Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de...

43
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra fÉv|xwtwx wt \ÇyÉÜÅt†ûÉ Fontes de Informação Sociológica Sónia Guiomar Coimbra, 2006

Transcript of Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de...

Page 1: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

fÉv|xwtwx wt \ÇyÉÜÅt†ûÉ Fontes de Informação Sociológica

Sónia Guiomar

Coimbra, 2006

Page 2: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

__________________________________________________________________________________________

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, do segundo ano do curso de Sociologia, leccionada pelo Doutor Paulo Peixoto.

Sociedade da Informação

Autora do trabalho: Sónia Guiomar

Aluna nº: 20050792 Dezembro de 2006

Imagem da capa retirada de:

http://www.unb.br/fa

Page 3: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

˝Çw|vx

1. Introdução ................................................................................................................... 1 2.1. O emergir da Sociedade da Informação e a sua influência na Sociedade ............. 3 2.2. A criança e as novas tecnologias, em especial a Internet e a TV .......................... 6

2.2.1. O caso da Internet ........................................................................................... 6 2.2.2. O caso da televisão ......................................................................................... 8 22..22..22..11.. OOss ddeesseennhhooss aanniimmaaddooss................................................................................. 9 22..22..22..22.. OO iimmppaaccttoo ddaass cceennaass vviioolleennttaass................................................................... 12 22..22..22..33.. AA iimmiittaaççããoo ................................................................................................. 13

2.3. As tecnologias da informação e da comunicação na economia Portuguesa........ 16 2.4. Breve referência às TIC como meio de poder e desinformação.......................... 18

3. Descrição pormenorizada do processo de pesquisa............................................... 19 4. Ficha de leitura ......................................................................................................... 21 5. Avaliação de uma página da Internet ..................................................................... 33 6. Conclusão .................................................................................................................. 35 7. Referências bibliográficas........................................................................................ 36

Anexos Anexo I – Página da Internet avaliada Anexo II – Capítulo “Comunicar” do livro, Sociedade da Informação, balanço e implicações de Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio, 2004 (orgs.). AnexoIII – Principais Indicadores estatístios 1995-2001, Portugal do Observatório das Ciências e das tecnologias (Ministério da Ciência e da Tecnologia)

Page 4: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 1

1. Introdução

O trabalho que a seguir apresento realiza-se no âmbito da cadeira de Fontes de

Informação Sociológica e tem como tema a Sociedade da Informação.

Devo confessar o quanto é vasto e complexo o tema que escolhi e por esta razão muita

coisa fica ainda por dizer e explorar.

A estrutura do meu trabalho é apresentada sob três dimensões, em que se interligam

umas com as outras.

Numa primeira fase, refiro-me à emergência da Sociedade da Informação e à sua

influência na sociedade, apresentando indicadores estatísticos do Ministério da Ciência

e da Tecnologia.

Numa segunda fase analiso a influência das TIC na vida da criança, com principal

incidência para a Internet e para a televisão, dentro desta, os desenhos animados, as

cenas violentas e a imitação que podem afectar a criança psicologica e socialmente.

No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas

explicarei esta afirmação no decorrer do meu trabalho.

As tecnologias da Informação e da Comunicação na economia Portuguesa são a terceira

fase do meu trabalho. Mostro o relacionamento da economia com a política e esta com a

sociedade.

Por último, refiro-me às TIC como meio de poder e desinformação numa sociedade

ocidental industrializada.

Numa outra etapa também importante do trabalho, concentro-me na descrição

pormenorizada do processo de pesquisa, na ficha de leitura feita a partir da análise do

capítulo “Comunicar” da obra Sociedade da Informação de que Luís Borges Gouveia e

Sofia Gaio são organizadores. Por fim, avalio a página da Internet da Comissão

Nacional da UNESCO. Http://WWW.UNESCO.PT

Devido à complexidade do tema abordado e às limitações temporais, optei por fazer

uma pesquisa sobretudo centrada em livros e revistas científicas, assumindo a Internet

apenas um recurso complementar.

Page 5: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 2

1. Estado das artes A massificação das tecnologias da Comunicação e da Informação junto das populações

é inquivocamente uma aposta central dos governos ocidentais, enquanto bens de

consumo e ícones do bem-estar material característico do modo de vida das sociedades

industrializadas.

O computador, a internet, o telemóvel, apresentam-se como instrumentos da emergência

de uma Sociedade da informação e do conhecimento.

Page 6: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 3

2.1. O emergir da Sociedade da Informação e a sua influência na

Sociedade

Ao longo dos tempos o ser humano foi confrontado com desafios “à sua forma de viver”

e de estar no Mundo. Um conjunto de factores o motivou para tal, como é o caso de

factores políticos, económicos, sociais e até mesmo tecnológicos.

Só as grandes elites possuiam o privilégio de aceder a tal tecnologia.“A informação tende a

gerar o desejo de mais informação, tal como o conhecimento gera o desejo de mais conhecimento”

(Matos, 2004:131).

Na última década do século xx, a rápida evolução tecnológica foi criadora de ameaças e

oportunidades “a todos os profissionais, aos chamados trabalhadores do conhecimento”;

fala-se mesmo numa revolução (Matos, 2004:131).

A passagem do modo de desenvolvimento industrial, para o modo de desenvolvimento

informacional, radica na contrariedade da informação e do conhecimento enquanto

fontes primordiais da produtividade, enquanto matéria-prima, tecnologia e produto

final. Enquanto o industrialismo prossegue ao crescimento económico pela

maximização do produto, o informacionalismo está orientado para o desenvolvimento

tecnológico.

Com o aparecimento das novas tecnologias, estas começaram a servir as empresas, mas

com o passar do tempo, passaram a ser disfrutadas por qualquer cidadão e não somente

por empresas que até aqui tinham o “poder”.

O avanço destas novas tecnologias da informação e comunicação, contribuiram para

diminuir as distâncias, proporcionando “o nascimento de uma economia global” (Matos,

2004: 132). Tudo isto levou o seu tempo, mas não tanto quanto se possa pensar, pois

num curto espaço de tempo a comunicação entre as pessoas, o transmitir de

conhecimento fez-se a uma velocidade estrondosa. Estamos a entrar na Sociedade da

Informação, em que a evolução tecnológica “permitiu uma democratização e a sua mais

rápida disseminação” (Matos, 2004: 132).

Page 7: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 4

Esta nova Sociedade da Informação, torna-se num desafio para todos os profissionais,

como tal para o Sociólogo, o verdadeiro desafio é transformar a quantidade de

informação em conhecimento, o que nem sempre é facil pois para muita gente essa é

uma realidade ainda muito distante. Devemos também ter um sentido crítico e

“discutir”.

De cada vez que a Sociedade da Informação avança há uma parte da população que fica

para trás, ela é criadora de desigualdades. Apesar destas desigualdades julgo

interessante referir aqui que a Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação

(FDTI) “ irá promover na próxima quinta-feira, dia 21 de Dezembro, a assinatura de um protocolo de

cooperação entre várias associações e entidades de apoio a cidadãos com necessidades

especiais”. O termo informação nem sempre é informação, o que devemos fazer enquanto

Sociológos é analisar/testar a viabilidade e credibilidade da mesma. É considerada

informação quando se transforma em conhecimento.

O nada, pode ser fonte de informação, esta tem um valor económico muito importante.

A informação é o petróleo cinzento das nossas economias, ou seja é do qual as nossas

economias dependem.

Como é referido por Lyon (1992) a conjugação da informática com as telecomunicações

prenuncia o início de uma nova época de prosperidade e mais qualidade na obtenção da

informação.

É complexo o conceito de Sociedade da Informação, contudo posso dizer que a esta

estão agregados motivos sociais, políticos e económicos. Há autores que defendem, que

a Sociedade da Informação “está a desenvolver-se no contexto do pós-industrialismo”

(Lyon, 1992). Uma questão é levantada por Lyon; Será que as mudanças tecnológicas e as

novas tendências no domínio das qualificações educacionais e profissionais poderão levar a novos

alinhamentos de classes?

