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Este artigo apresenta uma proposta de formação de docentes para o ensino de empreendedorismo em uma instituição de ensino tecnológico empregando jogos e técnicas de vivências. São apresentados os fundamentos do empreendedorismo e da metodologia de ensino selecionada, o programa básico de ensino e alguns resultados já obtidos.

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  • FORMAO DE DOCENTES PARA O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO: ESTUDO DE CASO NO CEFET-PR

    Denise Elizabeth Hey David, MSc*

    Idone Bringhenti, Dr** Fernando Gauthier, Dr**

    Rosana Mayer***

    *Professora do Centro Federal de Educao Tecnolgica do Paran CEFET-PR/DAELN Doutoranda do Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo UFSC

    Campus Universitrio da UFSC, Engenharia de Produo, Trindade, 88040-970, Florianpolis, SC [email protected]

    **Professor do Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo UFSC [email protected]

    [email protected] ***Professora do Centro Federal de Educao Tecnolgica do Paran CEFET-PR/DAELT

    Mestranda do Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo UFSC Av. 7 de setembro, 3165, 80230-901, Curitiba, PR

    [email protected]

    RESUMO

    Este artigo apresenta uma proposta de formao de docentes para o ensino de empreendedorismo em uma instituio de ensino tecnolgico empregando jogos e tcnicas de vivncias. So apresentados os fundamentos do empreendedorismo e da metodologia de ensino selecionada, o programa bsico de ensino e alguns resultados j obtidos.

    PALAVRAS-CHAVE: Empreendedorismo; Formao de Docentes

    INTRODUO Para atender aos novos desafios da competitividade global e da inovao tecnolgica necessrio um novo profissional que seja, segundo a avaliao de SCHUMPETER (1982), um empreendedor, um contnuo inovador. A cultura do homem-razo, ditada pelas funes do hemisfrio esquerdo, precisa ser acrescida do nosso lado humano, sensvel, intuitivo, holstico, espontneo, natural, receptivo, espiritual e ldico, ditados pelo hemisfrio direito. Se somos predominantemente racionais e realistas, podemos desenvolver as funes latentes e ainda no expressas (GRAMIGNA, 1995). Assim, precisamos e podemos desenvolver em nossos alunos o potencial empreendedor, seja atravs de programas de empreendedorismo, disciplinas ou atitudes de seus professores. Como o ensino de Empreendedorismo passa necessariamente por todas as pessoas envolvidas no processo ensino-aprendizagem da organizao necessrio que professores e tcnicos administrativos se reciclem permanentemente em busca de uma atualizao de conceitos, tcnicas e metodologias novadoras. i

  • Cabe ressaltar que as instituies de ensino precisam repensar suas estruturas e misses, e necessitam de novas propostas que tragam melhorias nas atividades que desempenham e possam atender aos anseios da sociedade em que esto inseridas. Empreendedorismo X CEFET-PR Sucesso profissional significa ter um timo emprego e ocupar espao no difcil mercado de trabalho com bons resultados? Sim, porm hoje isto est sendo alterado, em lugar de estabilidade, competio e segurana as pessoas devem buscar inovao, cooperao e aprender a correr riscos, isto , serem empreendedores. As formas de trabalho adquirem novas feies e o emprego passa por redefinies profundas. evidente que o emprego no morreu, mas pode deixar de existir tal como o conhecemos (MINARELLI, 1995). A habilidade mais importante que se deseja nos jovens a capacidade de aprender, entretanto, no ensino tecnolgico, onde predomina o ensino tecnicista, o que se observa que os estudantes aprendem a ser empregados e no empreendedores. A cultura familiar e a formao que os jovens recebem nas escolas continuam a prepar-los para uma realidade que no mais existe (DOLABELA, 1999). Esta uma caracterstica que est sendo alterada no Centro Federal de Educao Tecnolgica do Paran (CEFET-PR) atravs das atividades promovidas pelo Programa Jovem Empreendedor e com a insero nos currculos da disciplina Empreendedorismo. Ressaltamos tambm a atual proposta dos cursos superiores de tecnologia que a caracterizao efetiva de um novo modelo de organizao curricular de nvel superior de graduao plena. Este modelo privilegia as exigncias de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e mutante, no sentido de oferecer sociedade uma formao profissional de nvel superior com durao compatvel com os ciclos tecnolgicos e principalmente mais nter-relacionado com a atualidade dos requisitos profissionais. i

