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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5063 • Terça-feira, 16 de Agosto de 2016 10 PATACAS 25 0 C/30 0 C • HOJE Fonte SMG Bolt tricampeão nos 100m sobe mais um degrau na história olímpica Pág. 12 Pág. 5 Consórcio SEF foi multado por “trabalhos insatisfatórios” no projecto do Metro Ligeiro As políticas do Governo para o sector imobiliário merece- ram reparos negativos de Fong Chi Keong, com o deputado nomeado pelo Chefe do Executivo a considerar que o desen- volvimento dos últimos anos “não é saudável”, sobretudo porque o preço da habitação é muito superior ao poder de compra dos residentes. O imobiliário expandiu-se “excessi- vamente no território”, facto que está “a retirar aos cidadãos o direito a uma casa”, indicou Fong, que também é empresá- rio ligado ao sector visado pelas suas críticas. Chefe confirma visita a Portugal e defende Alexis Tam Pág. 4 Deputados prevêem mais atrasos no Hospital das Ilhas Pág. 5 Tarifas da água vão aumentar em Novembro Pág. 9 Fong Chi Keong condena “excessos” no imobiliário Pág. 7 P ágs. 2 e 3 Falsa “junket” septuagenária detida por burla milionária A Polícia Judiciária (PJ) deteve uma mulher de 71 anos por suspeitas de burla no valor de quatro milhões de renminbis. De acordo com o “Ou Mun Tin Toi”, a mulher, da China Continental, garantiu que era de- tentora de uma licença para operar como “junket” no território e con- seguiu convenceu um homem de negócios a investir aquele montante numa suposta sala VIP. A idosa terá prometido ainda tratar dos procedi- mentos de transferência de capital no edifício da Administração Pú- blica, no entanto, a vítima perdeu contacto com a septuagenária. A PJ já confirmou que a suspeita não tem licença nem é dona de qualquer sala de jogo, encontrando-se agora a in- vestigar o paradeiro do dinheiro. Espíritos esfomeados em maré menos supersticiosa FOTO JTM

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5063 • Terça-feira, 16 de Agosto de 2016 10 PATACAS

250C/300C• • • HOJE

Fonte SMG

Bolt tricampeão nos 100m sobe mais um degrau na história olímpica

Pág. 12Pág. 5

Consórcio SEF foi multado por “trabalhos insatisfatórios” no projecto do Metro Ligeiro

As políticas do Governo para o sector imobiliário merece-ram reparos negativos de Fong Chi Keong, com o deputado nomeado pelo Chefe do Executivo a considerar que o desen-volvimento dos últimos anos “não é saudável”, sobretudo porque o preço da habitação é muito superior ao poder de

compra dos residentes. O imobiliário expandiu-se “excessi-vamente no território”, facto que está “a retirar aos cidadãos o direito a uma casa”, indicou Fong, que também é empresá-rio ligado ao sector visado pelas suas críticas.

Chefe confirma visita a Portugal e defende Alexis Tam

Pág. 4

Deputados prevêemmais atrasos noHospital das Ilhas

Pág. 5

Tarifas da águavão aumentarem Novembro

Pág. 9

Fong Chi Keong condena“excessos” no imobiliário

Pág. 7

Págs. 2 e 3

Falsa “junket” septuagenária detida por burla milionáriaA Polícia Judiciária (PJ) deteve uma mulher de 71 anos por suspeitas de burla no valor de quatro milhões de renminbis. De acordo com o “Ou Mun Tin Toi”, a mulher, da China Continental, garantiu que era de-tentora de uma licença para operar como “junket” no território e con-seguiu convenceu um homem de negócios a investir aquele montante numa suposta sala VIP. A idosa terá prometido ainda tratar dos procedi-mentos de transferência de capital no edifício da Administração Pú-blica, no entanto, a vítima perdeu contacto com a septuagenária. A PJ já confirmou que a suspeita não tem licença nem é dona de qualquer sala de jogo, encontrando-se agora a in-vestigar o paradeiro do dinheiro.

Espíritos esfomeados em maré menos

supersticiosa

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02 JTM | LOCAL Terça-feira, 16 de Agosto de 2016

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Fátima Almeida, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Eva Cabral, Francisco José Leandro, João Figueira, Jorge Rangel, Luíz de Oliveira Dias, Marques da Silva e Regina Azevedo Pinto • Grafismo: Suzana Tôrres e Tiago Alcântara • Secretário da Redacção : Alexsandro Sampaio • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

Em vários passeios do território a mesa é posta para alimentar os espíritos esfomeados que este mês - o 7º do calendário lunar - se soltam das portas do “inferno” em busca de sustento na terra. Ainda há uma corrida às lojas dos papéis para queima - representando dinheiro, roupa, licenças dos deuses para dar paz e afastar os males - mas os comerciantes ouvidos pelo JORNAL TRIBUNA DE MACAU notam que tem havido uma quebra nas vendas destes produtos. Os banquetes, sobretudo nocturnos, para os que partiram sem ninguém que lhes prestasse culto são um acto de bondade, sobretudo das gerações mais antigas que cultivam as crenças, uma vez que os mais novos tendem a deitar as superstições para trás das costas do tempo

Na loja de Lau uma mulher dobra papéis no chão colocando-os em ordem e por cores. No 7º mês do

calendário lunar (Julho), que este ano, e normalmente, corresponde a Agosto do calendário gregoriano, aqueles pedaços coloridos vestem os espíritos esfomeados que aproveitam as portas abertas do in-ferno para vir à terra. À solta, os “diabos”, como são descritos, podem trazer má sor-te ou desassossegar os terrenos com a sua fome ou sede de divertimento. Por isso, a cidade enche-se de incenso, sobretudo à noite, altura mais propícia à deambula-ção destes espíritos. Quem sai à rua não consegue ficar indiferente ao cenário, que impressiona e aguça a curiosidade, nomeadamente, dos que chegam, pela primeira vez, ao território neste mês. Há comida espalhada - bananas com pivetes que parecem bolos de aniversário mal se apagam os foguetes e as velas; biscoitos, amendoins, e outras iguarias ao redor de um latão a arder.

As oferendas são feitas através da queima ou da exposição de comida nos passeios. Os manjares para estes espíritos esfomeados podem integrar, assim, desde frutas, a pato ou porco, vinho, ou doces e petiscos. “Estes panos (representados em papel) são comprados e queimados para que os fantasmas tenham material para fazer as suas roupas no espaço onde es-tão albergados”, explica Lau.

Os produtos a oferecer são diversos, mas todo o processo tem um objectivo: procurar a paz e o sossego numa altura em que os espíritos perdidos se passeiam

FESTIVAL DOS ESPÍRITOS ESFOMEADOS CELEBRA-SE ESTE MÊS

Queimas para fantasmas à solta em maré menos supersticiosa

Fátima Almeida e Viviana Chan

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pela terra. “Este papel roxo, por exem-plo, é uma espécie de licença, ou cartão

DOAÇÕES REGISTADASNo Templo de Fok Tak Chi, ou da Horta da Mitra, junto à Rua do Campo, há um livro para registo de doações de pessoas que querem que os profissionais os aju-dem a afastar os males e trazer paz. Todos os que deixaram o sinal naquele bloco de notas terão a sua intenção celebrada já este domingo durante uma cerimónia levado a cabo naquele lugar sagrado.

O que as pessoasmais compram

• Pratos com amendoinse biscoitos - 6 patacas cada

• Balde de latão com furos para queima - 12 patacas

• Saco com vários papéis para queima - 38 patacas

de identidade, para que o fantasma tenha os seus documentos e um sentimento de pertença”, explica ainda a comerciante.

Mas quem são aqueles que se torna-ram nas almas errantes? Ah Kam, dona de outra loja de produtos para o culto aos antepassados, explica: “Este mês a por-ta abre-se a todos. Temos de fazer estas

queimas por exemplo, para pessoas que estão desamparadas, pois muitas morre-ram sem os filhos, amigos ou casa, e não tiveram ninguém que lhes prestasse ho-menagem”, indica.

O culto dos antepassados é um dos elementos mais importante na cultura chinesa, ao ponto de haver registo, que uma das preferências por um descen-dente do sexo masculino é o facto de este ser responsável pela adoração da família após a sua morte. Na falta da família, os que morrem acabam por virar, segundo tradição, espíritos demoníacos. Outro dos motivos apontados para que tal aconteça tem a ver com o desaparecimento brusco de uma pessoa, face, por exemplo, a um acidente, precisando, por isso, que a bon-dade dos humanos lhes sacie a tristeza de uma morte sem anúncio.

A superstição e a oportunidade para fazer o bem para com os que partiram so-zinhos são dois dos motivos que, segundo Ah Kam, continuam a levar as pessoas a fazer o ritual. “Nós somos muito supers-ticiosos e muita gente acredita que temos outra vida, uma vez que também somos constituídos por uma matéria espiritual e quem faz mal pode ser castigado e quem faz bem pode ser premiado. Assim, com as queimas, as procuram paz e sorte, por-que nesta festividade oferecem coisas para esses espíritos, deixam-lhes comida o que é um acto bondoso e faz com que se sintam compensadas também por al-gum mal que entretanto tivessem feito na terra”, indicou, notando que uma das componentes da tradição budista passa pela distribuição de riqueza e ajuda aos que dela necessitam.

Ah Kam leva a tradição tão a sério que afirma mesmo que ninguém lhe con-segue ficar indiferente, e mostra vários sacos com papéis de queima encomen-dados pelas forças policiais do território. “Mesmo os governantes ou departamen-tos seguem esta tradição para mostrar

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respeito”, indica a comerciante rodeada por deuses, como Kun Iam, o da Terra, à frente dos quais também concentra ofe-rendas como taças de frutas.

Mais lugares à mesa de casaMas antes de saciar os espíritos per-

didos, as pessoas não devem esquecer de prestar culto aos seus antepassados, uma vez que as portas estão abertas a todos, assinala ainda a comerciante. Embora haja datas específicas para adoração dos familiares que já partiram (como o Fes-tival de Ching Ming), Ah Kam salienta que é necessário prestar homenagem aos antepassados também durante este mês reservando-lhes um lugar à mesa antes de saírem para ir saciar os espíritos er-rantes. “Não há especificamente coisas que se devem ou não fazer neste período, mas as pessoas normalmente preparam um jantar mais elaborado, com um maior número de pratos na mesa, e colocam também um lugar para os seus antepas-sados convidando-os a jantar. E depois é que saem de casa para também dar comi-da aos espíritos que morreram sozinhos”, explica Ah Kam.

Segundo a tradição, apesar de as queimas se realizarem todo o mês, é no 14º dia que a celebração mais completa tem lugar, o que este ano, de acordo com o calendário lunar, está reservada para hoje no Sul da China e amanhã no resto do país. O ritual obedece, segundo Lau, apenas a uma ordem. “Primeiro quei-mam este papel com a imagem da deusa Kum Ian, que é uma deusa com poder, para dar autorização aos espíritos, para que obtenham os bens sem atropelos, distribuindo-se a riqueza e evitando que sejam tentados a roubar”, aponta.

Assim, iniciado o processo de ofe-renda, os restantes passos dependem de cada um. “O que se queima a seguir já não tem de obedecer a uma ordem tão regrada, podem queimar os papéis com ouro, que são dinheiro, os panos”, indica, por sua vez, a mesma comerciante com loja no Mercado da Horta da Mitra há cerca de 26 anos. “Esta cerimónia serve para que as famílias tenham paz e não se-jam afectadas pelos fantasmas perdidos”, acrescenta Lau notando que a sua prática depende da crença de cada um. “É um procedimento que tem a ver com a inicia-tiva e intenção das pessoas, se acreditam que têm mais paz e mais tranquilidade com esta queima. Mas há quem diga que as pessoas com má sorte conseguem ver os fantasmas”, atira a comerciante.

Portuguesestambém respeitam tradição

As crenças e as religiões podem va-riar numa região multicultural como a RAEM, mas, segundo as comerciantes en-trevistadas pelo JORNAL TRIBUNA DE MACAU, nem os que preconizam outras filosofias conseguem ficar indiferentes a este fenómeno, pelo que é frequente ver

pessoas de outros credos a participar nes-tas cerimónias. “Toda a gente sofre neste mundo, tem conflitos uns com os outros, é apanhada por desastres naturais e isso, creio, é porque existem maus espíritos. Há uma causa para estas coisas e quan-do as pessoas chegam aqui dizemos-lhes como fazer para afastar essas coisas”, re-fere Ah Kam.

A comerciante e budista acredita que esta iniciativa “é para ajudar as pessoas”. “Diferentes pessoas fazem rituais dife-rentes e com o nosso esforço gostamos de ajudar, não importa qual é a religião de cada um. Aqui tratamos todas as pessoas por igual, até porque, na verdade, todas acabam por acreditar que existe algo de transcendente, o bem e o mal”.