De facto, o uso das tecnologias da informação na educação, significa que há cada vez

mais relacionamentos sociais mediados por máquinas. “Não é tanto no sentido da

relação homem-máquina que a questão é relevante para uma ponderação das

capacidades democratizadoras da internet, mas da interacção social propriamente dita

que pode ser facilitada, incentivada ou aprofundada com o uso de determinadas

ferramentas informáticas da internet” (Esteves, 2003).

Page 8: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 5

Os indicadores estatísticos entre o període de 1995 e 2001 (Anexo III) apresentam a

utilização das tecnologias da informação e da comunicação na população Portuguesa.

Assim, podemos verificar a evolução da percentagem de utilizadores de computador

entre 1996 e 2001; verificamos a evolução dos utilizadores de computador por nível de

escolaridade entre 2000 e 2001; podemos constatar também, a evolução dos

utilizadores de computador por escalão etário, no mesmo período de tempo. Ainda

entre 2000 e 2001, regista-se a evolução dos utilizadores de computador por condição

perante o trabalho, assim como a evolução da percentagem da posse de computador nas

famílias, entre 1997 e 2001. Entre 1996 e 2001, é de notar uma evolução da

percentagem de utiizadores da internet, assim como esta evolução por nível de

escolaridade entre 2000 e 2001.

Os últimos quadros, registam uma evolução dos utilizadores da internet por escalão

etário, entre 2000 e 2001; uma evolução dos utilizadores da internet por condição

perante o trabalho no mesmo período de tempo e por último é apresentado uma

evolução da posse de ligação à internet nas famílias em percentagem, entre 1999 e

2001.

Ainda de salientar, que comparando Portugal com a União Europeia, os nossos valores

encontram-se ainda muito reduzidos, sendo assim apenas 30.3% da população

portuguesa utiliza a Internet; cerca de 18.7% da população Portuguesa utiliza a internet

em casa; e 23.4% das famílias Portuguesas possuem ligação à internet.

Page 9: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 6

2.2 A criança e as novas tecnologias, em especial a Internet

e a TV

A utilização das tecnologias da informação e da comunicação, em meu ver, não se trata

de uma questão geracional, mas sobretudo de qualificação, uma vez que qualquer

pessoa tem acesso às novas tecnologias, mas nem todos têm qualificações para as

utilizar.

Esta utilização é natural em qualquer idade, incluindo para os mais velhos, sendo

explicada pelo nível de qualificação dos indivíduos e pela actividade profissional que

exercem.

O impacto causado pelas novas tecnologias da comunicação e informação no indivíduo,

é de facto enorme, principalmente nas crianças.

O computador, por exemplo é um símbolo da era industrial que agrada a pequenos e

graudos, sendo uma tecnologia defenidora que pelo seu impacto sobre certas relações,

ocupa um lugar especial no nosso meio cultural e social.

“A evolução do conhecimento faz-se hoje a um ritmo que rapidamente assegura a

desactualização das competências adquiridas”, assim torna-se necessário assegurar uma

formação ao longo da vida que seja medida em termos dos objectivos a atingir, e não

apenas do número de horas frequentadas. Para isso é preciso quadros qualificados, em

que os recusos humanos estejam aptos a desempenhar correctamente as suas funções.

Assim, estas crianças estão preparadas para o mercado de trabalho, que é hoje cada vez

mais exigente em relação às novas tecnologias de informação e comunicação.

2.2.1. O caso da Internet 

A internet constitui um importante meio de acesso à informação pela sua velocidade,

facilidade e capacidade de conexão aos mais variados documentos, informações e

conhecimentos.

Page 10: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 7

A questão da acessibilidade e da difusão do uso de computadores e da internet, são hoje

a nível nacional e internacional, considerados indicadores de avaliação da acção

política e dos desenvolvimentos da sociedade da informação.

A comunicação e a publicação de informação na Internet não são supervisionadas por

nenhuma entidade. A maior parte dos seus serviços encontra-se à disposição dos

utilizadores (entre eles, os mais jovens) sem qualquer restrição ou controlo.

Pensar que a Internet não encerra perigos ou que estes só afectam os outros é assumir

uma atitude distante e pouco informada. Por outro lado, adoptar visões alarmistas só

ajuda a ocultar a realidade.

Tomar consciência dos riscos, estar informado de como os prevenir ou minimizar,

orientar as actividades das crianças e adolescentes na Internet, podem ser as chaves para

garantir uma utilização em segurança.

Nos indicadores estatísticos de 1995 a 2001, regista-se uma evolução do número de

escolas ligadas à internet (valores estes, considerados entre 1997 e 2001). Em

Dezembro de 2001, temos uma percentagem máxima (100%) de escolas Básicas e

Secundárias, ligadas à internet.

O número de alunos por computador em 2001, é de 26 no Ensino Básico, 16 no Ensino

Secundário e de 19 no Ensino Escolar (ISCED 1+2+3). Também em 2001, o número de

alunos por computador, mas este ligado à internet é de 46 no Ensino Básico, 32 no

Ensino Secundário e de 34 no Ensino Escolar (ISCED 1+2+3).

Comparando estes resultados, com a União Europeia, constata-se que Portugal está bem

“classificado”, tanto nos resultados de 2000, como de 2001. Em relação ao número de

alunos por computador, também em 2001, Portugal apesenta um número

consideravelmente bom, sendo de 19%, perto dos 20% valor máximo, apresentado por

dois países.

Em relação ao número de alunos por computador ligado à internet, no mesmo ano, o

nosso país tem cerca de 34, enquanto o país com mais alunos ligados à internet

apresenta um valor de 53. O número de alunos por computador on-line e off-line em

2001, é perto de 40 no primeiro caso e perto de 20 no segundo, em Portugal. A Grécia,

bate o record de computadores on-line, estando em pé de igualdade com a Alemanha

em computadores off-line.

Page 11: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 8

O portal do Ministério da Justiça, http://www.mj.gov.pt/sections/home (2006), faz um alerta aos pais e educadores sobre os jovens e a internet.

“Relacionado com a matéria e porque é no seio da família que se poderão detectar precocemente e prevenir com maior eficácia comportamentos de que as crianças possam ser vitimas no uso e através da Internet, a Policia Judiciária aconselha os pais e educadores para determinados princípios e regras a ter em conta: O Computador não é o único nem o melhor amigo do seu filho; Os "amigos" on-line são, na realidade, completamente estranhos; Com o computador ligado à Internet podem-se praticar crimes em qualquer local do globo, bastando que haja do outro lado outro computador; Depois do encontro virtual segue-se o encontro físico (a título de exemplo, o recente assassinato das duas jovens em Inglaterra, foi precedido de conversação em Chat); Seria desejável que os seus filhos lhe comunicassem qualquer mensagem recebida de cariz insinuante, obscena, agressiva ou que sugira fins menos lícitos; Estabeleça limites horários na utilização da Internet; o uso excessivo da Internet no período da noite é indício e potenciador do problema; Garanta que os menores não divulguem on-line informação pessoal que as possam pôr em risco no mundo off-line; A Internet mal utilizada é espaço privilegiado para ofertas enganosas e aliciamento encoberto; lembre-os de que o bom e o fácil raramente andam juntos; Em caso de suspeita salvaguarde todos os elementos relativos à proveniência e conteúdo dos contactos; Esclarece-se que a Polícia Judiciária, como legalmente lhe compete, está disponível em qualquer circunstância ou momento, para prevenir, investigar, acompanhar e encontrar o devido encaminhamento para situações deste tipo.”