    Como o xito de um programa de ensino depende tambm do constante aprimoramento do corpo docente, devemos organizar programas de treinamento e reciclagem que atendam estes profissionais. Segundo BAZZO (2000), no ensino tecnolgico (engenharias) o carisma da competncia tcnica profissional acaba por prevalecer sobre a formao didtico-pedaggica, seja ela formal ou informal. Dessa forma, no raro que aulas se tornem seqncias montonas de explicaes interminveis, e isto precisa ser alterado. Um Sistema Educacional que promova mais eficazmente a insero do estudante neste novo mercado de trabalho exige mudanas estruturais. Sabe-se que apenas um currculo atualizado no garante que ao final do curso os alunos tenham adquirido as habilidades propostas. preciso que o contedo de cada disciplina acrescente, na realidade, conhecimentos, habilidades e atitudes, cuja somatria resulte em um profissional capacitado. Objetivo O objetivo deste trabalho o desenvolvimento de uma proposta para Formao de Docentes Empreendedores (intrapreneur) para a rea tecnolgica, empregando jogos e tcnicas de vivncias, pois, por meio deles, as pessoas exercitam habilidades necessrias ao seu desenvolvimento integral como, por exemplo, autodisciplina, sociabilidade, afetividade,

    alores morais, esprito de equipe e bom senso (GRAMIGNA, 1993). v Esperamos com esta proposta formar profissionais empreendedores que permitam a seus alunos adquirirem as novas habilidades e competncias requeridas pela sociedade ps-industrial, tais como, dentre outras: cooperao, relacionamento inter e intragrupal, flexibilidade e que sejam capazes de planejar e estabelecer metas, negociar, aplicar princpios de comunicao efetiva, liderar e organizar grupos.

  • ETIMOLOGIA, CONCEITOS E DEFINIES Empreendedorismo e Empreendedor

    O vocbulo empreendedorismo derivado da palavra imprehendere do latim, tendo seu correspondente, empreender, surgido na lngua portuguesa no sculo XV. Segundo Filion (1999) na poca de Cantillon, quando o termo ganhou seu significado atual, entre-preneur era usado para descrever uma pessoa que comprava matria-prima, a processava e vendia para outra pessoa. O entre-preneur era, ento, uma pessoa que havia identificado uma oportunidade de negcio e assumido o risco, decidindo processar e revender matria-prima. O dicionrio ingls portugus Novo Michaelis (2a edio, Melhoramentos, 1977), traduz a palavra entrepreneur como empresrio, diretor, organizador e, no faz distino conceitual entre empresrio e empreendedor, como hoje fazemos. O Novo Dicionrio Aurlio de Lngua Portuguesa (Edio Nova Fronteira, 1986) define empreendedor como aquele que empreende, ativo, arrojado. Empreendedorismo: a habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco ou do quase nada. O empreendedor bem-sucedido uma pessoa como qualquer outra, cujas caractersticas de personalidade e talentos preenchem um padro determinado, que o leva a agir de tal forma que chega ao sucesso, realizando seus sonhos e alcanando seus objetivos. Ele , portanto, uma pessoa que busca realizao e auto-orientado para atingir metas prprias (PATI, 1995). Empreendedor a personalidade criativa; sempre lidando melhor com o desconhecido, perscrutando o futuro, transformando possibilidades em probabilidades caos em harmonia (BARRETO, 1998). e

    Ressaltamos aqui que nem sempre os empreendedores se encontram desenvolvendo atividades prprias (a maioria dos autores ligados administrao consideram o empreendedor dono do seu prprio negcio). Eles podem estar atuando em empresas pblicas ou privadas. Neste caso, empregando o prefixo in (dentro), temos o vocbulo intrapreneur para indicar o empreendedor empregado. Intraempreendedores (Intrapreneurs) so pessoas dinmicas e inovadoras que geram idias e tm habilidade para coloc-las em prtica, melhorando os processos das empresas em que trabalham. CEFET-PR O Centro Federal de Educao Tecnolgica do Paran (CEFET-PR) uma autarquia de regime especial vinculada ao Ministrio da Educao e tem por finalidade formar e qualificar profissionais nos vrios nveis e modalidades de ensino para os diversos setores da economia, bem como realizar pesquisa e desenvolvimento tecnolgico de novos processos, produtos e servios em estreita articulao com os setores produtivos e a sociedade, fornecendo