Na loja de Ah Kam, aberta junto a um templo há uma década, o movimento é menor do que no estabelecimento de Lau. Não entram tantas mulheres à pro-cura dos produtos para queimar, ou de sacos já preparados com lotes de papéis, uma espécie de “pacote” para aqueles que, mesmo desconhecendo tudo o que se deve queimar, querem afastar os fan-tasmas. Na sua loja são feitos sobretudo pedidos para queima, ou seja, os clientes não têm necessariamente de fazer o ri-tual, mas sim pedir à comerciante que co-loca os papéis a arder por eles. O valor da oferenda varia, podendo ir das 50 às 500 patacas, um procedimento que também funciona nalguns templos (ver caixa).

No seu livro de pedidos, indica Ah Kam, estão solicitações de diferentes co-munidades. “Até os portugueses que começam a acreditar nestas tradições também vêm aqui comprar e pedir para queimar. Há muitos anos que o fazem”, assegura.

Indústria em quebra e jovens menos tradicionais

A superstição e o respeito pelas tradi-ções acabam por levar pessoas diferentes a cumprir o mesmo ritual, mas nem to-dos continuam a seguir os costumes. Tan-to Lau como Ah Kam são unânimes em dizer que há uma quebra nas vendas de papel para queimar nestas festividades e apontam algumas razões.

A descida nas vendas de papéis, nes-ta época, justifica-se por um lado com as proibições de queima em alguns prédios e com o facto de as gerações mais novas não praticarem as tradições com a mesma intensidade. “Esta indústria tem recebido menos clientes, porque muitos prédios não permitem que as pessoas queimem os papéis e há avisos das autoridades e restrições impostas”, refere Lau.

Na sua loja, embora de manhã en-trem muitos clientes, são sobretudo as mulheres casadas que compram os pa-péis para proteger as suas famílias. O facto de haver mais pessoas a comprar um saco já previamente arranjado pela loja, com os principais elementos a quei-mar, também deixa antever que, embora

haja quem queira continuar a fazer as suas oferendas, muitos já não conhecem tão bem os produtos a comprar ou não perdem tanto tempo com a sua prepa-ração. “Há pessoas que compram estes sacos que já têm lá dentro os papéis to-dos. Nas lojas são feitos estes sacos para que aqueles que não conhecem todas as práticas possam também afastar os fan-tasmas”, indica Lau.

Ah Kam concorda. “Hoje em dia há menos pessoas a queimar e a comprar os papéis para preparar as queimas. Há, antes, quem nos peça que queime-mos por eles”.

Os relatos de jovens ouvidos pelo JORNAL TRIBUNA DE MACAU tam-bém evidenciam as quebras. Carmen Chan, de 30 anos, admite que não conhe-ce “ao pormenor” esta tradição e nem deposita nela as suas crenças. “Os meus pais conhecem bem esta festividade, mas eu apenas acredito um pouco. As pessoas dizem que é para trazer paz, contudo eu não creio que assim seja”, indica. “A única coisa que faço é não deixar que os meus filhos se aproximem das pessoas que estão a queimar os papéis e a fazer as suas ofertas de comida”, explicou a jo-vem mãe.

Para Dicky Chan, de 28 anos, o de-sinteresse dos jovens por estas tradi-ções também encontra os seus motivos

no desenvolvimento de uma sociedade multicultural. “Macau é um lugar onde também há cultura ocidental, por isso, às vezes, não acreditamos apenas nas tradi-ções chinesas. Também há muitas escolas católicas, ou seja, não há uma imposição tão forte para que apenas se siga uma vertente”, indica.

Embora compreenda que “outras pessoas gostem de seguir estas crenças” e, por isso, respeita-as, Chan afirma não se preocupar com as superstições dos mais velhos, como as que ditam que se nos deslocarmos a horas tardias para casa iremos encontrar fantasmas no caminho.

A família, acreditam Osborn Lei e Bowie Chan, pode exercer pressão para que os filhos continuem a seguir este cos-tume, mas estes dois jovens de 24 anos não o pretendem adoptar já que não par-tilham da mesma crença. “Não o vamos querer fazer porque não acreditamos nestas coisas. Sabemos o significado que lhe atribuem, mas não somos crentes”, salienta Osborn.

Também Ng Kin afirma não ter a intenção de seguir este costume nem mesmo quando constituir a sua própria família. “Acho que esta festividade está mais relacionada com a superstição das pessoas e a minha geração já não sente tanto esse supersticiosidade”, indica ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Ng Kin (em cima), Osborn Lei e Bowie Chan espelham desinteresse dos jovens por estas tradições

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Terça-feira, 16 de Agosto de 201604 JTM | LOCAL

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GCSNuma altura em que o

nome do Secretário para Assuntos Sociais

e Cultura anda novamente en-volto em polémica, o Chefe do Executivo veio a público defen-der o empenho de Alexis Tam, com quem trabalha há mais de 10 anos.

“É um trabalhador muito empenhado, depois tem o seu estilo. É muito sério e tem anda-do a aceitar as opiniões da popu-lação, especialmente as críticas, que se forem boas e construtivas temos de aceitá-las para melho-rar. Quando chegar [de Pequim] vou continuar a analisar”, disse Chui Sai On, citado pela Rádio Macau, acrescentando que Ale-xis Tam “tem seguido a lei e as Linhas de Acção Governativa”.

O Chefe do Governo de-fendeu ainda que as críticas ao Secretário são exageradas,

referindo que “até parece que é malandro ou que quer fazer tudo”. “É um bom colega, é uma boa equipa”, declarou antes de rumar a Pequim, onde se vai encontrar com as autoridades chinesas para debater o plano quinquenal 2016-2020.

Sobre o edifício de doenças infecto-contagiosas, um dos projectos da tutela de Alexis Tam no centro da discussão pú-blica, Chui Sai On salientou que o Executivo quer realizar “sem-pre bem os trabalhos, nomeada-mente de infra-estruturas”, bem como “colocar os residentes em primeiro lugar em situações que ameaçam a saúde pública”, afir-mou.

“De acordo com a epide-miologia actual e na óptica do desenvolvimento, da gestão e do planeamento, o centro hospi-talar carece de medidas de qua-

CHEFE DIZ QUE REVERSÃO DE TERRENOS SERÁ SUFICIENTE PARA PAGAR DÍVIDAS

Chui Sai On sai em defesa de Alexis TamPerante um ambiente de críticas à acção governativa de Alexis Tam, o Chefe do Executivo expressou ontem plena confiança no trabalho do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Antes de partir para Pequim, Chui Sai On disse ainda estar confiante que a reversão judicial de terrenos desaproveitados será suficiente para pagar as dívidas

Chefe visita Portugal de 10 a 15 de Setembro

Chui Sai On vai participar na reunião deste ano da Comissão Mista Portugal-Macau quando se deslocar em visita oficial a Lisboa entre 10 e 15 de Setembro, a convite do Presidente da República. Além de Marcelo Rebelo de Sousa, o Chefe do Executivo será recebido pelo Primeiro-Ministro, António Costa. Chui Sai On presidirá ainda à reunião da Comissão Mista Portugal-Macau juntamente com o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, para discutir “perspectivas futuras”. Segundo o Gabinete do Porta-voz do Governo, a reunião “demonstra o valor atribuído à cooperação bilateral por ambas as partes” que se mantém a um “nível positivo, sustentada por raízes históricas profundas”. “Com a viagem, Macau, por um lado, fortalecerá as bases para o intercâmbio em diversos domínios, como Língua Portuguesa e Educação, Cultura, Meio-Ambiente, Juventude. Por outro, enquanto Plataforma de Serviços Comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa, o Governo da RAEM está certo da sua capacidade de intensificar a cooperação com Portugal e Países da Língua Portuguesa”, reforçando assim o seu “papel de ponte”, diz o comunicado.

rentena, assim, a construção de um Edifício de Doenças Trans-missíveis tem como ponto de partida esse princípio. Tal não só protege a população, como

também o pessoal médico e con-sequentemente leva a que toda a população possa usufruir de serviço médico de qualidade”, refere uma nota oficial, frisando ainda que todo o processo de definição da altura do edifício de 52,5 metros e as demolições a realizar respeitaram a lei.

Confiança nos terrenosNa mesma ocasião, foi ainda

abordada a questão da recupe-ração dos terrenos desaprovei-tados, também ontem discutida na Assembleia Legislativa (ver página 6), tendo o Chefe ma-nifestado “confiança” de que sejam “suficientes para pagar a dívida de terrenos e servir como reserva”.

Chui Sai On referiu que os 88.806 metros quadrados de ter-renos serão reembolsados atra-

vés das acções de reversão em tribunal, mantendo assim a po-lítica de prioridade à construção de habitação pública, instalações sociais e uso governamental. As-sim, será iniciado um estudo de-talhado da devolução, disse, res-salvando que existem diversos casos e muitas acções judiciais, pelo que as autoridades necessi-tam de tempo para acompanhar os assuntos.

Quanto à falta de condições de troca nos casos da Praça Flor de Lótus e da extensão da Cen-tral de Incineração de Resíduos Sólidos de Taipa, explicou que os terrenos foram trocados se-gundo o interesse público e a devolução ainda não foi nego-ciada. Por isso, não há nenhuma decisão sobre as condições de permuta, por envolverem mui-tos pormenores.

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A “Macau Concealers” está a organizar uma actividade para escolher os nomes dos pandas bebés. As “alcunhas civis” podem ser apresentadas até 28 de Agosto e serão sujeitas a uma votação online

A publicação “Macau Concealers” lançou uma iniciativa para a po-pulação propor e votar nos no-

mes dos pandas bebés, nascidos em Ju-nho, como forma simbólica de incentivar a participação cívica.

“Os nomes oficiais vão ser decididos pelo Governo sem qualquer participação pública. Em resposta ao processo oficial não-transparente de nomeação (…), a Macau Concealers está a organizar um evento de nomeação e votação para as ‘alcunhas civis’ dos pandas bebés”, infor-mou a revista associada à Novo Macau.

Em comunicado, a Macau Concealers diz “esperar construir um consenso entre as pessoas de Macau sobre o nome a dar aos pandas bebés”.

Ao contrário do que aconteceu quan-do o primeiro casal de pandas chegou a Macau, em 2010, desta vez a população não vai poder votar nos nomes, mas ape-nas enviar sugestões, que serão reunidas numa “shortlist” pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e equipa de profissionais oriundos de Chengdu.

A decisão final será feita pelo Chefe do Executivo.

Os dirigentes da Novo Macau expli-caram que o seu evento tem um carácter “simbólico”: “Trata-se de educar os cida-dãos a decidirem coisas sobre Macau. O Governo faz muitas consultas públicas mas não ouve as pessoas, receia a parti-

cipação popular”, disse o vice-presidente Jason Chao.

A população pode enviar as suas pro-postas de nomes até dia 28 de Agosto e votar na lista que daí resultar entre 1 e 7 de Setembro.

Na mesma conferência de imprensa, o presidente da Associação Novo Macau,

Scott Chiang, suspeito de pendurar uma faixa que acusa o Secretário para o As-suntos Sociais e Cultura de assassinar o património cultural local, disse não haver novidades sobre o caso, que continua em investigação.

De acordo com a Rádio Macau, Scott Chiang lamentou que o ambiente seja cada vez mais repressivo e considerou que o caso da faixa colocada no Hotel Es-toril significa que a discussão pública não é bem vista. “Essa vontade que observa-mos de condicionar qualquer discussão pública ou qualquer oposição a um pro-jecto é um sinal muito perigoso que não queremos ver”, disse.

Para além disso, rejeitou que a iniciati-va tenha motivações eleitorais, indicando apenas que segundo a lei não pode dizer se colocou ou não a faixa. Scott Chiang e Alin Lam, da mesma associação, são sus-peitos de dano e de introdução em espa-ço vedado ao público e foram libertados com termo de identidade e residência.

JTM com Lusa

Activistas fazem “consulta” sobre nomes dos pandas

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Terça-feira, 16 de Agosto de 2016 JTM | LOCAL 05

GOVERNO CONFIANTE NA EFICÁCIA DA MTR DE HONG KONG

Consórcio multado após fim do contrato do Metro

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Após ter chegado ao fim o contrato para a gestão e assistência técnica do

projecto do Metro Ligeiro, o Exe-cutivo decidiu multar o Consór-cio SEF, constituído pela empre-sa portuguesa FASE- Estudos e Projectos e as francesas Egis Rail e Setec. A informação foi divul-gada pelo coordenador do Ga-binete para as Infra-Estruturas de Transportes (GIT) numa res-posta ao deputado Chan Meng Kam. O valor da coima corres-ponde ao estipulado no contrato que deixou de ser válido no final de Junho, acrescentou sem indi-car números.

Ho Cheong Kei garantiu que vai aprender com as expe-riências passadas para ser mais rigoroso no acompanhamento ao trabalho desenvolvido pela MTR, de Hong Kong, ao nível da gestão e dos apoios técni-cos. O Executivo promete exigir comprovativos de trabalho. Foi ainda referido que, no futuro, podem ser reforçadas as pena-lidades a aplicar no caso de in-cumprimento.

