FONOLOGIA

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FONOLOGIA FONOLOGIA Fonologia (do Grego phonos = voz/som e logos = Fonologia (do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo) é o ramo da palavra/estudo) é o ramo da Lingüística que estuda o que estuda o sistema sonoro de um idioma. A Fonologia descreve como sistema sonoro de um idioma. A Fonologia descreve como funcionam os sons de uma dada língua. funcionam os sons de uma dada língua. Por exemplo: Por exemplo: /f/ e /v/, /p/ e /b/, /d/ e /t/ no /f/ e /v/, /p/ e /b/, /d/ e /t/ no Português são são unidades distintivas de som : unidades distintivas de som : faca/vaca , solidário/ solitário , bata/pata faca/vaca , solidário/ solitário , bata/pata Estudar pronúncia é olhar para aquilo que não se Estudar pronúncia é olhar para aquilo que não se enxerga, mas que é a essência da língua. A língua é enxerga, mas que é a essência da língua. A língua é fundamentalmente um fenômeno oral. A forma escrita é fundamentalmente um fenômeno oral. A forma escrita é mera decorrência da língua falada. mera decorrência da língua falada.

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FONOLOGIA. Fonologia (do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo) é o ramo da Lingüística que estuda o sistema sonoro de um idioma. A Fonologia descreve como funcionam os sons de uma dada língua. Por exemplo: - PowerPoint PPT Presentation

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FONOLOGIAFONOLOGIAFonologia (do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo) Fonologia (do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo)

é o ramo da é o ramo da Lingüística que estuda o sistema sonoro de um que estuda o sistema sonoro de um idioma. A Fonologia descreve como funcionam os sons de uma idioma. A Fonologia descreve como funcionam os sons de uma

dada língua. dada língua. Por exemplo:Por exemplo:

/f/ e /v/, /p/ e /b/, /d/ e /t/ no /f/ e /v/, /p/ e /b/, /d/ e /t/ no Português são unidades distintivas de são unidades distintivas de som :som :

faca/vaca , solidário/ solitário , bata/patafaca/vaca , solidário/ solitário , bata/pata

Estudar pronúncia é olhar para aquilo que não se enxerga, mas Estudar pronúncia é olhar para aquilo que não se enxerga, mas que é a essência da língua. A língua é fundamentalmente um que é a essência da língua. A língua é fundamentalmente um fenômeno oral. A forma escrita é mera decorrência da língua fenômeno oral. A forma escrita é mera decorrência da língua

falada.falada.

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11. . Fonema e letraFonema e letra

FonemaFonema é a menor unidade sonora distintiva da língua. é a menor unidade sonora distintiva da língua. (pata ≠ bata ≠ mata ≠ nata ...) (pata ≠ bata ≠ mata ≠ nata ...)

Essas unidades sonoras são representadas graficamente na Essas unidades sonoras são representadas graficamente na escrita através de letras. Não se deve confundir fonema com escrita através de letras. Não se deve confundir fonema com letra. Um é o elemento acústico, enquanto o outro é um sinal letra. Um é o elemento acústico, enquanto o outro é um sinal gráfico, que representa o fonema segundo a convenção da gráfico, que representa o fonema segundo a convenção da

língua. língua. Nem sempre há uma correspondência entre letra e som. Nem sempre há uma correspondência entre letra e som.

Observe:Observe:

Uma mesma letra pode representar sons diferenciados Uma mesma letra pode representar sons diferenciados (pró(próxximo, eimo, exxame, caiame, caixxa), a),

existem letras diferentes correspondendo ao mesmo somexistem letras diferentes correspondendo ao mesmo som ((sseco, eco, ccedo, laedo, laçço, próo, próxximo), imo),

uma letra pode representar mais de um som (fiuma letra pode representar mais de um som (fixxo), o), há letra que não tem som algum (há letra que não tem som algum (hhora) eora) e

certos sons ora são representados por uma só letra, ora por certos sons ora são representados por uma só letra, ora por duas (duas (xxícara/ícara/chchinelo, inelo, ggato/ato/guguitarra, itarra, rrabo/caabo/carrrro). o).