2.2.2. O caso da televisão 

Como nota Popper (1993), Bourdieu (1996) e Putnam (1995), fazem uma crítica à

televisão dizendo que esta “distorce a realidade e prejudica a estruturação social”. De

facto não deixa de ser curiosa tal citação, uma vez que se analisarmos de raíz, a

Page 12: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 9

televisão como meio de informação por vezes tem outros impactos sociais de cariz

problemático.

Digo isto porque infelizmente ainda há pessoas com a ideia de que tudo o que passa na

TV é que é bom e de grande benefício.

Nas crianças então, é algo que se interioriza e de certo modo condiciona-os para as

relações pessoais.

As crianças que vêem programas violentos têm tendência a tornarem-se agressivas

umas com as outras e até mesmo impondo-se aos adultos.

Steuer e outros, 1971; Josephson, 1987, fizeram um estudo laboratorial em relação a

este facto. Concluiram que, “o visionamento da TV diminui a predisposição para

investir na procura e compreensão de informação complexa; assim como o consumo de

contúdo frequente nos média têm efeitos anti-sociais e prejudicam o desenvolvimento

mental”. Se o visionamnto da TV influencia estes aspectos, então posso dizer que

também vai influenciar outros, como por exemplo, os desejos pessoais, as expectativas

em relação a algo, etc.

Como refere João Cruz, (2002) não é permitida a emissão de programas que incitem à

violência, à prática de crimes ou que, genericamente, violem os direitos, liberdades e

garantias fundamentais.

22..22..22..11  OOss  ddeesseennhhooss  aanniimmaaddooss  

Em geral, as crianças começam a ver Desenhos Animados aos dois anos. Aos 6,

aproximadamente, 90% das crianças já são clientes habituais da Televisão. Entre os 6 e

os 11 anos são as situation comedies (sit com) que vão conquistando os seus favores.

As crianças mais novas vêem os desenhos animados porque eles são "codificados" de

uma forma nítida, isto é, cada acção é sublinhada por efeitos sonoros particulares, que

visam ajudar a sua compreensão e captar a sua atenção. E, como a atenção das crianças

tem dificuldade em fixar-se, os códigos sonoros vêm ajudá-las a estar atentas.

Na maior parte do tempo, se a atenção das crianças tem dificuldade em fixar-se é

porque o conteúdo dos programas não lhes é totalmente compreensível. As crianças

captam apenas uma parte do que vêem. Não conseguem compreender as sequências

Page 13: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 10

longas; as motivações e intenções dos diferentes personagens escapam-lhes em parte.

Mas, sobretudo, não são capazes de fazer deduções nem de compreender o que está

implícito.

Quando assistem a cenas de violência, por exemplo, é provável que incluam à sua

maneira que "é o mais forte que tem razão". Em contrapartida, têm dificuldade em

compreender as mensagens mais subtis e em perceber que certas acções são mais

justificadas do que outras. Inversamente, compreendem sem dificuldade que se obtém o

que se pretende quando se detém o poder. Esta mensagem é ainda mais marcada nos

Desenhos Animados "de acção e de aventura", que substituíram os espectáculos

gravados em directo que, numa determinada época, constituíram os programas

destinados às crianças. Demonstrou-se amplamente que a quantidade de violência

presente nestes era consideravelmente mais elevada do que nos programas destinados a

adultos em horários de grande audiência. Um estudo recente revelou que havia, em

média, 25 actos de violência por hora nos programas infantis e apenas 5 nos programas

de grande audiência. Os desenhos animados "de acção e de aventura" relatam, de facto,

"questões de poder".

Influenciarão estes programas o comportamento das crianças? Centenas de pesquisas,

realizadas a partir dos anos 60 – estudos experimentais em pequenos grupos de crianças,

bem como vastas investigações efectuadas em meios diversos, utilizando técnicas muito

variadas -, convergem na conclusão de que as crianças que vêem muita Televisão são

mais agressivas do que as que vêem pouca. Os espectáculos violentos não afectam

apenas o seu comportamento, mas também as suas crenças e valores. Por exemplo, em

geral, as crianças que vêem muita Televisão temem mais a violência do mundo real.

Em contrapartida, outras ficam insensíveis a essa violência; choca-as menos e reagem a

ela com menor intensidade.

Por outro lado, os programas destinados às crianças apresentam os homens e as

mulheres em papéis estereotipados, acabando as crianças que estão habituadas a passar

horas em frente à Televisão por reproduzir esses esquemas.

Page 14: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 11

Existem alguns Desenhos Animados, cujos conteúdos são altamente violentos. Deste

tipo encontram-se o "Dragon Ball", o "Pokémon" e os "Power Rangers".

O Dragon Ball trata da história de uma personagem, o Songoku, que tem como missão

lutar contra os seres do mal, que pretendem invadir a Terra ou destruir outros planetas.

Esta personagem, bem como os seres do mal são dotados de força e possuem poderes

sobrenaturais.

Com esta afirmação, levanto uma pergunta muito simples e que toda a gente a

questiona. Se tais emissões não são permitidas, porque é que continua a passar na TV

Portuguesa programas infantis, como por exemplo o Sangoku, em que existe violência

nitida?!

De facto, é tudo uma questão política...

Na verdade, é difícil os operadores fazerem bons programas para crianças dissociados

de preocupações publicitárias, “os raros casos de sucesso (se é que é legitimo chamar a

estas situações, casos de sucesso) têm consistido em programas orientados para a

publicidade a brinquedos e não programas educativos, com preocupações culturais”

(Cruz, 2002).

Uma mensagem preocupante que a Televisão nos vende progressivamente é a de que a

violência é aceitável. A Televisão diz que a violência é trivial, lugar comum, de todos os

Page 15: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 12

dias, mundano. Faz parte da vida, é normal. É parte da nossa cultura moderna. E

também pode ser divertida (de uma forma doentia e irónica).

A Televisão é simplesmente a nossa maior influência. Muitos jovens praticaram

milhares de crimes representados na Televisão quando atingiram a idade de 18 anos.

Não é despropositado assumir, fazendo um balanço de probabilidade, que esta

preocupação com a violência está intimamente ligada a efeitos prejudiciais.

22..22..22..22..  OO  iimmppaaccttoo  ddaass  cceennaass  vviioolleennttaass  

As crianças imitam frequentemente as cenas violentas dos filmes

A violência na Televisão é enfeitiçadora e memorável. Uma cena que dura apenas

alguns segundos – transmitida numa pequena parte de um programa – pode ser

recordada a longo prazo mais do que qualquer outra cena da história. A violência possui

uma mensagem muito contagiosa e produz frequentemente um efeito directo.

As crianças imitam o que vêem. Elas transformam isso em jogos, magoando outras

crianças. A violência brutaliza. Torna as pessoas rudes e deprime os outros. O seu

impacto é aniquilador e corruptível. A violência na Televisão não é só agressão

infantil física ou verbal, tal como bater em alguém. Ela representa formas directas e

sérias de agressão. Por exemplo, disparar um revólver sobre alguém, atacar uma vítima

com um faca, atear fogo num edifício, cortar alguém com uma garrafa partida são cenas

drásticas produzidas para dar efeitos visuais.

A arma de fogo é um dos instrumentos mais presentes nos filmes de violência.

Page 16: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 13

Alguns produtores de Televisão, directores de filmes, riem das preocupações acerca da

violência. Dizem: "É realista. Reflecte a realidade. É o que os espectadores querem. Não

precisa de ver isso, precisa? Pode sempre desligar o televisor".

Mas não se tem muita escolha, principalmente quando estas cenas não são esperadas.

Não se compra um televisor para mantê-lo desligado. Não se pode "desligar" a mente ou

abster-se de algo desagradável que está a ser transmitido a cada momento. Os pais não

podem estar presentes a todo o instante para assistir com as crianças aos programas

infantis durante as horas que elas dispõem, nem devem.