O Consórcio SEF foi escolhi-do para gerir a empreitada do Metro Ligeiro e coordenar a sua construção em 2009 por ser con-siderado “muito experiente na área dos transportes”. Apesar da não-renovação de contrato,

Constituído pelas empresas FASE, Egis Rail e Setec, o consórcio SEF foi multado pela sua conduta quando estava a cargo do projecto do Metro Ligeiro. Embora tenham contribuído muito para os trabalhos de preparação do projecto, as companhias não satisfizeram as necessidades nalgumas áreas, referiu o coordenador do Gabinete para as Infra-Estruturas de Transportes

Inês Almeida e Viviana Chan

DEPUTADOS CONFIRMAM “ANDAMENTO LENTO” DO PROJECTO

Prazos para novo Hospital com probabilidade “ínfima”

De acordo com o plano original, “as duas fases de construção do Complexo de Cuidados de Saú-

de das Ilhas deveriam estar concluídas até 2019 e 2020, respectivamente. No en-tanto, a probabilidade de cumprimento do prazo é ínfima”, entende a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas.

Outro dos reparos feitos prende-se com a elaboração dos projectos que “não deve ser da responsabilidade do utiliza-dor [Serviços de Saúde], dado que, regra geral, os trabalhadores deste serviço não têm conhecimentos da área da engenha-ria”. Assim, foi proposto que o Executivo incluísse, no contrato de adjudicação de serviços, um prazo para elaboração dos projectos e indicasse um serviço com co-nhecimentos técnicos para o trabalho.

A respeito deste tópico, o Governo ad-mitiu que há margem para melhoria. “De facto, conforme a calendarização do Go-verno, a apreciação dos projectos devia ter terminado até Agosto de 2015, mas

A Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas duvida que seja possível concluir as duas fases de construção do Complexo Hospitalar das Ilhas até 2019 e 2020 respectivamente, tendo em conta o ritmo de elaboração dos projectos. Assim, sugeriu ao Executivo a fixação de um prazo para a sua concretização no contrato de adjudicação de serviços

como ainda não foram aprovados (...) os projectos encontram-se neste momento em segunda revisão”, refere o Executivo no documento entregue aos deputados.

A Comissão alerta ainda que apesar de o contrato para elaboração do “Projec-to de Concepção do Complexo de Cuida-dos de Saúde das Ilhas” prever um prazo para a elaboração, não há disposições so-bre um limite de tempo para cada revisão dos projectos, o número de revisões e o prazo para apreciação.

Outra das questões levantadas diz respeito à necessidade de conclusão das obras de todos os edifícios da primeira fase de construção para que o complexo possa funcionar. O Governo limitou-se a responder que, como alguns dos espaços vão estar interligados, gostaria que os procedimentos de abertura dos concur-sos públicos fossem efectuados ao mes-mo tempo.

Foi ainda feito um balanço do ponto de situação das obras, durante o qual foi referido que as obras de fundação do Edi-

fício do Hospital Geral e do Edifício de Apoio Logístico devem ficar completas no primeiro trimestre do próximo ano e que as obras de fundação do edifício de Administração e Multi-serviços termi-nem no final de 2016. No caso do edifício do Laboratório Central o prazo previsto é o final de 2017.

A planta para a segunda fase das obras de fundação do Edifício do Hospi-tal de Reabilitação ainda não foi autoriza-da. Neste semestre devem ser realizados os concursos públicos para a cave, a su-perestrutura do edifício residencial para trabalhadores e do edifício do edifício de enfermagem. I.A.

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Ho Cheong Kei reconheceu que as empresas contribuíram muito para a preparação do projecto. Porém, também houve alguns “trabalhos insatisfatórios”, pelo que o consórcio foi penalizado, mesmo que a equipa tenha sido renovada com a intenção de me-lhorar o seu desempenho.

A notícia da penalização sur-giu no dia em que a Comissão

de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças analisou processos como a construção do Metro Ligeiro, do Terminal Ma-rítimo do Pac On e do Estabele-cimento Prisional em Coloane e as “derrapagens orçamentais” a eles associadas.

Nas conclusões da reunião, a Comissão considerou que “não obstante as avultadas despesas

efectuadas pelas autoridades na contratação de serviços de su-pervisão, têm-se registado situa-ções de atrasos na execução das obras, derrapagens orçamentais e adiamentos em diversas em-preitadas públicas”.

Esse facto leva a Comissão liderada por Mak Soi Kun a con-cluir que o Executivo “carece de mecanismos para a fiscalização e

avaliação do modo como as em-presas de supervisão cumprem as suas obrigações e responsabi-lidades e, mesmo que ocorram problemas com as empreitadas públicas, essas empresas não es-tão sujeitas a penalização como consequência da sua incapaci-dade de supervisão”.

Além disso, refere o relató-rio, o Regime jurídico do con-trato das empreitadas de obras públicas “é um diploma que se encontra já desactualizado, de-pois de vários anos de vigência desde que foi aprovado”. As-sim, foi sugerido “a melhoria deste regime jurídico, a par do reforço da fiscalização das em-preitadas, com vista a assegurar a sua qualidade e os prazos de execução”.

Por outro lado, a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Conces-sões Públicas entende que o Exe-cutivo deve “dar importância à formação de talentos técnico--profissionais locais e reforçá-la com vista a concretizar, passo a passo, o objectivo de localização dos talentos” nesta área.

A Comissão mostrou-se ain-da preocupada com os prazos definidos pelo Governo já que, embora o Executivo tenha pro-metido que a Linha da Taipa entrará em funcionamento em 2019, não é possível saber se o projecto ficará concluído no tempo que resta.

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Terça-feira, 16 de Agosto de 201606 JTM | LOCAL

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Coros juvenis actuam na Fundação Rui CunhaA Galeria da Fundação Rui Cunha vai aco-lher na quinta-feira um evento do Festival de Coros Juvenis Masculinos de Xangai, Hong Kong, Taiwan e Macau. O espectáculo está marcado para as 15:30 e levará ao palco estu-dantes de Hong Kong, Macau e Zhuhai, numa actividade promovida pela Associação Jovem Promoção Música de Macau e Fundação Rui Cunha. O concerto pretende aumentar o in-teresse da população pela música e criar uma plataforma de apoio aos jovens músicos.

Programa de inglês da UMatrai 100 estudantes locaisA Universidade de Macau (UM) organizou a sua primeira edição do programa de imersão de inglês para ajudar os estudantes do ensino secundário locais a melhorar o seu nível lin-guístico. Entre os 250 candidatos, a instituição escolheu 100 de 14 escolas locais para uma iniciativa que durou cinco dias. A ideia é os jovens usarem inglês em actividades dentro e fora da sala de aula, incluindo pintar, repre-sentar, cantar ou simplesmente interagir com os colegas nessa língua. O programa incluiu ainda estudantes estrangeiros.

Lucros da China Estate sobem quase 300 por centoO grupo da construção “China State” regis-tou um aumento de 290% nos lucros das suas operações em Macau nos primeiros seis meses deste ano. Segundo dados da empresa citados pela Rádio Macau, os lucros cresceram de 77 milhões para 301 milhões de dólares de Hong Kong no intervalo de um ano. As receitas cresceram 122% para 4.161 milhões. Os novos contratos em Macau e Hong Kong no primeiro semestre envolvem 17,740 mil milhões de dó-lares, apesar das “condições adversas”. A em-presa antevê um futuro positivo devido aos “projectos de infra-estruturas e de melhoria da qualidade de vida, bem como de habitação” promovidos pelas RAE’s, prevendo apenas problemas de escassez de recursos humanos.

Inês Almeida

Dada a ocorrência de situações em que os terrenos não são aproveitados dentro do prazo

de concessão porque, por exemplo, “o Governo tinha ficado com eles por em-préstimo”, o fim deste limite temporal imposto não deve ditar a reversão dos lotes, entende a Comissão de Acompa-nhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas.

“Apenas com fundadas razões é que o Governo pode determinar a reversão de terrenos, não devendo alegar o termo do prazo da conces-são por arrendamento como único motivo para tal, descurando as cir-cunstâncias especiais que motivaram a falta de aproveitamento do terreno, caso contrário, isto apenas irá preju-dicar a imagem do Governo”, con-cluiu a Comissão.

Alguns membros questionaram o Executivo sobre este assunto e na sua resposta o Governo referiu que “os concessionários deviam ter procedido ao aproveitamento dos terrenos, logo

COMISSÃO SALIENTA “CIRCUNSTÂNCIAS ESPECIAIS”

Fim de prazo de concessão não deve ditar reversão

Tendo em conta que podem haver circunstâncias particulares a ditar o não aproveitamento dos terrenos dentro do prazo de concessão, este não deve ser o único critério a ditar a reversão dos mesmos. Os membros da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas mostraram-se ainda preocupados com os pequenos proprietários que, devido a “encargos especiais do concessionário”, não podem proceder ao registo de propriedade horizontal

após estes lhes terem sido concedi-dos”. “Por exemplo, as zonas C e D do Lago Nam Van, os terrenos ali situa-dos devem ser aproveitados de acordo com os Regulamentos dos Planos de Pormenor do Plano de Reordenamen-to da Baía da Praia Grande”, assim, “quando terminar o prazo de conces-são por arrendamento, o Governo tem de proceder, nos termos legais, à de-claração de caducidade”.

Porém, os deputados entendem que a questão do planeamento ur-banístico não deve ser motivo para o não aproveitamento dos terrenos porque os concessionários “poderiam ter procedido ao aproveitamento dos terrenos (...) antes da divulgação das medidas para salvaguarda do patri-mónio cultural, a não ser que tivessem pedido uma maior área de construção ou uma maior altura das edificações a construir”.

A situação dos pequenos proprie-tários foi outro dos motivos de preo-cupação, já que se os cidadãos tiverem adquirido fracções “não poderão tra-tar das formalidades para o registo de propriedade horizontal devido ao in-

cumprimento dos encargos especiais”. A Comissão fez também algumas

sugestões, nomeadamente sobre um “melhor planeamento sobre as finali-dades dos terrenos” apelando a que o Executivo seja “mais activo na ques-tão da criação de uma base de dados relativos à reserva de terrenos”. Além disso, de acordo com a Lei de Terras, “a Administração tem de publicar em Boletim Oficial os despachos relativos à concessão de terrenos, os contratos de concessão, a subsequente revisão da concessão e ainda os despachos de declaração da caducidade, todavia, existe, efectivamente, falta de transpa-rência no que respeita a situações do respectivo aproveitamento por parte dos concessionários”.

Quanto ao problema dos terre-nos em dívida, o Governo prometeu utilizar os terrenos retomados para a construção de habitações sociais, no entanto, mais recentemente foi referido que seria prioritário o pa-gamento das dívidas, por isso, “é inevitável que a concretização dessa promessa seja afectada”, lê-se no re-latório da Comissão.

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Terça-feira, 16 de Agosto de 2016 JTM | LOCAL 07

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DEPUTADO CRITICA DESENVOLVIMENTO “NADA SAUDÁVEL” DO SECTOR

Fong Chi Keong ataca “excessos” no imobiliárioAs políticas do Governo para o sector imobiliário parecem estar a preocupar Fong Chi Keong. O deputado nomeado pelo Chefe do Executivo considera que o desenvolvimento dos últimos anos “não é saudável”, sobretudo porque o preço da habitação atinge valores muito superiores ao poder de compra dos residentes

O sector imobiliário ex-pandiu-se “excessiva-mente no território” o

que está “a retirar aos cidadãos o direito a uma casa”. A opinião é de Fong Chi Keong que criti-cou o desenvolvimento “nada saudável” deste ramo de ac-tividade, visto que, no espaço de sete ou oito anos, os preços subiram para valores 10 vezes superiores.

“Mesmo que os preços des-çam para 6.000 patacas por pé quadrado, continuam a ser muito elevados tendo em conta o poder de compra dos residen-tes”, frisou o deputado e empre-sário ligado ao próprio sector imobiliário, acrescentando que com o actual salário médio dos trabalhadores de Macau não é possível comprar uma casa.

O deputado nomeado pelo Chefe do Executivo aponta como factor determinante para essa tendência o insucesso das políticas relacionadas com o sec-tor, pelo que exorta o Governo a aprender com os países do nor-te da Europa, onde a habitação não é vista como um estímulo ao Produto Interno Bruto.

Assim, o deputado encara a

diversificação dos tipos de ca-sas como uma tarefa importan-te, apontando Singapura como exemplo a seguir, já que 80% da população reside em casas pú-blicas. Nesse sentido, entende que a Administração da RAEM

não deve olhar para a habitação pública como uma “medida so-cial” apenas direcionada às clas-ses mais carenciadas mas antes como uma forma de assegurar o direito dos cidadãos a um tecto. Esta alteração no modo como a

habitação é pensada, defendeu Fong Chi Keong, é essencial para que as pessoas não vejam a habitação pública como uma espécie de “favela”.

De acordo com a “All About Macau”, Fong Chi Keong refe-

riu que há inclusivamente tele-novelas chinesas que falam com frequência dos denominados “escravos da casa”, ou seja, pes-soas que têm de trabalhar toda a sua vida para ter direito a uma habitação.

O também presidente hono-rário da Associação de Cons-trutores Civis e Empresas de Fomento Predial de Macau partilhou a sua experiência en-quanto empresário integrado no sector há mais de 50 anos, recordando que na década de 70 uma casa custava pouco mais de 10.000 dólares de Hong Kong.