    ecanismos para a educao contnua (CEFET EM REVISTA, 1998). m Seus objetivos so: ministrar cursos de qualidade, requalificao e reprofissionalizao e outros de nvel

    bsico da educao profissional; ministrar ensino tcnico, destinado a proporcionar habilitao profissional, para os

    diferentes setores da economia; ministrar ensino mdio; ministrar ensino superior de graduao e ps-graduao latu-sensu e stricto-sensu,

    visando a formao de profissionais e especialistas na rea tecnolgica; oferecer educao continuada por diferentes mecanismos, visando atualizao, ao

    aperfeioamento e especializao de profissionais e especialistas na rea tecnolgica;

  • ministrar cursos e programas de formao pedaggica de professores e especialistas; realizar pesquisa aplicada, estimulando o desenvolvimento de solues tecnolgicas de

    forma criativa, estendendo seus benefcios comunidade. HISTRICO

    Os Pioneiros do Empreendedorismo O nascimento do empreendedorismo, como um modelo de gesto, ocorre em um perodo de transio no qual encontramos mudanas estruturais em todos os setores, tais como: cultural, educacional, tecnolgico, econmico e poltico. O empreendedorismo nasce em 1960, mas pertinente fazermos uma referncia ao industrial e economista francs Jean-Baptiste Say (1767-1832), autor da Lei dos Mercados ou Lei de Say, cujo conceito de equilbrio econmico constitui-se a base da teoria econmica neoclassica. Professor do Collge de France, Say elaborou uma teoria das funes do empresrio, cunhando o termo entrepreneur, ou empreendedor, conferindo-lhe especial importncia no crescimento da economia. Outro nome de destaque o do economista Joseph Alois Schumpeter (1883 - 1950) que estabeleceu os conceitos de destruio criadora e empresrio empreendedor. Diferenciando, assim, os conceitos de empresrio e empreendedor. Schumpeter colocou o empresrio empreendedor como o agente bsico do processo de destruio criadora: ele que desafia o mercado e, no limite, possibilita a ruptura de paradigmas at ento dominantes. Isto foi ressaltado por Peter Drucker (1987): O empreendedor v a mudana como norma e como sendo sadia. Geralmente, ele no provoca a mudana por si mesmo. Mas, e isto define o empreendedor e o empreendimento, o empreendedor sempre est buscando a mudana, reage a ela, e a explora omo sendo uma oportunidade. c

    O empreendedorismo nasceu na dcada de 60 com as pesquisas realizadas por David McClelland, psiclogo da Universidade Harvard. McClelland identificou nos empresrios bem sucedidos da poca um elemento psicolgico crtico denominado por ele de motivao da realizao, desenvolvendo ento um treinamento cuja finalidade era melhorar tal elemento e torn-lo aplicvel em situaes empresariais. Em 1982, a Agncia para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID), a Consultoria Management International (MSI) e a McBeer & Company iniciaram um projeto para estudos mais abrangentes dos empreendedores. Este estudo envolveu mais de 34 pases e culminou com o urso EMPRETEC. c

    Como o nosso objetivo neste artigo tratar do ensino de empreendedorismo convm destacarmos as principais experincias na formao de empreendedores, tanto no mbito internacional quanto nacional. Formao de Empreendedores - Casos Internacionais O programa de empreendedorismo desenvolvido pelo Babson College (Estados Unidos) considerado o mais importante na rea. Na Inglaterra destaca-se o programa de empreendedorismo da London Business School. A ONU promove o Programa EMPRETEC Formao de Empreendedores em mais de 40 pases (tambm no Brasil). Na Espanha temos a ESADE, que realiza um programa no Brasil em conjunto com a Fundao Getlio Vargas.