22..22..22..33..  AA  iimmiittaaççããoo  

Inúmeros estudos e investigações têm sido realizados sobre o problema dos efeitos das

mensagens violentas pelos mass media, particularmente a Televisão, sobre as crianças.

Na realidade, as crianças fazem parte do público mais assíduo dos programas televisivos

onde, tantas vezes, são projectados filmes que tomam a violência como um lugar

comum. Se analisarmos essas cenas de violência, física ou moral, veiculada pelos

filmes, em emissões televisivas e notícias jornalísticas, bem como o tempo médio que

as crianças consagram a esses espectáculos, poder-se-á concluir que estas sofrem a

influência da violência difundida nas mensagens.

A Televisão constitui um objecto de culto para as crianças. Está cada vez mais a

substituir o papel dos pais. É uma espécie de "babysitter" electrónica que desperta a

atenção da criança, acalmando a sua impaciência e irritabilidade.

Page 17: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 14

A questão fundamental que se põe a partir desta realidade é saber, afinal, se a violência

contida nas mensagens veiculadas pelos meios de comunicação social terá de facto um

efeito negativo no comportamento das crianças.

As crianças utilizam o televisor para se divertirem e não para se instruírem. À medida

que vão contactando com este poderoso aparelho, vão interiorizando modelos de

comportamento e mesmo valores que tendem a imitar. Este facto pode tornar-se

perigoso pelo simples facto de a criança não ver na Televisão o seu próprio mundo nem

mesmo uma representação real do mundo que a rodeia.

As crianças imitam muitas vezes cenas de violência que vêem na Televisão nos seus

jogos com resultados catastróficos. Vendo actos de agressão, as crianças aprendem a

ser agressivas das mais variadas formas, retirando conclusões sobre o facto de se ser

agressivo trazer recompensas. Crianças que vêem personagens de Televisão a

conseguirem o que querem através da violência estão mais aptas a imitar esses

comportamentos.

Pesquisas revelam que as crianças, principalmente aquelas que se encontram em

situação de "risco", têm desenvolvido patologias, tendo surgido diversos fenómenos

mórbidos tais como obesidade ou anorexia nervosa, actividade cerebral prejudicada,

problemas profundos na linguagem, impossibilidade de se deslocar no espaço real,

agressividade, alcoolismo, drogas. Os homicídios no meio escolar também estão

relacionados à Televisão.

Outras demonstram que o visionamento de programas violentos está relacionado com o

papel menos imaginativo e mais imitativo, no qual a criança simplesmente imita,

através de gestos, actos agressivos observados na Televisão. Além disso, muitas

produções dos media que regularmente retratam violência, também promovem

brinquedos baseados em programas, os quais encorajam as crianças a imitar e

reproduzir, nas suas brincadeiras, comportamentos vistos na Televisão ou nos filmes.

Nestas situações, o papel imaginativo e criativo das crianças é debilitado, roubando, por

isso, às crianças os benefícios de um desenvolvimento eficaz. A publicidade baseada em

brinquedos cria nas crianças um desejo insaciável de possuir este tipo de produtos. Estas

começam a acreditar que serão incapazes de brincar sem os suportes específicos vistos

na Televisão.

Page 18: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 15

Assim, no seu comportamento, as crianças imitam estas personagens reforçadas de

comportamentos agressivos e ensaiam as palavras destas, sem qualquer pensamento

criativo ou reflexivo. Crianças que observam repetidamente nos media comportamentos

violentos ou agressivos para resolver problemas tendem a ensaiar o que vêem e imitar

esses comportamentos em conflitos da vida real.

Em resumo, crianças que são espectadoras assíduas de violência nos media aprendem

que a agressão é um meio bem sucedido e aceitável para atingir fins e resolver

problemas; ficam menos aptas a beneficiar de desempenhos criativos e imaginativos

como meios naturais de exprimir sentimentos e tornam-se crianças mais irritadas.

A apresentação da violência pode provocar violência. Quanto mais frustrada ou

descontente se sente a criança quando assiste a actos de violência no écran, tanto mais

corre o risco de cometer um acto de agressão. As probabilidades aumentam se a

violência à qual assiste aparece como justificada, ou seja, se o "bom" ataca o "mau".

Quanto mais inesperada for a violência, tanto mais age sobre o espectador, sem o levar

necessariamente a um acto de agressão e quanto mais vezes a violência aparecer sob a

forma facilmente imitável, tanto mais incitará a imitação.

Page 19: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 16

2.3 As tecnologias da informação e da comunicação na economia

Portuguesa

As tecnologias da informação, são encaradas cada vez mais como um meio capaz de

possibilitar uma maior informação ao leitor, ou “uma maior descentralização das

tomadas de decisão” (Lyon, 1992).

Muitas vezes nem pensamos nas dimensões políticas e económicas que as tecnologias

da informação podem causar, mas na realidade existe um crescimento das oportunidades

de escolha. Tudo isto tem os seus custos, mas o relacionamento entre economia e

política é algo extremamente complexo. Assim, as ligações entre a actividade

governamental e os desenvolvimentos económico-tecnológicos são numerosos e

significativos.

A relação entre a política e os média, começou por ser uma “relação de

instrumentalização” destes por aquela. Os registos políticos e principalmente os estados

autoritários usavam os média (imprensa escrita, rádio, televisão, cinema) como

instrumento de propaganda.

Nas últimas décadas, nas sociedades democráticas o panorama transforma-se

profundamente com o extraordinário aumento da influência social e política dos média.

“A economia digital veio também acelerar o processo de globalização” (Matos, 2004).

A informação está hoje em qualquer parte do Mundo atenuando distâncias assim como

diferenças cultuais. As empresas de grande porte são as que mais benificiam com esta

evolução conseguindo criar marcas globais muitas vezes fatais para os concorrentes

locais.

Geralmente as questões relacionadas com os impactos do desenvolvimento das novas

tecnologias da comunicação e da informação sobre a economia, sobre os modos de vida,

conduziram à estrada da sociedade da informação.

Actualmente esta ideia de Sociedade da Informação popularizou-se, contendo um

significado positivo. As questões relativas à sociedade da Informação são hoje

simultaneamente um porblema político e sociológico. O campo da análise Sociológica

Page 20: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 17

dos processos de mudança associados à Sociedade da Informação é muito vasto, sugere

linhas de investigação sociológica centradas na identificação dos interesses envolvidos e

das relações de poder no controlo do desenvolvimento tecnológico.

Podemos verificar, através dos principais indicadores estatísticos 1995-2001, uma

evolução do número de empresas do sector das tecnologias da informação e da

comunicação face ao total das empresas, 1996-1999, também no mesmo período há uma

evolução do número de empresas no sector TIC.

Tmbém se pode verificar uma evolução no volume de negócios das empresas do sector

TIC face ao total de negócios (milhares de contos), ainda no mesmo período

considerado acima, regista-se uma evolução do número total de pessoal ao serviço no

sector TIC face ao total de pessoal ao serviço nas empresas.

A evolução do número de pessoal ao serviço no sector TIC, a evolução das

remunerações no sector TIC face ao total das remunerações (milhares de contos),

evolução das remunerações per-capita no sector TIC face ao total das remunerações per-

- capita (milhares de escudos), assim como a evolução do VAB no sector TIC face ao

VAB pm total (milhares de contos) entre 1996 e 1999, também está registado.

Por último, pode-se verificar a evolução do VAB pm per capita no sector TIC face ao

VAB per capita total (milhares de escudos), assim como, a evolução das vendas para

exportação no sector TIC face ao total das vendas para exportação (milhares de contos)

no mesmo período de tempo.

Estes dados referem-se expecificamente a Portugal.

Page 21: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 18

2.4. Breve referência às TIC como meio de poder e

desinformação

Como já se viu, os meios de comunicação social e a internet são agentes manipuladores,

exercendo o seu poder aos mais variados níveis. De certo modo os poderes manipulam o

nosso inconsciente, tanto pela desinformação como pela ocultação da verdade. Mas a

verdade, é que só é manipulado quem não tiver alguma sensibilidade, ou simplesmente

não quer ver a realidade das coisas.