Com a liberalização do sec-tor do jogo, os salários subiram muito e os construtores acabam por “guardar os terrenos, mes-mo que terminem a construção dos edifícios habitacionais” ao invés de venderem as fracções. Tal estratégia leva a que o preço das casas aumente significativa-mente, alertou Fong Chi Keong.

Por outro lado, à margem da Cimeira da Juventude de Ma-cau, o deputado José Chui Sai Peng referiu ainda que a socie-dade tem necessidades díspares ao nível da habitação pelo que Governo tem de pensar numa forma de equilibrar os interesses das diferentes comunidades e classes sociais.

Detido por conduzir em contramão na ponte tinha consumido drogaUm jovem de cerca de 20 anos que condu-ziu um Mercedes branco em contramão na Ponte da Amizade foi detido pela Po-lícia depois de um vídeo do incidente ter sido partilhado no Facebook. O suspeito confessou o crime alegando que queria voltar atrás para buscar uns amigos. A in-vestigação preliminar do Corpo de Polí-cia de Segurança Pública (CPSP) concluiu que o condutor, de apelido Ieong, tinha consumido droga antes de guiar. Além disso, as autoridades concluíram que o suspeito possui um historial de consumo de estupefacientes e que já tinha estado envolvido em dois acidentes na sexta--feira, tendo fugido do local. Ieong foi condenado, no início do ano, por tráfico e consumo de droga a dois anos de pena suspensa. No seu depoimento às autori-dades, o jovem admitiu ter consumido “ice” antes de conduzir. O CPSP entregou o jovem ao Ministério Público por suspei-tas de consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e atentado à segurança rodoviária. V.C.

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A construção de uma bomba de gasolina cujo projecto originou protestos por parte

dos moradores da Taipa, em 2014, começou ontem, na Estrada Almi-rante Marques Esparteiro, perto do Hotel Regency. De acordo com um aviso colocado no local, a obra inclui escavações para instalação de canali-zação, porém, a construtora respon-sável pela empreitada é a “Caltex”, ligada a bombas de gasolina.

Segundo a “Macau Concealers”, os moradores acreditam que as obras de canalização a que a notificação se refere são apenas parte da constru-ção do posto de combustíveis. A obra vai durar cerca de 90 dias e, naque-la zona, já se vêem os materiais de construção.

De recordar que, em 2014, vários residentes manifestaram-se contra este projecto do Governo porque o local escolhido para a instalação da bomba de gasolina situa-se nas pro-ximidades de uma zona de rebenta-mento de panchões e de um templo,

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Iniciadas obras polémicasem posto de combustível Moradores da zona da Taipa denunciaram o arranque de uma obra no jardim situado na Estrada do Almirante Marques Esparteiro. Os residentes acreditam tratar-se da construção de uma bomba de gasolina cuja obra foi abandonada devido a protestos populares em 2014

locais onde normalmente são quei-mados objectos.

Ao mesmo tempo, os moradores queixaram-se do facto de a obra não ter passado por uma consulta públi-ca. O Executivo lançou a obra atra-vés do Boletim Oficial, em Abril de 2014. O anúncio referia que o lote de

508 metros quadrados seria utiliza-do em substituição de um terreno de 450 metros quadrados na Zona Nor-te, junto à Avenida do Hipódromo.

A mudança de localização tam-bém foi justificada por protestos dos moradores.

V.C.

Viviana Chan

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08 JTM | PUBLICIDADE Terça-feira, 16 de Agosto de 2016

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JTM | LOCAL 09Terça-feira, 16 de Agosto de 2016

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HÓTEIS VÃO PAGAR MAIS 16%

“Alavanca económica” para poupar águaO Governo vai aumentar em Novembro as tarifas de água, com a subida nos quatro escalões a fixar-se em 2%, 4%, 8% e 16% respectivamente. O consumo de água especial vai sofrer o acréscimo mais significativo, já que esta despesa é uma parte “muito reduzida” dos gastos dos casinos, hotéis, campos de golfe ou estaleiros de obras públicas

Tendo como objectivo aumentar os benefícios da poupança de água, o Governo vai proceder

ao ajustamento das tarifas dos uten-tes de todas as categorias, no dia 1 de Novembro. De acordo com uma nota da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), no me-canismo regulador das tarifas da água destaca-se o princípio de quem mais consome, mais paga, através de uma “alavanca económica”.

O aumento das tarifas nos quatro es-calões será de 2%, 4%, 8% e 16% respec-tivamente, sendo que mais de 90% dos utentes irão pagar um valor inferior a 4,5 patacas mensalmente pelo consumo de água, pelo que a DSAMA sustenta que o impacto será “ligeiro”. Em termos de subsídios, o Governo vai apoiar 42% dos utentes do 1º escalão, com 3,3 patacas por metro cúbico, 33% dos consumidores do 2º escalão, com 2,6 patacas, 22% dos uten-tes do 3º escalão, com 1,7 patacas e 6% aos utentes do 4º escalão, isto é, 0,5 patacas por metro cúbico.

O documento menciona o consumo de água não-residencial referindo que, tendo em conta que este consumo não é essencial na vida quotidiana, após pon-deração de todos os factores, a tarifa por metro cúbico será aumentada em 8%, ou seja, 60% dos utentes do consumo de água não-residencial irão pagar mais cer-ca de sete patacas por mês. Outros 10% vão pagar mensalmente mais de 45 pata-cas. “Com o ajustamento, o Governo irá

providenciar aos consumidores não-resi-denciais um subsídio de 22% das tarifas de água, ou seja, 1,7 patacas por metro cúbico”.

No caso do consumo de água espe-cial, associado aos casinos, hotéis, casas

de sauna, campos de golfe, construção ci-vil, obras públicas e consumo provisório de água, as tarifas deverão ser pagas na totalidade, considerando que “as empre-sas possuem capacidade financeira”.

Assim, os consumidores desta cate-

goria irão pagar um total de 7,75 patacas por metro cúbico, um aumento de 16%, prevendo-se que 50% dos consumidores desta categoria sofram um aumento infe-rior a 270 patacas por mês. Deste modo, o Governo espera que seja, por um lado, “reduzido o subsídio a providenciar” e por outro “reconhecido o valor deste bem essencial”, para além de “incentivar as grandes empresas a adoptar mais me-didas de conservação de água”.

De recordar que em 2015, o valor do subsídio das tarifas de água providencia-do aos utentes de todas as categorias por parte do Governo totalizou 164 milhões de patacas, sendo que 70% foram para consumidores residenciais. “Prevê-se que, após o ajustamento das tarifas, o va-lor do apoio providenciado pelo Gover-no seja reduzido em cerca de 40 milhões de patacas”.

No mecanismo regulador vigente, o consumo de água é classificado segun-do categorias, entre elas “residencial”, “não residencial” e “especial”, tendo em conta a natureza dos utentes. Dentro da categoria associada ao consumo residen-cial, o volume do consumo é calculado de acordo com quatro escalões de forma progressiva. No caso do consumo não residencial e especial, o volume de con-sumo é calculado mediante tarifas fixas.

Entre 2014 e 2015, o custo total de abastecimento de água em Macau foi de 7,75 patacas por metro cúbico, o que re-presenta um aumento de 16% face a 2013.

I.A.

“Blue Man Group”passeia pela cidadeO “Blue Man Group”, colectivo que continua a actuar no Teatro do Ve-netian até ao dia 28, encontrou uma nova forma de atrair a atenção do público ao passear tanto pelo com-plexo hoteleiro como por vários pontos turísticos do território. Os artistas começaram por “dar um passeio” de Gôndola, antes de irem para o centro da cidade, para a zona do mais conhecido monumento de Macau – as Ruínas de São Paulo. De acordo com a Sands China, muitas pessoas ficaram “claramente per-plexas” com o que se estava a pas-sar, mas a maioria acabou por ter a oportunidade de tirar fotografias com os “visitantes azuis”. O grupo de artistas passou ainda pelo Largo do Senado. Tendo dado o seu pri-meiro espectáculo há quase 25 anos, o Blue Man Group tornou-se popu-lar devido à sua combinação única de “ciência, comédia, música e efei-tos visuais vibrantes”. As actuações na RAEM fazem parte de uma nova digressão mundial. Até hoje, mais de 35 milhões de pessoas espalha-das por mais de 15 países assistiram a produções dos Blue Man Group. Os bilhetes para o espectáculo no Teatro do Venetian continuam a ser vendidos por preços que variam entre as 380 e as 880 patacas.

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Terça-feira, 16 de Agosto de 201610 JTM | ACTUAL

Sobreviveu 38 horasdentro de águaUma chinesa, que caiu ao mar du-rante um cruzeiro entre a China e o Japão, foi salva após passar 38 horas dentro de água, a nadar e flutuar, noticiou ontem o China Daily. A mu-lher de 32 anos, que o jornal iden-tifica como Wang, chegou mesmo a dormir algumas horas enquanto flutuava na água, asseguram os médicos que a examinaram após o resgate, dois dias depois de ter sido dado como morta. Nessa altura, o pai de Wang recebeu uma chamada a anunciar que a sua filha tinha aca-bado de ser resgatada “apenas com algumas feridas no braço”, segundo disse um dos homens que partici-pou do salvamento. A mulher disse que caiu ao mar quando se apoiava num corrimão.

Japão com sismo de 5,6 perto de FukushimaUm sismo de magnitude 5,6 foi on-tem registado ao largo de Fukushi-ma, no Japão, sem activar o alerta de tsunami, anunciou a agência japonesa de meteorologia. O abalo foi sentido até Tóquio e ocorreu no mar, com epicentro a cerca de 28 quilómetros de profundidade, pre-cisou o Serviço Geológico dos Esta-dos Unidos, que monitoriza a ativi-dade sísmica em todo o mundo.

Jovem português brilhana língua chinesaO português Samuel Gomes foi este mês distinguido com o prémio “Me-lhor Performance Artística”, no maior concurso do mundo para alunos de língua chinesa, o Chinese Bridge. Licenciado em Línguas e Culturas Orientais, pela Universidade do Mi-nho, Samuel Gomes completou no ano passado um mestrado em Es-tudos de Teatro, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A edição deste ano do Chinese Bridge, que decorre em Hunan, província do centro da China, conta com a parti-cipação de 146 estudantes de chinês mandarim, oriundos de 108 países. Samuel, que estuda atualmente no Instituto Confúcio (IC) da Universida-de do Minho, é o único concorrente de Portugal. A declamação do poe-ma Qiang Jinjiu (“Trazei o Vinho”, em chinês), de Li Bai (701-762 D.C.), um dos maiores poetas da China Antiga, valeu-lhe a distinção.

Líder estudantil condenadopor protestos em Hong Kong Um tribunal de Hong Kong senten-ciou ontem a 80 horas de trabalho comunitário Joshua Wong, um dos rostos mais conhecidos dos protes-tos pró-democracia naquela região chinesa em 2014, condenado pelo crime de “reunião ilegal”. O tribunal considerou o jovem activista culpa-do de assembleia ilegal no âmbito de um protesto nos arredores de um edifício governamental, um in-cidente que acabaria por estar na origem de manifestações pró-de-mocracia e da ocupação das ruas de Hong Kong durante 79 dias. O mesmo tribunal condenou outros dois líderes estudantis, Nathan Law e Alex Chow.

VOLTA AOMUND

INDONÉSIA

Jacarta avisa que “não há espaço” para gaysA protecção dos direitos dos homossexuais não é uma prioridade, advertiu um porta-voz da Presidência indonésia, depois da “Human Rights Watch” ter condenado ataques verbais à comunidade LGBT por parte de altos dirigentes do país

Na Indonésia, não há espaço para a comunidade ho-mossexual, advertiu um porta-voz da Presidência, depois de defensores dos direitos humanos terem de-

nunciado um aumento de declarações e ataques homofóbicos no país muçulmano mais populoso do mundo.

Um novo relatório da organização não-governamental “Human Rights Watch” (HRW) alerta que a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) sofreu uma “deterioração imediata” dos seus direitos, após uma série de ataques verbais de ministros, religiosos partidários de uma li-nha dura e influentes organizações islâmicas.

A denúncia deriva do facto de altos funcionários e insti-tuições indonésias terem lançado este ano, pela primeira vez, ataques verbais em público contra os homossexuais no sudes-te da Ásia, acrescenta o relatório, condenando os apelos com vista à proibição de elementos da comunidade LGBT nos cam-pus universitários.

Porém, numa dura reacção ao relatório da ONG, as auto-ridades sublinharam que a protecção dos direitos da comuni-dade homossexual no país não constitui uma prioridade. “Os direitos dos cidadãos, como ir à escola ou obter uma cédula de identidade, estão protegidos, mas não há espaço na Indonésia para a proliferação do movimento LGBT”, declarou à “France Presse” um porta-voz da Presidência, Johan Budi.

De acordo com a agência noticiosa francesa, vários minis-tros figuram entre os titulares de altos cargos que protago-

ESPANHA/CHINA

Drones convertem poluição em material para impressão 3D

Inspirados no “modus operandi” das abelhas que transportam pólen até às colmeias, os drones podem ser usa-

dos para recolher poluição do ar e depois transformar as partículas nocivas em material para impressão 3D, como de-monstrará um projecto de investigação espanhol, recém-seleccionado numa com-petição mundial.

