thiago Godinho

IRA

“Cabeça vazia é oficina do demônio”, afirmam os antigos. Estudantes das escolas Getúlio Nogueira de Sá e Cecília Rolemberg passaram por um susto grande quando duas bombas de

fabricação caseira explodiram no interior das escolas. Em Jundiaí, não há nenhum programa voltado especificamente à formação do jovem. No lazer, a Prefeitura perdeu o programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. A falta de opções de lazer e cultura gratui-tas fora da região central também tem levado jovens a situações de risco. A única medida tomada até agora pela Prefeitura foi fechar uma praça próximo à avenida Nove de Julho, onde jovens se con-centravam para brigar, consumir drogas e álcool.

GULA

A fome pelo poder demonstrada pelos tuca-nos e seus apoiadores causou um grande mal-estar no atual governo de Miguel Had-dad. Os tão cobiçados cargos comissionados (aqueles em que a pessoa é contratada sem

precisar prestar concurso público) têm custado caro ao mandatário. Muita gente que trabalhou e ajudou na campa-nha para eleger Miguel ainda não foi contemplada com este prêmio. Resultado: vários já viraram as costas para a atual administração e alguns mais radicais foram para a oposição na cidade. O sinal mais claro disso é a greve do funcionalismo público. Considerado um dos maiores redutos do tucanato - existem ao menos 900 funcionári-os comissionados – o Sindicato parou até que conseguiu fazer o prefeito ceder. É a primeira vez na história de Jundiaí que a catego-ria recorre à paralisação. A maior alegação para o ato é a falta de diálogo da Prefeitura.

Miguel Haddad: umprefeito à beira de umataque de nervos