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9 789892 607474 FOMOS CONDENADOS À CIDADE WALTER ROSSA Walter Rossa (1962). Arquiteto pela Universidade Técnica de Lisboa (1985), mestre em História da Arte pela Univer- sidade Nova de Lisboa (1991), doutor e agregado em Arquitetura pela Universi- dade de Coimbra (2001 e 2013). Docente do Departamento de Arquite- tura, investigador no Centro de Estudos Sociais e coordenador do programa de doutoramento Patrimónios de Influ- ência Portuguesa na Universidade de Coimbra. Leciona teoria e história do ur- banismo e do território e sob sua orien- tação foram já concluídas mais de sete dezenas de provas académicas, dez das quais de doutoramento. A par de atividade como arquiteto e urbanista, tem-se dedicado à investiga- ção em teoria e história do urbanismo, em especial nos domínios da urbanísti- ca, da cultura do território e do patrimó- nio de influência portuguesa. Deu aulas e cursos e fez conferências no Brasil, Cabo Verde, Espanha, Estados Unidos da América, França, Holanda, Índia, Itália, Macau, México, Moçambique, Portugal, Singapura e Uruguai; comissariou even- tos e exposições; dirigiu projetos edi- toriais e de investigação; tem textos e livros publicados em Português, Inglês, Espanhol e Italiano. O Urbanismo levou um século a amadu- recer como campo privilegiado de cruza- mentos interdisciplinares, essencialmen- te das ciências sociais. Ao invés do que inicialmente se ensaiou, as tecnologias apenas servem as dinâmicas sociopolíti- cas de transformação do território que, aliás, se vai (con)fundindo com o urbano. Num esforço de aferimento com esses paradigmas emergentes, também cida- de é um conceito em transição. Habitat do homem domesticado, a cida- de é um bem de todos e assim uma pro- dução coletiva em mutação constante. Tem vida, o que lhe bloqueia qualquer hipótese de regresso ao passado, em- bora a história seja a principal matéria da sua teoria, ou seja, da interpretação e sequentes projeção, programação, pla- neamento e gestão. O urbano é, por excelência, património coletivo, um ativo comunitário de primei- ra ordem que, por razões de bem estar e sobrevivência a longo prazo, temos de es- timar e desenvolver, recorrendo aos instru- mentos e ferramentas de que dispomos, ou seja, o conhecimento e a sua partilha. Segundo perspetivas e formas diversas foi com esses objetivos em mente que os textos aqui reunidos foram escritos ao longo de uma década. Deseja-se que a sua interação faça com que, tal como na cidade, o todo seja mais do que a soma das partes. O L H A R E S IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA COIMBRA UNIVERSITY PRESS FOMOS CONDENADOS À CIDADE UMA DÉCADA DE ESTUDOS SOBRE PATRIMÓNIO URBANÍSTICO WALTER ROSSA

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SSA

Walter Rossa (1962). Arquiteto pela

Universidade Técnica de Lisboa (1985),

mestre em História da Arte pela Univer-

sidade Nova de Lisboa (1991), doutor e

agregado em Arquitetura pela Universi-

dade de Coimbra (2001 e 2013).

Docente do Departamento de Arquite-

tura, investigador no Centro de Estudos

Sociais e coordenador do programa de

doutoramento Patrimónios de Influ-

ência Portuguesa na Universidade de

Coimbra. Leciona teoria e história do ur-

banismo e do território e sob sua orien-

tação foram já concluídas mais de sete

dezenas de provas académicas, dez das

quais de doutoramento.

A par de atividade como arquiteto e

urbanista, tem-se dedicado à investiga-

ção em teoria e história do urbanismo,

em especial nos domínios da urbanísti-

ca, da cultura do território e do patrimó-

nio de influência portuguesa. Deu aulas

e cursos e fez conferências no Brasil,

Cabo Verde, Espanha, Estados Unidos da

América, França, Holanda, Índia, Itália,

Macau, México, Moçambique, Portugal,

Singapura e Uruguai; comissariou even-

tos e exposições; dirigiu projetos edi-

toriais e de investigação; tem textos e

livros publicados em Português, Inglês,

Espanhol e Italiano.