Os profissionais dos média, como sendo os jornalistas, têm garantido uma certa

condição de poder quando lhes concedido o estatuto. Cabe aos mesmos um “controlo da

comunicação pública produzida” (Esteves, 2003). É de referir que mesmo assim a sua

margem de manobra é muito reduzida.

O poder, por vezes traz guerrilhas e destruições, o mesmo acontece com a informação

que passa por nós todos os dias e como diz Jean-Tacheau apud Volkoff, (2000).

“A guerra da informação consiste no uso ofensivo e defensivo da infomção e dos

sistemas de informação do adversário, enquanto as nossas informações e sistemas são

protegidos”. As verdadeiras acções de desinformação foram já lançadas pela internet,

algumas de cariz económico.

O que se entende então por desinformação?

Segundo Volkoff (2000), a desinformação é uma manipulação da opinião pública para

fins políticos através de informação trabalhada por processos ocultos.

“Existe uma manipulação da opinião pública através de uma informação elogiando os valores e os produtos; os fins são particularmente comerciais, mas também parcialmente políticos, domínios que, a patir de agora, estão indissoluvelmente misturados; os processos são, por defenição, ocultos...” (Volkoff, 2000).

Page 22: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 19

3. Descrição pormenorizada do processo de pesquisa Uma vez escolhido o tema para realizar o meu trabalho (Sociedade da Informação) e

após ter dado conhecimento do mesmo ao docente da cadeira, tentei concentrar-me na

realização de um índice provisório para me orientar, uma vez, e como já referi o tema

ser bastante complexo e vasto, o que podia provocar um desvio da minha parte na

procura de fontes para o realizar.

Assim procurei recorrer a fontes fiáveis, como é o caso de livros e revistas científicas,

sendo a Internet uma fonte simplesmente de auxílio.

Considerando esta, uma fonte com imenso ruido tentei pesquisar em sites que me

mostraram confiança, viabilidade e credibilidade, como é o caso do site referente à

Comissão Nacional da UNESCO – http://www.unesco.pt, aproveitanto este para o

analisar posteriormente.

Através do catálogo da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra pesquisei

sobre o tema Sociedade da Informação, utilizando como descritores de pesquisa:

Sociedade da Informação, Internet, desinformação, tecnologias da informação e

comunicação, havendo alguns livros que me chamaram a atenção. Na pesquisa por

“Sociedade da Informação” encontrei 3 livros que me pareceram bastante convidativos

para pesquisar. Sendo eles “Sociedade da Informação: balanço e implicações” de Luís

Borges Gouveia e Sofia Gaio (2004), de onde fiz a minha ficha de leitura e me foi

aconselhado pelo docente da cadeira Dr Paulo Peixoto. Este livro também me ajudou na

realização da estrutura do trabalho.

O livro “Sociedade da Informação: Principais Indicadores Estatísticos 1995-2001”, do

Observatório das Ciências e das Tecnologias e ainda “A sociedade da informação:

questões e ilusões

Pesquisando por desinformação, encontrei 3 livros mas só um me despertou a atenção, o

livro de Vladimir Volkoff, intitulado “Pequena história da desinformação: do cavalo de

Tróia à Internet” (2000),

Introdução ao estudo da comunicação de João Cardoso da Cruz (2002), o livro

“Ciências da comunicação: espaço público e democrático” de João Pissarra Esteves

(2003), o livro de David Lyon intitulado A Sociedade da Informação (1992), e

finalmente uma revista de Ciências Sociais que me ajudou no tratamento do tema em

Page 23: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 20

análise; Fonseca, José (2001), Sociologia: problemas e práticas, 35. Oeiras. Celta

Editora, foi a revista escolhida que se pode encontrar na Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra.

Os livros que seleccionei para a realização deste trabalho, mereceram a minha confiança

uma vez estarem disponíveis numa biblioteca da universitária e após analisar os seus

autores, verifiquei que a maior parte deles têm obras relacionadas com o tema aqui

abordado por mim.

O site da cadeira no qual o trabalho se insere, também me foi bastante útil, uma vez que

me uxiliou nas citações e referências bibliográficas,

http://www4.fe.uc.pt/fontes/citar.htm.

Posso dizer que recorri a um método de pesquisa simples e pouco exaustivo, devido à

quantidade de informação que podia retirar para a realização deste trabalho. Assim, e

como já tive oportunidade de referir, dediquei-me a fontes de informação que sabia

serem fiáveis e credíveis.

Não achei necessário, recorrer a uma pesquisa mais intensa uma vez que a informação

adquirida me satisfez para concretizar os objectivos do meu trabalho, quanto a mim,

interessante de tratar.

Em jeito de conclusão, posso dizer que o mais complexo deste trabalho foi a triagem de

informação em que sendo vasta alguma ficou para trás.

De qualquer maneira, creio estar a apresentar um trabalho de boa qualidade, fiável e

credivel dadas as suas fontes e o processo que levou à sua pesquisa.

Page 24: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 21

4. Ficha de leitura

Notas sobre os autores:

• Publicação, cerem Gouveia, Luis. (2006) Negócio Electrónico: conceitos e perspectivas de desenvolvimento. Livro I - Colecção Negócio Electrónico. Dezembro de 2006. SPI - Principia. ISBN: 972 8589 62 X.

2005

• Publicação, cerem Rurato, Paulo e Gouveia, Luis. (2005). Uma Reflexão sobre o Perfil dos Aprendentes Adultos no Ensino a Distância (EAD). Revista da Faculdade de Ciência e Tecnologia da UFP. Nº 2. Dezembro de 2005, pp 174-199. ISBN 972-8830-35-1. texto [ pdf (104KB)] e outros.

Sofia Gaio Sofia Gaio

Correio electrónico: [email protected]

Mestrado:

Autores: Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio (orgs.) Local onde se encontra: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Data de publicação: 2004

Local de edição: Porto

Editora: Edições Universidade Fernando Pessoa Título do capitulo: “Comunicar” Cota: 330.341 N.º de páginas: 191-236 Assunto: Sociedade da Informação Palavras-chave: Mudança de

paradigma; Jornalismo; Rádio digital; Espaços multimédia; E- marcas.

Data de leitura: 2 de Dezembro de 2006

Área científica: Sociologia

Sub área científica: Fontes de Informação Sociológica

Observações: A ficha de leitura correspondente a uma parte da publicação, Sociedade da Informação.

Page 25: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 22

- Marketing de Serviços

- Marketing Institucional

Licenciaturas

- Assessoria da Comunicação e Gestão de Meios

- Teoria da Comunicação e dos Media II

- Marketing e Relações Públicas

- Técnicas de Relações Públicas

Page 26: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 23

Resumo Sendo o capítulo analisado muito extenso e dividido em sub-capítulos de seguida refiro-me a cada um deles num breve resumo. O primeiro sub-capítulo, refere-se à mudança de paradigma da comunicação onde existe muitas interrogações e poucas respostas. Quase todas as áreas da actividade humana e social estão a ser afectadas. Ao longo desta primeira fase tento descrever as mudanças que podem ocorrer com o novo paradigma da comunicação. É analisado para além do formato em que os livros chegarão aos leitores, assim como a empresa E-INK. No segundo sub-capítulo discute-se o impacto da Internet na actividade profissional do jornalista, propondo uma resposta para a questão sobre o papel do jornalista face à Sociedade da Informação. O terceiro sub-capítulo refere-se às vantagens e desvantagens da nova tecnologia de emissões radiofónicas. De lembrar, que Portugal apresenta a mais completa ausência de estratégias para ter ouvintes para essas emissões. O quarto sub- capítulo refere-se as novas tecnologias da informação e da comunicação e à informática musical.. Estas são concebidas segundo estruturas de pensamento e de linguagem provenientes de outros domínios científicos. Por fim e não menos importante, este sub-capítulo pretende analisar o modo de comunicação introduzido pela Web, tentar alcançar uma visão aprofundada do conceito de e-marcas e analisar as consequências introduzidas ao nível da gestão de marca.