Denominado “UrbanBees” (abelhas urbanas), este inovador sistema de com-bate à poluição, criado por um grupo de quatro alunos de engenharia aeroespacial da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), vai disputar a fase final da compe-tição internacional “Tsinghua-Santander Desafios Mundiais do Século XXI”.

Segundo a agência EFE, apenas nove equipas passarão à última fase desta ini-ciativa promovida pelo Banco Santander e pela Universidade de Tsinghua, uma referência em educação na China e uma das melhores instituições do mundo em engenharia. A lista deverá contar ainda com universidades prestigiadas como Im-perial College London, Oxford, Cambrid-ge, Harvard, MIT, Berkeley e Stanford.

Sergio Pérez, da Escola Técnica Supe-rior de Engenharia Aeronáutica e do Espa-ço (ETSEAE) da UPM, explicou à Agência EFE que, nas demonstrações de viabilida-de do seu projecto em Pequim, agendadas para a segunda quinzena de Agosto, a sua equipa programará um drone com tecno-logia Arduino ou ferramentas similares para lançar o aparelho não tripulado ao ar com vista à recolha de ar poluído.

Uma equipa de investigação da Universidade Politécnica de Madrid criou um inovador sistema de combate à poluição, baseado na recolha de partículas nocivas com vista à produção de diversos tipos de objectos, desde armações para óculos a cadeiras, mediante o recurso à tecnologia em três dimensões. Numa fase inicial, o projecto deverá ser aplicado em cidades da China

nizaram recentemente ataques verbais contra a comunidade LGBT. Por exemplo, o ministro da Defesa associou os direitos dos homossexuais a uma “espécie de guerra moderna”.

Tais declarações, proferidas desde o início do ano, provo-caram uma intensificação da violência contra as minorias se-xuais na Indonésia, segundo o relatório da HRW.

“O impacto da retórica anti-LGBT por parte dos represen-tantes do governo é enorme para nós como pessoas”, lamen-tou uma activista lésbica indonésia, citada no relatório.

“Para aqueles entre nós que efectuaram tantos esforços e assumiram muitos riscos para se expressar, é um importante passo para trás”, criticou.

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Altos dirigentes e instituições indonésias têm dirigido ataques verbais em público contra os homossexuais

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Os desafios iniciais da iniciativa pas-sam por definir a implementação da rede de drones, e introduzir nos aparelhos o sistema mais apropriado para a recolha das substâncias poluentes suspensas no ar, revelou o especialista.

A equipa, que inclui os engenheiros Alejandro Fernández, Diego Ortega e Ya-jing Zheng, da UPM, pondera incorporar filtros, mas poderá introduzir algum tipo de sistema magnético que atraia partícu-las. Contudo, a efectividade desta última proposta dependerá do tipo das partícu-las recolhidas, já que nem todos os com-postos metálicos respondem à atracção dos imãs, realçou Sergio Pérez.

O objectivo essencial é automatizar

todo o processo, para que os drones se-jam geridos com tecnologia “inteligente” e estejam prontos a descolar para a recolha de poluentes quando os níveis detectados por sensores superem os parâmetros fixa-dos.

Os investigadores pretendem que os drones organizem as suas próprias tarefas e voos, antes de retornarem à base “inteli-gente” para recarregar baterias e deposi-tar o ar poluído recolhido. Na fase seguin-te, as partículas serão “compactadas” com um método ainda não definido no pro-jecto, mas cujo processo deve acrescentar elementos externos não provenientes da poluição, de acordo com Pérez.

No âmbito do projecto, pretende-se utilizar para a reciclagem as partículas com metais PM10, cuja designação deriva do tamanho do respectivo diâmetro medi-do em micrómetros, porque são as que po-dem ser usadas como material para esse tipo de fabrico, acrescentou o especialista. Os objectos metálicos a obter com essa tec-nologia em três dimensões, que baseia a sua produção na progressiva superposi-ção de camadas de material, poderão ser muito variados, desde armações para ócu-los a cadeiras, chaves ou outros.

Embora a implementação inicial seja planeada para cidades da China, a Escola Técnica Superior de Engenharia Aeronáu-tica e do Espaço da UPM já trabalha com a ideia de prosseguir o empreendimento, com o objectivo de aplicá-lo a qualquer área urbana e, desse modo, contribuir para a redução da poluição do ar.

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Terça-feira, 16 de Agosto de 2016 JTM | ACTUAL 11

Num habeas corpus para o Supremo Tribunal de Justiça, advogado de Carvalhão Gil comparou a cadeia de Monsanto com as de Itália para libertar o espião. Juízes recusaram pedido, criticando “desabafos” e “razões de queixa”

Antes estar preso em Itália do que em Portugal. Foi quase isto que o advogado do espião Fre-derico Carvalhão Gil, suspeito de vender infor-

mação classificada a um agente russo, alegou, em Julho junto do Supremo Tribunal de Justiça, pedindo a sua li-bertação imediata (“habeas corpus”), algo que não lhe foi concedido. No requerimento, o defensor, José Preto, chegou a invocar a qualidade da comida da prisão de Monsanto - “péssima, gorda, mas abundante”, que fará os reclusos “obesos” - comparando-a com a da cadeia italiana, onde esteve detido umas semanas: “A qualida-de dos géneros e a confecção surpreenderam o arguido».

Apesar de extenso, o pedido de libertação imedia-ta assinado por José Preto acabou por surpreender os juízes conselheiros Isabel Pais Martins, Manuel Braz e Santos Carvalho pelo conjunto de peculiares argumen-tos que foram utilizados para fundamentar o “habeas corpus”. Daí que, os juízes tenham reduzido tal pedido a “desabafos” e “razões de queixa”. Aliás, pegando tema das diferenças entre a gastronomia das penitenciárias de Itália e Portugal, assim como o respetivo acolhimento, os conselheiros, no acórdão que recusou o “habeas cor-pus”, classificaram como “despropositadas” as “consi-derações comparativas sobre as condições de detenção nas prisões, por muito vivas e gratificantes que sejam as suas memórias relativas ao tratamento que lhe foi pro-porcionado” em Itália.

O defensor chegou a invocar a qualidade da comida da prisão de Monsanto - “péssima, gorda, mas abundan-te”

Em resumo, referiram os três juízes do Supremo Tri-bunal de Justiça, a defesa de Frederico Carvalhão Gil, suspeito dos crimes de espionagem, corrupção passiva e violação do segredo de Estado não mostrou “qualquer preocupação em restringir a uma apreciação técnico-ju-rídica dos fundamentos da detenção, mas a extrava-se com comentários acessórios”.

É que para além das condições carcerárias, a defesa alegou ainda que, já em Portugal, Frederico Carvalhão

Vinho falsificado estende-se pela EuropaObservatório comunitário da propriedade intelectual estima que a contrafacção de vinhos e bebidas espirituosas faça perder 4800 empregos na Europa e 1,3 mil milhões de receitas

Portugal perde, todos os anos, 19 milhões de eu-ros com a contrafação de

vinhos, um valor que chega aos 27 milhões se somarmos as falsi-ficações de bebidas espirituosas. Os dados são do mais recente relatório do Instituto da Proprie-dade Intelectual da União Euro-peia (EUIPO), que estima que as perdas das indústrias legítimas da Europa ascendam a 1,3 mil milhões de euros, qualquer coi-sa como 3,3% das vendas. E são 4800 postos de trabalho que se perdem.

A falsificação só faz senti-do para artigos de luxo, onde a margem de lucro é muito elevada, lembra Pedro Portu-gal Gaspar, inspector-geral da Autoridade de Segurança Ali-mentar e Económica (ASAE). Ter um Pêra Manca na garra-feira “é como ter uma obra de

arte”. Para uma rede de con-trabando, vender este vinho especial alentejano no merca-do digital é muito lucrativo. Os preços podem chegar facil-mente aos 350 euros. Depois de investigar, a ASAE apreendeu, há menos de um mês, 1700 garrafas de Pêra Manca, tinto, da colheita de 2010, bem como rótulos e cápsulas contrafeitas. Tudo no valor aproximado de 250 mil euros.

“Essas apreensões deram--nos o primeiro sinal para estar-mos atentos. Fala-se muito na contrafacção de vestuário e de acessórios de luxo, como malas e relógios de marca, mas o fenó-meno tem vindo a diversificar--se para novos produtos na área alimentar e para novos meios de transacção por via digital, sendo certo que o essencial do ilícito se mantém, que é a adulteração de

um produto de marca”, subli-nha Pedro Portugal Gaspar.

O sector vitivinícola é um dos mais importantes para a economia portuguesa. Só em 2015, as exportações nacionais de vinho atingiram o seu valor mais elevado de sempre: 737 mi-lhões de euros. Novo máximo histórico pelo sexto ano conse-cutivo.

Além do impacto económi-co nas empresas e nas receitas de impostos perdidas pelo Es-tado, há ainda o perigo para a saúde pública. “Os consumi-dores têm o direito de saber o que compram e de receber o que pagam. A contrafacção, seja de uma marca de 200 eu-ros ou de cinco, tem efeitos na economia, através da perda de emprego e de impostos, mas também tem um impacto po-tencial mais grave, o da saúde

pública”, lembra George San-deman.

“Os produtores, porque devidamente registados e cer-tificados, são obrigados a cum-prir uma série de regulamentos que protegem o consumidor. O falsificador só se interessa em explorar a confiança que o consumidor tem nas marcas, conhecidas pela sua qualidade e consistência”, defende o pre-sidente da Associação de Vi-nhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV).

Espanha mais penalizadoA Espanha é o país europeu

mais penalizado pela contra-facção de vinhos (90 milhões de euros perdidos por ano) e

de bebidas espirituosas, que so-mam 173 milhões (ver infogra-fia). Mas o relatório do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) não deixa dúvidas sobre a dimensão do problemas: os prejuízos di-rectos e indirectos para a econo-mia europeia ascendem a quase 3000 milhões de euros, tendo como consequência a perda de mais de 23 mil empregos, dos quais 8600 na agricultura e 6100 na indústria agroalimentar. Os Estados, esses, deixam de rece-ber 1,2 mil milhões de euros de impostos por ano, dos quais 739 milhões são impostos especiais de consumo.

JTM/DN

Carlos Rodrigues Lima

Gil foi levado para a Polícia Judiciária. Aqui, os inspec-tores que o detiveram deixaram que o espião visse “por uns minutos” as suas duas filhas. Porém, os mesmos inspectores, continuou o advogado, “assediaram as jo-vens senhoras, a quem um inspector deixou claro que não estranhassem a familiaridade, porque as conheciam havia muito tempo, uma vez que as tinha vigiado nas suas vidas quotidianas”.

Depois vieram as alegadas violações do segredo de justiça, alegadamente cometidas pelo jornais ou, na terminologia de José Preto, os “placards de bordéis”. O advogado apontou várias incorrecções à informação veiculada sobre o seu cliente, nomeadamente quanto ao facto de, ainda de acordo com José Preto, o espião não ter sido confrontado com escutas telefónicas durante o primeiro interrogatório judicial perante o juiz Ivo Rosa do Tribunal Central de Instrução Criminal.

Para tal situação, José Preto adiantou uma explicação

aos juízes do Supremo: os meios de comunicação social ou “estão perto da insolvência” ou “vivem pelo socorro do proxenetismo cujos anúncios publicam”. Mais: boa parte dos tais jornais, sustentou o advogado, “publicam coisas tão explícitas que não deviam poder vender-se perto das escolas, devendo ser remetida a venda para o interior dos estabelecimentos que vendam, ou possam vender, pornografia”

De tal modo que, sempre de acordo com o advogado do espião, os únicos crimes verdadeiramente indiciados neste processo não são o de espionagem, violação do Segredo de Estado e corrupção passiva, mas sim os de “lenocínio, violação do segredo de justiça e violação do Segredo de Estado”. Não imputados ao seu cliente, ób-vio, mas ao meios de comunicação social.

Polícia interrompeuuma cerveja

E quanto ao processo em si, às suspeitas de venda de informação classificada a um agente da espionagem russa? Nada disso. O que se passou, segundo o relato de José Preto, foi que a 21 de Maio, “Frederico Carvalhão Gil foi detido em conjunto com o seu amigo Serguei Ni-colaievitch num café de Roma, onde bebiam uma cer-veja e falavam de um negócio pontual relativamente a bens alimentares, quanto aos quais se nota escassez no mercado russo”. Mas, Carvalhão Gil foi detido na posse de documentos classificados, aparentemente relaciona-dos com energia no espaço da NATO. O advogado ad-mite que o espião tinha na sua posse tais documentos, não para entregá-los ao agente russo, mas sim “para pensar”.

“Pensar na abordagem militar das questões da ener-gia na Europa está longe de ser desnecessário, por ser preciso pensar no que isso significa para aqueles cujos investimentos foram suscitados, implorados...”. Portan-to, em síntese, “como não haveria um qualificado oficial de informações de querer pensar naquilo?”, questionou José Preto. Atualmente, Frederico Carvalhão Gil está em prisão domiciliária. O processo é investigado pelo DCIAP e PJ.