O Urbanismo levou um século a amadu-

recer como campo privilegiado de cruza-

mentos interdisciplinares, essencialmen-

te das ciências sociais. Ao invés do que

inicialmente se ensaiou, as tecnologias

apenas servem as dinâmicas sociopolíti-

cas de transformação do território que,

aliás, se vai (con)fundindo com o urbano.

Num esforço de aferimento com esses

paradigmas emergentes, também cida-

de é um conceito em transição.

Habitat do homem domesticado, a cida-

de é um bem de todos e assim uma pro-

dução coletiva em mutação constante.

Tem vida, o que lhe bloqueia qualquer

hipótese de regresso ao passado, em-

bora a história seja a principal matéria

da sua teoria, ou seja, da interpretação

e sequentes projeção, programação, pla-

neamento e gestão.

O urbano é, por excelência, património

coletivo, um ativo comunitário de primei-

ra ordem que, por razões de bem estar e

sobrevivência a longo prazo, temos de es-

timar e desenvolver, recorrendo aos instru-

mentos e ferramentas de que dispomos,

ou seja, o conhecimento e a sua partilha.

Segundo perspetivas e formas diversas

foi com esses objetivos em mente que

os textos aqui reunidos foram escritos ao

longo de uma década. Deseja-se que a

sua interação faça com que, tal como na

cidade, o todo seja mais do que a soma

das partes.

O L H A R E S

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

COIMBRA UNIVERSITY PRESS

FOMOSCONDENADOS

À CIDADEUMA DÉCADA DE ESTUDOS SOBRE

PATRIMÓNIO URBANÍSTICO

WALTERROSSA

O L H A R E S

EDIÇÃO

Imprensa da Universidade de CoimbraEmail: [email protected]: http://www.uc.pt/imprensa_ucVendas online: http://livrariadaimprensa.uc.pt

DESENHO GRÁFICO

António Barros

INFOGRAFIA

Mickael Silva

IMAGEM DA CAPA

Desenho de A. Olaio

EXECUÇÃO GRÁFICA

???

ISBN

978-989-26-0882-2

ISBN DIGITAL

978-989-26-0883-9

DOI

http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0883-9

DEPÓSITO LEGAL

??????/14

© JANEIRO 2015, IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

S u m á r i o

Apresentação

1ª Parte: Planeamento e Património Urbanístico

Fomos condenados à cidade:

tópicos de reflexão sobre um conceito em transição.

(outubro de 2007) ......................................................................................

Valorização do património urbanístico português.

(outubro de 2005) ......................................................................................

Apontamentos sobre história e salvaguarda em desenvolvimento.

(junho de 2006) .........................................................................................

Planear a salvaguarda em desenvolvimento:

contributos para o debate.

(janeiro de 2006) .......................................................................................

História(s) do património urbanístico

(dezembro de 2012) ...................................................................................

(alguns) Lugares da morfologia urbana

na urbanística contemporânea.

(junho de 2013) .........................................................................................

Património urbanístico: (re)fazer cidade parcela a parcela.

(janeiro de 2013) .......................................................................................

2ª Parte: Urbanismo Português da 1ª Modernidade

A relevância da cartografia para

a construção da história de urbes como Aveiro

(setembro de 2006) ....................................................................................

Capitalidades à Portuguesa: território de origem

(dezembro de 2008) ...................................................................................

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As cidades novas do universo urbanístico português:

invariância e evolução.

(dezembro de 2010) ...................................................................................

cidades da razão: Vila Real de Santo António e arredores

(outubro de 2009) ......................................................................................

3ª Parte: Coimbra

Coimbra como território:

notas para uma crónica da sua formação urbanística

(maio de 2003) ..........................................................................................

Urbanismo e poder na fundação de Portugal:

a reforma de Coimbra com a instalação de Afonso Henriques

(maio de 2011) ..........................................................................................

a Sofia: 1º episódio da reinstalação moderna

da Universidade Portuguesa

(agosto de 2006) ........................................................................................

Fundamentação e explicação da proposta apresentada ao

Concurso Público de Ideias para a Reabilitação da Rua da Sofia

(julho de 2003) ..........................................................................................