Page 27: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 24

Introdução Ao longo deste capítulo, irei abordar o tema da comunicação sobre cinco perspectivas diferentes.

1. Objecto ou função? O livro e o (s) formato (s) na mudança de paradigma da comunicação. “Na mudança de paradigma da comunicação que hoje vivemos, são muito mais as interrogações do que as respostas” (Carneiro, 2004));

2. A Internet e o novo papel do jornalista. O impacto da Internet na actividade profissional do jornalista é abordado por um conjunto de autores com diferentes posições sobre o tema;

3. Rádio digital – com emissores mas sem ouvintes em Portugal. As vantagens e inconvenientes da nova tecnologia de emissões radiofónicas, são apresentadas ao longo deste texto, em que “Portugal apresenta a mais completa ausência de estratégia para ter ouvintes para essas emissões” (Melo, 2004);

4. Tecnologia – arte – comunicação: convergências. “As novas tecnologias da informação e da comunicação e os diferentes sistemas informáticos permitem incorporar novos elementos no processo de criação” (Santana e Santana, 2004).

5. A marca na era digital. ”As marcas já não são o que eram…com a introdução da Internet, elas adquirem uma nova dinâmica e novos valores” (Gaspar, 2004).

Page 28: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 25

Desenvolvimento

Objecto ou Função? O livro e o (s) seu (s) Formato (s) na Mudança de Paradigma da Comunicação:

O livro ocupa um lugar bastante importante no paradigma da massificação.

Nesta transição de paradigma, as suas “edições de base” foram uma solução para que os

livros chegassem a um maior número de pessoas.

Hoje vivemos numa transição de paradigma em que são mais as interrogações que as

respostas. Tais interrogações são colocadas a “quase todas as áreas da actividade

humana e social”. O livro não é excepção.

Assim, J.A.Nunes Carneiro, o autor deste sub-capítulo, levanta algumas questões, tais

como:

- Será que Esther Dysson tem razão quando afirma que a verdadeira mudança só se concretizará quando surgir uma nova e completa geração (a «net generation»)? - Será que a relação (quase) íntima entre o leitor, o livro tradicional e a leitura será ultrapassável? Ou será que o leitor conseguirá aderir as novas fórmulas de leitura pelo ecrã e o hipertexto?

Apesar das inúmeras possibilidades tecnológicas à nossa disposição “a mudança global

de paradigma” está a ser feita muito lentamente.

“O designer do livro tradicional produzia apenas uma forma de disponibilização, aquela

que ele considerava a “melhor” para o leitor” (Cope apud Carneiro, 2004: 192).

O momento de transição é sempre, “um momento intenso e contraditório”, com imensas

dúvidas e incertezas. Existe cada vez mais a possibilidade de se concretizar “uma

mudança de paradigma”, mas para isso acontecer, é necessário que existam três

condições indispensáveis, “as condições culturais, tecnológicas e comerciais” (Cope

apud Carneiro, 2004: 193).

A primeira surge não como um factor determinante em relação ao livro tradicional, mas

sim como uma possibilidade.

Cope citado por Carneiro, faz referência a dois exemplos apesar da “estabilidade desta

definição a tecnologia do livro tradicional não foi estática”. O primeiro exemplo,

aumento significativo e grande “impacto comercial e cultural “do crescimento das”

edições em formato paperback”. O segundo exemplo é tornar o “ISBN como um código

universal de referência comercial e de catalogação”. (Cope apud Carneiro, 2004: 194)

Page 29: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 26

O mesmo autor, refere três sinais “para a resistência do livro tradicional” e acrescenta

que,

“A história dos meios de comunicação diz-nos que os novos meios frequentemente não substituem os antigos. Quando muito. Redefinem os seus objectivos e as suas funções...até contribuem para a extensão do alcance e do poder dos antigos meios”.

Para Cope “um livro não é um produto. É uma arquitectura de informação”.

Um outro autor citado por Nunes Carneiro é Kerckhove. O mesmo refere “três

razões para que uma determinada tecnologia não se imponha completamente:

tecno-lag, tecnofetichismo e tecnopsicologia.

Carneiro refere que a empresa E-INK, apresenta uma solução tecnologicamente

muito evoluída e cujos resultados em termos de interface com o leitor se aproxima

significativamente da nossa actual experiência de leitura de texto impresso em

papel.

“A E-INK tem ainda apostado em desenvolver uma solução com baixo consumo

de energia para aumentar a autonomia de leitura.”

A E-INK “parece ser muito interessante”, visto a sua semelhança com “o livro

tradicional”.

A Internet e o novo papel do jornalista:

A Internet para além de estar a criar novas formas de jornalismo, está também a criar

novos jornalistas.

Diversos autores como por exemplo, Arturo Merayo Pérez; Doug Millison; Concha

Edo; Carl Senssions STEPP; Ruth Gersh; Martin; Christopher Harper; Eric Meyer;

J.D.Lasica; Furio Colombo; Leah Gentry; Lizy Zamora, apresentam a sua posição em

relação ao impacto da Internet na actividade profissional dos jornalistas. Uns são mais

críticos do que outros.

Uma pergunta é deixada no ar. O jornalismo estará no fim?

O jornalismo é de certa forma posto em causa.

Segundo Doug Millison citado por Aroso (2004: 203), “ Uma edição e filtragem de

informação de confiança e com qualidade torna-se ainda mais importante na Internet,

onde qualquer pessoa pode publicar qualquer coisa e fazer com que pareça importante.”

Um outro grupo de autores refere que “uma das funções futuras dos jornalistas” poderia

ser “filtrar a informação na Net” (Pinto e Sousa apud Aroso, 2004: 203).

Page 30: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 27

A profissão de jornalista não vai desaparecer de todo, mas sim sofrer algumas

alterações, deste modo os mesmos “terão novas funções, tais como facilitar boas

conversações on-line, organizar arquivos e agregar e reformular informação recolhida

através de muitas fontes” (Fulton apud Aroso, 2000: 204).

Dar uma boa interpretação dos conhecimentos e saber explicá-los, será cada vez mais

valorizado, apesar da imensa carga informativa que existe. Assim cabe ao jornalista

organizar toda a informação de interesse público, uma vez este último não dispor de

tempo nem formação para interpretar a informação.

“Agora, mais do que nunca, precisamos de jornalistas profissionais que ajudem a

distinguir o trigo de notícias de confiança e opiniões credíveis do joio de rumores e

propaganda que abundam na Internet” (Millison apud Aroso, 2004: 205).

Rádio Digital – Com emissores mas sem ouvintes em Portugal:

Portugal é um país que apresenta um número reduzido de ouvintes de rádio e as

estratégias para os cativar são reduzidas “depois de estar na vanguarda da cobertura do

país com emissões DAB”.

O DAB, apresenta algumas vantagens assim como desvantagens tais como; “a

existência de um consenso mundial na sua utilização; o DAB é um sistema económico

de emissão e possibilita muitos mais serviços que a convencional emissão dirigida ao

ouvido”.

As desvantagens que o DAB apresenta têm a ver, com o facto de que as emissões não

podem “ser recebidas na generalidade dos receptores do mercado”; o orçamento elevado

pela RDP “para a utilização dos seus emissores DAB por entidades privadas”.

O DAB é um espaço “que pode levar a rádio a tornar-se competitiva com os outros

média”.

Pode-se transmitir texto dinâmico, assim como pode existir a reciprocidade entre

música e palavra “e as possibilidade multimédia da emissão de dados”.