  • Formao de Empreendedores - Casos Nacionais Apesar do ensino de empreendedorismo no pas ser recente, tem menos de 20 anos, j atinge mais de 150 instituies de ensino e 24 estados. Pelo que se sabe, o primeiro curso nesta rea surgiu em 1981, na Escola de Administrao de Empresas da Fundao GetlioVargas e chamava-se Novos Negcios. A USP iniciou o ensino de empreendedorismo em 1984 no curso de Administrao com a disciplina Criao de Empresas. Em 1992 a UFSC criou a Escola de Novos Empreendedores (ENE), que, no decorrer do tempo veio a ser um dos mais significativos projetos universitrios do pas. Em 1993 o Programa Softex do CNPq desenvolveu uma metodologia de ensino de empreendedorismo que seria oferecida no curso de Cincia da Computao da UFMG. Hoje esta disciplina oferecida em mais de 100 departamentos de informtica no Brasil. Em 1996, com a misso de mudar a cultura tecnicista da instituio para uma outra mais empreendedora, o Centro Federal de Educao Tecnolgica do Paran elaborou o Programa Jovem Empreendedor. criado em Minas Gerais o Programa REUNE, Rede de Ensino de Empreendedorismo, em 1997, com o objetivo de disseminar o ensino de empreendedorismo neste estado; e em 1998 o programa expandido para todo o pas atravs do REUNE Brasil.

    FUNDAMENTOS Caractersticas Empreendedoras O aspecto mais importante dos trabalhos de McClelland (1971) consiste em sua abordagem sobre as caractersticas das pessoas bem-sucedidas. Ele coloca que habilidades especficas tais como as tcnicas, marketing e finanas so fundamentais, mas as caractersticas comportamentais fazem a diferena e, o mais importante, elas podem ser desenvolvidas. McClelland identificou dez principais comportamentos de uma pessoa de sucesso, as chamadas pessoas empreendedoras. A partir da foi preparado um programa experimental de capacitao para facilitadores (instrutores) e aplicado no Brasil a partir de 1990 pelo EMPRETEC. As caractersticas que o empreendedor deve ter ou ter que desenvolv-las ou apenas aprimor-las so (obtidas do Relatrio de Pesquisa de lvaro Mello sobre o Perfil do Empreendedor Brasileiro Um estudo de caso do programa de desenvolvimento de empreendedores EMPRETEC/SEBRAE): 1. Busca de oportunidade e iniciativa: Aproveita oportunidades fora do comum para

    comear um negcio novo, obter financiamentos, equipamentos, local de trabalho ou assistncia.

    2. Persistncia: O sucesso nos negcios depende de 10% de inspirao e 90% de transpirao.

    3. Comprometimento: Assim como a persistncia a energia, o comprometimento sacrifcio e o esforo pessoal para que os objetivos sejam alcanados.

    4. Qualidade e eficincia: Constantemente, busca maneiras de realizar tarefas com maior rapidez, menor custo e maior qualidade, experimentando solues melhores para problemas que muitas pessoas, com menor necessidade de realizao, consideram resolvidos.

    5. Correr riscos calculados: Analisa as alternativas e calcula riscos cuidadosamente. 6. Estabelecimento de metas objetivas: As pessoas geralmente tm sonhos e alguns

    objetivos a curto prazo, na maioria das vezes, vagamente definidos. A tendncia do empreendedor definir os objetivos de longo prazo e estabelecer os de curto prazo que lhe

  • possibilitem reunir as condies necessrias para a realizao de seus projetos mais amplos.

    7. Busca de informao: Com objetivos claros e definidos, a tendncia do empreendedor realizar uma cuidadosa busca das informaes necessrias para fundamentar e possibilitar a elaborao de estratgias racionais, com boas chances de xito.

    8. Planejamento e monitoramento sistemticos: Sempre buscando informaes e atualizando ativamente fontes de feedback que lhe permitam avaliar criticamente as conseqncias das prprias aes, o empreendedor tem os elementos necessrios para a formulao de estratgias que lhe possibilitem alcanar os resultados almejados.

    9. Persuaso e redes de contatos: Poder a capacidade de conseguir que se faam as coisas como e quando se quer, de moldar mudanas no mundo e de se conseguir cooperao e ao.

    10. Independncia e autoconfiana: S pessoas autoconfiantes aceitam correr riscos e assumem responsabilidade pessoal por sucesso ou fracasso.

    Atualmente, pesquisadores de destaque citam caractersticas diversas destas e h uma srie xtensa de habilidades que podem ser desenvolvidas pelos empreendedores. e

    Este trabalho pretende enfatizar em sua metodologia as caractersticas apresentadas acima.