JTM/DN

PORTUGAL

Alegado “espião” queixa-se da comida da prisão

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Terça-feira, 16 de Agosto de 201612 JTM | DESPORTO

FOTO

EPA

JOGOS OLÍMPICOS

Bolt no trilho da “imortalidade”Usain Bolt reforçou o seu lugar na história dos Jogos Olímpicos, conquistando pela terceira vez a medalha de ouro nos 100 metros na final do Rio2016, um feito que ainda ninguém tinha conseguido

Costa Santos Sr.*

Depois de ter se sagrado o primeiro tricampeão olímpico da história

nos 100 metros, no Rio2016, o jamaicano Usain Bolt admi-te que pode tornar-se “imor-tal”. “Alguém disse que posso tornar-me imortal. Mais duas medalhas e posso assinar por baixo: Imortal”, disse Bolt, que aos 29 anos procura igualmen-te o ‘tri’ nos 200 metros e nos 4x100 metros pela Jamaica.

Campeão em Pequim2008 e Londres2012, Bolt correu a fi-nal em 9,81 segundos, enquan-to o norte-americano Justin Gatlin, com 9,89, conquistou a prata, depois de ter sido tercei-ro há quatro anos. A medalha de bronze foi para o canadiano Andre de Grasse, com 9,91.

“Foi brilhante. Não fui tão rápido (como o recorde mun-dial de 9,58), mas estou mui-to contente por ter vencido. Disse-vos que ia consegui-lo”, completou Bolt.

Como tem sido timbre nos últimos anos, Bolt “escondeu--se” ao longo da época, para aparecer fulgurante a meio de

agosto, com um melhor registo do ano, a 9,81 segundos, numa vitória que só se “desenhou” na segunda parte do hectómetro.

Com efeito, o norte-ameri-cano Justin Gatlin partiu me-lhor e chegou a dar a sensação de que ia ganhar, mas depois viu o “torpedo” Bolt passar e ficou em segundo, com 9,89, à frente do canadiano Andre de Grasse (9,91).

Campeão em Atenas2004, Justin Gatlin, que pretendia ser o mais velho campeão olímpi-co dos 100 metros, manifestou--se satisfeito pelo que conse-guiu. “Trabalhamos 365 dias por ano para estar aqui nove segundos. Com 34 anos, cor-

Patrícia Mamona garante quarto diploma de Portugal

Patrícia Mamona selou o quarto diploma de Portugal nos Jogos Olímpicos Rio2016, ao terminar no sexto lugar a final do triplo salto, como um novo recorde nacional, de 14,65 metros. A campeã europeia em título terminou a prova com a marca de 14,65 metros, que conseguiu ao terceiro ensaio, superando por sete centímetros o anterior máximo nacional (14,58), que havia selado precisamente na final do campeonato da Europa. Ao contrário da atleta do Sporting, Susana Costa não conseguiu fazer os três saltos finais, ficando-se por 14,12 metros, ao terceiro ensaio, depois de dois nulos a abrir, terminando, assim, no nono lugar.

rer contra estes jovens e ainda assim ir ao pódio é uma boa sensação. Esta medalha é para o meu filho. Se estiveres a ver, amo-te, filho”, disse.

Gatlin, que foi suspenso por duas vezes por questões de doping, foi assobiado ao entrar na pista para a final.

O triplo ouro de Bolt dei-xou para “segundo plano” feitos tão notáveis como o fan-tástico novo recorde do mundo dos 400 metros, do sul-africano Wayde van Niekerk, a tercei-ra vitória da norte-americana Simone Biles na ginástica ou ainda a bem sucedida defesa do título do ténis, pelo escocês Andy Murray, após uma “ma-ratona” de quatro horas.

Na final do triplo feminino, venceu a colombiana Caterine Ibarguen, com 15,17 metros, melhor marca mundial do ano.

No ténis, foi preciso esperar mais de quatro horas para que se definisse o desfecho da final entre o britânico Andy Murray e o argentino Juan Martin del Potro. Murray tornou-se no primeiro tenista a conservar o título.

O ténis coroou também mais dois pares: as russas Ekaterina Makarova e Elena Vesnina em pares femininos, e os norte-americanos Bethanie Mattek-Sands e Jack Sock, em pares mistos.

Liverpool deu a voltana visita ao ArsenalO Liverpool virou ontem um resultado desfavorável para vencer por emocionan-te 4-3 no estádio do Arsenal, em jogo de abertura do campeonato inglês de futebol. O médio Philippe Coutinho marcou dois dos quatro golos do Liverpool, assumin-do-se como um dos principais respon-sáveis pelo sucesso dos “reds”, que até estiveram a perder, na sequência do golo marcado por Theo Walcott, aos 31 minu-tos. Coutinho iniciou a recuperação da equipa visitante, aos 45+1 minutos, e vol-tou a “facturar” aos 56, já depois de Adam Lallana ter consumado a reviravolta, aos 49, tendo Sadio Mané colocado o resulta-do num improvável 4-1, aos 63. O Arsenal, que perdeu pela terceira vez na abertura da prova em casa, em quatro anos, reagiu de imediato e reduziu no minuto seguin-te por intermédio do suplente Oxlade--Chamberlain, mas o melhor que conse-guiu foi ficar à beira do empate, quando Calum Chambers fixou o 4-3 aos 75.

No primeiro derby regional da liga portuguesa, o Braga foi arrancar preciosa vitória à

cidade-berço. Nestas coisas, o impor-tante é ganhar, mas as perspectivas fu-turas têm de ser analisadas pelo pris-ma da realidade, do que cada equipa fez em campo.

E neste particular, até o próprio técnico bracarense, José Peseiro, reco-nheceu que o adversário não foi feliz, mandou no jogo, mas perdeu: “Ven-cemos, era o que queríamos. Ganhar 1-0 é bom, mas o Vitória de Guimarães deu-nos muito trabalho, foi-nos supe-

LIGA PORTUGUESA

Braga mais forte no “derby” do MinhoEquipas teoricamente mais fracas, surgem nos jogos a doer mais ou menos transfiguradas e vencem! Os axadrezados constituíram a primeira dessas “amostras” numa jornada em que o Sp. Braga saiu vitorioso do “derby” do Minho

rior, empurrou-nos para o nosso meio campo, principalmente no segundo tempo”.

A equipa comandada por Pedro Martins desenvolveu um futebol agra-dável, criou situações de golo mas não teve quem acertasse na baliza adver-sária.

O Boavista, uma das equipas que na temporada passada lutou deses-peradamente até à derradeira jornada para se manter na principal Liga do fu-tebol português, foi a primeira a cau-sar espanto, pelo resultado - e exibição - ante o “europeu” Arouca: vitória por 2-0, num jogo em que a superioridade axadrezada não deixou dúvidas.

É evidente - poder-se-á especular sobre isso - que a próxima jornada europeia, frente aos gregos agora co-mandados por Paulo Bento, é muito importante para a história do Arou-ca e esconder “o jogo” de “espiões”, dando uma imagem de fragilidades que não existem, poderá ser uma es-tratégia. Mas, nada disso poderá tirar mérito aos pupilos de Erwin Sanchez, que, já o disseram, não querem voltar a bisar os estados de alma da época passada. Por isso, cada jogo tem três pontos e há que procurar arrecadá-los para “conforto” futuro.

No Bonfim, outro dos milagrosa-mente salvos na última temporada, surgiu “renovado” no estilo e na ca-pacidade de jogo, mesmo tendo em conta que o adversário se apresentava com favoritismo teórico.

Na verdade, o Vitória de Setúbal não deu a mínima possibilidade ao rival Belenenses. Os sadinos, com um futebol rápido, assente na velocidade das transições e utilizando toda a lar-gura do campo, cedo demonstraram que queriam vencer o jogo e, melhor, não iriam permitir que os azuis do Restelo tivessem a iniciativa do jogo, a superioridade territorial. Dois golos sem resposta, o resultado final. Sem discussão, o que é bom, independen-temente de ter sido um jogo em que o árbitro Nuno Miguel mostrou nada menos do que oito cartões amarelos e um vermelho. A quem não viu, até poderá parecer que se travou uma ba-talha campal; nada mais errado. O que quer dizer que alguns dos amarelos ou pecam por exagero ou, a serem novas recomendações do novo Conselho de Arbitragem, vamos ter uma tempora-da muito colorida de cartões.

* Jornalista profissionalespecializado em desporto

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Terça-feira, 16 de Agosto de 2016 JTM | OPINIÃO 13

COMUNIDADES MACAENSESVÊM AO TERRITÓRIOO segundo encontro das Comunidades Ma-caenses espalhadas pelo mundo vai reunir em Macau, entre 19 e 25 de Outubro, mais de oitocentas pessoas, anunciou a comissão orga-nizadora. De acordo com o presidente da co-missão organizadora, Comendador Joaquim Morais Alves, o encontro tem por objectivo “homenagear os filhos de Macau e reforçar os seus elos de ligação às origens, estimulan-do também a sua participação activa na con-tinuidade da simbiose cultural do Território”. “Pretendemos também dar algum estímulo a todos aqueles que sentem dificuldades nos países onde se encontram”, disse Morais Al-ves. O programa do encontro inclui o lança-mento de um livro do escritor Jorge Forjaz intitulado “Famílias Macaense”, uma missa celebrada nas Ruínas de S. Paulo acompanha-da pelo Coro Dinamene, um seminário sobre as realidades política, jurídica e económica de Macau e um espectáculo de luz e som na fonte cibernética. A componente cultural do progra-ma será preenchida com uma noite de Ópera, onde será representada “A Tosca’, de Puccini, com encenação de Paolo Trevisi. Os partici-pantes do encontro assistirão, também, a exibi-ções dos filmes “Amor e Dedinhos de Pé” e “A Trança Feiticeira”, baseados em livros do escri-tor macaense Henrique de Senna Fernandes, e onde, respectivamente, os actores portugueses Joaquim de Almeida e Ricardo Carriço desem-penham os papéis principais. Os sete dias do encontro das Comunidades Macaenses espa-lhadas pelo mundo serão ainda ocupados com visitas a locais históricos de Macau e da ilhas da Taipa e de Coloane.

CRIADO O INSTITUTOINTER-UNIVERSITÁRIOFoi já publicada em Boletim Oficial a Portaria que cria o Instituto Inter-Universitário de Ma-cau (IIUM), sob a tutela da Fundação Católica para o Ensino Superior Universitário, de que são membros a Diocese de Macau e a Uni-versidade Católica de Portugal. O IIUM tem como finalidade ministrar o ensino superior universitário, promover a investigação cientí-fica e tecnológica e contribuir para a formação de quadros de Macau e da Região, em áreas não cobertas por outras instituições de ensino universitário de Macau. Entre as áreas de in-tervenção seleccionadas, a sua prioridade irá para as áreas da Saúde, do Desenvolvimento Regional e Urbano, do Comércio Internacio-nal, da Engenharia Municipal e das Ciências Sociais e Humanas. O IIUM dará início à sua actividade académica em princípios do ano de 1997 oferecendo três cursos de mestrado: Ges-tão de Projecto de Desenvolvimento, Comér-cio Internacional, Investigação, Operacional e Gestão de Tecnologias. O Prof. João Lourenço, actual director da Faculdade de Tecnologia da Universidade Católica, foi já nomeado Reitor do Instituto Inter-Universitário de Macau.

Um púlpito para dois pregadores

Donald qualificou Hillary de diabo, e esta vem des-crevendo os pecados (políticos e não só) do rival como graves, desqualificando-o para o exercício

da função de presidente. É a campanha presidencial tra-vestida de guerra de religiões, competindo dois prega-dores bem diferentes, no mesmo púlpito da nação.

Prometem-se um ao outro (melhor, um contra o ou-tro) o inferno do olvido, do esquecimento dos contem-porâneos e da História, que é a punição dos derrotados.

Almejam para si o Olimpo do poder “supremo” (?), supostamente absoluto (que nunca é) e transitório (que é sempre).

E por falar em guerra de religiões, mau passo esse o do pregador Donald, a invectivar do seu púlpito o casal de religião muçulmana que perdeu o filho em combate.

Há coisas que não se dizem (não se pensam e não se dizem), mas o impetuoso candidato diz tudo, por-que de manhã, diante do espelho, acredita sempre que pode tudo.

Na linguagem dos negócios que diz dominar, isso tem naturalmente um preço. Os seus opositores demo-cratas (ou republicanos trânsfugas) desejarão que seja, nas urnas, o preço mais elevado...

******Já se sabia que a linguagem da religião e da política se

confundem, para benefício quase exclusivo da segunda, numa América em que as igrejas são, muitas vezes, os primeiros lugares de consciencialização cívica e de inter-venção política; e os comícios, momentos “apropriados” (?) para profissões de fé no divino.

A confusão é indesejável mas, quase diria, inevitável. Barack Obama, por exemplo, terá iniciado a sua vida, como orador, intervindo nas questões sociais da comu-nidade afro-americana de Los Angeles, falando nas res-pectivas igrejas e assim tecendo a sua primeira base de apoios que o conduziriam ao Senado e, depois, à Casa Branca.