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2. Tipos de fonemas2. Tipos de fonemas

vogalvogal - sons cuja produção não encontra obstáculos - sons cuja produção não encontra obstáculos para a passagem de ar. Não precisam de amparo de para a passagem de ar. Não precisam de amparo de outro fonema para serem emitidos, outro fonema para serem emitidos, constituem constituem assim a base da sílaba.assim a base da sílaba.

semivogalsemivogal - sons - sons ii e e uu quando apoiados em uma quando apoiados em uma vogal autêntica na mesma sílaba. Os fonemas vogal autêntica na mesma sílaba. Os fonemas ee e e oo, , nas mesmas circunstâncias, também serão nas mesmas circunstâncias, também serão semivogais. semivogais.

Exemplo: cárie, coisa, água, lousa, róseo, pão, Exemplo: cárie, coisa, água, lousa, róseo, pão, mágoa.mágoa.

consoanteconsoante - fonemas produzidos através da - fonemas produzidos através da obstrução à emissão de ar, precisando de uma obstrução à emissão de ar, precisando de uma vogal para serem emitidos. vogal para serem emitidos.

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3. Separação silábica3. Separação silábica SílabaSílaba - conjunto de sons que pode ser emitido - conjunto de sons que pode ser emitido

numa só expiração. Na estrutura da sílaba existe, numa só expiração. Na estrutura da sílaba existe, necessariamente, uma vogal, à qual se juntam, necessariamente, uma vogal, à qual se juntam, ou não, semivogais e/ou consoantes. Assim, não ou não, semivogais e/ou consoantes. Assim, não há sílaba sem vogal e esse é o único fonema há sílaba sem vogal e esse é o único fonema que, sozinho, forma sílaba.que, sozinho, forma sílaba.

Observe: ca-ne-ta, pers-pec-ti-va, es-co-la.Observe: ca-ne-ta, pers-pec-ti-va, es-co-la.

Toda consoante precedida de vogal forma sílaba Toda consoante precedida de vogal forma sílaba com a vogal seguinte. Merece a lembrança de com a vogal seguinte. Merece a lembrança de que m e n podem ser índices de nasalização da que m e n podem ser índices de nasalização da vogal anterior, acompanhando-a na sílaba. (ja-vogal anterior, acompanhando-a na sílaba. (ja-ne-la, su-bu-ma-no, é-ti-co; mas bom-ba, sen-ti-ne-la, su-bu-ma-no, é-ti-co; mas bom-ba, sen-ti-do) do)

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Não se separa o encontro de consoantes no começo Não se separa o encontro de consoantes no começo das palavra (pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co,psi-co-lo-das palavra (pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co,psi-co-lo-gi-a). Se a consoante não seguida de vogal estiver gi-a). Se a consoante não seguida de vogal estiver dentro do vocábulo, ela fica na sílaba precedente dentro do vocábulo, ela fica na sílaba precedente (ap-to, rit-mo, mag-né-ti-co). (ap-to, rit-mo, mag-né-ti-co).

Os dígrafos do h e do u também são inseparáveis, os Os dígrafos do h e do u também são inseparáveis, os demais devem ser separados. (cha-ve, ne-nhum, a-demais devem ser separados. (cha-ve, ne-nhum, a-qui-lo, se-gue) qui-lo, se-gue)

Em geral, os grupos consonantais onde a segunda Em geral, os grupos consonantais onde a segunda letra é l ou r não se separam. (bra-ço, a-tle-ta).Caso letra é l ou r não se separam. (bra-ço, a-tle-ta).Caso o o “l’’ ou ‘’r’’ forem pronunciados separadamente, “l’’ ou ‘’r’’ forem pronunciados separadamente, deverão vir separados na divisão silábica. (sub-lin-deverão vir separados na divisão silábica. (sub-lin-gual, sub-le-gen-da, ab-ro-gar)gual, sub-le-gen-da, ab-ro-gar)

Em prefixos terminados por consoante + palavra Em prefixos terminados por consoante + palavra iniciada por vogal, há união dessa consoante final iniciada por vogal, há união dessa consoante final com a vogal, não se considerando a integridade do com a vogal, não se considerando a integridade do elemento mórfico (bi-sa-vô ≠ bis-ne-to, tran-sa-tlân-elemento mórfico (bi-sa-vô ≠ bis-ne-to, tran-sa-tlân-ti-co ≠ trans-pa-ren-te, su-bal-ter-no/ sub-te-nen-te). ti-co ≠ trans-pa-ren-te, su-bal-ter-no/ sub-te-nen-te).