4ª Parte: Lisboa

Lisboa Quinhentista, o terreiro e o paço:

prenúncios de uma afirmação da capitalidade

(junho de 2002) .........................................................................................

O elo em falta: Juvarra, o sonho e a realidade de

um urbanismo das capitais na Lisboa Setecentista

(novembro de 2011) ..................................................................................

Da fábrica urbanística do Bairro das Águas Livres

(julho de 2009) ..........................................................................................

Dissertação sobre reforma e renovação na

cultura do território do pombalismo .........................................................

(novembro de 2005)

No 1º Plano

(junho de 2008)

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A p r e S e n t A ç ã o

Reúnem ‑se aqui uma seleção de 20 textos da minha produção

científica nos últimos anos, seis deles apresentados em público, mas

por publicar. A primeira vez que organizei uma edição semelhante1

compilei um conjunto de trabalhos feitos até ao meu doutoramen‑

to (2001). Agora faço ‑o com o que desde então produzi até à minha

agregação (2013), inpondo a restrição de não incluir nenhum dos

trabalhos sobre o património de influência portuguesa no Oriente.

Os propósitos resumem ‑se a organizar, normalizar e tornar acessíveis

os conteúdos de forma digna, muito em especial a estudantes e colegas.

Não é um serviço, mas um dever.

Pese embora tratar ‑se de uma coletânea e de, assim, cada texto ter

as suas autonomia, data e contexto, a escolha e arrumação foi feita por

forma a que o todo tivesse um significado em si, se não um discurso

uma ideia que procurei enunciar no título e subtítulo. Nessa década

alargada procurei que a minha investigação, até então essencialmente

focada em temas de história do urbanismo português, evoluísse para

onde desde o início apontava, ou seja, seguindo duas linhas paralelas

e colaborantes: a) aprofundar o conhecimento sobre os fenómenos

urbanísticos segundo uma perspetiva cada vez mais dirigida às suas

estruturas e processos; b) desenvolver e ensaiar formas de aplicação do

conhecimento teórico ‑histórico sobre as cidades nas ações de projeto e

planeamento urbanístico, bem como na sua gestão estratégica e tática.

1 Walter ROSSA (1989 ‑2001), A urbe e o traço: uma década de estudos sobre o urbanismo português. Coimbra: Almedina. 2002.

pb
Sticky Note
impondo

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Foi assim que ao longo destes anos e com o concurso crucial e autoral

do grupo de colegas (incluindo estudantes) com quem tenho trabalhado,

foram surgindo ou sendo desenvolvidos conceitos ‑ação como cultura do

território, património urbanístico, planeamento da salvaguarda, desenho

da história, reverse design e hiperdesenho, que aqui me eximo de explicar

porque é esse um dos papéis que, espero, é cumprido por alguns dos

textos. A sua clareza e operacionalidade não são ainda objetivos atingidos,

mas processos em curso, para os quais a divulgação mais ampla e integra‑

da que aqui é proporcionada, por certo gerará impulsos determinantes.

Essa só aparente inflexão da história para a teoria, ocorreu também em

função de algumas diversificadas e profícuas experiências de praxis de pla‑

neamento, as quais não só permitiram conhecer as realidades processuais,

como desenvolver experiências e realizar algumas descobertas, ou melhor,

encontros. Uma das principais lições foi, precisamente, a de que pela es‑

pecificidade dinâmica do fenómeno urbano neste âmbito (inter)disciplinar

a história é teoria, ou melhor, assim fundidas são a urbanística. É mais um

assunto latente em todo o volume e expresso em alguns dos seus textos.

Outra lição recebida ao longo destes anos foi no sentido da relativi‑

zação do conceito cidade portuguesa. Não farei aqui a sua discussão2,

mas a realidade factual sobre a qual fui trabalhando com maior pro‑

fundidade e outras perspetivas, pulverizou ‑o enquanto verdade física e

valorizou ‑o enquanto plataforma de encontro e debate de duas gerações

de colegas. Nisso foram determinantes experiências muito diversas das

quais, além de contactos internacionais e a orientação de algumas teses

de doutoramento, destaco o projeto Património de Origem Portuguesa

no Mundo: arquitetura e urbanismo3 e a sua evolução para o sítio em

linha www.HPIP.org. Determinante foi ainda tudo quanto diz respeito à

2 Walter ROSSA (2012), Desconstrução da cidade portuguesa: urbanização e conceito. Coimbra: relatório da unidade curricular apresentado à Universidade de Coimbra para a obtenção do grau de agregado em Arquitetura. 2013. Trata ‑se de um trabalho que, numa versão revista e aumentada, publicarei em breve.