    Jogos e Tcnicas de Vivncias Por que Jogos e Tcnicas de Vivncias no processo de ensino do empreendedorismo? Segundo GRAMIGNA (1993) as brincadeiras, o jogo e o divertimento tm um papel fundamental no processo educacional. A experincia demonstra que as crianas, quando brincam, aprendem. Tal fato deve-se espontaneidade de seus atos e oportunidade de demonstrar o que sabem e o que no sabem, sem o medo de errar. Quando adultos, nossas aes so racionalizadas para que no haja falhas. Mas, quando jogamos colocamos em funcionamento nosso hemisfrio direito e percebemos habilidades que desconhecamos. empre a criana em ns que aprende. s

    Abaixo temos os trs tipos bsicos de jogos, a habilidade que objetiva trabalhar e as caractersticas pertinentes: a) Jogos de Comportamento: Habilidades comportamentais: cooperao, relacionamento inter e intragrupal, flexibilidade, cortesia, afetividade, confiana e auto confiana. b) Jogos de Processo: Habilidades Tcnicas: negociao, liderana, administrao de tempo e recursos, mtodos de trabalho e estratgias para tomada de decises. c) Jogos de Mercado: Concorrncias, relao empresa-fornecedores, parcerias, pesquisa de mercado e terceirizao. Assim, a resposta questo apresentada no incio deste item : Porque, desta forma, temos um processo de ensino participativo, j que o professor na verdade apenas um facilitador do processo aprendizagem, no qual impera o desenvolvimento integral do ser humano.

    MTODO Para atingir o objetivo proposto e com base na metodologia de ensino adotada elaborou-se um programa de curso (Figura 1) que engloba os conceitos bsicos do empreendedorismo (histrico, conceitos e caractersticas empreendedoras) apresentados atravs de Jogos e Tcnicas de Vivncias.

  • Oficina de Empreendedorismo

    Clientela: O curso dirigido a professores e servidores tcnicos administrativos do CEFET-PR. Objetivo: O curso Oficina de Empreendedorismo foi elaborado para repassar uma metodologia de ensino na rea de empreendedorismo para os professores desta disciplina dos cursos de tecnologia e estimular a capacidade empreendedora dos professores das diversas reas de atuao da Instituio. O objetivo criar uma viso geral das caractersticas empreendedoras, desenvolvendo atitudes consistentes para o sucesso de suas atividades e motivando a busca de novas oportunidades no ambiente de trabalho. Contedo Programtico: Empregabilidade Proporcionar informaes e debates sobre a importncia do indivduo empregar-se a si mesmo, desenvolvendo novas habilidades. 1. O Empreendedor e as Caractersticas das Atitudes Empreendedoras Reconhecer as

    caractersticas que o empreendedor bem-sucedido deve ter ou tem que desenvolver ou apenas aprimorar.

    2. Mercado Propiciar a compreenso e a identificao dos vrios tipos de mercado. 3. Negociao Reconhecer a negociao como presena constante na vida humana e como

    um processo de buscar aceitao de idias, propsitos e interesses visando ao melhor resultado possvel.

    4. Plano de Negcios Entender a metodologia para elaborao de um Plano de Negcios. Metodologia: O curso ser ministrado atravs de aulas expositivas, discusso em grupo e atravs de transparncias. A tcnica empregada em todas as atividades a Vivencial. Durao do Curso: 20 horas

    Figura 1 Projeto do Curso Proposto Elaborou-se um ambiente de ensino com as seguintes caractersticas (baseadas em GRAMIGNA, 1993): (a) Apresentao dos conceitos bsicos; (b) Vivncia o jogo em si: fazer, realizar, construir; (c) Relato espao para o grupo compartilhar reaes e sentimentos; (d) Processamento momento para analisar o jogo e avaliar resultados; (e) Generalizao o grupo faz comparaes e analogias com a realidade; ( f) Aplicao momento de se comprometer com mudanas e resultados desejveis.

    Esta seqncia de atividades denominada Ciclo de Aprendizagem Vivencial (CAV) e resumido na Figura 2 abaixo:

    APLICAOVIVNCIA

    RELATO

    PROCESSAMENTO

    GENERALIZAO

    Figura 2 CAV

  • A classe foi composta por 26 profissionais do CEFET-PR.