As letras duplas devem ser separados. (oc-cip-tal, ca-As letras duplas devem ser separados. (oc-cip-tal, ca-a-tin-ga) a-tin-ga)

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Na translineação, devem-se evitar Na translineação, devem-se evitar separações que resultem no fim de separações que resultem no fim de uma linha ou no início da outra vogais uma linha ou no início da outra vogais isoladas ou termos grosseiros. isoladas ou termos grosseiros. (i//déi//a, cus//toso, puta//tivo, (i//déi//a, cus//toso, puta//tivo, fede//ral) fede//ral)

Dependendo da quantidade de Dependendo da quantidade de sílabas, as palavras podem ser sílabas, as palavras podem ser classificadas em: monossílaba (mono classificadas em: monossílaba (mono = um), dissílaba (di = dois), trissílaba = um), dissílaba (di = dois), trissílaba (tri = três) e polissílaba (poli = vários / (tri = três) e polissílaba (poli = vários / + de quatro)+ de quatro)

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4. Encontro vocálico4. Encontro vocálico Seqüência de sons vocálicos (vogais e/ou semivogais) que pode Seqüência de sons vocálicos (vogais e/ou semivogais) que pode

ocorrer numa mesma sílaba ou em sílabas separadas. As vogais ocorrer numa mesma sílaba ou em sílabas separadas. As vogais serão as pronunciadas mais fortes, enquanto as semivogais serão serão as pronunciadas mais fortes, enquanto as semivogais serão mais fracas na emissão e sempre átonas. São três tipos de mais fracas na emissão e sempre átonas. São três tipos de encontros vocálicos: hiatos, ditongos e tritongos.encontros vocálicos: hiatos, ditongos e tritongos.

hiatoshiatos seqüência de duas vogais em sílabas diferentes. (saúde, cooperar, seqüência de duas vogais em sílabas diferentes. (saúde, cooperar,

ruim, creem)ruim, creem) ditongosditongos vogal e semivogal pronunciadas numa só sílaba, independente da vogal e semivogal pronunciadas numa só sílaba, independente da

ordem destas. Estes podem ser classificados em decrescentes ou ordem destas. Estes podem ser classificados em decrescentes ou crescentes e orais ou nasais. crescentes e orais ou nasais.

dit. crescente - SV + V (glória, qual, freqüente, tênue)dit. crescente - SV + V (glória, qual, freqüente, tênue) dit. decrescente - V + SV (pai, chapéu, muito, mãe)dit. decrescente - V + SV (pai, chapéu, muito, mãe) dit. nasal - com índices claros de nasalidade: a presença de ~ e as dit. nasal - com índices claros de nasalidade: a presença de ~ e as

letras m ou n em fim de sílaba (mão, quando, também [~ei], amaram, letras m ou n em fim de sílaba (mão, quando, também [~ei], amaram, falaram)falaram)

dit. oral - os ditongos não nasais são ditos orais.dit. oral - os ditongos não nasais são ditos orais. tritongostritongos uma vogal entre duas semivogais numa só sílaba. (Uruguai, uma vogal entre duas semivogais numa só sílaba. (Uruguai,

saguões, enxaguou, delinqüem [ueim])saguões, enxaguou, delinqüem [ueim])

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1.5. Encontro consonantal1.5. Encontro consonantal Seqüência de duas ou mais consoantes, Seqüência de duas ou mais consoantes,

sem vogal intermediária, desde que não sem vogal intermediária, desde que não constituam dígrafo. Podem ocorrer na constituam dígrafo. Podem ocorrer na mesma sílaba ou não (perfeitos/próprios mesma sílaba ou não (perfeitos/próprios ou imperfeitos/impróprios) - pe-dra, cla-ro, ou imperfeitos/impróprios) - pe-dra, cla-ro, por-ta, lis-ta.por-ta, lis-ta.