Isto vai fazer com que a “programação no som de alta qualidade e em produtos

multimédia” assente. Isto implica um grande tratamento nos conteúdos de áudio, o que

facilita uma relação de aproximação com o ouvinte “através da disponibilização

acrescida de produtos multimédia”.

O programa associado de dados, os serviços de radiodifusão de dados e os serviços

complementares para grupos fechados de utilizadores, são três tipos de serviços de

dados existentes no sistema DAB.

Page 31: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 28

Algumas informações podem “ser facultadas no ecrã quer como mensagens em

desenvolvimento progressivo quer em ITTS (interactive text transmission system)”.

Os detentores de poder em relação às decisões nas organizações de rádio em Portugal

devem ter a consciência

“Que a importância assumida com a integração da rádio na sociedade da informação se alicerça na sua tradição tecnológica, num percurso que passa pela rádio internacional, pelo desempenho das ondas curtas e do satélite, pelo papel das ondas médias e da frequência modulada, pelo tratamento do som, pelo conjunto das tecnologias e a evolução da tipologia de conteúdos.” (Melo; 2004: 215)

Prevê-se que em Inglaterra para finais de 2003, exista um aumento significativo do

número de receptores digitais, é de referir que este número aumentou no Natal do ano

passado.

Em Portugal o mesmo já não acontece, nem tão pouco parecido pois parece que a RDP

não está muito convencida “de que a rádio digital foi uma boa aposta no futuro.”

Mesmo assim, “a terceira geração dos receptores de DAB inclui já a possibilidade de

localização através do sistema GPS e também a possibilidade de acesso via GSM para

receber e estabelecer ligação com a Internet”. (Melo, 2004: 213)

A rádio tem sido desejada cada vez mais por um grande número de pessoas, esperando-

se “que se projecte, na sociedade da informação para o confronto multi e

hipermediáctico...”. (Melo; 2004: 215)

Pretende-se que a rádio em DAB satisfaça um grande número de pessoas, assim como

empresas por elas geridas, em relação aos seus interesses e necessidades.

Tecnologia – arte - comunicação: convergências:

“Actualmente, as novas tecnologias da informação e da comunicação e a informática musical tornam possível a concepção e realização de universos musicais compostos por estruturas musicais, definidas de uma forma nova e original. Concebidas segundo estruturas de pensamento e de linguagem provenientes de outros domínios científicos que não o musical, integram novas formas de organizar o discurso levando o compositor a aprofundar e desenvolver conhecimento noutros domínios científicos. A investigação, essencial ao processo de composição, contribui ainda para a definição e organização de novas estruturas da linguagem. Utilizando processos científicos o criador controla as estruturas empregues, pois o controlo e a organização do universo sonoro é um factor determinante para a qualidade da obra de arte” (Santana e Santana; 2004: 217).

Page 32: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 29

Assistimos à introdução sistemática do computador e meios de produção no processo

criativo.

Os média são o difusor das diferentes áreas do conhecimento científico e artístico. Os

espectáculos multimédia são um veículo de comunicação de uma realidade, assim como

um meio de expressão artística. Estes espectáculos traduzem a grandiosidade de um

pensamento formatado unicamente pelos limites da imaginação. Os média interagindo

“com os demais elementos segundo parâmetros e hierarquias próprias”, atenuam de

certa maneira, a separação entre arte e vida, permitindo a convergência “de meios de

produção artística como das novas tecnologias da comunicação” (Santana e Santana;

2004: 218)

São de uma enorme riqueza, considerados como uma “arte total” no início dos anos 60.

“Vários factores interagem no momento da sua concepção” (Santana e Santana; 2004:

219), nem que se sobreponham várias realidades. A comunicação e o desfrutar da obra

permite a interacção com o público.

“A criação...de espaços de arte multifacetados, através da coexistência de materiais e

saberes divergentes e ao mesmo tempo convergentes...permitem...a convergência dos

meios de produção artística e das novas tecnologias da comunicação, levando à

interacção entre diferentes domínios do saber na criação de espectáculos unos e

plurais.” Estes eventos tornam-se bastante gratificantes e úteis no processo educativo,

como a escola por exemplo. A utilização da música, motiva de certo modo os agentes

educativos. A influência exercida pelos intervenientes do processo educativo, determina

“a personalidade e a postura do indivíduo face à composição musical...” (Santana e

Santana; 2004: 225). O estudante deve ser orientado de maneira a alcançar “os

objectivos propostos individualmente, através da descoberta do som e da sua estrutura,

dos instrumentos e tecnologias operantes...” (Santana e Santana; 2004: 226).

O homem enquanto ser criativo, não fica indiferente às evoluções ocorridas à sua volta,

tanto científicas como tecnológicas integrando-as no seu processo de criação.

Existe uma geração de compositores que “dá relevo ao timbre, à escuta e percepção

musicais, desenvolvendo processos de composição que incidem sobre a

transformação...de um estado de matéria sonora a um outro de características

diferentes...” (Santana e Santana; 2004: 222).

Uma outra geração de compositores, “pretende fazer a ponte entre a tradição musical

clássica e as correntes criadoras mais actuais” (Santana e Santana; 2004: 223).

Page 33: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 30

A Marca na Era Digital:

O grande interesse na realização deste estudo tem a ver com “as múltiplas vertentes da

Sociedade da Informação, nomeadamente, a Internet.” (Gaspar; 2004: 227).

Surge mais tarde um modo inovador de interacção entre dois ou mais indivíduos através

do mesmo meio. A web é um novo modelo de comunicação à disposição também de

empresas, para melhorarem o seu relacionamento com o público.

Assim, “a interactividade pode ser estabelecida com o meio e não apenas através do

meio” (Gaspar; 2004: 228). Neste sentido, os líderes de opinião são “influentes neste

processo, pois condicionam a forma como os clientes percepcionam as marcas”

(Gaspar; 2004: 228).

Um dos instrumentos capazes de fomentar a notoriedade das organizações “é o

marketing afiliado” (Gaspar; 2004: 228).

Qualquer empresa que esteja ligada a negócios digitais, deve assegurar um nível

elevado de funcionalidade. Deve haver uma preocupação constante por parte destas

empresas, no que se refere ao conhecimento do consumidor.

Resumindo, “ (...) as empresas que dominem o poder da Internet e a sua capacidade

para construir relações encontrarão um caminho para a prosperidade” (Chiadouros e

Wansley apud Gaspar; 2004: 229).

A Internet abriu portas para um novo conceito de marcas; ou seja, as e-marcas, com é

ocaso do Yahoo. Foi sofrendo algumas alterações. Apesar de ter aberto as portas para

um novo conceito de marcas, a Internet “abriu portas à concorrência ilimitada” (Gaspar;

2004: 231).

Até aqui o poder estava nas mãos das organizações, neste momento são os clientes os

detentores de tal poder, uma vez que estes “dispõem de inúmeras e credíveis fontes de

informação sobre as marcas” (Kirsner; Rubinstein e Jevons et al., apud Gaspar; 2004:

230).

É necessário que hoje “as marcas desenvolvam relações com base no conhecimento e

compreensão daquilo que os públicos valorizam e não, como antigamente, daquilo que

as empresas valorizam” (Gaspar apud Gouveia e Gaio, 2004: 230).

A Internet veio então alterar certas formas como as empresas constróem as suas marcas,

mudou de certa forma a maneira como as organizações utilizam as marcas e

consequentemente esta associação de marcas veio alterar a forma como elas próprias

são geridas, assim como a forma com que o público as valoriza.

Page 34: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 31

Existem alguns desafios para as marcas digitais. Assim é fundamental para as marcas a

sua fidelidade face ao cliente e que este se sinta satisfeito. Esta fidelidade é a chave

para o sucesso de qualquer negócio digital.

Actualmente a Yahoo assume uma “liderança entre os motores de busca on-line”

(Lindstrom apud Gaspar, 2004).