    Instrumentos para Avaliao: tendo em vista o objetivo deste trabalho, escolheram-se dois instrumentos para avaliao da metodologia proposta. O primeiro uma avaliao dos participantes do curso ao trmino do mesmo. E o outro a aplicao de um questionrio estruturado com perguntas abertas atravs de uma entrevista aps um perodo de cerca de seis meses. O objetivo deste segundo instrumento verificar se houve mudanas significativas nas atuaes destes docentes em classe. Resultados Obtidos Dos participantes do curso, trs trabalham hoje com o ensino de empreendedorismo nos cursos de Tecnologia do CEFET-PR, quatro so servidores tcnicos administrativos que trabalham com treinamento e capacitao de pessoal, trs so orientadoras educacionais e os

    emais (16) so professores das diversas reas de formao da Instituio. d Ao trmino da Oficina os participantes responderam um questionrio de avaliao. Nesta avaliao, destacamos os seguintes resultados: 87% de aproveitamento e aplicabilidade do urso nos seus respectivos ambientes de trabalho. c

    Numa segunda avaliao, aps cerca de seis meses, foram entrevistados 50% dos professores das reas diversas. Destacamos aqui duas questes (perguntas 4 e 5) do questionrio empregado: 4. Voc tem pesquisado o emprego de outras tcnicas de ensino? 5. O que modificou na sua forma de trabalho em classe? 100% responderam que sim, tm pesquisado novas atividades, tcnicas e metodologias para incrementarem o seu trabalho em classe e o enfoque mudou, agora passamos a dar importncia em fazer o aluno se tocar que ele deve ser um empreendedor, o aluno passa a ser mais comprometido, o dinamismo dos alunos e o envolvimento e a incorporao dos contedos mudaram.

    DISCUSSO E CONCLUSO O objetivo deste trabalho atinge estruturas j arraigadas na Instituio CEFET-PR. Ele implica numa mudana cultural por parte dos professores das reas/disciplinas tcnicas. Como dissemos na introduo, no podemos formar empreendedores apenas a partir de uma disciplina que verse sobre empreendedorismo, necessria a participao de todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. O trabalho pioneiro de poucos professores, acrescido deste treinamento que denominamos de Oficina, por ser um repasse de metodologia e um espao para troca de experincias, j est iniciando a discusso sobre o tema empreendedorismo e como capacitar os egressos da Instituio para um novo modelo de sociedade que est emergindo. Pretendemos implementar novos mdulos para aqueles que j participaram do primeiro e continuar o repasse para outros profissionais da Instituio. Assim, consideramos que em um primeiro momento atingimos uma parte do objetivo proposto, isto , sensibilizar professores das diversas reas tcnicas para novas formas de ensino em que seja privilegiado o desenvolvimento integral dos alunos, permitindo que eles encontrem seus espaos pessoais, sociais e de trabalho.

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS BARRETO, Luiz Pond. Educao para o empreendedorismo. Universidade Catlica de Salvador, set. 1998. BAZZO, Walter Antonio. A renovao pedaggica e a formao dos formadores de engenheiros. Artigo apresentado na III Semana de Tecnologia do CEFET-PR. Curitiba, 2000. CEFET em Revista. Uma Escola de Tecnologia e Humanismo. Curitiba, 1998. DOLABELA, Fernando. Notas de Aulas (Palestras e Cursos), 1998/1999. DRUKER, Peter F. Inovao e esprito empreendedor (entrepreneurship): prtica e princpios. So Paulo: Pioneira, 1987. FILION, Louis Jacques. Empreendedorismo: empreendedores e proprietrios-gerentes de pequenos negcios. HEC, The university of Montreal Business school, 1999. GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Jogos de empresa e tcnicas vivenciais. So Paulo: MAKRON Books, 1995. GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Jogos de Empresa. So Paulo: MAKRON Books,1993. McCLELLAND, D.C. Entrepreneurship and achievement motivation: approaches to the science of socio-economic development. Ed. P. Lengyel. Paris: UNESCO, 1971. MINARELLI, Jos Augusto. Empregabilidade: Como ter trabalho e remunerao sempre. Editora Gente, 1995. SCHUMPETER, Joseph. A Teoria do desenvolvimento econmico: uma investigao sobre lucros, capital, crdito, juro e ciclo econmico. So Paulo: Abril Cultural, 1982. PATI, Vera. O empreendedor: descoberta e desenvolvimento do potencial empreendedor. In Criando seu prprio negcio. So Paulo. Edio Sebrae, 1995.