Os encontros (gn, mn, pn, ps, pt e tm) não Os encontros (gn, mn, pn, ps, pt e tm) não são muito comuns. Quando iniciais, são são muito comuns. Quando iniciais, são inseparáveis. Quando mediais, criam uma inseparáveis. Quando mediais, criam uma pronúncia mais difícil. (gnomo/digno, pronúncia mais difícil. (gnomo/digno, ptialina/apto). ptialina/apto).

Observação: quando x corresponde a cs, Observação: quando x corresponde a cs, há um encontro consonantal fonético. há um encontro consonantal fonético. Nesse caso, x é chamado de dífono.Nesse caso, x é chamado de dífono.

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6. Dígrafo6. Dígrafo Grupo de duas letras, representando um só fonema. São Grupo de duas letras, representando um só fonema. São

dígrafos em língua portuguesa: lh, nh, ch, rr, ss, qu (+e ou dígrafos em língua portuguesa: lh, nh, ch, rr, ss, qu (+e ou i), gu (+e ou i), sc, sç, xc, além das vogais nasais (V+m ou i), gu (+e ou i), sc, sç, xc, além das vogais nasais (V+m ou n - chamados dígrafos vocálicos)n - chamados dígrafos vocálicos)

Exemplos: tampa, tenente, tinta, bomba, fundo.Exemplos: tampa, tenente, tinta, bomba, fundo.

Os encontros gu e qu ,se forem usados com acento, não Os encontros gu e qu ,se forem usados com acento, não serão dígrafos, uma vez que o u será pronunciado. (quilo ≠ serão dígrafos, uma vez que o u será pronunciado. (quilo ≠ tranquilo, enxágue, averigúe)tranquilo, enxágue, averigúe)

ObservaçõesObservações letra diacrítica - segunda letra do dígrafo e não é fonema letra diacrítica - segunda letra do dígrafo e não é fonema

(membro - 1º m é fonema; o segundo, letra diacrítica). (membro - 1º m é fonema; o segundo, letra diacrítica). Letra h no início de palavra não é fonema nem forma Letra h no início de palavra não é fonema nem forma dígrafo e classifica-se como letra etimológica.dígrafo e classifica-se como letra etimológica.

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ORTOÉPIAORTOÉPIA Ortoépia é a correta pronúncia dos Ortoépia é a correta pronúncia dos

grupos fônicos.grupos fônicos.Erros cometidos contra a ortoépia Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia. são chamados de cacoepia.

Alguns exemplos: Alguns exemplos:

  

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b- omitir fonemas: cantar/ canta, b- omitir fonemas: cantar/ canta, trabalhar/trabalha, amor/amo, trabalhar/trabalha, amor/amo, abóbora/abóbra,prostrar/ prostar, abóbora/abóbra,prostrar/ prostar, reivindicar/revindicar...reivindicar/revindicar...

c- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ c- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija...freiada,bandeja/ bandeija...

d- substituição de fonemas: cutia/cotia, d- substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeirocabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeiro

e- troca de posição de um ou mais fonemas: e- troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabornato, caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabornato, muçulmano/ mulçumanomuçulmano/ mulçumano

f- nasalização de vogais: sobrancelha/ f- nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/ bungiganga ou bugingangabungiganga ou buginganga

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PROSÓDIAPROSÓDIA A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras

tomando como padrão a língua considerada culta.tomando como padrão a língua considerada culta.

Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que freqüentemente geram dúvidas quanto à prosódia:freqüentemente geram dúvidas quanto à prosódia:

1) oxítonas1) oxítonas::cateter, condor, hangar, mister, Nobel, novel, recém, refém, ruim, cateter, condor, hangar, mister, Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil.sutil.

2) paroxítonas:2) paroxítonas:

barbárie, caracteres, cartomancia, erudito, ibero, gratuito, ônix, barbárie, caracteres, cartomancia, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota, pudico, rubrica, tulipa.poliglota, pudico, rubrica, tulipa.

3) proparoxítonas:3) proparoxítonas:aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, protótipo.aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, protótipo.

Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, mesmo na língua culta. Exemplos:mesmo na língua culta. Exemplos:

acrobata e acróbata / Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e acrobata e acróbata / Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e xérox e outras.xérox e outras.