As marcas através da Internet podem controlar as suas interacções com os clientes.

A Internet, também tem limitações, enquanto instrumento de criação de marcas

segundo Aaker e Joachimsthaler e Cleland apud Gaspar, 2004: 233-234.

A primeira limitação tem a ver com “os elevados índices competitivos que

caracterizam a rede, a angariação e a retenção de consumidores exigem um grande

esforço comunicacional por parte das organizações. Assim sendo, é fundamental que o

público-alvo conheça a empresa e esteja motivado para a visitar.” A segunda limitação,

tem a ver com o facto de a Internet ter uma “taxa de penetração inferior a outros meios

de comunicação de massas…a sua construção de marcas é alicerçada pelo

estabelecimento de ralações com os consumidores”.

A terceira limitação prende-se com o facto de que “nem todas as categorias de produtos

se enquadram com os media interactivos”; uma outra limitação e a última apresentada

por este autor, refere-se ao facto de que os produtos mais favorecidos pelo e-branding

são aqueles possíveis de serem adquiridos on-line”.

Page 35: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 32

Conclusão No meu ponto de vista, considero que o texto que analisei se apresenta bem construído,

fornecendo ao leitor uma visão, apesar de geral, das implicações da Sociedade da

Informação. Digo isto porque, estando o capítulo dividido em sub capítulos trata de

diversos temas fornecendo ao leitor uma visão, ainda que geral do assunto. Mesmo

assim, considero que se consegue perceber bem qual a mensagem que é transmitida..

Devo confessar que as diversas citações apresentadas ao longo do texto, suscitaram-me

algumas dúvidas na realização do meu trabalho.

Disciplina: Fontes de Informação Sociológica Docente: Paulo Peixoto Aluna: Sónia de Lurdes Solda Guiomar N.º: 20050792 Curso: Sociologia

Page 36: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 33

5. Avaliação de uma página da Internet

Para de certo modo, seguir a linha de pensamento que fiz até então, em relação à

Sociedade da Informação, optei por avaliar a página da Comissão Nacional da UNECO

– Portugal. http://www.unesco.pt dada a quantidade de informação que eu considero

existir e que se pode retirar.

Escolhi esta página, pois considero existir fiabilidade e credibilidade que são

comprovados, uma vez este site pertencer a uma agência governamental. Deste modo a

competência e fiabilidade do site são reconhecidos.

Um outro aspecto que garante a qualidade do site, é a variedade de informação

disponível em vários ramos, como por exemplo; educação, ciência, cultura e

comunicação, existindo dentro dos mesmos vários “pontos” de conhecimento; como

sendo; uma breve apresentação do mesmo, programas, temas em destaque, eventos,

notícias, links, prémios, bolsas, documentos, etc etc.

Existe a possibilidade de o navegador, participar nas discussões públicas que estão em

aberto.

Os resultados que pertendia obter eram em língua Portuguesa e considero que tal é

“fornecido” pelo site. Considero a informação interessante, na medida em que abrange

um público vasto.

É também referido no site, a morada da Comissão Nacional da Unesco em Portugal,

assim como os seus números de telefone e fax. O mail, também está à disposição de

quem visitar a página. A data e o número de visitantes que acederam a esta página até à

data, são igualmente mencionados, sendo a primeira de 2005/04/01 e o segundo de 30

3015. Os links também fazem parte integrante da página que analiso.

A apresentação do site é bastante convidativa, estando bem estruturado e facilitando a

sua navegação, sendo esta bastante fluida e acessível a qualquer pessoa uma vez que a

sua navegação é gratuita e rápida.

Page 37: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 34

Apesar, de se verificar na primeira página do mesmo pouca informação em relação a

outros sites, considero isto como um aspecto positivo uma vez que o excesso de

informação pode criar no visitante alguma repugnância, ou seja, pode suscitar um

afastamento por parte do mesmo, uma vez que se pode sentir perdido no meio de tanta

informação.

De referir que a informação apresentada, sendo de língua Portuguesa, abrange também

outros países essencialmente de língua Inglesa, uma vez que existe várias ligações nesse

sentido.

Em jeito de conclusão, parece-me uma página bem elaborada e estruturada ao qual faço

uma avaliação positiva da mesma.

Page 38: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 35

6. Conclusão

No decorrer do meu trabalho, procurei dar a conhecer a realidade da Sociedade da

Informação e da Comunicação num mundo ocidental industrializado.

Realidade essa que para muitos parece ainda distante e de dificil acesso, como é o caso

da Internet.

É ainda, para um grande número de pessoas dificil aceder a tanta informação que somos

confrontados diariamente pelas novas tecnologias. Assim, estas são criadoras de

desigualdades sociais quando avançam para uma nova transformação.

No âmbito dos objectivos da cadeira, penso ter correspondido bem ao que me era

pedido, acabando por realizar, assim, as aprendizagens fundamentais, nomeadamente,

ao nível da aquisição de competências de pesquisa em fontes de informação diversas.

Page 39: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 36

7. Referências bibliográficas

i) Fontes Impressas - Aroso, Inês (2004), “ A Internet e o novo papel do jornalista” in Luís Borges e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 201-207. - Carneiro, J (2004), “ Objecto ou Função? O livro e o(s) Formato(s) na Mudança de Paradigma da Comunicação” in Luís Borges e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 191-200. - Cruz, João (2002), Introdução ao estudo da comunicação: Imprensa, Cinema, Rádio, Televisão e Redes Multimédia. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. - Esteves, João (2003), Ciências da Comunicação: Espaço público e Democrático. Lisboa: Edições Colibri. - Fonseca, José (2001), Sociologia: problemas e práticas, 35. Oeiras. Celta Editora. - Gaspar, Hugo, “A Marca na Era Digital “, in Luís Borges e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 227-236. - Gouveia, Luís e Gaio, Sofia. (2004), (orgs.), Sociedade da Informação: balanço e implicações, Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa. - Lyon, David (1992), A sociedade da informação. Oeiras: Celta Editora. - Matos, José (2004), “ A importância da aprendizagem ao longo da vida fce aos desafios da sociedade da informação e da economia do conhecimento” in Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 131-142. - Melo, Rui (2004), “ Rásio Digital – com emissores mas sem ouvintes em Portugal” in Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balnaço e umplicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 209-216. - Observatório das Ciências e das Tecnologias, Principais Indicadores Estatisticos 1995-2001, Portugal: Ministério da Ciência e da Tecnologia. - Santana, Helena; Santana, Rosário (2004), “Tecnologia – arte – comunicação: convergências” in Luís Boreges e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 217-226. - Volkoff, Vladimir (2000), Pequena história da desinformação. Lisboa: Editorial Notícias.

Page 40: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica

__________________________________________________________________________________________21-02-2007 37

ii) Internet

- Comissão Nacional da Unesco (2001), “ Década das Nações Unidas da

Educação para o Desenvolvimento Sustentável – DEDS (2005-2014)”, página consultada em 10 de Dezembro de 2006, disponível em http://www.unesco.pt

- Peixoto, Paulo (2006), “Como citar”, página consultada em 18 de Dezembro de 2006, disponível em http://www4.fe.uc.pt/fontes/citar.htm

- Portal da justiça (2006), “ A justiça ao serviço do cidadão e das empresas”, página consultada em 19 de Dezembro de 2006, disponível em http://www.mj.gov.pt/sections/home

Page 41: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Anexo I

Página da Internet avaliada

Http://www.unesco.pt

Page 42: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Anexo II

Capítulo “Comunicar” do livro Sociedade da Informação de Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio, 2004 (orgs.)

Page 43: Fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas explicarei esta afirmação no decorrer

Anexo III

Principais Indicadores estatístios 1995-2001, Portugal do Observatório das Ciências e das tecnologias (Ministério da Ciência e da Tecnologia)