Os Clinton não terão andado longe de quase idênti-ca campanha, sendo Bill considerado, antes de Barack, o presidente “mais africano”, pela sua proximidade com a causa da igualdade racial e dos direitos cívicos.

Hillary, companheira também nesses combates, her-daria a áurea de pugnaz lutadora a favor das minorias, o que a sua presidência, se for eleita, terá naturalmente que confirmar.

Do lado oposto do espectro político, o renascido (newborn) Bush júnior tentaria levar para o gabinete oval as convicções do seu revisitado cristianismo, posto cruelmente à prova pela ditadura dos factos e pela dure-za dos desafios.

Como Carter antes, entre os democratas, com uma mão na Bíblia e a outra na batuta do poder civil-castren-se, de comandante-em-chefe.

No contexto oposto, do religioso que se tornou po-lítico, o Dr. Luther King faria o caminho do púlpito até ao Capitólio, numa peregrinação cheia de simbolismo, do bíblico ao social e do social à vizinhança do poder, que lhe seria aliás fatal, como ao seu amigo Robert (Bob) Kennedy.

******Hoje, neste prosaico ano de 2016, não se trata já do

idealismo de causas nobres, mobilizadores de milhões de cidadãos, injustamente considerados de segunda classe e por isso sedentos de igualdade, mas da lingua-gem rasteira de quem se aproveita da perplexidade de eleitores confusos, para ganhar uns pontos.

Um penoso referendoNão, não é sobre o Brexit que vou especular - que esse

já faz parte da História. Os seus artífices mastigam-no agora lentamente, para lhe retirarem o veneno das con-sequências económicas indesejáveis, conforme regista a Bolsa e o discurso algo pessimista do Ministro da Saída (da UE), cargo original... para job que o não é menos.

Refiro-me ao referendo, cuja admissibilidade consti-tucional foi recentemente reconhecida em Caracas, para

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

16/08/1996

Dito

“Eu sou um rapaz gordo e não sou muito atlético. Mas o que posso dizer é que não é a coisa mais complicada do mundo [entrar no edifício]. Sou acusado de ter danificado a rede para aceder ao Hotel Estoril. Mas, primeiro, eu não tenho o tipo de ferramenta que danificou a rede. Segundo, já existe um buraco para entrar no local, portanto não tive de o fazer”

Scott Chiang, presidente da Associação Novo Macau,ao “Ponto Final”

CARLOSFROTA*

NOTAS SOLTAS

a eventual deposição do presidente venezuelano. Nicolas Maduro é pressionado há muito para sair de

cena, mas a sua resistência só é equiparável ao fervor messiânico com que assumiu o cargo de herdeiro polí-tico de Chávez.

Tinha uma revolução a cumprir e pensa poder levar tal compromisso até ao fim.

Mas ao fim de quem? De um país em situação de ca-tástrofe económica, com a população a sair para os paí-ses vizinhos para se poder alimentar?

Há indicadores objectivos de falhanço económico que, com simples bom senso, poderiam conduzir a ne-cessárias reavaliações políticas.

Mas não. Reconsiderar, para certos espíritos, é trair. Corrigir políticas é admitir fraquezas. Com este qua-dro mental, que possibilidade é dada à evolução sem conflito?

A impressão que me ficou da hostilidade do presi-dente para com o parlamento saído da última consulta eleitoral, foi a de que Maduro não tinha a menor inten-ção de negociar um compromisso de regime com forças que lhe eram, certamente, hostis - mas que emergiam de eleições inatacavelmente constitucionais.

Segundo um princípio básico de mera sobrevivência política do próprio legado de Chávez, a rigidez ideológi-ca de Maduro é o prato menos conveniente para os estô-magos vazios dos venezuelanos. E mesmo sem referen-do, muitos já “votaram com os pés”, saindo.

Até Hugo Chávez compreenderia esse gesto, a bem do seu povo, a cuja sorte não era naturalmente indife-rente. Querer seguir cegamente Chávez, é capaz de ser a forma mais segura de o trair...

E Dilma não foi à festa...Como pode ser lida, politicamente, a esperada ausên-

cia de Dilma Rousseff das cerimónias dos Jogos Olímpi-cos do Rio, já que suspensa da função presidencial?

Como se pode ler o próprio processo no seu conjun-to, com seus actores de primeiro plano e suas vítimas, a mais importante não deixando de ser o próprio ideal de serviço público, único título de nobreza das funções políticas, para um Estado que se quer enraizado, institu-cionalizado, respeitado.

Tudo o que se vai sabendo (as novas acusações contra o ex-presidente Lula, por exemplo) é o culminar de um processo de clarificação e maior transparência no siste-ma político brasileiro ou, pelo contrário, a continuação da paisagem de pantanal que suspende o futuro, em vez de o construir?

A vida dos países, como a das pessoas, é feita de altos e baixos. De bom e de mau. De contentamento e crise. Não aproveitar as crises para renascer é ser, colectiva-mente, quase suicida.

Do Brasil triunfante dos BRIC ao Brasil politicamente enfermo do “impeachment” a Dilma, é o mesmo Brasil que se perfila, com a força e energia e a imaginação de quem sabe reinventar os amanhãs.

O ISIS na LíbiaMesmo inimigo, diferente cenário, mesmo combate.

Os americanos atacaram alvos do ISIS em Syrte, na Líbia.A presença, particularmente activa, do ISIS na Líbia,

representa uma ameaça acrescida para a Europa, dada a proximidade geográfica e a facilidade óbvia com que se podem mover guerrilheiros e equipamento para lança-rem ataques em solo europeu.

Mesmo que as chefias militares da União Europeia viessem provar o contrário, prevaleceria sempre na opi-nião pública o sentimento indiscutível de que proximi-dade equivale a maior ameaça.

Além de que a intervenção do grupo radical islâmico no processo interno líbio, comprometendo a sua norma-lização, não deixa de constituir um acrescido motivo de preocupação.

Alargando um pouco mais a perspectiva de análise, diria que o modo catastrófico como a Líbia evoluiu de-pois da morte do Coronel Kadafi representa um dos in-sucessos mais clamorosos da política europeia, no que se refere à sua vizinhança no Mediterrâneo.

Como foi possível que países dotados de uma ex-periente e qualificada presença diplomática, com a dos estados membros da UE, para não falar dos EUA, não tenham previsto o cocktail explosivo que se estava ali a formar? Mistério....

* Primeiro Cônsul-Geral de Portugal em Macau. Do-cente da Universidade de S. José.

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Terça-feira, 16 de Agosto de 201614 JTM | LAZER

• • • SOB OS HOLOFOTES

Liane Ferreira e Suzana Tôrres

Multiculturalidade atrai jovem aventureiraSem descurar os estudos e os livros, Lorenzo Han encontrou em Macau um exemplo de aprendizagem pela experiência. Considerando Macau “uma metrópole internacional”, onde culturas diferentes vivem em harmonia, admite aprender muito fora da sala de aula. Vir para a RAEM significou a descoberta de outros gostos, como o CrossFit e a área do turismo e hospitalidade, mas também mais oportunidades para se mostrar como cantora

Lorenzo Han aterrou em Macau há três anos. Veio estudar e en-controu uma experiência muito

além da vida universitária. Encontrou uma cidade multicultural que lhe en-sina mais do que vem nos livros.

“Macau é sem dúvida uma cidade tolerante. Pessoas de diferentes etnias e regiões vivem aqui juntas e em har-monia. Esta comunicação intercultu-ral dá-me muito conhecimento e ex-periência que não consigo aprender a partir dos livros”, disse Lorenzo Han ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Para a estudante da Universida-de de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM), o território dá-lhe “muitas oportunidades e plataformas de comu-nicação raras na China Continental”. O sistema educacional é muito diferente e existem inúmeras situações em con-texto internacional que lhe “permitem abrir os horizontes e motivam a conhe-cer pessoas extraordinárias” para que se possa transformar numa delas.

A decisão de vir para Macau resul-tou quase de uma operação matemáti-ca, pois queria um local multicultural para estudar, mas não um sítio longe de casa. E aí surgiu a UCTM, uma “surpresa e bênção”.

Antes disso, Lorenzo Han tomou uma opção que muitos adolescentes chineses poderão não compreender. No ensino secundário, pôde partici-par num programa especial da sua escola, em Wuhan, que lhe permitia fazer os testes de admissão das me-lhores universidades chinesas sem ter de passar pelo temido Gaokao, o exa-me nacional de acesso universitário, mas rejeitou a oportunidade, apesar de ter passado nos testes.

“Ansiava pelo programa especial, porque podia descansar e divertir--me se não tivesse de preparar para o Gaokao, mas de repente percebi que estava errada. Tenho vergonha de ter pensado dessa maneira, de ter fugido das coisas que pensava serem difíceis e de receber o que não mereço, porque mesmo eu sabia que era pura sorte”, contou. Assim, estudou para o Gaokao e, juntamente com o desejo de manter a independência, veio para Macau.

Confessando que se sente “sur-preendentemente confortável a viver nesta metrópole internacional e multi-cultural”, Lorenzo Han considera que tal também se deve à atmosfera aberta

em que foi criada pelos pais. É com carinho e gratidão que fala

dos pais, admitindo que por ser filha única é o centro das atenções familia-res. “O meu pai não é o tradicional pai chinês. Não é rígido ou frio, é sempre amigável e tem um sorriso na cara. Sempre que estava triste e chateada, cantava-me músicas e fazia truques que gostava quando era criança”, re-corda Lorenzo Han, acrescentando que o progenitor vê tudo numa pers-pectiva positiva e é sempre energético.

Da mãe destaca a beleza interior e exterior, que as faz parecerem irmãs, ao invés de mãe e filha. Na realidade, é o exemplo que segue e a pessoa que

gostaria de se tornar. Quando chegou à universidade,

Lorenzo Han pretendia estudar ges-tão empresarial, no entanto por gostar de Macau o seu interesse alterou-se e mudou para a faculdade de hospita-lidade e turismo, “o sector mais pro-missor” do território.

Este é um novo desafio, porque terá de recomeçar os estudos desde o zero, quando os colegas têm já um ano na “bagagem”. “Sou um tipo de pessoa que gosta de obstáculos, aven-turas e coisas novas”, afirmou, subli-nhando que tem aproveitado tanto a vida dentro da sala de aula como fora dela, sem negligenciar os estudos, fac-to suportado pelas bolsas de mérito da escola e da Fundação Henry Fok.

No território descobriu o seu hobby favorito: “CrossFit”. “Na comunidade do CrossFit, motivamo-nos e puxamos uns aos outros para sermos mais fortes e mais saudáveis. Vejo suor, sangue, pesos, família e amigos”, afirmou a estudante, salientando que a moda-lidade passou a ser uma parte muito importante da sua vida.

Mas esta não é a sua única paixão além dos estudos - cantar também en-che os seus dias. “Tenho ganho muita experiência de palco, porque o director da equipa de canto leva-me a diversas actividades. Ganhei alguns prémios em concursos de canto e por isso o rei-tor deixa-me actuar em cerimónias da faculdade e da universidade”, disse.

Para o futuro, espera viajar acom-panhada pela sua guitarra. “Quero cantar em todos os lugares a que for e deixar as pessoas confortáveis quan-do ouvem a minha voz”, declarou, re-ferindo que não quer ser apenas uma cantora amadora, mas aprender mais a fundo sobre a área e escrever músi-cas para os seus entes queridos.

