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Sugestão de Leitura ~ Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa Tel.: 21 794 36 00 E-mail: [email protected] Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa Tel.: 21 794 36 00 Sugestão de Leitura— Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Novembro de 2012 CUBAN, Larry, et al. Against the odds: Insights from one district’s small school reform. Cam- bridge, Massachusetts: Harvard Education Press, 2010, IX, 169p

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Sugestão de Leitura ~ Educação

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Sugestão de Leitura— Educação

Uma iniciativa da

Divisão de Documentação

Novembro de 2012

CUBAN, Larry, et al. – Against the odds: Insights from one district’s small school reform. Cam-

bridge, Massachusetts: Harvard Education Press, 2010, IX, 169p

Sugestão de Leitura

Uma vez mais encontramos Larry Cuban na senda das reformas educativas em bairros peri-féricos de baixos rendimentos económicos americanos. O caso que apresenta neste livro resulta de uma investigação das experiências e perceções dos participantes envolvidos na transformação das escolas secundárias de Mapleton, destacando o contributo da protagonis-ta do processo, a filha de imigrantes Charlotte Ciancio, que fez todo o percurso escolar numa escola elementar e num colégio católico. Concluídos os estudos e a formação como professora, iniciou a sua carreira profissional executando métodos de ensino progressivos e criando centros de atividade. Após um mestrado em educação especial bilingue, trabalhou com crianças especiais e entrou para uma escola elementar como assistente do diretor e depois como diretora executiva da escola de Mapleton, onde deu forma ao seu projeto de reforma educativa.

A reforma escolar é um processo usado por muitos governos que tentam mudar o sistema educativo, pensando sempre na melhoria dos serviços e dos objetivos. É com esta finalidade que se implementa um projeto para transformar pequenas escolas que melhor possam res-ponder às necessidades dos alunos. Este livro documenta o lançamento de uma reforma escolar na Mapleton Public Schools, pequena cidade em Denver, no Colorado, onde se im-plantou uma mudança a favor de uma grande maioria populacional de baixos recursos eco-nómicos. Uma grande escola pública foi desmantelada e, em seu lugar, surgiram sete esco-las pequenas, com uma variedade de currículos, para funcionar em três anos, doze jardins-de-infância para oito níveis num período de cinco anos, mudanças culturais, e estilos educa-tivos. A história de Mapleton está ligada ao interesse de muitos professores que por lá pas-saram e gostaram do seu ambiente familiar, no qual pais, alunos e professores constituíam uma comunidade real estreita e muitos professores a escolheram para terem oportunidade para inovar.

A campanha nacional surgiu em meados dos anos setenta, num período de grande recessão económica, com crescente criminalidade, pobreza e, a maioria das cidades, com população de baixo rendimento. Para além disso, o alastramento da economia japonesa, que ameaçava as indústrias nacionais no ramo automóvel e eletrónico tornou os americanos conscientes para a ineficiência das escolas e procura de um novo modelo académico, que desenvolvesse a economia. Deste modo, surgiu um movimento nacional, no qual os reformistas defendi-am altos padrões académicos que produzissem licenciados que, por sua vez, incrementas-sem a produtividade e o crescimento económico. Os imigrantes latinos e asiáticos contribu-íram para esse desenvolvimento. Apresenta-se o caso de uma imigrante que iniciou a escola elementar e contribuiu nesse sentido no decurso da sua carreira em Mapleton, localidade em que as pontuações dos testes eram os mais baixos do estado. O plano de reforma esco-lar efetuou-se em parceria com o Departamento de Educação do Colorado, segundo um

paradigma logístico de abordagens construtivistas de ensino e aprendizagem centradas na equipa de executivos e no estudante. Segundo esta reforma, a liderança escolar devia ser as-sumida por um diretor, que tivesse espírito empreendedor e que pudesse transmitir modus faciendi aos professores da uma equipa, com quem deviam partilhar a realização do objetivo, e não um “principal”, unicamente dirigista. Os diretores podiam ser contratados fora do dis-trito, assim como os professores que constituíam a equipa. Os contratos eram renegociados três anos depois. Para além da reestruturação escolar, verificou-se a dos transportes escola-res, dos procedimentos orçamentais, das atividades extracurriculares no desporto, com pro-gramas que tiveram grande participação feminina. Estes gastos dificilmente podiam ser sus-tentados em escolas públicas, mas a questão da autonomia orçamental escolar era ainda muito irrealista. As perspetivas de professores e alunos e reação à reforma escolar em Mapleton foi bastante positiva e contribuiu para um desenvolvimento profissional muito significativo, por ter sido um desafio para os professores implementarem novas estratégias de ensino.

Este modelo para pequenas escolas realçou o papel do governo, melhorou as oportunidades para os estudantes criarem padrões e normas de comportamento, possibilitou a novos profes-sores e novos alunos a revisão das práticas educativas, dando origem a um melhor desempe-nho dos estudantes e relacionamento entre professores e alunos. Provou-se que o modelo melhorou o clima social da escola, tendo-se constatado o decréscimo nos conflitos entre os estudantes. Os estudantes que eram maltratados ou ameaçados encontraram um clima dife-rente e sentiam-se seguros. De acordo com a escola, a coesão das pequenas escolas trouxe o inconveniente da fraca comunicação entre os pares, deixando-os isolados no distrito quer em relação com a administração central, quer com as escolas e até com os múltiplos sites escola-res. Questionou-se se a reforma mudou realmente Mapleton e se resultou, sendo a resposta positiva, como comprovam as pontuações dos vários indicadores apresentados. No entanto, as necessidades de reforma levam, em geral, tempo a ter um impacto no desempenho acadé-mico. O que era mais importante era saber se, após a análise da história e do contexto da re-forma da pequena escola, a reforma seria sustentável, o que dependia da combinação de fato-res políticos internos e externos. Os internos relacionados com as situações logísticas e finan-ceiras, e os externos, com os decisores políticos e as legislaturas, que podem reforçar, com-prometer ou acabar com uma reforma. Num tempo de restrições económicas, a sustentabili-dade das reformas depende dos ganhos demonstráveis através do desempenho dos estudan-tes. É necessário reavaliar a práticas, experimentar novos modelos, encorajar os professores e administradores a inovarem.

Recensão de Edma Satar, Bibliotecária

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