3 Tinha como objetivo e teve como resultado a publicação José MATTOSO (dir.) (2010), Património de Origem Portuguesa no Mundo: arquitetura e urbanismo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 3 vol.s, 2010, na qual coordenei e sou co ‑autor do volume Ásia e Oceania.

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ação de montagem e desenvolvimento do programa de doutoramento

interdisciplinar Patrimónios de Influência Portuguesa4.

Tenho vindo a consolidar a ideia de que a urbanística portuguesa é,

na sua essência, mais uma síntese de exportação da urbanística europeia

apurada na Idade Média, do que uma expressão endógena ou autonomi‑

zável. Tal como todas as outras tem expressões próprias condensadas na

arquitetura que lhe dá existência, mas estruturalmente não é uma criação

ou expressão castiça. Coube ‑lhe, tal como à sua congénere espanhola,

o papel de instrumento da primeira fase da colonização do mundo pelo

Ocidente, o que já por si é extraordinariamente relevante e não neces‑

sita de ser exaltado com uma originalidade e especificidade forçadas. A

urbanística portuguesa necessita sim de ser divulgada e confrontada, não

só para a valorizar e desenvolver o seu conhecimento, mas também para

o tornar útil às comunidades com as quais ainda interage.

À medida que vou avançando na investigação, mais claro e demons‑

trado vai ficando como as intervenções nos tecidos urbanos existentes

que falham, são as que se têm pautado por ações de forma e imagem

que não levam em conta a estrutura como elemento genético e gerador

crucial, o garante da sustentabilidade urbanística. A médio e longo prazo

isso torna essas intervenções voláteis e predadoras do que é fundamen‑

tal e durável. Não me refiro apenas à estrutura urbanística, de que com

maior detalhe e propriedade me ocupo, mas também a outras, como a

socioeconómica e a cultural, sobre as quais ultimamente muito tenho

aprendido e procurado integrar na minha reflexão.

Essa gama de interesses surge de forma mais direta na 1ª parte:

Planeamento e Património Urbanístico. Com quase 1/3 do livro, é formada

por sete textos muito desiguais e crescentes na profundidade e extensão,

mas que no conjunto exibem, por vezes repetindo ‑se (pedagogicamente),

a construção do naipe de conceitos e articulações que proponho para

ensaiar formas de ler as cidades e, em especial o seu urbanismo. Cinco

desses textos são publicados pela primeira vez, até porque três deles

4 Formalmente não mais que um curso de 3º ciclo do Centro de Estudos Sociais e do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra.

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foram apresentados recentemente. A 2ª parte trata já não de aspetos da

cidade portuguesa, mas do urbanismo português da Idade Moderna. São

trabalhos onde se revisita a história do urbanismo português desse perío‑

do, mas surgem levantadas novas problemáticas ao serviço da potencial

operacionalização desse saber.

Cada uma das duas últimas partes, Coimbra com quatro textos breves

e Lisboa com cinco textos de extensão e profundidade desiguais, con‑

têm os resultados mais relevantes do investimento que fiz no estudo da

evolução urbanística daquelas cidades. Muito diferentes entre si e casos

excepcionais entre as demais, têm ‑se revelado excelentes fontes e labo‑

ratórios para o desenvolvimento do conhecimento sobre a urbanística

portuguesa. O que não dispensa o seu confronto com outras realidades

urbanas, designadamente fora do atual território português, o qual tam‑

bém ali é feito.