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LORE

NZO

HAN

• • • ROTEIRO

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Di-ferido) 14:45 RTPi Directo 17:30 Liga Nos 2016/2017: Sporting - Marítimo (Repetição) 19:00 Dupla Identi-dade (Ojos sin Culpa) - Repetição 19:50 Água de Mar 20:30 Telejornal 21:00 Portuguese In California 21:30 Era Uma Vez Sr.1 22:10 Dupla Identidade (Ojos sin Culpa) 23:00 TDM News 23:30 Filhos da Nação 00:05 Telejornal (Repetição) 00:40 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 DFL Supercup 2016 Dortmund vs Bayern 14:00 Bundesliga 2015-16 Frankfurt vs Mon-chengladbach 15:00 UFC 200 Greatest Fighters of All Time 16:00 Ultimate Knockouts 17:00 UFC Unleashed 18:00 Bundesliga 2015-16 Bayern vs Koln 19:00 DFL Supercup 2016 Dortmund vs Bayern 20:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:30 Dutch Eredivisie 2016-17 Weekly Highlights 21:30 Bundesliga 2015-16 Leverkusen vs Stut-tgart 22:30 FOX SPORTS Central

31 FOX SPORTS 212:30 Modern Pentathlon World Cup 14:30 ITU World

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866Clube Militar de Macau 28 714 000ANIMA 28 715 732

• • • CÂMBIOS - Info BNUPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.93 8.03EURO 8.85 8.96YUAN (RPC) 1.190 1.213A programação é da responsabilidade das estações emissoras

CINETEATROS2 The BFG14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

S3 The Shallows21:30

TORRE DE MACAUSuicide Squad (3D)14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

GALAXYIce Age 5 : Collision Course (3D)15:45

Jason Bourne (3D)14:40 • 18:25 • 19:00

Finding Dory (3D)17:00

The Shallows17:35

Suicide Squad (3D)13:40 • 15:20 • 16:00 • 18:20 • 20:40 • 23:55

The BFG (3D)13:30 • 14:15 • 16:30 • 18:45 • 20:40

21:00FOX MOVIES

Poltergeist

Triathlon Series 2016 Hamburg 15:30 Ironman Cham-pionship 2016 Nice 16:00 World Rugby Seven Series 2015-16 19:00 Badminton Unlimited 19:30 Asian Tour 2016 Highlights King’s Cup 20:30 MLB Express Kansas City Royals vs Detroit Tigers 21:00 2016 AFC Champions League Gamba Osaka vs Shanghai SIPG 22:00 2016 AFC Champions League Shanghai SIPG vs Melbourne Victory 23:00 Badminton Unlimited

40 FOX MOVIES10:20 Pirates Of The Caribbean 13:10 Cymbeline 14:55 Diary Of A Wimpy Kid 16:40 2012 19:20 Pay The Ghost 21:00 Poltergeist 22:40 The Possession Of Michael King 00:10 Pirates Of The Caribbean

41 HBO13:00 Into The Storm 14:30 Lords Of Dogtown 16:15 Nowhere To Run 17:50 The Spiderwick Chro-nicles 19:30 Ray 22:00 Trainwreck 00:05 Skin Trade

51 DISCOVERY CHANNEL12:40 World’s Top 5 13:30 Kindig Customs 14:20 How Do They Do It? 14:45 How It’s Made 15:10 Futureweapons 3 16:00 Magic Of Science 16:50 Treehouse Masters 17:40 How Do They Do It? 18:05 How It’s Made 18:30 FutureWeapons 3 19:20 World’s Top 5 20:10 Kindig Customs 21:00 Dual Survival 21:50 The Island With Bear Grylls 22:40 Naked And Afraid 23:30 Kindig Customs 00:20 Curse Of The Frozen Gold

54 HISTORY13:00 Alone 14:00 Ride N’ Seek Philippines With Jaime Dempsey 15:00 Counting Cars 16:00 Lost In Transmis-sion 17:00 Pawn Stars 18:00 The Curse Of Oak Island 19:00 Alone 20:00 Kings Of Restoration 21:00 Storage Wars: Texas 21:30 Storage Wars: Canada 22:00 The Pickers 23:00 Forged In Fire 00:00 Storage Wars: Texas

62 AXN12:55 Csi: Cyber 13:50 The Voice 15:30 Blue Bloods 16:25 The Amazing Race 17:20 American Ninja Warrior 18:15 Ncis: Los Angeles 7 19:10 Hawaii Five-0 20:05 Cyril:Simply Magic 21:05 Battlebots 22:00 Csi: Crime Scene Investigation 22:55 Hawaii Five-0 23:50 Csi: Crime Scene Investigation 00:45 Battlebots

82 RTPI13:30 Manchetes 3 14:01 Pela Sua Saúde 14:26 Des-tino: Portugal 14:52 Portugueses Pelo Mundo 15:36 Retroescavadora 15:53 O Preço Certo 16:44 Hora dos Portugueses - 2016 Best Offs (Diários) 17:00 3 às 10 17:30 O Nosso Fado Hoje é do Mundo - Miguel Rebelo 19:03 Os Nossos Dias 19:46 Hora dos Portugueses - 2016 Best Offs (Diários) 20:00 Jornal da Tarde 21:00 Escrito Na Pedra 21:27 Cozinha Com Amor 21:44 Golo RTP - Int. 23:44 Retroescavadora 23:59 Os Nossos Dias 00:46 Hora dos Portugueses - 2016 Best Offs (Diários) 01:00 Portugal em Directo 02:09 O Preço Certo 03:00 Telejornal

• • • TELEFONES ÚTEIS

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Terça-feira, 16 de Agosto de 2016 JTM | LAZER 15

• • • E AINDA

Thomas Gibson suspenso de “Criminal Minds” por agressãoThomas Gibson foi suspenso da série “Criminal Minds”, da CBS, por ter pontapeado um dos escritores que estava em estúdio durante as gravações. O actor, que dá vida a Aaron “Hotch” Hotchner, estava a representar e a coordenar as filmagens quando se envolveu numa discussão de cariz “criativo” com o escritor. Segundo o site TMZ, Gibson enervou-se durante a discussão e deu um pontapé ao membro da equipa.

Isabeli Fontana casou-se nas Ilhas MaldivasA modelo Isabeli Fontana casou-se com Di Ferrero, vocalista do grupo NX Zero, numa praia das Ilhas Maldivas. Juntos desde Dezembro de 2013 oficializaram a relação com uma cerimónia romântica num “resort” de luxo, na companhia de alguns familiares e amigos íntimos. Descalça, tal como o noivo, a modelo usou um vestido com mais de 10 mil cristais Swarovski e enfeitou o cabelo com orquídeas de porcelana.

Bar Refaeli já é mãeA modelo israelita Bar Refaeli deu à luz uma menina num hospital de Tel Aviv, informou o site de notícias “Walla”. A bebé, que se chama Liv, nasceu com um peso de 3,18 quilos. Trata-se da primeira filha da modelo e do marido, o empresário israelita Adi Ezra, com quem Bar Refaeli se casou no ano passado numa grande festa que provocou muitas críticas.

• • • TELEVISÃO

As mil e uma caras de Maslany

Talvez seja o maior número de personagens interpre-tadas pela mesma actriz

numa única produção. Televisi-va e cinematográfica. Em “Or-phan Black”, Tatiana Maslany, canadiana, 30 anos, é Sarah, Eli-zabeth, Cosima, Alison e Hele-na, mas também é Rachel, Tony, Jennifer, Katja, Janika, Aryanna, Danielle Fournier e Krystal. Não são poucas as vezes em que apa-recem juntas no ecrã. A versati-lidade que apresenta nesta série da BBC América exibida pela Netflix e pelo MOV valeu-lhe críticas como “desempenho de nível olímpico” pelo The Guar-dian e “inacreditável” pelo The New York Times (NYT).

“Uma vez, a mãe dela [Re-nate] estava nos bastidores das filmagens e perguntou [no mo-mento em que Maslany grava-va] quando é que a filha voltava ao set”, escreve Lili Loofbourow no NYT. “Stephen Lynch, o di-rector de caracterização, contou--me que é costume pergunta-rem-lhe que próteses costuma colocar no nariz de cada uma das [pelo menos 13] persona-gens interpretadas pela actriz. A resposta: nenhuma”, acrescenta

a mesma jornalista.As diversas caras de Tatia-

na Maslany, nascida na cidade de Regina, deram-lhe uma no-meação para os Emmys deste ano. É a sua segunda e o resul-tado saber-se-á na gala que se vai realizar em Los Angeles a 8 de Setembro, cerca de duas semanas antes de a artista cele-brar 31 anos.

Nova esperança para os fãs da história de ficção científi-ca que se levantaram contra a Academia de Televisão, Artes e Ciências por não lhe terem en-tregado a estatueta em 2015: foi Viola Davis que o ganhou pelo seu desempenho em “How to Get Away with Murder”.

“Nunca acompanhei as en-tregas de prémios – nunca me senti fascinada com este lado da indústria –, por isso é sempre um pouco estranho para mim.

Mas ter os fãs preocupados é muito bom. Fiquei satisfeita por não ter de subir ao palco em frente àquelas pessoas todas. Gaby Hoffmann [de “Girls”] es-tava mesmo à minha frente, o Je-ffrey Tambor [de “Transparent”] também estava ali ao lado...”, re-cordou Maslany em entrevista à revista Elle.

A actriz estreou-se aos 15 anos na representação com a série “Incredible Story Studio”, que mostrava histórias escritas por crianças. O passo seguinte foi 2030 CE, de 2002, a sua se-gunda série de televisão e aque-la que lhe deu um primeiro pré-mio: o de melhor actriz principal nos “Blizzard Awards”. Filha de um marceneiro e de uma tradu-tora, tem ascendência austríaca, alemã, polaca, romana e ucra-niana. A paixão pela represen-tação começou na escola, onde

frequentava o grupo de teatro. E onde dançava. “Actuar fez sem-pre parte de quem eu sou. Não sei se gosto das reacções que re-cebo ou se gosto de ter uma au-diência. Sei que algo em mim me leva a querer fazê-lo.” Acabaria por dedicar dez anos da sua vida ao teatro de improviso.

Fã da sitcom animada norte--americana de ficção científica Futurama, de Matt Groening, diz ter crescido a ver a série “Star Trek” original (dos anos 1960) e afirma que foi Gena Rowlands no filme de 1974 “A Woman Un-der the Influence” quem a inspi-rou para “Orphan Black”.

“Trabalhar com alguém como a Tatiana, que para mim é uma das melhores actrizes da sua geração, foi emocionante”, disse Tom Cullen. Os dois co-nheceram-se quando estiveram a filmar a minissérie da BBC

“World Without End”. Foi em 2011 e a relação passou para o plano romântico. Estão juntos desde então e voltaram a traba-lhar, já enquanto casal, no filme canadiano “The Other Half”. “É muito divertido trabalhar com pessoas que são melhores do que nós. E a Tatiana é, além dis-so, a minha melhor amiga”, re-feriu o actor sobre a experiência.

Sobre o futuro de “Orphan Black”, cuja 5.ª temporada está assegurada e chega aos ecrãs em 2017, sente-se orgulhosa. E entusiasmada. Quando lhe per-guntam o que pensa da intro-dução de mais personagens na série, sorri. “Claro que é muito trabalhoso, mas é sempre diver-tido. Foi por isso que aceitei este trabalho. Adoro explorar estas personagem. Estou sempre fe-liz. Assustada, mas feliz”, res-ponde. * JTM/DN

Tatiana Maslany é uma das nomeadas para os prémios de TV deste ano. A actriz canadiana de 30 anos de “Orphan Black” desvaloriza

Ana Filipe Silveira*

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16 JTM | ÚLTIMA Terça-feira, 16 de Agosto de 2016 • Fecho da Edição • 00:00 horas

Faleceu Lages Ribeiro, antigo secretário-adjunto Henrique Manuel Lages Ribeiro, antigo secretário--adjunto da Administra-ção de Macau liderada por Rocha Vieira, faleceu na noite de sábado para domingo em Lisboa, aos 82 anos de idade, noticiou ontem a Rádio Macau. Entre 1991 e 1996, o bri-gadeiro Lages Ribeiro foi o responsável pela tutela da Segurança em Macau, exercendo funções com competência amplamente reconhecida. Militar de carreira, foi também comandante da Polícia de Segu-rança Pública, em 1963. O funeral realizou-se ontem.

Costa acusa Passos de anunciardesgraças que não se concretizamO primeiro-ministro acusou ontem o líder do PSD de anunciar desgraças que não se concretizam, numa reacção ao discurso de Pedro Passos Coelho que disse que a solução de Governo “está esgotada”

Tinha esperança que as férias tivessem dado ao dr Passos Coelho alguma imaginação para não continuar a reservar-se ao papel, que é um pa-

pel que não é saudável para o país, que é o de estar sempre a anunciar a desgraça que vem aí na semana a seguir e que felizmente, graças ao grande esforço que tem sido feito em particular pelos nossos empresários e trabalhadores, não tem correspondido a essa realida-de”, disse António Costa.

António Costa acusou ainda o líder do principal partido da oposição de ter um discurso de “vira o disco e toca o mesmo” e de não valorizar os aspectos positivos como o facto de ter conseguido “resolver a bem o processo de sanções aberto pela União Europeia contra o Governo de Passos Coelho”.

Costa destacou ainda os números de emprego que “dão conta da mais baixa taxa de emprego em anos”, adiantando ainda que o país está a inverter um ciclo de desaceleração da economia e vai cumprir as metas orçamentais para este ano.

“Eu por mim ancoro-me naquilo que são os núme-ros da expectativa relativamente ao investimento que o Instituto Nacional de Estatística tem apresentado, no esforço que estamos a fazer para recuperar os dois anos de atraso que existiram na execução dos fundos comunitários (…) e naquilo que é o reforço da confian-ça que, quer os consumidores, quer os empresários do sector industrial e da construção têm vindo a revelar no futuro do nosso país”, disse o Primeiro-Ministro.

Costa defendeu ainda que é preciso apostar “no sentido de confiança no futuro”, considerando que “é isso que é essencial” para dar solidez à “inversão da

trajetória económica depois de quatro anos de auste-ridade que fizeram o país recuar décadas em matéria de investimento, de emprego e criação de riqueza”. “Agora é a altura de reconstruir do país. É isso que estamos a fazer”, vincou.

Nelson Évora na final do triplo salto no Rio2016O saltador por-tuguês Nelson Évora, campeão olímpico em P e q u i m 2 0 0 8 , apurou-se on-tem para a final do triplo salto dos Jogos Olím-picos Rio2016. Nelson Évora conseguiu a marca de 16,99 metros, que lhe permitiu superar a fas-quia de qualificação (16,95) e, consequentemente, pas-sar directamente à final. O atleta português regressa assim a uma final olímpica oito anos depois, após ter falhado Londres2012 por lesão.