Veja ‑se, por exemplo, como em Coimbra encontramos dados fundamen‑

tais para a cultura do território que assiste à fundação da nacionalidade

portuguesa, mas também nesse caso único que foi a instalação urbana e

urbanística da única universidade do Império quase até ao fim. Veja ‑se

em Lisboa o que foi a formação quinhentista, quase orgânica, de uma

imagem de capitalidade que depois se procurou mudar através de um

plano geral que só seria possível após a catástrofe de 1755, não por au‑

sência de conhecimento, mas porque era necessário que se processasse

uma profunda e estrutural mudança na sociedade.

Esses exemplos servem aqui apenas para tornar explícito o meu desejo

de que este conjunto de trabalhos proporcione diversos níveis de leitura,

ou seja, que a sua organização oriente sem perturbar. Paradoxalmente,

porém, confesso que o que se me afigura como mais interessante são as

intensas articulações entre textos das diversas partes e a possibilidade

que assim me foram surgindo de os tornar operativos no planeamento e

gestão de intervenções que, de forma sustentada, coloquem as cidades ao

serviço das pessoas na nova modernidade cuja construção temos em curso.

Pese embora o esforço de normalização gráfica, entendi não dever

introduzir alterações estruturais nas diversas formas usadas de texto para

texto em tudo o que diz respeito ao tom, aparato bibliográfico, citações,

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referências, etc. Na maior parte dos casos tal dependeu da encomenda e

do contexto para o qual foram produzidos (o que vai esclarecido numa

nota para cada título), parecendo ‑me indevida qualquer alteração a esse

nível. Não prescindi, contudo, da tradução para Português dos textos

originalmente publicados noutras línguas. No que diz respeito à neces‑

sidade de atualizações decidi ‑me também por uma grande moderação.

Para todos os textos é dada com precisão a data da sua conclusão, o que

deve ser tido em linha de conta na sua leitura. Apesar disso, num caso ou

noutro foi introduzida alguma informação nova, o que ficou assinalado.

O desejo de disponibilizar um livro com baixos custos impôs condições

que inviabilizaram a inclusão do desejável número de imagens, sendo

também que alguns textos, pela sua natureza, não as contêm. Se nos ca‑

sos ainda por publicar não é aqui possível passar, como nas conferências

originais, um elevado número de imagens com cor e até com animação, a

verdade é que nos já publicados também só num ou outro caso já tinha

sido possível fazer melhor. Procurou ‑se, contudo, melhorar em varieda‑

de e propriedade, sendo óbvio que em muitos casos há imagens de um

texto que servem de ilustração a outros. Caso verdadeiramente limite é

o do último texto, originalmente publicado com um disco contendo uma

exaustiva coleção de imagens, o que inviabilizou a seleção de um peque‑

no conjunto, que mais não seria do que banal em escolha e expressão.

Por fim quero deixar aqui alguns agradecimentos, bem menos do que os

que de facto se justificam. Em primeiro lugar à Imprensa da Universidade

de Coimbra, nas pessoas dos seus dirigentes, pela oportunidade dada.

Grato estou também ao António Olaio que, com o maior entusiasmo,

não só aceitou interpretar em desenho o primeiro dos textos quando foi

publicado pela primeira vez, como se prontificou a autorizar a utilização

desse mesmo material para esta edição, desta feita para dar expressão à

capa. Grato ainda aos colegas com quem descobri, desenvolvi e discuti

o que de mais sólido e relevante aqui vai e que por isso também é deles,

muito em especial os “externos” Carlos Coelho e Francisco Barata pela

leitura atenta da versão inicialmente apresentada para publicação, cor‑

reções e conselhos disso resultantes. Mas também os “internos” Adelino

Gonçalves e a Antonieta Reis Leite, que tiveram a paciência de numa

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primeira etapa rever parte dos textos a partir das suas versões originais,

reduzindo ‑lhes consideravelmente os erros e imprecisões. Em ocasiões

e situações muito diversas foi decisivo o apoio e conselho avisado da

Luísa Trindade.

Apesar de quem acabo de enunciar é com maior ênfase que, por fim,

agradeço aos meus alunos de todos estes anos, dos mais diversos níveis

e escolas. Como, sem falsa modéstia, lhes digo com frequência, exerço

o meu compromisso de docente como um exercício de aprendizagem.

É a todos quantos assim fico em dívida que dedico esta publicação.

Coimbra, setembro de 2014.